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GRÊMIO POLITÉCNICO ANO LXXI SÃO PAULO, NOVEMBRO DE 2016 EDIÇÃO 05 Poli Santos parali- sada PÁG 5 Harry Poli PÁG 9 Resenha: Do que são feitas as coisas PÁG 10 Tirinha da Cami PÁG 11 Engenheirando EILE: um encontro de liderança PÁG 4 Front da criação PÁG 8 Por que lembrar? PÁG 10 Politreco: últimas manchetes do ano PÁG 11 PÁG 3 Segurança na USP existe? PÁG 6 Disco Vinil de A corrida de sempre PÁG 8 USP Mining Team PÁG 5

Segurança existe? · LP (Long Play), cujo material de fabrica-ção é o PVC, cloreto de vinila. A bolacha musical começa sua vida como uma coroa circular de alumínio com o diâmetro

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Page 1: Segurança existe? · LP (Long Play), cujo material de fabrica-ção é o PVC, cloreto de vinila. A bolacha musical começa sua vida como uma coroa circular de alumínio com o diâmetro

GRÊMIO POLITÉCNICO • ANO LXXI • SÃO PAULO, NOVEMBRO DE 2016 • EDIÇÃO 05

Poli Santos parali-sada PÁG 5

Harry PoliPÁG 9

Resenha: Do que são feitas as coisas PÁG 10

Tirinha da Cami

PÁG 11

EngenheirandoEILE: um encontro de liderança PÁG 4

Front da criação PÁG 8

Por que lembrar? PÁG 10

Politreco: últimas manchetes do ano PÁG 11

PÁG 3

Segurançana USPexiste?

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Disco Vinil

de

A corrida de semprePÁG 8

USP Mining TeamPÁG 5

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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EDITORIAL EXPEDIENTE

SUDOKU

Acabar significa começar, seja um livro, um relacionamento ou uma casquinha da Miner-

va. Afinal, no segundo do big-bang, alguns desejam outros, enquanto ou-tros simplesmente querem o mesmo: sabor, sentimento, memória. Nesse caos da energia-matéria - ou do fim--início - as sinapses respiram próxi-mos passos, confusas diante dessa arritmia de algum último suspiro. Contudo, amigos, não suspiremos. Tudo é começo. Assim, Clarice - fiel companheira dos nossos editoriais - nos disse: como começar pelo iní-cio, se as coisas acontecem antes de acontecer? Ou, tal qual diria Galeano, como saber o que lembrar, se apenas a memória sabe o melhor para si?

Se não sabemos o fim porque tudo é começo, e se não o sabemos pelas memórias, que já se autodecretaram, não nos preocupemos. Nessa últi-ma edição d’O Politécnico do ano de 2016, não existe finito. Somos memó-rias. Engenheirando, equipe maior,

equipe menor, desafios, novas temá-ticas, velhos problemas, memória. De todas as perguntas sem respostas, escrevemos e pensamos como ato. E dessa vez, falamos sobre a segurança na USP, em uma reportagem especial da sua atual situação.

Além disso, não deixe de conferir o Engenheirando do disco de vinil, cujas ranhuras nos segredam fins e inícios de músicas atemporais. Leia também sobre o Encontro Interna-cional de Liderança em Engenharia (EILE), organizado pelo Grêmio Poli-técnico.

Para fechar o ano e já começar o próximo, confira as nossas primeiras próprias Tirinhas, desenhadas por uma nova integrante, no Politreco. Lembre-se: sempre é tempo de (re)começar. A reunião do jornal ocorre toda quarta-feira às 11h, no Grêmio Politécnico, compareça! Agradece-mos pela companhia durante esse ano, queridos leitores. Grande abraço da equipe. Até ano que vem!

São Paulo, Novembro de 2016 - Ano LXXI – Edição 05

Editor Chefe: Larissa Zipoli e Bruno Coutinho (“Novelo”)

Equipe Editorial: Bruno Pereira, BrunoSoiti, Camila Christine, Diego Andriolo, Guilherme Pereira, Shinobe, Luis

Felipe Gaivão, Rafa Baldy, Ruan Rossato, Samuel Ducca.

Tiragem 1.000

Diagramação: Larissa Zipoli

Impressão: Volpe Artes Gráficas - 94101.8448

Os textos aqui publicados refletem unicamente a opinião de seus autores enão da equipe editorial ou do grupo responsável pela publicação.

REUNIÃO

Quando? Todas as quartas!Que horas? 11h

Onde? No Grêmio PolitécnicoE depois: Quem vai bandejar?

Estamos em Novembro, mas essa causa não tem

mês. O Jornal O Politécnico apoia

o Outubro Rosa!

Politécnica, previna-se!

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5 4 2

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sudoku #3961

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solución #3961

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sudoku #3962

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solución #3962

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sudoku #3963

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solución #3963

Sudoku-online.org - difícil

Datas importantesDebate: 3 de novembro

Eleições: 16, 17 e 18 de novembroChapas inscritas:

Eleições Grêmio Politécnico 2017

Chapa ÁgoraChapa AproximAção

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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CH2=CH- representa, na linguagem química, o radical vinil. Mas o vinil mais conhecido pelas pessoas é o

LP (Long Play), cujo material de fabrica-ção é o PVC, cloreto de vinila.

A bolacha musical começa sua vida como uma coroa circular de alumínio com o diâmetro externo de 35 cm e 2 mm de espessura. Ela recebe um banho de acetato de celulose, substância mole de cor preta, e é colocada em um torno de gravação. Uma agulha de diamante corta as faixas de sua superfície em espi-ral de acordo com os impulsos elétricos gerados pela vibração música, gravada em fitas magnéticas ou em arquivos di-gitais, deixando um caminho irregular e microscópico. O produto desse processo é o disco master de acetado que, por ser frágil para passar pela leitura de uma agulha de toca-discos, é metalizado: esguichos de cloreto de estanho, para deixá-lo mais aderente a outros metais, de prata e de níquel, que se fundem, formam uma camada de metal duro. O master de acetato, que serviu de molde, é separado da camada e descartado, res-tando o master de metal, com as faixas em alto-relevo. Em seguida, ele é coloca-do em uma prensa com vinil derretido a 193 ºC e com 100 toneladas de força para que as faixas em alto-relevo sejam gravadas. As ranhuras no vinil, em for-ma de V, carregam duas ondas separa-das que se completam, formando o som estéreo. Por fim, o vinil seca, o excesso das beiradas é cortado e ele está pronto para fazer um som!

O toca-discos é composto por uma base com um prato circular que gira em sen-tido horário, movido por uma correia propulsora e um motor elétrico, e um pino central para fixar o LP. Depois de colocado o disco, a agulha, feita de safira ou diamante, com ponta no formato de cone para ler as ranhuras, é posicionada

para iniciar seu trabalho. O prato, então, começa sua dança, podendo ser ajusta-do para 33 ou 45 rpm, e a agulha vai per-correndo os sulcos e vibrando de acordo com o relevo. Na extremidade do braço da agulha está a cápsula fonocaptora, contendo um imã e uma bobina, onde chegam as vibrações. Assim, ocorre uma interferência no campo magnético gera-do e a energia mecânica é transformada em sinais elétricos, as quais fazem uma Magical Mystery Tour pelos fios. Então, no alto-falante, o sinal elétrico, em cor-rente alternada, passa por uma bobina e gera um campo magnético. O movi-mento de atração e repulsão do imã, que ocorre muitas vezes por segundo, faz uma estrutura côncava de plástico ou papel, chamada de diafragma, vibrar. Dessa maneira o ar vibra junto, criando as ondas sonoras. E nessa física toda, rola aquela química com nossas músicas favoritas.

O canal Applied Science do YouTube fez um vídeo (“Electron mi-croscope slow-motion video of vinyl LP” - https://www.youtube.com/watch?-v=GuCdsyCWmt8) em câmera lenta da ação da agulha nos sulcos do LP usando o microscópio eletrônico. Para isso foi necessário que o vinil fosse coberto com uma película de prata, já que o micros-cópio eletrônico bombardeia elétrons no material para obter as imagens e, as-sim, só é capaz de “ver” materiais con-dutivos. No vídeo também há microgra-fias eletrônicas de outras mídias físicas como CDs, DVDs e um disco eletrônico.

Antes de colocar o som na caixa, vamos dar uma volta pela história. Thomas Ed-son - o inventor da lâmpada mesmo - sa-bia que o som é uma onda e, em 1877, encaixou uma agulha no diafragma de um telefone para que ela gravasse a im-pressão do som sobre um papel em mo-vimento. Assim, criou o fonógrafo: um

to o cilindro girava. Uma segunda agu-lha estava instalada do outro lado junta-mente com um amplificador e o som se reproduzia com a leitura dos sulcos pela agulha quando o cilindro era recuado ao começo. Apesar de o fonógrafo ter a capacidade de gravar e reproduzir sons, era difícil de ser usado e a folha metáli-ca em que eram realizadas as gravações duravam pouco tempo.

Dez anos mais tarde, o inventor alemão morador dos EUA, Emile Berliner fez um mecanismo que fazia um disco de borracha dura girar em um disco plano movimentado por uma manivela. Essa máquina foi chamada de gramofone e só era capaz de fazer gravações. A empresa de Berliner, então, se fundiu com a de El-dridge Johnson, um outro inventor.

Com o objetivo de que o aparelho se encaixasse melhor na disposição das casas, Johnson modificou o projeto do gramofone, e colocou a corneta para baixo. O novo modelo ficou conhecido como Victrola e, na metade do século XX, a maioria das famílias possuíam pelo

Vira para mim, por favor?ENGENHEIRANDO

O tio Thomas Edison e seu fonógrafo, mais uma invenção para o seu CV

cilindro metáli-co coberto com uma folha de es-tanho, que girava no sentido lon-gitudinal acom-panhando uma alavanca manu-al. As ondas so-noras vibravam uma membrana, fazendo com que uma agulha criasse um sulco na folha metáli-ca, e o som era gravado enquan-

Microscopia eletrônica do LP e da agulha do toca -discos

menos uma. Algumas tinham o aparelho em sua forma mais simples, outras, po-rém, podiam colocar vários discos de uma vez. Mas reinado durou até a che-gada das fitas cassetes, na metade dos anos 80.

Para matar a saudade das melhores músicas, no lado A, daqueles discos que não deveriam ter dois lados e do chiado característico, as vitrola e os discos fo-ram trazidos para a década de 10 do sé-culo XXI. Sebos têm seu acervo de bons discos esgotados rapidamente e novos--velhos LPs não param de ser fabrica-dos. Não vivi no auge dos toca-discos, mas faço das palavras de Big Charles, as minhas: “Felizes os que colocaram uma maçã no prato do toca-discos e mataram a sua fome de música.”, em referência aos LPs dos Beatles da Apple Records.

Rafa BaldyEngenharia de Materiais - 2º ano

Mas cuidado para não arranhar!

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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EILE: um encontro de liderança Durante a Semana da Pátria, ocor-

reu no campus da Engenharia de Petróleo, em Santos, um dos

eventos mais esperados do ano: o En-contro Internacional para Liderança na Engenharia (EILE), organizado pelo Grêmio Politécnico. Tendo como cerne o tema “Cidade do Futuro”, foi um evento que uniu alunos da Poli, intercambistas, autoridades, peritos e jornalistas em prol da promoção da liderança na enge-nharia.

Os cinco dias de duração do evento fo-ram repletos de palestras e atividades relacionadas ao tema, que propunham reflexões a respeito de questões como urbanismo, mobilidade urbana, smart--cities, dentre outros.

A divisão dos alunos participantes foi em 6 grupos, cada um comportando bra-sileiros e também estrangeiros, grupos esses que pensaram em problemas para os quais passaram então a elaborar solu-ções. Os alunos terão até novembro para desenvolver seus projetos, com o auxílio de professores, concorrendo a um apor-te financeiro de cerca de R$10 mil reais para a conclusão do melhor projeto.

Dos destaques do evento, a troca de experiência entre cursos e faculdades nacionais e internacionais pode ser prontamente posta como um sucesso, visto que houve grande interação entre alunos da Poli, de outras instituições e intercambistas durante a execução das atividades e projetos. Dos 44 alunos participantes, 9 universidades e 6 na-cionalidades foram contempladas com a presença no EILE, o que demonstra um importante aspecto integrativo do even-to.

Toda essa integridade acaba tendo muita importância para o aspecto de

maior relevância do Encontro, que é o de aplicação dos conhecimentos da enge-nharia e o espírito de liderança cultiva-do pela Poli com o propósito de alcançar inovações em meio à vida nas cidades. Por contar com uma enorme bagagem cultural de alunos de diferentes partes do mundo, o grupo acaba tendo uma notável capacidade de brainstorm, com um grande empoderamento estudantil, como explica o aluno do 3º ano de Enge-nharia de Petróleo, Luiz Felipe Nieder-maier, que participou do evento.

Segundo Luiz, um dos fatores determi-nantes para o êxito do EILE e para o pos-terior alcance de projetos inovadores que impactam positivamente a socieda-de foi a confluência de modos de pensar tão diferentes em um ambiente propício.

Além disso, ele ressalta um elemento es-sencial, que consiste no espírito de vi-venciar e estimular o ideal de liderança de forma a trazer uma vida melhor para as pessoas, fazendo a diferença.

Ainda segundo Luiz, a realização do evento em Santos foi de suma importân-cia para a obtenção do êxito do EILE. “A exemplo de fatores que colaboram para isso, destaco o fato de os participantes oriundos de São Paulo estarem em ou-tro ambiente, numa cidade que tem problemas a serem resolvidos, mas que também é um berço de inovação nacio-nal e mundial de inúmeros projetos que certamente nos inspiram a ir um pouco além”.

Questionado também sobre a influên-cia do evento em sua formação pessoal,

POLI

ele ainda conclui: “conforme diz o filó-sofo Mario Sergio Cortella, acredito pia-mente que meu particular propósito de vida seja poder fazer a diferença na vida das pessoas e deixar um legado positivo para a sociedade. Tenho a plena certeza de que o EILE contribuiu para tornar ainda mais forte essa chama”.

Guilherme Antonio Pereira PintoEngenharia de Petróleo – 1º ano

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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USP Mining Team

Durante os eventos de paralisação da Poli, a gestão CAPS 2016 orga-nizou uma programação especial

para o campus de Santos, visando não somente a imersão dos alunos de Enge-nharia de Petróleo nos assuntos que afli-gem toda a USP como também a discus-são mais prática de problemas internos da Poli-Santos, com o objetivo de refletir e buscar soluções viáveis.

Nesse sentido, durante a manhã do dia 14 de setembro, houve uma série de transmissões ao vivo de palestras e sa-batinas que aconteceram em São Paulo. Além disso, o principal atrativo do dia da paralisação, foi o debate que estava marcado para o período da tarde.

Assim, após o almoço, a paralisação foi total e diretamente voltada para os problemas que afligem a Poli-Santos e o campus que ocupa na Baixada, dessa vez, atraindo um considerável público e lotando uma das salas de aula do edifí-cio Cesário Bastos.

Num primeiro momento, apenas alu-

promovido pela paralisação. De maneira transparente, os alunos puderam saber dos principais entraves aos projetos de restauro e melhorias do campus e ime-diatamente puderam se organizar em busca de soluções, iniciando por um abaixo-assinado que transitou pela fa-culdade nos dias seguintes a favor da li-beração da documentação que transfere o edifício para a USP.

De maneira geral, sob a perspectiva do comprometimento observado, o dia de paralisação em Santos foi proveitoso e importante para os alunos de Petróleo, devido a fatores como a ativa partici-pação de muitos desses em discussões reais sobre problemas que a Poli-Santos enfrenta, além da consciência de serem agentes de mudança do contexto uni-versitário em que estão imersos, assim como revelaram a importância desse tipo de evento para o debate nesse am-biente universitário.

Sendo assim, apesar de terem existi-do críticas e sugestões quanto a proble-

nos estiveram presentes na discussão, que envolveu tópicos estruturais e aca-dêmicos do campus e cumpriu com os objetivos de transmitir informações aos alunos e explicar questões de interes-se coletivo dentro do ambiente caiçara da Poli. Foram abordados desde temas como a restauração e ampliação do edi-fício até refeição, serviços de xerox e as recorrentes tentativas de regulamenta-ção da documentação do Cesário Bastos como patrimônio da USP.

Também foram discutidos tópicos como módulos vermelhos, contratação de professores, IC’s e oferecimento de optativas. Além desses, debateu-se a respeito da intenção de levar novos cur-sos até Santos, da formação do Diretório dos Grupos de Extensão da Poli-Santos, bem como da representatividade do CAPS junto ao Grêmio, à Atlética e ao Di-retório Acadêmico.

Num momento posterior, a participa-ção de docentes da Poli-Santos possibi-litou maior informação a todo o debate

mas decorrentes do gap temporal entre a greve na USP e o dia de paralisação da Poli, pode-se dizer que houve a percep-ção de que foi possível debater sobre a Escola Politécnica com programações distintas entre São Paulo e Santos, de modo complementar, mostrando que a Poli ainda deve se inteirar em causas im-portantes e buscar ser notada por tam-bém fazer parte do debate democrático.

Guilherme Antonio Pereira PintoEngenharia de Petróleo – 1º ano

POLI

Poli Santos paralisada

Você conhece a Engenharia de Mi-nas? Sabe pelo que são responsá-veis os profissionais que atuam

nessa área? Tem ideia da importância que a mineração tem em nosso país?

Apesar de pouco conhecida, a área de mineração é essencial para a sociedade e muitos não sabem disso. Pra quem nunca ouviu falar, os Engenheiros de Mi-nas são os profissionais que cuidam da extração de bens minerais, como ferro, alumínio, cobre, ouro e diamante, pre-sentes na Terra. Sabe as latinhas de cer-veja e refrigerante, as telhas da sua casa, o vidro da janela do seu carro, o asfalto das ruas, o computador e o celular que você usa todo dia? Então, tudo isso veio da mineração!

O Brasil é um dos 5 maiores países produtores de minério do mundo. Como uma área tão importante, que movi-menta mais de US$ 40 bilhões e empre-ga mais de 214 mil pessoas em nosso país, é tão pouco conhecida pela grande maioria da sociedade brasileira? Com a ideia de mudar este cenário e fazer as pessoas saberem o que é a mineração, o que são os Engenheiros de Minas e o que eles fazem, surgiu o projeto USP Mining Team. Através dele vamos fazer a dife-rença e tornar a área mais valorizada como acreditamos que ela deve ser!

Para conseguir tudo isso, nosso pri-

cenário mundial, o projeto USP Mining Team, patrocinado pelo LACASEMIN, HDA Serviços, IBRAM e CBMM, surgiu para levar mais uma equipe brasileira para a próxima edição do International Mining Games. A 39ª edição vai acon-tecer entre os dias 21 e 26 de março de 2017, em Lexington, Kentucky, Estados Unidos.

E enquanto a competição interna-cional não chega, queremos realizar as provas aqui no Brasil! Para isso, a ideia é criar um Centro de Treinamento aqui nas dependências da Poli/USP, para que todos os alunos que tenham interesse em conhecer a competição venham trei-nar conosco. Assim, conseguiremos or-ganizar competições entre os próprios estudantes da Poli, criando momentos de aprendizado, descontração e integra-ção e, assim, tornar o curso mais atrati-vo para aqueles que nunca tinham ouvi-do falar da nossa profissão!

Além disso, com a ida da USP para os Mining Games, queremos incentivar estudantes de Engenharia de Minas de outras universidades a também parti-ciparem da competição, trazendo assim a cultura desses jogos aqui pro Brasil e criando, no futuro, uma competição na-cional entre as várias faculdades brasi-leiras.

E é dessa forma que alcançaremos

meiro passo foi montar uma equipe com alunos de Engenharia de Minas da Poli/USP e começar a arrecadar recursos suficientes para participar da próxima edição do International Mining Games, a maior competição mundial da área de mineração! Acreditamos que a partici-pação num evento internacional será a primeira etapa para aumentar a visibili-dade dessa área no Brasil.

Os Jogos Internacionais de Mineração são uma competição anual composta por várias provas relacionadas à mine-ração e reúne profissionais, estudantes e empresas patrocinadoras de todo o mundo. A competição já acontece há 38 anos e tem como objetivos principais manter vivas as técnicas utilizadas nas minerações antigas bem como promo-ver o encontro e estreitar as relações entre os estudantes de Engenharia de Minas do mundo todo.

Atualmente a competição conta com a participação de mais 40 equipes de todo o mundo, sendo a equipe da Universida-de Federal de Alfenas o único represen-tante do Brasil e da América Latina.

Nesse contexto, com o intuito de pro-mover a Engenharia de Minas no Brasil, fortalecer a identidade do curso dentro da Escola Politécnica e integrar e desen-volver os estudantes ainda na graduação e representar a Poli, a USP e o Brasil no

nossa meta de fazer com que o nosso curso seja conhecido e prestigiado em todo o país!

Se interessou pela iniciativa? A equipe está à disposição para maiores detalhes sobre nossas atividades. Visite nosso site (www.uspminingteam.com.br) ou página do facebook (facebook.com/usp-miningteam) e entre em contato!

USP Mining Team

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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os carros para fazer exercícios e, com a atuação da PM, não teve mais registros desse crime. O mesmo aconteceu nos arredores do P3 que, com a presença do trailer, os ônibus não foram mais assal-tados. E agora, o crime mais praticado no campus é o furto de estepes, que mi-gra de lugar a cada dia. A polícia, além de montar uma estratégia para conseguir deter a quadrilha, circula à paisana pela Cidade Universitária para tentar pren-der os criminosos em flagrante.

Em casos de ameaça, a Polícia Militar é acionada, como ocorreu com o recen-te incidente do ônibus queimado - um conflito que começou externo à USP, mas acabou envolvendo-a por conta da visibilidade que o nome da universida-de proporciona. Como a empresa res-ponsável pelos ônibus bloqueou a sua circulação por causa de boatos de mais ataques, a PM entrou em contato com a firma e garantiu a escolta dos veículos.

No campus há também a ação da Guar-da Universitária, que conta 22 motos, 23 carros e 65 funcionários, divididos em três turnos, 24 horas por dia. Sua função é controlar o patrimônio, acompanhar passeatas, checar o trabalho dos vigias terceirizados e fazer ronda na USP in-teira, tanto nas ruas, quanto dentro dos prédios. Eles não possuem uma rota definida, já que o crime migra e, duran-te alguns períodos, os carros da guarda estacionam nas rampas de retração em pontos críticos da segurança, sendo orientados a ficarem sempre atentos. Eles fizeram cursos de primeiros socor-ros pelo SAMU, de segurança e realiza-rão cursos no bombeiro, na CET e no DE-NARC, para o reconhecimento de drogas e para dar um maior auxílio ao usuário. Contam também com desfibriladores e um carro munido com um kit de pri-meiros socorros. Como não são armados por não ter preparo para tanto, possuem contato direto com a Polícia Militar. Além disso, em casos de ocorrência de

crime, a Guarda auxilia a vítima. A exem-plo disso, se um estepe for roubado, eles levam o proprietário até a delegacia e o acompanham para garantir um atendi-mento rápido e a realização do Boletim de Ocorrência.

Segundo o Professor Visintin, o pa-pel da Guarda Universitária e da Polí-cia Militar é proteger, e não prejudicar. Além disso, ele afirma que, no caso de um aluno utilizar drogas, ele não será preso, mas sim alertado sobre seus ma-lefícios. Contudo, se for um caso de de-pendência, além de alertar o aluno, eles afirmam planejar uma conversa com a família e tentar convencê-lo a iniciar um tratamento, por meio do Serviço de Ál-cool e Droga na USP. A intenção da Uni-versidade é que o aluno estude e, se ele se tornou dependente químico ou alco-ólatra, ela oferecerá ajuda para que ele se recupere. O Professor pede para que aqueles que precisam de ajuda procu-rarem a PM ou a Guarda Universitária e garante sigilo absoluto.

O novo projeto prevê também a ins-talação de 400 câmeras na Cidade Uni-versitária. Elas serão colocadas nas por-tarias, nos trajetos principais, nas áreas externas aos prédios, nos bolsões de es-tacionamento, nos pontos críticos, como a região do HU, e nas ruas no entorno do campus, as rotas de fuga. A infraestrutu-ra já está sendo feita e a licitação de 200 câmeras já foi realizada. Para que assim, a instalação possa ser feita em etapas e ter seu funcionamento juntamente com o software de gravação testado, de modo que qualquer erro possa ser reparado. Além do monitoramento da movimenta-ção, as câmeras farão a leitura de placas de automóveis para que, no caso de um veículo roubado, a polícia consiga captu-rar os criminosos. Hoje, a Guarda Uni-versitária é a responsável por monito-rar as câmeras já presentes no campus, mas, no futuro, a Polícia Militar também terá acesso. E como o monitoramento

de todas as câmeras simultaneamente é impossível, eles contam com o auxílio de denúncias que podem ser feitas facil-mente pelo novo aplicativo.

Em setembro foi divulgado via e-mail o novo aplicativo “Campus”, que permite a comunicação da Comunidade USP com a Central de Operações da Superinten-dência de Prevenção e Proteção Univer-sitária (SPPU). Ele está disponível para os sistemas Android e iOs, ocupa cerca de 23MB, não permite ser transferido para o cartão de memória e pede o nú-mero do telefone celular do usuário, seu número USP e a senha única. É possível ligar diretamente para a Guarda Uni-versitária, ver um mapa que mostra os pontos em que os crimes registrados ocorreram, acionar o estado de aler-ta para deslocamentos a pé em que, ao agitar o celular, um chamado de emer-gência é enviado e registrar ocorrências como furto ou roubo, sequestro, ativida-de suspeita, vandalismo, problemas de trânsito, buraco na via, iluminação pú-blica, vazamento de água e animais no campus. Quando o alerta de emergência é acionado, o aparelho vibra, uma cam-painha toca na Guarda Universitária e eles retornam a ligação em seguida. Se você não atender a chamada, uma via-tura é acionada e enviada para a sua localização. Durante a conversa com O Politécnico, o Professor Visintin fez um teste dessa função e o retorno da chama-da demorou 6 minutos e 50 segundos, já no teste realizado pela nossa equipe o tempo foi de 2 minutos e 18 segundos. O Professor contou que pretende criar uma opção voltada para as mulheres para ter um atendimento especializado por mulheres da PM, em casos de estu-pros ou agressões.

Em uma pesquisa feita nos grupos da Poli, no Facebook e no WhatsApp, e en-viada para 163 e-mails de funcionários e professores da Poli, foram obtidas 259

Não são raras as vezes em que rela-tos de roubos (quando há contato com a vítima, violência ou ame-

aça), de furtos (quando não há contato com a vítima) ou de alertas sobre locais mais perigosos são feitos nos grupos da Poli no WhatsApp e no Facebook. Em 2015 houve, inclusive, estupros de um aluno perto do prédio da Engenharia Química e de uma aluna na praça do re-lógio, além de um aluno que foi baleado numa tentativa de roubo no ponto de ônibus da FFLCH.

A segurança na USP esteve sempre em pauta e, em 2015, um novo projeto foi feito. O Professor José Antonio Visintin, Superintendente de Prevenção e Prote-ção Universitária, planejou a implemen-tação da polícia comunitária, a constru-ção de duas bases da PM, a criação do Conseg, ao menos 42 policiais militares no campus e a aquisição de novas câme-ras para assim conseguir a redução da criminalidade.

De acordo com a Polícia Militar que atua na Cidade Universitária, entre o primeiro semestre de 2014 e o primeiro semestre deste ano, houve uma redução de 93,75% nos roubos de outros (exce-to de veículos e de bancos), 83,33% nos roubos de veículos, 81,23% nos furtos de outros (exceto de veículos e de ban-cos), uma queda para zero nos furtos de veículos e nos roubos e furtos em ban-cos (como explosões dos caixas eletrô-nicos). Em 2014 não ocorreram seques-tros relâmpagos e estupros, contudo houve um pequeno aumento em 2016. Vale ressaltar que esses são dados obti-dos dos Boletins de Ocorrência e, assim, podem não refletir a realidade, já que nem sempre se registra o ocorrido.

O policiamento comunitário - uma li-nha da Polícia Militar especializada em direitos humanos - foi implementado em setembro do ano passado e é inspi-rado no programa japonês Koban. Nesse projeto especial para a USP, os policiais têm de 18 a 26 anos, cursando gradu-ação ou com nível superior completo e atuam permanentemente na Cidade Universitária. Assim, segundo o Profes-sor Visintin, não se trata de um efetivo de ação forte e sim daquele que conhece o meio acadêmico, o qual é muito dife-rente do ambiente dos bairros. “Acham que Polícia Militar é revolução de 64. Projeto Polícia Comunitária USP é 2015. Estamos tratando de um local universi-tário, não é um local de terrorismo.”, dis-se o Professor Visintin.

O projeto prevê 82 policiais, mas hoje há 62, divididos em dois turnos das 5h às 23h e uma base com 2 policiais que funciona 24 horas por dia. A equipe é co-mandada por uma coronel e seu efetivo tem 40% de mulheres, para que diante de um chamado realizado por uma mu-lher vá, prioritariamente, uma policial fazer o atendimento. Para a vigilância do campus há 10 bicicletas, duas mo-tos, dois carros, uma base móvel e um

USP

Continua na página 7 > > >

a usp

E

trailer. Duas ba-ses fixas estão em construção, uma na Rua do Anfiteatro, per-to do Bandejão Central, e outra no P3, onde está o trailer que irá para a região do portão de pedes-tre da São Remo.

A atuação dos policiais mili-tares da USP é focada para o combate da cri-minalidade. Na Av. Prof. Mello Morais, haviam muitos seques-tros de manhã, quando as pesso-as estacionavam

I

?segura

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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respostas: 47,9% afirmaram não conhe-cer a existência do aplicativo e 47,5% acharam o aplicativo útil, mas ainda não o utilizaram. Em vista de sua baixa po-pularidade, o Professor organizará uma divulgação em todas as unidades, mas, mesmo assim, afirma que já foram rece-bidas mais de duas mil chamadas entre todas as funções disponíveis. No dia 23 de setembro, a equipe d’O Politécnico usou a função de “registrar ocorrência: buraco na via” para o buraco no estacio-namento do Biênio, em frente à minerva. Dois e-mails foram enviados, um confir-mando o registro e outro informando que o relato foi encaminhado para a área responsável, mas nenhuma providência foi *tomada.

Outro quesito já cumprido do novo projeto foi a reforma na iluminação do campus. Foram investidos 140 milhões de reais em iluminação de LED nos cam-pi da USP. Constantemente é feita uma verificação para garantir que nenhuma luz que tenha queimado não seja tro-cada e para que novos pontos escuros sejam notados e iluminados, como ocor-reu com o local onde a Rateria realiza ensaios. O crescimento das árvores é um outro problema, já que elas são podadas periodicamente com uma licença am-biental, mas como a quantidade é enor-me, o serviço é demorado. Para não atra-palhar a iluminação e não camuflar os criminosos, muitos arbustos foram reti-rados. Nas palavras do Professor Visin-tin, “a USP de noite está um dia”. Apesar disso, na mesma pesquisa citada, 72,7% responderam não estar contentes com a iluminação, o que reflete, talvez, que ela foi ineficaz por muito tempo.

A equipe d’O Politécnico, então, per-correu a Cidade Universitária em uma terça feira das 19h às 20h e notou que a iluminação está adequada nos princi-pais trajetos do campus. Foram notados pontos não tão bem iluminados no fim do estacionamento do CEPEUSP Raia Olímpica, na Av. Prof. Mello Morais, no gramado entre o IAG e o IF, na Rua do Matão e nos cantos do bolsão de estacio-namento e no gramado com árvores em frente à Química, Av. Prof. Lineu Prestes. Entre a Prefeitura e o HU, ponto crítico da segurança, havia somente um carro da Guarda Universitária, a base móvel da PM estava parada em frente à entra-da do IPEN, mas não havia nenhum po-licial por perto e somente uma viatura na Av. Prof. Mello Morais. Na maioria dos bolsões de estacionamento não havia vi-gias e no estacionamento da Poli havia somente três, nas guaritas das duas en-tradas e em frente ao prédio da Civil.

Dentro dos prédios a segurança é fei-ta, majoritariamente, pelos vigias e por-teiros terceirizados. Na maioria deles é obrigatória a apresentação da carteiri-nha ou a identificação na portaria, mas ainda há os prédios em que o acesso é livre, como o Biênio. Na parte interna e nos bolsões de estacionamento estão os vigias que devem andar por um raio e

descansar em um ponto fixo, como nas guaritas. A orientação é para que nos momentos de menor movimentação apenas a entrada principal permaneça aberta, permitindo que haja um controle maior de entrada e saída. Contudo, por causa da crise na universidade houve uma redução no número desses funcio-nários.

O Professor Visintin afirma que a USP é, sim, um local público, para ensino, pes-quisa e extensão, e que não ficará aberta durante a madrugada, assim como acon-tece em parques. A maioria dos portões do campus serão fechados às 20h e a saída será mais concentrada, mas com um aumento de fluxo de circulares para atender aos alunos do período noturno ao final de suas aulas. Os portões de pe-destres estão em reforma, contarão com câmeras de monitoramento dentro e fora da entrada e também serão fecha-dos depois de um horário, assim como o portaõ da CPTM que será concomitante ao fechamento do trem. A intenção é fe-char os portões que apresentam risco e que são rotas de fugas, como o do IPT, já que quando era aberto, ele proporcio-nava fuga rápida aos criminosos. O pró-prio instituto deixou somente a entrada na Praça Ramos de Azevedo, pois seus prédios e funcionários eram diariamen-te roubados. Para alunos que precisem, por exemplo, verificar experimentos de madrugada, a entrada será permitida com a apresentação da carteirinha e seu caminho será acompanhado através das câmeras de monitoramento.

A ideia é ter um controle maior dos portões ao longo do dia inteiro ou com a apresentação da carteirinha, como ocor-re na USP Pirassununga, ou com um sis-tema parecido com o “Sem Parar”. Con-tudo, este seria um projeto complexo, já que deve-se oferecer um anel viário no entorno da USP para que o trânsito, já caótico, não piore, além de as portarias terem que ser afastadas da entrada para não criar uma fila e atrapalhar o tráfego e a entrada do HU teria que ser reforma-da para que sua entrada seja externa ao campus, da mesma maneira que farão na USP Ribeirão Preto. Então, as entra-das seriam mais restritas à Comunida-de USP, permitindo um controle maior de quem circula no campus e evitando a entrada de pessoas com carteirinhas falsas, como ocorria com frequência aos domingos.

Ocorrem muitos furtos dentro dos circulares e ônibus, mas o controle dos passageiros é muito difícil de ser feito. A única solução seria colocar câmeras de monitoramento, como já existem em ou-tras linhas, e conversar com a empresa responsável para que sempre seja envia-da a mesma frota. Também é importante ficar sempre atento a atitudes suspeitas e não deixar aparelhos celulares, cartei-ras e outros objetos de valor em lugares de fácil acesso.

A criação do Conseg, Conselho Co-munitário de Segurança, está sendo fi-

nalizada. Como é um Conseg especial para a USP, terá professores, alunos e funcionários na sua equipe. Seu objeti-vo será discutir como está a segurança na Universidade, checar o que não está funcionando, melhorar a distribuição da Guarda Universitária, verificar as porta-rias e ter reuniões mensais. Será criado também um grupo externo composto por policiais militares, delegados, repre-sentante da reitoria, representante da Comunidade USP e até mesmo empresá-rios que estejam interessados em ajudar e uma equipe de trabalho na Cidade Uni-versitária em conjunto com o IPT, IPEN, Marinha e Subprefeitura do Butantã. Assim os problemas do dia-a-dia como os de trânsito ou estouros de cano serão ser resolvidos rapidamente.

A Folha de São Paulo publicou que um curso de defesa pessoal seria dado aos alunos, mas o Professor Visintin des-mentiu e afirmou que nenhum aluno es-taria preparado para enfrentar crimino-sos, “quem morre afogado é quem sabe nadar, quando tem muita confiança”. Em casos de roubos a melhor reação é en-tregar tudo o que for pedido, contatar a Polícia Militar ou a Guarda Universitária em seguida e registrar um BO.

Naquela pesquisa, 93,8% são da Es-cola Politécnica e a maioria, 85,7%, fre-quenta a Cidade Universitária cinco ve-zes por semana, principalmente na Poli, nos Bandejões Central, da Prefeitura, da Física e da Química, na FEA, no CEPE, na ECA, na FAU, no IF, nas praças e no IQ e a grande parte entra e sai pelos portões P1, P2, P3, P’ e nos Portões de Pedestre da CPTM, da Vila Indiana e do Instituto Butantã. Das 259 pessoas: 10,6% foram vítimas de furtos, 2% também foram de furtos, mas não podem afirmar que foi no campus, e 2,4% de roubo; 61,6% conhecem alguém que foi vítima de furto, 38,4% conhecem vítimas de rou-bo, 7,1% conhecem vítimas de furtos, mas que não têm certeza se o crime foi praticado no campus, 5,9% conhecem vítimas de violência sexual e 5,5% co-nhecem vítimas de sequestros. Deles, apenas 3,5% se sentem seguros sempre, 43% se sente seguro na maioria das ve-

USP

zes, 4,3% não se sentem seguros nunca, 9,7% não se sentem seguros na maioria das vezes e 39,5% se sentem seguros so-mente quando está dentro dos prédios ou em lugares com grande movimento. Sobre a presença da Polícia Militar no campus, 70,5% são a favor, 15,1% são contra e o restante não tem opinião.

Os relatos feitos nas pesquisas são de furtos de celulares, calculadoras, com-putadores e equipamentos de labora-tório e estepes, roubos de carros e bici-cletas e violência sexual. Além disso, em um espaço reservado para comentários eles reclamaram que há trechos muito desertos, pouco monitoramento, pou-co policiamento, nenhum controle de acesso nos portões, carros em alta ve-locidade e pessoas e bicicletas correndo na contramão sem nenhuma punição ou alerta e vigias inativos que ficam dentro da guarita sem prestar atenção. Há tam-bém sugestões para a melhoria da segu-rança, mas todas elas vão ao encontro do projeto.

Como afirmou o Professor Visintin, “não é só a Polícia Militar e a Guarda Universitária, a segurança somos todos nós (...) ela é compartilhada”. Devemos todos seguirmos as instruções divulga-das no folheto de segurança SSPU, que pode ser encontrada no site da Prefei-tura do Campus (https://www.puspfc.usp.br/?p=209). As postagens nos gru-pos chegam aos ouvidos da SPPU, se-gundo o Professor, mas mesmo assim é importante que Boletins de Ocorrência, denúncias pelo aplicativo ou mesmo por contato direto com a Polícia Militar ou com a Guarda Universitária sejam realizados para que o atendimento e a solução do problema sejam efetuados de maneira mais eficiente. É necessário que as melhorias sejam sempre cobra-das e que cada indivíduo faça sua parte, como, por exemplo, respeitando as leis de trânsito dentro e fora dos estaciona-mentos.

Rafa Baldy,Engenharia de Materiais - 2º ano

Fotografia por: Samuel Ducca

Engenharia Elétrica - 1º ano

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Front da criação O homem cria a Arte, enquanto a

Arte recria o homem. Essa força de agir sobre os seres como o so-

nho ou a derrota o fazem, reinventando o real em irreal, traduzindo o intradu-zível, dizendo o indizível, exprimindo o inexprimível, como afirmava Leonardo da Vinci, faz da arte o resgate da essên-cia da vida: o poder de criar sentido

Desde o primitivismo o homem passou a criar imagens da sua luta de todos os dias. Talvez, quisesse representar seus feitos, revelar seus sonhos, denotar o ímpeto do momento ou a história de toda uma civilização, isto é, tentara criar sentido para a dança de neurônios em seu cérebro, conectando o plano ininter-pretável em significados subjetivos re-ais: imagens lascadas. Logo, a mente hu-mana ao valer-se da intenção artística, da procura de significantes em significa-dos, transformara planos numênicos em planos fenomenais, símbolos os quais mais tarde, instigariam mais neurônios, novas ideias, memórias e sentimentos.Nessa perspectiva, a abstração da de-finição da arte denota a mais cansativa busca do ser humano: a atemporal ex-

pedição pela identidade, daquilo que possa ser explicado, da configuração das origens e dos desejos, procuras as quais caracterizam a definição do “Eu” ou do outro, o “de onde se veio” ou o “para onde se vai” e, até mesmo, uma possi-bilidade de controle do incontrolável, como as ideias.

Assim, o cinema de Hitler criara aliena-ções e perspectivas de vitória e heroísmo para uma população temerosa, a música saciara os ouvidos surdos de Beethoven pela sensação da batida, a ficção salvara Goethe do suicídio real na pele do Jovem Werther, a tinta se desmantelara em horrores no quadro de Guernica reve-lando gritos e morte figurados e é assim que, usando-se de símbolos e intenções, a arte acaba por gerar significados e co-municar universalmente.

Do mesmo modo, a tentativa de con-trole determina a mesma busca pela significação como a anacrônica catalo-gação de genes, a desmitificação de for-ças invisíveis do Universo ou a discussão de evolucionismo versus criacionismo. Logo, na guerra da verdade, seja dos au-tos ou da própria identidade, o homem

foi resvalando suas marcas na história, construindo civilizações, matando Deus como afirmara Nietzsche ou canibali-zando-se como o lobo ao seu lado.

Nesse front surgira a arte, a única cria-ção desse perdido “homo sapiens” que cria novos “homo sapiens”, isto é, a cria-ção que renova o criador o qual deixa de ser cego, surdo e mudo da própria realidade. Assim como, na Arte, as ar-mas são a liberdade de significação e os suprimentos são como o “véu de Maia” schopenhauriano - isto é, a atemporal supremacia das derrotas acima das vi-tórias - da vida que alimenta as ideias, soldados que passam a nascer e morrer por causas perdidas diante do inimigo chamado razão.

Larissa ZipoliEngenharia Civil - 2º ano

É um dia chuvoso. Daqueles que encharcam os sonhos dos que po-dem desfrutar unicamente da ge-

lada calçada do restaurante barato do outro lado da rua para esticar os ossos. Sinto o vento infiltrar-se nas frestas de meu pesado casaco e as gotas chicotea-rem minhas faces descobertas. Chego à estação de metrô e esbarro no aconche-go paradoxal do calor humano. Ao en-trar no vagão mais próximo, fixo meus pensamentos no suave fechar das por-tas, subitamente interrompido pela bol-sa de uma senhorinha cuja postura fora curvada pelo inevitável passar dos anos. No momento, eram duas as opções a seu dispor: segurar firmemente a papelada médica, que certamente custara a obter, para mostrá-los a um ser descontente que atrasaria a consulta em pelo me-nos 40 minutos; ou segurar a si mesma. A outra mão livre sustentava o peso de seu corpo frágil, já enrugado e perme-ado com veias esverdeadas, numa ben-gala pastel que se fundia ao seu tom de pele. Antes de oferecer ajuda percebo o quão irresistível é me preocupar com o pouco tempo que restava até meu des-

tino. O ruído do alarme que desespera-va o trabalhador apressado atrapalha a batida da música que sai de meus sujos fones de ouvido. Que demora. Mais uma vez, a missão de colocar o trem em mo-vimento é impedida. O pedido de des-culpas murmurado é estapeado pela enxurrada de muxoxos e pelo ar solto de pulmões estressados. Uma moça de lábios chamativos e pálpebras cintilan-tes levanta do banco preferencial. Fi-nalmente. Enxergo pelo canto dos olhos uma tímida movimentação. Os fios pra-teados e rebeldes que haviam desviado dos grampos, escapavam por baixo do lenço estampado e sumiam cambalean-tes entre os passageiros. Eu só estava feliz por saber que meus cálculos talvez estivessem corretos e os olhares de re-provação estariam extintos do meu dia. Olho à minha frente e me deparo com as mesmas portas que tanto custaram a fechar salpicadas pela chuva. Sempre há a gota diferente, aquela mesma que apa-renta querer provar alguma coisa escor-rendo sobre as outras ao invés de ficar parada em seu devido lugar. Patético. Deslizando com singularidade, une-se à

vizinha, desmancha a menor, deixa seu rastro estampado no empoeirado vidro. O trem freia bruscamente e caio em cima de uma jovem à minha esquerda. Para-mos. Tenho vergonha o suficiente para ignorar as formalidades exigidas nesse tipo de situação. Ninguém reclama. Eu reclamo, onde está o quadro de gotas de há pouco? Vejo apenas linhas disformes riscadas à direita devido a uma lei que me citaram uma vez na escola. Ou eram duas? Newton foi mesmo um cara inteli-gente. Viajamos mais uma vez. Agradeço silenciosamente. Atraso na certa. Aque-la parcela minha refletida junto às gotas de nada me agrada. Meu cabelo está des-penteado, minhas olheiras, gigantescas. São 06h32min, ou algo parecido, não sei ao certo, esses ponteiros nunca acertam. O discreto 18 do meu relógio me faz lembrar que saí de casa sem desejar feliz aniversário para minha mãe. Acontece, a insatisfação pela falta do rotineiro café da manhã já preparado falou mais alto. As vibrações no meu bolso indicam que alguém está incomodado com a minha demora. Distraio-me e o típico trabalha-dor furacão que carrega uma mochila

ETC

com aparentes 20 quilos quase me der-ruba. Mal educado, poderia ter pedido licença. E a senhora, onde estaria? Pro-curo ao meu redor e vejo que não uma moça de maquiagem extravagante, mas um estudante em seus vinte e poucos dorme de boca aberta no banco que lhe fora destinado. Exceto o rosto marcado pelas rugas, nenhuma das testas ilumi-nadas pelos smartphones parecia se im-portar. Uma vergonha. Existe um nome bonito pra isso. Simpatia? Empatia? Não me lembro, apenas acredito que eu te-nha garantido aqueles pontos extras que garantem a viagem para o céu. Ah! Minha estação chegou. Desço a passos largos e triunfantes em direção às esca-das rolantes. Além do mais, não preciso subir nada por conta própria.

Camila ChristineEngenharia Civil - 1º ano

A corrida de sempre

Tentando o Impossívelpor Renné Magritte

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ETCHarry Poli

aqueles alunos.SCORPIUS: Ele conversou comigo no fim de semana. (Dá uma longa pausa) Hm, D., minha aula vai começar...SCORPIUS entra na sala. Cena 10Uma semana se passa. No vão do biênio, antes do almoço. ALBUS vai para o ba-nheiro e deixa D. e SCORPIUS sozinhos.SCORPIUS: Delphi, eu deveria ter te dito antes, na verdade... Bom, tem algo estra-nho entre a gente. Eu...DELPHI: Tudo bem, Scorpius, foi por causa daquele primeiro almoço. Por mim, não tem mais nada estranho entre a gente. (Sorri)SCORPIUS: (Sorri) Ok, eu... Hm. Queria te falar que conversei com Albus. Ele conversou comigo. (Pausa) Bom, ele me contou da sua ideia de (diminui o tom) voltar a 32 para salvar os alunos.DELPHI: (Baixinho também) Eu sei que seu (pequena pausa) relógio é somen-te para fins acadêmicos. Eu não quero te colocar em nenhuma situação que te deixe desconfortável ou que te dê pro-blemas.SCORPIUS: Não, tudo bem. Na verdade nós podemos tomar cuidado.DELPHI: E não vai ter perigo de ninguém nos reconhecer.ALBUS: (Aparecendo de repente) E usa-remos roupa da época!DELPHI: Albus! Você voltou! Estou tão emocionada. (Olha para S. e fala com emoção) Muito obrigada.

Ato 2 - Cena 1Madrugada, Rua Três Rios. Todos com vestimentas usadas na década de 30.DELPHI: Cheguei!ALBUS: Estou ansioso.SCORPIUS: Todos prontos?ALBUS e DELPHI concordaram com a cabeça. SCORPIUS tirou do pescoço o vi-ra-tempo antigo e amassado, passou sua corrente ao redor das cabeças de ALBUS e DELPHI e deu voltas suficientes para ir a 1932, na madrugada anterior à morte dos alunos.

Há uma lufada de luz. Um grande ba-rulho. O tempo para. E então começa a voltar, de vagar no início e então, ace-lera. O local estava bem diferente, mas definitivamente, era a Escola Polythech-nica.

ALBUS: Como vamos descobrir onde eles moram?

DELPHI: Tenho um plano. Venham!DELPHI vai para a entrada da antiga

Poli. ALBUS e SCORPIUS a seguem.DELPHI: Alohomora! (A porta se abre)

Vamos olhar nos arquivos, deve ter o en-dereço em algum lugar. Tenho a lista de quem temos que convencer a não estar no lugar errado na hora errada.

Continua na próxima edição d’O Poli-técnico!

Rafa BaldyEngenharia de Materiais - 2º ano

Imobilus! Para uma plena compre-ensão da pequena peça a seguir você deve ter lido Harry Potter and

the Cursed Child previamente. Se você pretende ler “a oitava história”, guarde esta edição com carinho (se quiser ler o Harry Poli mesmo assim, saiba que há um paralelo com a peça original, ou seja, contém spoilers indiretos e a leitu-ra será sem graça). Ou seja, leia logo o livro - a leitura é muito rápida!

Parte IAto 1 - Cena 1Durante a aula de Física IV.ALBUS: Como você consegue fazer 54 créditos? E como você encaixou Cálculo II na sua grade? Nossas grades são mui-to parecidas, não dava pra encaixar!SCORPIUS: Claro que dava, você não deve ter visto direito.ALBUS: Tá, mas como você encaixou to-dos os 54 créditos?SCORPIUS: Pedi requerimento de al-guns. (Sorri) Não quero ficar na Poli pra sempre.Algum relógio apita indicando 11 horas.SCORPIUS: Vamos bandejar?Cena 2Na mesa do Bandejão Central.ALBUS: Ainda não sei como você faz isso...SCORPIUS: O que? Eu tô com fome, ué! (De boca cheia)ALBUS: Não! Como você faz os 54 crédi-tos? Eu sei que não encaixa na sua grade.SCORPIUS: (Falando baixinho) Eu usei o Confundus Jupter...Uma menina senta no canto da mesa em que eles estavam.MENINA: Com licença.ALBUS e SCORPIUS: (Simultaneamente) Claro.SCORPIUS: (Somente para ALBUS) Como? Você conhecia esse feitiço?ALBUS: A Hermione é meio que minha tia, lembra?SCORPIUS: Ah... Nossa, eu amo quando tem lombo e farofa!ALBUS: Uhum... E, além desse feitiço, o que você faz? Porque você VAI nessas aulas todas.SCORPIUS: (Olhando para a menina, vol-tando para ALBUS e falando baixinho) Então você deve imaginar.ALBUS: Você tem mesmo o vi...A menina olha e desvia o olhar.ALBUS: ...Vinte Mil Léguas Submarinas?SCORPIUS faz uma careta. Terminam o almoço em silêncioCena 3Seguem para o estacionamento, entram no carro e fecham as portas.SCORPIUS: VOCÊ ESTÁ LOUCO?ALBUS: O quê?SCORPIUS: Você sabe! É segredo, eles não deveriam mais existir!ALBUS: Então estou certo? Você tem um?A menina os encara em pé, de frente para o carro. S. dá partida e sai com uma arrancada barulhenta.SCORPIUS: Acha que ela ouviu? Meu pai vai me matar.

Cena 4Laboratório de física experimental B no dia seguinte. A menina do bandejão se aproxima.MENINA: Posso fazer grupo com vocês?SCORPIUS olha para ALBUS com raiva. Passam alguns segundos em silêncio.MENINA: Meu nome é D. se é o que vo-cês estão se perguntando.Estica o braço para cumprimenta-los.ALBUS: (Cumprimentando) Ah, sim. Cla-ro, Delphi. Meu nome é Albus e o dele é Scorpius.Durante o experimento.DELPHI: Scorpius, quem assina Algelin II pra você?SCORPIUS a encara sem dizer uma pa-lavra.DELPHI: Scorpius, certo? Acho que você é da minha turma de Algelin, que é no mesmo horário que esta aula e eu pre-cisava de alguém pra assinar meu nome.ALBUS: Ah, uhm, é um amigo nosso! Acho que você não conhece.DELPHI: (Olhando para SCORPIUS) En-tendi. Cena 5ALBUS e SCORPIUS estão na fila da Mi-nerva. DELPHI chega de repente.DELPHI: Vocês já viram aquela estátua na civil que homenageia os politécnicos que morreram em 32?SCORPIUS: (Somente para ALBUS) Essa menina está perseguindo a gente.ALBUS: (Somente para SCORPIUS) Coi-tada.ALBUS: (alto, para DELPHI) Sim! É mui-to bonita.DELPHI: Já leu o poema? (Cita o poema – transcrever aqui) Tenho dó deles. Que-ria salvá-los. Cena 6Um semestre se passa e DELPHI senta--se com eles em todos os almoços. So-mente A. conversa com ela. No Bandejão Central.ALBUS: Você parece uma enciclopédia de história! E sabe tudo sobre 32.DELPHI: Eu gosto bastante.SCORPIUS: Você devia ter prestado his-tória, então. (Sai para buscar mais suco)DELPHI: Ele não gosta de mim.ALBUS não responde.DELPHI: Queria voltar para 32, ver de perto como foi!ALBUS: (Fascinado com a ideia) E ver os alunos da estátua.DELPHI: Sim! Uma pena não ter mais meio para fazer isso, com todos os vi-ra-tempos destruídos. Eu voltaria para salvá-los. Essas mortes me deixam tris-te. Eram alunos como a gente!ALBUS: Salvaríamos todos eles sem re-velar que somos do futuro!DELPHI: Claro! Nem poderíamos.SCORPIUS volta e a conversa para. DEL-PHI sorri para ele. Cena 7Cirquinho, lado de fora das salas. So-mente ALBUS e DELPHI.ALBUS: Você me deixou com vontade de voltar a 32!

DELPHI: Seria fantástico, mesmo! Mas S. nunca concordaria...ALBUS: Temos que tentar!ALBUS percebe que acabara de admitir que S. tinha o vira-tempo. D. dá um sor-riso reconfortante para ele, que acabou com seu temor de ter dito algo que não deveria para a pessoa errada. Sorri para DELPHI.ALBUS: Vou falar com ele. Cena 8No trânsito. SCORPIUS dirigindo.ALBUS: A Delphi não para de falar que gostaria de salvar os alunos da poli que morreram em 32.SCORPIUS: Você gosta bastante dela, né?ALBUS: Ela é uma pessoa muito boa. Co-mecei a ficar com dó desses alunos tam-bém. (Dá uma risada tímida)SCORPIUS: Ela já te convenceu.ALBUS: O quê? Não! Eu realmente acho que seria legal voltar a 32. E nós nunca fizemos nada... Nunca matamos aula, nunca saímos um dedinho da linha. Es-tou cansado disso.SCORPIUS: Comece a matar aula, então! Sempre tem alguém pra jogar truco por aí.ALBUS: Você sabe que eu não consigo. Mas entende? Queria quebrar as regras alguma vez! Fazer algo notável!SCORPIUS: Deveria entrar em algum grupo de extensão, participar do nosso CA, a Sonserina convidou todo mundo pra ir nas reuniões. Eles fazem coisas notáveis.ALBUS: Eu tô falando sério. Quebrar as regras. E eu queria fazer com vocês! Você também precisa disso, você faz 54 créditos! É humanamente impossível.SCORPIUS: “Trouxamente” impossível. Eu tenho tempo pra fazer. Não estou com problemas.ALBUS: Você só usa seu tempo para estudar. Vamos nos divertir, fazer algo bom!SCORPIUS: Quer realmente agradar a D., né?ALBUS: Quero! Ela, você e agradar a mim! Quero me divertir.SCORPIUS liga o som e começa a tocar Don’t Stop me Now.SCORPIUS: Seria bom divertirmos um pouco.ALBUS sorri e aumenta o volume. Cena 9Depois do fim de semana, às 7h25, DEL-PHI para SCORPIUS antes de ele entrar na primeira aula.DELPHI: Eu sei que eu fui invasiva. O Al-bus me contou da conversa de vocês na sexta.SCORPIUS: Vo...DELPHI: Eu sei. Eu sabia desde o come-ço. Já desconfiava, então ouvi um trecho da conversa de vocês no bandejão, vi a lista de presença das aulas da sua grade e liguei os pontos.SCORPIUS não diz nada.DELPHI: Não brigue com Albus, eu ar-ranquei a confirmação dele. Olha, eu sei que parece loucura e que eu não deve-ria ter feito isso, mas quero muito salvar

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

10

ETC

Por que lembrar?Escrevamos sobre história. Mas não

o falatório monárquico, nem a fa-lácia democrática. Esqueçamos da

hereditariedade e do universalismo. Ig-noremos os cartazes e os cânticos. Des-cansemos os lábaros estrelados. Hoje, só hoje! Lembremos da antiga rotina. Daquele chocolate quente com o esfran-galhado pijama do seu personagem fa-vorito. Das antigas histórias ilustradas com o abanar das mãos que ninavam, da narração do ranger da pesada cadeira de balanço que marcava o piso da varanda já gasto. Dos pequeninos e sujos pés ma-chucados pela caça àquela bola murcha que foi perdida no quintal do vizinho. Dos desenhos coloridos com a satisfação de quem escolhera perfeitamente quais cores mereciam ser usadas. Daquela sensação de ardor provocada pelo toque do anti-séptico no joelho recém ralado. Ah, as histórias. Não nos esqueçamos

das amizades eternas. De nossos com-panheiros inesquecíveis, os melhores, os únicos! Coitados de nós que mal sa-bíamos que os nomes seriam diferentes a cada ano. Dos cabelos emaranhados pela noite de sono mal dormida e dos uniformes inconfundivelmente sujos pelo kecthup da cantina. Da vergonha que ruborizava as bochechas, do primei-ro beijo nas escadas, das aulas substitu-ídas pela incrível sedução do baralho. Citemos ainda aquela caneta que tinha o poder místico de aparecer ou sumir sem motivos aparentes. Assistamos o brotar de lágrimas emocionadas na colação de grau e agradeçamos silenciosamente ao Wikipédia. Abracemos uma última vez a época substituída pela pressão. Pela dúvida. Pela saudade. Saudade do tem-po previsto, do tempo perdido. Saudade de eleger o melhor vilão ou a melhor cena de luta. Aquela saudade de Cecília:

“De que são feitas as coisas”de Mark Miodownik

Assim que escrevi a resenha do livro “E se?” de Randall Munroe para a edição passada, decidi que

deveria iniciar a leitura de um outro li-vro - um também sobre ciências. Olhei, então, para a minha estante e vi aquela lombada vermelha com o escrito bran-co “Miodownik | DE QUE SÃO FEITAS AS

COISAS | Blucher”.Ele estava acumulando pó desde de-

zembro de 2015, quando o comprei em um impulso consumista na 17ª Festa do Livro da USP. Eu estava no stand da Blu-cher vendo aqueles livros maravilhosos e notei várias mãos em direção a uma pi-lha com uma certa determinação. Olhei melhor: a capa não era das mais incrí-veis, confesso, e parecia ser mais um daqueles que prometem uma linguagem acessível e agradável, mas é, na verdade, maçante. Mesmo assim, minha compul-são falou mais alto e agarrei meu exem-plar. Afinal, não devemos julgar um livro pela capa, não é? “Tem tudo a ver com meu curso [Engenharia dos Materiais]”, pensei, “e tem o aviso “Prêmio Winton de livros de ciências da Royal Society”, seja lá o que isso significa”.

Tirei-o de minha estante para que ele ficasse por um tempo perambulando pelo meu quarto até que, no dia 10 de agosto, criei coragem e iniciei sua lei-tura. Logo na introdução, parte que eu geralmente leio desinteressada e com pressa, me arrependi por não ter come-çado a ler antes! A maneira leve, fluida e divertida da escrita me deu vontade de continuar.

O livro fala sobre, essencialmente, 10 materiais. Vai da importância das es-padas ao acaso do aço inoxidável, do concreto e o jardineiro ao (inesperado!) chocolate. Da importância da espuma no espaço ao grafite e seus famosos primos. O best-seller Explica o motivo das pági-nas amareladas dos meus antigos e que-ridos livros e comenta o peso de uma notícia quando impressa neste tipo de papel que está em suas mãos. Nos conta, também, a incrível relação do plástico com o faroeste em uma deliciosa nar-rativa em forma de roteiro! Fala sobre o vidro e como ele mudou totalmente nossa experiência com as bebidas e da importância gastronômica e econômica da porcelana. Além de relacionar os ma-teriais com a sociedade e com a história, há a relação com a vida, a relação íntima com nossos órgãos: os biomateriais nos implantes.

A leitura é empolgante e com um toque de humor que realmente tira “uau”s e risinhos. Fui totalmente surpreendida pela linguagem de Miodownik, que faz com que o livro seja acessível para lei-gos, para estudantes de Engenharia dos Materiais como eu e, ouso dizer, que até para doutores. Interessante para os

curiosos: este é um daqueles livros que nos deixam com vontade de um pouqui-nho mais. Somente interrompi sua leitu-ra pela P1 e pelo Harry Potter and the Cursed Child, motivos totalmente com-preensíveis, certo?

“De que são feitas as coisas”, de Mark Miodownik pode ser encontrado no site da Saraiva por R$27,20*. Apesar de nada substituir uma deliciosa ida a uma livra-ria física, os preços na internet cabem mais no nosso bolso universitário. Mas, lembre-se sempre de comprar em sites seguros como Amazon, Saraiva e Sub-marino, que estão cheios de promoções e os preços dos fretes competem com nosso Bandeco.

*Até o fechamento da edição, no dia 26/11.

Rafa BaldyEngenharia de Materiais - 2º ano

constante, sem egoísmo algum. Onde foi parar a coragem de visitar, ligar, pergun-tar? De fazer o dia melhor com uma cer-veja ou com um filme francês em preto e branco. Resgatemos a sinceridade in-gênua que pontilha brilhantemente pe-quenos olhos, a mesma que desconstrói os grandes. Ousemos sentir, dizer. Dizer que o eu do passado tinha pouco saber, mas muito a ensinar. Pensemos que hoje ensinamos algo que não sabemos, en-xergamos o que queremos. Busquemos então, a diversidade. Ao seu redor, conte não a si, conte quantas. Diga-me, pois, o que você tem a contar?

Camila ChristineEngenharia Civil - 1º ano

Page 11: Segurança existe? · LP (Long Play), cujo material de fabrica-ção é o PVC, cloreto de vinila. A bolacha musical começa sua vida como uma coroa circular de alumínio com o diâmetro

O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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POLITRECO

Últimas manchetes do anoNúmero de aprova-

dos sobe e professo-res se perguntam o

que fizeram de errado

Devida a alta aprovação dos alunos da escola politécnica no semestre passado, reuniões entre professores se tornaram mais frequentes para a discussão sobre o que de errado. Novas propostas veem surgindo como solução, como: aulas me-nos claras, slides que não explicam nada e até mesmo estabelecer conexão com professores do ITA para se obter provas que “desafiem” mais o estudante.

Após P3 de Calculo 1, bixos começam a tomar leite desnata-do para fugir de in-tegral

Estudos provindos das indústrias relatam diminuição nas vendas de lei-te integral, a data da repentina queda é

equivalente ao dia pós P3 de cálculo 1, matéria em que todos os calouros da es-cola politécnica são submetidos a fazer.

Estudantes afirmam que não aguen-tam mais estudar integrais que até o nome os faz lembrar do sofrimento que foi estudar para essa prova final, por isso pedem aos pais que não comprem mais nada com a tal palavra. Industrias panificadoras ficam com receio.

Alunos descobrem a razão das aulas de slides serem rápidas

Alunos da Escola Politécnica, revolta-dos com aulas de slides muito rápidas, decidiram investigar o motivo de suas aulas, a maioria de slides, passarem muito mais rápidas que as outras. A des-coberta, deveras reveladora, mostrou que todos dormiam sem perceber na aula, enquanto professor lia e passava os slides.

Os estudantes relataram que para eles parecia um piscar de olhos. “Fiquei espantado quando o professor estava no segundo slide e depois de uma piscada

mais demorada já estava no último” afir-ma aula preocupada com matéria perdi-da diante dos olhos.

João Pedro Darim AzevedoEngenharia de Minas - 1º ano

TIRINHADA CAMI

E para aquela velha manchete do nabo de fim de semestre:

vai que dá!

*Piada original de conhecimento popular, sem autor conhecido

Camila Christine - Engenharia Civil - 1º ano

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O Politécnico São Paulo, Novembro de 2016

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