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22/11/2011 1 SEGUNDA LEI E ENTROPIA SEGUNDA LEI E ENTROPIA Processos irreversíveis e entropia Alguns processos termodinâmicos ocorrem num só sentido. Exemplos: - grão de milho se transformando em pipoca; - caneca de café esfriando - expansão livre de um gás. Nenhum desses processos violaria a Lei de Conservação de Energia se ocorresse no sentido inverso.

SEGUNDA LEI E ENTROPIA - … · 22/11/2011 3 Definição:variaçãode ENTROPIA(S) dS=dQ/T =∫ T dQ ∆S Num sistema fechado a entropia nunca diminui. Em processos irreversíveis

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SEGUNDA LEI E ENTROPIASEGUNDA LEI E ENTROPIA

Processos irreversíveis e entropia

Alguns processos termodinâmicos ocorremnum só sentido.Exemplos:- grão de milho se transformando em pipoca;- caneca de café esfriando- expansão livre de um gás.

Nenhum desses processos violaria a Lei de Conservação de Energia se ocorresse no sentido inverso.

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Não são as mudanças de energia em um sistema fechado que determinam o sentido

dos processos irreversíveis.

São as variações de outra grandeza, chamada ENTROPIA.

Diversos processos ocorrem naturalmente no sentido de aumento da desordem.

O conceito de ENTROPIA está associado ao grau de desordem.

A Entropia fornece uma previsão quantitativa da desordem

Exemplo: expansão isotérmica de um gás ideal.

dEint=0

nRT

dQ

V

dV=

dV / V é uma medida da variação da desordem

dQ = dW = pdV = nRT dV/V

variação da desordem

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Definição: variação de ENTROPIA (S)

dS = dQ / T

∫= TdQ

∆S

Num sistema fechado a entropia nunca diminui.

Em processos irreversíveis ela sempre aumenta.

A ENERGIA INTERNA de um gás é uma funçãode estado. Só depende do estado do sistema.

Num ciclo completo a sua variação é nula.

A ENTROPIA, S, é também uma função de estado(Fato experimental!

Dedução será feita para o gás ideal)

∆∆∆∆S em um ciclo completo é nula.

∫ == 0T

dQ∆Sciclo

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Assim como a energia interna, a entropia sódepende do estado, não dependendo domodo como se chegou àquele estado.

∆S =S2 –S1

2

1

(a)

(b)

p

V

∫=−f

iif T

dQSS

VARIAÇÕES DE ENTROPIA EM PROCESSOS REVERSÍVEIS

NUM PROCESSO REVERSÍVELA ENTROPIA DO SISTEMA FECHADO

(GÁS E AMBIENTE EXTERNO) PERMANECE CONSTANTE.

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Quando o sistema termodinâmico recebe calor aentropia aumenta .O sistema, ao receber calor do exterior, tem sua entropiaaumentada enquanto que o meio externo, que forneceucalor, diminuiu sua entropia .

Esse processo é irreversível. A entropia total aumenta.

Estabelecimento do equilíbrio térmico

Em qualquer processo termodinâmico queevolui de um estado de equilíbrio para outro,a entropia do conjunto sistemasistema ++ vizinhançavizinhança,ou permanece inalterada ou aumenta.

∆Ssistema fechado ≥ 0

Segunda Lei da Termodinâmica

Para encontrar a variação de entropia em processos irreversíveis, devemos calcular ∆∆∆∆S de um processo

reversível com mesmo estado inicial e final.

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Exemplo: expansão livre de um gás

Processo irreversível. Não há como traçar uma trajetória no diagrama pV.

Para calcular ∆S precisamos encontrar uma trajetória com mesmos estados inicial e final.

if

int

TT

0∆E0W0;Q

=⇒

=⇒==

Processo reversível usado paracalcular ∆∆∆∆S: isotérmico

==

=−

f

i

f

iif

TQ

dQT1

∆S

TdQ

SS

Obs.: quando a variação de temperatura é pequena, pode-se aproximar:

médif T

QSS∆S =−=

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Problema 20.1

i

f

V

V

V

Vint

VV

lnnRTQ

VdV

nRTpdVWQ0;∆Ef

i

f

i

=

==== ∫∫

Um mol de N2 está confinado no lado esquerdo do recipiente. Abre-se a válvula e o volume do gás dobra. Qual é a variação de entropia para esse processo irreversível? (Trate o gás como ideal)

J/K 5,75J/K ln2 8,3∆SVV

ln nRTQ

SS∆Si

fif

==

==−=

Expansão livre: ∆T=0

Processo reversível para cálculo de ∆S: isotérmico.

Problema 20.2Dois blocos de cobre idênticos, m = 1,5 kg, TiL=60oC e TiR=20oC, encontram-se numa caixa termicamente isolada e estão separados termicamente. Quando se remove a divisória isolante, os blocos acabam atingindo a temperatura de equilíbrio, Tf=40oC. Qual é a variação líquida de entropia desse processo irreversível? ccobre= 386 J/(kg.K).

Processo reversível para cálculo de ∆S.

Fontes de temperatura controlável.

iR

fRR

iL

fLL

T

TL

TT

lnmcS ; TT

lnmc∆S

TdT

mcT

dQ∆S

fL

iL

f

i

=∆=

== ∫∫

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Entropia como Função de EstadoEntropia como Função de Estado

(Demonstração para gás ideal)

dTCndVpdQdWdQdE Vint +=⇒−=

Primeira Lei:

i

fV

i

fif

V

T

TlnCn

V

VlnRnSS∆S

T

dTCn

V

dVnR

T

dQ

nRTpV

+=−=

+=

=

Gás ideal:

∆S só depende dos estados inicial e final

A máquina térmica é um dispositivo quetransforma energia térmica (calor) emenergia mecânica (trabalho).

Entropia no mundo real: máquinas térmicas

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calor

trabalho

O calor do aquecedor é transferido àsmoléculas do gás, que se expande, levantandoo êmbolo e portanto, produzindo trabalho.

A 2a Lei da Termodinâmica diz que não existe a máquina perfeita cuja única função seria transformar calor em energia mecânica.

Q

W

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A máquina térmica cuja única função seria transformar calor em trabalho viola a Segunda Lei da Termodinâmica.

Fonte Quente

calor

Energia mecânica

Para a máquina funcionar é necessário uma fonte quente e uma fonte fria.

│QQ │= │QF │+ W

Fonte Quente

Fonte Fria

QQ

QF

W

A fonte quente fornece energia térmica ao gás, que realiza trabalho e transfere parte da energia recebida à fonte fria.

Energia mecânica

Fonte quente TQ

gás

QQ

QF

Fonte fria TF

W

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Máquina térmica:

- funciona através detransformações cíclicas no gás.

O gás em um estado iniciala (definido por p, V e T)sofre uma seqüência detransformações, voltando aomesmo estado inicial.

p

V

a

bc

d

e

f

p

V

a

bc

d

e

f

WTO trabalho total é a área dociclo WT.

A eficiência de uma máquina térmica é a razãoentre o trabalho ou energia mecânica produzidaWT e a energia térmica fornecida à máquina QQ .

εεεε = WT / QQ

QQ

WT

QF

gás

Em um ciclo de transformações, o gás recebecalor (QQ), produz energia mecânica (W) e cedeparte da energia recebida ao meio ambiente(│QF│) ou meio externo.

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gás

Fonte fria

calor

calor

Fonte quenteRefrigerador

Tira calor de uma fonte fria e cede à fonte quente.

A 2a Lei da Termodinâmica também proíbe o refrigerador perfeito, cuja única função é tirar calor da fonte fria e transferir para a fonte quente.

Para o refrigerador funcionar deve-seinjetar energia mecânica ao gás.

│QQ │= │QF │+ │W│

Fonte quente TQ

Energia mecânica

gás

QQ

QF

Fonte fria TF

W

Coeficiente de desempenho do refrigerador, ΚΚΚΚ

WQF=Κ

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QQ = Q12 +Q23

ε = WT / QQ

Exemplo de MÁQUINA TÉRMICAExemplo de MÁQUINA TÉRMICADiagrama pVDiagrama pV

1

2 3

4

Q23

Q12 WT > 0

p

V

No caso de um refrigerador, o trabalho total énegativo, significando que o meio externoforneceu energia mecânica.

Gás

Fonte Fria

Energia Mecânica

Fonte Quente

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QF = Q12 +Q23

Exemplo de REFRIGERADORExemplo de REFRIGERADOR

1

4 3

2

Q23

Q12

WT < 0

V

p

WQF=Κ

Coeficiente de desempenho do refrigerador, Κ

Processos TermodinâmicosProcessos Termodinâmicos

p

V

Isobárico – pressão constanteIso-volumétrico – volume constanteIsotérmico – temperatura constanteAdiabático – sem troca de calor

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MÁQUINAMÁQUINA DE CARNOTDE CARNOT

A máquina de Carnot utiliza o ciclo formadopor dois processos isotérmicos e doisadiabáticos.

Isotérmica TQ

adiabática

Isotérmica TF

Câmara de compressão

adiabática

MÁQUINAMÁQUINA DEDE CARNOTCARNOTDiagrama pV

p

V

TF

4 - 1 isotérmica

3 - 4 adiabática

4

3TQ

2 - 3 isotérmica

1

2

1 - 2 adiabática

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Q, W e ∆∆∆∆S na Máquina de Carnot

dQ12 = 0∆E = Q - W

1

2

3

4

p

V

TQ

TF

W12 = - ∆E12 = - n cv (TQ-TF)

0T

dQS12 ==∆ ∫

1 – 2 adiabática – não há troca de calor

2 – 3 isotérmico ∆E = 0 (T = cte).

2

32323 ln

VV

TWQQ QQ Rn===

1

2

3

4

p

V

TQ

TF

QQ Q

Q

Q23 T

QTdQ

S ==∆ ∫

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3 – 4 adiabático Q34 = 0

1

2

3

4

p

V

TQ

TF

W34 = - ∆E34 = n cv (TQ-TF)

0T

dQS34 ==∆ ∫

1

2

3

4

p

V

TQ

TF

4 – 1 isotérmico ∆E41 = 0

4

14141 ln

VV

TWQQ FF Rn−=−=−=

F

F

F41 T

QTdQ

S −==∆ ∫

QB

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A eficiência (ou rendimento) é ε = WT / QQ

Como, no ciclo, ∆S = 0 (S é função de estado)

F

F

Q

Q

F

F

Q

Q4123 T

QT

Q

TQ

T

QSS =⇒=−=∆+∆ 0

Eficiência da máquina de Carnot

Q

F

Q

FQ

Q

FQ

Q TT

TTT

Q

QQ

QW

−=−

=−

== 1ε

A eficiência da Máquina de Carnot só depende dastemperaturas da fonte quente e da fonte fria.

A Máquina de Carnot é a que tem maior rendimento,dentre todas as máquinas trabalhando entre as mesmastemperaturas TQ e TF.

Dentre máquinas trabalhando entre duas Dentre máquinas trabalhando entre duas dadas temperaturas, a eficiência da dadas temperaturas, a eficiência da

máquina de Carnot é a maior possívelmáquina de Carnot é a maior possível

Demonstração por absurdo. A existência de máquina com eficiência maior do

que a de Carnot violaria a 2a Lei da Termodinâmica.

QQQQQW

Q

W

Q

W

´FF

´QQ

Q´Q

=−=−=

== CX εε

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CICLO DE STIRLINGCICLO DE STIRLING

Isotérmicas

T = cte

IsovolumétricasV=cte

p

V

1

24

3

MOTOR DE STIRLINGMOTOR DE STIRLING

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MOTOR DE STIRLINGMOTOR DE STIRLING

O motor à explosão funcionaem um ciclo de Otto. Quesão duas isométricas e duasadiabáticas.

p

V

adiabáticas

isométricas

MOTOR DE OTTOMOTOR DE OTTO

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CICLO DE OTTOCICLO DE OTTO

Motor de 4 temposMotor de 4 tempos

adiabáticas

A ilustração mostra o pistão do motordurante o ciclo de funcionamento.

Injeção do combustível

Descarga dos gases

Ciclo de Otto

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F

F

Q

Q

TQ

T

Q= 0

TQ

T

Q

F

F

Q

Q =−

0TQ=∑

Q/T é a entropia

CICLO DE CARNOT

ORIGEM DO UNIVERSO ORIGEM DO UNIVERSO –– O BIG BANGO BIG BANG