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Comissão de História da Contabilidade Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas Lisboa, 5 de Junho de 2009 Santa Maria da Feira, 6 de Junho de 2009 Segundo Encontro de História da Contabilidade “...e promptamente se achaõ hoje as sommas, se fazem as diminuiçoens, e multiplicaçoens, se abrevîa a repartiçaõ, e se lhes tiraõ as provas: conseguida a perfeiçaõ nesta parte, se deve passar ao ensino da conta de quebrados, regra de tres, e todas as outras, que saõ indispensaveis a hum Commerciante, ou Guarda livros completo...” (Estatutos da Aula do Comércio, Lisboa MDCCLIX) 250.º Aniversário da Aula do Comércio e do Interesse Público da Profissão

Segundo Encontro de História da Contabilidade - occ.pt encontro final.pdf · vés do Vetusto Mundo da Contabilidade, a Págs. 162, livro identificado em 1929, Lições de Contabilidade

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Comissão de História da Contabilidade Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas

Lisboa, 5 de Junho de 2009Santa Maria da Feira, 6 de Junho de 2009

Segundo Encontrode História daContabilidade

“...e promptamente se achaõ hoje as sommas, se fazem as diminuiçoens, emultiplicaçoens, se abrevîa a repartiçaõ, e se lhes tiraõ as provas:

conseguida a perfeiçaõ nesta parte, se deve passar ao ensino da conta dequebrados, regra de tres, e todas as outras, que saõ indispensaveis a hum

Commerciante, ou Guarda livros completo...”

(Estatutos da Aula do Comércio, Lisboa MDCCLIX)

250.º Aniversário da Aula do Comércio e do Interesse Público da Profissão

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COMISSÃO ORGANIZADORA 

Direcção da CTOC, representada por: 

António Domingues de Azevedo – presidenteArmando Pereira Marques – vice-presidenteManuel Vieira de Sousa – director-tesoureiro

 

Comissão de História da Contabilidade da CTOC,  representada pelos seus três membros:

Lúcia Lima Rodrigues – presidenteJoaquim Fernando da Cunha Guimarães – vogal

Leonor Fernandes Ferreira – vogal

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Índice

Editorial............................................................................................9

Programa ........................................................................................15

Resumo das comunicações ArtedaEscrituraDobradaqueDitounaAuladoComércioJoão

Henrique(s)deSouza-UmComentário - Hernâni O. Carqueja ................................................................19

AsCompanhiascomoInstrumentodeConcretizaçãodaPolíticadoEstado-OCasodaCompanhiaGeraldoGrão-ParáedoMaranhão-1755-1778

- Ofélia Maria Machado Pinto ....................................................21

AContabilidadedaCompanhiaGeraldaAgriculturadasVinhasdoAltoDouro:1756-1834

- José Miguel Oliveira ................................................................23

AAuladoComércioeasuaImportânciaparaaProfissãodeContabilista

- Delfina Rosa da Rocha Gomes .................................................25

AspectosdaContabilidadenosPrimórdiosdoSéculoXX:OCasodaEmpresaConserveiraJúdiceFialho

- Ana Rita Faria ...........................................................................27

AlgunsdosAcontecimentosmaisImportantesdaEvoluçãodaContabilidadeedaProfissãodeContabilistaemPortugaldesde1755atéHoje

- Joaquim Fernando da Cunha Guimarães ................................29

ContributosparaaHistóriadaNormalizaçãoContabilísticaemPortugal - António José Alves da Silva .....................................................31

AContabilidadeeoEstado:EvoluçãodaContabilidadenoBrasilnoPeríodo1860-1964

- Lúcia Lima Rodrigues ...............................................................33

Comissão de História da Contabilidade da CTOC Constituição e objectivos .............................................................39 Regulamento ................................................................................41 Relatório de actividades de 2008 ................................................45 Plano de actividades para 2009 ...................................................55 Ficha de inscrição ........................................................................57

Teses de doutoramento e dissertações de mestrado ..................59

Alguns Acontecimentos Importantes na Evolução  da Contabilidade e da Profissão de Contabilista em Portugal desde 1755 até Hoje ......................................................................63

Resumos curriculares Hernâni O. Carqueja ...................................................................91 Leonor Fernandes Ferreira .........................................................92 Ofélia Maria Machado Pinto ......................................................92 José Miguel Oliveira ...................................................................93 Delfina Rosa da Rocha Gomes ...................................................93 Ana Rita Faria .............................................................................93 Joaquim Fernando da Cunha Guimarães ..................................94 António José Alves da Silva .......................................................95 Lúcia Lima Rodrigues .................................................................96

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Editorial

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A Comissão Organizadora do Segundo Encontro de História da Contabilidade da CTOC, constituída pela Direcção e pela Comissão de História da Contabilidade da CTOC (CHC-CTOC), saúda todos os colegas que decidiram participar nos trabalhos deste evento.

Este Encontro, cuja realização cumpre os objectivos e plano de acti-vidades da CHC-CTOC, pretende comemorar o 250.º aniversário da Aula do Comércio e do interesse público da profissão. Foi no governo do Marquês de Pombal que a profissão de comerciante e de guarda- -livros foi considerada importante para o desenvolvimento económi-co do País e, por isso, o seu ensino deveria ser gratuito.

O Segundo Encontro tem a duração de um dia, dividido em duas sessões de trabalho, em Lisboa e Santa Maria da Feira. No período da manhã, após a conferência inaugural, seguem-se três trabalhos de investigação sobre o tema “A contabilidade no período pombalino”. À tarde, precedendo a conferência de encerramento, serão apresen-tados mais três trabalhos de investigação, desta vez subordinados ao tema “A profissão, a normalização e a prática contabilística”.

Serão apresentados diversos trabalhos de investigação. Alguns de-les debruçam-se sobre temas estudados pela primeira vez, enquanto outros lançam novos enfoques ou perspectivas em assuntos já anali-sados anteriormente. Cobrem aspectos tão diversos como a evolução do pensamento contabilístico expresso em livros de contabilidade ou na prática contabilística, o estudo da evolução das técnicas contabi-lísticas e de factos relacionados com os registos contabilísticos ou a análise da organização contabilística e das normas de contabilidade.

Ao início da manhã, Hernâni O. Carqueja presenteia-nos com a con-ferência inaugural, expondo o trabalho intitulado “Arte da Escritura Dobrada que Ditou na Aula do Comércio João Henrique(s) de Sou-za - Um Comentário”.

No painel da manhã, moderado pela vogal da CHC-CTOC, Leonor Fernandes Ferreira, serão apresentados três trabalhos sobre a con-tabilidade no período pombalino, dois dos quais de análise de casos de empresas portuguesas internacionais. Ofélia Maria Machado Pin-to apresentará o tema “As Companhias como Instrumento de Con-cretização da Política do Estado - O Caso da Companhia Geral do

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Grão-Pará e do Maranhão - 1755-1778” e José Miguel Oliveira o tema “A Contabilidade da Companhia Geral da Agricultura das Vi-nhas do Alto Douro: 1756-1834”. Por último, Delfina Rosa da Rocha Gomes apresentará o tema “A Aula do Comércio e a sua Importância para a Profissão de Contabilista”.

Para o painel da tarde, ficou reservada a apresentação e discussão de temas relacionados com a profissão, a normalização e a prática conta-bilística, sendo também moderado pela vogal da CHC-CTOC, Leo-nor Fernandes Ferreira. Os trabalhos apresentados cobrem um perí-odo vasto, que se estende desde a época pombalina até à actualidade e a diversidade de análise, patente no título do painel, estende-se à análise de aspectos de contabilidade financeira e de contabilidade de gestão, à época ambas com outras denominações. No primeiro traba-lho, Ana Rita Faria exporá os resultados de uma investigação acerca dos “Aspectos da Contabilidade nos Primórdios do Século XX: O Caso da Empresa Conserveira Júdice Fialho”. A segunda comunica-ção é apresentada pelo vogal da CHC-CTOC, Joaquim Fernando da Cunha Guimarães, sobre o tema “Alguns dos Acontecimentos Mais Importantes da Evolução da Contabilidade e da Profissão de Conta-bilista em Portugal desde 1755 até Hoje”. O painel termina com a co-municação de António José Alves da Silva, intitulada “Contributos para a História da Normalização Contabilística em Portugal”.

Depois de uma breve pausa, será o momento solene para o agradeci-mento público da Direcção e da CHC-CTOC à família do colega fa-lecido, Marcos José Rodrigues, que generosamente ofertou à CTOC a sua valiosa e especializada biblioteca. Expressamos aqui, mais uma vez, o público agradecimento por tão louvável acto.

O Encontro termina com a apresentação da presidente da CHC- -CTOC, Lúcia Lima Rodrigues, acerca da evolução da contabilida-de no Brasil, sob o título “A Contabilidade e o Estado: Evolução da Contabilidade no Brasil no Período 1860-1964”.

Nesta brochura, os colegas encontram toda a informação relevante sobre o Segundo Encontro: programa, resumo das comunicações, notas biográficas (“resumos curriculares”) dos oradores e modera-dores, informações sobre os objectivos da CHC-CTOC e seu modo

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de funcionamento, actividades realizadas e planos de trabalho para o futuro. Além disso, são divulgados os temas e os autores das teses de doutoramento e dissertações de mestrado na área da História da Contabilidade, bem como um texto relativo à comunicação do vogal da CHC-CTOC, Joaquim Fernando da Cunha Guimarães. Sugeri-mos, ainda, a todos os participantes que consultem o menu “Histó-ria da Contabilidade” do sítio da CTOC, em www.ctoc.pt, que contém informações adicionais sobre as actividades da CHC-CTOC.

Esperamos que este Segundo Encontro seja do agrado de todos e que o possam considerar útil, dando por bem empregue o seu tempo.

A CTOC, enquanto entidade de interesse público e de organização profissional dos TOC, através da Direcção e da sua CHC, orgulha--se de criar mais esta oportunidade para disseminar o conhecimento acerca de História da Contabilidade em Portugal. É este o momento oportuno e muito especial para os TOC se reunirem, partilharem co-nhecimento e trocarem experiências acerca de aspectos da História da Contabilidade, enquanto prática profissional, corpo de normas e disciplina académica com objecto próprio.

Em Portugal, não há muitas pessoas envolvidas na investigação de temas sobre História da Contabilidade e, entre os cerca de 75 mil membros da CTOC, são pouquíssimos os que desenvolvem traba-lhos nesta área do conhecimento.

Sendo um facto que Portugal tem muitos arquivos de História da Contabilidade virgens, que esperam tempo de análise e reflexão, gos-taríamos que o Segundo Encontro fosse também um veículo para criar novos laços e renovar conhecimentos e relações profissionais que podem revelar-se úteis no futuro.

A CHC-CTOC aproveita a ocasião para endereçar um convite a to-dos os interessados em investigar temáticas de História da Contabi-lidade a inscreverem-se como membros-associados da CHC-CTOC, preenchendo a ficha de inscrição constante desta brochura (extrair fotocópia e enviar por e-mail para [email protected]).

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Esperamos que o Segundo Encontro de História da Contabilidade da CTOC permita suscitar o interesse entre os TOC pela investiga-ção e a sensibilização para a importância desta área da história, na senda da frase de Fernando Vieira Gonçalves da Silva («Doutrinas Contabilísticas – Resumo e Críticas das Principais», 1959, p. 16): “Seoscontabilistasdessemmaisimportânciaàhistóriadadisciplinaeàsrelaçõesdamesmacomasdisciplinasafins,jáasfronteirascontabilísticassetorna-riammenosimprecisasejáasdefiniçõesdecontabilidadeseriam,porventura,menosdesarmónicasdoquesãoactualmente.”

Bom trabalho!Maio de 2009

A Comissão Organizadora do Segundo Encontrode História da Contabilidade da CTOC

Direcção da CTOC,António Domingues de Azevedo – presidenteArmando Pereira Marques – vice-presidenteManuel Vieira de Sousa – director-tesoureiro

CHC-CTOC,Lúcia Lima Rodrigues – presidente

Joaquim Fernando da Cunha Guimarães – vogalLeonor Fernandes Ferreira – vogal

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Resumo das comunicações

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Arte da Escritura Dobrada que ditou na Aula de Comércio João Henriques de Souza (1765)

Hernâni O. Carqueja

As listas de livros em português sobre partidas dobradas do século XVIII incluem o referido por Lopes Amorim em 1969, Digressãoatra-vésdoVetustoMundodaContabilidade, a Págs. 162, livro identificado em 1929, LiçõesdeContabilidadeGeral a págs. 80 e 81, nos termos seguin-tes: “Aseguir,eaindanoséculoXVIII,deparamoscomaobradoprofessorJoãoHenriquesdeSouza,autordasliçõesditadasecoligidassobadenomina-çãodeArtedeEscrituraDobradaparaInstruçãodeJoséFelizVenâncioCou-tinho,em1765.Éumlivrointeressantequetratanãosódecontabilidade,mastambémdecálculoComercial.Éomaisantigolivrodequetemosconhecimentodirecto,graçasàamabilidadedoseupossuidor,nossomuitoestimadocolega,queéumdiligentecoleccionadordeobraslogismológicasnacionais.” Embora nas listas de livros não esteja assinalado, trata-se de um códice, é um manuscrito.

O estudo de Rodrigues, Gomes e Craig, The Portuguese School ofCommerce, 1759-1844:a reflectionof the “Enlightement”, aponta, entre as fontes, a pesquisa de Francisco Santana, publicada entre 1986 e 1988 no periódico Lisboa — Revista Municipal. Santana refere ou-tro códice, LiçoensdaAuladeCommercio, datado de 1759, que existiu na biblioteca da Escola Secundária Veiga Beirão — obra “encontra-daequasecomovidamenteconsultada”(sic, nr.16 pg. 26). Este códice, com indicação da data 1759, anterior a 1765 não tem sido incluído nas listas de livros. No mesmo escrito, Aula doComércio deLisboa, Francisco Santana esclarece a identificação do primeiro lente da Aula de Comércio, não é carioca pois nasceu em 1720 em Setúbal e não no Rio de Janeiro.

Algumas vezes somos contemplados com factos que só pode-mos aplaudir e apreciar: em 1995, a Biblioteca Nacional de Portugal adquiriu a ArtedeEscrituraDobrada, de 1765, que as-sim ficou preservada e disponível como património histórico. O códice foi microfilmado, o que possibilita consulta, e assim ensejou este comentário.

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Tomando como base o códice ArtedaEscritura (1765) e a análise de Francisco Santana das LiçoensdaAuladeCommercio(1759),é possível algum cotejo de conteúdo. É razoável concluir que a cópia datada de 1765 foi certamente baseada nas aulas do primeiro curso embora explicitamente destinada a uso nas aulas do segundo curso, já sob alçada de outro lente. Nos dois códices, um que existiu na Biblioteca da Escola Veiga Beirão e outro agora na Biblioteca Nacional de Por-tugal, a parte relativa a partidas dobradas deve atribuir-se a lições preparadas pelo primeiro lente: João Henrique(s) de Souza (orto-grafia da época), embora, qualquer deles, mas seguramente o datado de 1765, corresponda a aulas do segundo lente, Alberto Jaqueri de Sales. A diferença na designação dos códices explica-se pelo assunto que em cada códice aparece primeiro. O texto da ArtedeEscritura, 1765, permite reconhecer originalidade no método de exposição, e conhecimento bem estruturado, face aos saberes e soluções mais di-vulgados na época.

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As Companhias como Instrumento de Concretização da Política do Estado - O Caso da Companhia Geral

do Grão-Pará e do Maranhão – 1755-1778

Ofélia Maria Machado Pinto

Há cinco séculos, Portugal “deu a conhecer novos mundos ao mundo” e, desde então, muitos se têm interrogado acerca das razões pelas quais Portugal foi pioneiro da expansão marítima europeia, mas também o modo como conseguiu conservar uma parcela tão grande do seu impé-rio quando outras potências mais fortes surgiram em cena. De facto, a vastidão e a dispersão territorial do império colonial português cons-tituíam um problema, tendo em conta as limitações naturais da época, bem como as características e dimensão reduzida do nosso País, face ao inegável maior poderio das nações estrangeiras, que cobiçavam os produtos coloniais.

Na segunda metade do século XVIII, no Governo liderado pelo Mar-quês de Pombal, a falta de capitais do Estado para levar a cabo a gi-gantesca e dispendiosa tarefa de protecção do império colonial levou-o a enveredar por uma nova solução: a criação de companhias mono-polísticas, às quais eram concedidos privilégios de ordem comercial e fiscal, tendo como contrapartida a obrigatoriedade de desempenhar algumas tarefas tradicionalmente pertencentes ao Estado.

Várias companhias foram criadas nessa altura, entre as quais a Com-panhia Geral do Grão-Pará e do Maranhão (CGGPM), por Alvará Régio de 7 de Junho de 1755, que tinha o privilégio da exclusividade da navegação, comércio por grosso e de escravatura com as capitanias do Grão-Pará e Maranhão, por um período de 20 anos, contados a partir da expedição da primeira frota. Paralelamente, a Companhia beneficiava também de isenções fiscais e de muitos outros privilégios, que foram sendo sucessivamente alargados pelo Rei D. José I. Assim, em 29 de Novembro de 1757, foi aprovado pelo Rei aquele que viria a ser conhecido como o “Alvará Secreto”, segundo o qual eram concedi-dos à Companhia, de forma estritamente secreta, enormes privilégios incluindo o governo político e militar de várias regiões no continente africano, isenções fiscais, exclusividade no comércio de alguns produ-

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tos que na altura tinham um enorme valor nos mercados europeus, nomeadamente a urzela, uma planta tintureira muito usada na flo-rescente indústria têxtil europeia. Como contrapartida, a Companhia assumia o encargo de manter os locais de protecção localizados nas áreas concessionadas, incluindo a sua guarnição, e a construir os que se viessem a revelar necessários, devendo as correspondentes despesas ser suportadas pelo capital da Companhia, muito embora esta passasse a receber os impostos que até àquela altura eram cobrados pela Co-roa portuguesa. A análise desta relação de reciprocidade indicia que a Companhia terá excedido largamente o seu papel de mera iniciativa comercial privada, tendo sido, na verdade, um instrumento de concre-tização da política do Estado português.

Este estudo procura ainda demonstrar a importância da Contabilidade na concretização das condições impostas pelo Estado à CGGPM como contrapartida pelos privilégios atribuídos. Evidencia ainda como a contabilidade da Companhia era reconhecida de forma expressa como instrumento de prova das despesas realizadas.

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A Contabilidade da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro: 1756 - 1834

José Miguel Oliveira

Este trabalho insere-se na preparação de uma dissertação de douto-ramento que tem como objectivo principal compreender e explicar as características essenciais das práticas contabilísticas que vigoraram no sector do vinho do Porto entre 1756 e o final do antigo regime, em 1834, bem como os nexos de causalidade entre essas características e os factores a identificar como conduzindo a mudanças na Contabi-lidade em Portugal.

Instituída em 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro desempenhou um papel central na intervenção do Es-tado na reorganização e controlo do sector, conjugando esse desígnio com a prossecução de lucros decorrentes da gestão dos privilégios que lhe foram concedidos e da restante actividade puramente mer-cantil.

A par dos accionistas e das juntas de administração, particular cui-dado e interesse foi colocado pelos governos pombalinos e seguintes, na organização e acompanhamento dos múltiplos negócios desenvol-vidos pela Companhia, e na forma como os mesmos eram adminis-trados.

A contabilidade da Companhia desempenhava um papel crucial nes-te contexto, reflectindo o modelo de organização idealizado e dando resposta às solicitações dos diferentes interessados na vida da organi-zação, pelo que o seu estudo revela-se essencial para a compreensão, não só da forma como era controlada e governada a própria Com-panhia, mas também para a compreensão do efeito de difusão e/ou absorção de práticas em outras organizações do sector.

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A Aula do Comércio e a sua Importânciapara a Profissão de Contabilista

Delfina Rosa da Rocha Gomes

Este estudo, elaborado no âmbito do projecto “Aula do Comércio” fi-nanciado pela CTOC, baseia-se no artigo “State Intervention in Com-mercial Education: The case of the Portuguese School of Commerce, 1759”, publicado na Revista InternacionalAccountingHistory, em 2007, o qual ainda não foi objecto de divulgação a nível nacional.

Com este estudo, a equipa de investigação, constituída por Lúcia Lima Rodrigues, Russell Craig e Delfina Gomes, procurou explo-rar as mudanças no ensino de matérias comerciais em Portugal no século XVIII e o papel que o Estado desempenhou nessas mesmas mudanças. Antes do século XVIII o conhecimento de matérias co-merciais, nas quais se inclui a contabilidade, era adquirido princi-palmente através da prática ou em escolas privadas. No entanto, a partir do século XVIII e em diferentes países europeus, o Estado começou a actuar directamente no ensino de matérias comerciais. Esta intervenção realizou-se através do estabelecimento de escolas públicas onde diferentes temas comerciais, incluindo a contabilidade, eram ensinados.

A Aula do Comércio foi criada pelo governo português em 1759 e, desde muito cedo e ao longo de muitos anos, foi afirmado, por di-versas personalidades, o papel pioneiro desta escola entre nós. Foi também o primeiro estabelecimento de ensino técnico profissional oficialmente criado no mundo, onde a contabilidade por partidas do-bradas era ensinada. No artigo acima mencionado, os autores procu-raram provas que falsificassem esta afirmação. Com a investigação bibliográfica e de arquivo conduzida, e outras formas de obtenção de informação, não foi possível provar que tal afirmação é falsa, ou seja, que outra escola semelhante tenha sido criada primeiro que a escola portuguesa. Assim, as evidências corroboram a possibilidade de que a Escola de Comércio pode mesmo ter sido o primeiro estabelecimen-to de ensino técnico profissional oficialmente criado no mundo.

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Aspectos da Contabilidade nos Primórdios do Século XX: O Caso da Empresa Conserveira Júdice Fialho

Ana Rita Faria

A presente comunicação resulta de um estudo de âmbito mais vasto, a nossa dissertação de mestrado, e visa dar a conhecer alguns as-pectos da contabilidade de uma das maiores empresas da indústria de conservas de peixe portuguesa, a Júdice Fialho, entre os finais do século XIX e a primeira metade do século XX. Pretende ainda confrontar a organização contabilística existente na empresa com os modelos divulgados na literatura contabilística publicada no mesmo período.

Em Portugal tem havido uma escassez de investigação sobre as prá-ticas contabilísticas das empresas de outrora. Com efeito, são em nú-mero muito reduzido os estudos que resultam da análise de fontes primárias, ou seja, de livros de contas e de documentos contabilísti-cos originais. Porém, reconhece-se que estes constituem uma fonte privilegiada de informações comerciais, financeiras e até económicas, o que vem abrir novos campos de investigação científica para os his-toriadores da Contabilidade e da própria Economia.

O estudo começa por fazer uma breve caracterização da indústria de conservas de peixe portuguesa e da empresa Júdice Fialho durante o período em questão. Em seguida, descreve a organização conta-bilística em vigor na empresa, com base na análise dos seus regis-tos contabilísticos e de outro material existente no fundo depositado no Arquivo Histórico do Museu Municipal de Portimão. Identifica os livros e os auxiliares de registo utilizados, o sistema adoptado na sua coordenação, as formalidades legais a que foram sujeitos, e ainda a sua função e a forma de arrumação. Examina também as contas criadas para registar as operações, bem como o sistema de contas utilizado, analisando o modo de ligação da Contabilidade Geral com a Contabilidade Industrial.

O estudo conclui que, na ausência de um conjunto de regras e princí-pios de contabilidade comuns as todas as empresas, a Júdice Fialho procurou adoptar, considerando a diversidade de soluções contabi-

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lísticas divulgadas na literatura da especialidade, a mais adequada às suas características e necessidades reais. Conclui ainda que, durante o período analisado, a contabilidade da empresa não sofreu altera-ções significativas, apesar dos acontecimentos verificados no pano-rama contabilístico nacional no segundo quartel do século XX. De realçar, que a constituição da sociedade em nome colectivo, em 1938, quatro anos após a morte do seu fundador, poderia ter constituído um factor de mudança, mas tal não aconteceu.

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Alguns dos Acontecimentos mais Importantes da Evolução da Contabilidade e da Profissão de Contabilista

em Portugal desde 1755 até Hoje

Joaquim Fernando da Cunha Guimarães

Na brochura do Primeiro Encontro de História da Contabilidade da CTOC, realizado em 26 e 27 de Setembro de 2008, foi incluído um texto da nossa autoria contendo vários quadros sobre o tema em epí-grafe, com diversos factos desde 1755 até ao ano de 2000.

Entretanto, em Janeiro de 2009, elaborámos uma segunda versão do texto, com o mesmo título, disponível no menu “Actividades Pes-soais/Artigos (download)/Por título/N.º 256” do portal Infocontab (http://www.infocontab.com.pt), contendo algumas correcções e acrescentos significativos, estes últimos relativos a factos ocorridos de 2001 a 2008.

A presente comunicação corresponde à terceira versão do texto, na qual incluímos algumas correcções e acrescentos pontuais, manten-do, porém, os factos ocorridos até 2008, cujos quadros serão incluí-dos no livro do Segundo Encontro de História da Contabilidade.

Como então sublinhámos, a principal fonte de investigação para a elaboração do texto foi o artigo sob o título “Corporativismo, Libera-lismo e a Profissão Contabilística em Portugal desde 1755”, da auto-ria de Lúcia Rodrigues, Delfina Gomes e Russel Graig (publicado na Revista «TOC» n.º 74, de Janeiro de 2004, pp. 23-39).

Os quadros estão divididos em cinco grandes períodos mencionados para aqueles autores que a seguir descrevemos:

– Monarquia absoluta corporativista (de 1755 a 1770);

– Monarquia liberal (de 1833 a 1888);

– Declínio do liberalismo e ascensão do corporativismo (de 1902 a 1911);

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– Ditadura corporativista (de 1933 a 1974);

– Democracia liberal emergente e neo-corporativismo (de 1974 a 1999).

Para cada um desses períodos apresentamos alguns dos principais factos associados à História da Contabilidade em Portugal, relativos aos seguintes temas: regulamentação da profissão, ensino e investi-gação, normalização contabilística, fiscalidade, associações, revistas, livros, teses de doutoramento e dissertações de mestrado na área da História da Contabilidade.

Sempre que julgamos oportuno, incluímos alguns comentários pesso-ais sobre esses eventos e fazemos referência a artigos que elaborámos sobre os mesmos, nomeadamente os relacionados com as associações de contabilidade e as respectivas revistas.

Considerando as características da comunicação e tendo em conta que se justificarão novas versões actualizadas de acordo com os no-vos factos que vão ocorrer, nomeadamente no corrente ano (v.g., Sis-tema de Normalização Contabilística), é nossa intenção criar uma “base de dados” para pesquisa por “tema”, “ano” e “acontecimento”, que brevemente disponibilizaremos no portal Infocontab.

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Contributos para a História da Normalização Contabilística em Portugal

A. J. Alves da Silva

Tanto quanto posso testemunhar, os dois pólos de estudo sobre a normalização contabilística em Portugal, foram:

1. A Sociedade Portuguesa de Contabilidade, única instituição em Portugal, que representou até 1986 a profissão de contabilista na U.E.C. (hoje F.E.E.). Cabe aqui referir a conferência pronunciada em 29 de Novembro de 1967 por Rogério Fernandes Ferreira so-bre a normalização contabilística.

2. Secção Profissional dos Técnicos de Contas do Sindicato dos Pro-fissionais de Escritório do Distrito de Lisboa. Quero aqui salien-tar que o Plano de Contabilidade para a Empresa, elaborado pelo grupo de trabalho dos Técnicos de Contas, mereceu um elogio de António Malta, destacando a “Classe 0 – Orçamento” como inovadora. São deste distinto economista as seguintes palavras: «Constitui marcada inovação visando a tão necessária gestão pre-visional e controlada das nossas empresas.»

O objectivo da minha intervenção tem como propósito analisar os trabalhos antecedentes à primeira versão do P.O.C. – D.L. 47/77, de 7 de Fevereiro.

Procurarei, igualmente, dar uma perspectiva dos trabalhos da 1.ª Comissão de Normalização Contabilística que culminou com a pu-blicação da primeira fase da normalização contabilística, em 1975, documento este pouco conhecido.

Abordarei, por fim, a actual conjuntura e o futuro da Contabilidade.

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A Contabilidade e o Estado: Evolução da Contabilidade no Brasil no Período 1860-1964

Lúcia Lima Rodrigues

Esta apresentação tem por base um artigo que está a ser elaborado com três colegas brasileiros. Neste artigo procura estudar-se a evolu-ção da Contabilidade no Brasil no período 1860-1964, considerando o contexto político, social e económico da época. Mostra-se como esta evolução foi influenciada pelas políticas levadas a cabo pelo governo e pelo desenvolvimento económico e social do país. Em particular, será destacado o período de corporativismo (1930 a 1964), em que as inter-relações entre a Contabilidade e o Estado foram mais fortes.

A partir de 1860, mas particularmente a partir de 1930, a economia e a sociedade brasileira experimentaram alterações estruturais impor-tantes. Neste período, a sociedade brasileira passou de agrária para industrial; da dominação do sector exportador, o sistema económico passou a focalizar essencialmente no mercado interno e na substitui-ção de importações. Neste período, houve mudanças significativas na Contabilidade. Esta apresentação explora as principais políticas, e sistemas económicos e sociais que influenciaram o desenvolvimento da Contabilidade no Brasil neste período. O quadro analítico utili-zado considera a Contabilidade e o Estado como interdependentes, apoiando mutuamente as suas práticas.

A análise começa em 1860, ano em que foi publicada a primeira lei das sociedades anónimas no período do Imperador Pedro II. Esta lei inicia as intervenções do Estado num período ainda de forte liberalis-mo, obrigando os directores das empresas a entregarem as demons-trações financeiras das suas empresas ao governo.

Quando os militares derrubaram a monarquia em 1899, o Brasil era dominado pelos fazendeiros produtores de café, o que fez com que o centro económico-financeiro do Brasil se deslocasse do Rio de Janei-ro para S. Paulo. Em 1887, havia em S. Paulo apenas 12 guarda-li-vros, todos eles com apelidos portugueses. O desenvolvimento econó-mico de S. Paulo verificado neste período levou ao aparecimento de

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duas importantes escolas: a Escola Politécnica de S. Paulo, em 1894, onde existia um curso de Contabilidade; e em 1902, a Escola Prática de Comércio. Em 1921, foram criadas duas associações de classe que evidenciam que havia uma profissão a tentar organizar-se: o Instituto Paulista de Contabilidade e o Instituto Brasileiro de Contabilidade que se sediou no Rio de Janeiro. Em 1923, os graduados pelas di-versas escolas de Contabilidade foram reconhecidos pelo Estado. O ensino comercial acaba por ser regulado pelo Estado em 1926, esta-belecendo que o ensino da Contabilidade deveria ter como objectivo formar guarda-livros especialistas em partida dobrada. Apesar de o Brasil viver um período ainda de liberalismo, a análise desta época revela que importantes inter-relações entre a Contabilidade e o Esta-do estavam já a germinar, verificando-se uma intervenção crescente do Estado, particularmente no ensino da Contabilidade.

A Revolução de 1930 trouxe ao poder Getúlio Vargas, um corpo-rativista fervoroso que governou o Brasil de 1930 até 1945 e, pos-teriormente, fez mais um mandato de três anos, a partir de 1951. Neste período houve um grande desenvolvimento da Contabilidade. Foi com Vargas que se deu a ruptura do modelo agro-exportador e se iniciou a política de substituição de importações que levaria à industrialização do país. Para levar a cabo a sua tarefa precisava de contabilistas mais competentes. Para isso, em Julho de 1931, com o mesmo decreto, regulamentou a profissão contabilística e reformulou o ensino da Contabilidade. Em 1932, foi decretado que os documen-tos contabilísticos só deveriam ser assinados por contabilistas acre-ditados, o que aumentou fortemente a procura destes profissionais. Em 1940 foi publicada uma nova lei das sociedades anónimas que levaria à normalização de muitos procedimentos contabilísticos. Esta lei foi muito importante, tendo influenciado várias gerações, uma vez que esteve em vigor 35 anos. Em 1945, a Contabilidade passa a con-ferir grau universitário e aparece o primeiro centro de investigação em Contabilidade na Universidade de S. Paulo. Com o objectivo do bom cumprimento dos requisitos legais por parte dos profissionais de Contabilidade, em 1946 foram acreditados pelo governo brasileiro o Conselho Federal de Contabilidade e, em cada estado, os Conselhos Regionais de Contabilidade, que ainda hoje existem. Durante o perí-odo em análise, a Contabilidade foi muito influenciada pelo sistema legal, o que faz com que o Brasil tenha, como Portugal, um sistema contabilístico muitas vezes classificado como “legalista”.

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A nível da teoria da Contabilidade, o Brasil foi sempre muito influen-ciado pela escola europeia, particularmente a italiana. Como refe-rência importante desta escola temos António Lopes de Sá que, em 1957, escreveu o primeiro livro editado no Brasil sobre auditoria. Num contexto de forte desenvolvimento económico, em 1961, foram introduzidos os estudos de pós-graduação em Contabilidade e refor-molou-se de novo todo o ensino da Contabilidade. Esta reforma foi influenciada pela chamada escola americana já que a escola europeia começou a perder influência nesta época. O grande desenvolvimento económico observado foi acompanhado por elevadas taxas de infla-ção, sendo o Brasil um dos países que mais desenvolveu a chamada “contabilidade de inflação”.

A análise do período mostra que a necessidade de avaliar e seguir o desempenho das actividades produtivas, do comércio e do sector financeiro e, a necessidade de melhorar a eficiência do Estado, le-varam à necessidade de desenvolvimento das partidas dobradas e da Contabilidade como um todo. Isto encorajou o desenvolvimento da educação e da profissão contabilística, verificando-se, mais uma vez, que o envolvimento das práticas contabilísticas nos projectos do Estado é uma característica fundamental da evolução desta área do saber.

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3�

Comissão de História da Contabilidade da CTOC

3�

39

Constituição e objectivos

Constituição

A Comissão de História da Contabilidade da Câmara dos Técni-cos Oficiais de Contas, doravante designada por Comissão ou por CHC-CTOC, foi constituída em 10 de Abril de 2007, com base em deliberação da Direcção da CTOC de 10 de Janeiro de 2007, tendo a tomada de posse sido realizada em sessão pública, nesse mesmo dia, no Salão Nobre das instalações da sede da CTOC, Avenida Barbo-sa du Bocage, n.º 45, em Lisboa, sendo composta por três membros (art. 2.º do Regulamento).

A Comissão durará pelo prazo estabelecido pela Direcção da CTOC, podendo ser alargada para um máximo de cinco elementos por de-liberação da Direcção da CTOC, depois de ouvida a Comissão (art. 2.º do Regulamento).

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Objectivos

“Se os contabilistas dessem mais importância à história da disciplina e àsrelaçõesdamesmacomasdisciplinasafins,jáasfronteirascontabilísticassetornariammenosimprecisasejáasdefiniçõesdecontabilidadeseriam,porven-tura,menos desarmónicas do que sãoactualmente”, Gonçalves da Silva, «Doutrinas Contabilísticas – Resumo e Críticas das Principais», Ed. Centro Gráfico de Famalicão, Vila Nova de Famalicão, 1959, p.16.

O Professor Gonçalves da Silva considerou que só podemos perceber a evolução da Contabilidade e conhecer bem a actual se conhecermos o seu passado. De facto, o conhecimento histórico permite reduzir o risco de se efectuarem interpretações que podem ser inadequadas ou incompletas por não se ter em consideração a perspectiva histórica e por se assumir pressupostos simplistas sobre o contexto envolvente. Os desejos de documentar e explicar as mudanças na Contabilidade, identificando as suas causas, têm sido motivações importantes para a investigação em história da Contabilidade durante muitas décadas.

Assim, estudar o passado da Contabilidade é útil para entender e resolver problemas contabilísticos actuais. Considera-se que os fenó-menos contabilísticos actuais só podem ser totalmente compreendi-dos depois de se saber como surgiram estes fenómenos (mais do que ver a “fotografia”, muitas vezes precisamos de ver o “filme” desde o seu início). Algumas peculiaridades contemporâneas têm a sua ori-gem em práticas passadas, o que faz com que só se entendam bem depois de se ver a evolução ao longo do tempo.

A Comissão tem objectivos científicos e culturais e visa promover e divulgar a investigação em História da Contabilidade portuguesa, bem como dar a conhecer a CHC-CTOC junto de outras entidades nacionais e outras comissões congéneres estrangeiras que se dedicam ao estudo da História da Contabilidade (art. 3.º do Regulamento).

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Regulamento

Artigo 1.º(Constituição)

1. A Comissão de História da Contabilidade da Câmara dos Técni-cos Oficiais de Contas, doravante designada por Comissão ou pela abreviatura “CHC-CTOC”, exerce a sua actividade nas instala-ções da sede da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC), sitas na Avenida Barbosa du Bocage, n.º 45, em Lisboa.

2. O funcionamento da Comissão rege-se pelo presente Regulamento.

Artigo 2.º(Composição e duração)

1. A Comissão é constituída por um presidente e por dois vogais de-signados pela Direcção da CTOC;

2. A Comissão poderá ser alargada para um máximo de cinco ele-mentos por deliberação da Direcção da CTOC, depois de ouvida a Comissão;

3. A duração da Comissão será estabelecida pela Direcção da CTOC.

Artigo 3.º(Objectivos)

1. A Comissão tem objectivos científicos e culturais e visa promover e divulgar a investigação em História da Contabilidade portuguesa;

2. Compete à Comissão dar a conhecer a CHC-CTOC junto de ou-tras entidades nacionais e outras comissões congéneres estrangei-ras que se dediquem ao estudo da História da Contabilidade.

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Artigo 4.º(Membros-associados)

1. Todos os TOC e outras pessoas, individuais ou colectivas, interessadas no estudo e na investigação sobre História da Contabilidade portugue-sa podem candidatar-se a membros-associados da CHC-CTOC;

2. Podem ainda ser membros-associados da CHC-CTOC todos aqueles que não tendo nacionalidade portuguesa se interessem pela História da Contabilidade portuguesa;

3. A admissão de membro-associado da CHC-CTOC fica dependente da decisão de aprovação pela Comissão e da posterior ratificação pela Direcção da CTOC, e formaliza-se através do preenchimento de uma ficha de inscrição, contendo, nomeadamente, informações curriculares da pessoa e sobre áreas de interesse em investigação em História da Contabilidade portuguesa.

Artigo 5.º(Reuniões)

1. A Comissão reunirá, pelo menos, quatro vezes por ano;2. A Comissão poderá realizar reuniões alargadas, sempre que for

julgado oportuno, com a participação de todos ou alguns dos mem-bros-associados em função dos objectivos e assuntos a tratar.

Artigo 6.º(Plano de actividades e orçamento)

A Comissão deverá elaborar, de acordo com o prazo definido pela Direcção da CTOC, o Plano de Actividades e o Orçamento anual, cuja execução ficará dependente de prévia aprovação pela Direcção da CTOC.

Artigo 7.º(Relatório de actividades)

A Comissão elaborará anualmente o relatório de actividades que apresentará à Direcção da CTOC.

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Artigo 8.º(Disposições finais)

1. O presente Regulamento entra em vigor na data definida pela Di-recção.

2. O presente Regulamento poderá ser alterado sempre que for jul-gado conveniente.

Lisboa,18deDezembrode2007

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Relatório de actividades de 2008*(Elaborado nos termos do art. 7.º do Regulamento da CHC-CTOC)

1. Introdução

Nos termos do art. 7.º do Regulamento da Comissão de História da Contabilidade da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, doravan-te designada por CHC-CTOC ou por Comissão, vem apresentar o relatório de actividades relativo ao ano de 2008. O acontecimento mais relevante do período foi a realização, com elevado sucesso, do “Primeiro Encontro de História da Contabilidade” em Lisboa e Por-to, que foi recebido com grande interesse pelos profissionais e acadé-micos da área da Contabilidade.

2. Reuniões

A CHC-CTOC realizou seis reuniões, conforme documento-resumo das actas que se junta (anexo n.º 1).

3. Actividades desenvolvidas

3.1. Primeiro Encontro de História da Contabilidade

Como já foi salientado, a realização do “Primeiro Encontro de História da Contabilidade” foi muito bem sucedida. Estando inicialmente ape-nas previsto realizar-se em Lisboa, no dia 26 de Setembro, a adesão foi de tal forma que se concluiu que haveria necessidade de se repetir o En-contro no Porto, no dia seguinte, o que veio a acontecer. De acordo com dados fornecidos pela Direcção, inscreveram-se dois mil (mil e 400 no Porto e 600 Lisboa) profissionais e académicos. O Encontro contou com académicos nacionais e estrangeiros, tendo as comunicações sido de alto nível (Fig. 1).

Figura1–UmamesadoPrimeiroEncontro

(*) Com ligeiras alterações para esta publicação.

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Do programa do En-contro constou uma ho-menagem à “Família de Raúl Dória e António Álvaro Dória” de agra-decimento pela oferta de um conjunto de obras para a biblioteca da CTOC, tendo a Direc-ção da Câmara entregue uma placa alusiva a dois familiares presentes no Encontro em Lisboa (Fig. 2).

Aos participantes no Encontro foi distri-buído um pequeno livro com 66 páginas (Fig. 3) contendo o programa, o resumo das comunicações e dos currículos dos oradores, informações gerais sobre a CHC-CTOC e um documento elabora-do pelo vogal Joaquim Guimarães, sob o título “Alguns Acontecimentos Impor-tantes na Evolução da Contabilidade e da Profissão”, baseado no quadro n.º 1 do seu artigo sob o título “História da Câma-ra dos Técnicos Oficiais de Contas – 10.º Aniversário (1995-2005)”.

O Programa, as comunicações em powerpoint e o texto do livro do Encontro, estão disponíveis no menu da CHC no sítio da CTOC.

Na Revista «TOC» n.º 103, de Outubro de 2008, pp. 11-16, foi publi-cado um texto resumo do Encontro.

3.2. Implementação do menu da CHC-CTOC no sítio da CTOC

Tal como salientado no relatório do ano anterior, a comunicação via Internet é cada vez mais importante.

Fig.3–CapadolivrodoEncontro

Figura2–Homenagemà“FamíliaDória”

4�

Assim, a CHC-CTOC sugeriu à Direcção que fosse disponibilizado na página da CTOC na Internet um menu próprio da Comissão, o que se concretizou em 29 de Setembro com a designação de “História da Contabilidade”. O conteúdo do menu está de acordo com um do-cumento elaborado pela Comissão e enviado à Direcção e contém os seguintes itens: constituição; objectivos; regulamento; membros-as-sociados; actividades; protocolos; informações diversas; contactos; e links. Devido à necessidade de se manter a página permanentemente actualizada foi decidido nomear um administrador, tendo sido desig-nado o vogal Joaquim Guimarães. A CHC sublinha que, actualmen-te, a página ainda se encontra elaborada apenas em português.

3.3. Acervo de documentação histórica 

Durante o corrente ano iniciou-se a formação da Biblioteca da CTOC em História da Contabilidade, tendo sido oferecidos, como já referimos, pela família de Raul Dória e António Álvaro Dória um importante espólio, o qual foi seleccionadoinloco, na última re-sidência de António Álvaro Dória, em Braga, pelo vogal, Joaquim Guimarães.

As obras encontram-se destacadas na biblioteca da CTOC com uma placa alusiva com o seguinte teor (Fig. 4):

“Oferta à Biblioteca da CTOC pelaFamília dos Profs Raul Dória e Álva-roDóriaemcerimóniarealizadano1.ºEncontro de História de ContabilidadedaCTOC.

Lisboa,26deSetembrode2008.”

A CHC-CTOC promoveu, também, a aquisição de cinco livros anti-gos de contabilidade para a biblioteca da CTOC, no alfarrabista de Lisboa, Castro e Silva, Lda., com os seguintes títulos:

Figura4–PlacadehomenagemàfamíliaDória

4�

– «Curso Theorico e Pratico de Escripturação Mercantil», de Fran-cisco José Monteiro;

– «Ensaio sobre um Planeamento Contabilístico Racional», de Cae-tano Léglise da Cruz Vidal;

– «Tratado de Contabilidade Commercial», de Luiz M. dos Santos;

– «Systema Resumido ou Methodo Facil», de João Francisco D’ Assis;

– «Tratado sobre as Partidas Dobradas», de autor anónimo.

Desses livros, destaca-se o «Tratado sobre as Partidas Dobradas», que é considerado o segundo livro mais antigo (1764) de contabili-dade em português.

3.4. Encontros nacionais e internacionais sobre História da Con-tabilidade

Durante 2008, a CHC-CTOC manteve-se atenta às diversas reali-zações nacionais e internacionais sobre História da Contabilidade, tendo os seus membros participado nos seguintes:

Membro  da CHC

Evento/local/dataTítulo da comunicação  

(se aplicável)

Lúcia Lima Rodrigues

12thWorldCongressofAccountingHistorians, Istambul, Turquia, Julho de 2008

AccountingRulesasaTechnologyofGovernmenttoControlActionataDistanceinthePortugueseEmpire:TheCaseoftheRoyalTreasury(1761-1777)*

CriticalPerspectivesonAccountingConference, Nova Iorque, EUA, 24-26 Abril.

31stEuropeanAccountingAssociationAnnualCongress, Roterdão, Holanda, 23-25 Abril

Leonor Fernandes Ferreira

I Congresso Latino-Americano de Contabilidade de Gestão e X Encontro do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, em 27 e 28 de Novembro de 2009

Avanços e Desafios da Contabilidade de Gestão em Portugal: Pesquisa e Profissão

V Jornadas de História da Contabilidade do Centro de Estudos de História da Contabilidade da APOTEC

Subsídios para a História da Contabilidade de Gestão em Portugal**

* Em co-autoria com Delfina Gomes e Garry Carnegie.** Em co-autoria com Ana Rita Faria que apresentou a comunicação, em virtude de nessa mesma data se encontrar no

Congresso do Rio de Janeiro acima indicado.

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3.5. Protocolos com organizações nacionais e internacionais

A Comissão iniciou trabalhos e efectuou diligências no sentido do es-tabelecimento de protocolos com entidades congéneres no País e no estrangeiro, tendo sido elaborado um modelo de protocolo enviado à Direcção.

Na sequência, foi elaborado um draft com uma proposta de protoco-lo com a Asociación Española de Contabilidad y Administración de Empresas (AECA) enviado à Direcção, aguardando-se a respectiva decisão.

3.6. Apoio a lançamento de livro 

Dentro dos objectivos da CHC, encontra-se, também, o apoio ao lan-çamento de livros e publicações relacionadas com História da Conta-bilidade. Embora não estivesse previsto no Plano de Actividades, no final de 2008, foi organizado pelo vogal Joaquim Guimarães o lança-mento do livro “A Influência de Jaime Lopes Amorim no Desenvol-vimento da Contabilidade em Portugal”, de Amândio Faustino Fer-reira Tavares, editado pela Infocontab Edições, o qual contou com o apoio da Direcção e da CHC através da sua apresentação pública no dia 15 de Janeiro, nas instalações da representação permanente do Porto da CTOC.

O apoio da CHC justificou-se por dois motivos: um, pelo facto do livro corresponder à primeira dissertação de mestrado (mestrado em Contabilidade e Auditoria da Universidade do Minho) na área da História da Contabilidade e, outro, pelo facto de o mesmo incidir sobre a vida e obra de um dos grandes mestres da Contabilidade do século passado, Jaime Lopes Amorim.

3.7. Colaboração em projectos de investigação sobre História da Contabilidade portuguesa

A elaboração de protocolos entre diferentes associações de História da Contabilidade visa promover a criação de “redes de conhecimento” que permitam a colaboração em projectos de investigação nacionais e internacionais. Este objectivo ficou parcialmente por concretizar,

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dado que, aquando realização do Primeiro Encontro, se inscreveram cerca de 30 membros-associados da CHC, pelo que se acredita que, a partir de agora, estejam reunidas as condições para incentivar a investigação conjunta.

3.8. Artigos elaborados pelos membros da CHC

Os membros da CHC-CTOC elaboraram durante o ano de 2008, os seguintes artigos ou textos sobre História da Contabilidade:

– Lúcia Lima Rodrigues

Artigos em periódico científicoTítulo do artigo Publicações

Accounting change in central government: theadoption of double entry bookkeeping at thePortugueseRoyalTreasury(1761)

Accounting, Auditing and Accountability Journal (Emerald), Vol. 21, No. 8, pp. 1144-1184

RecoveryAmidDestruction:ManoeldaMayaandtheLisbonEarthquakeof1755

Libraries & the Cultural Record (ISI Journal), Vol. 43, Nº4, 397-409

– Joaquim Fernando da Cunha Guimarães

Artigos publicados em revistas nacionais sem carácter científicoTítulo do artigo Publicações

Breves comentários a duas relações de títulos de literatura contabilística dos séculos XVI-XVIII e XIX, constantes das pp. 217-9 da dissertação de mestrado em História Contemporânea, sob o título “O Caixeiro e a Instrução Comercial no Porto Oitocentista – Percursos, Práticas e Contextos Profissionais”, da autoria de José Manuel Pereira, Universidade do Porto – Faculdade de Letras, Porto, 2001

Revista Electrónica Infocontab n.º 39, de Janeiro de 2009.

Rogério Fernandes Ferreira - Mais uma homenagem ao Mestre (versão reduzida)

«TOC» n.º 104, de Novembro de 2008, pp. 34-5.

Rogério Fernandes Ferreira - Mais uma homenagem ao Mestre

Revista Electrónica Infocontab n.º 38, de Dezembro de 2008.

História da Revista «TOC»«TOC» n.º 100, de Julho de 2008, pp. 30-41 e Revista Electrónica Infocontab n.º 33, de Julho de 2008.

O livro “Tratado sobre as Partidas Dobradas”, de autor anónimo

«TOC» n.º 103, de Outubro de 2008, pp. 38-47 e Revista Electrónica Infocontab n.º 33, de Julho de 2008

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Título do artigo Publicações

120.º Aniversário (1888/2008) do Código Comercial – Para Quando um Novo?

Jornal AIMINHO n.º 87, de Julho de 2008, p. 19, Contabilidade & Empresas, de Junho de 2008, p. 18 e Revista Electrónica Infocontab n.º 32, de Junho de 2008

Duas Referências sobre comércio e ou contabilidade portuguesa

Revista Electrónica Infocontab n.º 31, de Maio de 2008

A Profissão de Contabilista em PortugalRevista Electrónica Infocontab n.º 33, de Julho de 2008 e Revista de Contabilidade e Comércio (a publicar)

As Mulheres na Profissão Contabilística

«TOC» n.º 94, de Janeiro de 2008, pp. 38-41, “Diário do Minho” n.º 27953, de Novembro de 2007, p. 2 e Revista Electrónica Infocontab n.º 25, de Novembro de 2007

– Leonor Fernandes Ferreira

Não elaborou qualquer artigo.

3.9. Livros ou capítulos de livros

– Lúcia Lima Rodrigues

Título do artigo Publicações

Investigação em História da Contabilidade*Contabilidade e Controlo da Gestão, Teoria, Metodologia e Prática, Lisboa: Escolar Editora, pp.209-239

Postlethwayt, Malachy**

In Darity, William A., Jr. International Encyclopedia of the Social Sciences, 2nd edition. 9 vols. Detroit: Macmillan Reference USA, pp. 394-395

* Em co-autoria com Delfina Gomes.** Em co-autoria com Russell Craig.

– Joaquim Guimarães e Leonor Fernandes Ferreira

Não elaboraram qualquer livro ou capítulo de livro.

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4. Actividades não desenvolvidas

Não foi possível concretizar as seguintes actividades previstas no plano de actividades de 2008, as quais transitam para 2009:

– Inventário das dissertações de mestrado;

– Lista de cursos e disciplinas de História da Contabilidade nos pro-gramas;

– Newsletter;

– Incentivos à investigação.

Relativamente aos “Incentivos à investigação”, um dos objectivos desta Comissão é, se possível, o seu apoio financeiro.

Sendo Portugal um país com uma história tão rica, sabendo que a Con-tabilidade se “constrói” no ambiente social, económico e político do país, e que a investigação em História da Contabilidade está apenas a começar, existindo um grande número de arquivos completamente inexplorados, é papel desta Comissão apoiar todos aqueles que dese-jam investigar nesta área. Infelizmente, este objectivo ainda não foi cumprido, pois não foram apresentados projectos de investigação.

5. Perspectivas futuras

No próximo ano, o esforço de organização da CHC-CTOC man-ter-se-á, estando prevista a concretização de algumas das principais actividades preconizadas no Regulamento e no Plano de Actividades 2008 que, como já referimos, não foram realizadas no corrente ano.

A Comissão continuará a trabalhar para aumentar o número de membros-associados e promover a área da História da Contabilidade como uma grande área de investigação.

Assim, está prevista a realização do “Segundo Encontro de Histó-ria da Contabilidade”, onde se irá comemorar os “250 Anos da Aula do Comércio e do Interesse Público da Profissão”. Com esta escola assistimos a um grande desenvolvimento da profissão e do ensino

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da Contabilidade e, sendo um acontecimento histórico marcante no desenvolvimento da nossa área do saber, espera-se um grande envol-vimento de todos os profissionais e académicos.

Lisboa,20deFevereirode2009

A CHC-CTOC,

Lúcia Lima Rodrigues - presidente

Joaquim Cunha Guimarães - vogal

Leonor Fernandes Ferreira - vogal

Aprovado em reunião de 20 de Fevereiro de 2009 (acta n.º 13)

ANEXOS:

– Quadro-resumo das reuniões da CHC de 2008.

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Anexo n.º 1

Resumo das reuniões da CHC de 2008

6 15-01-2008

1. Leitura e aprovação da acta n.º 5, de 18 de Dezembro de 2007;2. Informações;3. Relatório de actividades de 2007;4. Plano de Actividades da Comissão para 2007;5. Página da Comissão no site da CTOC;6. Primeiro Encontro de História da Contabilidade;7. Prémio de investigação em História da Contabilidade.

7 25-03-2008

1. Leitura e aprovação da acta n.º 6, de 15 de Janeiro de 2008;2. Informações;3. Plano de Actividades da Comissão para 2007;4. Página da Comissão no site da CTOC;5. Primeiro Encontro de História da Contabilidade.

8 15-07-2008

1. Leitura e aprovação da acta n.º 7, de 25 de Março de 2008;2. Primeiro Encontro de História da Contabilidade;3. Informações;4. Livros oferecidos à CTOC pela família de Raul Dória e Álvaro

Dória;5. Congressos/jornadas, etc;6. Página da Comissão no site da CTOC.

9 02-09-2008

1. Programa;2. Documentação;3. Site da CTOC;4. Divulgação do evento, preço da inscrição e atribuição de

créditos;5. Outros assuntos.

10 16-09-2008

1. Leitura e aprovação das actas n.os 8 e 9, de 15 de Julho e 2 de Setembro de 2008, respectivamente;

2. Análise dos livros oferecidos à CTOC pela “família Dória”;3. Primeiro Encontro de História da Contabilidade;4. Segundo Encontro de História da Contabilidade;5. Site.

11 15-10-2008

1. Leitura e aprovação da acta n.º 10 , de 16 de Setembro de 2008;2. Balanço e resultados contabilísticos do Primeiro Encontro de

História da Contabilidade;3. Protocolo CTOC/AECA;4. Fichas de inscrição como membro-associado da CHC;5. Página/menu da Comissão no site da CTOC;6. Informações.

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Plano de actividades para 2009(Elaborado nos termos do art. 6.º do Regulamento da CHC-CTOC)

“Quemnãoconheceopassado,dificilmentecompreenderáopresenteeconstruiráofuturo”.

A Comissão dará cumprimento à missão que lhe está associada, em coordenação com a Direcção, desenvolvendo as seguintes acções:

• Organizar o Segundo Encontro de História da Contabilidade: o Definir temas; o Escolher oradores; o Definir local; o Fixar data.

• Desenvolver e actualizar a página da CHC-CTOC no site da CTOC:

o Preparar novos conteúdos; o Imformar sobre as actividades da Comissão; o Informar sobre eventos de História de Contabilidade nacionais

e internacionais; o Membros-associados; o Definir periodicidade de actualização do site.

• Actualizar o inventário das dissertações de mestrado e das teses de doutoramento em História da Contabilidade:

o Escrever às escolas; o Pedir colaboração à Comissão de Inscrição.

• Efectuar levantamento lista de encontros nacionais e internacio-nais sobre História da Contabilidade:

o Garantir presença da Comissão, sempre que possível com co-municação;

o Informar no site.

• Efectuar levantamento lista dos cursos e disciplinas ou capítulos de História da Contabilidade no programa e saber quem lecciona/ /tem responsabilidade:

o Escrever às escolas.

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• Intensificar as ligações nacionais: o Apresentar a CHC-CTOC; o Levantamento de entidades com interesse pela HC; o Levantamento de entidades com documentação relevante sobre HC; o Celebrar protocolos; o Participar em eventos, em coordenação com a Direcção, e re-

presentação da CTOC; o Realizar acções e eventos em conjunto com o universo académi-

co contabilístico, tendo como objectivo a divulgação da História da Contabilidade e incentivar a realização de mestrados, tendo por base esta disciplina.

• Iniciar as ligações internacionais: o Apresentar a CHC-CTOC; o Levantar lista de entidades com interesse pela HC; o Celebrar protocolos; o Participar em eventos, em coordenação com a Direcção, e re-

presentação da CTOC.

• Colaborar em projectos de investigação sobre HC portuguesa: o Delimitar tipologia dos estudos; o Definir temas; o Procurar/seleccionar equipas.

• Desenvolver o acervo de documentação histórica: o Continuar a constituição da biblioteca da CTOC em HC; o Informar a Direcção acerca de obras de interesses, para aquisição.

• Informações sobre as actividades da CHC-CTOC: o Na Revista «TOC»; o Estudar outros meios de divulgação da CHC-CTOC, nomeada-

mente a publicação de uma newsletter.

Nota: este documento foi articulado com a nota inserida no Plano de Actividades apresentado e aprovado em Assembleia-Geral, em 20 de Dezembro de 2008.

5�

Ficha de inscriçãoMembro-associado da Comissão de História da Contabilidade

(Regulamento do CHC-CTOC, art. 4.º, n.º 3 do Regulamento)

1. Membro n.º __________ (aatribuirpelaComissão)

2. Nome (completo): ______________________________________

3. Morada: ______________________________________________ Código Postal: ______ - _____ Localidade: __________________

4. Contactos: Telefone: _____________________________________________ Telemóvel: ____________________________________________ E-mail: _______________________________________________ Site: _________________________________________________

5. Técnico Oficial de Contas n.º _______

6. Outras profissões (indicartodasasexercidas) ROC n.º ______ Docente do ensino superior com a categoria de ____________

estabelecimento(s) de ensino ___________________________ Economista Gestor Director financeiroOutra (especifique) ____________________________________

7. Habilitações académicas Agregação

Ano: _____ Universidade: _______________________________________ Área/Designação: _____________________________________ Título da lição: ______________________________________

Doutoramento Ano: _____ Universidade: _______________________________________ Área/Designação: _____________________________________ Título da tese: _______________________________________

5�

Mestrado Ano: _______ Universidade: _______________________________________ Área/Designação: _____________________________________ Título da dissertação: _________________________________

Licenciatura em (indicardata,designaçãoeuniversidade) ________ _______________________________________________________

Outra (especifique): ___________________________________

8. Curriculumvitae em História da Contabilidade (comissõesdetrabalho,artigospublicados,comunicações,etc).Breve descrição (sejulgaroportunoanexeCVcompletosobreHistóriadaContabilidade). _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

9. Indique os seus principais motivos de interesse em candidatar-se a membro-associado da CHC-CTOC. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

10. Indique de que modo julga poder e está disposto a colaborar/con-tribuir para a História da Contabilidade CHC-CTOC e apresente sugestões sobre as actividades a desenvolver pela Comissão. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

Membro-associado n.º _____Admissão aprovada pela CHC-CTOC em reunião de ______ (acta n.º __)Admissão ratificada pela Direcção da CTOC em reunião de ______ (acta n.º ___)Pela CHC-CTOC, Lisboa _____/____/____

_________________________________ _______________________________ (Cargo na CHC-CTOC) (Assinatura)

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Teses de doutoramentoe

dissertações de mestrado

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61

Até à data, e que seja do conhecimento da CHC-CTOC, foram defendidas as seguintes teses de doutoramento e dissertações de mestrado na área da História da Contabilidade: Teses de doutoramento:• "Accounting Change in Central Government. The institutionali-

zation of double entry bookkeeping at the Portuguese Royal Treasury (1761-1777)", da autoria de Delfina Rosa da Rocha Gomes, na Universidade do Minho, em Fevereiro de 2007

Dissertações de mestrado

Data de conclusão

Tema AutorInstituição/

estabelecimento

1999

A influência de Jaime Lopes Amorim no desenvolvimento da Contabilidade em Portugal(*)

Amândio Faustino Ferreira Tavares

Universidade do Minho

A evolução da Contabilidade em Portugal nos séculos XIX e XX: análise de livros publicados

Maria de Fátima Travassos Conde

Universidade Aberta (Aveiro)

2000

A evolução dos registos contabilísticos e a aplicação da partida dobrada em Portugal

Delfina Rocha Gomes

Universidade do Minho

O balanço: sua história e enquadramento face às novas teorias da Contabilidade

José Manuel Teixeira Pereira

Universidade do Minho

2001

Evolução dos modelos contabilísticos: visão histórica e tendências para o futuro

Alfredo António Paulino

Universidade do Minho e APNOR - Associação

dos Politécnicos do Norte

O caixeiro e a instrução comercial no Porto oitocentista: percursos, práticas e contextos profissionais

José Manuel Pereira

Faculdade de Letras - Universidade do Porto

2002

A organização contabilística numa empresa da indústria de conservas de peixe entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX - O caso Júdice Fialho

Ana Rita FariaUniversidade do Algarve - U.C.E.E./Universidade Técnica de Lisboa-ISEG

Evolução dos conceitos contabilísticos no século XX - activo, passivo, custos e proveitos

Maria de Fátima Morais Pires

Universidade do Minho

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Data de conclusão

Tema AutorInstituição/

estabelecimento

2004

Evolução do pensamento contabilístico português até ao século XIX: aspectos historiográficos da influência italiana na introdução do método digráfico

Miguel Maria Lira

Universidade Aberta

A Contabilidade do Mosteiro de Arouca: 1786-1825 (**)

José Miguel Oliveira

Faculdade de Economia da Universidade

do Porto

2008 Contabilidade do vinho do Porto: o período pombalino

Isabel Maria de Oliveira

Universidade do Minho

(*) Publicado em livro com o mesmo título, com ligeiras adaptações, pela Editora Infocontab Edições, Lda., Braga, Novembro de 2008.

(**) Publicado em livro com o mesmo título pela Editora RIRSMA, 2005

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Alguns acontecimentos importantes na evolução

da Contabilidade e da profissão*

* Estes quadros foram elaborados pelo vogal da CHC-CTOC, Joaquim Fernando da Cunha Gui-marães, a partir do artigo sob o título “Corparativismo, Liberalismo e a Profissão Contabilística em Portugal desde 1755”, da autoria de Lúcia Lima Rodrigues, Delfina Rosa da Rocha Gomes e Russel Craig. Os dados dos quadros elaborados por aqueles autores estão escritos a letra normal e os de autoria de Joaquim Guimarães estão destacados a negrito, divulgando-se os seus contributos sobre a profissão, as associações e as revistas de Contabilidade.

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Data Acontecimento Importância

MONARQUIA ABSOLUTA  CORPORATIVISTA

1755 Terramoto em Lisboa. Destruição de muitos registos comerciais.

1755Criação da Junta de Comércio pelo Marquês de Pombal, através do Real Decreto de 30 de Setembro de 1755.

Impulsionou a actividade comercial e indus-trial e melhorou o ensino do comércio.

1758

Publicado o que é considerado o primeiro livro  na  área  da  Contabilidade,  de  João Baptista  Bonavie,  sob  o  título  “Mercador Exacto nos seus Livros de Contas ou Me-thodo  Facil  para  Qualquer  Mercador  e Outros  Arrimarem  as  suas  Contas…”,  em Lisboa.

Elaborei artigo sob o título: “Os Primeiros Livros Portugueses de Contabilidade” dis-ponível no portal Infocontab.

1759 Criação da Aula do Comércio.

Os Estatutos da Aula do Comércio datam de 19 de Abril de 1759 e foram confirmados por Alvará de 19 de Maio de 1759.Primeiro estabelecimento de ensino criado oficialmente em Portugal para o ensino da contabilidade.É considerado o primeiro estabelecimento de ensino do comércio e da contabilidade na Europa e talvez (facto ainda não confirma-do) no mundo.É a primeira lei a fazer referência à profis-são de “guarda-livros”.

1764

É publicado em Turim (Itália) o livro “Tra-tado sobre as Partidas Dobradas”, de autor anónimo,  sendo considerado o  segundo  li-vro mais antigo na área de Contabilidade.

Elaborei artigo sob o título: “O livro ‘Tra-tado sobre as Partidas Dobradas’, de autor anónimo”,  publicado  na  Revista  «TOC»  n.º  103,  de  Outubro  de  2008,  pp.  38-47  e disponível no portal Infocontab.

1770Primeira regulamentação da profissão conta-bilística.

Por Carta de Lei de 30 de Agosto de 1770.Os guarda-livros deviam inscrever-se na Junta de Comércio e ser graduados pela Aula de Comércio.Alguns empregos na administração pública só estavam disponíveis para os alunos da Aula do Comércio.

MONARQUIA LIBERAL

1833

Publicado  o primeiro Código Comercial Português, denominado  “Código  Ferreira Borges”, em homenagem ao seu autor, José Ferreira Borges.

1838

A profissão de “guarda-livros” é reconhecida nas leis fiscais como uma das profissões libe-rais sujeitas à “décima” (carta de Lei de 7 de Abril de 1838).

Ser graduado pela Aula do Comércio e estar inscrito na Junta de Comércio já não era tão importante para poder ser considerado “guar-da-livros”, embora alguns empregos públicos continuassem a ser atribuídos a alunos da Aula do Comércio. A  “décima”  (uma  déci-ma  parte  do  rendimento)  é  considerado  o imposto embrionário do sistema fiscal por-tuguês.

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Data Acontecimento Importância

1885Criada  a  “Associação  Portuguesa  de  Con-tabilidade”,  por  Alvará  de  12  de  Outubro de 1885.

De acordo com Ricardo de Sá, no seu livro “Verificações e Exames de Escripta”, Ed. Li-vraria Ferin, Lisboa,1912, teve vida eféme-ra, não se sabendo o período de actividade.Elaborei artigo sob o título “Os Primórdios das  Associações  e  das  Revistas  de  Contabi-lidade  em  Portugal”,  publicado  na  Revista «TOC» n.º 78, de Setembro de 2006, pp. 19-31 e disponível no portal Infocontab.

1888

Novo Código Comercial, denominado  “Có-digo  Veiga  Beirão”,  em  homenagem  a  um dos seus autores, Francisco António da Vei-ga Beirão.

Permite que os comerciantes e as empresas entre-guem a contabilidade a qualquer pessoa, fazendo com que a competência para o trabalho deixasse de ser considerada sob a forma de lei. A profis-são de “guarda-livros” deixa de ser referida no Código Comercial, o que foi considerado um retrocesso. Elaborei artigo sob o título “120.º Aniversário (1888/2008) do Código Comercial – Para Quando um Novo?”, publicado no Jor-nal AIMinho n.º 87, de Julho de 2008, p. 19, na Revista Contabilidade & Empresas de Junho de 2008, p. 18 e Revista Electrónica Infocon-tab n.º 32, de Junho de 2008.Ricardo  de  Sá  apresentou  ao  Rei  D.  Luís uma  carta  sob  o  título  “Carta  a  Sua  Alte-za  Real  o  Serenissimo  Senhor  Duque  de Bragança” no qual criticou veementemente o  facto  de  o  Código  ter  deixado  de  fazer referência  ao  “Guarda-Livros”.  Ainda  é  o Código Comercial em vigor.

1894

Criada  a  “Associação  dos  Empregados  de Contabilidade”, por Alvará de 19 de Julho de  1894,  também  designada  por  “Associa-ção  de  Classe  dos  Empregados  de  Conta-bilidade”  e,  mais  tarde,  por  “Instituto  da Classe Commercial de Lisboa”.

De acordo com Ricardo de Sá no seu livro “Verificações  e  Exames  de  Escripta”,  Ed. Livraria Ferin, Lisboa, 1912, esta Associa-ção  sucedeu  à  “Associação  Portuguesa  de Contabilidade” e também teve vida efémera não se sabendo a sua duração.Elaborei artigo sob o título “Os Primórdios das  Associações  e  das  Revistas  de  Contabi-lidade  em  Portugal”,  publicado  na  Revista «TOC» n.º 78, de Setembro de 2006, pp. 19-31 e disponível no portal Infocontab.

1897A “Associação dos Empregados de Contabi-lidade” publica o boletim “O Commercio”.

N.º 1, de 31 de Março de 1897 e o último deverá ter sido em Junho/Agosto de 1902. Posteriormente foi designado por “Boletim da  Associação  dos  Empregados  de  Conta-bilidade”  e,  finalmente,  por  “Boletim  do Instituto da Classe Commercial de Lisboa”. Poderá ter sido a primeira revista/boletim na área da Contabilidade. No menu “Con-tabilidade/Revistas/Fora de Actividade/Bo-letim  O  Comércio”  do  portal  Infocontab disponibilizam-se  informações  sobre o bo-letim.

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Data Acontecimento Importância

DECLÍNIO DO LIBERALISMO  E ASCENSÃO DO CORPORATIVISMO

1902Criada  a  “Escola  Prática  Comercial  Raul Dória”,  no  Porto,  considerada  pioneira  no ensino técnico-comercial e da contabilidade.

Foi uma das principais escolas nacionais do ensino prático da contabilidade e do comér-cio  e  encerrou  no  ano  lectivo  de  1963/64, após 62 anos de actividade.Elaborei  artigo  sob  o  título  “Centenário (1902-2002)  da  “Escola  Prática  Raul  Dó-ria””,  publicado  na  Revista  «TOC»  n.º  33, de Dezembro de 2002, pp. 20-5 e disponível no  portal  Infocontab,  onde  disponibilizo também, no menu “Contabilidade/Mestres--Professores/Raul  Dória  e  Álvaro  Dória” diversos  dados  bibliográficos  sobre  os  au-tores.

1903

Ricardo  José  de  Sá  (ou  Ricardo  de  Sá) publica  o  livro  “Tratado  de  Contabilida-de”, Ed. Typographia “A Editora”, Lisboa, considerado o primeiro livro português que releva a teoria da Contabilidade.

Elaborei dois artigos sob os títulos “Ricar-do de Sá e a “dívida” dos Técnicos de Con-tas”,  publicado  na  Revista  «TOC»  n.º  69, Dezembro de 2005, pp. 37-45 e “Ricardo de Sá - Um Homem da e para a Contabilida-de”, comunicação efectuada nas III Jorna-das de História da Contabilidade APOTEC em Fevereiro de 2006, e Revista Electróni-ca Infocontab n.º 1, de Julho de 2005, am-bos  disponíveis  no  portal  Infocontab. No menu  “Contabilidade/Mestre-Professores” do portal Infocontab disponibilizo diversos dados bibliográficos de Ricardo de Sá.

1908Publicado o primeiro número da revista “O Guarda-Livros”, da Escola Prática Comer-cial Raul Dória, no Porto.

O n.º 1 data de 10 de Agosto de 1908 e foi publicado até ao n.º 84, de Março de 1914. No artigo, “Centenário (1902-2002) da “Es-cola Prática Raul Dória””, publicado na Re-vista «TOC» n.º 33, de Dezembro de 2002, pp. 20-5 disponibilizam-se informações so-bre a revista e a “Revista de Contabilidade” que lhe sucedeu.

1910Implantação da República. A Constituição é aprovada em 20 de Agosto de 1911.

Portugal implementou medidas para se tornar um Estado moderno e republicano, tentando restabelecer a economia.

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Data Acontecimento Importância

1911

Pelo Regulamento de Fiscalização das Socie-dades Anónimas, de 13 de Abril de 1911 (vi-gorou no ano civil de 1911 e ano económico 1911/1912) as sociedades anónimas passam a ter que submeter as suas contas à fiscalização oficial por peritos contabilistas. Os directores não podem ser guarda-livros. O número 2 do artigo 9.º da parte II sob o título “Modo de exercer a fiscalização” deter-mina que os documentos de prestação de con-tas devem ser assinados “sempre pelo guar-da-livros”. Além disso, o art. 35.º estabelece que os guarda-livros são co-responsáveis com os gerentes da  sociedade, por quaisquer ac-tos dolosos tendentes a ocultar a veracidade das verbas constitutivas dos balanços e, por tal motivo, são obrigados a subscrever os in-ventários, balanços e todas as contas que as sociedades tenham de apresentar.

Introdução do conceito de “responsabilidade mutual” em relação a actos contabilísticos fraudulentos.

1911

Decreto (Lei de 27 de Maio de 1911, publi-cada no «Diário do Governo» n.º 12, de 29 de  Maio  de  1911) exige que a contabilida-de seja executada por técnicos competentes e cria duas Câmaras de Peritos Contabilistas (uma no Norte e outra no Sul) para verificar o relato financeiro e examinar as contas.

Retorno ao corporativismo. Seriam atribuições das Câmaras:- Dar parecer e verificar as contas que dizem respeito ao balanço e relatório que devem ser apresentados às assembleias-gerais das com-panhias e sociedades anónimas;- Proceder a exame nas escritas quando or-denado pelos respectivos juízes nos processos comerciais, criminais e cíveis.As Câmaras não chegaram a ser constituídas.

1912

Ricardo José de Sá (ou Ricardo de Sá) pu-blica no ano (1912) em que faleceu (1844-1912)  o  livro  “Verificações  e  Exames  de Escripta”, Ed. Livraria Ferin, Lisboa, con-siderado pelo próprio e no livro o primeiro livro português sobre a matéria.

Ricardo de Sá  foi considerado um dos pri-meiros teóricos da Contabilidade portugue-ses  e da  sua obra destaca-se o  “Tratado de Contabilidade”. Salienta-se, também, as suas críticas ao actual Código Comercial de 1988 por ter deixado de fazer referência à profis-são de guarda-livros, ao contrário do seu an-tecessor (Código Comercial de 1833).Elaborei dois artigos sob os títulos “Ricardo de Sá e a «dívida» dos Técnicos de Contas”, publicado na Revista «TOC» n.º 69, Dezem-bro  de  2005,  pp.  37-45  e  “Ricardo  de  Sá  - Um  Homem  da  e  para  a  Contabilidade”, comunicação apresentada nas  III Jornadas de História da Contabilidade APOTEC em Fevereiro de 2006 e Revista Electrónica In-focontab n.º 1, de Julho de 2005, ambos dis-poníveis no portal Infocontab.

1916Publicado  o  primeiro  número  de  “Revista de  Contabilidade”  da  Escola  Prática  Co-mercial Raul Dória no Porto

Sucedeu à anterior revista, “O Guarda-Li-vros”. O n.º 1 foi publicado em 15 de Feve-reiro de 1916 e o último (n.º 24) em Feve-reiro de 1917.

69

Data Acontecimento Importância

DITADURA CORPORATIVISTA

1926Publicado o primeiro número, de Janeiro a Junho de 1926, da Revista de Comércio e Contabilidade.

Apenas foram publicadas seis números, to-dos no ano de 1926. A direcção da revista era composta por Francisco Caetano Dias e  pelo  escritor  e  guarda-livros,  Fernando Pessoa que, na altura, eram cunhados.

1928

Constituída a Associação dos Contabilistas e Guarda-Livros do Norte de Portugal, por Alvará de 28 de Janeiro de 1928 e que deu lugar, por extinção em 1934, ao “Sindicato Nacional  dos  Contabilistas  e  Guarda-Li-vros do Distrito do Porto”.

1929

Publicado o primeiro número do jornal “A Voz do Comercio” e terá sido publicado até Agosto de 1931.O Jornal tem o subtítulo “Quinzenário dos Contabilistas e Guarda Livros” e era publi-cado  pela  “Associação  dos  Contabilistas  e Guarda-Livros do Norte de Portugal”.

Elaborei  artigo  “O  Jornal  “A  Voz  do  Co-mércio” (1929-1931?)” disponível no Portal Infocontab na Revista Electrónica Infocon-tab n.º 7, de Março de 2006.

1929

Jaime  Lopes  Amorim,  grande  mestre  de Contabilidade  do  século  passado  (1891- -1973), publica o livro “Lições de Contabi-lidade Geral”, Ed. Empresa Industrial Grá-fica do Porto, Lda., Porto, que constitui um marco histórico na investigação contabilís-tica em Portugal, posicionando a contabili-dade numa perspectiva científica e ao nível do ensino superior.

Elaborei  artigo  sob  o  título  “As  “Lições de  Contabilidade  Geral”,  de  Jaime  Lopes Amorim”, publicado no meu livro “História da Contabilidade em Portugal - Reflexões e Homenagens”,  Ed.  Áreas  Editora,  Lisboa, pp. 293-306 e na Revista Electrónica Info-contab  n.º  1,  de  Julho  de  2005,  do  portal Infocontab.

1932

Polybio Artur dos Santos Garcia, apresen-ta na Universidade Técnica de Lisboa a sua tese de doutoramento em Ciências Econó-micas e Financeiras, sob o título “A Unifi-cação dos Balanços” para Concurso de Pro-fessor Auxiliar da Universidade Técnica de Lisboa  e  que  três  anos  mais  tarde  (1935) veio a ser publicada em livro (Ed. Tip. Mi-nerva, de Vila Nova de Famalicão).

É considerada a primeira tese de doutoramen-to na área da Contabilidade em Portugal.

1933 Nova Constituição da República Portuguesa.Implementação de medidas para controlar a economia.

1933 Introdução do Estatuto do Trabalho Nacional.Desaparecimento de todas as associações e sin-dicatos livres e substituição por um sistema de “Sindicatos Nacionais” controlados pelo Estado.

1933Primeira publicação da Revista de Contabili-dade e Comércio.

A revista continua a ser publicada e é a mais antiga em actividade. O primeiro director foi José Henriques Garcia e o actual é Her-nâni Olímpio Carqueja.Elaborei  artigo  sob  o  título  “70.º  Aniver-sário  (1933  -  2003)  da  Revista  de  Conta-bilidade  e  Comércio”  publicado  na  Revis-ta  «TOC»  n.º  44,  de  Novembro  de  2003,   pp. 33-5 e disponível no portal Infocontab. 

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Data Acontecimento Importância

1933O Governo estabelece uma Comissão para estudar a regulamentação da profissão de guarda-livros e contabilistas.

O Governo de Salazar reconhece a necessida-de desta regulamentação.A  Comissão,  que  elaborou  um  relatório  que não  chegou  a  ser  publicado,  era  constituída por representantes do Ministério, do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financei-ras,  da  Associação  Industrial  Portuguesa,  da Associação  dos  Comercialistas  Portugueses  pela Associação dos Contabilísticos Diploma-dos pelos Institutos Médios e Cursos Equiva-lentes. Mais tarde, integrou-se o 4.º Sindicato Nacional  dos  Contabilistas  e  Guarda-Livros do Distrito do Porto.A Revista de Contabilidade e Comércio n.º 1, de Janeiro/Março de 1933, p. 71, contém uma notícia sob o título “Regulamentação das Pro-fissões de Guarda-Livros, Contabilistas e Peri-to-Contabilista”, referindo que a Comissão foi nomeada pelo ministro do Comércio, Indústria e Agricultura, indicando como representantes as  seguintes  pessoas:  Francisco  de  Almeida Carmo e Cunha (representante do Ministério), Mosés  Bensabat  Anzalak  (representante  do ISCEF), Emílio de Azevedo (representante da Associação  Industrial  Portuguesa),  Sebastião Alfredo da Silva (representante da Associação dos Comercialistas Portugueses), Octávio da Fonseca e Brito e António Pedroso Pimenta (representante da Associação dos Contabilis-tas  Diplomados  pelos  Institutos  Médios  de Comércio e Cursos Equivalentes).

1934Criação do Sindicato Nacional de Contabi-listas e Guarda-Livros do Distrito do Porto (SNCGDP).

Este sindicato lutou pelo prestígio da profis-são dos contabilistas e guarda-livros.

1936Obrigatoriedade de os contabilistas e guarda--livros possuírem a “carteira profissional” do SNCGDP.

Esta “carteira profissional” torna-se essen-cial para exercer a profissão de contabilista e guarda-livros.

1938

Fernando  Vieira  Gonçalves  da  Silva (1904/1998), grande mestre de Contabilida-de do século passado, defende a sua tese de doutoramento  na  Universidade  Técnica  de Lisboa sob o título “A Regulamentação Le-gal da Escrituração Mercantil” (esboço crí-tico), publicada em livro no mesmo ano (Ed. Tip. da Empresa Nacional de Publicidade), sendo considerada a segunda tese na área da Contabilidade e Direito Comercial.

Publicou diversas obras. A tese de doutoramento contém um capítu-lo  sobre  ”Funções  e  Responsabilidades  do Guarda-Livros”, defendendo a regulamenta-ção da profissão e existência de um Sindica-to ou Câmara de Contabilistas.Elaborei artigo sob o título “F. V. Gonçalves da  Silva  e  as  «Doutrinas  Contabilísticas»”, publicado  no  Jornal  de  Contabilidade  da APOTEC  n.º  342,  de  Setembro  de  2005,  pp.    346-350,  no  meu  livro  “História  da Contabilidade  em  Portugal  –  Reflexões  e Homenagens”,  Ed.  Áreas  Editora,  Lisboa,  pp. 307-17 e disponível no portal Infocontab.

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Data Acontecimento Importância

1940

Proposta, datada  de 8  de  Novembro  de 1940, de regulamentação da profissão pela Associação Académica do Instituto Comer-cial do Porto.

Esta proposta é um indicador importante do ambiente corporativista que se vivia na época. Esta proposta dividia os técnicos de contabili-dade em três categorias:-  Guarda-livros  –  técnico  que  tem  a  função de, por si ou conjuntamente com os seus au-xiliares, executar todas as operações de escri-turação;- Contabilista – técnico cuja função consiste em superintender, organizar, orientar e diri-gir os serviços de contabilidade e administra-ção dos organismos públicos e privados;-  Perito  contabilista  –  técnico  que  tem  por função a finalização e verificação da contabi-lidade e factos gestivos dos organismos eco-nómicos.

1943

O Governo dissolve o SNCGDP. Os contabi-listas e guarda-livros passam a ficar integra-dos nos heterogéneos Sindicatos dos Empre-gados de Escritório.

O controlo dos sindicatos por Salazar preju-dica os interesses dos contabilistas.

1945

Constituição da Sociedade Portuguesa de Contabilidade, em 27 de Junho de 1945, em Lisboa, cujo Estatuto foi aprovado por Al-vará de 28 de Janeiro de 1946.

A SPC embora não tenha sido extinta teve ac-tividade relevante até ao fim da década de 80.Elaborei artigo sob o título “A Sociedade Por-tuguesa de Contabilidade «Ressurreição» (ou não?)” publicado na Revista «TOC» n.o 59, de Fevereiro de 2005, pp. 24-33 e n.º 60, de Março de 2005, pp. 22-33 e disponível no portal In-focontab.

1949

A Sociedade Portuguesa de Contabilidade promove um conjunto de 16 palestras  sob o  título  geral  “Vantagens  para  a  Contabi-lidade da Regulamentação Profissional dos Técnicos de Contas”.

As palestras constam de um livro com o tí-tulo geral “Vantagens para a Contabilidade da  Regulamentação  Profissional  dos  Téc-nicos de Contas”, publicado pela SPC, em 1949.

1954Publicação do primeiro número do  “Bole-tim das Sociedade Portuguesa de Contabi-lidade”.

O n.º 1 foi publicado em Outubro de 1954 e o último (n.º 65) em Outubro/Dezembro de 1984, i.e.,  o  boletim  foi publicado durante 30  anos.  O  primeiro  director  foi  Hernâni de Barros Bernardo e o último Fernando da Conceição Lopes.

1956

Caetano  Leglise  da  Cruz  Vidal  defende  a sua tese de doutoramento em Finanças pela Universidade Técnica de Lisboa,  sob o  tí-tulo “Ensaio sobre um Planeamento Conta-bilístico Racional”, que seria publicada em livro no ano anterior, ed. Tip. União Gráfi-ca de Lisboa.

É a segunda tese na área da Contabilidade e, concretamente, sobre normalização con-tabilística.

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Data Acontecimento Importância

1963

Introdução do Código de Contribuição In-dustrial, pelo Decreto-Lei n.º 45103, de 1 de Julho de 1963, o qual exige que a tributação seja baseada no lucro real das empresas.

Surge a necessidade de uma contabilidade mais rigorosa executada por “técnicos de contas” (nova designação). Estes desenvolvi-mentos levaram ao aparecimento dos Núcleos de Técnicos de Contas no Sindicato Nacional dos Empregados de Escritório.O art. 52.º do CCI previa a regulamentação legal do exercício da profissão e, até à sua publicação, os técnicos de contas teriam de se inscrever na Direcção Geral das Contri-buições  e  Impostos  (DGCI),  o  que  veio  a acontecer até ao início do processo de ins-crição na Associação dos Técnicos Oficiais de  Contas  (ATOC),  criada  pelo  Decreto- -Lei n.º 265/95, de 17 de Outubro.

1964

A Comissão de Contabilidade e Estatística do  Centro  de  Organização  de  Escritórios do  Sindicato  Nacional  dos  Empregados de Escritórios do Distrito de Lisboa apre-senta um estudo denominado “Plano Geral de Contabilidade: Projecto – Contribuição para o Plano Contabilístico Português”.

É considerado o primeiro estudo sobre um Plano Geral de Contabilidade.

1965

Camilo  Cimourdain  de  Oliveira,  decano dos  professores  universitários  portugue-ses  de  Contabilidade,  apresenta  tese  de doutoramento  na  Faculdade  de  Economia da  Universidade  do  Porto,  sob  o  tema  “A Reintegração  Acelerada  como  Incentivo Fiscal  ao  Investimento”,  publicada  em  li-vro, Ed. Oficinas de Manufacturas Modes-ta, em 1964.

O professor teve um importante papel na re-dacção do Código da Contribuição Industrial (CCI), pois integrou o grupo de quatro espe-cialistas que elaborou o CCI. Assim, pela pri-meira vez, a legislação fiscal, via CCI, passou a contemplar referência à regulamentação é à profissão de “Técnico de Contas”.Elaborei  artigo  sob  o  título  “Cimourdain  de Oliveira - Sua Contribuição para a Contabili-dade e a Fiscalidade”, publicado no livro “His-tória da Contabilidade em Portugal – Reflexões e  Homenagens”,  Ed.  Áreas  Editora,  Lisboa,  pp.  331-47  e  Revista  Electrónica  Infocontab  n.º 1, de Julho de 2005. No menu “Contabili-dade/Mestres-Professores/Camilo Cimourdain de Oliveira (1912 - 2008)” são disponibilizados diversas bibliografias sobre o professor.Cimourdain de Oliveira faleceu em 8 de No-vembro de 2008, com 96 anos, e era conside-rado o “decano dos professores universitários de Contabilidade”, tendo leccionado até aos 88 anos. Elaborei artigo sob o título “Panegírico a Camilo Cimourdain de Oliveira”, publicado na Revista «TOC» n.º 106, de Janeiro de 2009, pp. 31-32 e disponível no portal Infocontab.

1968Jaime Lopes Amorim publica o seu último  livro “Digressão Através do Vetusto Mundo da Contabilidade”, Ed. Livraria Avis, Porto.

Pode ser considerada a “cereja em cima do bolo” da sua vasta obra.

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Data Acontecimento Importância

1968Primeira publicação do Jornal do Técnico de Contas e da Empresa.

Foi  publicado  desde  o  n.º  1,  de  10  de  Ju-nho  de  1968  até  ao  n.º  457,  de  Dezembro de 2003.A  extinção  deveu-se  a  motivos  de  saúde  e posterior  falecimento,  em  Dezembro  de 2004, do  seu director desde o  início, José Luís Lopes Marques.Elaborei  artigo  sob  o  título  “O  JTCE  - 36  anos  ao  serviço  da  Contabilidade  e  do Técnico  de  Contas”,  publicado  na  Revista «TOC» n.º 47, Fevereiro de 2004, pp. 40-5 e disponível no portal Infocontab.

1969

O Decreto-Lei n.º 49381, de 15 de Novembro de 1969, prevê a fiscalização das sociedades anónimas e estabelece regras para a elabora-ção do balanço e da conta dos resultados.

1970

Em Lisboa, em 1 de Maio de 1970, o “Grupo de Trabalho “Técnica Contábil – Economia de Empresas”, da Comissão Directiva da Secção Profissional dos Técnicos de Contas do Sindi-cato Nacional dos Profissionais de Escritório do Distrito de Lisboa apresenta o “Plano de Contabilidade Nacional para a Empresa”.

É considerado o segundo estudo sobre um plano de contabilidade nacional.

1970

A Direcção-Geral das Contribuições e Im-postos nomeia a “Comissão de Estudos do Plano”,  constituída  por  Rogério  Fernan-des Ferreira, Henrique Quintino Ferreira e  Mário  Martinho  Pereira,  ex-técnicos  da DGCI, visando a elaboração de um Plano Geral de Contabilidade.

É considerada a primeira  iniciativa gover-namental para a implementação de um Pla-no Contabilístico Nacional.O  projecto  do  Plano  foi  elaborado  entre 1970 e 1973 e apresentado neste último ano em livro, sob o título “Anteprojecto do Pla-no Geral de Contabilidade”, pelo Centro de Estudos Fiscais da DGCI.

1970

Relatório da Comissão estabelecida pelo mi-nistro das Corporações e da Previdência So-cial para estudar a regulamentação da profis-são contabilística.

Recomendou a mudança de designação para “técnicos de contabilidade” e a inscrição num “Sindicato Nacional de Técnicos de Contabi-lidade”.

1972Governo reconhece a profissão de revisor ofi-cial de contas, através da respectiva Câmara.

Os Revisores Oficiais de Contas passaram a ter a sua profissão regulamentada pelo Decre-to-Lei n.º 1/72, de 3 de Janeiro e a Câmara foi  criada  pela  Portaria  n.º  87/74,  de  7  de Fevereiro.Elaborei artigo sob o título “Contributo para a História da Revisão de Contas em Portu-gal”  publicado  na  revista  Revisores  e  Em-presas n.º 27, Outubro/Dezembro de 2004,  pp. 9-23, no meu livro “História da Contabi-lidade em Portugal – Reflexões e Homena-gens”, Ed. Áreas Editora, Lisboa, pp. 97-125 e disponível no portal Infocontab.

197425 de Abril de 1974 - Revolução dos cravos e queda de Marcelo Caetano.

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Data Acontecimento Importância

DEMOCRACIA LIBERAL EMERGENTE E NEO-CORPORATIVISMO

1974

O  Ministério  das  Finanças  –  Secretaria  de Estado de Orçamento, do 1.º Governo pós 25 de Abril de 1974, nomeia, em Novembro de 1974, e por Despacho do secretário de estado do Orçamento, de 27 de Fevereiro de 1975, uma Comissão para o estudo de normalização contabilística das empresas, tendo o relatório sido apresentado em 8 de Agosto de 1975.

Esta Comissão pode ser considerada o em-brião da Comissão de Normalização Conta-bilística, pois era constituída por represen-tantes  das  associações,  DGCI,  Inspecção Geral de Finanças, de alguns estabelecimen-tos de ensino superior mais representativos e de sindicatos ligados à profissão.

1974

A Sociedade Portuguesa de Contabilidade (SPC) apresenta para discussão um Plano Português  de  Contabilidade,  no  seio  de uma Comissão criada para o efeito.

Os boletins da SPC n.os 36 e 37 divulgam o texto do documento.

1974Proposta dos Técnicos de Contas do Sindica-to Nacional dos Empregados de Escritório.

Recomendava que a contabilidade das em-presas só pudesse ser executada por técnicos competentes (tais como “técnicos de contas”) com habilitações adequadas.

1974Criada a Câmara dos Revisores Oficiais de Contas.

Pela Portaria n.º 87/74, de 7 de Fevereiro. Elaborei o artigo sob o título “Contributo para a História da Revisão de Contas em Portugal”, publicado  na  revista  Revisores  e  Empresas  n.º  27,  de  Outubro/Dezembro  de  2004,  pp. 9-23 e disponível no portal Infocontab.

1974

O 1.º Governo Provisório, alguns meses após o  25  de  Abril,  no  seu  programa  de  Política Económica e Social, prevê como medida de combate à evasão fiscal a “adopção de planos de contas normalizados para as empresas”.Em Novembro de 1974 é constituída uma Co-missão encarregada da normalização contabi-lística em Portugal.

Esta  informação  foi  extraída  do  sítio  da CNC. A Comissão referida foi confirmada mais tarde por Despacho de 27 de Feverei-ro de 1975, a seguir mencionado.

1975

Por Despacho de 27 de Fevereiro de 1975, do secretário do Estado do Orçamento, António Seixas  Costa  Leal  (publicado  no  «Diário  do Governo» n.º 65, II Série, de 18 de Março de 1975)  é  criada uma Comissão para o  estudo da normalização contabilística das empresas, cujo relatório foi apresentado em 8 de Agosto de 1975. A Comissão era constituída por re-presentantes  das  Associações  Comerciais  do Porto e Lisboa, da Associação Profissional dos Contabilistas, da Câmara dos Revisores Ofi-ciais de Contas, da Confederação da Indústria Portuguesa, da DGCI, da Faculdade de Eco-nomia do Porto, da Inspecção-Geral de Finan-ças, dos Institutos Comerciais de Lisboa e do Porto, do Instituto Nacional de Estatística, do Instituto Superior de Economia, da Secretaria do Estado do Abastecimento e Preços, do Sin-dicato dos Economistas, do Sindicato dos Pro-fissionais de Escritório do Distrito de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Contabilidade.

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Data Acontecimento Importância

1975

Constituição  em  3  de  Março  de  1975  da Associação  Portuguesa  de  Contabilistas (APC), actualmente designada de Associa-ção  Portuguesa  de  Peritos  Contabilistas (APPC).

Tem um papel importante na melhoria do en-sino superior em Contabilidade.A alteração da designação ocorreu em 23 de Dezembro de 1997.Publica  desde  1975  uma  revista  técnica, actualmente designada de “Revista de Con-tabilidade  e  Finanças”,  com  periodicidade trimestral  e  distribuída  gratuitamente  aos seus associados.Estou a ultimar um artigo sobre a História da APPC.

1976

A  Comissão  constituída  por  Despacho  de 27  de  Fevereiro  de  1975,  atrás  referida, apresenta ao Governo o “Plano Oficial de Contabilidade para as Empresas”.

Esta informação consta do sítio da CNC.Considerando  a  proximidade  da  data  do relatório, suponho que este foi o plano que serviu de base à publicação do Decreto-Lei n.º 47/77, de 27 de Fevereiro, que aprovou o  primeiro  Plano  Oficial  de  Contabilidade (POC/77).

1977

Publicação do Plano Oficial de Contabilida-de (1.º  POC),  aprovado  pelo  Decreto-Lei  n.º 47/77, de 7 de Fevereiro.Criação  da  Comissão  de  Normalização Contabilística (art. 4.º), prevendo-se a sua designação  por  Portaria  do  ministro  das Finanças. 

Obrigatório para todas as empresas excepto banca, seguros e entidades públicas.Só em finais de 1979 é que foram designa-dos  os  membros  da  CNC,  representando Associações  de  Profissionais,  Associações Empresariais, Confederação da Indústria e do Comércio, Estabelecimentos de Ensino Superior,  DGCI,  Inspecção  de  Finanças, Banco de Portugal, Instituto de Seguros de Portugal, etc. Elaborei o artigo “Contributo para  a  História  da  Revisão  de  Contas  em Portugal”, publicado na revista Revisores e Empresas n.º 27, de Outubro/Dezembro de 2004, pp. 9-23 e disponível no portal Info-contab.

1977

Constituição em 8 de Março de 1977 da Câ-mara dos Técnicos de Contas (não oficial), actualmente designada  IATOC –  Instituto para  Apoio  aos  Técnicos  Oficiais  de  Con-tas,  que  está  praticamente  inactivo,  pois não  têm  sido  organizados  actos  eleitorais para os órgãos, embora mantenha activo o sítio  (www.iatoc.org)  da  responsabilidade do ex-dirigente João Colaço.

Tenta lutar pela regulamentação da profissão dos técnicos de contas.De acordo com o actual Estatuto “os sócios fundadores  vinham  desenvolvendo,  desde 1963, no âmbito da sua Secção Profissional inserida no Sindicato dos Trabalhadores do Escritórios e Serviços de Lisboa  (hoje SI-TESE)…”. Estou a ultimar um artigo sob o título “História do IATOC”.

1977

Constituição,  em  16  de  Março  de  1977, da APOTEC – Associação Portuguesa dos Técnicos de Contas que mantém actividade (www.apotec.pt).

Tenta melhorar o profissionalismo e o respei-to pelos técnicos de contas.Mais tarde alterou a designação para Asso-ciação Portuguesa de Técnicos de Contabi-lidade  (a  palavra  “Contas”  foi  substituída por “Contabilidade”).Estou a ultimar um artigo sob o título “His-tória da APOTEC”.

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Data Acontecimento Importância

1977Início da publicação do “Jornal de Contabili-dade” da APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade.

N.º 1, de Abril de 1977. O Jornal continua a ser publicado. O seu primeiro director foi António Aires de Abreu e o actual é Severo Praxedes Soares.Elaborei um artigo sob o título “Jornal de Contabilidade  da  APOTEC  –  30  Anos  de (In)formação”  disponível  no  portal  Info-contab.

1979

Por Despacho de 10 de Dezembro de 1979, do secretário de Estado do Orçamento do V Governo Constitucional, Alberto Rama-lheira,  foi  reconduzida  a  CNC  que  tinha sido  criada  pelo  referido  Despacho  de  27 de Fevereiro de 1975 e que havia cessado as suas funções após entrada em vigor do Pla-no Oficial de Contabilidade, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/77, de 17 de Fevereiro.

O  teor do Despacho consta da Revista de Contabilidade e Finanças n.º 6, de Janeiro/ /Fevereiro de 1980, Ano 2, pp. 29-30.

1980

É publicada a Portaria n.º 819/80, de 13 de Outubro, da Secretaria do Estado e Orça-mento que define as atribuições, os órgãos (Conselho Geral  e Comissão Executiva)  e respectivas  entidades  representantes,  bem como as competências da Comissão de Nor-malização Contabilística (CNC).

Esta  Portaria  visou  dar  cumprimento  ao estabelecido  no  Decreto-Lei  n.º  47/77,  de 7  de  Fevereiro,  que  criou  o  Plano  Oficial de  Contabilidade  e,  também,  a  Comissão de Normalização Contabilística (CNC) que veio a ser nomeada mais tarde.

1983

Rogério Fernandes Ferreira defende a sua tese  de  doutoramento  em  Organização  e Gestão de Empresas no Instituto Superior de  Economia  da  Universidade  Técnica  de Lisboa, sob o título “Normalização Conta-bilística”, publicada em livro no ano seguin-te pela Livraria Arnado de Coimbra.

A tese constituiu uma análise crítica ao Pla-no Oficial de Contabilidade.Elaborei  artigo  sob o  título  “Rogério Fer-nandes Ferreira e a «Normalização Conta-bilística»”, publicado no livro de “História da Contabilidade em Portugal – Reflexões e Homenagens”, Ed. Áreas Editora, Lisboa, pp. 357-70, Revista Electrónica Infocontab n.º 1, de Julho de 2005 e do portal Infocon-tab.

1983Instituição da Comissão de Normalização Contabilística.

Emite normas de acordo com as directivas con-tabilísticas comunitárias e de acordo com as normas internacionais de contabilidade. A criação da CNC foi efectuada pela Portaria n.º 819/80, de 13 de Outubro.A  constituição  (indicação  dos  nomes  dos membros) da CNC, com base naquela Porta-ria,  foi  efectuada por Aviso publicado na  II série do D.R. n.º 75, de 31 de Março de 1983.

1985

A  Câmara  dos  Técnicos  de  Contas  (actu-al  IATOC) publica o primeiro número do “Boletim Informativo da Câmara dos Téc-nicos de Contas”.

N.º 1, de Fevereiro de 1985. O Boletim foi publicado até Abril de 1994 (n.º 72).

1985

Publicado  o  Decreto-Lei  n.º  74/85,  de  22 de Março, que introduz alterações ao POC, por motivo da entrada em vigor  (em 1 de Janeiro de 1986) do Código do Imposto so-bre Valor Acrescentado (CIVA).

Exigência contabilística em virtude da en-trada de Portugal na CEE.

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Data Acontecimento Importância

1986

Acórdão  n.º  282/86  –  Processo  n.º  4/85, do  Tribunal  Constitucional,  publicado  no «Diário da República» n.º 260,  I Série, de 11 de Novembro, o qual declara a  incons-titucionalidade  dos  art.os  160.º  do  Código da Contribuição  Industrial  e  130.º do Có-digo do  Imposto  sobre  as Transacções,  na parte respeitante à suspensão da inscrição dos  técnicos  de  contas,  por  infracção  dos artigos 18.º, n.º 2, 30.º, n.º 4 e 47.º n.º 1 da Constituição da República Portuguesa.

Pela primeira vez é reconhecido que os Téc-nicos de Contas exercem funções de interes-se  público,  sujeitos  a  uma  certa  disciplina pública,  tornando-os  à  lei  co-responsáveis pelo cumprimento de algumas importantes obrigações fiscais.Dado que os Técnicos de Contas não estão organizados  em associação pública,  à qual o Estado pudesse devolver, no todo ou em parte, o poder disciplinar profissional, tem de  ser  a  própria  Administração  a  exercer esse poder disciplinar.

1986

A Câmara dos Revisores Oficiais de Contas publica o n.º 1, de Abril de 1996, I Série, do “Boletim da Câmara dos Revisores Oficiais de Contas”. 

A II Série do Boletim foi publicada a partir de Outubro/Dezembro de 1994. Posterior-mente, a Câmara dos ROC passou a publi-car a revista “Revisores & Empresas” (n.º 1, de Abril/Junho de 1998) que foi publicado com esse sentido até ao n.º 34, de Julho/Se-tembro  de  2006,  passando,  a  partir  dessa data, a designar-se “Revisores - Auditores.Elaborei artigo sob o título “As Publicações da OROC – Uma Análise Histórica”, publi-cado no meu  livro  “História da Contabili-dade  em  Portugal  –  Reflexões  e  Homena-gens”, Ed. Áreas Editora, 1995, pp. 547-68 e disponível no portal Infocontab.

1986Adesão de Portugal à Comunidade Económi-ca Europeia (CEE) a partir de 1 de Janeiro de 1986.

A adopção da IV e VII Directivas implicou alterações no POC.

1986

Início da reforma da tributação dos anos 80, com a introdução, a partir de 1 de Janeiro de 1986, do Código do IVA, resultante da adesão de Portugal à então CEE.

O  Código  do  IVA  revogou  principalmente  o Código do Imposto sobre as Transacções (IT).

1986

Aprovado o Código das Sociedades Comer-ciais  pelo  Decreto-Lei  n.º  262/86,  de  2  de Setembro, em vigor desde 1 de Novembro do mesmo ano, que revoga os artigos do Có-digo Comercial relativos à regulamentação das sociedades.

O Código faz referência à profissão de re-visor oficial de contas mas não à de técnico de contas (esta ainda não estava regulamen-tada).

1986Início dos cursos de Estudos Superiores de Especialização nos Institutos Superiores de Contabilidade e Administração

Os cursos de Contabilidade passam a licen-ciatura.

1987

A  CNC  passa  a  emitir  notas  interpretati-vas,  sendo  a  primeira  sobre  “Contabiliza-ção pelo donatário, de equipamento trans-mitido a título gratuito”.

Aprovada, em reunião do Conselho Geral, de 30 de Julho de 1987 e publicada no D.R. 298, II Série, de 29 de Dezembro de 1987.Até  1988  e  antes  da  publicação  do  novo POC  foram  emitidas  12  notas  interpreta-tivas, sendo que as três últimas não foram publicadas no D.R.

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Data Acontecimento Importância

1987

Pela  Portaria  n.º  262/87,  de  3  de  Abril, são  introduzidas  alterações na  estrutura  e funcionamento da CNC, de  forma a obter maior operacionalidade,  sendo revogada a Portaria 819/80, de 13 de Outubro.

Esta Portaria passa, deste modo, a consti-tuir o novo diploma da estrutura e funcio-namento da CNC, destacando-se a inclusão de um novo órgão (o presidente da CNC), designado pelo ministro das Finanças, man-tendo-se, porém, os restantes dois (Conse-lho Geral e Comissão Executiva), bem como a existência de dois secretariados (técnico e administrativo).

1988

Em  21  de  Maio  de  1988  é  constituída  a APECA – Associação Portuguesa das Em-presas  de  Contabilidade  e  Administração, cujos  associados  são,  essencialmente,  em-presas de contabilidade.

Elaborei  um  artigo  sob  o  título  “APECA -  20.º  Aniversário  (1988-2008)”,  disponí-vel  no  portal  Infocontab  e  publicado  em suplemento do Boletim APECA, em Maio de 2008.

1988A APECA publica o n.º 1 do “Boletim Infor-mativo da APECA”, de Outubro de 1988.

Designa-se actualmente “Boletim APECA” e o seu director, desde o início da sua publi-cação, é Fernando Santos.

1989

As reformas fiscais introduziram novos có-digos (Código  do  IRC  e  Código  do  IRS), exigindo a tributação baseada no lucro real das empresas.

Relativamente ao seu antecessor (Código da Contribuição Industrial), o Código do IRC apela ao apuramento do lucro tributável de acordo com a “teoria do incremento  patri-monial”, numa base de “rendimento-acrés-cimo”, em que também relevam as variações patrimoniais positivas e negativas no âmbi-to dos art.os 21.º e 24.º, respectivamente, e num  contexto  de  variação  do  património líquido no início e no fim da tributação.

1989Aprovado o actual POC, pelo Decreto-Lei n.º  410/89,  de  21  de  Novembro,  em  vigor desde 1 de Janeiro de 1990.

Adaptação à 4.ª Directiva da UE pelo art. 6.º, n.º 1 e revogado o Decreto-Lei n.º 47/77, de  7  de  Fevereiro  (POC/77)  e  o  n.º  2  do mesmo  artigo.  Mantém  em  funções  a  Co-missão de Normalização Contabilística.

1991

Em 12 de Junho de 1991, a Assembleia da República  aprova,  por  unanimidade,  uma autorização  legislativa (Lei n.º 193/V) que autoriza o Governo a criar uma Associação dos Técnicos de Contas.

O  Governo  acabou  por  não  utilizar  a  au-torização legislativa, pelo que a criação da Associação ficou adiada.

1991

É  publicada  a  directriz  contabilística  n.º  1/98,  sob  o  título  “Tratamento  Conta-bilístico  de  Concentrações  de  Actividades Empresariais”, de 8 de Agosto,  como nor-mativo complementar ao POC.

Até à presente data foram publicadas 29 di-rectrizes contabilísticas, a última das quais sob o título “Matérias ambientais”.Complementarmente, a CNC tem publicado interpretações técnicas (cinco até à data).

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Data Acontecimento Importância

1992

António Lopes de Sá, brasileiro e naturali-zado português, inicia a divulgação de uma nova  teoria  denominada  “Neopatrimonia-lismo”  baseada  no  “Patrimonialismo”  do italiano  Vincenzo  Mazi,  seguido  em  Por-tugal por Jaime Lopes Amorim, através da publicação  do  livro  “Teoria  Geral  do  Co-nhecimento Contábil”, Ed. IPAT – Instituto de Pesquisa Augusto Tomelin.

António Lopes de Sá é o português que tem maior número de livros (mais de 180) e ar-tigos publicados.Elaborei artigo sob o título “António Lopes de Sá e o «Neopatrimonialismo», publicado no  Jornal  de  Contabilidade  da  APOTEC n.º  345,  de  Dezembro  de  2005,  pp.  464-7, no meu livro “História da Contabilidade em Portugal  –  Reflexões  e  Homenagens”,  Ed. Áreas Editora, Lisboa, pp. 349-56 e dispo-nível no portal Infocontab.

1994

Em  Setembro  de  1994,  dá-se  o  arranque do mestrado em Contabilidade e Finanças Empresariais da Universidade Aberta, sen-do o primeiro na área da Contabilidade.

Conforme informação na Revista de Conta-bilidade e Finanças n.º 1, Ano I, de Janeiro/ /Março de 1996, p. 5.

1994

A Câmara dos Técnicos de Contas (actual IATOC) promove a constituição da Coope-rativa  “Protocontas”  visando  a  publicação da revista “Eurocontas” (n.º 0, de Julho de 1994).

Publicada  até  ao  n.º  62,  de  Novembro  de 2000, foi distribuída gratuitamente aos Téc-nicos Oficiais de Contas até essa data e me-diante um protocolo celebrado entre a Pro-tocontas e a Direcção da CTOC. O primeiro Director  foi  Pombo  Cruchinho  e  o  último João Colaço. A revista terminou a sua publi-cação em virtude de ter expirado esse pro-tocolo, tendo a CTOC passado a publicar, a partir de Abril de 2000, a Revista «TOC».

1994

Por escritura pública de 22 de Outubro de 1994,  realizada  em  Tomar,  é  constituída  a ADCES – Associação de Docentes de Con-tabilidade do Ensino Superior, sendo a mes-ma  assinada  por  alguns  docentes,  entre  os quais Rogério Fernandes Ferreira, que viria a ser o primeiro presidente da direcção e é o associado n.º 1.

A ADCES publica, desde Janeiro de 1999, o Boletim Informativo “Contabilidade e Profes-sores”,  tendo  Joaquim  Fernando  da  Cunha Guimarães sido o único responsável redactorial do n.º 1, de Janeiro de 1999 ao n.º 16, de Outu-bro/Dezembro de 2002. Posteriormente, foram reeditados mais quatro números, sendo o n.º 17, do 1.º semestre de 2004 e o último o n.º 20, do 1.º semestre de 2006.Elaborei  um  artigo  sob  o  título  “História  da ADCES”  disponível  no  portal  Infocontab  e publicado no boletins da ADCES n.º 19, 2.º se-mestre de 2005 e n.º 20, 1.º semestre de 2006. Estou a ultimar um outro artigo bastante mais completo sobre a história da ADCES.

1995

Publicação do Estatuto (1.º Estatuto) da As-sociação  dos  Técnicos  Oficiais  de  Contas, através do Decreto-Lei n.º 265/95, de 17 de Outubro.

As empresas tributadas de acordo com os lu-cros reais passam a ser obrigadas a designar um técnico oficial de contas. Aparecimento da Associação  dos  Técnicos  Oficiais  de  Contas (ATOC) e da designação de “Técnico Oficial de Contas” e inscrição obrigatória para se poder exercer a profissão.Elaborei artigo “História da Câmara dos Téc-nicos  Oficiais  de  Contas  –  10.º  Aniversário (1995/2005)”,  publicado  no  meu  livro  “Téc-nicos  Oficiais  de  Contas”,  Ed.  Infocontab Edições, Lda, Janeiro de 2007, pp. 153-254 e disponível no portal Infocontab.

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Data Acontecimento Importância

1996

A APOTEC cria, em Junho de 2006, o Cen-tro de Estudos de História da Contabilida-de, constituído por um Conselho Executivo e um Conselho Científico, composto por 24 membros (12 em cada órgão).

O Centro reúne pelo menos duas vezes por ano e, até à data, relevam-se a realização de cinco Jornadas de História da Contabilida-de e a institucionalização de um “Prémio de História  da  Contabilidade  –  Martim  Noel Monteiro” que vai na sua 13.ª edição (2008). Elaborei artigo sob o título “História (Bre-ve)  do  Centro  de  Estudos  de  História  da Contabilidade da APOTEC”, disponível no portal Infocontab.

1997

Em 9 de Dezembro de 1997 é publicado o Decreto-Lei n.º 232/97, de 9 de Dezembro que aprova o Plano Oficial de Contabilida-de Pública (POCP) e cria, no âmbito do Mi-nistério das Finanças, a Comissão de Nor-malização Contabilística da Administração Pública (CNCAP), cujo sítio é http://www.min-financas.pt/cncap/index.htm.

Depois do POCP foram publicados os seguin-tes POC Sectoriais da Administração Pública:–  POCAL  -  Plano  Oficial  de  Contabilidade das Autarquias Locais, aprovado pelo Decre-to-Lei n.º 54-A/99, de 22 de Fevereiro.– POCISSSS - Plano Oficial de Contabilidade das Instituições do Sistema de Solidariedade e de Segurança Social, aprovado pelo Decreto- -Lei n.º 12/2002, de 25 de Janeiro.– POC - Educação - Plano Oficial de Conta-bilidade Pública para o Sector da Educação, aprovado pela Portaria n.º 794/2000, de 20 de Setembro.– POCMS – Plano Oficial de Contabilidade do Ministério da Saúde, aprovado pela Porta-ria n.º 898/2000, de 28 de Setembro.

1998A Câmara dos Revisores Oficiais de Con-tas passa a publicar a revista “Revisores & Empresas”.

Publicada  em  substituição  do  “Boletim  da Câmara dos Revisores Oficiais de Contas”. A partir do n.º 35, de Outubro/Dezembro pas-sou a designar-se “Revisores - Auditores”.Elaborei artigo sob o título “As Publicações da OROC – Uma Análise Histórica”, publi-cado no meu livro “História da Contabilidade em Portugal – Reflexões e Homenagens”, Ed. Áreas Editora, 1995, pp. 547-68 e disponível no portal Infocontab.

1999

Pelo Decreto-Lei n.º 367/99, de 18 de Se-tembro,  procede-se  a  nova  reorganização da estrutura e funcionamento da Comissão de  Normalização  Contabilística  (CNC), mantendo-se,  porém,  a  sua  natureza  jurí-dica,  tecnicamente  independente,  mas  ad-ministrativa e financeiramente dependente do  Ministério  das  Finanças.  Mantém-se, também,  a  estrutura  organizacional  com três órgãos (Presidente da CNC, Conselho Geral e Comissão Executiva), bem como as respectivas entidades representativas.Foi revogada a anterior Portaria n.º 262/87, de 3 de Abril, bem como os n.os 2 e 3 do art. 6.º do Decreto-Lei n.º 410/89, de 21 de No-vembro que aprovou o POC/89.

Destaca-se  a  atribuição  da  CNC  de  emitir directrizes  contabilísticas,  de  efeito  obriga-tório, sujeitas a homologação do ministro das Finanças  (art.  2.º  al.  c)).  Esta  norma  visou, essencialmente,  tentar terminar com a polé-mica de que as directrizes contabilísticas por não serem publicadas por diploma legal, mas por simples publicação no D. R., não têm os efeitos legais equivalentes ao POC, esta sim aprovado por Decreto-Lei. O que  é  certo  é que a questão continua a não ser pacífica.Elaborei  artigo  sob  o  título  “As  Directrizes Contabilísticas - Sua Importância no Contex-to da Normalização Contabilística Nacional”, publicado  na  revista  Revisores  &  Empresas n.º 20, de Janeiro/Março de 2003, pp. 27-35 e disponível no portal Infocontab.

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Data Acontecimento Importância

1999Criação da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, pelo Decreto-Lei n.º 487/99, de 16 de Novembro.

A primeira Ordem na área da Contabilidade.Em  “substituição”  da  Câmara  dos  Reviso-res Oficiais de Contas.

1999

A ATOC muda a sua designação para Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC). O  novo Estatuto da Câmara dos TOC é aprovado pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro.

1999

Em Setembro de 1999, Amândio Faustino Ferreira Tavares apresenta a sua disserta-ção de mestrado de Contabilidade e Audi-toria da Universidade do Minho, sob o tí-tulo “A Influência de Jaime Lopes Amorim no Desenvolvimento da Contabilidade  em Portugal”, a qual é considerada a primeira na área da “História da Contabilidade” (até Dezembro de 2008 foram apresentadas 11 dissertações nesta área), referindo-se à vida e obra desse grande mestre da Contabilida-de do século passado.

Sob  minha  sugestão  ao  autor,  a  dissertação foi publicada em livro pela editora Infocon-tab Edições, Lda., em Novembro de 2008, e apresentada em 15 de Janeiro (data de nasci-mento de Jaime Lopes Amorim) de 2009 em sessão pública realizada nas instalações da re-presentação permanente do Porto da Câmara dos TOC que apoiou a divulgação do livro.Sobre a vida e obra de Jaime Lopes Amorim disponibilizam-se diversas informações com-plementares  no  portal  Infocontab  no  menu “Contabilidade/Mestres-Professores/Jaime Lopes Amorim (1891 - 1973)”

2000-2008

Depois de na última década do século/milénio passado, se ter registado um incremento sig-nificativo dos mestrados e doutoramentos na área da Contabilidade, constatamos que foi já neste século XXI que se deu o “grande salto” na investigação contabilística em Portugal.Assim,  a  nível  de  doutoramentos,  na  última década do século passado foram apresentados sete teses de doutoramentos e, na corrente dé-cada, já foram apresentadas 36 teses.Como poderá ser consultado no menu “Conta-bilidade/Investigação/Doutoramentos”do por-tal Infocontab, a primeira tese de doutoramen-to na área de Contabilidade foi defendida em 1932 (publicada em livro em 1935) por Poly-bio Garcia, sob o tema “A Unificação dos Ba-lanços”. Desde 1932 até 1991, i.e., num espaço de quase 60 anos apenas foram apresentadas mais nove teses e todas por homens.A primeira tese de doutoramento apresentada por uma mulher, foi a de Lúcia Lima Rodri-gues, em 1998, na Universidade do Minho e sob o título “Aplicação da Teoria dos Conjun-tos Vagos à Medida e à Gestão do Risco Cam-bial e Económico”.A partir daí as mulheres começaram a “domi-nar” a investigação e a apresentação de teses (de  acordo  com  dados  disponíveis  no  portal Infocontab, até 31 de Dezembro de 2008, fo-ram apresentadas 24 teses por mulheres e 26 teses por homens,  sendo que 21  teses  foram apresentadas no estrangeiro).

Elaborei três artigos sob os títulos:– “A Investigação Contabilística em Portu-gal”, publicado na Revista «TOC» n.º 73, de Abril de 2006, pp. 22-33, revista electrónica Infocontab n.º 8, de Abril de 2006 e disponí-vel para download no portal Infocontab.–  “As  Mulheres  na  Profissão  Contabilís-tica”,  publicado  na  Revista  «TOC»  n.º  94, de Janeiro de 2008, pp. 38-41, na Revista Electrónica  Infocontab  n.º  25,  de  Novem-bro de 2007 e disponível para download no portal Infocontab.– “As Mulheres na Profissão Contabilística (versão reduzida)”, publicado no Diário do Minho  n.º  27  953,  de  Novembro  de  2007,  p.  2  e  disponível  para  download  no  portal Infocontab.

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Data Acontecimento Importância

2000A Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, publica o n.º 1, de Abril de 2000, da Revista «TOC».

A  revista  surge  na  sequência  do  término  do prazo do protocolo com a editora Protocontas, com base no qual a CTOC distribuía gratui-tamente aos TOC a revista “Eurocontas”, cujo último número (62) foi publicado em Novem-bro de 2000.A revista continua a ser publicada e o seu di-rector desde o primeiro número é o presidente da Direcção, António Domingues de Azevedo.Elaborei três artigos estatísticos sobre a revis-ta:– “2 Anos da «TOC» em Revista”, publicado na  Revista  «TOC»  n.º  26,  de  Maio  de  2002,  pp. 34-9 e disponível no portal Infocontab.–  “4  anos da  «TOC» em Revista”,  publicado na Revista «TOC» n.º 53, de Agosto de 2004,  pp. 33-40 e disponível no portal Infocontab.–  “História  da  Revista  «TOC»”,  publicado na Revista «TOC» n.º 100, de Julho de 2008,  pp. 30-41 e disponível no portal Infocontab.

2001

A CNC emite a primeira “Interpretação Téc-nica” sob o título “Locações – Alcance a atri-buir  à  disposição  constante  da  alínea  d)  do ponto 4 da Directriz Contabilística n.º 25”.

Aprovada pelo Conselho Geral em reunião de 18 de Abril de 2001.Até 31 de Dezembro de 2008 foram emiti-das cinco interpretações técnicas.

2002

É  publicado  o  Regulamento  (CE)  n.º 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, relativo à aplicação das  normas  internacionais  de  contabilidade (NIC) na UE, incluindo, portanto, Portugal.

Este é o “regulamento-base” que servirá de suporte ao futuro modelo de normalização contabilística nacional que, de acordo com sugestão da CNC, se designará «Sistema de Normalização Contabilística» (SNC).

2003

A CNC elabora e disponibiliza no seu sítio, um documento  estruturante  para o  futuro da normalização contabilística nacional, in-titulado “Projecto de Linhas de Orientação para  um  Novo  Modelo  de  Normalização Contabilística”, o qual foi aprovado em reu-nião do Conselho Geral de 15 de Janeiro de 2003 e enviado para o Governo.

Sobre o tema, elaborei, entre outros, os se-guintes artigos:– “Um Novo Modelo de Normalização Con-tabilística  Nacional”,  publicado  no  Jornal AIMINHO  n.º  40,  de  Fevereiro  de  2003, p.  21  e  Semanário  Económico  n.º  853,  de Maio de 2003, p. 17 e disponível no portal Infocontab.– “Um Novo Modelo de Normalização Con-tabilística Nacional”, publicado na Revista «TOC» n.º 38, de Maio de 2003, pp. 39-41 e disponível no portal Infocontab.–  “O  Futuro  da  Normalização  Contabilís-tica Nacional das Empresas”, publicado no Jornal  de  Contabilidade  n.º  314,  de  Maio de 2003, p. 169 e disponível no portal  In-focontab.

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Data Acontecimento Importância

2003

É  publ icado  o   Regulamento  (CE)  n.º  1725/2003,  da  Comissão,  de  21  de  Se-tembro,  que  adopta  certas  normas  inter-nacionais de  contabilidade, nos  termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parla-mento Europeu e do Conselho. 

Este Regulamento estabelece no considerando n.º 2 que a Comissão, após apreciar os pareceres apresentados pelo Comité Técnico Contabilís-tico, concluiu que as normas internacionais de contabilidade vigentes em 14 de Setembro de 2002 respeitam os critérios estabelecidos para a sua adopção no art. 3.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002. Assim, o art. 1.º do Regulamento estabelece: “São adoptadas as normas interna-cionais de contabilidade constantes do Anexo”.No  anexo  ao  Regulamento  são  publicadas  as NIC aplicáveis e com a redacção vigente nessa altura.

2003

Em 31 de Março de 2003 entraram em vigor as novas regras de inscrição na Câmara dos Técnicos  Oficiais  de  Contas,  as  quais  de-finem uma estrutura curricular dos cursos que permitem o acesso à profissão de TOC e  respectiva  carga horária das disciplinas, bem como a exigência de um estágio, o qual pode ser dispensado nos termos de Regula-mento criado para o efeito, bem como um exame  de  aptidão  profissional  obrigatório a partir de 31 de Dezembro de 2004, com excepção  do  exame  sobre  o  Estatuto  e  o Código  Deontológico,  que  é  obrigatório  a partir de 31 de Março de 2003.

Estas novas regras de acesso à profissão de TOC  originaram  a  que  as  universidades/ /institutos tivessem que reformular os cur-rículos dos cursos que permitam tal acesso, potenciando, nomeadamente, as cargas ho-rárias  das  matérias-chave  (Contabilidade Geral, Contabilidade Analítica e Fiscalida-de). Além disso, algumas  instituições cria-ram  infra-estruturas  físicas,  técnicas  e  de recursos humanos para a implementação de projectos  de  simulação  empresarial,  a  fim de  darem  cumprimento  aos  requisitos  da dispensa de estágio profissional.

2004

A  Comissão  Executiva  da  CNC  (CE-CNC) elabora e divulga no seu sítio um documento, datado de 11 de Fevereiro de 2004, sob o título “Desenvolvido do Novo Modelo de Normaliza-ção Contabilística – Plano de Acção da CNC”.

Neste documento, a CE-CNC define as ac-ções a empreender, os documentos a produ-zir, os recursos a afectar e o ponto de situ-ação das normas,  visando a  elaboração do novo modelo contabilístico nacional.

2004

Em  25  de  Maio  de  2004,  a  Câmara  dos TOC, em colaboração com a ADCES – As-sociação de Docentes de Contabilidade do Ensino  Superior,  procedeu  ao  lançamento do número zero da revista “Contabilidade e  Gestão”,  sendo  considerada  uma  revista científica  em  que  os  artigos,  antes  da  sua publicação, são previamente analisados por especialistas (“referees”).

2005

Em Janeiro de 2005, Joaquim Fernando da Cunha Guimarães, publica (Áreas Editora, Lisboa) o seu livro “História da Contabili-dade  em Portugal  – Reflexões  e  Homena-gens”,  com 568 páginas,  constituindo uma compilação  de  33  artigos,  a  maioria  dos quais  publicados  em  revistas  nacionais, divididos em 3 capítulos: I – Reflexões de Âmbito  Geral,  II  –  Homenagens  a  Perso-nalidades e III – Reflexões e Homenagens – Organizações e Publicações.

O destaque deste livro justifica-se pelo fac-to de o mesmo abordar temas em “História da Contabilidade”, alguns dos quais consti-tuem pistas para investigações futuras.

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Data Acontecimento Importância

2005

É  publicado  o  Decreto-Lei  n.º  35/2005, de  17  de  Fevereiro,  que  entrou  em  vi-gor  em 1 de Janeiro de 2005,  transpondo para  a  ordem  jurídica  interna  a  Directiva  n.º 2003/51/CE, do Parlamento Europeu e do  Conselho,  de  18  de  Junho,  que  altera as  Directivas  78/660/CEE,  83/349/CEE, 86/635/CEE  e  91/674/CEE  do  Conselho relativas às contas anuais e às contas con-solidadas  de  certas  formas  de  sociedades, bancos  e  outras  instituições  financeiras  e empresas de seguros, 1 de Maio de 2002.

Este diploma foi publicado face ao disposto no Regulamento  (CE)  n.º  1606/2002,  do  Parla-mento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho e introduz alterações ao POC, ao Código das Sociedades Comerciais, ao Código do Registo Comercial e outra legislação.Elaborei os seguintes artigos:– O DL 35/2005 – Alterações ao Plano Oficial de Contabilidade, publicado no Guia do Contri-buinte n.º 29, de Maio de 2005, pp. 1 108-1 111, Jornal AIMINHO n.º 57, de Abril de 2005 e disponível no portal Infocontab.– Análise (Breve) de DL 35/2005, disponível no portal Infocontab.– O DL 35/2005 – Análise de alguns aspec-tos  contabilísticos  e  fiscais,  publicado  no Jornal de Contabilidade n.º 339, de Junho de  2005,  pp.  222-6  e  disponível  no  portal Infocontab.

2006

A Comissão Executiva da CNC (CE-CNC) divulga  no  sítio  um  primeiro  projecto  de modelos de demonstrações financeiras que poderão ser utilizados pelas entidades que, nos termos do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17  de  Fevereiro,  elaboram  as  contas  anu-ais de 2005, em conformidade com as NIC adoptadas nos termos do art. 3.º do Regula-mento 1606/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho.

Com esta iniciativa, a CE-CNC visou con-tribuir e  constituir um auxiliar de  “homo-geneização do relato financeiro” para as re-feridas entidades, pois as mesmas já teriam de  apresentar  as  suas  contas  consolidadas com base nas NIC, a partir de 1 de Janeiro de  2005,  face  ao  disposto  no  Decreto-Lei  n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro.

2006

Os estabelecimentos de ensino superior, no-meadamente os que oferecem cursos de aces-so à profissão de Técnico Oficial de Contas (TOC),  iniciarem  os  respectivos  processos de adaptação à denominada “Convenção de Bolonha”, mais tarde designada de “Proces-so de Bolonha”,  face à  transposição para o direito interno do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de Março, no  sentido da  redução da duração  das  licenciaturas  para  três  anos, eliminando-se o grau de “bacharelato” e dos mestrados (um ou dois anos).

Em 23 de Março de 2006, a CTOC nomeou uma  “Comissão  Eventual  para  Acompa-nhamento do Processo de Bolonha”, a qual ficou  incumbida  de  analisar  o  respectivo impacto  no  acesso  à  profissão  de  TOC,  e apresentar  uma  proposta  à  Direcção  para definição  das  disciplinas  e  das  respectivas cargas horárias, a qual já foi apresentada e aguarda deliberação nesse sentido.

2006

Em Novembro de 2006, o Conselho Regio-nal de Contabilidade de Minas Gerais, insti-tuiu, em parceria com o Conselho Federal de Contabilidade do Brasil, a Fundação Brasi-leira de Contabilidade e a CTOC, o “Prémio Internacional  de  Produção  Científica  Con-tábil  Prof.  António  Lopes  de  Sá”,  visando premiar  as  melhores  monografias,  teses  e trabalhos científicos inéditos no contexto da Contabilidade, tendo por base o tema geral “Normalização  Contabilística  –  Factor  de transparência e garantia da sociedade”.

Divulgado na Revista «TOC» n.º 80, de No-vembro de 2006, p. 21.

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Data Acontecimento Importância

2006

Por Despacho n.º 2575/2006 (2.ª série), de 23 de Janeiro de 2006, do secretário de Es-tado dos Assuntos Fiscais, João José Ama-ral Tomaz, publicado na II Série do D. R. n.º 24, de 2 de Fevereiro de 2006, é consti-tuído um grupo de trabalho, presidido por José Vieira dos Reis, ex-bastonário da Or-dem dos ROC e sete vogais (dois do Cen-tro de Estudos Fiscais, um da Direcção dos Serviços do IRC, um da CNC, um do Banco de Portugal, um do Instituto de Seguros de Portugal e um da CMVM), visando identifi-car, no prazo de seis meses, o impacto fiscal das alterações decorrentes da adopção das NIC nas contas individuais e propor as ne-cessárias adaptações da legislação fiscal.

O relatório do grupo de trabalho foi apre-sentado  no  prazo  estabelecido  e    publica-do  em  livro,  sob  o  título  “Impacto  Fiscal da  Adopção  das  Normas  Internacionais de  Contabilidade”,  Cadernos  de  Ciência  e Técnica  Fiscal,  n.º  200,  Ed.  do  Centro  de Estudos Fiscais da Direcção-Geral dos Im-postos, Lisboa, Dezembro de 2006.

2006

A revista  “Revisores & Empresas” da Or-dem dos ROC, passa a designar-se “Reviso-res - Auditores”, a partir do n.º 35, de Ou-tubro/Dezembro de 2006, apresentando um novo design, mas mantendo praticamente o seu conteúdo. 

2007

Em  Janeiro  de  2007,  a  CNC  elaborou  e disponibilizou  no  seu  sitio  o  documento “Projecto de Novo Modelo Contabilístico” designando-o de “Sistema de Normalização Contabilística” (SNC), elaborado com base no projecto de Janeiro de 2003 e de acordo com o Plano de Acção de 2004, visando a adopção  e  adaptação  das  normas  interna-cionais  de  contabilidade  e  das  normas  in-ternacionais e de relato financeiro (NIRF), bem  como  as  respectivas  interpretações (SIC/IFRIC),  e  prevendo  a  sua  entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2008 (o que não  veio  a  acontecer  e  só  será,  provavel-mente,  em  1  de  Janeiro  de  2010).  Assim, a CNC propõe 28 normas contabilísticas e de  relato  financeiro  (NCRF)  e  uma  única norma contabilística e de relato financeiro – pequenas entidades (NCRF-PE), com 18 capítulos adaptadas dessas 28 NCRF (i.e., há dez NCRF não incluídas na NCRF-PE) para  as  empresas  de  reduzidas  dimensões cujos parâmetros serão definidos pelo Go-verno.

Elaborei os seguintes artigos:– “O Novo Sistema de Normalização Con-tabilística”  em 2007, publicado na Revista Contabilidade  &  Empresas,  de  Feverei-ro  de  2007,  p.  17,  no  Jornal  AIMINHO  n.º 75, de Março de 2007, p. 18 e disponível no portal Infocontab;–  “A Audição Pública do Sistema de Nor-malização Contabilística (SNC)” publicado no Diário do Minho n.º 28147, de Maio de 2008,  p.  5,  Jornal  AIMINHO  n.º  86,  de Maio  de  2008,  p.  19,  Revista  Electrónica Infocontab n.º 31, de Maio de 2008 e dispo-nível no portal Infocontab.

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Data Acontecimento Importância

2007

Em  16  de  Abril  de  2007,  o  Ministério das  Finanças  e  da  Administração  Pública (MFAP),  representado  pelo  ministro  Tei-xeira dos Santos, e pelo secretário de Esta-do dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, pro-move  uma  sessão  pública  de  apresentação do  Sistema  de  Normalização  Contabilísti-ca, nas instalações da Direcção de Finanças de Lisboa, no Parque das Nações. Nas suas intervenções  enalteceram  o  trabalho  da CNC e apelaram à participação da comuni-dade universitária e profissional no sentido da apresentação de contributos para a me-lhoria do documento, estipulando um prazo de 60 dias  (mais  tarde alargado até 31 de Julho de 2008).O SEAF informou que foram criados dois grupos  de  trabalho,  sendo  um para  acom-panhamento dos contributos sobre o SNC e outro sobre os respectivos impactos fiscais em sede de IRC.

São conhecidos os  contributos, divulgados nos respectivos sites, da Câmara dos TOC e da Associação Portuguesa de Peritos Con-tabilistas (APPC).Até  31  de  Dezembro  de  2008,  não  foram divulgados os relatórios dos dois grupos de trabalho, nem foi publicado o SNC.Elaborei  artigo  “A  Audição  Pública  do Sistema  de  Normalização  Contabilística (SNC)”  publicado  no  Diário  do  Minho  n.º  28147,  de  Maio  de  2008,  p.  5,  Jornal AIMINHO n.º 86, de Maio de 2008, p. 19, Revista  Electrónica  Infocontab  n.º  31,  de Maio de 2008 e disponível no portal Info-contab.

2007

Em  10  de  Abril  de  2007,  no  Salão  Nobre das instalações da sede da Câmara dos TOC (CTOC), tomou posse a Comissão de His-tória  da  Contabilidade  (CHC)  da  CTOC, constituída por três membros: Lúcia Lima Rodrigues  (presidente),  Joaquim  Fernan-do da Cunha Guimarães  (vogal) e Leonor Fernandes  Ferreira  (vogal),  visando  pro-mover o estudo da investigação da História da Contabilidade em Portugal  e o  seu de-senvolvimento e conhecimento em Portugal e no estrangeiro (v.g. realização de eventos, protocolos, apresentação de artigos em re-vistas  internacionais,  apresentação  de  co-municações em congressos internacionais).

De notar que  a CHC-CTOC passou a  ser a segunda estrutura nacional para o estudo da História da Contabilidade, pois a primei-ra  foi  constituída  em  Junho  de  1996  pela APOTEC, através da criação do Centro de Estudos de História de Contabilidade (ver informação neste quadro naquela data).Elaborei artigo sob o título “A Comissão de História  da  Contabilidade  da  Câmara  dos Técnicos  Oficiais  de  Contas”,  disponível para download no portal Infocontab.

2007

Em  2  de  Julho  de  2007,  Delfina  Rosa  da Rocha Gomes, docente da Universidade do Minho,  apresenta  a  sua  tese  de  doutora-mento em Contabilidade, sob o título “Ac-counting  Change  in  Central  Government: The  Institutionalization  of  Double  Entry Bookkeeping at the Portuguese Royal Tre-asury  (1761-1777)”,  sendo  considerada  a primeira tese de doutoramento na área da História da Contabilidade.

De  notar  que  Delfina  Gomes  também  já tinha  apresentado,  em  2000,  a  sua  dis-sertação de mestrado em Contabilidade e Auditoria  da  Universidade  do  Minho,  na área  da  História  da  Contabilidade,  sob  o título  “A Evolução dos Registos Contabi-lísticos e a Aplicação da Partida Dobrada em Portugal”.

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Data Acontecimento Importância

2007

Em Janeiro de 2007 e em Outubro de 2007, Joaquim  Fernando  da  Cunha  Guimarães publica (Ed. Infocontab Edições Lda., Bra-ga) dois livros com os títulos “Técnicos Ofi-ciais de Contas” (529 páginas) e “Revisores Oficiais de Contas” (410 páginas), respec-tivamente, ambos constituindo compilações de  diversos  artigos,  a  maioria  dos  quais publicados em revistas nacionais, sobre as duas  profissões,  permitindo,  desta  forma, um melhor conhecimento histórico e actual sobre  as mesmas,  bem como  sobre  as  res-pectivas associações (CTOC e OROC).

Dos artigos publicados nos  livros, destaco os dois seguintes:– “História da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas - 10.º Aniversário (1995/2005)”, publicado na Revista Electrónica  Infocon-tab n.º 15, de Dezembro de 2006, no livro “Técnicos  Oficiais  de  Contas”,  Infocontab Edições, Lda., Braga, Janeiro de 2007, pp. 153-254 e disponível para download no por-tal Infocontab;–  “Contributo  para  a  História  da  Revisão de  Contas  em  Portugal”,  publicado  na  re-vista Revisores & Empresas n.º 27, de Ou-tubro/Dezembro  de  2004,  pp.  9-23,  nos livros  “Revisores  Oficiais  de  Contas”,  In-focontab Edições, Lda., Braga, Outubro de 2007, pp. 25-53 e “História da Contabilida-de em Portugal - Reflexões e Homenagens”, Áreas  Editora,  Lisboa,  Janeiro  de  2005,  pp.  97-126  e  disponível  para  download  no portal Infocontab. 

2008

Em 26 e 27 de Setembro de 2008, realiza-se o “Primeiro Encontro de História da Conta-bilidade” da CTOC organizado pela Comis-são de História da Contabilidade da CTOC (CHC-CTOC),  em  duas  sessões,  respecti-vamente em Lisboa e no Porto, registando 2  mil  inscritos,  tendo  sido,  deste  modo,  o maior  evento  nacional  sobre  História  da Contabilidade realizado em Portugal.Em 29 de Setembro, a Direcção da CTOC disponibilizou no  seu  sítio um novo menu sob o título “História da Contabilidade”, no qual  são  disponibilizadas  informações  so-bre a CHC-CTOC, nomeadamente os dia-positivos em powerpoint do Encontro, bem como o texto integral do livro de resumo de comunicações.

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Resumos curriculares

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Elementos biográficos dos oradores/conferencistas/moderadores(por ordem de intervenção)

Hernâni O. Carqueja

É licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Uni-versidade do Porto, revisor oficial de contas (n.º 1), Técnico Oficial de Contas (n.º 41) e analista financeiro. Estagiou como auditor em Syracuse, Estados Unidos, depois de concluir disciplinas de Conta-bilidade na Syracuse University. Enquanto sócio da Coopers & Ly-brand e Carqueja, SROC teve formação especializada em avaliação de empresas (Lausane, Suíça), gestão de pessoal (Namurs, Bélgica) e contratos de seguro (Londres, Reino Unido). Em 1976, foi presidente da então Câmara dos Revisores Oficiais de Contas (actual OROC) e, entre 1986/1988, representou a então As-sociação Industrial do Porto na Comissão de Normalização Conta-bilística.Tendo iniciado o exercício de funções profissionais em 1959, regista longa experiência, que inclui o desempenho de funções de presidente da direcção da Soja de Portugal, SA, empresa então cotada, de mem-bro da então Direcção da Bolsa de Valores do Porto, de membro do Conselho Geral da Sonae e do jornal “Público”, de presidente do con-selho de administração da Carnegie, Administração de Patrimónios, de administrador da Imorendimento, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, SA. Actualmente, é gestor e consultor integrado na empresa Hercar - Gestão e Estudo de Empresas, SA, empresa associada da Apeca. Desempenhou funções docentes como encarregado de curso e, mais tarde, como professor associado convidado na Faculdade de Eco-nomia do Porto. Exerceu também funções docentes na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, na então Universidade de Lourenço Marques, na Escola de Gestão da Universidade do Mi-nho, na EGP e no IESF. É director da «Revista de Contabilidade e Comércio», uma publicação com periodicidade trimestral, que é uma referência de profissionais e académicos portugueses. É conselheiro do Centro de Estudos de História da Contabilidade da APOTEC. Tem publicado comentários, notícias e interpretações sobre temas de teoria e de história da Contabilidade.

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Leonor Fernandes Ferreira

É professora na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Doutorou-se em Gestão de Empresas, é MBA pela Univer-sidade Nova de Lisboa, licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas na Universidade Católica Portuguesa e em Economia na Universidade Técnica de Lisboa. Foi docente em programas de forma-ção para executivos na Universidade Católica Portuguesa, IDEFE, IESF e INA, entre outros. No âmbito da consultoria empresarial, tem elaborado estudos de avaliação de empresas, viabilidade econó-mico-financeira, gestão contabilística e fiscalidade. Colaborou em vários projectos de investigação e coordenou, em Portugal, a EURe-searchTrainingNetworkHarmonia. É autora dos livros ModelosdeAva-liaçãodeEmpresaseUtilidadedaInformaçãoContabilística (Universidade Lusíada Editora, 2008) e FinancialReportinginPortugal(Routledge, 1994), de diversos artigos publicados em revistas e de capítulos em obras colectivas, nomeadamente em International Group Accounting (Routledge, 1993), LaContabilidaddeGestiónenLatinoamerica (AECA, 1996) La Regulación de la Información Contable Financiera en la UniónEuropea:PaisesdelsurdeEuropa (ICAC, 1997) AccountingRegulationinEurope (MacMillan, 1999), TransnationalAccounting (Palgrave, 2001) e TheMillers´EuropeanAccountingGuide (Aspen, 2003). É membro do conselho editorial das EuropeanAccountingReview, InternationalJournalofAccounting, AuditingandPerformanceEvaluation, JournalofInternatio-nalAccounting, AuditingandTaxation, RevistadeContabilidadedaUFRJ, EnfoqueeContabilidade&Gestão, entre outras. Em 2007 e 2008, a Aca-demy of Management (AOM) atribuíu-lhe o prémio «Outstanding Reviewers Award - Management Education Division.» Foi vice-pre-sidente da Associação de Docentes de Contabilidade do Ensino Su-perior (2005-2007). É actualmente vice-presidente do Júri do Exame de Avaliação Profissional, secretária da Mesa da Assembleia-Geral. É vogal da Comissão de História da Contabilidade da CTOC.

Ofélia Maria Machado Pinto

Mestre em Contabilidade e Auditoria pela Universidade do Minho, é licenciada em Contabilidade pela Universidade Lusíada e investiga-dora em História da Contabilidade. Para além de formadora nas áre-as de Contabilidade e Análise Financeira, lecciona na Universidade

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do Minho – Escola de Economia e Gestão e na Universidade Lusíada (pólo de Vila Nova de Famalicão).

José Miguel Oliveira

José Miguel Oliveira é licenciado (1998) e mestre (2004) em Ci-ências Empresariais pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde igualmente se encontra a preparar a dissertação de doutoramento na área da História da Contabilidade.Profissionalmente, ingressou no departamento de auditoria da Pri-ceWaterhouseCoopers tendo depois integrado o departamento de transacções. Em 2006 ingressou no grupo Auto Sueco, onde é o di-rector responsável pelo departamento de planeamento de controlo de gestão e desenvolvimento de negócios.Foi assistente convidado na Faculdade de Economia da Universida-de do Porto, onde leccionou as disciplinas de Introdução à Contabili-dade e Matemática Financeira. Actualmente, lecciona disciplinas do mesmo teor no mestrado de Inovação Tecnológica, da Faculdade de Engenharia do Porto.

Delfina Rosa da Rocha Gomes 

Doutorada em Ciências Empresariais, especialização em Contabilida-de. Licenciada em Gestão de Empresas e mestre em Contabilidade e Auditoria pela Universidade do Minho. É professora auxiliar na Escola de Economia e Gestão da Universidade onde lecciona unidades curri-culares de Contabilidade Financeira, Contabilidade Pública e História e Teoria da Contabilidade. É ainda directora-adjunta da licenciatura em Gestão e vogal da comissão directiva do mestrado em Contabilidade e do mestrado em Gestão das Unidades de Saúde. A sua principal área de investigação é História da Contabilidade, tendo já publicado nas revis-tas científicas internacionais TheAccountingHistoriansJournal,AccountingHistory,eAccounting,AuditingandAccountabilityJournal.

Ana Rita Faria

Licenciada em Gestão Financeira pela Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve e mestre em Ci-ências Económicas e Empresariais pela Faculdade de Economia

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da mesma universidade. Doutoranda em Gestão, especialidade Finanças e Contabilidade, na Universidade do Algarve. É profes-sora adjunta na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve, onde lecciona disciplinas de Conta-bilidade, sendo também coordenadora do curso de especialização tecnológica em Técnico Especialista de Contabilidade. É membro do Conselho Científico do Centro de Estudos de História da Con-tabilidade da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade. A sua investigação tem sido publicada em revistas nacionais, como o «Jornal de Contabilidade», a «Revista de Contabilidade e Comér-cio» e a Revista «TOC», e mais recentemente, na revista científica internacionalAccountingHistory.

Joaquim Fernando da Cunha Guimarães

Mestre em Contabilidade e Auditoria e licenciado em Gestão de Em-presas, ambos pela Universidade do Minho. Revisor Oficial de Contas, Técnico Oficial de Contas, exerceu funções de assistente-convidado na Universidade do Minho e com colaborações pontuais noutras uni-versidades nacionais e estrangeiras. Na Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC) é presidente do Conselho Fiscal desde o primeiro mandato (1999-2001), vogal da Comissão de História da Contabili-dade desde a sua constituição em 10 de Abril de 2007 e coordenador das “Reuniões livres das quartas-feiras”, em Braga. Exerceu diversos cargos na Ordem dos ROC (OROC) sendo actualmente membro de um dos júris de exame de acesso à profissão. Exerceu funções na Co-missão Executiva e no Conselho Geral da Comissão de Normalização Contabilística em representação da CTOC e no Conselho Geral, em representação da ADCES - Associação de Docentes de Contabilidade do Ensino Superior. Exerceu diversos cargos na ADCES, sendo actu-almente presidente do Conselho Fiscal. Exerceu funções desde a sua constituição e, até Novembro de 2006, no Centro de Estudos de His-tória da Contabilidade da APOTEC, primeiramente como membro do Conselho Executivo e, posteriormente, como membro do Conselho Científico. É autor de alguns livros sobre matérias de Contabilidade, Fiscalida-de e Auditoria/Revisão de Contas e, particularmente, sobre História da Contabilidade em Portugal. É colaborador permanente, através da elaboração de artigos, em revistas nacionais naquelas áreas, es-

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pecialmente as da CTOC, da OROC e da APECA. É proprietário e responsável do portal Infocontab.

António José Alves da Silva

Especialista em matérias de contabilidade, revisão de contas e fis-calidade com vasta experiência profissional. Exerce desde 1974 as actividades de revisor oficial de contas e consultor nas áreas conta-bilísticas e fiscais.Fez parte do Grupo de Trabalho dos Técnicos de Contas e colaborou no Plano de Contabilidade Nacional para a Empresa, editado por este grupo de trabalho.Integrou a Comissão nomeada por Despacho do secretário de Esta-do do Orçamento (D.G. n.º 65 II Série, de 18 de Março de 1975), para o estudo da normalização contabilística, que culminou com a aprovação do Plano Oficial de Contabilidade, conforme Dec.-Lei n.º 47/77 de 7 de Fevereiro.De Julho de 1976 até Março de 1977, fez parte do Conselho Directivo, como vogal-tesoureiro, da Câmara dos Revisores Oficiais de Contas.De Janeiro de 1978 até 1996, foi presidente do Conselho Técnico da antiga Câmara dos Técnicos de Contas.Em Janeiro de 1980 foi eleito presidente da Sociedade Portuguesa de Contabilidade, para o biénio 1980/1981, e reeleito para o biénio 1982/1983.Foi membro efectivo da Comissão de Formação e Aperfeiçoamento da U.E.C. - UnionEuropéennedesExpertsComptablesÉconomiquesetFi-nanciers, em representação de Portugal e da Sociedade Portuguesa de Contabilidade, até 1986.Foi membro suplente da Comissão de Normalização Contabilística, conforme Portaria n.º 819/80, de 13 de Outubro, em representação da antiga Câmara dos Técnicos de Contas.Em Agosto de 1981 foi eleito para o Conselho Geral da Câmara dos Revisores Oficiais de Contas e reeleito para o triénio 1990/1992.Em Janeiro de 1998 foi eleito presidente do Conselho Geral da Câ-mara dos Revisores Oficiais de Contas, actualmente Ordem dos Re-visores Oficiais de Contas, para o triénio 1998/2000.Membro das seguintes associações profissionais:Associação Fiscal Portuguesa – faz parte do Conselho Geral desde 2001;IFA – InternationalFiscalAssociation;

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Associação Portuguesa dos Consultores Fiscais – actualmente vogal da Direcção.Foi colaborador do «Jornal do Técnico de Contas e da Empresa».Grande experiência nos domínios da formação profissional, realizada para diversas entidades públicas e privadas.Participa de forma regular nas chamadas “quartas-feiras livres” da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, prestando esclarecimentos em Contabilidade e Fiscalidade.

Lúcia Lima Rodrigues

Licenciada e mestre em Economia pela Faculdade de Economia do Porto. Doutorada em Ciências Empresariais, especialização em Con-tabilidade pela Universidade do Minho. É professora associada com agregação na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Mi-nho onde é membro do Conselho Geral, directora do Departamento de Gestão e directora do mestrado em Contabilidade. É represen-tante de Portugal na EuropeanAccountingAssociation e ainda membro eleita do Conselho de Gestão da European Accounting Association. É presidente do Conselho Editorial da revista científica Contabilida-de e Gestão e “Editor for Europe” da revista científica InternacionalAccountingHistory. É ainda membro do conselho editorial de várias revistas nacionais e internacionais. A sua investigação tem sido pu-blicada em vários livros e revistas, nomeadamente em revistas cientí-ficas internacionais de elevado prestígio como Accounting,Auditing&AccountabilityJournal,AccountingForum,TheAccountingHistoriansJour-nal, Accounting History, Accounting Education: An International Journal,Atlantic Economic Journal, Critical Perspectives on Accounting, Libraries& the Cultural Record, The British Accounting Review, The InternationalJournal of Accounting, Corporate Communication: An International Jour-nal, Journal of Business Ethics, Journal of Human Resource Costing andAccounting,andResearchinAccountingRegulation. É ainda presidente da Comissão de História da Contabilidade da CTOC.

«Comtudo, Senhor, o guarda-livros é mais do que um simples caixeiro, mais do que um mero empregado no commercio, o guarda livros é o historiador da

vida do commerciante, é um intermediario commercial, é um funccionario mercantil, e tem para figurar no codigo do commercio eguaes, senão

superiores direitos, aos dos feitores, caixeiros, correctores, commissarios, recoveiros, capitães de navios, contramestres, pilotos e sobrecargas, de que

ali se faz menção.

O guarda-livros, mesmo, pela sua ilustração, pela sua actividade, pela sua pratica de negocios, pela sua seriedade, pelo papel que representa emfim

para com o commerciante a quem presta serviços, e para com terceiros, ou por outra, para com o mundo commercial, tem jus a uma secção especial do codigo, secção em que seja definido dando-se-lhe a personalidade legal que lhe é correspondente, elevando-se á cathegoria de funccionario mercantil, e

marcando-se-lhe finalmente seus direitos e deveres.

Para que o guarda-livros tenha personalidade legal, e sobretudo para que possa ser considerado funccionario commercial, torna-se indispensavel

abrir-lhe matricula por idoneidade, e o synhedrio da associação portugueza de contabilidade ousa esperar que os primeiros guarda livros matriculados na praça de Lisboa, sejam todos os que fazem parte do mesmo synhedrio, e que ou exercem cargos superiores de contabilidade nos bancos, companhias

e principaes casas de commercio e industria da referida praça, ou teem as aptidões precisas para os exercerem, conforme o mesmo sinhedrio

rigorosamente pesquizou quando os admitiu no seu seio.»

(Texto extraído do livro “Carta a Sua Alteza Real o Sereníssimo Senhor Duque de Bragança a Respeito do Novo Codigo Commercial” de Ricardo José de Sá,

Editora “LA BECARRE”, 1889, páginas 86-7).

Câmara dos Técnicos Oficiais de ContasAvenida Barbosa du Bocage, 45 | 1049-013 Lisboa

Tel.: 21� 999 �00 | www.ctoc.pt