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Segundo Nucci, nexo causal é o vínculo estabelecido · Segundo Nucci, nexo causal é o vínculo estabelecido entre a conduta do agente e o resultado por ele gerado, com relevância

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Segundo Nucci, nexo causal é o vínculo estabelecidoentre a conduta do agente e o resultado por ele gerado,com relevância suficiente para formar o fato típico.

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa aação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

O Resultado a que se refere o art. 13 deve ser entendido comojurídico e não meramente naturalístico.

Para fins de nexo causal não se difere causa de condição ouocasião.

Criada por Von Buri;

Adotada pelo código penal brasileiro;

“A causa da causa também é causa do que foi causado”

Nas próprias palavras de Von Buri: "não é possível distinguir

entre condições essenciais e não essenciais ao resultado, sendo

causa do mesmo todas as forças que cooperam para a sua

produção, quaisquer que sejam“

Processo hipotético de eliminação de Thyrén

Exemplo de Damásio: A matou B. A conduta típica do homicídio possui uma

série de fatos, alguns antecedentes, dentre os quais poderíamos sugerir os

seguintes: 1) produção do revólver pela indústria; 2) aquisição da arma pelo

comerciante; 3) compra do revolver pelo agente; 4) refeição tomada pelo

homicida; 5) emboscada; 6) disparo dos projéteis na vítima; 7) resultado morte.

Regressão ad infinitum;

Interrupção na falta de dolo ou culpa;

Outras teorias: teoria da causalidade adequada e imputação

objetiva.

Causas absolutamente independentes

é aquela causa que teria acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do agente. [Greco]Cortam o nexo causalEx 1: RaioEx 2: Veneno

Causas relativamente independentesÉ aquela causa que somente tem a possibilidade de produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente. [Greco]

Causa preexistente relativamente independenteEx.: A atira em B, com intenção de matar, gerando ferimento que não seria fatal não fosse

este possuir doença grave. Ocorre a morte por confluência de causas.

Causa concomitante relativamente independenteEx.: A desfecha um tiro em B, no exato momento, este começa a ter um ataque cardíaco em

razão do susto gerado pelo tiro. Ocorre a morte pela uniam das causas.

Causa superveniente relativamente independenteEx.: A atira em B, e quando este é levado ao hospital contrai infecção hospitalar. Ocorre a

morte pela união das causas.

“B” é hemofílico. Ao sofrer a lesão causada pelo tiro, padece de sangramento incontrolável.

Causa Preexistente Causa Principal

“A” desfere um tiro em “B”+

“B” sente o impacto do projétil, perde o equilíbrio e cai num despenhadeiro sofrendo várias outras lesões.

+

Causa Concomitante

+

Em cirurgia no hospital, “B” não resiste aos efeitos da anestesia.Ex.: Choque anafilático.

Causa Superveniente

=Morte da vítima “B”

Resultado

Poderá Responderá o agente por homicídio consumado?

Posições

Também chamadas de concausas ou confluência de causas.

Causa superveniente que não provoca o resultado por si só.Ex. Choque anafilático

Causa Principal

Tiro

=Corta o nexo. O agente responde pelo que fez, ignorando-se a causa

superveniente.

Exceção à regra da equivalência dos antecedentes, prevista no caput.

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Causa superveniente que por si só provoca o resultado .Ex. Incêndio no Hospital, acidente na ambulância.

Não corta o nexo. O agente responde

normalmente pelo resultado.

=

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o

resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência

do resultado.

Crimes comissivos por omissão ou omissivos impróprios;

Não há tipos específicos, gerando uma tipicidade por extensão;

Ex. da alínea “a” - Policial que assisti um roubo e nada fazporque a vítima é sua inimiga, Pai para com o filho, curador paracom o curatelado;

Ex. da alínea “b” – Exímio nadador que convida um amigo parauma travessia, prometendo-lhe ajuda em caso de emergência, ficaobrigado a intervir se o inexperiente nadador começa a se afogar.

Ex. da alínea “c” – alguém joga outro na piscina por ocasião deum trote acadêmico, sabendo que a vítima não sabe nadar, ficaobrigado a intervir, impedindo o resultado trágico, sob pena dehomicídio.

“O sistema criminal brasileiro, como ensina a unanimidade dadoutrina, adota a teoria da equivalência dos antecedentes ou dacondictio sine qua non (RENÉ ARIEL DOTTI), não distinguindo entrecondição e causa, considerada esta como toda ação ou omissãosem a qual o resultado não teria ocorrido (ANÍBAL BRUNO). Nestaperspectiva, então, cabe verificar se o resultado (desvio de verbas)ocorreria do mesmo modo sem a intervenção da paciente, ou emoutras palavras, como ensinado por este último autor, se entre oseu atuar e o resultado típico existe a necessária relação de causa eefeito. ” STJ, HC 18206/SP, relator Min. Fernando Gonçalves,04.12.2001.

“a volumosa lâmina atingiu órgãos vitais da vítima: pulmãoesquerdo, coração, fígado (com transfixação) e veia supra-hepáticaesquerda, acarretando hemotórax esquerdo e hemopericárdio queforam sua causa mortis. Observe-se que a indisponibilidade deestoque de sangue, no momento, para transfusão não elimina, nãoafasta essa correlação entre as lesões e a morte, pois o queimporta, à luz do art 13 do C. Penal, é o estabelecimento da facadadesferida pelo Recorrente como causa da hemorragia fatal. ” TJMG,RESE 1.0000.00.209532-1/000(1), Relator Gomes Lima, 19.02.2002.

Sobrevindo o óbito por infecção em face da cirurgia, há relaçãode causalidade entre o resultado (morte da vítima) e a causa (atode desferir facadas), daí decorrendo que a morte foi provocadapelo comportamento do agente (artigo 13, do CP), o que caracterizahomicídio e não lesão corporal seguida de morte. STF , HC 78.049-8, Relator Min. Maurício Corrêa 01/12/98.