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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL IAN MAURO CONCHA CHIA SEGURANÇA EM UMA CÉLULA ROBOTIZADA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

IAN MAURO CONCHA CHIA

SEGURANÇA EM UMA CÉLULA ROBOTIZADA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA

2014

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IAN MAURO CONCHA CHIA

SEGURANÇA EM UMA CÉLULA ROBOTIZADA

Monografia de conclusão do Curso de Especialização em Automação Industrial do Departamento Acadêmico de Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Automação Industrial. Prof. Orientador M. Sc. Silvio Cezar Bortolini

CURITIBA 2014

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RESUMO

CHIA, Ian M Concha. Segurança em uma Célula Robotizada. 2013. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Automação Industrial) – Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013.

Este trabalho apresenta um estudo a respeito dos requisitos de segurança em uma célula robótica com aplicação na operação de montagem em uma linha de produção, apresentando uma configuração de robô, principais tipos de dispositivos de segurança aplicáveis, dispositivos de monitoramento e conceitos de redes industriais de segurança. É proposta a classificação de risco e implementação de dispositivos de segurança que atendam à NR12, utilizando CLPs de segurança como dispositivo de monitoramento de sensores e equipamentos de segurança.

Palavras-chave: Célula robótica. NR12. CLP de segurança.

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ABSTRACT

CHIA, Ian M Concha. Safety in a Robotic Workcell. 2013. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Automação Industrial) – Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013. This work presents a study regarding safety requirements in a robotic work cell applied in an assembling operation in an assembly line, introducing robot setup, main applicable safety devices, monitoring devices and concepts of safety industrial networks. It is proposed a safety category level and safety devices in order to comply with NR12, using Safety PLCs as safety monitoring device of safety sensors and equipments.

Key-words: Robotic work cell. NR12. Safety PLCs.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Garras de vácuo......................................................................................... 15

Figura 02 – Garras de vácuo Venturi ............................................................................ 15

Figura 03 – Garras Magnéticas .................................................................................... 15

Figura 04 – Alcance sobre estruturas de proteção ....................................................... 18

Figura 05 – Análise de Risco ........................................................................................ 19

Figura 06 – Barreiras físicas e Cortina de Luz .............................................................. 21

Figura 07 – Tapetes de Segurança .............................................................................. 22

Figura 08 – Scanner de Área e Detecção por Zonas .................................................. 22

Figura 09 – Chaves de Parda de Emergência .............................................................. 23

Figura 10 – Arquitetura de CLPs de Segurança – Redundância de Hardware ............ 25

Figura 11 – Arquitetura de CLPs de Segurança – Auto teste de entradas ................... 25

Figura 12 – Arquitetura de CLPs de Segurança – Redundância de Processamento.... 26

Figura 13 – Camadas CIP – Safety Layers .................................................................. 30

Figura 14 – Roteamento de Dados de Segurança ....................................................... 30

Figura 15 – Layout de uma linha de montagem manual de portas ............................... 31

Figura 16 – Porta inferior de um produto a ser montado .............................................. 32

Figura 17 – Robô de 6 graus de liberade IRB 4400 ..................................................... 33

Figura 18 – Vista esquemática em corte longitudinal de um andar de um rack com slots

para inserção das portas .............................................................................................. 34

Figura 19 – Leitor de código de barras ......................................................................... 35

Figura 20 – Célula robótica com dispositivo de segurança .......................................... 36

Figura 21 – Chave sem contato MC1 com intertravamento de canal duplo Rockwell .. 37

Figura 22 – Determinação da categoria de segurança ................................................. 38

Figura 23 – Cálculo da distância de instalação de cortinas de luz ............................... 39

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CIP Protocolo Industrial Comum (Common Industrial Protocol)

CLP Contolador Lógico Programável

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

ISO Organização Internacional para Padronização (International Organization for Standardization)

IFR Federação Internacional de Robótica (International Federations of Robotics)

NBR Normas Brasileiras

NR Normas Regulamentadoras

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

1.1 TEMA ....................................................................................................... 8

1.1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ........................................................................ 9

1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS .................................................................. 9

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................... 10

1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 10

1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 10

1.4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 11

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................... 12

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 13

2.1 INDÚSTRIA DE MANUFATURA, ROBÔS E MANIPULADORES .......... 13

2.1.1 Robôs e Manipuladores ............................................................................ 13

2.2 SEGURANÇA EM AMBIENTES DE TRABALHO COM MÁQUINAS ..... 16

2.2.1 NR12 ........................................................................................................ 16

2.2.2 Dispositivos de Proteção e Segurança ..................................................... 19

2.2.3 Barreiras Físicas ....................................................................................... 20

2.2.4 Cortinas de Luz ........................................................................................ 20

2.2.5 Tapetes de Segurança ............................................................................ 21

2.2.6 Scanner de Área (Laser Scanner) ............................................................ 22

2.2.7 Chaves de parada de emergência........................................................... 22

2.2.8 Chaves de intertravamento ...................................................................... 23

2.2.9 CLP de Segurança ................................................................................... 24

2.3 REDES DE SEGURANÇA ..................................................................... 28

2.3.1 Protocolo CIP e CIP Safety ...................................................................... 28

3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ............................................................. 31

3.1 Robô para Montagem de Peças ............................................................... 31

3.2 Segurança em uma Célula Robótica para Montagem de Peças .............. 35

4 Conclusão .......................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43

ANEXO A – Linha de produtos GuardPLC – Rockwell. ............................................. 47

ANEXO B – Exemplos de CLP de segurança com módulos distribuídos. ................. 48

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ANEXO C- Folha de Especificações Robô ABB4400 ................................................ 49

ANEXO D – Blocos lógicos do GuardPLC e Diagramas de Temporização ............... 50

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1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentados tema, delimitação do tema, problemas e

premissas, objetivos, justificativa e procedimento metodológico.

1.1 TEMA

A utilização de robôs é crescente nas indústrias de manufatura, em especial

verifica-se a presença predominante destes na indústria automobilística. Em 1998,

segundo dados da SOBRACON, existiam no Brasil 1800 robôs, sendo que 65%

destes estavam instalados na indústria automobilística (SOCIEDADE..., 1998). Nos

demais segmentos das indústrias de manufatura do Brasil, verifica-se que grande

parte das tarefas, são realizadas manualmente por operadores. Segundo dados de

2010 da Federação Internacional de Robótica (International Federation of Robotics –

IFR), em países como Coréia do Sul e Alemanha, a densidade de robôs (número de

robôs para cada 10.000 trabalhadores) era superior a 250 (INTERNATIONAL...,

2010 p. 69). Em contraste, países como o Brasil, apresentam densidades inferiores a

20. Com base nos dados da IFR, considera-se que o potencial de instalação de

robôs, ainda é imenso (INTERNATIONAL..., 2011). Devido à contínua busca pela

redução de custos, aumento na produtividade e preocupação com ergonomia, a

robotização de alguns processos se mostra como uma alternativa para atingir estes

objetivos (ABREU, 2002).

No entanto, a medida que cresce o número de tarefas automatizadas através

de máquinas, aumenta também a necessidade de investimentos na segurança e

proteção dos trabalhadores nestes ambientes de trabalho com a presença de

máquinas. A instalação de um robô implica em uma série de alterações em uma

linha de produção, tais como nos equipamentos para programação e sincronização

das operações, na comunicação entre equipamentos, e principalmente na instalação

de sensores, controladores e outros dispositivos de segurança na célula robótica.

A automação oferece vantagens do ponto de vista técnico: qualidade

uniforme permanente, velocidade de trabalho alta e constante; econômico: alta

produtividade, substituição do dispendioso trabalho feito pelo homem por máquinas;

e social: livrar a humanidade da responsabilidade de atividades sujas, monótonas,

difíceis ou perigosas (FESTO, 1993).

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A quantificação dos riscos à segurança é usualmente difícil, porém a adoção

de medidas preventivas de segurança e o cumprimento das exigências normativas,

minimiza consideravelmente os riscos envolvidos. A legislação, especificamente a

NR12, prevê uma série de requisitos de modo a garantir a a saúde e integridade

física dos trabalhadores em ambientes onde há a utilização de máquinas. Neste

contexto de crescente expansão das tarefas automatizadas, é desejável a utilização

de sistemas de segurança que sejam flexíveis e facilmente expansíveis de acordo

com esta tendência de crescimento.

1.1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

No presente trabalho será apresentada uma proposta de topologia de

segurança de uma célula robótica de acordo com a NR12, de modo a reduzir as

condições inseguras em ambientes de trabalho na presença de robôs industriais,

utilizando CLPs de segurança e outros dispositivos de segurança aplicáveis à

células robóticas de acordo com as exigências normativas vigentes. A aplicação

utilizada como exemplo, trata da automação de uma operação de montagem de

portas em uma linha de produção de refrigeradores, abordando aspectos de

funcionamento da linha, comunicação e sincronização dos equipamentos, além de

aspectos relacionados à utilização de protocolos de rede de segurança, CLPs de

segurança e suas vantagens em um ambiente industrial.

1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS

Apesar da tendência de redução do custo de produção de componentes, seja

devido à utilização de novos materiais, à simplificação dos produtos, ou à utilização

de novos processos tecnológicos, o contrário tem vindo a ocorrer em relação à

montagem desses componentes para formarem os produtos finais. É normalmente

na montagem que está envolvida maior incorporação de trabalho manual. Neste

contexto, a automação de operações de montagem tem tido um crescimento

significativo, cabendo aos robôs um papel importante (ABREU, 2002).

Na linha de montagem estudada, as etapas de montagem de portas que

compõem os refrigeradores, são executadas por operadores, manualmente ou com

o auxílio de ferramentas de manipulação. No entanto, havendo variação nas

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dimensões dos produtos, a operação de montagem pode tornar-se

ergonomicamente inviável, além de ser uma tarefa repetitiva.

Visando solucionar os problemas descritos, percebeu-se que uma alternativa

possível é a automação destas operações de montagem com a utilização de robôs.

Neste contexto, um problema identificado, decorrente da automação de operações

utilizando máquinas, refere-se à necessidade de estabelecer procedimentos

adequados para garantir a segurança e integridade dos operadores, de acordo com

as exigências normativas. Dentre as normas aplicáveis, a NR12, é disponibilizada

pelo Ministério do Trabalho, porém outras normas, como as normas da ABNT

(Associação Brasileira de Normas Técnicas), são pagas e devem ser adquiridas para

que se tenha conhecimento integral do seu conteúdo. Além disso, várias destas

normas referenciam outras normas, aumentando o número de informações e

dificultando a compreensão dos critérios adequados para atender às exigências

normativas.

1.3 OBJETIVOS

Nesta seção serão apresentados o objetivo geral e objetivos específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Apresentar uma topologia de segurança aplicáveis à uma célula robótica de

uma indústria de manufatura de acordo com a NR12.

1.3.2 Objetivos Específicos

Identificar os tipos de robôs e manipuladores adequados à operações de

montagem;

Identificar o nível de segurança requerido pela NR12;

Apresentar os tipos de dispositivos do sistema de segurança aplicáveis à uma

célula robótica de acordo com a NR12;

Propor uma estrutura de segurança de modo a garantir a segurança dos

operadores próximos à célula de trabalho robótica: grades, sensores,

atuadores, CLPs e CLPs de segurança.

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1.4 JUSTIFICATIVA

O primeiro robô industrial surgiu em 1961, desenvolvido por Joseph

Engelberger, e seu princípio de funcionamento era hidráulico. Em 1974, a

companhia sueca ASEA desenvolveu o primeiro robô industrial totalmente elétrico

(ABB GROUP, 2005). Sua característica antropomórfica e o sistema de controle

microprocessado, estabeleceram novos padrões de dimensões compactas,

velocidades de movimento e precisão de posicionamento que possibilitaram novas

aplicações que antes não eram possíveis com as máquinas hidráulicas (ABB

GROUP, 2005 p. 69).

Atualmente existe um imenso potencial de crescimento na utilização de robôs

em processos industriais. A inserção de robôs traz benefícios, tais como aumento de

produtividade e redução de custos de mão de obra, porém ambientes robotizados

devem ser entendidos como partes de um sistema mais abrangente e sempre que

houver o compartilhamento de um ambiente de trabalho entre robôs e pessoas, não

há dúvidas de que a segurança é a maior prioridade.

A motivação deste trabalho deve-se à necessidade de adequação das áreas

em ambientes com a presença de robôs, de modo a garantir a proteção e segurança

dos trabalhadores, utilizando equipamentos devidamente certificados de acordo com

a categoria de segurança requerida. Além disso, a possibilidade de expansão e

automatização de outras tarefas torna desejável que os equipamentos de segurança

utilizados em um ambiente possam ser expandidos e aproveitados de modo a

atender os requisitos de segurança em futuras instalações de robôs e/ou máquinas.

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1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho apresenta uma pesquisa de natureza aplicada, por ter objetivo

de solucionar um problema específico, atender às exigências normativas de

segurança humana em uma célula robótica utilizada na automação de uma

operação de montagem em uma linha de produção (GIL, 1994).

De acordo com Gil (1994), este trabalho tem sua pesquisa classificada como

descritiva e explicativa, por procurar estabelecer relações entre as variáveis e utilizar

técnicas de coleta de dados, e explicativa por procurar identificar os fatores que

determinam a ocorrência dos fenômenos.

Para atingir o objetivo do trabalho serão ainda necessárias pesquisas em

livros, artigos, manuais e catálogos a respeito de robôs, CLPs e demais

equipamentos periféricos presentes em células de manufatura. A partir destas

pesquisas será possível definir como estes equipamentos serão interconectados e

como será o princípio de funcionamento dos equipamentos de segurança.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho será composto de cinco capítulos. No capítulo 1, introdutório

deste trabalho, é estabelecido o tema principal, definido o problema e premissas,

bem como os objetivos do estudo, justificativa e cronograma de execução do projeto.

O capítulo 2 apresenta os fundamentos teóricos com os conceitos gerais de

robôs, requisitos de segurança NR12.

O capítulo 3 apresenta fundamentos acerca de redes industriais, principais

protocolos utilizados além de apresentar também conceitos de sistemas de

manufatura.

No capítulo 4, será proposta uma aplicação dos robôs na operação de

montagem apresentada no capítulo 3, conexão deste utilizando redes industriais e

equipamentos para operação segura da célula robótica.

As conclusões do trabalho são apresentadas no capítulo 5 e no capítulo 6 são

relacionadas a s referências utilizadas neste trabalho.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 INDÚSTRIA DE MANUFATURA, ROBÔS E MANIPULADORES

Células flexíveis de manufatura permitem a fabricação de diferentes modelos

de produtos com características semelhantes em uma mesma linha de montagem,

de modo que a produção possa ser flexibilizada, por exemplo, ajustando a produção

de acordo com a demanda. No entanto, devido à complexidade envolvida em

identificar um grande número de partes diferentes, cada uma correspondente a um

modelo de produto, implica que geralmente as indústrias atribuem estas tarefas a

operadores, uma vez que, a realização destas tarefas por robôs, a princípio,

implicaria em uma operação mais demorada e envolveria custos maiores, devido aos

dispositivos necessários para reconhecimento e seleção de cada peça.

No exemplo deste trabalho, uma indústria de eletrodomésticos é capaz de

produzir diversos modelos de refrigeradores domésticos, simultaneamente, em uma

mesma linha de montagem. Cada um destes eletrodomésticos possui características

semelhantes, gabinetes internos plásticos, gabinetes externos metálicos, mesmo

número de portas, entre outras, mas cada modelo apresenta suas particularidades,

como volumes e dimensões diferentes. A operação de montagem descrita neste

trabalho, deve ser entendida como a junção de duas ou mais peças, tal que seja

formado um novo subproduto.

2.1.1 Robôs e Manipuladores

Robôs, de acordo com a Associação de Indústrias de Robôs dos Estados

Unidos (Robot Industries Association - RIA), são "manipuladores reprogramáveis e

multifuncionais, projetados para manipular materiais, peças, ferramentas ou

dispositivos especializados, através de movimentos variáveis programados para a

realização de tarefas diversas" (SPONG, 1989, p. 2).

Os robôs são classificados basicamente de acordo com a precisão,

velocidade e modo como se movimentam. A determinação do tipo de robô a ser

utilizado depende da finalidade do processo a ser automatizado.

Para operações de montagem, é necessário manipular, transportar, orientar e

posicionar os componentes, logo as principais características necessárias de um

robô são:

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- alto grau de acuidade e repetibilidade no posicionamento do órgão terminal

ou garra;

- garras ou manipuladores que manipulação da peça sem danificar esta;

- movimento rápido do braço do robô.

Os principais elementos de um robô são o braço, punho, atuador/garra (end-

effector), controlador, e sensores. O braço está associado ao posicionamento (x, y,z)

do robô, o punho, associado à orientação (θ, Φ, Ψ) da garra . Estes dois

componentes são formados por partes rígidas, os elos, conectados através das

juntas, que por sua vez, podem ser prismáticas, caso o movimento entre os elos seja

linear; rotacionais, caso o movimento entre os elos seja rotacional; ou ainda

esféricas, caso o movimento seja uma combinação de três juntas rotacionais em um

mesmo ponto de rotação. O controlador é responsável por gerar as informações de

ativação de um ou mais atuadores e pode ser conectado com outros dispositivos de

controle externos, como CLPs. Os atuadores são dispositivos de conversão de

energia (motores, cilindros pneumáticos, etc), que impõem movimentos às partes

mecânicas. Os sensores são os elementos destinados à detecção do estado do

robô e do ambiente. Entre os tipos de sensores amplamente utilizados em robôs,

podem ser citados codificadores, fins-de-curso, sensores de força, sensores de

proximidade capacitivos e indutivos. (SANTOS, 2003)

Um parâmetro importante na definição de um robô, são os graus de liberdade.

Estes se referem ao número total de movimentos independentes que o dispositivo

pode realizar. Um objeto pode ser deslocado ao longo dos 3 eixos e também pode

ser rotacionado em torno de cada um deles, totalizando assim, 6 graus de liberdade.

Com base nos tipos de juntas e número de graus de liberdade, os robôs

podem são classificados entre cartesianos, cilíndricos, esféricos, articulador

horizontal (SCARA) e articulador vertical.

A garra (end-effector) é o componente conectado ao último elo do robô, que

tem como principal função, agarrar a peça a ser montada. Existem vários tipos de

garras, por exemplo, pinças, mãos antropomórficas ou ainda com funcionamento

magnético, ou a vácuo. Na operação de montagem deste caso, a superfície das

peças a serem transportadas e montadas é conformada em uma chapa de aço,

portanto garras de vácuo (vacuum grippers) ou eletromagnéticas são as mais

apropriadas para a aplicação.

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As garras à vácuo são projetadas para prender a peça através da aplicação

de vácuo em ventosas de sucção, por meio da aplicação de ar comprimido. De modo

a reduzir os riscos devido à perda de vácuo em alguma garra, é recomendado a

utilização de duas ou mais ventosas associadas. As figuras 1 e 2 ilustram uma garra

à vácuo do tipo venturi.

Figura 1 – Garras de vácuo

Fonte: Argos Automação - piab

Figura 2 – Garras de vácuo Venturi

Fonte: http://www.roboticsbible.com/vacuum-grippers.html

As garras eletromagnéticas são utilizadas em objetos que podem ser

magnetizados (por exemplo, aço e níquel) através da aplicação de um campo

magnético. A figura 3 apresenta um tipo de garra magnética.

Figura 3 – Garras Magnéticas

Fonte: Robotics Bible, 2013

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2.2 SEGURANÇA EM AMBIENTES DE TRABALHO COM MÁQUINAS

De modo a garantir a segurança em um sistema que envolva máquinas, ou

neste caso específico, robôs, o sistema deve contemplar, entre outros, dispositivos

de proteção, sistemas de parada segura e restrições operacionais em caso da

presença de pessoas nas áreas das máquinas. Segundo a norma regulamentadora

NR12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, consideram-se

dispositivos de segurança “os componentes que, por si só ou interligados ou

associados a proteções, reduzam os riscos de acidentes e de outros agravos à

saúde”.

A IEC 61508 é um padrão globalmente aceito e utilizado na implementação

de sistemas de segurança. Comumente fabricantes utilizam este documento como

base para o desenvolvimento dos seus sistemas relacionados com segurança.

2.2.1 NR12

A NR 12 é uma norma regulamentadora editada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego, que fornece orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à

segurança do trabalho quando na instalação, operação e manutenção de máquinas

e equipamentos. Sua existência legal é assegurada pelos artigos 184 a 186 da

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela portaria nº 3214, de 08 de Junho de

1978, que aprova as NRs.

O conceito fundamental da NR12 é de que o homem, sem dispositivos de

segurança, não é apto a se proteger em seu meio de trabalho, portanto as máquinas

e equipamentos devem possuir estes dispositivos.

A partir da revisão de 2010 da NR12, trabalha-se com o conceito de falha

segura, ou seja, em caso de uma falha no sistema, este deve ir para uma situação

que não coloque em risco os usuários. Segundo a NR12, o princípio de falha segura

requer que um sistema entre em estado seguro, quando ocorrer falha de um

componente relevante à segurança. A principal pré-condição para a aplicação desse

princípio é a existência de um estado seguro em que o sistema pode ser projetado

para entrar nesse estado quando ocorrerem falhas.

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A NR12 está estruturada em um corpo com 19 títulos, onde estão contidos os

princípios gerais de segurança para uso em todas as máquinas, e 65 páginas com

anexos apresentando princípios, definições e excepcionalidades especificas.

12.1. Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis.

Os anexos da NR12 estão divididos nos seguintes capítulos :

I – Distâncias de segurança e requisitos para o uso de detectores de

presença optoeletrônicos.

II – Conteúdo programático da capacitação.

III – Meios de acesso permanentes.

IV – Glossário.

V – Moto serras.

VI – Máquinas para panificação e confeitaria.

VII – Máquinas para açougue e mercearia.

VIII – Prensas e similares.

IX – Injetoras de materiais plásticos.

X – Máquinas para fabricação de calçados e afins.

XI – Máquinas e implementos para uso agrícola e florestal.

XII – Equipamentos de guindar para elevação de pessoas e realização de

trabalho em altura.

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A figura 4 e a tabela 1, do anexo I da NR12, apresenta as distâncias de

segurança para impedir o acesso a zonas de perigo pelos membros superiores.

Figura 4 – Anexo I - Alcance sobre estruturas de proteção

Fonte: NBR 14153 (ASSOCIAÇÃO ..., 2013)

Altura da estrutura de proteção b1)

1000 1200 1400 2) 1600 1800 2000 2200 2400 2500 2700

Altura da zona de perigo a

Distância horizontal à zona de perigo "c" 27003

27003 - - - - - - - - - -

2600 900 800 700 600 600 500 400 300 100 -

2400 1100 1100 900 800 700 600 400 300 100 -

2200 1300 1200 1000 900 800 600 400 300 - -

2000 1400 1300 1100 900 800 600 400 - - -

1800 1500 1400 1100 900 800 600 - - - -

1600 1500 1400 1100 900 800 500 - - - -

1400 1500 1400 1100 900 800 - - - - -

1200 1500 1400 1100 900 700 - - - - -

1000 1500 1400 1100 800 - - - - - -

800 1500 1300 900 600 - - - - - -

600 1400 1300 800 - - - - - - -

400 1400 1200 400 - - - - - - -

200 1200 900 - - - - - - - -

0 1100 500 - - - - - - - - 1) Estruturas de proteção com altura inferior que 1000 mm (mil milímetros) não estão incluídas por não restringirem suficientemente o acesso do corpo. 2) Estruturas de proteção com altura menor que 1400 mm (mil e quatrocentos milímetros), não devem ser usadas sem medidas adicionais de segurança. 3) Para zonas de perigo com altura superior a 2700 mm (dois mil e setecentos milímetros) ver figura 2. Não devem ser feitas interpolações dos valores desse quadro; consequentemente quando os valores conhecidos de “a”, “b” ou “c” estiverem entre dois valores do quadro, os valores a serem utilizados serão os que propiciarem maior segurança

Tabela 1 – Alcance sobre estruturas de proteção (dimensões em mm)

Fonte: NBR 13852 (ASSOCIAÇÃO ..., 2003)

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Na figura 5, é possível visualizar a análise de risco para classificação da

categoria de segurança requerida, levando em consideração a severidade do

ferimento, frequência de exposição ao risco e possibilidade de evitar o perigo.

Figura 5 – Análise de Risco,

Fonte: NBR 14153 – Anexo B

2.2.2 Dispositivos de Proteção e Segurança

Dispositivos de proteção são necessários em ambientes onde a operação de

máquinas representa riscos à segurança das pessoas que trabalham neste

ambiente. Para fins de aplicação da NR12, “consideram-se dispositivos de

segurança os componentes que, por si só ou interligados ou associados a

proteções, reduzam os riscos de acidentes e de outros agravos à saúde”. Um

dispositivo com finalidade de proteção e segurança atender aos requisitos previstos

na NR12:

12.38. As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir

sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções

móveis e dispositivos de segurança interligados, que garantam proteção à

saúde e à integridade física dos trabalhadores.

12.39. Os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados de

modo a atender aos seguintes requisitos:

a) ter categoria de segurança conforme prévia análise de riscos prevista nas

normas técnicas oficiais vigentes;

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b) estar sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente

habilitado;

c) possuir conformidade técnica com o sistema de comando a que são

integrados;

d) instalação de modo que não possam ser neutralizados ou burlados;

e) manterem-se sob vigilância automática, ou seja, monitoramento, de

acordo com a categoria de segurança requerida, exceto para dispositivos de

segurança exclusivamente mecânicos; e

f) paralisação dos movimentos perigosos e demais riscos quando ocorrerem

falhas ou situações anormais de trabalho.

Os principais dispositivos utilizados são listados a seguir.

2.2.3 Barreiras Físicas

As barreiras visam estabelecer um obstáculo físico entre o operador do robô e

a área de risco. Dependendo da posição e da finalidade esta barreira pode ser fixa,

por exemplo, utilizando grades, ou móvel, tal como uma porta. As barreiras fixas são

apropriadas quando não há pouca ou nenhuma necessidade de acesso àquela area

quando a máquina está em operação normal. A frequência da necessidade de

acesso a uma determinada área de operação robô é que determina se a barreira

deve ser fixa ou móvel.

Caso seja necessário acesso à área de trabalho da máquina e a presença

humana nesta área represente risco à segurança, é preciso utilizar barreira de

proteção móvel, que pode ser aberta permitindo o acesso em uma condição segura.

Segundo a NR12, a proteção deverá ser móvel se houver a necessidade de acesso

à área de risco uma ou mais vezes por turno de trabalho (NR12). As proteções

móveis devem ser conectadas à dispositivos de intertravamento, portanto quando

abertas, implicam que a máquina deverá ter seu funcionamento limitado ou

interrompido quando em operação. É necessário garantir também que o fechamento

das proteções por si só não permita iniciar a operação até que haja condição segura.

(PILZ, 2012)

2.2.4 Cortinas de Luz

São equipamentos optoeletrônicos com unidades transmissoras e receptoras,

formando uma cortina de luz infravermelha, capazes de supervisionar a área

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compreendida pela distância entre essas unidades. Se a área entre as unidades for

invadida, as saídas de sinal comutarão informando ao controlador a presença de

uma pessoa ou objeto. (WEG, 2013). Cortinas são ideais para aplicações nas quais

é necessário acesso fácil e frequente a um ponto de perigo de operação.

(ROCKWELL, 2013)

Figura 6 – Barreiras físicas e Cortina de Luz

Fonte: PILZ, 2012

2.2.5 Tapetes de Segurança

Tapetes de segurança são dispositivos utilizados para proteção humana em

áreas onde a operação de uma máquina possa oferecer riscos à segurança.

Consistem de duas placas de aço de correntes distintas, separadas por tiras

isolantes e atuadas por pressão. Quando o tapete é pisado, uma pressão é exercida

sobre a superfície do tapete, reduzindo à zero a resistência entre as placas de aço,

produzindo assim um sinal que será enviado ao controlador. (SCHEMERSAL, 2013).

Tapetes de segurança combinados com um controlador aumentam a

produtividade por proporcionar um acesso seguro, com menor tempo de parada por

não ser necessário configurar ou remover barreiras mecânicas durante operação ou

manutenção (RIA, 2013).

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Na figura 7 são ilustrados tapetes de segurança ao redor de um robô.

Figura 7 – Tapetes de Segurança

Fonte:

2.2.6 Scanner de Área (Laser Scanner)

São dispositivos optoeletrônicos para proteção de pessoas ou equipamentos,

detectando objetos dentro do seu campo de detecção. A operação é baseada no

principio de reflexão de luz, emitindo pulsos de laser infravermelho em uma área de

até 190 graus, recebendo a luz refletida pelos objetos presentes dentro do campo

detector e processando o sinal da luz refletida para determinar posição e distância

do objeto. Quando um objeto é detectado, os scanners enviam um sinal de parada

para a máquina protegida.

Figura 8 – Scanner de Área e Detecção por Zonas

Fonte: PILZ, 2012

2.2.7 Chaves de parada de emergência

De acordo com a NR12 (12.56 a 12.63.1), as máquinas devem ser equipadas

com um ou mais dispositivos de parada de emergência, por meio dos quais possam

ser evitadas situações de perigo latentes e existentes. Estes devem estar localizados

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em locais de fácil acesso e visualização e mantidos permanentemente

desobstruídos. Ainda, estes dispositivos devem prevalecer sobre todos os outros

comandos, ser mantidos sob monitoramento por meio de sistemas de segurança e

ser utilizados como medida auxiliar, não podendo ser alternativa às demais medidas

de proteção.

Uma chave de parada de emergência, quando acionada, deve também

resultar na retenção do acionador, de forma que o desacionamento seja possível

somente como resultado de uma ação manual intencionada (exemplo, girar para

liberar).

Figura 9 – Chaves de Parada de Emergência

Fonte: PILZ, 2012

2.2.8 Chaves de intertravamento

Existem basicamente dois tipos de chaves, mecânicas e magnéticas. O

primeiro tipo é baseado no contato de um atuador mecânico, normalmente uma

lingueta mecânica, fixada na barreira móvel, com o dispositivo, fixado na barreira

fixa. É de custo inferior ao segundo tipo, mas possui as desvantagens de exigir o

correto alinhamento entre as duas partes e é passível de desgaste. O segundo tipo,

é baseado em um ímã fixado na proteção móvel e o dispositivo na barreira fixa. Não

apresentam desgaste mecânico e apresentam uma exigência menor quanto ao

alinhamento. As chaves de intertravamento de segurança devem possuir contatos de

abertura-positiva, que são acionados quando uma barreira móvel é aberta. Com o

sistema de abertura positiva, mesmo que ocorra uma falha interna da chave, por

exemplo colagem de contato, a abertura do contato NF e o desligamento do circuito

conectado à chave será garantido. Desejavelmente também as chaves devem ser

dotadas de acionadores codificados para evitar que o sistema seja burlado.

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2.2.9 CLP de Segurança

A NR12 prevê que os sistemas de segurança devem ser mantidos sob

vigilância automática de acordo com a categoria de segurança requerida. As

interfaces de segurança ou comandos elétricos classificados na NR12, são

dispositivos responsáveis por realizar o monitoramento, que verificam a interligação,

posição e funcionamento de outros dispositivos do sistema e impedem a ocorrência

de falha que provoque a perda da função de segurança. Tradicionalmente a

utilização de CLPs convencionais em sistemas de segurança, envolve redundâncias,

por exemplo, utilizando dois CLPs conectados à entradas e saídas também

redundantes, garantindo a execução de rotinas relacionadas à segurança, mesmo

em caso de falha de um dos CLPs, sensores ou atuadores. Evidentemente, a

utilização de equipamentos tradicionais redundantes requer softwares customizados,

exige maior tempo para desenvolvimento das soluções e ainda, exige espaço físico

adicional para equipamentos e fiações.

Há diferenças fundamentais entre CLPs de segurança e CLPs convencionais,

basicamente em termos de redundância interna, auto monitoramento e certificação.

Em teoria, um CLP convencional com relés externos poderia ser usado para

executar funções de segurança, porém estes circuitos de monitoramento não

poderiam ser certificados de acordo com uma categoria de segurança, logo não

seria reconhecido por uma organização certificadora quanto aos requisitos de

segurança.

A partir dos anos 90, os fabricantes passaram a desenvolver sistemas de

CLPs de modo a atender aos requisitos de segurança funcional baseados na IEC

61508. Enquanto a arquitetura de CLPs convencionais prevê um microprocessador,

unidade Flash, unidade RAM, entradas e saídas, os CLPs de segurança

proporcionam elevado grau de confiabilidade e segurança por meio de redundâncias

internas, com mais de um microprocessador, flash e RAM, que são continuamente

monitorados por um circuito watchdog.

Dependendo da aplicação necessária, podem ser encontrados no mercado

CLPs de segurança com redundância dupla, tripla ou até mesmo quádrupla. Em

relação à entradas e a saídas, CLPs convencionais não possuem meios de testá-las,

diferentemente dos CLPs de segurança, onde estes circuitos de entrada e saída

estão associados, permitindo detectar falhas durante o funcionamento do

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equipamento, ou em etapas de verificação e detecção de problemas. As saídas

emitem pulsos com duração extremamente curta, que por sua vez são detectados

nas entradas como pulsos de testes, assim permitindo executar continuamente

rotinas de diagnósticos, diferenciando os pulsos de uma condição de falha, sem

provocar uma parada no sistema.

Nas figuras 10, 11 e 12, são apresentados digramas ilustrando a arquitetura

de CLPs de segurança, onde podem ser visualizadas a redundância de hardware,

auto teste das entradas e saídas e a redundância de processamento.

Figura 10 – Arquitetura de CLPs de Segurança - Redundância de Hardware

Fonte: Rockwell, 2013

Figura 11 – Arquitetura de CLPs de Segurança – Auto teste de entradas

Fonte: Rockwell, 2013

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Figura 12 – Arquitetura de CLPs de Segurança – Redundância de Processamento

Fonte: Rockwell, 2013

Simplificadamente, as diferenças entre CLPs convencionais e de segurança

encontra-se na detecção de erros. Em relação às entradas e saídas, normalmente

não existem meios para detectar erros nas ligações, como conexões equivocadas,

curtos circuitos ou fios rompidos. Os CLPs de segurança são projetados para evitar

que falhas não sejam percebidas. Com diagnósticos por meio de hardware e

software, o equipamento possui mais de um processador executando o controle de

segurança. O sistema operacional e a aplicação de segurança são executados e

compiladas separadamente, de maneira que os resultados devem ser os mesmos.

Assim, na ocorrência de uma falha, esta será necessariamente detectada,

direcionando de maneira previsível o sistema para uma condição segura.

Quando há a necessidade de várias funções de segurança, ou com

considerável grau de complexidade, utilizando um alto número de dispositivos de

entradas e saídas, CLPs de segurança podem ser utilizados. Por possuírem meios

de comunicação através de redes de segurança, podem ser facilmente conectados

módulos de I/Os com classificação de segurança, permitindo arquiteturas

distribuídas e com número de fiações reduzido (em comparação aos sistemas

convencionais utilizando diversos relés de segurança). Além disso, se sinais

analógicos forem utilizados no sistema de segurança, CLPs de segurança são a

única opção.

Os CLPs de segurança de fabricantes como Rockwell, Siemens, Schneider,

são testados e certificados por organismos de certificação reconhecidos

internacionalmente, como a TÜV Group. Nos laboratórios destes organismos os

equipamentos são testados de modo a garantir que atendam aos requisitos

regionais e internacionais de acordo com a a IEC 61508 e respectivas atribuições de

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nível de integridade de segurança (SIL – Safety Integrity Level), sendo SIL 3 o nível

mais alto para aplicações em máquinas (COLLINS, 2009).

O custo de um CLP de segurança é em torno de 25% a 30% maior se

comparado a um CLP convencional, no entanto permite uma economia considerável

quando comparado à utilização de CLPs convencionais em redundância.

Analogamente, se comparado à sistemas baseados em relés de segurança, um CLP

de segurança também implica em custos com cabos reduzido, além da proporcionar

maior flexibilidade (ROCKWELL, 2002).

A programação do CLP de segurança, é realizada de maneira muito similar à

programação de CLPs convencionais, podendo ser utilizadas qualquer uma das

linguagens padrão certificadas pela IEC 61131-1 (Programmable controllers - Part 3:

Programming languages). Todos os diagnósticos e verificações de erro são feitos

pelo sistema operacional, sendo portanto invisíveis para o programador. A maioria

dos CLPs de segurança possuem instruções especiais usadas para escrever o

programa para o sistema de segurança, por exemplo blocos de instruções

equivalentes à relés de segurança. Embora a lógica por trás das instruções seja

complexa, os programas de segurança podem ser desenvolvidos de maneira

relativamente simples. Um exemplo é a ferramenta de programação RSLogix Guard,

baseada em elementos gráficos, dispensando linguagens de programação mais

complexas, assim o programador pode projetar a lógica utilizando elementos pré-

definidos, tais como operadores AND, OR, funções numéricas, contadores e timers,

conectando entradas e saídas em uma interface “arrastar e soltar” utilizando o

mouse. (ROCKWELL, 2001)

Na maioria das indústrias, o controle padrão de equipamentos, normalmente

tem sido mantido de maneira isolada e independente dos controles de segurança,

utilizando CLPs convencionais para o controle do processo e CLP de segurança

para os controles críticos e segurança. Estes dois equipamentos podem interagir

entre si por meio de redes de segurança, reduzindo possíveis ambiguidades no

controle. Atualmente, é possível encontrar CLPs de segurança que possibilitam

implementar aplicações de controle e segurança de maneira integrada, combinando

controle padrão e o controle de segurança, otimizando a utilização de componentes

e ferramentas.

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2.3 REDES DE SEGURANÇA

À medida que os requisitos de redes se estendiam aos componentes de

segurança, com as mesmas motivações que levaram as redes de comunicação para

os meios industriais (aumentar distâncias entre dispositivos, aumentar a flexibilidade

e reduzir custos) , foi impulsionado o desenvolvimento de redes industriais de

segurança, de modo que pudessem ser reduzidas as limitações dos sistemas de

segurança convencionais, os quais normalmente requeriam grande quantidade de

fios para cumprir funções de segurança, eram de difícil manutenção e difícil

expansão.

O conceito principal das redes de segurança, não foi o desenvolvimento de

redes que não falhassem, mas sim, a criação de um sistema onde as falhas na rede

pudessem ser detectadas e levassem os dispositivos de segurança a um estado

seguro, devendo portanto apresentar comportamento obrigatoriamente

determinístico, garantindo integridade na transmissão de dados. respeitando as

exigências normativas. o protocolo DeviceNet Safety, está em conformidade com a

IEC 61508 SIL3 para segurança funcional, e EN 954-1 Categoria 4 para segurança

de máquinas.

2.3.1 Protocolo CIP e CIP Safety

A tecnologia CIP (Common Industrial Protocol) tem como objetivo prover uma

camada de aplicação, de acordo com o modelo OSI, comum para diferentes redes,

como DeviceNet, ControlNet e Ethernet/IP, integrando o controle de entradas e

saídas, configuração de dispositivos e coleta de dados. A tecnologia CIP tem o

suporte da ODVA (Open DeviceNet Vendors Association) e ControlNet International,

associações compostas pelas principais empresas mundias de automação. O

protocolo CIP foi projetado para ser expansível, permitindo que novos serviços,

como por exemplo CIP Safety, sejam adicionados, sem necessidade de reprojetar a

rede básica. (PELLIZER, 2007).

A visão de segurança costumava ser relacionada com redução de produção e

custos elevados devido à necessidade de redes distintas e independentes, porém

através de protocolos de rede, tal como DeviceNet Safety , é possível a coexistência

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de sistemas de controle padrão e de segurança em um mesmo fio sem sacrificar a

produção e reduzindo custos e simplificando projetos. (ROCKWELL, 2006).

O protocolo CIP Safety, certificado para utilização em aplicações de

segurança, proporciona comunicação à prova de falhas entre nós, como E/S,

dispositivos de intertravamento, cortinas de luz e CLPs de segurança. Além de

proporcionar interoperabilidade entre diferentes fabricantes de dispositivos de

segurança através de redes que adotam o protocolo CIP, o maior benefício do CIP

Safety é a retro-compatibilidade, permitindo a integração de dispositivos de

segurança com dispositivos de controle padrão operando em uma mesma rede pré-

existente, dispensando investimentos em fiações adicionais ou equipamentos

específicos.

Devido às camadas de aplicação de segurança não dependerem da

integridade das camadas inferiores CIP padrão e das camadas de enlace de dados,

um único canal físico (não redundante) pode ser usado para a interface de

comunicação de enlace de dados. Esta divisão de funcionalidade permite que

roteadores padrão sejam usados para o roteamento dos dados de segurança. O

roteamento de mensagens de segurança é possível, porque o dispositivo final é

responsável por assegurar a integridade dos dados. Se ocorrer um erro na

transmissão de dados ou em um roteador intermediário, o dispositivo final detecta a

falha e toma a ação apropriada.

A primeira implementação do CIP Safety foi para redes DeviceNet, lançado

sob o nome de CIP Safety on DeviceNet, em 2005, oferecendo comunicação padrão

e de segurança em um mesmo cabo de rede DeviceNet.

Dispositivos de segurança utilizam CIP Safety, enquanto dispositivos de

controle padrão não, permitindo que tanto os dispositivos de controle e de segurança

coexistam no mesmo cabo de comunicação da rede.

Embora o CIP Safety on DeviceNet permita combinar protocolos de controle

padrão e de segurança em uma mesma arquitetura, há também a opção de

implementar um projeto com arquitetura separada, na qual as comunicações de

segurança e de controle padrão são isoladas fisicamente.

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As figuras 13 e 14 apresentam as camadas do protocolo CIP e o roteamento

de dados entre redes baseadas no protocolo CIP. É possível perceber que as

camadas de segurança se baseiam nas camadas superiores, portanto a utilização

de um único canal físico, permitindo a integração de dispositivos de controle padrão

e dispositivos de segurança.

Figura 13 – Camadas CIP – Safety Layers

Fonte: ODVA, 2003

Figura 14 – Roteamento de Dados de Segurança

Fonte: ODVA, 2003

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3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

3.1 Robô para Montagem de Peças

Um trecho da linha de montagem deste caso, é ilustrado na figura 15, onde é

realizada a operação de montagem das portas de refrigeradores que possuem duas

portas, uma superior e outra inferior. Na esteira 1 são dispostos os gabinetes (10) na

posição horizontal, sem portas. Na posição 10a do gabinete, há uma dobradiça,

comum às duas portas. No final da esteira 1, os gabinetes são transferidos à esteira

2, e na posição dos operadores A e B, é feita a montagem, respectivamente, da

porta superior e da porta inferior. A porta inferior, montada primeiro, possui um

orifício (4) que recebe o pino (5a) da dobradiça (5) na posição 10a, portanto, o

operador deve dispor a porta logo acima do gabinete, encaixar o orifício no pino da

dobradiça e em seguida posicionar a porta, encaixando-a de maneira que as laterais

da porta fiquem alinhadas com as laterais do gabinete.

Figura 15 – Exemplo do layout de uma linha com montagem manual de portas

É possível perceber na figura 15, que há uma ferramenta auxiliar (3) para o

operador manipular as portas. A ferramenta é composta de um braço (3b) articulado,

sendo que na extremidade (3a) do braço, há um conjunto de garras de vácuo

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(ventosas), acionadas pelo operador através de botões. Para utilizar a ferramenta, o

operador deve posicionar as garras de vácuo (desativadas) sobre a superfície

externa das portas, pressionar um botão para que as garras prendam-se à porta,

levantar a ferramenta a qual o braço está preso, e direcionar a porta na direção do

gabinete do refrigerador. No entanto, muitos dos operadores, não consideram esta

ferramenta prática, preferindo realizar a montagem de forma totalmente manual, o

que não é uma prática desejada do ponto de vista de ergonomia.

A figura 16 mostra em detalhe uma porta inferior e uma dobradiça com um

pino, a qual a porta será fixada.

Figura 16 – Porta Inferior de um produto a ser montado

Normalmente, em uma linha de montagem, são montados diferentes modelos

de produtos, portanto cada gabinete possui um par de portas correspondentes

específico. Além disso, na figura 15, todos os produtos apresentam a porta de menor

dimensão no lado do operador que realiza a montagem, logo a montagem de ambas

as portas está ao fácil alcance do operador, visto que a dobradiça fica a uma

distância aceitável do posto onde o operador se encontra. Caso a configuração de

algum produto apresente a porta inferior menor que a porta superior, a dobradiça

estará localizada a uma maior distância do operador A. Logo, mesmo com a

utilização da ferramenta, a montagem da porta será dificultada e sem auxílio da

ferramenta, será ergonomicamente impossível de ser realizada.

Nesta situação, a utilização de um robô poderia proporcionar uma série de

vantagens, entre elas:

- rapidez no processo de montagem;

- unificação dos 2 postos de montagem de portas;

- eliminação de 1 posto de trabalho com tarefas repetitivas;

- eliminação de um posto de trabalho sujeito à dificuldades ergonômicas;

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No sistema proposto, o posto de montagem de portas é uma célula robótica,

composta por um robô de 6 graus de liberdade, com 3 armários (racks) dispostos em

um posições fixas determinadas, dentro da área de alcance do robô.

Baseado nas dimensões dos produtos, peso das peças e alcance do braço

robótico necessário para esta aplicação, a célula robótica será composta de um robô

da ABB, modelo IRB4400/L10, com capacidade para até 10kg, mostrado na figura

18. Na figura 18, também são ilustradas as trajetória e capacidade de alcance na

faixa de trabalho deste robô.

Figura 17 – Robô de 6 graus de liberade IRB 4400

Fonte: ABB - http://www.abb.com/productdetails/ABBQ3HAC1629-3

Cada um dos 3 armários (racks), visualizados na figura 21, possui dois

andares e são responsáveis por armazenar portas de até 3 diferentes modelos de

produtos, sendo que cada andar é destinado à uma das duas portas (inferior e

superior) utilizadas por cada modelo de produto. e disponibilizá-las sempre na

mesma orientação e posição. A tarefa de seleção e alimentação dos racks é

realizada por um operador, que deve inserir as portas em um slot disponível do rack

correspondente.

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Uma das laterais dos armários, ilustrada na figura 19, deve estar disponível

para o operador, para que seja possível a colocação das portas nestes.

Figura 18 – Vista esquemática em corte longitudinal de um andar de um rack com slots para

inserção das portas

Na extremidada do rack, as portas são disponibilizadas para a garra do robô.

A medida que uma porta é retirada pelo robô, um sistema deslizante posiciona

novamente na extremidade do rack o próximo slot contendo uma porta.

Para permitir a identificação do modelo de cada produto, os gabinetes

possuem um código de barras, e através de um leitor de código de barras (figura 20)

localizado na esteira principal, é possível determinar qual modelo está na esteira e

quais os modelos de portas que devem ser montados.

As portas, superiores e inferiores, respectivas à cada modelo de produto,

deverão ser organizadas em racks específicos, de acordo com a disposição a ser

definida durante a programação do robô, sendo portanto classificadas e

devidamente inseridas no rack correspondente por um operador.

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Figura 19 - Leitor de codigo de barras

Fonte: SICK, 2013

3.2 Segurança em uma Célula Robótica para Montagem de Peças

Inicialmente, foram determinadas os tipos de barreiras físicas necessárias e

as dimensões adequadas, com base no anexo I da NR 12 (figura 4 e tabela 1). Na

área da célula robótica, ao redor do robô, é necessário a presença de proteções

fixas e móveis. As distâncias para instalação destas proteções e devem ser

calculadas de acordo com o anexo I da NR12.

Considerando a utilização de um robô ABB 4400 L10 (figura 18) sendo

instalado com um efetuador (garras de vácuo) de 300mm, obtem-se o valor da altura

máxima de 2750mm. Com base no anexo I da NR12, alcance sobre estruturas de

proteção (figura 4 e tabela 1), dentro da área de trabalho do robô a situação mais

crítica é considerando a altura da zona de perigo de 1400mm com uma distância

horizontal de 800mm. Portanto a altura da estrutura de proteção “B1” (fig. 21),

devem ser de no mínimo 1800mm. As barreiras físicas deverão ser instaladas de

modo a permanecerem devidamente fixadas com estabilidade e serem construídas a

partir de materiais adequados, com resistência mecânica de modo a conter a

eventual projeção de peças lançadas a partir da célula robótica.

Segundo a NR12, a proteção deverá ser móvel se houver a necessidade de

acesso à área de risco uma ou mais vezes por turno de trabalho, portanto será

utilizada uma barreira física móvel (porta) para acesso à área de trabalho da célula

robótica. Conforme itens 12.41 e 12.45 da NR12, deve-se associar à barreiras

móveis um dispositivo de intertravamento sendo que o robô deve operar somente

quando as proteções estiverem fechadas, paralisando suas funções perigosas

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quando as proteções forem abertas durante a operação e garantindo que o

fechamento das proteções por si só não possa dar inicio às funções perigosas.

Para a barreira móvel, deverá ser prevista uma chave de segurança, que

atenda à categoria de segurança nível 4, isto é, deve apresentar redundância. Nesta

célula, optou-se por utilizar chaves magnéticas do fabricante Rockwell, modelo MC1,

conectadas à um CLP de segurança.

Na figura 21, é ilustrado uma proposta de layout para uma célula robótica,

onde podem ser visualizados alguns dos dispositivos de segurança para esta

aplicação. São consideradas duas barreiras físicas, uma (B1) atrás da esteira e

outra, no lado oposto, iniciando próxima aos racks em direção ao painel.

Figura 20 – Célula robótica com dispositivos de segurança

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Uma porta é prevista e é dotada de uma chave magnética de intertravamento,

ilustrada na figura 22.

Figura 21 - Chave sem contato MC1 com intertravamento de canal duplo Rockwell

Fonte: Rockwell, 2013

Seguindo a determinação da categoria de segurança, de acordo com a figura

23, estabelecida na NBR 14153, deve ser avaliado o risco quanto à gravidade da

lesão, frequência e tempo de exposição ao perigo e à possibilidade de evitar o

perigo. O primeiro critério a ser avaliado é a gravidade da lesão, portanto

considerando o robô ABB 4400 L10, uma colisão com um trabalhador pode ser

provocada pelos rápidos movimentos do braço do robô, podendo resultar em lesões

graves.

Em relação à frequência de exposição, as pessoas que circulam na área do

robô e são responsáveis por operá-lo, estão em constante exposição aos riscos

decorrentes da movimentação dos braços robóticos e peças.

Como a operação do robô depende da operação de outros pontos da linha de

montagem, não é possível precisar o exato momento do início do movimento. Além

do robô operar em uma área grande, ele é dotado de muita energia e velocidade em

seus movimentos, portanto considera-se que a possibilidade de evitar o perigo é

baixa.

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Figura 22 – Determinação da Categoria de Segurança

Fonte: Adaptado da NBR 14153

Para o projeto de acordo com a categoria requerida de segurança, neste

caso, categoria 4, todos os componentes do sistema de segurança, desde os

sensores até os atuadores devem atender à categoria 4. Conforme a NBR 14513, a

categoria 4 determina que uma falha isolada ou um acúmulo de falhas não irá levar

à perda da função de segurança e portanto a função principal de segurança deve ser

dotada de redundância e auto teste.

O painel de controle do operador deve estar localizados fora da célula

robótica e possuir quatro botões: um de parada, um de início, um de parada de

emergência e um botão de reset. De acordo com o item 12.40 da NR12, para iniciar

a operação do robô, ou reiniciar após uma parada de emergência, é obrigatório o

acionamento de um botão de RESET.

12.40. Os sistemas de segurança, de acordo com a categoria de segurança

requerida, devem exigir rearme, ou reset manual, após a correção da falha ou

situação anormal de trabalho que provocou a paralisação da máquina.

Para a utilização de detectores de presença optoeletrônicos a NR12 deve ser

seguido o anexo I item B, cálculo das distâncias mínimas de segurança para

instalação de detectores de presença optoeletrônicos.

A distância mínima na qual os equipamentos de proteção individual

eletrosensiveis (ESPS) usando cortina de luz devem ser posicionados em relação à

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zona de perigo, deverá observar o calculo mostrado na figura 24 e apresentado no

item B do anexo I da NR12, de acordo a norma ISO 13855. ,

Figura 23 – Cálculo da Distância de Instalação de Cortinas de Luz

Fonte: LEUZE, 2013

S é a mínima distância em milímetros, da zona de perigo até o ponto, linha ou

plano de detecção, K é um parâmetro em milímetros por segundo derivado dos

dados de velocidade de aproximação do corpo ou partes do corpo e tem origem na

norma européia EN-999. Para S >500mm adota-se a velocidade de aproximação do

corpo movimentando-se em uma direção de K = 1600m/s.

T é a performance de parada de todo o sistema dado em segundos. O tempo

de parada do robô ABB4400 é de 0,48 segundos.

C é a distância adicional em milímetros, baseada na intrusão contra a zona de

perigo antes da atuação do dispositivo de proteção. Para uma resolução da cortina

<30mm (detecção de mão em uma cortina vertical) C = 240mm.

Desta forma, a distância mínima que a cortina de luz deve ser posicionada até

a zona de perigo deve ser de 1008mm.

Tipicamente, cortinas de luz são utilizadas de maneira que se uma pessoa ou

algum objeto interromper os feixes, o sistema é desligado. Porém, esse

desligamento do sistema deve ocorrer de maneira segura e se necessário, seguindo

uma sequência ordenada de ações.

Como o robô deve segurar, movimentar e montar portas de um produto em

uma área próxima a pessoas, é preciso garantir que em uma situação, por exemplo,

da detecção de uma pessoa cruzando a cortina de luz, o robô pare o movimento, ou

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diminua a velocidade e limite a área de trabalho, sem que haja o completo

desligamento do sistema, que resultaria na peça sendo liberada das garras de

vácuo, oferecendo riscos à segurança humana, além de poder danificar a peça.

Este é um caso onde a utilização de um CLP de segurança é apropriada, uma

vez que o sistema não pode ser simplesmente desligado instantaneamente.

Conforme a análise de risco, verifica-se também que um CLP de segurança, por

possuir redundância de processamento de dados, memória e possuir meios para

testar entradas e saídas continuamente, atende a categoria 4 de segurança. A

maioria dos sistemas poderia ser projetada com CLPs convencionais em

redundância, ou relés de segurança e dispositivos de intertravamento. A integração

de outros vários dispositivos de segurança através do CLP de segurança pode ser

utilizada para seletivamente determinar as ações mais apropriadas para garantir a

segurança humana, sem prejudicar a produtividade.

Foi determinado o CLP de segurança modelo GuardPLC 1600 da Rockwell,

que possui 28 entradas e saídas de segurança, mas caso seja necessário um

número maior de E/S, módulos distribuídos de E/S podem ser conectados e se

comunicar em uma rede de comunicações Ethernet Segura (GuardPLC Ethernet).

O GuardPLC 1600 (Anexo A), pode ser programado utilizando blocos lógicos

apresentados no Anexo D. Neste anexo são ilustrados exemplos de diagramas de

conexão dos dispositivos de segurança com o CLP de segurança, diagramas de

temporização de auto teste e os principais blocos lógicos utilizados.

Além disso, considerando que outras etapas de montagem nesta mesma linha

de produção apresentam o potencial de serem automatizadas e realizadas através

de robôs, a possibilidade de expansão dos dispositivos de segurança, complexidade

de software e tempo de desenvolvimento para alcançar os mesmos resultados,

tornam o custo de sistemas com relés convencionais praticamente proibitivo se

comparado à utilização de um CLP de segurança. (PLC…, 2013)

Caso seja desejado expandir o número de robôs, é necessário aumentar

também o número de dispositivos de segurança, (sensores, cortinas, tapetes, etc).

Uma vez que foi considerado a utilização de um CLP de segurança, esta expansão

pode ser feita por meio de alterações consideravelmente simples de software e da

instalação destes dispositivos sensores, conectados diretamente ao CLP de

segurança existente ou de módulos de E/S conectados por meio de uma rede

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segura. Exemplos de esquemas de conexão de CLP de segurança com módulos

I/Os distribuídos são ilustrados no anexo B.

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4 CONCLUSÃO

A máquina vem substituindo o trabalho humano, aumentando em

funcionalidade e complexidade, consequentemente as legislações de proteção dos

trabalhadores tem se tornado mais rigorosas., uma vez que o risco de acidentes

também aumentou. A NR12 permite estabelecer metodologias para evitar que o

trabalhador seja exposto aos riscos envolvidos do trabalho em ambientes com

máquinas, neste caso específico, aos riscos decorrentes das operações efetuadas

por um robô. A norma define os requisitos básicos para garantir a integridade física

dos trabalhadores nestes ambientes, no entanto é preciso entender que não existe

risco zero. Existe um número muito grande de soluções e fabricantes, sendo

possível definir várias soluções diferentes que atendam às exigências normativas.

Ainda, vale ressaltar a NR12 prevê em seu escopo a necessidade de que os

trabalhadores envolvidos na operação de máquinas recebam cursos de capacitação

antes de assumir a sua função.

A legislação e o mercado tem estimulado a evolução dos equipamentos de

segurança, que permitem aumentar a produtividade sem prejuízo da segurança. A

utilização de um CLP de segurança como interface de monitoramento é viável e

especialmente vantajosa por este atender à categoria de segurança 4 e poder ser

certificado de acordo com esta. Também podem ser destacadas vantagens

considerando a necessidade de expandir os sistemas de segurança, devido ao

potencial de expansão na quantidade de máquinas, sem a necessidade de reprojetar

todo o sistema, visando aumentar a produtividade de uma linha de montagem e

garantir a redução de riscos de acidentes do trabalho.

Após a finalização do estudo percebeu-se que a correta seleção e instalação

dos dispositivos elétricos de segurança em uma máquina, influencia diretamente no

correto atendimento às exigências normativas de modo a assegurar tanto a

segurança dos trabalhadores, como a produtividade da linha de produção. O uso de

CLPs de segurança simplifica as instalações proporcionando mais facilidade de

configuração e flexibilidade através a modularidade das soluções, através da

utilização de redes de segurança.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO A – Linha de produtos GuardPLC – Rockwell.

Fonte: Rockwell, 2013

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ANEXO B – Exemplos de CLP de segurança com módulos distribuídos.

Fonte: Rockwell, 2013

Fonte: Panasonic, 2013

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ANEXO C- Folha de Especificações Robô ABB4400

Fonte: ABB, 2010

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ANEXO D – Blocos lógicos do GuardPLC e Diagramas de Temporização

Fonte: Rockwell, 2007

Fonte: Adaptado de: Rockwell, 2007 / ABB, 2010

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Fonte: Adaptado de: Rockwell, 2007

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Fonte: Adaptado de: Rockwell, 2007

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Fonte: Adaptado de: Rockwell, 2007