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Séculos Indígenas no Brasil

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Page 1: Séculos Indígenas no Brasil

“O Brasil e tantos outros países do mundo estão vivendo um acontecimento histórico que jamais se imaginou e que sempre se supunha o contrário: é que muitos dos povos indígenas que foram tragados pelo vórtice da expansão européia, que tiveram suas gentes mortas, suas terras roubadas, seus corpos moídos pela escravidão, suas religiões vilipendiadas e suas culturas desprezadas, so-breviveram. Isto é, uma minoria sobreviveu, apesar de tudo isto, e mostra sinais de quem vai continuar lutando por seus direitos e por suas vidas. […]

[…] É com este espírito que vejo o projeto ”Séculos Indígenas no Brasil” de autoria de Frank Coe e Álvaro Tukano. Eles querem mostrar o índio com sua cara atual e por sua própria voz. Eu espero no final, ver um filme com os índios apontando um dedo para nós e nos conclamando a ficar ao seu lado.”

Darcy Ribeiro

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Secretaria da Identidade e daDiversidade Cultural

Realização Apoio Patrocínio

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Séculos Indígenas no Brasil

Catálogo Descritivo de Imagens

CATALOGO SECULOS INDIGENAS_FINAL_2_CONTEUDO.indd 5 11/21/08 10:15:07 AM

2° EDIÇÃO

Porto Alegre, 2010

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© Karioka multimedia, 2010

Capa e contracapa:Fotos de Piotr Jaxa

Arte e projeto gráfico:Alexandre de Freitas

Revisão de textos:Karla CarvalhoRevisão técnica:

Alexandre de FreitasEditoração:

Karioka Multimedia ProduçõesImpressão e acabamento:

Gráfica Epecê

Dados Internacionais de Catalogação

Ficha Catalográfica elaborada peloSetor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS

Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33

Caixa Postal 1429

90619-900 – Porto Alegre – RS. Brasil

Fone/fax.: (51)3320 3523

www.pucrs.br/edipucrs/ E-mail: [email protected]

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Page 8: Séculos Indígenas no Brasil

Sumário

A dignidade da nação brasileira repousa na sobrevivência dos índios 8

A imagem da cultura indígena brasileira 11

Universidade e carnaval 14

Apresentação 18

I - Brumas, imagens e histórias 22

II - O verde e o verbo – homem e ambiente na fala dos seus amantes 44

III - “...Surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio” 58

IV - Urbis, Peri, peri-urbano 120

V - Outras ocas, múltiplas palavras 140

VI - Indexação do acervo de imagens 154

VII - Referências bibliográficas e créditos complementares 165

VIII - Agradecimentos 166

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A dignidade da nação brasileira repousa na sobrevivência dos índios

Só me cabe dizer, agora, lamentando sentidamente que esta nossa nação brasileira não precisa mais de índio nenhum para existir. Mas não existirá jamais, em dignidade e vergonha, se deixar morrerem – morrerem até de suicídio – os poucos índios que sobreviveram à invasão quinhentista. (Darcy Ribeiro, Primeira Fala ao Senado. Revista Carta, n. 1, 1991: 9)

Durante dez anos, Darcy Ribeiro foi um etnólogo dedicado ao estudo e conhecimento dos índios da Amazô-nia, do Xingu e do Pantanal. Dizia que os índios, aos poucos, foram “desasnando-o”, fazendo com que os visse não como objeto de estudo externo, que se olhava desde fora, mas como gente que eram. Gente capaz de dor, de tristeza, de amor, de gozo, de desengano, de vergonha. Gente que sofria a dor suprema de ser índio num mundo hostil, mas que guardava no peito um orgulho de si mesmos como índios. Gente muito mais capaz do que nós de compor existências livres e solidárias, adaptando-se penosamente aos novos tempos para sobreviver tal qual é ou era.

A singularidade do pensamento de Darcy como antropólogo do Brasil surgiu naquele período, entre as déca-das de 1940 e 1950, no convívio e aprendizado com uma humanidade índia que ilumina o povo brasileiro, como uma de suas matrizes básicas.

Se a cultura é a lente através da qual o homem vê o mundo, herdamos dos índios o desejo de beleza, de sua vontade de perfeição ao pintar o corpo, modelar um vaso ou trançar um cesto, imprimindo em cada peça de seu trabalho a expressão do ser que o fez. A sabedoria de intelectuais índios iletrados sobre a natureza e sobre o humano, sem servilis-mos indecentes e sem alienar-se e ser alienado. A sabedoria milenar de gente que sabe habitar a Amazônia, preservando, enriquecendo e humanizando a floresta.

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Durante séculos, os índios resistiram a várias formas de dominação, espoliação e violência e desenvolveram formas de adaptar-se às condições mais adversas sem perder a dignidade. É a dignidade da nação brasileira que repousa na sobrevivência dos índios, essa é nossa principal herança, a mais bela e a mais significativa para que possamos continuar índios, resistindo e prosperando nos séculos que virão.

Quando criou a Fundação que leva seu nome, em 1996, Darcy Ribeiro inscreveu em seu estatuto o objetivo de promover medidas, planos e programas de solidariedade aos povos indígenas brasileiros, bem como a defesa da Amazô-nia e do Pantanal como os grandes jardins da terra. Durante anos, com o apoio desta Fundação, Frank Coe idealizou e orga-nizou cuidadosamente o projeto, “Séculos Indígenas no Brasil”, trazendo a público uma imagem menos deformada e menos idealizada da permanência indígena ao longo de nossa história. Esperamos que essas imagens possam contribuir para que a força da opinião pública rogue por uma coexistência mais solidária entre a sociedade brasileira e os índios.

Rio de Janeiro, setembro de 2008.

Paulo de F. RibeiroPresidenteFundação Darcy Ribeiro

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A imagem da cultura indígena brasileira

A história dos povos indígenas no Brasil é uma realidade latente de saberes anelados por tradições milena-res, simbolizadas por realidades que vão desde os simples riachos às grandes florestas onde caminham animais e espíritos; manifestadas no grito e na dança de tantos índios, vivos e mortos; na busca por uma escola que valorize suas festas; de uma medicina que interaja com a arte indígena de curar; de terra para seus filhos; no empenho de índios universitários que pro-jetam a autonomia e o protagonismo de suas comunidades, a garantia de seus direitos; das pessoas de bom coração, líderes!

Permaneceram sempre unidos às causas indígenas grandes nomes, como Cândido Mariano da Silva Rondon, Curt Nimuendajú, os irmãos Villas Bôas, Francisco Guerra Samias, Berta Ribeiro, Davi Kopenawa, Paulo Pankararu, Gleissi Castelo, Joênia Wapichana, Darcy Ribeiro, Álvaro Tukano, Marcos Terena, Ailton Krenak, Erwin Kräutler, Frank Coe, Hilda Zim-mermann e tantos outros. Por isso, os índios se pintam e dançam em suas aldeias, nas grandes assembléias governamentais, celebrando as suas conquistas históricas, essa obra de arte rara, pintada num grande quadro, no tempo e na terra. Existem muitas obras no mundo, mas os quadros mais lindos são aqueles criados por muitas mãos, pintados com todos os gestos, todos os movimentos, com tinta e sol. Essa paisagem ninguém pode roubar, nem o tempo apagar.

Quando os povos indígenas nos acolhem em suas festas é algo muito maravilhoso, eles nos pintam. Quando, em julho deste ano, eles pintaram jovens estudantes para a festa do Kuarup, eles os tinham como esperança de sua paisagem. A vida é um belo quadro. A obra: “Séculos Indígenas no Brasil: Catálogo Descritivo de Imagens” representa a imagem dessa esperança, a imagem dos índios brasileiros.

O catálogo de imagens expressa a realização de vários projetos de iniciativa de Frank Coe e Álvaro Tukano desde 1992. Para a concretização desse trabalho contribuíram muitos outros: Ailton Krenak, Paulo Metz, Piotr Jaxa, Rosane Kaingang, Alexandre de Freitas, André Ramos, Otto Guerra, Hélio Coelho, para citar alguns. Dentre as atividades, foram rea-lizadas:

a) 45 horas de filmagem em diversas aldeias - um material raro, que permite aos próprios indígenas conhe-cerem como vivem seus parentes, assim como é de grande utilidade para escolas e universidades, pois mostra a verdadeira imagem do índio brasileiro;

b) A elaboração da primeira fase do filme “Maíra, de Darcy Ribeiro: Um Deus mortal?”;

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c) A exposição “Séculos Indígenas no Brasil”, inaugurada no I Fórum Internacional “Povos Indígenas: Terra, um Lugar para Viver!”, realizado no período de 11 a 14 de agosto de 2005, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre, em conjunto com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Culturas Indígenas dessa universidade. A mesma exposição foi montada no “Espaço Furnas Cultural”, nos meses de outubro e novembro de 2005, na cidade do Rio de Janeiro.

Esse trabalho é destinado às comunidades indígenas e aos mais diversos lugares onde a cultura indígena precisa ser valorizada, contemplada e festejada.

De exposição em exposição, de imagem em imagem, de palavra em palavra, efetivou-se o encontro, a fusão de dois horizontes: o olhar de quem encontra e divulga a outra face da cultura e dos ideais dos povos indígenas; a visão de índios que desejam um futuro melhor, de recriação de sua paisagem, com todos quantos fazem parte dessa história.

Porto Alegre, setembro de 2008.

Édison HüttnerCoordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa

em Cultura Indígena (PUCRS)

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Universidade e carnaval

Há duas maneiras de fazer política: uma é pelo poder, a outra é pela história. Darcy fez política pela história. O poder era o meio que ele usava para deixar suas marcas na História deste país e do resto do mundo. Por isso, a homenagem a um homem como Darcy Ribeiro deve ser feita falando do seu legado.

Darcy deixou, por exemplo, o legado incrível de uma universidade nova - e não qualquer universidade. A Universidade de Brasília representou, no seu início, um sonho alternativo para os modelos universitários da época. Hoje, to-dos sabemos que a instituiçao da universidade está ficando velha e precisa ser renovada. Darcy Ribeiro previu isso há quase cinqüenta anos.

Deixou um legado científico, que é uma marca para a cultura brasileira e mundial. Darcy conviveu com povos indígenas numa época em que não existia o conceito de proteção da diversidade, e os índios eram vistos como atrasados. Viveu com eles, escreveu sobre eles e deu uma contribuição mundial para entendermos essa parcela do Brasil. Mostrou que o país é tão mais rico quanto maior for sua diversidade étnica e cultural.

Deixou como legado algo que seria inimaginável para um intelectual respeitado por toda a elite: um sam-bódromo para atender à forma simples da cultura popular. Quem no mundo pode se orgulhar, em vida, de ter mudado a universidade e o carnaval? Ninguém, porque realmente só Darcy foi capaz de tamanha variedade.

Mas não foi só isso. Darcy deixou como legado até aquilo em que fracassou, porque dizia que se orgulhava mais do fracasso de muitas das suas ações do que das realizações. As realizações mostravam que suas idéias e sua competên-cia executiva davam frutos, mas os fracassos, muitas vezes, deixavam a marca maior de sua capacidade de sonhar, de coragem de enfrentar as dificuldades, de coerência em defender suas bandeiras. Se fracassou foi porque foi coerente, e o que defendia não estava ainda na hora de se tornar realidade. Não abriu mão, não concedeu, reduzindo suas aspirações e suas defesas, para se ajustar aos momentos.

Darcy Ribeiro também deixou seu legado nas obras que não conseguiu realizar, porque o momento não o permitia. Preferiu cair, ir para o exílio a ceder às tentações de ficar com a política do poder. Fez a opção de ficar com a história, e não com o poder. Darcy Ribeiro nos deixou um exemplo, em um tempo em que tantos fazem política e deixam apenas vagas lembranças de terem passado.

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Que falta nos faz Darcy Ribeiro! Se pudéssemos tê-lo defendendo aquilo que só agora começa a tocar a consciência das pessoas, o imaginário do Brasil, nós o veríamos pregando que o progresso vem da inteligência, e não das engrenagens das indústrias; que é preciso educar os analfabetos, e não só garantir-lhes emprego.

Darcy foi um profeta do desenvolvimento civilizatório. Sempre defendeu o que só agora começamos a perceber: o progresso não vem da ordem, vem da educação. O progresso não vem do chão de fábrica, vem dos bancos de escola. Não precisamos de uma revolução que acabe com os ricos. Precisamos de uma revolução que acabe com a falta de educação.

Se ainda estivesse entre nós, ele nos ajudaria a derrubar os dois muros que emperram o Brasil: o muro do atraso e o muro da desigualdade. O muro do atraso não nos deixa ser um país igual aos desenvolvidos, por falta de ciência e tecnologia. O muro da desigualdade não nos deixa quebrar essa maldita desigualdade perversa de cinco séculos, por falta de educação igual para todos.

No seu último dia de vida, hospitalizado, pediu para dar uma aula a uma criança. Uma das médicas levou seu filho, na época com 10 anos. Darcy Ribeiro deu sua aula de Antropologia ao menino. Explicou a ele por que é preciso modi-ficar a universidade, construir um sambódromo, conhecer as culturas indígenas: porque o Brasil precisa fazer o casamento da cultura da elite com a cultura do povo. Terminou a aula, tomou banho, barbeou-se, deitou-se, entrou em coma e morreu poucas horas depois. O homem que fez tanto pelo Brasil morreu como professor, por opção. Morreu como professor de crianças, por opção. Mostrou que essa é a elevação máxima para quem está às vésperas de entrar para a História.

Tive a honra de ser seu discípulo, de aprender com ele como ver o Brasil, que nosso país pode ser diferente. E disse-lhe uma vez, quando colocamos seu nome no campus da UnB, que, quando crescesse, queria ser Darcy Ribeiro. De lá para cá percebi que não terei tempo para chegar a tanto. Mas espero que muitas crianças brasileiras consigam, quando crescerem, ser Darcy Ribeiro.

Brasília, setembro de 2008.

Cristovam BuarqueSenador da República

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Apresentação

Houve um tempo em que havia trupes, talvez um encontro, quem sabe um momento. Dessas que se junta-vam somando cores, desejos e credos quase comuns, e saíam por aí em busca de se conhecer conhecendo os outros Brasis, que hoje alguns chamam de Brasil profundo. Com o gosto de compreender, aprender, registrar e mostrar para o mundo nos-sas mazelas e virtudes.

Era 1993, talvez tudo isso já estivesse com um sabor quase nostálgico, mas um pouco antes a Eco-92 tinha de alguma forma revivido essa possibilidade. Não era um cenário, um quadro, uma conjuntura... mas apenas algo que soma tudo isso que leva alguns jovens, alguns menos, uns mais experientes que outros, não a construir os séculos indígenas. Sécu-los já trazem em si uma idéia de temporalidade, dessa que conhecemos e que pode ser recriada por outros que nela foram obrigados a viver.

Índio todo mundo sabe o que é. Ou criou na cabeça que sabe. O cru e o cozido. A partir daquelas imagens que nos chegaram nos romanceios e letras de Alencar, Gonçalves Dias, nos delírios dos cronistas, nas crônicas dos padres, nas cartas régias e nos regimes oficiais que foram se multiplicando... e ou na insensatez dos livros da escola e na espetacularização da TV. Como se todos tivessem falado tudo. Esgotado.

Indígenas, uma nova forma de se dizer índio, de se ver o índio, de identificar o índio como o próprio da terra, esse era o momento, depois da raiz provocadora que Mário Juruna, Marçal Tupã’i, Ângelo Kretã e outros guerreiros anônimos tinham fincado uma década antes, que remonta há quantos tempos...

Daí surge “Séculos Indígenas”. O projeto, quase precursor naquela época. O movimento social dos índios vi-vendo uma era de mostrar seu vigor, de se deixar focar pela mídia, de ser visto. Agora não mais visto com os contornos meio subversivos do nascedouro da UNI (União das Nações Indígenas), na década de 80, quando todos ainda tentavam tirar o capuz sufocante dos medos trazidos pelos governos militares. A ecologia também surge mais visível na pauta midiática; por que não ligar índio e meio ambiente? Ventos vindos do sul já haviam arejado esses campos, na força da doçura solidária de Hilda Zimmermann batalhando com sua ANAI (Associação Nacional do Índio) lá no Rio Grande.

“Séculos Indígenas” é isso: um projeto de registro de situações, de falas, de emoções, em que se procura deixar que flutue a percepção dos povos indígenas em um dos tempos em que o movimento social desses povos de vozes polissêmicas encontrava-se quase em um único som de desejos e aspirações.

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A proposta deste catálogo é disponibilizar ao público um guia do acervo de imagens que registram a situação dos povos indígenas, suas vozes, seus modos de vida, e suas inter-relações durante a década de 1990 conosco que estamos do lado de cá, quando, mesmo com todo desespero, todas as incertezas, estes ainda eram sinal de esperança no futuro, e não estávamos esgotados pelos discursos pasteurizados em que estamos mergulhados hoje.

Mas a idéia aqui não é cultuar um olhar nostálgico. É um guia para provocar novos olhares, novas descobe-rtas. Para perceber que eles continuam aí ao nosso lado, talvez ainda não vistos, talvez mais do que nunca. Os indígenas, as belezas, as misérias e a resistência de ser um homem, um povo diferente, num mundo que se diz desencantado.

Toda escolha guarda em si uma convocação de vida ou morte. Assim como Álvaro Tukano, Frank Coe, Aílton Krenak guiaram o exercício de suas inquietações para a feitura do projeto “Séculos Indígenas no Brasil”, e deixaram algo para trás, no catálogo foi feita a escolha de se atrair os olhares priorizando a edição das imagens na maioria retirada da película e de certa forma contrariar o uso das normas convencionadas para indexação em trabalhos desse tipo.

Essa escolha fez com que este trabalho fosse dividido em cinco partes, nas quais se encontram agrupadas as imagens trabalhadas pela astúcia criativa de Alexandre de Freitas, convidando para esse novo olhar. Elas se agrupam por um eixo de sentido, pois falam das mesmas coisas, ou têm as mesmas intenções. Não é preciso dizer, mas é preferível repetir: essa é uma obra coletiva em que se buscou fazer um diálogo entre as idéias originais do projeto fílmico, a captura das imagens, com os textos e descrições.

São cinco partes:

Brumas, imagens e histórias – nas quais se busca reunir o que nos traz, ou que nos foi comunicado como história. Como uma névoa de encobrimento daquelas verdades que não foram contadas. Como um indício, uma suspeita de que ainda há muito a contar.

O verbo e o verde, homem e ambiente na fala de seus amantes – na constituição de um novo caráter para o humano no mundo moderno, o aprendizado com os indígenas. Traz a fala de pessoas que associaram suas existências à proteção da natureza, da vida e das diferentes formas de viver em paz com o planeta.

“...Surpreenderá a todos não por ser exótico mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio” - A frase de Caetano Veloso vem de um anúncio, de uma premonição grafada na música “Um índio”. O que causa surpresa não é a estranheza do diferente, do estereótipo, e sim não ter enxergado antes. O índio por sua própria fala.

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Urbis, Peri, peri-urbano – aquela cidade que você habita, aquilo que foi tomado como sonho de progresso, de civilidade. As tensões e interações intersocietárias. Aquele ser idealizado que está em busca de um outro ideal para continuar a viver novos significados. Nem tão urbano assim, mato-cidade, periferias dos Brasis.

Outras ocas, múltiplas palavras – as ocas, os caminhos, estão em muitos lugares a serem conquistados, re-tomados. A presença nos espaços das políticas do Estado Nação. Ninguém sozinho tem a palavra, são muitas, multiplicam-se como as cores que juntas formam um matiz novo, múltiplas palavras. Só o futuro dirá. Aproximando-se do final, trazemos uma indexação das imagens do projeto “Séculos Indígenas”, com a loca-lização dos segmentos que buscam contribuir para que outras pessoas, os indígenas especialmente, possam acessá-las, fazer descobertas, remontá-lo, utilizá-lo em seus estudos e em novas criações. Pode ser que cause surpresa o fato de que algumas imagens presentes no catálogo e identificadas na lista de indexação se encontrem em destaque com uma descrição mais detalhada e muitas outras não. É apenas uma forma de olhar. “Séculos Indígenas” continua nos novos olhares que virão a partir do material original que está sendo ofertado aos indígenas e a todos vocês.

Brasília, setembro de 2008

André R. F. RamosHistoriador e Indigenista

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Brumas, imagens e histórias

“Onde se busca reunir o que nos traz, ou que nos foi comunicado como história. Como uma névoa de encobrimento daquelas verdades que não foram contadas. Como um indício, uma suspeita que ainda há muito a contar.”

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“O Brasil sempre foi, e ain-da é, um espantoso moinho de gastar gente; embora seja, tam-bém, um progidioso criatório de gente.”

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A Invenção do Brasil

O Brasil sempre foi, e ainda é, um espantoso moinho de gastar gente; embora seja, também, um prodigioso criatório de gente. Seis milhões de índios existiam aqui quando o primeiro europeu chegou. Não sobraram hoje, como índios, nem trezentos mil. Não se sabe quantos negros foram gastos, tanto nas caçadas na África como na tenebrosa travessia nos tumbeiros, e, depois, já aqui, no duro eito dos canaviais, das minas, dos cafezais. Não terão sido menos de dez milhões, suspeita-se. Uns oito milhões de brancos foram recrutados quando o europeu, no século passado, se converteu, ele também, num gado humano exportável para as plantações brasileiras. Desta sementeira humana nasceu o povo-nação de cento e cinqüenta mi-lhões de pessoas que somos hoje. A parcela maior da latinidade. Uma neo-romanidade tardia, lavada em sangues negros e índios, inspirada pela sabedoria dos povos da floresta. Cultural e linguisticamente unificada. Certa e segura de sua identidade nacional, como gente que já não sendo índia, nem afro, nem européia, é uma coisa nova nesse mundo. Toda ela afundada na mais vil pobreza. Exceto uma fina nata dominadora, que sabe tirar dos estrumes desta pobreza uma riqueza ostentatória e uma erudição alienada. O Brasil é a resultante da fusão desses milhões de gentes desencontradas. Fusão genésica, uma vez que a mestiçagem, aqui, sempre se fez sem freios e foi realizada com alegria, sem nenhuma noção de que fosse crime ou pecado. Fusão também espiritual, pela confluência que aqui se deu dos patrimônios culturais de nossas diversas matrizes. Tudo isso nos plasmou como um povo mestiço na carne e na alma. Como tal, herdeiro de todas as taras e talentos da humanidade. Mas só muito parcialmente herdeiro dos saberes e da sagacidade daqueles que empreenderam seu fazimento. Isso tudo faz de nós aquilo que Toynbee chamou de proletariado externo, pensando em Cartago, depois de vencido, e em Roma. Cartago jamais voltou a existir para si, existiu para Roma. O Brasil nunca existiu para si próprio, na busca da prosperidade e da fe-licidade de seu povo. Existiu e existe é para servir, servil e explorado, ao mercado mundial, que ajudou a viabilizar, dentro deste mercado internacional, sua economia da pobreza, geradora de prosperidades patronais restritas.

Darcy Ribeiro

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“É muito curioso... a sabedoria européia, em alguns capítulos dela, a saga-cidade européia, a sagacidade dos saqueadores, os “extorquidores”. Vejam só, em 1454, a Europa estava se expandindo ainda sobre a África, sobre a costa da África. O Papa deu ao Rei de Portugal uma bula garantindo ao Rei de Portugal que onde o Príncipe D. Henrique, que estava viajando, que estava explorando a África, que onde o príncipe pusesse a mão, aquela terra seria do Rei, e o “Negro” em que ele tocasse seria escravo, escravo dele e de seus filhos até o fim do mundo. Vejam só, isto é o direito à espoliação, uma bula papal, mesmíssima bula papal que é repetida para o Rei de Espanha em 1493. Um ano depois da “descoberta”, um ano depois da invasão da chegada aqui de Colombo. O Papa, que era uma suprema autoridade legal do mundo na época, dava ao Rei de Espanha o direito que tinha dado ao Rei de Portugal, o direito de se apropriar. Esta é a lei que rege até hoje a única lei das Américas. A lei de saqueio, a lei do roubo, a lei da espoliação.”

Depoimento oral de Darcy RibeiroRio de Janeiro, RJ. Setembro de 1993.

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Bulas e Burlas

“[...] concedemos ao Rei Afonso a plena e livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar, subjugar quaisquer sarracenos e pagãos inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e de seus descendentes[...]” (Nicolau V, Bula Romanus Pontifex, 8 de ja-neiro de 1454)

“[...] sujeitar a vós, por favor da divina Clemência, as terras firmes e ilhas sobreditas, e os moradores e habitantes delas, e reduzi-los à Fé Católica (essas) ilhas e terras firmes achadas e por achar, descobertas e por descobrir [...] a Vós e a vossos herdeiros e sucessores (Reis de Castela e Leão) pela autoridade em Deus onipotente a nós concedida em S. Pedro [...] vo-las doamos, concedemos e entregamos com todos os seus domínios, cidades, fortalezas, lugares, vilas, di-reitos, jurisdições e todos os pertences [...]” (Alexandre VI, Bula Inter Cetera, 4 de maio 1493).

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1- Índios Guarani. Foto de Gustavo Wrase (pai de Hilda Zimmermann), Santa Rosa - RS. 1921.2- A Epopéia da Comissão Rondon (Achiles Tartari) 1955 - fotogramas. Acervo do Museu do Índio, RJ.

1 - Darcy Ribeiro junto aos índios Urubu Kaapó. Acervo Fundação Darcy Ribeiro, RJ.

1 - A Epopéia da Comissão Rondon (Achiles Tartari) 1955 - fotogramas. Acervo do Museu do Índio, RJ.

1 - Fotogramas do filme “O Descobrimento do Brasil” - 1937, de Humberto Mauro. Acervo da Cinemateca Brasileira - SP.

1 - Fotogramas do filme “O Descobrimento do Brasil” - 1937, de Humberto Mauro. Acervo da Cinemateca Brasileira - SP.

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1 - Fotogramas do filme “O Descobrimento do Brasil” - 1937, de Humberto Mauro. Acervo da Cinemateca Brasileira - SP.

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1 - Gravura de Jean-Baptiste Debret - 1825. 2 - João Domingos Lamonica, fotógrafo. Responsável pelo Depto. de Fotografia do Museu do Índio - RJ. Fotograma. Acervo do Projeto Séculos Indígenas no Brasil - 1994.3 - Ana Maria da Paixão, antropóloga. Museu do Índio - RJ. Fotograma. Acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil - 1994.4 - A Epopéia da Comissão Rondon (Achiles Tartari) 1955 - fotogramas. Acervo do Museu do Índio, RJ.5 - Darcy Ribeiro junto aos índios Urubu Kaapó. Acervo Fundação Darcy Ribeiro, RJ.

1- Mapa Terra Brasilis - Atlas Miller – 1519.2 - Gravura. Autor desconhecido - 1550.

1 - Conjunto de Gravuras de Jean-Baptiste Debret do acervo do Museu Etnográfico de Genebra, Suíça. Interpretação fotográfica de Piotr Jaxa - fotogramas. Acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil - 1994.

1 - Gravura de Jean-Baptiste Debret - 1825. 2- Gravura de época de Hans Staden - cerca de 1550.3- Gravura de época de Jean de Léry - 1578.

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“Na constituição de um novo caráter para o humano no mundo moderno, o aprendizado com os indígenas. Traz a fala de pessoas que associaram suas existências à proteção da natureza, da vida e das dife-rentes formas de viver em paz com o planeta.”

O verde e o verbo – homem e ambiente na fala de seus amantes

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Barbarismo Consciente

Durante talvez dois milhões de anos, por mais de 99% de sua história, a espécie humana praticou um estilo de vida semelhante ao que podemos hoje observar no co-ração do continente sul-americano, entre os últimos rema-nescentes de culturas indígenas que ainda não sucumbiram às agressões do homem que se diz civilizado. Neste modo de vida, vivendo da caça e coleta, o homem se encontra per-feitamente integrado em seu ambiente natural, não tem os meios e, o que é mais importante, não tem a ambição de destruir o mundo natural do qual se considera apenas parte. Neste convívio, a natureza pouco ou nada sofre, uma vez que o tributo que o homem lhe extrai não ultrapassa sua capa-cidade de recuperação. Por isso mesmo, esse estilo de vida é permanentemente sustentável, o que comprova sua lon-gevidade. Não há explosão demográfica e não há degrada-ção ambiental. A visão do mundo, as convenções sociais e os tabus são tais que levam, automaticamente, à situação de equilíbrio estável. Como sabe todo aquele que conhece de perto a vida indígena, o índio, além de não devastar e emporcalhar o mundo em que vive, vive uma vida profundamente humana, caracterizada por formas de harmonia, de integração social e felicidade individual, o que não têm paralelo nas sociedades modernas. Em sua cultura intacta, não contaminada pelo homem moderno, os indígenas não são anormais ou mar-ginais. Quem assim pensa, demonstra que nada compreen-deu, que não tem noção da realidade, que lhe falta toda perspectiva histórica. Como pode ser anormal quem apenas continua a mais antiga e venerável tradição da humanidade, quem continua vivendo como vivemos durante 99% de nos-

sa história, quem se recusa a participar de uma experiência cujo resultado é ainda duvidoso? Anormais somos nós, an-ormal é a sociedade de consumo, tanto pela posição que ocupa na grande perspectiva histórica como pela adoração da mudança pela mudança, quando já sabemos que o fu-turo não pode pertencer à mudança contínua, que somente a estabilidade tem futuro, que somente situações equilibra-das podem garantir a sobrevivência e o verdadeiro progresso, o progresso espiritual e moral, o progresso da qualidade de vida, que nada tem a ver com a quantidade de materiais que movimentamos. Não temos o direito de querer impor ao indígena nossa maneira de vida, de insistir em sua “integração”. A úni-ca proteção que o índio necessita é o respeito a seus direitos como ser humano, como cultura autônoma, como nação. O que devemos proporcionar-lhe é abrigo das agressões e da cobiça do “homem civilizado”, que quer despojá-lo de suas terras. O índio, nada, absolutamente nada, tem a ganhar com o nosso “progresso”, a não ser o desastre. Impondo-lhe nossa “civilização”, somente lhe trazemos o aniquilamento cultural e físico. Nossos desbravadores carecem do esquema con-ceitual que permitiria um contato mutuamente proveitoso. Enquanto não estivermos nós mesmos moralmente prepara-dos para o contato com o índio, não temos o direito de inva-dir suas terras, seja qual for o pretexto. Resolvamos os problemas que temos a resolver, frei-emos nossa cobiça, deixemos o índio viver! Dentro de algu-mas décadas, nossos filhos, que, por força das circuns-tâncias, terão, certamente, consciência ecológica ainda ini-maginável para nós, saberão agradecer-nos por tal ato de sabedoria. Muito em breve estaremos todos no mundo indus-trial, submetendo a profundo reexame nossos valores, nos-sas atitudes, nossas estruturas sociais, nossos tabus e nossas instituições. Estaremos à procura de modelos de sociedades

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não-agressivas e não-competitivas. Muita coisa podemos e devemos apreender dos inúmeros modelos pratica-dos pelas sociedades primitivas, e não somente aqui na América do Sul. Estamos ainda em condições de conceder ao índio sua sobrevivência física e cultural. Se continuarem as tendências atuais, isso se tornará impossível dentro de poucos anos. Devemos agir. Se acabarmos com o índio, entraremos na História como bárbaros conscientes. Ao contrário do que aconteceu em séculos passados, temos hoje a obrigação de saber o que estamos fazendo. NÃO TEMOS O DIREITO DE ACABAR COM O ÍNDIO!

José Antônio Lutzenberger

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O presságio aí está, negro presságio.A falar-me, silente, de dores por doer

Mais doídas que todas as dores já doídas.A dor, talvez, de nunca mais doer.Não são dores da carne. Não só.

Nem serão dores maiores, estertórias.São dores da alma minha, balindo, trêmula.

Dores que, antes de doer, já me doem aqui, agora.Que resta nesta vida por doer-me?Já não doem minhas dores todas?

E a roda da dor, acaso, pára um dia?Em um homem vivo, cansada, ela parou?

Esse tremor pressago que me assaltaÉ o de perder o último, derradeiro, bem que tenho.

A vida aninhada no meu corpo,Com o prodígio de gozar e de sofrer.Que é que temo, eu que nada temo?

A solidão, talvez, de uma eternidade fútil, inútil?Qual! O que me arrasa é o terror pânico

De não mais ser, nem estar, jamais aí.Vocês todos vivendo, seus f.d.p. ... Só eu não.

Darcy Ribeiro

PRESSAGO

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“Um dia, um índio me disse uma coisa muito sábia - foi o Juruna, um líder indígena: - “Olha Darcy, sabe, agora o que eles estão querendo é que cada índio se amarre num ‘pé de pau’. Se amarre! Porque o Brasil não tem mais fundo, eles tomaram tudo... tudo pro fundo”. Antigamente os índios podiam ir mais pro fundo, ir mais para o Oeste. Agora não tem mais fundo. Quer dizer, esta idéia de que o Brasil não tem mais fun-do, porque se apropriaram de tudo, e que o índio, para se manter onde ele está, tinha que se amarrar, quer dizer, a alternativa de se amarrar é brigar.

O Juruna conseguiu retomar as terras do povo Xavante - do povo dele - em extensão muito grande. Terras que tinham sido roubadas pelos próprios funcionários do SPI (Serviço de Proteção ao Índio). Ele conseguiu armando os índios todos e ameaçando uma guerra, uma guerra contra o Brasil! Foi assim que ele con-seguiu.”

Depoimento oral de Darcy RibeiroRio de Janeiro, RJ. Setembro de 1993.

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Gatão - Gostaríamos de saber do companheiro Lula, um companheiro for-jado na luta, companheiro de muitos anos de batalha, como ele vê essa aliança entre índios, seringueiros e trabalhadores que lutam pela floresta, sua terra, sua região?

Lula - Primeiro, Álvaro e Gatão, eu acho que a questão da aliança para sobrevivência, da aliança para o estabelecimento de novas culturas, é uma necessidade.

Álvaro - É que o governo, este que está aí – do Ita-mar Franco – e os anteriores sempre alegaram que não têm dinheiro para garantir a demarcação das reservas extrativistas e das terras in-dígenas. No governo que o senhor pleiteia para esses povos, para esse país, você vai usar esse mesmo teclado ou vai agilizar o diálogo conosco e buscar uma solução?

Lula - Primeiro eu não acredito na idéia de que não se tenha dinheiro para fazer as demarcações tanto das reservas extra-tivistas quanto das terras indígenas. O problema é que não há von-tade política, não tem prioridade do governo de fazer, ou seja, não é o mais interessante.

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Lula - É importante dizer que não se quer apenas a demarcação. Não adianta demarcar e deixar como Ror-aima ficou. Os garimpeiros entraram e fizeram o que fizeram com os Yanomami. Não adianta fazer a reserva extrativista, fazer demarcação e não dar estrutura suficiente, condições para as pessoas produzirem. Então eu acho que é muito mais que fazer demarcação é criar as condições para que os índios e seringueiros sobrevivam dentro de suas terras, para poderem produzir, poderem vender o produto de seu trabalho e poderem viver livremente. É preciso fazer com que haja um bom sistema de educação, um bom sistema de saúde, para que as coisas não se resumam apenas à doação da terra. É preciso dar terras e dar condições objetivas de sobrevivência.

Gatão - Tem um aspecto que, tanto da parte dos índios quanto dos seringueiros, nós enfrentamos, que é a questão da violência rural, e nós enfrentamos isso e nossas lideranças são exterminadas... foi o Chico Mendes, foi o Arnaldo, foram os índios, as ameaças são em cima das principais lideranças. Nós enfrentamos isso quase como uma coisa sem cura. Então, cada vez que desponta uma liderança, tanto da parte dos índios quanto da parte dos seringueiros ou dos trabalha-dores rurais, é uma certeza que vai ser exterminada. Nossa grande preocupação é que isso se fala três ou quatro meses depois da morte, no máximo uma missa, um ato público. Concretamente não temos ninguém na cadeia dessas pessoas que foram exterminadores das lideranças... Nós queremos saber, do ponto de vista do Lula, da liderança que está encaminhando a luta em defesa da cidadania, como pensa isso, o que podemos fazer em conjunto para acabar com isso, pois no futuro nós temos que fazer alguma coisa para mudar.

Lula - A primeira coisa que tem que ser feita é o seguinte: é preciso acabar com a impunidade. No dia em que nós acabarmos com a impunidade, nós acabaremos com 50% da violência estabelecida hoje, com os conflitos entre latifundiários e seringueiros, latifundiários e índios, latifundiários e posseiros.

Em segundo lugar, a falta de garantia do próprio Estado, da determinação. Ou seja, à medida que o Estado faz a demarcação de uma área, cabe a esse mesmo Estado dar a proteção para que aquela área não seja importunada. O Estado na verdade dá a área, mas não se preocupa, daí qualquer fazendeiro se mete a fazer justiça com as próprias mãos, des-respeitando os direitos elementares, que são os direitos civis contidos em nossa Constituição. Eu acho que muita serenidade por parte da polícia, muita serenidade por parte da justiça, seria a solução para a gente acabar com a violência contra índios, contra seringueiros, contra as lideranças do movimento sindical em geral no nosso país.

Entrevista realizada por Gatão, presidente do Conselho Nacional do Seringueiros, e Álvaro Tukano com o então candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Reserva Extrativista Chico Mendes. Outubro de 1993.

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1 - Aldeia Krikati. Foto de Piotr Jaxa. Montes Alves, MA. 1993.2 - Álvaro Tukano e Hilda Zimmermann. Foto João Sassi. Rincão Gaia, Rio Grande do Sul. 2005.

1 - José Lutzenberger. Foto de Piotr Jaxa. Rincão Gaia, RS. 1996.2 - José Lutzenberger. Entrevista e conferência em Berlim, Alemanha. Fotogramas, acervo do projeto Sécu-los Indígenas no Brasil. 1996.3 - Álvaro Tukano, Frank Coe e José Lutzenberger. Foto de Paulo Metz. Porto Alegre, RS. 1993.4 - Álvaro Tukano e Hilda Zimmermann. Foto de Paulo Metz. Porto Alegre, RS. 1993.

1 - Darcy Ribeiro em Copacabana. Acervo Fundação Darcy Ribeiro.2 - Álvaro Tukano e Darcy Ribeiro. Foto de Paulo Metz. Rio de Janeiro, RJ. 19933 - Darcy Ribeiro. Acervo Fundação Darcy Ribeiro.

1 - Conjunto de fotos de Darcy Ribeiro. Acervo Fundação Darcy Ribeiro. 2 - Darcy Ribeiro. Acervo Fundação Darcy Ribeiro.

1 - Luiz Inácio Lula da Silva, Álvaro Tukano e “Gatão”, Reserva Extrativista Chico Mendes, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Álvaro Tukano e sindicalistas. Foto de Paulo Metz. Xapuri, AC. 19932 - Sr. Dionísio, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Devastação do Acre. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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“A frase de Caetano Veloso vem de um anúncio, de uma premonição grafada na música “Um Ín-dio”. O que causa surpresa não é a estranheza do diferente, do estereótipo, e, sim, não ter enxergado antes. O índio por sua própria fala.”

“...surpreenderá a todos não por ser exótico mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio ”

Caetano Veloso

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“- Diaopekoneatará, em Tukano, quer dizer: “O lugar onde corre o leite e o mel”.

-Segundo o mito de nossos antepassados, por aqui começou a vida, nesse continente, ou seja, por aqui os nossos antepassados encontraram grandes nações indígenas que hoje não se vê mais. Então eu me lembro muito bem, quando estou aqui, do meu avô, cujo nome em Tukano significa rouxinol.

- Certo dia, numa tarde, andei com meu avô nas costas. Perguntei-lhe como era a história de nossos antepas-sados e ele narrou justamente como era a origem de nossas vidas, a origem de Diaopekoneatará.”

Depoimento oral de Álvaro TukanoPraia de Grumari, Rio de Janeiro, novembro de 1993.

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“Eu posso falar alguma coisa sobre a nação indígena dentro do Brasil. Por que a gente está vendo isso? Por que, a partir de hoje, onde está o defeito dentro do Brasil? Onde está o enxergo do governo? Hoje a nação indígena tão no sofrimento, sofrimento legítimo. Mui então que a partir de hoje nós podemos chegar a uma decisão, porque a nação indígena sente a necessidade. Mas por que a nação indígena sente a necessidade? É porque eles pre-cisam trabalhar, eles precisam se virar também! Por que isso? Não se via isso. Então a nação indígena precisa uma coisa normal, nós que somos o dono do Brasil. O Pedro Álvares Cabral chegou, descobriu o Brasil, já existia o índio, então logicamente, a partir de hoje, os índios eles querem tranqüilidade, eles querem sobrevivência tranqüilo. Mas por que o governo, governo brasileiro, tem que chegar, que ver, enxergar o outro lado, que os índios, a nação indígena preci-sa convivência bom, tranqüilidade. Então que a tribo Krikati não quis deixar tradição de século em século, vem sendo tradição. Bom, os Krikati então querem saber a demarcação. Mas de uma parte o governo brasileiro não chega a enxergar, não chega a ver essa oportunidade dessa nação. A nação indígena precisa dos lugares, precisa o local, porque nós queremos mesmo e o governo tem que ver essa parte. O governo tem que ver a necessidade. Não pode governo fazer isso, não pode o governo ficar na dele e não enxergar pra trás. Tem que o governo se pre-ocupar e enxergar os dois lados, porque precisa essas nações, que somos nós. A nação indígena precisa uma convivência bem, uma vivência bem. Não somos só essa tribo, várias tribos, várias pessoas indígenas sempre se preocupando, eles se preocupam demais porque uma parte, essa nação tem que ver os dois lados.

[...] muitos são lascados e são aquelas pessoas que são pobres, aquelas pessoas que não têm recursos, não têm com que e como sair, mas... muitos que têm os criadores, esses que são folgados, não enxergam a parte dos mais lascados. Esses mais lascados que a gente fala é aquelas pessoas que não têm como conviver, não têm como escapar dos maus e do sofrimento. Então igualmente nós somos essa nação, essa nação aqui sempre já vem assim e aí por isso o governo federal, nessa parte, tem que ver. Índio Krikati fica falando do governo, não é discutindo, não é escrachando o governo. Mas governo existe pra isso, autoridade existe pra isso, governo brasileiro precisa ver dessa parte, antigamente que aconteceu isso, mas hoje em dia não pode acontecer isso mais.”

Depoimento oral do Cacique Benjamim Krikati, Montes Alves - MA. Outubro de 1993.

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“A Federação é um órgão de referência para todas as comunidades. O objetivo geral da FOIRN é trabalhar com as comunidades. Surgiu com o objetivo de defender os direitos dos índios na demarcação das terras tradicionais e lutar pela subsistência, por tudo que é direito do povo massacrado nesses 500 anos pelo impacto da nova civilização. Conscientizar o povo para conviver com a nova civilização. Isso não significa que nós queremos ser separatistas, muito pelo contrário. O que nós queremos é congregar com essa nova situação para o caminho certo. E esse é o objetivo da FOIRN.”

Depoimento oral de Braz França, do povo Baré, Presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. São Gabriel da Cachoeira - AM, outubro de 1993.

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A carta da terra O manejo do meio ambiente e da terra sempre foi uma sabedoria de nosso povo. Houve, pois, um tempo em que éramos ricos, dominávamos de ponta a ponta a natureza, as plantas medicinais, seu potencial alimentar e até uma arquitetura da selva. Depois da che-gada do colonizador, nos impuseram uma “civilização”, que invadiu nossas terras, destruiu nossos lares, silenci-ando nossas vozes. Mas os ensinamentos dos nossos an-tepassados ainda perduram cinco séculos depois.

Amar a terra que nos alimenta, viver os sonhos de nossos sábios; o de sermos gente, deixando para trás um tempo em que, pelo simples fato de sermos diferentes, nos tornaram inúteis. A carta da terra dos po-vos indígenas é assim: simples e compreensível como o canto dos pássaros e o olhar das crianças.

Marcos TerenaCoordenador Geral do Comitê Intertribal

500 Anos de Resistência

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“Ela tá contando, tá guardando até hoje na memória o início da aldeia Limão Verde quando nosso chefe falou hoje de manhã. Essa aldeia aqui, ela começou a se formar após a guerra do Paraguai. Então ela reforça a história, tem toda uma memória viva, tá ela aqui que está viva até hoje; que quando o bisavô, os pais dela chegaram até aqui encontraram um pé de limão onde reforçou essa idéia... onde que chamasse Limão Verde essa aldeia aqui. Isso tudo teve seqüência após a guerra do Paraguai, pois eles estavam fugindo procurando esconderijo para que eles pudessem combater também contra a guerra do Paraguai.

[...] Ela não gostaria de contar histórias engraçadas agora no momento porque... porque ela tem de reforçar. Ela tem medo que os próprios netos, bisnetos dela percam a tradição. Ela passa men-sagem significativa para o povo Terena, para os povos indígenas nacionais do Brasil, hoje repassa a união do que tem dentro de uma comunidade, a criação do neto dela, a criação do bisneto. Ela sempre busca uma união dentro de uma comunidade, o respeito é muito importante, o respeito entre as pessoas, o ser humano. É isso que ela diz, esse pensamento, essa memória que ela tem até hoje. Isso que ele me passou. Ela não quer acabar com a união que tenha dentro do povo, como uma nação indígena.“

Depoimento oral da anciã Terena de 101 anos de idade [fala na língua com tradução de um bisneto jovem]. Aldeia Limão Verde, Aquidauana - MS. Outubro de 1993.

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“[...] Independentemente da ex-tensão destes territórios, é necessário e é preciso que nós pensemos em conjunto uma idéia de manejo desses territórios, um inventário cultural e material dos bens existentes nestes territórios. Para que, juntos, nós possamos construir estratégias que lidem com a herança espiri-tual, com os valores da nossa tradição e da nossa cultura. Que possam dar ânimo para o espírito de nossos antepassados. Pois, se nós conseguirmos transmitir para as futuras gerações o sentido sagrado de viver nesta terra, nós teremos conseguido passar para eles a he-rança que nós recebemos de nossos ancestrais, dos nossos avós. E, caso nós não consigamos passar este patrimônio espiritual para nossos descendentes, não adiantará nós garantirmos territórios extensos, nem sermos comparados com outros povos ricos materialmente [...]”.

Depoimento oral de Ailton KrenakParque da Previdência, São Paulo, SP, novembro de 1993.

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1 - AIlton Krenak e Álvaro Tukano. Foto de Alexandre de Freitas. Rincão Gaia, RS. 2005.2 - Jovens Krikati. Foto de Piotr Jaxa. Montes Alves, MA. 1993.

1 - Álvaro Tukano. Depoimento. Praia de Grumari, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Aldeia Amondawá, região de Trincheiras, RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

2 - Aldeia Yawanawá, região do Rio Gregório, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Amondawá. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Amondawá. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Karitiãna. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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1 - Cenas da comunidade indígena Yawanawá. Região do Rio Gregório, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Álvaro Tukano e Biraci Brasil, líder Yawanawá. Foto de Paulo Metz. 1993.

1 - Pista de pouso na Aldeia Katukina, Região do Rio Gregório, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Jacó, missionário holandês, Aldeia Katukina. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Aldeia Amondawá. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.4 - Álvaro Tukano e Rieli Franciscato. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.5 - Cizino Karitiãna, líder indígena. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.6 - Lago da Usina Hidrelétrica de Samuel. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Piotr Jaxa. 1993.2 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Paulo Metz. 1993

1 - Cacique Benjamin, Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Piotr Jaxa. 1993.2 - Jovens das aldeias Krikati e Amondawá. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Pintura corporal Krikati, Montes Alves, MA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Aldeia Krikati - “corrida de toras”. Fotos de Paulo Metz. 1993.

1 - Cenas da Aldeia Krikati. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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1 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Paulo Metz. 1993.2 - Cenas da Aldeia Krikati. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Davi Richardson e Antônia Kaxinawá no Centro de Preservação das Artes e Culturas Indígenas, em Altér do Chão, Santarém, PA. Cenas ribeirinhas no Rio Tapajós. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Comunidade S. Jorge, São Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, a cervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Rio Negro. Foto de Piotr Jaxa. 1993.3 - Alberto Padilha Garcia, presidente da Associação das Comunidades Indígenas do Rio Negro. Comunidade S. Jorge, São Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Comunidade da Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Culto religioso na Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Caminhão do Exército, Batalhão de S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Igreja Salesiana em S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Brás França, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. Fotograma, acervo do projeto Sécu-los Indígenas no Brasil. 1993.4 - Praia do Rio Negro em S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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1 - Manifestação cultural de canto e dança na Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Rio Negro, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Foto Piotr Jaxa. 1993.

1 - Lula, filho de Álvaro Tukano, e seu avô materno. Foto de Piotr Jaxa. 1993.2 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Comunidade indígena de Curicuriari, região do Baixo Rio Negro. S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Equipe de filmagem, membros da Comunidade Tukano do Balaio e soldados no caminhão do exército. Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Manifestação cultural de canto e dança da comunidade Terena, na aldeia Limão Verde, Aquidauana, MS. Fotogram-as, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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1 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Sr. Casemiro, pai de Álvaro Tukano. Foto de Piotr Jaxa. 1993.

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1 - Membros da comunidade Terena, na aldeia Limão Verde, Aquidauana, MS. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Ezequias Hering, “Xará”, antropólogo, pesquisador e indigenista. Campo Grande, MS. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Eduardo Barbosa Pereira, Kaiowá, Dourados, MS. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.4 - Joel Terena, administrador regional da FUNAI, Campo Grande, MS. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Álvaro Tukano, Ailton Krenak, e membros da comunidade Krenak, Aldeia Krenak, Vale do Rio Doce, MG. Foto Paulo Metz. 1993.2 - Aldeia Krenak, Vale do Rio Doce, MG. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Membros da comunidade Krenak, Aldeia Krenak, Vale do Rio Doce, MG. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Álvaro Tukano e o trem no Vale do Rio Doce, MG. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Criança Kaiowá, MS. Foto de João Ripper.

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“Aquela cidade que você habita, aquilo que foi tomado como sonho de progresso, de civilidade. As tensões e interações intersocietárias. Aquele idealizado que está em busca de um outro ideal para con-tinuar a viver. Novos significados. Nem tão urbano assim, mato-cidade, periferias dos Brasis.”

Urbis, Peri, peri-urbano

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“O Centro de Pesquisa Indígena não é um lugar. É o caminho que liga a memória da criação do mundo, presente nas narrativas tradicionais, no co-nhecimento antigo, com o conhecimento sobre o novo, no trabalho do cientista e do pesquisador.”

Ailton Krenak

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“Quando eu cheguei pra aqui tá com 17 anos que eu vim da aldeia de Barra Velha, Monte Pascoal. Nasci e me criei lá. Então, sabendo que aqui foi a descoberta do Brasil, e quando Pedro Álvares Cabral chegou aqui já encontrou os índios, entonce eu, sabendo que nós temos direito porque é a terra dos índios, então eu vim pra aqui.... porque lá muito fraco, muito difícil de transporte, então com uma pessoa doente vai ter que carregar nas costas, não tem como poder trazer pra pegar carro, pra chegar cá... acudir o índio. E aqui o transporte é na porta, então eu mudei pra aqui. E eu estou subindo... cheg-uei aqui, fiquei. Aí meu pessoal foi chegando, foi chegando... vinha um, chegava, fazia um barraquinho, vinha outro, fazia um barracozinho... é melhor de pegar o kaiambá, que é o dinheiro, pegar o kaiambá. Então, chegou aqui nós, foi ficando, foi fi-cando e hoje em dia tamos aqui. Quando eu cheguei por aqui isso tudo era mato, não tinha nada aqui tudo, nada! Nem bar-raqueiro nenhum! ... Depois que nós já tamos aqui 17 anos de-pois e isso tudo era mato. Aí, bom... teve a Centauro, as pousa-das e formaram firma. E aí então ficou. Aí lá vai nós e vamos indo, vamos indo, vamos vivendo aqui. Lá vai hoje... amanhã e hoje em dia.... e tamos lutando, tamos lutando aqui. “

Depoimento oral de Beré Pataxó - Coroa Ver-melha, Porto Seguro - Bahia. Novembro de 1993.

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... Se amanhece o Sol, a todos aquenta,Se chove o céu, a todos molha,Se toda a luz caíra a uma parteE toda a tempestade a outra,Quem sofrerá?Mas não sei que injusta condição éA deste elemento grosseiro que vivemos.Que as mesmas igualdades do céu,Em chegando à Terra, logo seDesigualam.

Padre Antônio Vieira, 1650.

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Álvaro – Como é que está o missionário hoje? Como é que está o pastor hoje para salvar os índios? O que é a salvação dos índios para os missionários?

Padre Mário - Eu entendo o seguinte: houve um certo progresso, um certo avanço na política, vamos dizer, missionária. Se você lembra um pouco, Álvaro, como era a política dos missionários quando você era garoto lá no Rio Negro...

Álvaro – É, eu tinha medo dos missionários...

Padre Mário – A gente pode ver que tinha uma imposição. As lideranças indígenas eram reprimidas, havia todo um controle por parte dos missionários. Mas a partir de uma mudança também histórica, e também por parte de um grupo de missionários católicos, de modo particular o missionário do CIMI. [...] Então, houve uma evolução muito impor-tante. [...] O índio voltou às suas aldeias, reassumiu seus rituais, os seus mitos e houve por parte dessa organização, de um modo particular o CIMI, um incentivo para que o índio se organizasse dentro do ponto de vista interno, de ir readquirindo seu ethos, os seus costumes que haviam perdido pela agressão de uma ação missionária do passado e passou, vamos dizer, a ter uma visão política mais clara. Isso se deu sobretudo porque os missionários do CIMI favoreceram a realização das as-sembléias indígenas, os índios passaram a se encontrar, a analisar a realidade e a lutar. Hoje, o Álvaro pode dizer melhor do que eu, tem mais de 100 organizações indígenas no Brasil. Então você vai me dizer está tudo bem? [...]

Álvaro - Então é muito importante preservar a imagem dos missionários, que realmente sejam missionários, não se pode misturar uma religião com a politicagem que existiu sobre as populações indígenas até aqui...

Padre Mário – [...] E uma outra questão a que você, Álvaro, está se referindo, é uma questão de caráter teo-lógico, de caráter, vamos dizer assim, mais especificamente religioso, quer dizer: a idéia cristã carrega ainda a idéia expansionis-ta, de impor a própria religião aos outros. Inclusive, a Igreja Católica, mesmo não sendo uma igreja fundamentalista como os outros grupos, mantém algumas características fundamentalistas, que quer impor alguma coisa já pronta, já feita ao índio e que impede um diálogo religioso, uma troca harmoniosa em cima da vida religiosa de cada um. [...]

Entrevista realizada por Álvaro Tukano com o Padre Mário Fioravanti - Rio de Janeiro, novembro de 1993.

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O Brasil que completou 500 anos no ano 2000 desconhece e ignora a imensa sociodiversidade nativa contempo-rânea dos povos indígenas. Não se sabe ao certo sequer quantos povos nem quantas línguas existem. O (re)conhecimento ainda que parcial dessa diversidade não ultrapassa os restritos círculos acadêmicos.

A tarefa de tecer um painel abrangente da situação atual dos povos indígenas no Brasil é, de fato, um quebra-cabeça com milhares de peças espalhadas e sem uma imagem guia. Hoje um estudante ou um professor, por exemplo, que quiser saber algo mais sobre os índios brasileiros contemporâneos terá muitas dificuldades.

Em primeiro lugar porque há poucos canais e es-paços para a expressão diretamente indígena no cenário cultural e político do país. Via de regra, vivendo em “locais de difícil acesso”, com tradições basicamente orais de comunicação e na condição de monolíngües, com parco domínio do português, as diferentes etnias encontram barreiras para se expressar livremente com o mundo dos não-índios.

Seus pontos de vista são tomados geralmente fora dos contextos onde vivem, mediados por intérpretes freqüentemente precários e registrados finalmente como fragmentos e em portu-guês.

Carlos Alberto RicardoSecretário Executivo - CEDI

(Centro Ecumênico de Documentação e Informação)

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1 - Anciã Pataxó. Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Foto de Paulo Metz. 1993.2 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Paulo Metz. 1993.

Depoimentos registrados na sede da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé. Porto Velho, RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - Evandro Santiago, indigenista da FUNAI. 2 - Ivaneide Bandeira, historiadora e indigenista. 3 - Rieli Franciscato, indigenista, chefe de posto da FUNAI. 4 - Rogério Vargas, agrônomo e indigenista. Depoimentos registrados na sede do Centro de Pesquisa Indígena, Cruzeiro do Sul, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 5 - Biraci Brasil Yawanawá. 6 - Armando Soares Filho, indigenista da FUNAI. 7 - Ailton Krenak, criador do CPI. 8 - Moisés Ashaninka.

1 - Ailton Krenak, Núcleo de Cultura Indígena, São Paulo, SP. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

Depoimentos gravados na comunidade Pataxó. Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - Boré, pai do Cacique Arapatí. 2 - Nélson Saracura. 3 - Macuco4 - Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Foto de Paulo Metz. 1993.

1 - Aldeia Pataxó. Floresta Verde, Porto Seguro. BA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Cacique Arapatí, Pataxó. Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

Depoimentos Gravados em Salvador, BA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.1 - Farol da Barra. 2 - Biraci. 3 - Sol - Dirigentes da Associação Indígena Casa do Índio.4 - Marcelo do Olodum, Diretor Cultural do Olodum.5 - Prédio em ruínas, ocupado por famílias. Praia em Salvador, BA . Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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1 - Padre Mário Fioravanti. Colégio Assunção, Santa Tereza, Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Cristo Redentor, Monte Corcovado. Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.2 - Favelas. Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.3 - Casa do Índio. Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.4 - Eunice Alves Cariry Sorominé, fundadora e diretora da Casa do Índio. Rio de Janeiro, RJ. Fotograma, acervo do pro-jeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

Depoimentos gravados na sede do Centro Ecumênico de Documentação e Informação - atual ISA - Instituto Socioambi-ental. São Paulo, SP. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - André Villas Boas. Coordenador do Programa Povos Indígenas no Brasil. 2 - Geraldo Andrello. Documentarista - Campanha Raposa Serra do Sol. 3 - Alberto Ricardo. Secretário Executivo do CEDI.

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“As ocas, os caminhos, estão em muitos lugares a serem conquistados, retomados. A presença nos espaços das políticas do Estado nação. Ninguém sozinho tem a palavra, são muitas, multiplicam-se como as cores que juntas formam um matiz novo, múltiplas palavras. Só o futuro dirá.”

Outras ocas, múltiplas palavras

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“A luta do nosso povo é diferente da luta do branco. O branco você sabe que pode entrar, polícia deixa entrar. A vida do branco é muito complicada, é muito violenta, muito ruim, muito mal. Então a vida de nós é mais fácil, e acredito que quem vai visitar aldeia meu pode entrar, que pode dormir, onde pode comer peixe assado, bicho assado, não precisa dinheiro! Eu não precisa dinheiro, eu não precisa cobrar. Agora branco sempre cobra coisa [...] então a luta de nós, a gente sempre tem que ser assim, junto, para conseguir alguma coisa importante pra nosso filho, nosso neto. É isso que é minha idéia, meu trabalho, é isso... Nós não pode separar, se pensar em separar, aí não vai conseguir, aí tudo junto vai conseguir logo terra demarcada, não vai ter o garimpeiro, madeireiro [...] é essa minha idéia! “

Depoimento oral de Raoni Txucarramãe, líder Meben-gokre, durante manifestação contra a reforma consti-tucional que ameaçava os direitos indígenas quanto à

demarcação das terras indígenas. Praça dos Três Poderes, Brasília, setem-bro de 1993.

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“Eu creio que, pelo que a gente resolveu agora, pelo acordo feito, que a revisão constitucional vai acontecer. Só que uma coisa eu quero que fique bem claro: se, através dessa revisão constitucional, houver algum tipo de massacre, algum tipo de atentado contra a comunidade indígena, o Congresso Na-cional, os deputados terão toda a responsabilidade, e eles sim serão responsáveis por mais uma chacina. Porque eles negam, mas eles são responsáveis a partir do momento que não tomam decisão nenhuma em favor dos índios do Brasil.”

Depoimento oral de Ivison Wassu Cocal, jovem liderança dos Wassu Cocal, de Alagoas. Salão Negro do Congresso. Brasília, setembro de 1993.

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“Nós estamos aqui. É segunda vez que nós estamos aqui e não deixam a gente entrar nessa casa. Nós queremos entregar a carta, documento pedindo a ele a demar-cação das terras. Tá cheio de policial aqui pensando que o índio vem matar o Itamar Franco. Nós precisamos falar com ele. A au-toridade Presidente da República brasileiro poderia receber liderança nessa casa. Nós precisamos ouvir o que ele pode dizer pra nós. Lideranças do Brasil inteiro estão aqui apoiando meu trabalho, apoiando contra o massacre de meus parentes que ocorreu no mês de julho, que os garimpeiros mataram. Então, agora vou mandar mensagem para o mundo inteiro, pro mundo inteiro saber que o governo brasileiro não aceita receber a

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gente, e por isso que estamos sofrendo. E por isso que nós continuamos brigando, continu-amos gritando, reclamando; nós queremos o apoio de vocês pra não mais fazer isso [...] pra expulsar, mandar embora. Ficam com medo da gente, mas não é pra matar eles não, só queremos entregar documento do povo in-dígena, só isso que nós queremos! Ele não quer resolver problema do Brasil, problema do povo indígena, não quer demarcar as ter-ras, não quer tirar fazendeiro, não quer tirar garimpeiro, não quer nada pro povo indígena! “

Depoimento oral de Davi Yanomami, lide-rança e xamã dos Yanomami. Praça dos Três Poderes, Brasília, setembro de 1993.

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1 - Ivison, do povo Wassú Cocal. Brasília, DF. Foto de Piotr Jaxa. 1993.2 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Foto de Piotr Jaxa. 1993.

1 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Fotos de Piotr Jaxa. 1993.

1 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Foto de Piotr Jaxa. 1993.2 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

1 - Reunião na sala da presidência da FUNAI. Fotos Paulo Metz. 1993.2 - Manisfestação Nacional Indígena na Praça dos Três Poderes. Álvaro Tukano e Raoni. Brasília, DF. Fotos Paulo Metz. 1993.3 - Dep. Fed. Sidney Miguel. Brasília, DF. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.Depoimentos gravados em Luiziânia, GO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 4 - Donald Rojas Contreras, presidente do Conselho Mundial dos Povos Indígenas. 5 - Orlando Melgueiro da Silva - Baré. 6 - Márcio Santilli, Núcleo de Direitos Indígenas. 7 - Francisca Novatino - Chiquinha Pareci. 8 - Neusa Terena. 9 - Estevão Carlos Taukane - Bakairi. 10 - Vítor A. Peruare - Bakairi.

Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados e Praça dos Três Poderes. Brasília, DF. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.1 - Davi Kopenawá - Yanomami. 2 - Raoni e Álvaro Tukano.3 - Inocêncio Oliveira, presidente da Câmara dos Deputados.

Davi Kopenawá - Yanomami. Composição artística a partir de fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.

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Introdução para a indexação das imagens O conjunto de imagens aqui indexadas totaliza aproximadamente 45 horas de filmagem, distribuídas em 31 fitas de vídeo - Betacam SP™ de 90 minutos e registram paisagens, situações, entrevistas, depoimentos, expressões do mundo da cultura. Esse material foi produzido por uma equipe de filmagem composta de quatro pessoas, em uma viagem realizada pelas cinco regiões geográficas do Brasil. Foram percorridos, nesta viagem, mais de 30.000 km, em um período de três meses contínuos de viagem – de setembro a novembro de 1993 –, com gravações feitas em 12 estados da União e no Distrito Federal. As filmagens foram realizadas em períodos distintos e em outros países além do Brasil, compreendendo quatro anos de andanças e trabalho, de setembro de 1993 a dezembro de 1996.

A equipe de filmagem foi composta por: Frank Coe, produtor e diretor; Álvaro Tukano, orientador e roteirista; Piotr Jaxa, diretor de fotografia e cinegrafista, e Paulo Metz, cinegrafista e assistente de produção. Piotr e Paulo, juntos, fizeram mais de três mil fotografias – coloridas e em preto em branco.

Durante as filmagens realizadas nas aldeias indígenas, nossa equipe foi generosamente recebida e auxiliada por membros das comunidades visitadas. A participação das comunidades nos trabalhos não se limitou a uma ajuda na parte prática das filmagens, mas, sobretudo, na definição do que seria filmado por nós, contribuindo na construção de um roteiro aberto e extremamente significativo.

O roteiro de viagem, as comunidades indígenas a serem visitadas e as pessoas a serem entrevistadas foram definidos por Álvaro Tukano, Ailton Krenak e Frank Coe.

O material de imagens encontra-se à disposição para consulta pública, cópias em DVD, nas seguintes instituições: FUNAI – Coordenação Geral de Documentação e Tecnologia da Informação - CGDTI, SEPS Quadra 702/902, Bloco A, Edifício Lex, 1° andar, CEP: 70.390-025 - Brasília-DF, e-mail: [email protected]; CTAV - Centro Técnico do Audiovisual/Secretaria do Audiovisual-MINC, Av. Brasil, 2.482, Benfica, CEP: 20.930-000, Rio de Janeiro - RJ/www.ctav.gov.br; Fundação Darcy Ribeiro – Rua Almirante Alexandrino, 1991 - Santa Tereza, CEP: 20.241-261, Rio de Janeiro – RJ/[email protected]; e Pontifícia Universidade Católica - PUCRS - Biblioteca Central. Avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre - RS, 91530-000 - www.pucrs.br.

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Indexação do acervo de imagens

FITA 00 DURAÇÃO: 88 MIN

Material de Arquivo do Museu do Índio – RJ.Telecinagem do material original para Betacam SP™, em 1994.• AEpopéiadaComissãoRondon(ArchilesTartari)1955; Time Code: 00:00:00 – 01:03:00• TrechosdoFilme“DescobrimentodoBrasil”deHumbertoMauro–1937. Time Code: 01:03:00 – 01:28:00

FITA 01 DURAÇÃO: 72 MIN

• DepoimentodeDarcyRibeiro,RiodeJaneiro-RJ.• Apresentaçãosucintadoseutexto“AInvençãodoBrasil”erelatosdesuasexperiênciasdecampocomoantropólogoeindigenista-Setem-bro de 1993.• Antropólogo,escritor,político,educadoreindigenista,membrodaAcademiaBrasileiradeLetras,Darcyrecebeuváriostítuloseprêmiosporsua produção intelectual e sua luta política. • PraiadeCopacabanaepessoaspasseandopelaorlamarítima;Av.Atlântica. Time Code: 00:00:00 – 00:36:00• DepoimentodeHildaZimmermann,PortoAlegre–RS.• BrevehistóricodasituaçãodospovosindígenasnoRioGrandedoSulerelatosdasuamilitânciapolíticapelascausas indígena e ambientalista - Setembro de 1993.• Ambientalistamilitante, fundadorada “SociedadeAmigosdaAmazôniaBrasileira”–SAMBRAS,Presidenteda“União Pela Vida Ambientalista” e indigenista uma das fundadoras da Associação Nacional de Apoio ao Índio – ANAI / RS. Time Code: 00:36:00 – 00:48:00• DepoimentodeJoséLutzenberger,PortoAlegre–RS.• Análisedocomportamentohumanoemrelaçãoaomeioambiente,dentrodeumaperspectivahistórica-Setem-bro de 1993.• Lutzenberger,umdosnomesmaisdestacadosdoambientalismonacionaleinternacional,ganhadordo“PrêmioNobel Alternativo”; Ex-Secretário Especial do Meio Ambiente no período de 1990-1991; Fundador da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - AGAPAN e da Fundação Gaia. Time Code: 00:48:00 – 00:58:00• ImagenspanorâmicasdoRiodeJaneiro,gravadasdeSantaTereza-Setembrode1993. Time Code: 00:58:00 – 01:12:00

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FITA 02 DURAÇÃO: 70 MIN

• CEDI(CentroEcumênicodeDocumentaçãoeInformação),São Paulo – SP. • SetorCartográfico:LaboratóriodeInformaçõesGeográficase Sensoriamento Remoto. Programa Povos Indígenas no Brasil – Setembro de 1993. Time Code: 00:00:00 – 00:05:20• DepoimentodeAndréVillasBôas–CoordenadordoPro-grama “Povos Indígenas no Brasil”. Time Code: 00:05:20 – 00:12:45• Depoimento de Geraldo Andrello – Documentarista re-sponsável pela campanha “Raposa Serra do Sol”. Time Code: 00:13:00 – 00:25:00• DepoimentodeAlbertoRicardo–SecretárioExecutivodoCEDI Time Code: 00:25:00 – 00:39:00• IlhadeEdiçãoeArquivodeImagensdoCEDI,comoTonin-ho – responsável pelo setor. Time Code: 00:39:00 – 00:56:28• Salvador–Bahia.Imagenspanorâmicasdacidade.Novem-bro de 1993. Time Code: 00:56:28 – 01:10:00

FITA 03 DURAÇÃO: 69 MIN

• Salvador–Bahia.(continuação)• Imagensdaorlamarítima–Prédioemruínas,ocupadoporfamílias em frente ao mar, caracterizando situação de miséria e aban-dono.• FaroldaBarra,asrochaseomar; Time Code: 00:00:00 – 00:14:00• DepoimentodeMarcelodoOlodum–DiretorCulturaldoGrupo Olodum. Time Code: 00:14:00 – 00:26:00• BiracieSol–DirigentesdaAssociaçãoIndígena,na“Casado Índio”. Time Code: 00:26:00 – 00:33:25• ImagenspanorâmicasdoRiodeJaneiro,tomadasdeSantaTereza. Enseada de Botafogo, o Pão-de-Açúcar... - Novembro de 1993. Time Code: 00:33:30 – 00:44:20• “CasadoÍndio”,IlhadoGovernadornoRJ-Novembrode1993.Local de acolhimento e tratamento de indígenas enfermos.• Depoimentos de Eunice Alves Cariry Sorominé – funda-dora e diretora; professora Eliana e o enfermeiro Luis Carlos. Time Code: 00:44:20 – 01:09:00

FITA 04 DURAÇÃO: 62 MIN

• “CasadoÍndio”–RJ.(continuação)• Imagensdoestabelecimentoemgeral,comentadasporEu-nice Cariry.• Depoimentosdafundadoraediretorada“Casa”,Medalhade Mérito Indigenista em 1975; Luis Carlos – enfermeiro. Time Code: 00:00:00 – 00:36:00• Reserva Extrativista “Chico Mendes”, em Xapuri – Acre.Outubro de 1993.• Visita da comitiva do candidato a Presidente Luís InácioLula da Silva, na “Caravana da Cidadania”, ao local. Time Code: 00:36:00 – 00:40:00• DepoimentosdeAgripinoeJúlioBarbosa:• FalamsobreaCooperativaExtrativistaea“AliançadosPo-

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vos da Floresta”. Time Code: 00:40:00 – 00:53:00• ImagensdaReservaExtrativista“ChicoMendes”. Time Code: 00:53:00 – 01:02:00

FITA 05 DURAÇÃO: 72 MIN

• ReservaExtrativista“ChicoMendes”.(continuação)• EntrevistacomÁlvaroTukano–Líderindígena,Lula–Can-didato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores, e Gatão – Presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, na fazendinha (reserva extrativista). Outubro de 1993. Eles conversam sobre a Aliança dos Povos da Floresta e a posição do candidato Lula sobre o assunto. Time Code: 00:00:00 – 00:09:30• Imagensdolocaledaviagemdevolta,estradaematanotrajeto para a cidade de Xapuri. (floresta e queimadas). Time Code: 00:09:30 – 00:32:30• DepoimentodeDionísio–Sindicalista,emfrenteàsededoSindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Time Code: 00:32:30 – 00:36:00• AtopúblicodoPT,emXapuri;Br347,estradaligandoRioBranco e Xapuri; Viagem de carro com imagens de queimadas na floresta em quase todo o trajeto. Time Code: 00:36:00 – 01:07:00• DepoimentodeXola–jovemliderançaindígenadaUniãodas Nações Indígenas - UNI / Acre. Time Code: 01:07:00 – 01:12:00

FITA 06DURAÇÃO: 71 MIN

• MuseudoÍndio–RJ.Novembrode1993.• Depoimento de João Domingos Lamônica - Responsávelpelo Depto de Fotografia do Museu. Time Code: 00:00:00 – 00:24:40• Depoimento de AnaMaria da Paixão –Antropóloga doMuseu. Time Code: 00:24:40 – 00:30:50

• Série de fotos históricas do acervo doMuseu: ComissãoRondon; indígenas; portraits de Rondon e a esposa; Darcy Ribeiro; paisagens...• Fotosdeépoca–ComissãoRondon:Sériecatalogadaparaexposição. Time Code: 00:30:50 – 01:11:00

FITA 07 DURAÇÃO: 83 MIN

• MuseudoÍndio–RJ,fotosdeépoca.(continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:23:30• DepoimentodeÁlvaroTukano–Líderindígenadoaltoemédio rio Negro no Amazonas, na Praia de Grumari – RJ. Novembro de 1993. Time Code: 00:23:30 – 00:43:30• ConversaentreÁlvaroTukanoeoPadreMárioFioravanti,em Santa Tereza – RJ. Eles abordam a ação missionária do CIMI – Igreja Católica, junto aos povos indígenas. Time Code: 00:50:00 – 01:10:00• ImagensdoRiodeJaneiro:favela,CristoRedentor,imagensfeitas do alto de Santa Teresa. Time Code: 00:43:30 – 00:50:00 e 01:10:00 – 01:23:00

FITA 08DURAÇÃO: 72 MIN

• CPI–CentrodePesquisa Indígena,emCruzeirodoSul–Acre. Setembro de 1993.• VôonopequenoaviãodeCruzeirodoSulatéSeteEstre-las, aldeia indígena Katukina. Recepção indígena e de um missionário holandês. Time Code: 00:00:00 – 00:07:00• Caminhadanamata,aequipedefilmagemeosYawanawá,pelas trilhas e riachos. Time Code: 00:07:00 – 00:10:00• Imagensda aldeiaYawanawá,na regiãodo rioGregório -Acre.• Atividadescotidianasdacomunidadeemgeral:Mulherese

156

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crianças carregando água. Roçado e sementes com homens trabalhando a terra... Time Code: 00:10:00 – 00:15:20• DepoimentodeJoaquim–JovemlíderYawanawá,falasobreomovimento indígena do vale do Juruá e o CPI. Time Code: 00:15:20 – 00:18:50• DepoimentodopajéYawanawánalínguaindígena,des-creven-do o processo de preparação da bebida cerimonial para a festa - “O Cipó”. Time Code: 00:18:50 – 00:20:45• DepoimentodoAntônio–LíderYawanawá,traduzindoparaoportuguês a explicação do “Pajé”. Time Code: 00:20:50 – 00:23:50

• ConversaentreÁlvaroTukano,AntônioeprofessorYawanawá,falando sobre o projeto da comunidade em parceria com o CPI. Time Code: 00:25:00 – 00:35:00• Reuniãocomunitária. Time Code: 00:39:00 – 00:50:00• ImagensdaaldeiaYawanawáemgeral. Time Code: 00:50:00 – 01:12:00

FITA 09 DURAÇÃO: 71 MIN

• AldeiaYawanawá.(continuação)• Despedidaeviagememcanoas.RetornoparaSeteEstrelas,al-deia Katukina. Time Code: 00:00:00 – 00:14:00• PousodopequenoaviãoeaconversadeÁlvaroTukanocomomissionário holandês Jacó e sua esposa. Imagens da Missão e da pista de pouso. Time Code: 00:14:10 – 00:26:00• Depoimento de Tanguip – Jovem líderAmondawa. Time Code: 00:26:00 – 00:29:00• ImagensnaestradaBR364,comonascerdo Sol no Mirante da Serra e uma madeireira; Time Code: 00:29:00 – 00:34:00• EscritóriodoCPI,emCruzeirodoSul–Acre. Setembro de 1993.• Depoimentos:ÁlvaroTukano– Time Code: 00:35:00 – 00:36:00 Biraci Brasil – Líder Yawanawá Time Code: 00:37:00 – 00:45:00 Aílton Krenak – Líder indígena e criador do CPI Time Code: 00:46:00 – 00:51:00 Armando Soares Filho - Indigenista da FUNAI Time Code: 00:54:00 – 00:56:10 Moisés Ashaninka - Líder indígena Time Code: 00:52:00 – 00:53:40

• ImagensdacidadedeCruzeirodoSul. Time Code: 00:56:15 – 00:58:30• DepoimentosgravadosemPortoVelho–Rondônia.Setembrode 1993.• LíderesindígenaseindigenistasligadosàFUNAIeentidadesdeapoio. Time Code: 00:58:50 – 01:11:00

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Page 160: Séculos Indígenas no Brasil

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FITA 10DURAÇÃO: 67 MIN

• SededaAssociaçãodeDefesaEtnoambientalKanindé.PortoVelho – Rondônia. Setembro de 1993. • DenúnciasecríticassobreaatuaçãodeApoenaMeirelles–As-sessor Especial da Presidência da FUNAI na região.• Depoimentos:RogérioVargas–Engenheiroagrônomoeindig-enista Time Code: 00:00:00 – 00:03:30 Evandro Santiago – indigenista da FUNAI Time Code: 00:03:30 – 00:14:25 Rieli Franciscato – indigenista, chefe de Posto da FUNAI Time Code: 00:14:25 – 00:18:55 Cizino Karitiana – líder indígena Time Code: 00:19:00 – 00:22:05 Ivaneide Bandeira – historiadora e indigenista Time Code: 00:22:10 – 00:30:10• ImagenspanorâmicasdacidadedePortoVelho:MuseudaEs-trada de Ferro Madeira- Mamoré; Estrada Porto Velho - Cuiabá, cenas filmadas do carro em movimento; Lago da Usina Elétrica de Samuel; rio Jamari – que possui nascente no ponto mais alto de Rondônia, na região da Terra Indígena Uru-eu-wau-wau; Fazendas de gado, queimadas e o Sol. Time Code: 00:30:20 – 00:41:15• AldeiaAmondawá–Uru-eu-wau-wau,cercade50kmdePortoVelho. Setembro de 1993. Máquinas queimadas pela comunidade em protesto contra as repetidas invasões das madeireiras. Time Code: 00:41:15 – 00:44:00 Conversa entre Álvaro Tukano, Rieli e membros da comuni-dade. Time Code: 00:44:00 – 01:01:50 Na estrada, abrindo caminho no braço. Trajeto bastante aciden-tado. Time Code: 01:01:50 – 01:07:00

FITA 11 DURAÇÃO: 72 MIN

• AldeiaAmondawá,naregiãodeTrincheiras.(continuação)• VisitaguiadaporRieliFranciscato,ChefedePosto-FUNAI.Ce-nas das atividades cotidianas da comunidade e do local. Time Code: 00:00:00 – 00:09:30• ConversaentreoÁlvaroTukano,ojovemMungáeoutros.Elesfalam sobre os problemas da Aldeia – Invasões de madeireiras, a FUNAI, o território, a situação da saúde...cenas das atividades cotidianas da aldeia. Time Code: 00:09:30 – 00:25:25• DepoimentodoTanguip–Jovemlíder Time Code: 00:25:25 – 00:36:00• DepoimentodeSidneyMiguel–DeputadoFederaldoPartidoVerde, em Brasília; Time Code: 00:36:00 – 00:43:25• AldeiaKrikati-MunicípioMontesAlves–Maranhão.Outubrode 1993.• Atividades cotidianas da comunidade: Pintura corporal, comcomentários explicativos na língua indígena e em português; casal de idosos trabalhando no tear; crianças, animais e a chuva. Time Code: 00:43:25 – 01:12:00

FITA 12 DURAÇÃO: 66 MIN

• AldeiaKrikati.(continuação)• Atividades cotidianas da comunidade: “Corrida das toras” dehomens e mulheres. Cerimônia de canto e dança no centro da aldeia; imagens panorâmicas da aldeia em geral. Time Code: 00:00:00 – 00:57:00• Depoimentos:anciãoKrikatieconversaentrehomensdaco-munidade Krikati, falando na língua indígena. Time Code: 00:57:00 – 01:06:00

FITA 13 DURAÇÃO: 69 MIN

• AldeiaKrikati.(continuação)• Atividadescotidianasdacomunidade:exercíciosebrincadeirascom o Arco e Flecha; conversa com membros da comunidade; mulheres trabalhando; construção de uma casa; saída para a caça... Comentários

Page 161: Séculos Indígenas no Brasil

feitos pelo cacique Benjamin, em off. Time Code: 00:00:00 – 00:35:00• Conversacomcasal,amulhergrávida,sobregravidezeoparto. Time Code: 00:35:00 – 00:41:00• Visita guiada pormembros da comunidade ao alto da serra.Belas imagens panorâmicas de toda a aldeia e com os jovens da comuni-dade; Time Code: 00:41:00 – 00:48:20• DepoimentosdocaciqueBenjaminedoanciãoFrancisco,am-bos falam em português e depois na língua indígena. Time Code: 00:48:20 – 00:53:50 e 00:54:15 – 00:59:20• RioTapajós,emAltérdoChão,Santarém–Pará.Outubrode1993.• VisitaaoCentrodePreservaçãodeArteseCulturasIndígenas.Passeio de barco com Davi e Antônia Kaxinawá – criadores e dirigentes do Centro. Visita a uma família ribeirinha cabocla, em Pindobal. Time Code: 00:59:30 – 01:09:00

FITA 14 DURAÇÃO: 70 MIN

• Famíliaderibeirinhoscaboclosesuasatividadescaseiras.(con-tinuação)• CanoaseribeirinhosnamargemdorioTapajós,combelasima-gens das praias. Time Code: 00:00:00 – 00:07:00• DepoimentodeDaviRichardsoneAntôniaKaxinawá–criad-ores e dirigentes do Centro de Preservação de Artes e Culturas Indígenas. Gravado em uma praia do rio Tapajós, com a presença de seus filhos pequenos – Miguelângelo e Ana Maria. Time Code: 00:07:00 – 00:25:50• Imagens gravadas no interior do Centro de Preservação deArtes e Culturas Indígenas, em Altér do Chão / Santarém – Pará. Outubro de 1993.• Peçasde arte indígena emexposição e a visitadeumgrupoguiado por Davi e Antônia ao Centro. Time Code: 00:25:50 – 00:54:30• DepoimentodoDavinoescritóriodoCentro. Time Code: 00:54:30 – 00:58:00• Paisagensempanorâmicasfeitasdoaltodomorro;pessoasna

praia, as areias brancas do rio Tapajós. Time Code: 00:58:00 – 01:04:15• ImagensgravadasemSãoGabrieldaCachoeira–Amazonas.Outubro de 1993.• CenascompessoasemumapraiadorioNegro,jogandofute-bol, pescando em canoas e as águas turbulentas do rio ao cair da tarde. Time Code: 01:04:15 – 01:10:00

FITA 15 DURAÇÃO: 70 MIN

• SãoGabrieldaCachoeira–AM.(continuação)• ImagensgravadasnabeiradorioNegroaocairdatarde. Time Code: 00:00:00 – 00:07:00• Comunidade indígenadeCuricuriari.FamíliadoSr.Napoleão,com as crianças na escola, a igreja; crianças brincando no telhado destel-hado. Time Code: 00:07:00 – 00:18:30• Viagemdebarco“voadeira”atéacomunidadedeSãoJorge. Time Code: 00:18:30 – 00:22:00• DepoimentodoAlbertoPadilhaGarcia–PresidentedaAsso-ciação das Comunidades Indígenas do Rio Negro – ACBRIN. Time Code: 00:22:00 - 00:48:45• CenasdeatividadescotidianasdacomunidadedeSãoJorge. Time code: 00:48:45 – 00:53:00• Viagemde“voadeira”atéacomunidadedaIlhadeCamanaus. Time Code: 00:53:00 – 00:58:30• Comunidadeda Ilha deCa-manaus, na região do baixo rio Negro. Próximo do município de São Gabriel da Cachoeira – AM. Outubro de 1993.• Várias etnias formam a co-munidade, usam a língua geral Neeng-hatu. Cenas de atividades cotidianas e o culto religioso do domingo. Uma missa ministrada por um catequista in-dígena da comunidade, formado pelos salesianos, em uma casa tradicional decorada. As pessoas a caminho do culto religioso. Time Code: 00:58:30 – 01:10:00

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Page 162: Séculos Indígenas no Brasil

FITA 16 DURAÇÃO: 71 MIN

• ContinuidadedaIlhadeCamanaus.(continuação)• Cultoreligiosodedomingo.ErmelindoBrasão-Catequistasale-siano formado em São Gabriel da Cachoeira. Time Code: 00:00:00 – 00:12:35• Reunião comunitária semanal após o culto religioso. CapitãoZeferino Namukurá Borges – líder comunitário. Comunidade formada por 36 famílias, com cerca de 250 pessoas de várias etnias diferentes – Baré, Tukano, Desano e Baniwa. Time Code: 00:12:35 – 00:19:00• Manifestaçãoculturaldecantoedança,emumterrenoaoarlivre. Belas imagens do grupo de homens e mulheres dançando, com a paisagem da floresta e o rio ao fundo. Time Code: 00:19:00 – 00:35:30• DepoimentodocapitãoZeferinoNamukuráBorges–Líderco-munitário. Belas imagens do pôr-do-sol. Time Code: 00:35:40 – 00:48:00 • SãoGabrieldaCachoeira–AM.• DepoimentosdeBrásFrança-PresidentedaFOIRN(Federaçãodas Organizações Indígenas do Rio Negro), e de Alberto Ferreira Barbosa - Representante local. Time Code: 00:48:20 – 00:57:20• ImagensdaIgrejaSalesianaedeumaescola. Time Code: 00:57:20 – 01:02:10• Estrada para aAldeia Tukano do Balaio. Cenas de atividadescotidianas da comunidade Tukano. Time Code: 01:02:10 – 01:11:00

FITA 17 DURAÇÃO: 69 MIN

• ComunidadeTukano-DesanodoBalaio,noParqueNacionaldoPico da Neblina.• SãoGabrieldaCachoeira–AM.(continuação).Outubro1993.• Trabalhos coma tapioca: uma senhoramoendo amandiocacom uma máquina improvisada. Time Code: 00:00:00 - 00:08:50

• Caminhãosobreaponteeascriançasbrincando. Time Code: 00:10:00 – 00:17:00• Cenasnabeiradorio–“Seu”CasemiroeLula(paieofilhodeÁlvaro Tukano) conversando e tocando flauta. Ao fundo, crianças na-dando e brincando com canoas. Time Code: 00:17:00 – 00:34:20• Viagemdebarco,pescadoresderede,anzolearcoeflecha. Time Code: 00:34:20 – 00:54:00• ConversaemúsicanacasadeÁlvaroTukanojuntoaofogo.Lulana rede dormindo. Tocando flautas, seu pai – Álvaro, seu avô – Casemiro e o avô materno. Time Code: 00:54:00 – 00:59:20• Naestradaàbeiradaponte–Sr.CasimiroeLulacaminhamemdireção ao arco-íris;• AspessoasàesperadocaminhãodoExército; Time Code: 00:59:20 – 01:09:00

FITA 18 DURAÇÃO: 93 MIN

• ComunidadeTukanodoBalaio.(continuação)• Arco-íris; pessoas da comunidade aguardando a chegada docaminhão do exército e a viagem. Time Code: 00:00:00 – 00:08:30• DepoimentodeAiltonKrenaknoParquedaPrevidência, emSão Paulo – SP. Novembro de 1993.• AiltonKrenaknoescritóriodoNú-cleo de Cultura Indígena e CPI – Centro de Pesquisa Indígena. Time Code: 00:08:40 – 00:22:45• FotosdaComissãoRondon,acervodo Museu do Índio – RJ. (continuação) Time Code: 00:22:50 – 00:25:40• Comunidade Pataxó, em CoroaVermelha - Porto Seguro/Bahia. Novembro de 1993.• DepoimentosdeNelsonSaracuraTime Code: 00:25:50 – 00:33:00• ComunidadePataxó,cenasnapra-ça, onde há uma feira de artesanato, barracas,

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Page 163: Séculos Indígenas no Brasil

vendedores de arte indígena e turistas. Time Code: 00:33:00 – 00:53:20• Depoimentos:Macuco–(continuação). Time Code:00:53:30 – 01:07:00Boré – Pai do cacique Arapati. Histórico da chegada da comunidade a Coroa Vermelha.Time Code: 01:07:35 – 01:14:20• Turistasnapraçaefeiradeartesanato. Time Code: 01:14:20 – 01:22:40• Imagensemumbarcoemalto-mar. Time Code: 01:22:40 – 01:33:00

FITA 19DURAÇÃO: 70 MIN

• ComunidadePataxó,emCoroaVermelha–PortoSeguro/Ba-hia. (continuação)• Nobarco,chegandoàpraiacomÁlvaroTukanoapontandoacruz; Time Code: 00:00:00 – 00:00:20• VisitaànovaaldeiaPataxó,FlorestaVerde.Macucodescreveotrabalho da comunidade na plantação de abacaxi, mandioca, banana; Time Code: 00:00:20 – 00:28:00• Comunidade Terena na aldeia Limão Verde – Aquidauana/Mato Grosso do Sul. Outubro de 1993.• DepoimentodeEduardoBarbosaPereira,KaiowádaregiãodeDourados / MS, Presidente do Centro Social de Cultura Nativa e do Con-selho Estadual dos Direitos do Índio. Time Code: 00:34:55 – 00:41:30• AldeiaLimãoVerde,cenasdeatividadescotidianasdacomuni-dade Terena. Time Code: 00:41:40 – 01:10:00

FITA 20 DURAÇÃO: 71 MIN

• ComunidadeTerenanaAldeiaLimãoVerde,Aquidauana/MS.(continuação)• Atividadescotidianasdacomunidade:mulherespreparandoacomida. Caldo de cana e a preparação da rapadura. Crianças chupando

cana... Time Code: 00:00:00 - 00:13:00• Conversa entre Álvaro Tukano, JoelTerena – Administrador Regional da FUNAI em Campo Grande - MS e membros da comuni-dade. Time Code: 00:13:00 – 00:28:30• Atividadescotidianasdacomunidade:mulheres cozinhando. Crianças na escola. Ho-mens trabalhando no campo de trigo com um trator; retorno da escola e do campo no final da tarde. Trabalho com o artesanato indígena. Time Code: 00:28:30 – 00:49:00• Depoimentodeumaanciãde101anosdeidade,quefalanalíngua indígena; tradução feita para o português pelo bisneto Mauro. História da aldeia Limão Verde.• TimeCode:00:49:00–00:56:00• ManifestaçãoCultural–“DançadosBambus”,dançatradicio-nal Terena. Time Code: 00:58:00 – 01:11:00

FITA 21 DURAÇÃO: 71 MIN • ComunidadeTerenanaaldeiaLimãoVerde,Aquidauana/MS.(continuação)• Manifestaçãocultural–“DançadosBambus”,dançatradicionalTerena. (continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:10:30• Depoimento de Joel Terena – Representante da FUNAI emCampo Grande - MS. Time Code: 00:10:40 – 00:22:40 • DepoimentodeEzequiasHeringer(Xará)–Antropólogo,pes-quisador e indigenista. Fala sobre exploração madeireira em terras indígenas. Time Code: 00:22:40 – 00:32:10• DepoimentodeÁlvaroTukano–PraiaemPortoSeguro–Ba-hia. Novembro de 1993.• FalasobreaHistóriadoBrasil;oProjeto“SéculosIndígenasnoBrasil”; o movimento indígena no país; UNI – União das Nações Indí-

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genas; o meio ambiente; a autodeterminação dos povos indígenas e a FUNAI.• TimeCode:00:34:00–00:59:00• ComunidadeKrenaknoValedoRioDoce/MG.Novembrode1993.• Imagenspanorâmicasdoaltodaserra:tratortrabalhandoater-ra. Fazendas vizinhas em conflitos. Rio Doce, o gado. Trem de carga com minério passando... Time Code: 00:59:00 – 01:11:00

FITA 22 DURAÇÃO: 69 MIN

• ComunidadeKrenaknoValedoRioDoce–MG.(continuação)• Depoimento de Carlos Roberto Barbosa explicando sobre oprojeto do CPI – Centro de Pesquisa Indígena, com a comunidade Kre-nak. Time Code: 00:00:00 – 00:10:00• ImagenspanorâmicasdaregiãoedaAldeiaKrenak,comativi-dades cotidianas: criação de “Catitu” (porco do mato).• TimeCode:00:10:00–00:43:30• Conversa entre DonaMaria Sônia Isidora Krenak e o ÁlvaroTukano, com as crianças ao redor. Imagem do rio ao fundo e da casa histórica do antigo SPI – Serviço de Proteção ao Índio.• TimeCode:00:43:40–00:58:50• ManifestaçãoCulturaldedançaecantoànoite. Time Code: 00:58:55 – 01:09:00

FITA 23 DURAÇÃO: 68 MIN

• ComunidadeKrenaknoValedoRioDoce–MG.(continuação)• Atividadescotidianasdacomunidade:ordenhadasvacas,tra-balho na lavoura, o trator em ação, a escola, a máquina de pilar arroz, a caixa d’água, as ruínas da antiga prisão do Posto da FUNAI, membros da comunidade e Álvaro Tukano caminhando... Time Code: 00:00:00 – 00:33:30• DepoimentodocaciqueJoséAlfredo(Nêgo). Time Code: 00:33:40 – 00:36:00 Crianças brincando durante o recreio na escola e a fala da professora

Dirlene. Time Code: 00:37:00 - 00:41:00• Conversa entre Ailton Krenak,Dona Laurita, Rondon e Marola. Em por-tuguês e na língua indígena. Falam sobre o povo Krenak.• TimeCode:00:41:00–01:08:00

FITA 24 DURAÇÃO: 72 MIN

• Comunidade Krenak no Valedo Rio Doce – MG. (continuação)• ConversaentreAilton,DonaLaurita,RondoneMarola. (con-tinuação) Time Code: 00:00:00 – 00:10:00• Cenas do local, com o trem de minério que passa no vale,homem que sobe no coqueiro e depois abrindo o côco para comer; ce-nas no trem com o Álvaro Tukano olhando pela janela a paisagem e fora dele com menino que brinca com o pó de minério. Time Code: 00:10:00 – 00:35:30• ManifestaçãonaComissãodeRelaçõesExterioresdaCâmarados Deputados, com a participação de várias lideranças políticas e in-dígenas. Brasília – DF. Setembro de 1993. Participação de Raoni, Davi Kopenawa, Waldir Tobias Macuxi, Nailton Pataxó, Xola, Álvaro Tukano, entre outros. Presença massiva da imprensa. Time Code: 00:36:00 – 01:12:00

FITA 25DURAÇÃO: 68 MIN

• ManifestaçãoIndígenaemBrasília–DF.(continuação)• TimeCode:00:00:00–00:07:20• NoGabinete do Presidente da Câmara – InocêncioOliveira,várias lideranças indígenas e a imprensa. Time Code: 00:07:20 – 00:18:00 • SaídadaCâmara,nosaguãodaCâmara,aofinaldamanifesta-ção. Fala de Ivison – jovem do povo Wassú Cocal, no saguão da Câmara.

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Page 165: Séculos Indígenas no Brasil

Time Code: 00:18:00 – 00:21:00• ManifestaçãoemfrenteaoPaláciodoPlanalto,comospoliciaise seguranças impedindo a passagem dos líderes indígenas. Time Code: 00:21:00 – 00:26:20• DepoimentosnaPraçadosTrêsPoderes:ÁlvaroTukano,Raoni,Davi Kopenawá, Mauro e José Maria – Líderes Waimiri Atroari.• TimeCode:00:26:20–00:49:50• DepoimentosemLuziânia,localdaconcentraçãoindígenadu-rante a Manifestação Nacional: Francisca Navatino – (Chiquinha Pareci), líder indígena; Time Code: 00:49:50 – 00:59:00 Neuza Terena – líder indígena; Time Code: 00:59:00 – 01:08:00

FITA 26 DURAÇÃO: 72 MIN

Manifestação nacional indígena em Brasília – DF. (continuação)• Depoimentosdeliderançasindígenas,emLuziânia/GO–Nolocal da concentração indígena: Neide Tukano, Vítor A. Peruare - Bakairi,

Estevão Carlos Taukane - Bakairi, Orlando Melgueiro da Silva - Baré, Már-cio Santilli – NDI (Núcleo de Direitos Indígenas).

Time Code: 00:00:00 – 00:17:50• Debatena sededaFUNAI,comaparticipaçãodoPresidenteda FUNAI – Dinarte Madeiro, o Presidente do Conselho Mundial dos Povos Indígenas – Donald Rojas Contreras, o Deputado Federal do Par-tido Verde – Sidney Miguel, e os líderes indígenas: Álvaro Tukano, Marcos Terena, Moura Tukano, Orlando Silva, Estevão Taukane, entre outros. Time Code: 00:18:00 – 00:25:20 e 00:36:20 – 01:12:00

FITA 27 DURAÇÃO: 69 MIN• ManifestaçãonacionalindígenaemBrasília–DF.(continuação)• DepoimentosdeDonaldRojasContreras(continuação),Mar-cos Terena, Estevão Taukane Bakairi, Moura Tukano, Orlando Baré. Parque da Cidade em Brasília – DF.• TimeCode:00:00:00–00:29:45• EntrevistadeÁlvaroTukanoparaumaTVlocaleconversanasede da FUNAI, em Campo Grande – MS. Outubro de 1993.• FilmagensrealizadasnoMuseuEtnográficodeGenebra–Suíça.Em 1994.• SériedegravurasdeépocafeitasporJean-BaptisteDebretentre1816-1831, no Brasil.• Gravurasdeépoca–Jean-BaptisteDebret.• Livro:“VoyagePittoresqueauBrésil”Séjourd´unartistefrançaisau Brésil• TomePremier:Planchesde1à6 Time Code: 00:34:00 – 01:09:00

FITA 28 DURAÇÃO: 69 MIN

• FilmagensrealizadasnoMuseuEtnográficodeGenebra–Suíça.Em 1994. • Gravurasdeépoca–Jean-BaptisteDebret.• TomePremier–Pl.30–1ºcahierPl.1-2ºCahierPl.1–1ºCahierPl.5+Pl.6-2ºCahierPl.6–carteduBrésil• TomeDeuxième2ºpartie–2–3-4-23-25-29-42-45-47(Tome3º:8-9...) Time Code: 00:00:00 – 00:44:15• Gravurasdeépoca–Jean-BaptisteDebret.• Livro:“VoyagePittoresqueauBrésil”Séjourd´unartistefrançais

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Page 166: Séculos Indígenas no Brasil

au Brésil.• Tome Premier – Table des Planches: 7-10-11-12-13-18-19-20-21-24-25-26-27-28-30 Time Code: 00:45:40 – 01:09:00

FITA 29 DURAÇÃO: 70 MIN

• FilmagensrealizadasnoMuseuEtnográficodeGenebra–Suíça.Em 1994. (continuação)• Gravurasdeépoca–Jean-BaptisteDebret.• TomeTroisième:8-9-23talvez/32-37-38-40-46-47-48-16-39-49-50 Time Code: 00:00:00 – 00:35:30 - Série de fotos feitas por Piotr Jaxa durante a viagem de filmagens do Projeto “Séculos Indígenas no Brasil”.Time Code: 00:35:40 – 01:10:00

FITA 30 DURAÇÃO: 58 MIN

Série de fotos – Piotr Jaxa. (continuação)Time Code: 00:00:00 – 00:33:00Depoimento de Darcy Ribeiro, gravado em sua casa, Brasília – DF. Abril de 1996. • Livro–OPovoBrasileiro;• Amiséria,afomeeareformaagrária;• “ProjetodaLeideDiretrizeseBasedaEducaçãoNacional”; Time Code: 00:33:30 – 00:58:00

Page 167: Séculos Indígenas no Brasil

Referências bibliográficas

ALENCAR, José de. Iracema. Brasília:INL, 1965. LÉVI-STRAUSS, Claude. O cru e o cozido: Mitológicas 1. São Paulo: Cosac & Naif, 2004.

LUTZENBERGER, José Antônio. Fim do Futuro? Manifesto Ecológico Brasileiro. 5ª Ed. São Paulo: Editora Movimento, 1980.

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido de Brasil. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

RIBEIRO, Darcy; MOREIRA NETO, Carlos Araújo. A Fundação do Brasil: testemunhos 1500-1700. 2ª ed. Petrópolis: 1993.

RICARDO, Carlos Alberto. “A sociodiversidade nativa contemporânea no Brasil”. In: Povos Indígenas no Brasil 1991/1995. São Paulo: Instituto Socio-ambiental.

VELOSO, Caetano. O Índio. In: VELOSO, Caetano. Bicho. [S.I.]: Polygram, 1977. 1 Cd Rom, faixa 5 (02:54 min). Remasterizado do original, Universal

Music, 2002.

Créditos complementares

* Textos com fragmentos de falas - acervo de fitas do Projeto Séculos Indígenas no Brasil: Páginas - 30, 50, 60, 75, 93, 106, 109, 128, 132, 147, 148, 149, 150.

* * Vinhetas e Marcas D’águaFotos: Piotr Jaxa - pgs: 1, 2, 7, 13, 16, 17, 43, 90, 151, 157.Paulo Metz - pgs: 45, 55, 95, 106, 153, 154, 155, 159, 160, 161, 162, 163, 164.Alexandre de Freitas - pgs: 57, 166.João Ripper - pg: 113.Acervo Fundação Darcy Ribeiro - pgs: 10, 22, 48.Desenhos e gravuras:Hélio Coelho - pgs: 3, 4, 22, 25, 26, 44, 47, 51, 58, 61, 69, 72, 120, 131, 136, 138, 140, 158, 160, 164.Ailton Krenak - pgs: 63, 66, 67, 124.Jean-Baptiste Debret - pgs: 9, 12, 20, 37, 38.

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Agradecimentos

Sem dúvida foram muitos anos de trabalho. Uma luta contra a ignorância e a arrogân-cia. Um esforço enorme para tentar informar, conscientizar e sensibilizar a opinião pública sobre a real situação dos povos indígenas no Brasil. Este era o objetivo de Álvaro Tukano, na ocasião de nosso primeiro encontro, logo após a “Eco-92”, em Berlim. Foi nessa época que surgiu a idéia de realização do projeto “Séculos Indígenas no Brasil”, com a decisão de unirmos os nossos conhecimentos, recursos e capacidades em busca de viabilizar algo que nos parecia impossível, mas de extrema importância.

Álvaro retornou ao Brasil, iniciando uma série de contatos com seus amigos – líderes indígenas, indigenistas, ambientalistas, missionários, políticos, e outros mais, preparando roteiros de viagens, agendando visitas às aldeias, discutindo estratégias de ação com alguns desses compa-nheiros.

Da minha parte, busquei reunir recursos financeiros e humanos para a formação de uma equipe técnica de qualidade e equipamento adequado para o trabalho. Passados alguns meses desde o nosso primeiro encontro, voltamos a nos encontrar, agora em São Paulo, na Embaixada dos Povos da Floresta, para uma reunião de trabalho com Ailton Krenak, com o objetivo de definirmos em conjunto os planos para a realização das filmagens.

Desde então, inúmeros outros nomes vieram juntar-se aos nossos: muitos amigos, al-guns parentes, vários companheiros de luta, diversas entidades de apoio às causas indígena e ambien-talista, sobretudo as comunidades indígenas, que nos receberam generosamente e nos orientaram nos trabalhos realizados em suas aldeias.

Esta publicação faz parte de um conjunto de desdobramentos surgidos a partir do pro-jeto original de documentação e divulgação, que buscam dar conta dos compromissos assumidos com todos aqueles que, de uma forma direta ou indireta, contribuíram para a realização do que nos parecia impossível. Entretanto algo que, devagar, sem pressa, vem se tornando realidade.

Muito obrigado a todos!

Frank Coe

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“O Brasil e tantos outros países do mundo estão vivendo um acontecimento histórico que jamais se imaginou e que sempre se supunha o contrário: é que muitos dos povos indígenas que foram tragados pelo vórtice da expansão européia, que tiveram suas gentes mortas, suas terras roubadas, seus corpos moídos pela escravidão, suas religiões vilipendiadas e suas culturas desprezadas, so-breviveram. Isto é, uma minoria sobreviveu, apesar de tudo isto, e mostra sinais de quem vai continuar lutando por seus direitos e por suas vidas. […]

[…] É com este espírito que vejo o projeto ”Séculos Indígenas no Brasil” de autoria de Frank Coe e Álvaro Tukano. Eles querem mostrar o índio com sua cara atual e por sua própria voz. Eu espero no final, ver um filme com os índios apontando um dedo para nós e nos conclamando a ficar ao seu lado.”

Darcy Ribeiro

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Secretaria da Identidade e daDiversidade Cultural

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