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SELEÇÕES DO READER'S DIGEST S EGREDOS e V IRTUDES das

Segredos e Virtudes Das Plantas Medicinais

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Segredos e Virtudes Das Plantas Medicinais

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Selees do Reader's DigestSegredoseVirtudesdas(edio resumida)Um guia de plantas nativas e exticas e seus poderes curativos

Plantas Medicinais

SELEES DO READER'S D1GESTSegredoseVirtudesdasPlantas Medicinais

Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais (edio resumida) 2002, by Reader's Digest Brasil Ltda.Diretora Editorial: Liana Prola SchipperEditor de Projeto: lvaro MarinsEditores Assistentes: Carlos Alves, Renata PettengiflAssistente Editorial: Janana FidlisConsultoria: Dr. Roberto Leal Boorhem (Professor fundador doscursos de fitoterapia do Instituto de Acupuntura doRio de Janeiro), Dra. Isabel do Amparo Martins Rial,Crstiana Borgerth Vial Corra Traduo: Alda Porto, Marcos Santarrita, Stela MarisCostalonga Gandour Ilustradores: Malena Barreto, Patrcia Arroxellas VillelaDireo de Arte: Patrcia Martins Copidesque e ndice: Danielle Corpas Reviso: Idlia Ribeiro Vanzellotti Editorao Eletrnica: Bonde ZaineDiretor de Produo: Andr ArtagoGerente de Produo: Ricardo Delia Pasqua Jr.Diretor de Marketing: Luis Henrique Fichman Gerente de Marketing: Juliana Carnaval Gerente de Produto: Fbio CoutoAgradecimentos: Instituto de Acupuntura do Rio de Janeiro, Jardim Botnico do Rio de Janeiro, Chcara Burle Marx, Yara Hupsel, Maria de Lourdes Hilrio do NascimentoEdio originalMagic and Medicine of Plants 1994, by The Reader's Digest (Austrlia) Pty LimitedEditores: Tim Low, Tony Rodd, Rosemary BeresfordConsultor: Lorna CartwrightRedatores: Pamela Allardice, Kerry Bon, Francs HutchsonIlustradores: Mette Ivers, Denise Weber, Britt-Mari Norberg, MaryKellner, Jean-Paul Turmel, Guy Mchel, Ncola Oram, David Mackay,Charles Pickard, Luc Bosserdet, lan Garrard, Philippe Coute, AnnieLe Faou, Maurice Esperance, Josane Lardy, Madeleine HuauReservados todos os direitos. Proibida a reproduo, total ou parcial, do texto ou das ilustraes sem autorizao, por escrito dos editores.Selees, Reader's Digest e o smbolo do Pgaso so marcas registradas de The Reader's Digest Association, Inc.Readerrs Digest Brasil Ltda.Av. Presidente Vargas, 3.131 sala 1.301 a 1.303CEP 20210-030 - Rio de Janeiro - RJVisite nosso site: www.selecoes.com.br Fale conosco: [email protected] edio, outubro de 2002, impresso no Brasil Por R.R. Donnelley Amrica Latina

ATENO!As informaes contidas neste livroprocuram servir apenas como umareferncia para os leitores. No pretendem,em hiptese alguma, substituir os conselhosde um mdico. Os editores no pregam oautodiagnstico nem tampouco aautomedicao; eles insistem que qualquerpessoa com sintomas continuados, aindaque aparentem de pouca importncia, deveconsultar um mdico. O leitor deve estarciente de que qualquer substncia vegetal,se usada como alimento ou remdio,externa ou internamente, pode provocarreaes alrgicas em algumas pessoas.

Sobre este Livro

N

os dias de hoje, de fast foods, casas pr-fabricadas e roupas sintticas, qual de ns no anseia voltar a ter um modo de vida mais natural? Esse desejo de pr a natureza de volta em nossas vidas se aplica particularmente a duas preocupaes modernas: tornar-se saudvel e manter-se saudvel.Por milhares de anos as pessoas recorreram s plantas para tratar doenas e amenizar dores e incmodos. As mesmas ervas, rvores e arbustos empregados pelos povos antigos continuaram a ser valorizados atravs dos tempos. Mas, embora as pessoas soubessem que certas plantas tinham indiscutvel poder curativo, elas no podiam explicar como os poderes medicinais das plantas atuavam e, dessa forma, freqentemente atribuam a elas foras sobrenaturais. Hoje ns entendemos muitos dos princpios fsicos e qumicos que contribuem para as propriedades medicinais das plantas. Entretanto, as plantas ainda mantm uma qualidade mgica sua beleza e a estonteante variedade de suas formas. Esta edio resumida um pequeno guia para o maravilhoso mundo medicinal e mgico das plantas. Nela voc encontrar ilustraes especialmente criadas para 28 plantas comumente usadas em fitoterapia. Nela voc encontrar tambm informaes preciosas sobre os usos e propriedades de cada planta em particular.05 Editores4 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISSumrio*Agrio 5Alecrim 6Alho 7Babosa 8Camomila 9Confrei 10Cravo-da-ndia 11Dente-de-leo 12Erva-doce 13Estrago 74Eucalipto 15Fura-parede 16Gengibre 77Hibisco 18

19 nula20 Jarrinha-da-europa21 Loureiro22 Mamo23 Nespereira-da-europa24- Organo25 Papoula26 Pimenta-malagueta27 Ruiva-dos-tintureiros28 Slvia29 Tomilho30 Urtiga-branca31 VerbenaJb 32 Zimbro-comum5 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

AgrioNasturtum officinale R, Br.Agrio-das-fontes, agrio-de-guaCRUCFERASP

ara aproveitar ao mximo as importantes propriedades do agrio, necessrio utiliz-lo muito fresco e verde e lav-lo previamente, pois suscetvel de transmitir ao homem uma doena parasitria, a distoma-tose. Se essas regras forem devidamente cumpridas, sem dvida a planta merece a

designao de "sade do corpo", que lhe atribuda nos meios rurais da Frana. uma pequena planta perene, aqutica, cujo cheiro picante determinou seu nome cientfico Nasturtum, que deriva da expresso latina nasus tortus, nariz torcido.O agrio uma planta de grande valor medicinal, pois sua riqueza em vitaminas e sais minerais confere-lhe propriedades de excelente estimulante e antiescorbtico. A espcie cultivada tem as mesmas proprieda-. des. Para encontr-lo em locais onde no cultivado, so necessrios longos percursos pelos prados midos, at conseguir colh-lo numa nascente, fonte ou pequeno regato. freqente encontrar prximo deste o falso-agrio, uma umbelfera semelhante ao aipo {Heloscyadium nodiflorum) que no venenosa, embora seja aconselhvel elimin-la logo que identificada. Suas flores esto dispostas em umbelas, e os seus fololos dentados adelgaatn-se progressivamente. Ao prov-lo, fcil distingui-lo do agrio.X A utilizao do agrio deve ser interrompida se surgir irritao dolorosa da vescula.HBITAT: Europa; aclimatada no Brasil; locais midos, nascentes, regatos, valas; at 2.000 m. IDENTIFICAO: De 10 a 80 cm de altura. Perene, caule prostrado, redondo, carnudo, glabro, parte inferior rastejante na gua; folhas verde-escuras, carnudas, glabras, pinuladas, com fololos arredondados ou ovais, sendo o terminal freqentemente maior; flores brancas, pequenas, em cacho

denso, 4 spalas iguais, 4 ptalas em cruz, 4 estames compridos e 2 curtos; sliqua curta contendo 4 fileiras de sementes; razes adventcias nas zonas rastejantes dos caules. Cheiro picante; sabor picante. USOS & PROPRIEDADES: Rico em vitaminas, alm de conter fsforo, ferro, iodo e clcio, utilizado como depurativo, diurtico, estimulante e antitrmico. Indicado tambm contra afeces dermatolgicas, como acne, sarda e dermatose.8 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISBabosaAloe vera (L) Burm. f.Aloe L1L1CEASD

entre as plantas populares, a babosa uma das que mais merecem essa qualificao. Quase todos os balces de cosmticos exibem xampus e cremes para a pele contendo aloe vera, como tambm chamada. O valor dessa planta reside em sua capacidade de regenerar tecidos danificados, o que faz com bastante eficincia. possvel que a espcie tenha se originado nas ilhas de Cabo Verde e, nos primrdios da histria, tenha aparecido no Egito, na Arbia e na ndia. A babosa utilizada para embalsamar o corpo de Cristo, de acordo com o Evangelho de So Joo, 19:39, pode ter sido A. vera ou uma espcie intimamente relacionada. Plnio, naturalista romano do sculo i, citou muitos usos para a planta: aplicao externa do sumo fresco para cicatrizar feridas, contuses e irritaes, e um extrato das folhas para ser usado internamente como um tnico, purgativo e remdio para ictercia. A babosa da farmaco-pia britnica um extrato resinoso, indicado

por seus efeitos laxantes. Foi mencionada no Bald's Leechbook, usado na poca de Alfredo, o Grande (sculo ix). A babosa contm glicos-deos antraquinnicos semelhantes queles da cscara-sagrada e do sene. A medicina descobriu novas aplicaes para a planta por exemplo, o sumo fresco das folhas utilizado como ungento para tratamento de queimaduras por radiao.HB1TAT: Locais ensolarados e secos; solos arenosos. Provavelmente nativa da frica,h muito estabelecida no litoral dos mares Mediterrneo e Vermelho. cultivada principalmente em regies tropicais e subtropicais secas. IDENTIFICAO: De 60 a 90 cm de altura. Perene, suculenta, com talo nico. Folhas carnosas, longas, espinhentas, de pontas agudas, formando um invlucro em torno do caule; flores terminais, em cacho alongado apontando para baixo, de colorao amarela ou vermelha, com laivos alaranjados. Sabor

amargo e nauseante; odor forte e desagradvel. USOS & PROPRIEDADES: O sumo fresco e viscoso das folhas da babosa serve como um ingrediente emoliente (amadante da pele) em muitas loes e cremes para a pele, ungentos e xampus. O sumo fresco tambm largamente empregado em casos de ferimentos e queimaduras menos importantes, tanto no uso domstico quanto em vrios produtos farmacuticos.9 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

CamomilaMatricaria chamomlla LCamomila-alem, camomtla-dos-alemes,camomila-vulgar, matricariaCOMPOSTASE

ntre as diversas plantas vulgarmente chamadas de camomila, e como tal utilizadas na farmacopia domstica, so possveis inmeras confuses. Estas confuses no tm conseqncias graves, se bem que a camomila real seja mais ativa que suas afins, razo por que seria lamentvel substitu-la por outra. fcil distingui-la devido a trs caractersticas: as lgulas brancas dos captulos curvam-se para baixo no final da florao; o receptculo cnico, oco e desprovido de brcteas entre as flores; e por ltimo, as folhas so recortadas em finas lacnias. Muito divulgada em algumas regies da Europa, uma planta de searas, acostamentos e terrenos baldios. Na Grcia, a camomila florescia abundantemente, distinguindo-se desde a Antigidade pelo seu aroma. curioso verificar que as descobertas empricas de Dioscorides sobre a ao emenagoga desta pequena camomila foram confirmadas 19 sculos mais tarde.X S ingerir entre as refeies.HB1TAT: Comum na Europa; campos, terrenos baldios, acostamentos, searas, campos cultivados; at 160 m.IDENTIFICAO: De 20 a 50 cm de altura. Anual, caule glabro, ereto, muito ramificado; folhas verdes, bipenatissectas, em delicadas lacnias lineares, lisas na pgina superior; flores brancas, amarelas no centro, em captulos pedunculados, tubulosos no centro e ligulados na periferia, sobre um receptcu-

lo cnico e oco; aqunio arqueado e pequeno, com 5 costas e encimado por uma coroa escariosa. Cheiro aromtico e penetrante. USOS & PROPRIEDADES: O ch de camomila muito popular no Brasil por seus efeitos sedativos, antiespasmdicos e emenagogos. A infuso preparada com os captulos e tem tambm ao antilgica, antiinflamatria, anti-sptica, eupptica e tnica.1 O GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISConfreiSymphytum officinale LConsolda, conslida-maior,erva-docardealBORAG1NCEASO

s caules vilosos e angulosos do confrei erguem-se beira de valas, ribeiros, prximo de pntanos e em solos alagados.O nome que lhe foi atribudo, Symphytum, deriva do grego symphu, "eu reno", e alude propriedade de consolidar e soldar os ossos fraturados e os bordos das feridas, o que celebrizou a planta 20 sculos antes de Cristo. No entanto, s no sculo xx dois mdicos ingleses, A. W. Thitherley e N. G. S. Coppin, o analisaram, detectando no rizoma do confrei a presena de alantona, substncia utilizada em dermatologia devido s suas propriedades cicatrizantes. O rizoma, que contm uma mucilagem viscosa com propriedades emolientes, utilizado fresco, em cataplasma feito com a polpa, ou seco, em compressa para acalmar as dores das queimaduras e acelerar a cicatrizao de feridas. Aps arrancar o rizoma e a raiz, devem-se lav-los, rasp-los, reduzi-los a fragmentos,

FLORES E FRUTOS NO INTERIOR DO CLICEsec-los rapidamente ao sol e conserv-los em caixas bem fechadas.X Existem evidncias de que a ingesto por longos perodos de tempo pode provocar cncer heptico.HBITAT: Europa, exceto na regio mediterrnea; atualmente cultivado em todo o mundo; solos midos, relvados; at 1.500 m. IDENTIFICAO: De 30 a 80 cm de altura. Perene, caule robusto, ereto, quadrangular, ramoso; folhas ovais, longamente decorrentes, espessas, guarne-cidas de plos speros, sendo as basais maiores; flores violceas, rosadas ou amareladas, reunidas

em cimeiras espiraladas e pendentes; tetraqunio duro, brilhante, rodeado pelo clice persistente; moita grossa, carnuda, preta na superfcie, branca e viscosa em corte. Inodora, sabor adocicado, muito levemente adstringente.USOS & PROPRIEDADES: As folhas, o rizoma e a raiz, frescos ou secos, so utilizados para fins teraputicos. Seu emprego dermatolgico deve-se s propriedades cicatrizantes e emolientes.11 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISCravo-da-ndiaEugenia caryophyllata Thunb.AAIRTCEAS

botAofloral fechadoS

culos atrs, nas ilhas onde se encontravam os condimentos do Extremo Oriente, os cravos-da-ndia eram to disputados que as naes europias se envolviam em duras guerras comerciais. Os holandeses ganharam o monoplio ao destruir todos os craveiros-

da-ndia, exceto aqueles que cresciam em uma ilha que eles possuam, Ambon. Finalmente, a Frana quebrou o monoplio e, no comeo do sculo xix, os cravos-da-ndia j eram cultivados em plantaes em muitas regies tropicais. No Brasil, o cravo-da-ndia cultivado em regies quentes.Os cravos-da-ndia so, na realidade, os botes florais de uma rvore da floresta tropical.A maior parte dos cravos-da-ndia destinada culinria, mas uma grande quantidade mandada para fbricas de processamento para extrao do leo essencial, que rico em eugenol e acetato de eugenila. O leo do cravo-da-nda muito utilizado na odontologia em restauraes e no tratamento aps a extrao de dentes. O odor penetrante do cravo-da-ndia tambm empregado em sabes, loes e pastas de dente.Por apresentar qualidades anti-spticas e andinas (alivia a dor), h muito que os cravos-da-ndia vm sendo empregados na medicina popular. Geraes de curandeiros populares e de dentistas tm prescrito cravos-da-ndia ou seu leo contra dor de dente. A tintura dos cravos-da-ndia tambm cicatriza infeces por fungos, como p-de-atleta e outras dermatoses.HBITAT: Florestas tropicais. Nativo das ilhas Molucas, atualmente bastante cultivado. IDENTIFICAO: rvore com mais de 12 m de altura, muito ramificada. Folhas opostas, brilhantes, com numerosas glndulas de leo visveis contra-luz; flores pequenas, amarelas, em cachos terminais; frutos suculentos, vermelhos, comestveis. Aroma forte e penetrante. USOS & PROPRIEDADES: O leo de cravo-da-ndia um eficiente anestsico e a manuteno de um cravo-da-ndia na boca alivia a dor de

dente. Os preparados com cravo-da-ndia, como chs, so prescritos em casos de nusea e indigesto. Utilizam-se tinturas para tratar infeces da pele por fungos. So tambm largamente usados como um tempero culinrio.14 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

/\EstragoArtemisia dmcunculus L.COMPOSTASC

arlos Magno, rei dos francos (768-814) e Sacro-lmperador Romano (800-814), gostava tanto de estrago que ordenou o seu cultivo em todas as suas propriedades. Mesmo hoje, difcil encontrar um cozinheiro francs que no o utilize. O delicado gosto de alcauz da erva torna-a um tempero complementar ideal para pratos de carne, peixe e frango, molhos, saladas e molho bamaise.No se sabe ao certo quando o estrago tornou-se classificado, do ponto de vista medicinal, como uma "erva-do-drago", nome dado pelos herbolrios s plantas que eram usadas como antdoto para as picadas de animais venenosos. O estrago chegou Inglaterra, vindo do sul da Europa, por volta de 1500. L ele foi reconhecido como um "amigo da cabea, do corao e do fgado". Os registros mostram que, por volta de 1650, o estrago j havia sido levado para as colnias holandesas do Novo Mundo, onde era uma das 33 plantas listadas pelos colonos.Hoje, os fitoterapeutas defendem o uso do

estrago para aliviar reumatismo e artrite. Tambm prescrevem-no para estimular o apetite, promover a menstruaao e como diurtico. O estrago francs no deve ser confundido com a variedade inspida denominada estrago russo. Este ltimo semelhante, porm tem folhas mais plidas.HB1TAT: Plancies e dedives secos. Nativo do sul da Europa, da sia e da Amrica do Norte. IDENTIFICAO: Mais de 1,50 m de altura. Perene, folhas simples, alternas, estreitas, oblongas ou em forma de lana, com 2 a 8 cm de comprimento; flores diminutas, globulares, verde-esbranquiadas. Aroma de erva-doce (folhas amassadas).USOS & PROPRIEDADES: O estrago mais conhecido como uma erva culinria. Os atuais fitoterapeutas classificam-no como diurtico,

estimulante do apetite e emenagogo (que promove a menstruaao). Os farmacologistas que investigaram o uso da planta como um emenagogo encontraram alguma evidncia, mas nenhuma prova positiva, da validade desse uso. H evidncia, a partir de experincias com animais, de que o leo essencial do estrago possa causar cncer quando tomado em grandes doses e por um longo perodo de tempo.1 5 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISEucaliptoEucalyptus globulus Labill.AA1RTCEASE

xistem no mundo cerca de 600 espcies de eucaliptos, espalhadas por todos os continentes. Originrio da Tasmnia, onde chega a atingir 100 m de altura, o globulus foi introduzido na Europa em meados do sculo xix com o objetivo de sanear as regies pantanosas. Efetivamente, as suas longas e sedentas razes possibilitaram a drenagem desses solos. Alm disso, esta rvore robusta

muito apreciada devido ao seu rpido crescimento, ao seu aroma e averso que este provoca nos insetos.As longas folhas falciformes dos ramos mais velhos so de preferncia utilizadas para fins medicinais, pois as folhas jovens so menos ricas em essncia. Dentre os componentes ativos detectados nessa essncia, um dos mais enrgicos o eucaliptol, que faz parte de numerosos preparados farmacuticos, como pastilhas, xaropes, cpsulas, solues injetveis, supositrios e dentifrcios. Como a colheita das folhas se efetua no vero, basta sec-las e conserv-las em frascos de vidro para que suas propriedades no se alterem.

HBITAT: Nativo da Tasmnia, na Austrlia, atualmente encontra-se difundido por todo o mundo; reas costeiras, solos calcrio-argilosos. IDENTIFICAO: rvore perene, de crescimento rpido, atingindo 70 m de altura ou mais, com um tronco liso e cinza. Folhas alternas, estreitas, obiongas e verde-escuras, possuindo entre 10 e 30 cm de comprimento; flores esbranquiadas, com um clice quadrangular encimado por um oprculo coriceo; cpsula

dura, angulosa, com 4 lculos contendo sementes escuras. Cheiro ativo; sabor amargo. USOS & PROPRIEDADES: O eucalipto famoso pelas propriedades anti-spticas e germicidas do leo essencial de suas folhas. O leo usado em produtos de aplicao externa, em casos de bronquite, dores musculares e reumatismo, e ainda em preparados para inalaes contra acessos de tosse e asma. Tambm entra na composio de pastilhas e xaropes para tosse.1 6 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISFura-paredeParietara officinalis L.Erva-de-santana, folha-de-santana,parietria, quebra-pedraURT1CCEASA

fura-parede uma planta perene, de origem mediterrnea, que seguiu o homem at o extremo norte da Europa, de um povoado para outro e instalando-se em moitas nas paredes deterioradas. Em fitotera-pia, so utilizadas duas variedades: uma tem caules grandes e inflorescncias densas e a outra, caules mais difusos e glomrulos pendentes. As suas propriedades medicinais so idnticas e ambas podem provocar manifestaes de polinose. As virtudes da fura-parede so conhecidas desde a Antigidade; no sculo I, Plnio relata a eficcia desta planta no tratamento de um escravo que cara do cimo de um burro. Emoliente e diurtica, mais ativa quando utilizada no estado fresco; seca, conserva apenas algumas das suas propriedades se for guardada num frasco her-meticamente fechado. Adicionando fura-parede a cavalinha, a urtiga-branca, a urze e a barba de milho, prepara-se uma infuso de

sabor desagradvel, utilizada no tratamento da cistite. A planta tem cheiro inspido e sabor de erva, ligeiramente salgado.HABITAI": Europa; at 700 m. IDENTIFICAO: De 10 a 30 cm de altura. Perene, caule avermelhado, ereto ou difuso (isto , com os ramos dispostos sem ordem e bastante abertos), por vezes pendente, pubescente; folhas alternas, pecioladas, inteiras, ovais ou em forma de losango, finas, com 2 ou nervuras guarnecidas na pgina inferior de plos aderentes; flores esverdeadas, em glomrulos de 5 a 6 na axila das folhas, pequenas, acompanhadas de brcteas inteiras ou ciliadas, hermafroditas ou

unissexuadas, estando as femininas sempre situadas no centro; aqunio pequeno, preto, brilhante e comprimido; moita viosa e robusta. USOS & PROPRIEDADES: Empregam-se as partes areas da planta, bem como as folhas e o sumo. Seca rapidamente sombra. depurativa, diurtica, emoliente e refrescante.1 7 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISGengibreZingiber officinale Roscoe Mangarataia, mangaratiZING1BERCEASU

ma das mais antigas e populares plantas medicinais do mundo, o gengibre usado na medicina popular de quase todos os povos do planeta. Na China, o ch de gengibre, de sabor acre e desagradvel, feito com pedaos de gengibre fresco fervido em gua, tem sido largamente indicado para gripes, tosses, resfriados e ressacas. Os chineses acreditam que o ch fortalece os pulmes e os rins. No Japo, a massagem com leo de gengibre um tratamento tradicional para problemas de coluna e articulaes. As compressas de gengibre so usadas em muitas partes do mundo para aliviar a congesto nasal, problemas dos rins, elicas menstruais e vrias outras dores e doenas. Um chumao de algodo embebido com leo de gengibre um tratamento comum para dores de ouvido. Alguns fitotera-peutas tm recomendado banhos e compressas quentes de gengibre para aliviar os sintomas de gota, artrite, dores de cabea e de coluna. O escalda-ps de gengibre considera-

do como revigorante para todo o corpo.O gengibre possui propriedades teraputicas principalmente devido a um leo essencial que contm, entre outras substncias, canfe-no, felandreno, zingibereno e zingerona. Elas se combinam para tornar o gengibre rubefa-ciente (revulsivo), carminativo e eficaz na digesto de alimentos gordurosos.HB1TAT: Florestas tropicais. Nativo do sudeste da sia, o gengibre hoje cultivado em praticamente todo o mundo. IDENTIFICAO: Planta perene robusta que pode atingir mais de 1 m de altura. As folhas verde-escuras nascem a partir de um caule duro, grosso e subterrneo (o rizoma); flores tubulares amarelo-claro ocorrem em espigas eretas entre as brcteas folhosas.USOS & PROPRIEDADES: O gengibre tem muitos usos na medicina popular, principalmente

devido a suas propriedades estimulantes, rubefacientes e carminativas. ingerido para combater doenas respiratrias e descobriu-se que eficaz contra enjos de viagem e no tratamento da ressaca. O gengibre cristalizado um estimulante do apetite. O leo de gengibre utilizado contra dor de ouvido.1 8 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISHibiscoHibiscus rosa-sinensis L.Brincos, brincos-de-vnus, graxa-de-estudante, graxa-de-soldado, mimo-de-vnus, papoula, rosa-da-chinaAAALVCEASP

or todo o mundo, podem-se encontrar mais de 300 espcies diferentes de hibiscos vicejando em regies tropicais e subtropi-cais. Devido sua beleza, o rosa-sinensis um dos mais cultivados. A planta floresce em exuberantes tonalidades de vermelho, laranja ou prpura. As grandes flores de colorido brilhante raramente duram mais de um ou dois dias, mas novos botes aparecem a cada manh.

O hibisco rosa-sinensis tambm tem sido preconizado pelo seu valor medicinal. H relatos de que as flores atuam como adstringente; a raiz contm mucilagem, o que tem um efeito calmante nas membranas muco-sas que revestem os aparelhos respiratrio e digestivo. Em algumas partes da sia, as mulheres tm usado a casca da rvore para normalizar a menstruao. Em determinada poca, acreditava-se que as sementes eram eficazes contra as elicas.O hibisco a fonte de um corante preto usado na sia oriental para os cabelos e as sobrancelhas das mulheres. Entretanto, o maior valor da planta reside na beleza de suas flores e em um saboroso ch preparado com suas ptalas.

HBITAT: Campos e acostamentos. Nativo da sia tropical, o hibisco cresce em regies tropicais e subtropicais por todo o mundo. IDENTIFICAO: De 1 a 4 m de altura. Perene, arbusto ou pequena rvore. Folhas verdes, polidas, grosseiramente dentadas, pontudas, ovais, com 2 a 4 cm de comprimento; flores com 5 ptalas, com 10 a 15 cm de largura, em geral vermelhas, mas tambm alaranjadas ou vermelhas com laivos purpreos. USOS & PROPRIEDADES: Embora o hibisco

tenha sido usado como adstringente e estimulante em casos de doenas respiratrias e para aliviar elicas, no h evidncia cientfica que fundamente qualquer uso medicinal da planta. Pode-se preparar um ch a partir das flores, mas ele no oferece nenhum benefcio medicinal, constituindo apenas uma alternativa de sabor.1 9 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISnulalnula helenium L.COMPOSTASA

nula tem um passado maravilhoso. Teofrasto, Dioscorides e Plnio na Antigidade, Alberto, o Grande, e Santa Hildegarde na Idade Mdia e Mattioli no Renascimento enalteceram seus mritos, e sua fama manteve-se at a atualidade. Apenas a raiz verdadeiramente ativa. Depois de colhida, cortada em pedaos e seca ao sol. Outrora, na Alemanha, possibilitava a fabricao de um vinho de nula, tambm chamado "potio Paulina", em memria da recomendao de S. Paulo a Timteo para beber um pouco de vinho a fim de curar a debilidade do seu estmago. Na Alscia, o reps ainda hoje obtido pela mace-rao da raiz de nula em mosto.O helenium deriva de helenion, nome grego da planta, que, por sua vez, parece derivar de Elen; segundo a lenda, a planta nascera das lgrimas de Helena, mulher de Menelau, causa da Guerra de Tria.A nula uma planta grande, outrora cultivada devido sua raiz medicinal; abandonou, porm, as antigas plantaes, encontrando-se

atualmente muito difundida, embora desigualmente distribuda.HBITAT: Europa, desigualmente distribuda, evadida das culturas antigas, valas, sebes; at 800 m.IDENTIFICAO: De 1 a 2 m de altura. Perene, caule robusto, ereto; folhas dentadas, espessas, esbranquiadas na pgina inferior, sendo as caulinares ssseis, invaginantes e as da base muito grandes, pecioladas; flores amarelas, em grandes captulos, invlucro com brcteas desiguais, ligulas compridas e numerosas; aqunio castanho, com papilho simples, avermelhado; razes grossas.

USOS & PROPRIEDADES: A raiz seca atua sobre afeces cutneas e respiratrias. bquica, colertica, sedativa e tnica. Utilizada tambm como vermfugo. Pesquisas recentes indicam que a raiz , provavelmente, antiespasmdica e expectorante, alm de conter um princpio ativo com propriedades anti-spticas e antibiticas.20 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISJarrinha-da-europaAristolochia clematitis L.Papo-de-peru AR1STOLOQU1CEASA

o formar as flores amarelo-doufadas do cassa, a Natureza preparou urna perigosa armadilha. Logo que os insetos entram na corola, deslizam no revestiment ceroso que enche seu interior e so impedidos de voltar ao exterior por uma barreira e plos. Mais tarde, quando a flor murcha, Ps plos secam e os prisioneiros, salpicados de plen, so libertados, podendo ento garantir a fecundao. Planta perene que prefere calor e os solos calcrios, encontra-se freqentemente nas vinhas da regio do Mar Mediterrneo, onde facilmente identificvel devido s suas enormes folhas verde-claras efP forma de corao e ao seu cheiro enjoativo.Vrias espcies de cassas, j descritas na Antigidade, foram durante muito! tempo utilizadas devido sua pretensa ao estimulante do trabalho de parto. Deste fato lhe advm o nome de aristos, excelente', e okia,

parto. Alm disso, suas propriedades adstringentes e cicatrizantes propiciaram sua utilizao em medicina at o sculo xvm, e mesmo at nossos dias, em alguns meios rurais.X Sua raiz deve ser utilizada seca, pois tPxlca no estado fresco tanto para o homem cof10 ParaHBITAT: Europa central e meridional; t?rrenos pedregosos, vinhas, solos calcrios; at 80^ m-IDENTIFICAO: De 20 a 80 cm de alai"' Perene, caule ereto, simples; folhas" grand", com pecolos compridos, cordiformes, com os bordos denticulados; flores amarelas, pedicelada?' tubulosas, inchadas na base e linguiform?s n0

cimo, de 2 a 8 na axila das folhas superiores, 6 estames inclusos, anteras soldadas, 6 carpelos; cpsula pendente e carnuda; rizoma rastejante, profundo e frgil. Esta planta perene tem um cheiro desagradvel e seu sabor acre. USOS & PROPRIEDADES: Utilizam-se as folhas e o rizoma. Este, depois de lavado, deve ser seco em pedaos. adstringente, emenagogo e cicatrizante, sendo empregado no tratamento de problemas nas articulaes.21 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISLoureiroLaurus nobilis L.Louro LAURCEASO

riundo da sia Menor, o melanclico e belo loureiro, ao passar pela Grcia, criou uma histria e uma lenda: dedicado a Apoio, coroava os heris gloriosos. A partir do Peloponeso, invadiu a Europa, e atualmente encontra-se em quase todos os jardins, desde o Mediterrneo s costas da Mancha e do Atlntico. No Brasil, igualmente muito popular, pois as folhas de louro tornaram-se um ingrediente indispensvel no preparo da feijoada. O loureiro sobretudo conhecido pelo papel que desempenha na culinria, sendo conveniente no confundir suas folhas com as do loureiro-cerejeira, que so plantas muito venenosas. Com o alho, a salsa e o tomilho, constitui o chamado ramo de aro-mticos, ignorando-se por vezes que esta planta culinria dotada de outras virtudes, alm da de estimular agradavelmente as papilas gustativas dos gastrnomos.O loureiro considerado estimulante e anti-sptico: as folhas em infuso facilitam a

digesto. O leo extrado de suas bagas, denominado manteiga de loureiro, produz um efeito benfico nas dores articulares. Em medicina veterinria utilizado em frices para o mesmo fim. Uma ligeira camada deste leo aplicada sobre o plo de um animal protege-o das moscas.HB1TAT: Europa, ravinas das montanhas da regio mediterrnea; espontneo e subespontneo em locais sombrios e margens dos cursos d'gua; at 1.200 m; bem aclimatado no Brasil nas regies de clima temperado.IDENTIFICAO: De 2 a 10 m de altura. rvore; caule glabro, de casca lisa e preta, madeira amarelo-plida, ramos eretos; folhas verde-escuras, brilhantes na pgina superior, baas na inferior, coriceas, lanceoladas, onduladas nos bordos, alternas, persistentes; flores branco-amareladas,

4 a 6 por umbela na axila das folhas, pequenas, pedunculadas; baga negra do tamanho de uma cereja contendo 1 semente. Cheiro aromtico (flores); sabor aromtico (folhas), acre, picante (fruto).USOS & PROPRIEDADES: A infuso das folhas, sem pecolos, popular no Brasil. O fruto colhido no outono tambm tem uso medicinal. anti-sptico, estimulante, sedativo e sudorfico.24 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISOrganoOriganum vulgare L.Manjerona-selvagem, orgo, ouregoLAB1ADASN

o estado espontneo, o organo uma planta da montanha, como indica o nome, derivado das palavras oras, montanha, eganos, esplendor; o organo chegou atualidade atravs da histria dos simples, porm sempre acompanhado de certa impreciso cientfica; os textos mdicos antigos fazem efetivamente numerosas referncias a um organo com flores brancas cujas corolas so cor-de-rosa-prpura, que no corresponde ao organo. Alm disso, na Europa freqentemente confundido com a manjerona, que, no entanto, s sobrevive nessa regio quando cultivada. Porm, as propriedades medicinais do organo contidas nas extremidades floridas so irrefutveis; os fitoterapeutas utilizam-nas, estando a maioria de suas importantes virtudes ligada a uma ao estimulante sobre o sistema nervoso. Possuem ainda uma ao antilgi-ca; uma pequena almofada feita com as extremidades floridas recm-colhidas e

aquecidas durante um breve momento numa frigideira alivia qualquer torcicolo. Dessas extremidades floridas tambm se pode obter uma bebida doce, aperitiva, digestiva e bquica pela macerao de 50 g em 1 litro de vinho durante 10 dias. Cheiro aromtico, sabor amargo.HB1TAT: Europa, solos pedregosos e prados expostos ao sol; cultivado no Brasil; at 2.000 m. IDENTIFICAO: De 30 a 80 cm de altura. Perene, caule ereto, por vezes corado de vermelho, com 4 ngulos e ramoso na extremidade superior; folhas inteiras pedoladas, ovais, pontiagudas e subglabras; flores cor-de-rosa-prpura, numerosas, em glomrulos dispostos em panculas terminais densas, com numerosas brcteas cor de prpura e violceas; tetraqunio, sendo cada uma das partes ovide

e lisa; rizoma rastejante, escuro e comrazes fibrosas.USOS & PROPRIEDADES: Antlgico potente,atua ainda como antiespasmdico, emenagogo,anti-sptico, expectorante, parasiticida e tnico.Recomendado no tratamento de distrbiosestomacais.25 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISPapoulaPapaver rhoeas L.Borboleta, dormideira,dormideira-silvestre, papoula-comum,papoula-das-searas,papoula-dos-cereais, papoula-ordinria,papoula-rubra, papoula-vermelha,papoula-vermelha-dos-camposPAPAVERCEASO

s herbicidas seletivos expulsaram-na das searas, onde suas frgeis ptalas de um vermelho intenso estremeciam entre as espigas douradas. Atualmente, a papoula acolhe-se ao longo das rodovias e das ferrovias da Europa e da sia. Planta anual, tem vida curta e no tardar a tornar-se rara, como muitas outras ervas daninhas infestan-tes das searas.Originria do Mediterrneo oriental, a papoula parece ter sido introduzida na Europa com a cultura dos cereais. Utilizada desde os mais remotos tempos, esta flor com propriedades benficas para o sistema respiratrio faz parte atualmente da mistura das sete plantas que constituem a "tisana das quatro flores". conveniente respeitar as doses prescritas, pois

FRUTOCAPSULAR(AUMENTADO)em doses elevadas pode tornar-se txica.Se bem que a atraente cor destas frgeis flores incite a colh-las em ramos, necessrio identificar com exatido suas caractersticas distintivas, pois para fins teraputicos no so indicadas as flores de cor mais desmaiada e muito pequenas com cpsula pilosa ou estrangulada no vrtice.X Respeitar as doses indicadas.HB1TAT: Europa, sia e norte da frica; at1.700 m.IDENTIFICAO: De 25 a 80 cm de altura. Anual, cauie ereto, piloso, ramoso, com ltex esbranqui-ado; folhas vilosas, recortadas em lbulos lanceo-lados triangulares, sendo as inferiores muito recortadas; flores vermelhas, freqentemente maculadas de preto na base, solitrias na extremidade de um comprido pednculo, efmera; cpsula curta,

ovide, glabra, deiscente por poros abertos sob o disco estigmatfero, numerosas sementes pretas. Cheiro pouco intenso, desagradvel; sabor amargo. USOS & PROPRIEDADES: As ptalas, colhidas em plena florao, devem ser dispostas em camadas finas e conservadas em local seco. Muito empregada como sedativo, recomendada no tratamento de problemas respiratrios. ainda antiespasmdica, emoliente, hipntica e sudorfica.26 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

FRUTO CORTADOPimenta-malaguetaCapsicum frutescens L.Comarim, cumari, pimenta-apu,pimenta-de-caena, pimenta-de-cumariSOLANCEASM

enos de duzentos anos depois de os europeus terem descoberto o continente americano, um grupo de plantas da proveniente - o gnero Capsicum -j adicionava um novo e estimulante sabor a muitos dos pratos nacionais da ndia, da China, do sudeste da sia e do Mediterrneo. O que seria do curry picante da sia sem as pimentas como principal ingrediente?As pimentas so ainda valorizadas por suas propriedades benficas sade. Alm de estimular as glndulas salivares, acredita-se que promovam uma limpeza do aparelho digestivo, forando a eliminao dos parasitas intestinais. Quando empregadas nos pratos de carne, parecem possuir um efeito con-servante, possivelmente devido a propriedades bacteriostticas, sendo por isso de grande utilidade nas regies onde nem sempre se

dispe de refrigerao.Todas as pimentas possuem o composto acre capsaicina como princpio ativo. Ela irritante para a pele e para as membranas mucosas. Em doses excessivas, pode causar problemas agudos e at ser fatal para os seres humanos. Pesquisas indicam que pode ser carcinognica para o fgado.HBITAT: reas protegidas e terrenos revolvidos; solos bem drenados. Acredita-se que as pimentas sejam nativas da Amrica tropical, sendo hoje cultivadas nas regies tropicais e temperadas. Naturalizam-se com freqncia, j sendo uma parte estabelecida da flora que cresce como praga em pases quentes.IDENTIFICAO: At 2 m de altura. Arbusto anual. Folhas alternas, ovadas, com at 10 cm de comprimento; flores (todo o ano, nos trpicos) pequenas, brancas ou esverdeadas; frutos (baga)

carnosos, vermelhos quando maduros, com at 2 cm de comprimento; sementes numerosas. Sabor picante.USOS & PROPRIEDADES: Na medicina popular, acredita-se que as pimentas possuam vrias propriedades, todas dependentes da sua natureza irritante. Como outras substncias acres, so usadas como rubefaciente, produzindo calor localizado dos tecidos.27 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISRuiva-dos-tintureirosRubia tintorum L. Amor-de-hortelo, garana, ruivaRUB1CEASE

sta planta originria do Oriente, onde, h milhares de anos, era utilizada para tingir os tecidos de vermelho; os gauleses obtiveram, ao mistur-la com o suco azul de uma crucfera, uma linda cor violeta. Na Frana, propiciou durante muito tempo um comrcio prspero, mas s no sculo xix, com a moda dos bons e das calas vermelhas, sua explorao atingiu o apogeu. A obteno por sntese qumica do pigmento contido na raiz provocou a queda de sua comercializao. Desde ento, a planta deixou de ser cultivada, tornando-se progressivamente espontnea e difundindo-se por quase toda a Europa.Muito semelhante ruiva-dos-tintureiros devido sua ao medicinal, encontra-se nas regies mediterrneas uma planta prxima, a granza-brava, ou Rubia peregrina L, cujas folhas, providas de uma s nervura, persistem

durante o inverno. O conhecimento das virtudes medicinais da ruiva-dos-tintureiros remonta poca de Hipcrates, que considerava sua raiz diurtica. Os rabes utilizam-na atualmente para facilitar o parto.HBITAT: Europa meridional, subespontnea na Frana, solos calcrios; at 1.000 m. IDENTIFICAO: De 60 cm a 1 m de altura. Perene, caule vermelho-acastanhado, trepador, ramoso, quadrangular e provido de acleos nos ngulos; folhas verticiladas em grupos de 6, grandes, lanceoladas, aculeadas nos bordos e na nervura central, nervuras secundrias formando uma rede aparente; flores amarelas, pequenas, dispostas em cimeira na axila das folhas e na extremidade dos ramos; baga arredondada, preta,

do tamanho de uma ervilha; parte subterrnea rastejante, vermelha, desprovida de brotos. Cheiro de absinto; sabor acre. USOS & PROPRIEDADES: Somente a raiz tem emprego medicinal. Atua como tnico, emenagogo, diurtico, adstringente, colertico, laxativo e aperitivo.28 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISSalviaSalvia officinalis L. Salva, salva-das-boticas, salvetaLABIADASS

egundo Saint-Simon, Lus xiv bebia todas as manhs, ao levantar, duas xcaras de salvia e vernica. A salvia goza de enorme prestgio desde tempos imemoriais; a Escola de Salerno, que a denominou Salvia salvatrix, herdou-a de Santa Hilde-garde, atribuindo-lhe este axioma exemplar: "Se existisse algum remdio contra o poder da morte, o homem no morreria no jardim onde cresce a salvia." Todas as espcies de salvia so extremamente aromti-cas, e a S. officinalis importante mesmo do ponto de vista culinrio. O nome Salvia deriva do latim salus, sade, aluso s propriedades curativas da planta. Tem varia-dssimas aplicaes domsticas: para aro-matizar os alimentos, sanear os armrios e proteger as roupas, preservar a beleza e tratar as indisposies. Cr-se que cura os ataques de melancolia e acalma as crises de asma. O cheiro e o sabor aromticos tornam-na muito agradvel, mas no convm

abusar. Com efeito, a essncia de salvia contm a mesma substncia txica que o absinto, no sendo aconselhvel para pessoas irascveis e hipertensas.X No recomendvel para mulheres queestejam amamentando; evitar o contato com o ferro.HB1TAT: Europa meridional; cultivada no Brasil em hortas e jardins; at 800 m. IDENTIFICAO: De 30 a 70 cm de altura. Subarbusto; caule ramoso e tomentoso-pubescente; folhas grandes, oblongas, pedoladas, verde-esbranquiadas, persistentes, espessas, crenadas; flores azul-violceas, em grupos de 3 a 6 por verticilo.

USOS & PROPRIEDADES: Sua ao carminativae estomquica regulariza as funes digestivas. As mulheres a empregam como emenagogo e colertico. tambm anti-sudorfico, hipoglicemiante, anti-sptico, cicatrizante e estimulante. O seu uso como erva culinria tem se popularizado continuamente.29 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISTomilhoThymus vulgars L.Timo LAB1ADASO

tomilho possui todas as propriedades teraputicas do serpo, com uma ao ainda mais eficaz; a relao de suas propriedades medicinais extensa. A dificuldade no seu uso no reside em saber quais os casos em que deve ser utilizado, mas em controlar as doses e a durao do tratamento.Com efeito, o tomilho contm substncias bastante ativas, dentre as quais sobressaem dois fenis: um deles, o timol, anti-sptico, antiespasmdico e vermfugo, faz parte da preparao de numerosos medicamentos comuns para usos interno e externo ( tambm um dos ingredientes utilizados pelos embalsamadores modernos); o outro, o carvacrol, um anti-sptico muito utilizado em perfumaria. Em fitoterapia, utilizam-se as extremidades floridas, que podem ser colhidas a partir do ms de abril e durante todo o vero.O tomilho originrio da bacia mediterrnea ocidental; encontra-se abundantemente

em todo o sul da Frana, na Espanha, em Portugal e na Itlia, nas colinas ridas onde suas moitas lenhosas e baixas com folhas permanentemente verdes exalam ao sol o seu aroma. Faz parte, alm do loureiro, do tradicional ramo de aromticos utilizado em culinria; o caf e o ch podem ser agradavelmente substitudos por uma infuso de tomilho. Tem cheiro aromtico e sabor amargo.X O uso excessivo do leo de tomilho pode causar distrbios gastrintestinais.HBITAT: Europa; regio mediterrnea, colinas ridas; at 1.500 m.IDENTIFICAO: De 10 a 30 cm de altura. Subarbusto; caules tortuosos, lenhosos, ramos acinzentados, eretos e compactos; folhas pequenas, ssseis, lanceoladas, tomentosas, esbranquiadas na pgina inferior; flores rosadas ou brancas, pequenas, em espiga na

axila das folhas maiores; tetraqunio castanho e glabro.USOS & PROPRIEDADES: Tradicionalmente empregado como antiespasmdico e bquico, tambm atua sobre o aparelho digestivo, com efeitos aperitivos, estomquicos e carminativos. Alm disso, hemoltico, emenagogo, vermfugo, revulsivo, tnico, diurtico e colertico. Indicado para uso externo no tratamento de ferimentos e picadas de inseto por sua ao cicatrizante, anti-sptica e desodorizante.30 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAIS

Urtiga-brancaLamium lbum L.LAB1ADASS

ua flor branca, com a forma de uma boca aberta, deu o nome urtiga-branca. Lmia surge na mitologia grega como uma jovem amada por Zeus, cuja mulher, a deusa Hera, impetuosa e ciumenta, manda matar o filho ilegtimo. Lmia sente ento tal inveja

das mes felizes que, transformando-se em ogra, comea a roubar e a devorar crianas. A urtiga-branca desenvolve-se perto das casas, em acostamentos, nas clareiras e, apesar da lenda, revela-se totalmente inofensiva. Distingue-se das urtigas devido s suas flores caractersticas, com uma grande ptala superior formando uma abbada, e suas folhas, de um verde muito claro. A urtiga-branca de certo modo uma urtiga morta, designao pela qual tambm conhecida em vrios pases, pois nenhum dos seus plos pica. Esta erva perene, invasora e vulgar, muito utilizada nos meios rurais da Europa, e justificadamente, pois um bom adstringente, tnico e cicatrizante. Suas extremidades, colhidas antes da florao, podem ser consumidas do mesmo modo que o espinafre ou, ainda, em sopa. Suas flores so muito visitadas pelas abelhas.HB1TAT: Europa, exceto na regio mediterrnea; bem aclimatada no Brasil; acostamentos, clareiras, entulhos; at 2.200 m. IDENTIFICAO: De 20 a 60 cm de altura.Perene, caule rgido, viloso, oco; folhas ovais, cordiformes, serradas, vilosas, pecioladas; flores branco-amareladas, 5 a 8 por verticilo na axila das folhas; tetraqunio truncado no cimo; rizoma estolhoso e esbranquiado. Cheiro intenso, semelhante ao do mel; sabor ligeiramente amargo.

USOS & PROPRIEDADES: Toda a planta possui propriedades medicinais e as extremidades podem ser colhidas antes da florao e consumidas como verduras. Embora a secagem seja lenta, deve ser feita sombra, para evitar enegrecimento. O tanino lhe confere propriedades adstringentes. tambm expectorante, antiinflamatria, de purativa, cicatrizante e hemosttica.31 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISVerbenaVerbena officinalis L. Erva-de-vnus, erva-sagrada, urgebo, urgevo,verbenoVERBENCEASA

verbena descrita por P. Fourier como "um caule delgado e rgido, folhas medocres, alguns ramos frgeis e hirtos e flores pequenas e inodoras, dir-se-ia um arame". Na verdade, seu porte pouco elegante no atraente. Porm, na antiga civilizao romana as aparncias tinham pouca importncia e a verbena foi eleita planta sagrada, com a qual era hbito tocar os textos dos pactos diplomticos para lhes conferir maior autoridade. O nome de Verbena, atribudo nesse tempo a todas as plantas sagradas utilizadas para este efeito, foi conservado na atual verbena. As coroas dos embaixadores eram entranadas com verbenas floridas. A planta tambm era utilizada para purificaes de pessoas, casas e dos altares das divindades romanas. Os celtas e os germnicos utilizavam-na nas suas prticas de magia e feitia-ria, considerando-a uma poderosa panacia. Mas toda esta celebridade caiu no esqueci-

mento. As infuses de verbena, to comuns atualmente, no so preparadas com esta planta singular, mas com a Verbena odorata L, espcie muito mais aromtica.HB1TAT: Europa; entulhos, baldios, taludes, acostamentos, locais midos e sombrios; at 1.500 m.IDENTIFICAO: De 35 a 80 cm de altura. Perene, caule fino, ereto, quadrangular, canelado, spero nos ngulos; ramos delgados e afastados do caule; folhas inferiores opostas, mais ou menos profundamente lobadas; flores lilases, em espigas ao longo dos ramos; cpsula com 4 sementes. Inodora; sabor amargo.

USOS & PROPRIEDADES: A planta inteira, colhida na florao, utilizada em infuses depois de seca. diurtica, tnica e adstringente. Suas aplicaes como antitrmico, contraceptivo e antiespasmdico ainda no foram comprovadas.32 GALERIA DAS PLANTAS MEDICINAISZimbro-comumJuniperus communis L. Cedro, junpero, zimbroCONFERASE

sta espcie encontrada na Europa, onde pode sobreviver a grandes altitudes, geralmente at 2.500 m, embora nessas regies geladas apresente um aspecto definhado e irregular, em formas prostradas e contorcidas. Em climas menos rigorosos, desenvolve-se com certo vigor e assume aspectos diferentes conforme a espcie. Possuindo pequenas agulhas aceradas, o zimbro tem o aspecto de um silvado agreste no meio do qual amadurecem, no decorrer do segundo ano de vida, frutos azul-escuros, cobertos de uma pruna baa; so as "bagas" de zimbro. Seu sabor conferiu planta o nome cientfico da espcie, derivado da palavra celta juneprus, acre.Estas falsas bagas tiveram extraordinria celebridade na Idade Mdia, pois supunha-se que faziam curas miraculosas. No sculo xvi, eram consideradas como uma panacia e um antdoto universal. Atualmente, so utilizadas devido s suas virtudes diurticas

e aperitivas e s suas propriedades culinrias, pois entram na confeco de alguns pratos da cozinha europia e servem para condimentar o presunto defumado e o chu-crute; constituem ainda o elemento bsico na preparao do gim.X Em doses elevadas, os frutos podem provocar irritaes no aparelho urinrio; proibido s grvidas.HB1TAT: Europa; terrenos expostos ao sol; at 2.500 m.IDENTIFICAO: De 50 cm a 6 m de altura. Arbusto; tronco com casca rugosa, cinzenta, pernadas eretas e ramosjovens com seco triangular; folhas de cor verde-glauca e brancas, muito epinescentes, inseridas em grupos de 3; flores amareladas, diicas, pouco visveis,

agrupadas em pequenos amentilhos na axila das folhas; fruto (glbula) verde e depois azul-escuro, com pruna, tendo no pice uma fenda estrelada com 3 sementes triangulares. USOS & PROPRIEDADES: Ramos folhosos e frutos devem ser secos em local arejado e utilizados ern seguida, pois dificilmente se conservam. Muito ernpregado como diurtico, carminativo e aperiti-vq, embora estas propriedades ainda no tenham sido comprovadas cientificamente. emenagogo e rubefaciente.

Selees do Reader s DigestSegredoseVirtudesdasPlantas MedicinaisEsta edio resumida* da obra originaldescreve 28 plantas encontradas noBrasil e como elas podem ser usadaspara curar doenas, aliviar dores,cicatrizar feridas, tratar contuses emelhorar ainda mais sua sade.Fascinantes mitos e lendas do folcloreexplicam alguns dos antigos usosmedicinais das plantas. Estudos depesquisadores modernos mostrampor que muitas delas so amplamenteutilizadas na medicina atual.* Parte integrante da revista Selees. No pode ser vendida separadamente.4