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SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO: ESTUDO COMPARATIVO NAS CERÂMICAS DA REGIÃO LESTE DE RONDÔNIA 1 Sirlei Soares dos Santos 2 RESUMO: Esta pesquisa científica tem por objetivo analisar a implantação da segurança do trabalho em cerâmicas. Trata-se de um estudo desenvolvido nas cerâmicas da região leste de Rondônia, localizadas nos municípios de Pimenta Bueno, Cacoal, Vilhena e Ji-Paraná. O estudo é de caráter exploratório e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se do método de raciocínio dedutivo. Nas técnicas de coletas de dados utilizou-se: pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas e protocolo de observação não participante. Os participantes da pesquisa foram 10 funcionários do setor da produção de cada cerâmica e os respectivos proprietários ou gerentes, totalizando 66 pesquisados. Foi realizado um estudo sobre o risco de acidentes no setor cerâmico; as condições do ambiente de trabalho, as principais causas dos acidentes de trabalho nas cerâmicas e a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI). Os resultados demonstram que as condições do ambiente de trabalho das cerâmicas pesquisadas se diferem principalmente quanto aos aspectos de iluminação e ventilação. O ritmo de trabalho acelerado e a falta de atenção dos próprios trabalhadores são os principais fatores que podem causar acidentes. Os Equipamentos de Proteção Individual mais comuns nas cerâmicas são os protetores auriculares, as luvas, as botinas e os capacetes. O índice de funcionários que deixam de usar os equipamentos é alarmante em uma cerâmica de Pimenta Bueno e uma de Ji-paraná, cerca de 70% dos funcionários destas cerâmicas não utilizam os equipamentos porque causam desconforto e atrapalham a função. Os EPIs são disponibilizados gratuitamente pelas empresas e substituídos imediatamente quando já estão gastos ou defeituosos. PALAVRAS-CHAVE: Segurança do Trabalho; Uso de EPI; Cerâmicas Região Leste. INTRODUÇÃO A evolução tecnológica nos meios de produção em massa ocasionou um aumento na produção de produtos e serviços, para ter uma produção em larga escala, as indústrias passaram a exigir fatores como eficácia e agilidade dos seus empregados. Este ritmo acelerado acarretou uma série de consequências para a empresa e para o empregado, dentre estas, pode-se citar os acidentes relacionados 1 Artigo apresentado ao Departamento de Administração da Fundação Universidade Federal de Rondônia Campus de Cacoal, sob a orientação do Prof. Me Ademir Luiz Vidigal Filho 2 Acadêmica graduando em Administração pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – Campus Cacoal. E-mail [email protected]

SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO: ESTUDO … · métodos produtivos e implantação de tecnologia de maquinários. A condição em que se produzem os materiais cerâmicos e os riscos

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SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO:

ESTUDO COMPARATIVO NAS CERÂMICAS DA REGIÃO LESTE DE

RONDÔNIA1

Sirlei Soares dos Santos2

RESUMO: Esta pesquisa científica tem por objetivo analisar a implantação da segurança do trabalho em cerâmicas. Trata-se de um estudo desenvolvido nas cerâmicas da região leste de Rondônia, localizadas nos municípios de Pimenta Bueno, Cacoal, Vilhena e Ji-Paraná. O estudo é de caráter exploratório e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se do método de raciocínio dedutivo. Nas técnicas de coletas de dados utilizou-se: pesquisa bibliográfica, questionários, entrevistas e protocolo de observação não participante. Os participantes da pesquisa foram 10 funcionários do setor da produção de cada cerâmica e os respectivos proprietários ou gerentes, totalizando 66 pesquisados. Foi realizado um estudo sobre o risco de acidentes no setor cerâmico; as condições do ambiente de trabalho, as principais causas dos acidentes de trabalho nas cerâmicas e a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI). Os resultados demonstram que as condições do ambiente de trabalho das cerâmicas pesquisadas se diferem principalmente quanto aos aspectos de iluminação e ventilação. O ritmo de trabalho acelerado e a falta de atenção dos próprios trabalhadores são os principais fatores que podem causar acidentes. Os Equipamentos de Proteção Individual mais comuns nas cerâmicas são os protetores auriculares, as luvas, as botinas e os capacetes. O índice de funcionários que deixam de usar os equipamentos é alarmante em uma cerâmica de Pimenta Bueno e uma de Ji-paraná, cerca de 70% dos funcionários destas cerâmicas não utilizam os equipamentos porque causam desconforto e atrapalham a função. Os EPIs são disponibilizados gratuitamente pelas empresas e substituídos imediatamente quando já estão gastos ou defeituosos. PALAVRAS-CHAVE: Segurança do Trabalho; Uso de EPI; Cerâmicas Região Leste. INTRODUÇÃO

A evolução tecnológica nos meios de produção em massa ocasionou um

aumento na produção de produtos e serviços, para ter uma produção em larga

escala, as indústrias passaram a exigir fatores como eficácia e agilidade dos seus

empregados. Este ritmo acelerado acarretou uma série de consequências para a

empresa e para o empregado, dentre estas, pode-se citar os acidentes relacionados

1 Artigo apresentado ao Departamento de Administração da Fundação Universidade Federal de Rondônia Campus de Cacoal, sob a orientação do Prof. Me Ademir Luiz Vidigal Filho 2 Acadêmica graduando em Administração pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – Campus Cacoal. E-mail [email protected]

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ao trabalho, que por sua vez, geram custos excedentes para a empresa.

A realidade brasileira apresenta um número elevado de acidentes no

trabalho, os impactos dos mesmos requerem prevenção, pois os danos causados ao

trabalhador trazem prejuízos à empresa e custos resultantes para a sociedade.

Primar pela segurança exige uma gestão voltada para a competência administrativa,

para um planejamento estratégico voltado para a proteção, capaz de diminuir riscos

e incidir em resultados positivos para a qualidade de vida dos funcionários, os

empresários e a sociedade.

As indústrias por utilizarem atividade humana na produção dos seus bens e

serviços devem se atentar quanto ao ambiente de trabalho e condições de

segurança de seus empregados. Segundo O Ministério da Previdência Social –

MPAS (BRASIL, 2013) em 2011 foram registrados 711.164 acidentes e doenças de

trabalho. Esta frequência ressalta a necessidade da conscientização dos

trabalhadores e comprometimento da organização quanto à segurança do trabalho.

O presente Artigo versa sobre a segurança no trabalho situado no setor

cerâmico, segundo a Associação Nacional da Indústria Cerâmica (ANICER) o

segmento representa 4,8% da indústria da Construção Civil, já soma mais de 6 mil

empresas em todo o país e é responsável pela geração de mais de 1 milhão de

empregos entre diretos e indiretos, (ANICER, 2011).

A indústria cerâmica utiliza atividade humana em seu processo de produção,

por isso busca-se analisar qual a realidade dos trabalhadores no desempenho de

suas funções e apontar a melhor forma de proteção ao empregado em face dos

riscos do trabalho e de diminuição dos índices de acidente do trabalho. Diante do

exposto realizado um estudo de campo junto às empresas do ramo de cerâmicas da

Zona Leste do estado de Rondônia.

Na realização de um trabalho sério e consistente frente ao tema proposto, o

presente Artigo se compôs de um organograma estrutural onde ficou definida a

problemática a ser abordada de acordo com as normas da ABNT. Utilizou-se em sua

execução métodos como pesquisa documental, levantamento bibliográfico, visitas

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para conhecimento da realidade através da técnica de observação não participante,

além de questionários e entrevistas.

O objetivo geral da pesquisa é verificar o risco de acidentes no setor

cerâmico, para isso foram traçados três objetivos específicos; detectar as condições

do ambiente de trabalho, determinar as principais causas dos acidentes de trabalho

nas cerâmicas e verificar a utilização dos equipamentos de segurança (se estes

forem fornecidos). Desta forma, a presente pesquisa buscou conhecer como as

cerâmicas da região leste do estado de Rondônia estão se adequando as exigências

de segurança do trabalho para o segmento.

O ambiente de produção das cerâmicas vermelhas carece de melhorias nos

métodos produtivos e implantação de tecnologia de maquinários. A condição em que

se produzem os materiais cerâmicos e os riscos de acidentes foram alvos desse

estudo, por se tratar de assunto indispensável para qualquer indústria que utiliza

mão de obra no processo produtivo. Negligência nas técnicas e métodos de

segurança é uma falha que pode acarretar indenizações e prejuízos financeiros.

O estudo da segurança no ambiente de trabalho das cerâmicas tem grande

valia principalmente para os empresários do segmento, pois os resultados

proporcionarão conhecimento às empresas com relação às percepções e métodos

que podem ser empregados e outros que precisam ser melhorados. A realização da

presente pesquisa, poderá ainda contribuir com futuros estudos sobre o tema.

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 ACIDENTES DE TRABALHO

Acidentes são fatos não esperados, muitas vezes desastrosos, que podem

causar danos pessoais ou danos materiais, conforme conceitua Ferreira (1993, p.

11). Porém, existem aqueles riscos que são previsíveis e possibilita seguir métodos

para evitar, visto que quando se trata de acidente no trabalho a empresa é

responsável pela adoção de medidas cabíveis, seguindo as normas de segurança,

tendo também como obrigação informar sobre os ricos das operações.

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A Lei nº. 8213/91, artigo 19 da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT

(BRASIL, 2013), estabelece que acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo

desempenho de determinada função a serviço da empresa, e que pelo exercício do

trabalho, o acidente provoque lesão corporal, perturbação funcional ou doença, que

cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o

trabalho.

Os dados do Ministério da Previdência Social – MPAS (BRASIL, 2013)

apontam que em 2011 foram registrados 711.164 acidentes e doenças de trabalho,

número este alarmante mesmo se tratando apenas de trabalhadores assegurados

pela Previdência Social, ou seja, os dados não incluem trabalhadores autônomos e

empregadas domésticas. Entre esses registros contabilizou-se que parte destes

acidentes e doenças teve como consequência o afastamento das atividades de

611.576 trabalhadores devido à incapacidade temporária e 14.811 trabalhadores por

incapacidade permanente, e ainda o óbito de 2.884 cidadãos.

1.2 RISCOS E CAUSAS DOS ACIDENTES NO AMBIENTE DE TRABALHO

São diversos os riscos que expõem os trabalhadores nas indústrias de

cerâmicas vermelhas. De acordo com Paladino (2013), auditor fiscal da delegacia

regional do trabalho no Rio de Janeiro, os principais riscos relacionados às

atividades ceramistas encontram-se no setor de matéria prima, no setor de

maromba, setor de secagem e fornos e setor de expedição.

No setor de matéria prima e maromba existe o risco relacionado a ruídos,

caracterizado como risco físico, que segundo o autor Ferreira (1993, p. 615) significa

sons prolongados, barulhos indesejados com intensidade frequente, que pode não

haver consequências imediatas, mas ao longo do tempo causa perda auditiva. As

autoras Fernandes e Marota (2002, p. 706) afirmam que a Perda Auditiva Induzida

por ruídos - PAIR “são decorrentes de exposição ocupacional sistemática a níveis de

pressão sonora elevados”, não somente os ruídos causam perda auditiva nos

trabalhadores, outros fatores também influenciam como exemplo exposição a

temperaturas extremas.

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Ainda no setor de matéria prima e maromba os trabalhadores do setor de

cerâmica vermelha também estão expostos à poeira, caracterizada como risco

químico. Segundo Santos (2001, p. 23) as partículas presentes no ambiente de

trabalho prejudicam o sistema respiratório, que em curto prazo causa irritações no

nariz e garganta e em longo prazo tornam difíceis de tratar, por exemplo, doenças

graves tais como pneumuconiose e câncer.

Há riscos relacionados a problemas ergonômicos, visto que ergonomia é a

ciência que estuda o método e condições de trabalho em função das relações entre

o homem e a máquina. Ferreira (1993, p. 277) afirma que problemas ergonômicos

são causados por esforço excessivo, movimentação de material, ambiente de

trabalho, arranjo físico de estações de trabalho, demandas do trabalho e fatores tais

como repetição, vibração, força e postura estática, relacionada com lesões

musculoesqueléticas, esses tipos de lesões são físicas.

Assim, os acidentes devem ser observados sob uma visão humana, pois, em

muitos casos os acidentes no trabalho são graves, podendo causar invalidez,

problemas psicológicos ou até mesmo serem fatais. Avaliar e considerar as falhas

humanas são muito importantes para administrar eficazmente a relação entre

trabalhador e a segurança no trabalho.

1.3 PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO Ambas as partes, empregador e empregado, precisam entender que a

prevenção de acidentes é a melhor solução. O trabalhador deverá entender que

trata-se de sua própria segurança, que em caso de acidente ele é o maior

prejudicado, pois dependendo da gravidade ficará sequelas para toda vida, devendo

submeter-se a cirurgias corretivas, tratamentos, fisioterapias, etc. O empregador

ficará sujeito a arcar com indenizações e punições variadas dependendo da

gravidade.

Segundo Binder (2003) os acidentes de trabalho podem ser prevenidos de

duas formas: neutralizando ou eliminando os fatores capazes de desencadeá-los.

Para evitar a os acidentes, as empresas adotam programas de prevenção de

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acidentes que visam eliminar as condições inseguras e reduzir os atos inseguros.

A redução dos acidentes é um dos mais fortes desafios à inteligência do

homem, pois, apesar da aplicação de grandes somas de recursos no trabalho de

prevenção, os acidentes continuam ocorrendo (CARDELLA, 2010). Portanto, as

medidas preventivas aos acidentes de trabalho devem ser aplicadas de maneira

contínua para evitar a sua ocorrência.

Cabe também à organização oferecer condições favoráveis, orientando,

conscientizando sobre a importância da segurança no trabalho por meio da

realização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT),

disponibilizando palestras relacionadas à segurança e a higiene e também como os

trabalhadores podem aplicar a segurança em todos os ambientes e não somente no

trabalho.

1.3.1 Equipamentos de Proteção

A melhor maneira de minimizar os custos de uma indústria é investir em

segurança do trabalho, pois, acidentes podem trazer inúmeros prejuízos à empresa,

gerando encargos com advogados, perdas de tempo, de materiais e de produção e

principalmente a perda da motivação do funcionário (PEDROTTI, 2006).

A empresa deve estar atenta à implantação de trabalho de prevenção e

orientação, atribuir o devido valor a um sistema de palestras e treinamentos. É

importante o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Equipamento

de Proteção Coletiva (EPC’s) para minimizar os acidentes e as lesões em função

destes.

1.4 CONCEITO DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Ao ser analisada a palavra segurança pode-se perceber sua estreita ligação

com proteção. Buscar formas de proteção para os funcionários é se voltar para uma

gestão que priorize a segurança. Segundo Ribeiro (1999) a segurança no trabalho

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pode ser implantada quer seja pela instrução ou pelo convencimento das pessoas, o

autor a conceitua como um conjunto de metodologias para prevenção de acidentes.

Desta forma, devem-se conhecer os ambientes que possam oferecer riscos

dentro de uma empresa e também inserir os melhores métodos para garantir que

estes riscos sejam minimizados para que os trabalhadores exerçam suas atividades

de uma maneira mais eficaz, sem que sua saúde e qualidade de vida sejam

afetadas. Chiavenato (1998, p. 362) define segurança do trabalho como:

O conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas sobre a implantação de práticas preventivas. Chiavenato (1998, p. 362)

A segurança no trabalho está ligada inteiramente à administração de riscos

ocupacionais. A preocupação em incrementar a segurança do trabalho nas

empresas se justifica porque os danos decorridos dos acidentes podem muitas

vezes tornar o trabalhador incapacitado (perda de membros), causando sofrimentos

às pessoas, problemas sociais, bem como perdas econômicas e em muitos outros

casos podem ocorrer à morte.

Galafassi (1999) ressalta que algumas técnicas podem ser empregadas para

conciliarem o processo educativo dos trabalhadores quanto os aspectos

relacionados à saúde e segurança no trabalho. Assim, estas técnicas podem ser

estabelecidas conforme o quadro 01:

Quadro 01: Técnicas Educativas de Segurança no Trabalho Técnicas empregadas Objetivos esperados

Orientação individual: Estabelecer um contato direto entre o profissional da saúde com o trabalhador, no sentido de criar soluções adequadas para os problemas.

Palestras/reuniões/

discussões:

Tem o intuito de informar sobre temas importantes no quais estes possam estar inseridos.

Exibição de áudios: Técnica bastante eficaz que permite a visualização rápida e também a memorização da informação.

Folhetos: Informar os trabalhadores para sobre os cuidados básicos em relação a saúde e segurança

Cartazes: Devem ser utilizados em locais onde haja grande circulação de pessoas com finalidade de informar e salientar sobre a necessidade de adoção de ações preventivas

Fonte: Adaptado de Galafassi (1999, p. 42).

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E é neste sentido, que a segurança do trabalho é de vital importância para

uma empresa, pois além de haver um comprometimento com a saúde e o bem estar

de seus colaboradores, evita gastos econômicos e agrega valor à organização. Na

visão de Cardella (2010) a função segurança é definida como um conjunto de ações

que possam reduzir danos e perdas provocados por agentes agressivos

O cliente externo exige o quesito qualidade, seja esta adquirida em produtos

ou serviços, enquanto que, o cliente interno da cadeia produtiva, ou seja, os

funcionários devem exigir segurança, condições favoráveis para ajudar o

desenvolvimento da empresa através de suas atividades desempenhadas. Neste

contexto Cardella (2010, p. 35) complementa:

As organizações têm quatro clientes: o consumidor, o componente, a sociedade e o patrocinador. [...]. Essas funções devem, portanto, ser tratadas com igual nível de importância. [...]. A produtividade proporciona salários aos componentes (empregados), lucros ao patrocinador (acionista), benefícios sociais à comunidade e recursos para desenvolver a organização. A qualidade dos produtos conquista consumidores e, consequentemente, gera recursos. Segurança evita danos a pessoas, meio ambiente e patrimônio, e aumentam a produtividade. (Cardella 2010, p. 35)

Desta forma, a segurança no trabalho deve ser levada a sério, e deve ser

destinada principalmente para garantir a segurança e condições favoráveis para que

os trabalhadores possam exercer suas atividades. Os empregados são clientes da

organização, sua importância no processo de lucratividade é fundamental.

1.5 SEGURANÇA NO TRABALHO E A LEGISLAÇÃO

Embora, o segmento das indústrias tenha avançado ao longo dos anos, o

sistema de prevenção de acidentes evoluiu em rimo diferenciado, um cenário

desfavorável para a classe dos trabalhadores e com consequências acentuadas no

financeiro da organização. Para Pacheco Júnior et. al. (2000, p.28):

As normas legais visam atender aos requisitos técnicos mínimos, nem sempre suficientes para tratar da questão de segurança e saúde ocupacional, existe a premissa de que a segurança e medicina do trabalho é apenas um peso legal que as empresas e os órgãos governamentais devem arcar, nem sempre contribuindo para os processos organizacionais e muito menos para com a sociedade. (Pacheco Júnior et. al. 2000, p.28)

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O desafio da segurança do trabalho é garantir que os avanços na área da

produção em massa saiam do papel e sejam implementados, empregando no

processo de conscientização, metodologias eficazes distintas que melhorem as

condições do ambiente de trabalho e garantam segurança ao trabalhador e à

organização ao qual está inserido. No Brasil a proteção legal do trabalhador contra

doenças e acidentes de trabalho vem se desenvolvendo, a primeira Lei surgiu em

1919 com o Decreto legislativo nº. 3.724 de 15 de janeiro, que neste caso exigia

reparação apenas em caso de moléstia, a partir deste surgem novas leis e

alterações.

O ano de 1943 foi um marco para o direito à integridade do trabalhador, pois

foi o ano em que ocorreu a regulamentação do capítulo que trata da Segurança e

Medicina do Trabalho no Brasil, Consolidado nas Leis do Trabalho (CLT), as quais

foram alteradas em 1977, já em 1978 ocorre mais um avanço com a publicação da

Portaria n. 3.214, que aprova as Normas Regulamentadoras – NR (REIS, 2007).

Para a análise dos conceitos abordados neste trabalho, algumas normas devem ser

tomadas como base, para gerar um entendimento objetivo a respeito do assunto.

1.6 NORMAS DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICA VERMELHA

Existem 31 (trinta e uma) normas regulamentadoras relacionadas à

segurança e saúde do trabalhador – SST, estabelecidas na lei 6 514 de 22 de

dezembro de 1977, conforme Paladino (2013), listadas no Quadro 02:

Quadro 02: Normas Regulamentadoras Relacionado à SST NR1 – Disposições Gerais NR2 – Inspeção Prévia NR3 – Embargo e Interdição NR4 – SESMT NR5 – CIPA NR6 – EPI NR7 – PCMSO NR8 – Edificações NR9 – PPRA NR10 – Instalações Elétricas NR11 – Movimentação e Transporte NR12 – Máquinas e Equipamentos NR13 – Caldeiras e Vasos de Pressão NR14 – Fornos NR15 – Atividades e Operações Insalubres NR16 – Atividades e Operações Perigosas NR17 – Ergonomia

NR18 – Construção Civil NR19 – Explosivos NR20 – Substâncias Inflamáveis NR21- Atividades a céu aberto NR22 – Atividades subterrâneas NR23 – Proteção contra incêndio NR24 – Condições de Higiene e Conforto NR25 – Resíduos Industriais NR26 – Sinalização NR27 – Técnico de Segurança do Trabalho NR28 – Penalidades Nr29 – Operações Portuárias NR30 – Atividades Marítimas NR31 – Atividade Rural

Fonte: Adaptado de Paladino (2013)

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As normas destacadas no quadro 05 são as que regulamentam os principais

riscos na área de segurança e saúde do trabalhador em cerâmica vermelha, estão

relacionadas aos riscos quanto a ruídos, poeiras, operação de equipamentos

motorizados, eletricidade, máquinas e equipamentos, edificações e ergonomia entre

outros. Para melhor esclarecimento serão relacionadas a seguir as NRs aplicáveis a

este estudo:

NR 05: CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)

NR 06: EPI (Equipamento de Proteção individual)

NR12: Segurança em máquinas e equipamentos

A NR-5 (Norma Regulamentadora) trata da Comissão Interna de Prevenção

de Acidentes de Trabalho, a CIPA, que é constituída em empresas que possuam

acima de 20 empregados, com representantes do empregador e dos empregados.

(MARTINS, 2005). A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como

objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tendo de

acordo com a norma que a regulamenta, algumas das atribuições são descritas no

Quadro 03:

Quadro 03: Atribuições da CIPA

Atribuições da CIPA

Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos;

Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.

Fonte: Adaptado de Martins (2005).

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Cabe à CIPA atuar de forma contínua para a melhoria das condições de

trabalho dos colaboradores de uma determinada empresa, acreditando que suas

condições ambientais podem ser modificadas positivamente e incentivando a todos

a lutar por essa melhoria. Para isso, busca parceria com os demais departamentos,

bem como, assessoria de serviços especializados em segurança e medicina do

trabalho, norteando assim, um planejamento estratégico que contemple ações de

prevenção de acidentes.

A NR-06 trata dos equipamentos de proteção. Para Costa (2007, p.42) os

equipamentos de proteção podem ser divididos em Equipamentos de Proteção

Individual e Equipamentos de Proteção Coletiva:

EPI :De acordo com a NR- 6, Equipamento de Proteção Individual – EPI é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho; EPC: Podem ser considerados os dispositivos, sistema, ou meio fixo ou. móvel de uso coletivo, cuja finalidade é preservar a integridade física e saúde dos trabalhadores e também de terceiros.

A norma ainda define como competência do empregador (no que se refere

ao uso de EPI): adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade e o mesmo deve

ser oferecido pela empresa, esta por sua vez deve fazer o acompanhamento

necessário quanto às orientações de uso dos equipamentos, conservação, troca

periódica ou quando o mesmo estiver danificado sem condições de uso, deve

substituir imediatamente.

Quanto ao empregado, compete a este usar o EPI apenas para a finalidade

a que se destina, ou seja, de acordo com a função que desempenha;

responsabilizar-se pela guarda e conservação; comunicar ao empregador qualquer

alteração que o torne impróprio para uso; e cumprir as determinações do

empregador sobre o uso adequado.

A NR 12 tem como princípios gerais a proteção do trabalhador, as garantias

e medidas seguras de trabalho, por parte do empregador e máquinas que atendam

ao princípio da segurança em sua utilização. Para que esses princípios sejam

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cumpridos, a empresa precisa se organizar de obedecendo critérios descritos no

Quadro 04:

Quadro 04: Critérios que Contemplam a NR 12 CRITÉRIOS ITENS A SEREM OBSERVADOS

Arranjo físico nas instalações Máquinas, equipamentos, espaço, piso e locais fixos.

Instalações e dispositivos elétricos Prevenção contra falhas, proteção contra sobretenção e água, cuidados de instalação, observação às normas técnicas, acesso restrito e vias de acesso sempre fechadas.

Dispositivos de partida, acionamento e parada

Áreas seguras, utilizados em emergência, não serem automáticos, atuação síncrona, monitoração, devem ser operados por apenas 01 pessoa, mostrar sinal luminoso quando utilizado, sinal sonoro de alarme, medidas de alerta.

Sistema de segurança Apropriados com o local, atender aos requisitos: segurança, responsabilidade e paralisação de meios perigosos.

Meios de acesso permanente Elevadores, rampas, plataformas ou escadas de degraus fixos e seguros, grades ou gaiolas de proteção.

Componentes pressurizados Medidas de proteção contra riscos de vazamento e pressão.

Aspectos ergonômicos Atender as necessidades do empregado, garantir sua movimentação com postura e apoios adequados.

Riscos adicionais Adotar medidas de segurança de acordo com os riscos existentes: substâncias perigosas, radiação, vibração, ruído, calor, materiais pirofóricos e superfícies aquecidas

Manutenção, inspeção, preparação, ajustes e reparos

Realizar manutenção preventiva e corretiva apenas por profissionais habilitados, com registros disponíveis aos trabalhados envolvidos na operação. Atendimento às normas técnicas nacionais sempre que preciso.

Sinalização Cores, símbolos, inscrições, sinais luminosos ou sonoros em todas as fases de operação.

Procedimentos de trabalho de segurança Devem ser elaborados passo a passo, a partir da análise de riscos.

Projeto, fabricação, importação, venda, locação, leilão, cessão a qualquer título, exposição e utilização

Segurança intrínseca em todas as suas fases. Obrigatoriamente a exposição deve atender aos dispositivos da NR 12.

Capacitação O profissional deve estar devidamente habilitado, qualificado e autorizado.

Outros Requisitos específicos de segurança

Ferramentas e materiais adequados, proibir porte de ferramentas manuais em locais não apropriados.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2013) adaptado pela autora

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A NR 12define medidas de proteção através de referências técnicas, visando

garantir a segurança e saúde do trabalhador, nas fases de projetos e utilização de

máquinas e equipamentos de todos os tipos. A NR-12, estabelecida pelo Ministério

do Trabalho e Emprego – MTE (2013) apresenta mais de 150 (cento e cinquenta)

itens de normas técnicas relacionadas à segurança no trabalho em máquinas e

equipamentos. Todas as empresas que possuem equipamentos que apresentam

riscos ao trabalhador, estão submetidas à NR-12, podendo para tanto adotar

medidas de proteção coletivas, administrativas, organização de trabalho e proteção

individual.

Entende-se com isso, que as medidas preventivas, além de necessárias,

devem ser levadas a sério no âmbito do planejamento estratégico de prevenção da

empresa. Esse planejamento assegurará tanto o empregador quanto ao empregado

para que o primeiro não tenha que se responsabilizar civilmente pelos danos

causados ou para se livrar de processos referentes a eles, bem como para que o

empregado trabalhe com segurança e possa ter estabilidade, tanto funcional quanto

de saúde junto à mesma.

O segmento da indústria de cerâmica vermelha brasileiro integra o ramo de

produtos de minerais não metálicos da Indústria de Transformação, tem como ramo

de atividade a produção de uma grande variedade de materiais, como blocos de

vedação e estruturais, telhas, tijolos maciços, lajotas e tubos, além de produtos para

fins diversos conforme dados da Associação Nacional da Indústria Cerâmica

(ANICER, 2013).

Durante o processo de fabricação o operário fica exposto a condições

sonoras, de temperaturas altas, ritmo de trabalho acelerado no desempenho da

função, dessa forma todas as indústrias de cerâmicas deve assegurar a saúde e a

integridade física do trabalhador, uma vez que a importância deste no processo de

produção é parte fundamental para a indústria.

A indústria de cerâmica exerce um papel importante dentro do contexto

industrial brasileiro econômico, sua importância e crescimento se devem ao aumento

da construção civil. A demanda cada vez maior de seus produtos exige

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aceleramento da produção. Seu setor é bem diversificado e utiliza como matéria-

prima basicamente a argila comum (ANICER, 2013).

É importante esclarecer que as indústrias de cerâmicas da região leste

rondoniense, alvo deste estudo, utilizam mão de obra em sua linha de produção a

partir do processo de prensagem seguido pela secagem, queima, inspeção e

expedição. Desta forma a pesquisadora se limitará em analisar os fenômenos

ocorridos nestas etapas. .

A indústria de cerâmica vermelha deve obedecer aos requisitos de

segurança impostos pelas Normas Regulamentadoras, além disso, a mão de obra

empregada deve receber orientações e treinamentos periodicamente. Um ambiente

de trabalho seguro gera benefícios para a cerâmica e também para o operário.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para execução da pesquisa foi necessário utilizar-se da metodologia

científica, sendo que, como técnica de coleta de dados foi realizada a pesquisa

bibliográfica onde foram analisados livros, artigos, teses, dissertações e outros

estudos científicos relacionados ao tema proposto. A pesquisa caracterizou-se como

estudo comparativo, o método utilizado foi o dedutivo, com caráter descritivo e

abordagem quantitativa. A pesquisa de campo contou com questionários contendo

02 (duas) perguntas fechadas e 20 (vinte) de múltipla escolha que foram aplicados

junto aos trabalhadores de produção cada cerâmica, entrevistas com roteiro pré-

estabelecido de 19 (dezenove) perguntas que foram aplicadas aos proprietários ou

gerentes e protocolo de observação não participante das visitas da autora nas

cerâmicas. O público alvo foram as cerâmicas da região leste de Rondônia com mais

de 50 (cinquenta) funcionários, distribuídas entre os municípios de Pimenta Bueno,

Cacoal, Vilhena e Ji-Paraná. Desta forma participaram da pesquisa 06(seis)

indústrias e a amostra populacional foram de 66 (sessenta e seis) pessoas, sendo

10(dez) funcionários da produção de cada cerâmica e seus respectivos proprietários

ou gerentes. Os resultados foram analisados através do método de triangulação de

dados e tabulados com a ajuda do programa Excel, os mesmos foram representados

através de gráficos e quadros.

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4 RESULTADOS E ANÁLISES A pesquisa foi realizada nos meses de dezembro de 2013 e janeiro de 2014,

em horários de expediente, observando as datas agendadas e estabelecidas junto

às indústrias. Segundo o SINDICER-RO (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de

Rondônia) as cerâmicas da região leste que possuem mais de 50 funcionários,

situadas no eixo da BR 364, estão localizadas nos municípios de Vilhena, Pimenta

Bueno, Cacoal e Ji-paraná. As adequações destas empresas em relação à

segurança de seus trabalhadores foi o alvo deste estudo comparativo, o resultado

faz menção a três fatores; as condições do ambiente de trabalho, as causas dos

acidentes de trabalho e a utilização de EPIs.

4.1 PERFIL DOS PARTICIPANTES

Essa pesquisa foi composta por uma amostra de 60 (sessenta)

trabalhadores de produção e 06 (seis) proprietários ou gerentes, de 06 (seis)

cerâmicas da região leste de Rondônia, sendo 01 em Vilhena (cerâmica A), 02 em

Pimenta Bueno (cerâmicas B e C), 02 em Cacoal (cerâmicas D e E) e 01 em Ji-

Paraná (cerâmica F). Ao definir o perfil dos participantes os resultados apontam que;

a maioria dos respondentes é do sexo masculino com 67% (sessenta e sete por

cento), 28% (vinte e oito por cento) possuem idade entre 34 e 38 anos, 77% (setenta

e sete por cento) possuem apenas o ensino fundamental e 37% têm entre 01(um) a

03 (três) anos de tempo de serviço na empresa.

4.2 CONDIÇOES DO AMBIENTE DE TRABALHO

Os resultados desta pesquisa apontam que no levantamento das condições

do ambiente de trabalho no qual os funcionários da produção estão inseridos,

verificou-se através do Protocolo de Observação não participante que as Cerâmicas

D e E (Cacoal) e F (Ji-paraná) possuem iluminação satisfatória, porém nas

cerâmicas A (Vilhena), B e C (Pimenta Bueno) o fator iluminação foi observado como

irregular para o desempenho de funções da produção. O que significa que a

claridade em alguns pontos é insuficiente.

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Segundo a observação não participante as condições das prateleiras usadas

para secagem de produtos das cerâmicas B e C (Pimenta Bueno) e F(Ji-paraná) não

estão em boas condições, sendo que na cerâmica F elas são de madeira. Quanto à

proteção das partes moveis da maromba/correias de transmissão, apenas a

cerâmica B (Pimenta Bueno) se encontra irregular.

Nas entrevistas aplicadas aos proprietários/ gerentes, 50% deles utilizaram

as palavras poeira e ruídos para responderem sobre as condições que os

trabalhadores ficam expostos. Já as respostas dos funcionários sobre os fatores os

quais ficam expostos, o resultado se apresentada conforme o Gráfico 01:

Quadro 05: Fatores expostos aos funcionários da produção. CERAMICA

A CERAMICA

B CERAMICA

C CERAMICA

D CERAMICA

E CERAMICA

F

Exposição Ruídos

80%

60%

80%

60%

100%

40%

Exposição Calor

60%

60%

100%

60%

100%

30%

Esforço Excessivo

20%

40%

60%

50%

100%

10%

Repetição Movimentos

40%

60%

70%

70%

100%

60%

Exposição Poeira

80%

80%

80%

80%

100%

50%

Movimentação Material

50%

80%

70%

70%

100%

50%

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com o Quadro 05, todos os funcionários da cerâmica E (Cacoal)

marcaram os seis fatores que segundo eles ficam expostos. Quanto à poeira pelo

menos 80% dos funcionários de cinco cerâmicas disseram estar expostos, o índice

de ruídos apenas na cerâmica F (Ji-Paraná) é inferior a 50% das respostas e o

mesmo se repete quanto ao fator exposição ao calor. Vale ressaltar que o percentual

de esforço excessivo na cerâmica F (Ji-Paraná) é mínimo.

Em relação às condições dos maquinários, as respostas dos funcionários se

apresentam conforme o Gráfico 01 a seguir:

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Gráfico 01: Resultado das condições dos maquinários.

Fonte: Dados da pesquisa.

Conforme observa-se no Gráfico 01, 56% dos funcionários pesquisados

responderam que a condição dos maquinários está bom e 18% ótimo, sendo que o

maior índice de aprovação está nas cerâmicas D e F. Porém, segundo a

observação não participante as condições das prateleiras usadas para secagem de

produtos das cerâmicas B e C (Pimenta Bueno) e F(Ji-paraná) não estão em boas

condições, sendo que na cerâmica F elas são de madeira. Quanto à proteção das

partes moveis da maromba/correias de transmissão, apenas a cerâmica B (Pimenta

Bueno) se encontra irregular.

No questionário também havia espaço para sugestão do que deve ser feito

para melhorar o setor de trabalho, merece atenção à cerâmica que teve respostas

repetidas conforme o Quadro 05:

Quadro 05: Sugestão para melhorar o setor de trabalho. Melhorar ventilação Melhorar ventilação Melhorar ventilação Mais união entre os funcionários Melhorar ventilação Atenção do trabalhador Melhorar relação entre os funcionários Colocar algum tipo de protetor ou grade para batedor de bastão Melhorar ventilação

CERÂMICA B

Melhorar ventilação Fonte: Dados da pesquisa.

18%

56%

13%

8% 5%

Ótimo

Bom RegularPéssimo

Sem opinião

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Nesta cerâmica em Pimenta Bueno (B), 60% dos funcionários pesquisados

sugerem mudança na ventilação, o que significa, que a falta de ventilação e

automaticamente a exposição ao calor é uma condição na qual estão inseridos. Já

na cerâmica C, também em Pimenta Bueno 02 funcionários sugerem nivelar o chão,

conforme demonstra o Quadro 06;

Quadro 06: Sugestão para melhorar o setor de trabalho. Nivelar o chão Sem opinião Revisão geral dos maquinários Sem opinião Mais um ajudante / mais união dos funcionários/ tirar a betoneira de perto do forno, pois atrapalha. Sem opinião Peças novas nas máquinas/ mais pessoas na produção/engraxar as engrenagens das máquinas Sem opinião Nivelar o chão

CERÂMICA C

Mudar o carrinho de madeira para carrinho de ferro/ melhorar a ventilação

Fonte: Dados da pesquisa

A falta de nivelamento de solo, citada por dois funcionários da cerâmica C ,

também foi observada durante a visita da pesquisadora, além desse fator há três

sugestões envolvendo as máquinas; fazer revisão geral, comprar peças novas e

ainda o engraxamento das mesmas. Segundo o protocolo de observação não

participante o ambiente é desorganizado e os maquinários precários.

Nas outras cerâmicas, ou seja, A, D, E e F as sugestões foram distintas não

sendo possível analisar quais são as prioridades segundo os funcionários, no

entanto vale ressaltar que a cerâmica em Ji-paraná (F) é a que possui ambiente

mais arejado pois a estrutura é alta o que contribui também para uma melhor

iluminação, alem disso é a única que trabalha com forno móvel e o processo de

produção possui mais automatização.

4.3 PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES EM CERÂMICAS

Dos 06 proprietários/gerentes que foram entrevistados, 05 afirmaram que a

empresa possui registro de ocorrência de acidentes de trabalho, apenas a cerâmica

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F negou este tipo de ocorrência. Dos trabalhadores respondentes, 23% já sofreram

algum tipo de acidente de trabalho, no entanto na cerâmica E todas as respostas

foram negativas. Os acidentes em cerâmicas podem estar relacionados ao ritmo de

trabalho, pois 77% dos funcionários pesquisados responderam que possuem ritmo

de trabalho entre acelerado e muito acelerado.

Os resultados indicam outro fator que pode estar relacionado com a

ocorrência de acidentes no setor de produção das cerâmicas: a falta de atenção do

funcionário, pois quando os funcionários foram questionados sobre o que deve ser

feito para prevenir os acidentes, 53% responderam que depende da atenção do

próprio trabalhador.

Em relação à conscientização, todos os proprietários/gerentes afirmaram

que a empresa promove palestras e orientações para todos os funcionários com o

período máximo de 06 meses, afirmaram que existe CIPA constituída na empresa e

com relação às atribuições da CIPA eles responderam conforme o Quadro 07 a

seguir:

Quadro 07: Atribuições da CIPA segundo os proprietários. CERAMICA A Semanalmente se reúne com os membros para discutir e implementar melhorias...

CERAMICA B Se reúne e trabalha na prevenção de acidentes.

CERAMICA C Despertar a atenção dos funcionários para a prevenção de acidentes...

CERAMICA D Desenvolver algo que melhore o ambiente de trabalho...

CERAMICA E Indicar, sugerir e cobrar mudança de alguma situação que provoque riscos.

CERAMICA F Se reunir de 40 em 40 dias para adequar e proteger os funcionários.

Fonte: Dados da pesquisa

Em contraste com a afirmação do proprietário, na cerâmica E 80% dos

funcionários responderam que a empresa nunca ofereceu palestra desde que eles

trabalham lá e o mesmo percentual avaliou o trabalho da CIPA entre ruim e péssimo.

Nesse mesmo sentido, apesar do entrevistado da cerâmica B afirmar que a CIPA se

reúne e trabalha na prevenção de acidentes, cerca de 70% dos funcionários

pesquisados não sabem o que é a CIPA. Já nas cerâmicas A, C ,D e F os

funcionários avaliam o trabalho da CIPA entre bom e ótimo e confirmam que as

empresas oferecem palestras periodicamente.

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4.4 ULTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Com relação aos equipamentos de proteção utilizados pelos funcionários, as

respostas dos proprietários estão descritas no Quadro 08 a seguir:

Quadro 08: Equipamentos necessários aos funcionários de cerâmicas.. Cerâmica A Máscaras, avental, óculos, luvas, capacetes e protetor auricular

Cerâmica B Capacetes, protetor auricular, botinas...

Cerâmica C Luvas, protetor auricular, botinas, mascaras, capacetes...

Cerâmica D Luvas, protetor de ouvidos...

Cerâmica E Capacetes, botinas, uniforme, luvas, óculos, aventais..

Cerâmica F Luvas, capacetes, protetor auricular, botas... Fonte: Dados da pesquisa

Segundo o Quadro 08, as botinas, o protetor auricular, as luvas e os

capacetes são os equipamentos mais comuns nas cerâmicas e de acordo com o

protocolo de observação, todos os funcionários das 06 cerâmicas pesquisadas usam

as botas antiderrapantes, mais de 50% utilizam protetor auricular, luvas e capacetes,

menos de 50% utilizam óculos de proteção e nenhum utiliza mascaras ou outros

dispositivos filtrantes.

Sobre a utilização dos EPIs, os funcionários foram questionados sobre quais

são os motivos pelos quais eles deixam de usar os equipamentos de segurança, as

respostas se apresentam conforme o Gráfico 02:

Gráfico 02: Utilização de EPIs

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

CERAMICA A

CERAMICA B

CERAMICA C

CERAMICA D

CERAMICA E

CERAMICA F

causa desconfortoesqueço de colocá-losatrapalha a minha funçãosempre uso os equipamentos

Fonte: Dados da pesquisa

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De acordo com o Gráfico 02, é possível perceber que nas cerâmicas A, C, D

e E de 60% a 80% dos funcionários sempre utilizam os equipamentos, já nas

cerâmicas B e F os funcionários afirmam que os EPIs causam desconforto e

atrapalham a função.

Sobre a disponibilização dos EPIs, cerca de 85% dos funcionários

responderam que nunca precisaram comprar equipamentos de segurança para

trabalhar, nas entrevistas a informação se confirma pois segundo os proprietários a

empresa oferece os EPIs gratuitamente.

Estudos sobre o risco de acidentes no setor de trabalho em indústrias

cerâmicas ainda são poucos, não foi possível comparar os resultados obtidos neste

Artigo com possíveis fenômenos ocorridos em outras localidades do Brasil, haja

vista a pouca quantidade de trabalhos realizados no setor especifico da produção

em cerâmica vermelha.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O período escolhido para a pesquisa de campo não foi favorável, em razão

das férias e viagens dos proprietários das cerâmicas, devido a isso houve limitações

no agendamento das visitas. Além disso, o processo de coleta de dados apresentou

dificuldades, pois a maioria dos funcionários pesquisados possui baixo nível de

escolaridade, o que lhes dificultou o entendimento das questões. Os proprietários

ficaram receosos em participar da pesquisa porque o tema é pouco estudado no

seguimento. Pode-se perceber que a implantação e fiscalização de medidas de

segurança nas cerâmicas é algo recente, o que ainda gera falta de conscientização

e interesse dos funcionários.

As condições do ambiente de trabalho dos funcionários de cerâmicas são

insalubres, pois os mesmos ficam expostos à poeira, ao calor e a ruídos. Em 50%

das cerâmicas a iluminação e a ventilação são inadequadas. O processo de

produção carece de melhorias tecnológicas, pois na maioria das cerâmicas

pesquisadas é perceptível o desgaste físico dos trabalhadores devido ao ritimo

acelerado. Desta forma, algumas etapas do processo de fabricação de materiais

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cerâmicos, que são feitas manualmente, deveriam ser substituídas por máquinas,

assim como já é feito na cerâmica F em Ji-paraná, onde o sistema mais

automatizado reduz o esforço e o ritimo dos funcionários.

Quanto à ocorrência de acidentes, é importante ressaltar que 66% dos

trabalhadores acreditam que o nível de risco de acidentes na função que

desempenha, está entre médio e alto. O percentual que já sofreu algum tipo de

acidente (23%) é alarmante, considerando que todas as empresas pesquisadas

possuem mais de 50 funcionários na produção e a amostra utilizada foi de 10

pessoas de cada empresa. As causas dessas ocorrências de acidentes podem ter

relação com o ritimo de trabalho, pois a maior parte dos funcionários (77%),

afirmaram que possuem jornada de trabalho acelerada. Outro fator que pode estar

relacionado é a falta de atenção do próprio trabalhador, pois 04 dos 06 proprietários

entrevistados disseram que os acidentes graves ocorridos na empresa foram por

descuido do funcionário, e 53% dos trabalhadores sugerem para prevenção de

acidentes, mais atenção no que está fazendo.

Quanto a utilização dos EPIs, constatou-se que os funcionários utilizam

basicamente protetor auricular, luvas, capacetes e botinas. Existe por parte das

empresas orientação necessária ao uso dos mesmos e foi identificada que na

maioria das cerâmicas os equipamentos são sempre utilizados, porém nas

cerâmicas B e F (Pimenta Bueno e Ji-paraná), 70% dos funcionários afirmaram que

deixam de utilizar os equipamentos porque causam desconforto e atrapalham a

função. Os equipamentos são disponibilizados gratuitamente pelas cerâmicas e

quando estes possuem defeitos ou já estão gastos, são imediatamente substituídos.

Com base na tabulação dos resultados as sugestões são adotar estratégias

para melhorar a estrutura das condições de trabalho no setor cerâmico. Mais diálogo

entre empresa e funcionário, ou seja, estar mais presente no que acontece no chão

de fabrica e ouvir o trabalhador em relação às necessidades de segurança, para

assim estabelecer quais são as prioridades a serem adotadas.

A função da CIPA é, entre outras, a de identificar situações que trazem

riscos para a segurança dos trabalhadores e elaborar um plano que possibilite ações

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preventivas na solução desses problemas. Diante disso, sugere-se maior embate

por parte da CIPA das cerâmicas pesquisadas, principalmente na cerâmica B

(Pimenta Bueno), onde 70% dos funcionários pesquisados nem sabem o que é

CIPA. É necessário também o acompanhamento constante de um técnico

especializado em segurança do trabalho, que promova o cumprimento de normas e

ofereça orientações relativas à segurança.

Recomendam-se estudos aprofundados no contexto cerâmico da região, fica

a oportunidade de novas pesquisas sobre o tema, pois os resultados obtidos não

excluem a possibilidade de outras vertentes que devem ser exploradas. O processo

de produção das cerâmicas e as condições de segurança do ambiente de trabalho

são fatores que merecem ser examinados por novos estudos.

REFERÊNCIAS

01. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CERÂMICA – ANICER. Este equipamento atende aos requisitos de segurança da NR- 12? Disponível emhttp://www.anicer.com.br/index.asp?pg=institucional_direita.asp&secao=10&id=108&revista=2WA004509087EWRTXLZ873BDG28. Acesso em 24 de julho de 2013. 02. BINDER, M.C.P.; ALEMEIDA, I.M. Acidentes de trabalho: caso ou descaso? / patologia do trabalho 2.ed. São Paulo, 2003 03. BRASIL Ministério do Trabalho e Emprego. Caminhos da analise de acidentes de trabalho. Brasília 2003. 04.________.Ministério da Previdência social – MPAS. Saude e Segurança Ocupacional. Disponível em. http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39. Acesso em 18/07/2013. 05._________Programa com o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. Dados Estatísticos Nacional. Disponível em http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais, acesso em 18/07/2013 06. CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abordagem holística: segurança integrada à missão organizacional com produtividade, qualidade, preservação ambiental e desenvolvimento de pessoas. São Paulo : Atlas, 2010. 07 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 5.ed. São Paulo:Atlas,1998. 08. CRISTINO, Sueli Gottselig. Segurança do trabalho: Estudo de caso na empresa Agua Mineral Lind´agua Ltda. UNIR/ADM ACC campus Cacoal 2010

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09. COSTA, Hertz Jacinto. Manual de Acidente do trabalho. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2007. 10. FERNANDES, Márcia. MATORA, Taís Catalini. Estudo dos Efeitos Auditivos e Extra-Auditivos da Exposição Ocupacional a Ruído e Vibração. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, disponível em http://www.scielo.br/pdf/%0D/rboto/v68n5/a17v68n5.pdf, acesso em 17/07/2013, ano 2002. 11. FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. 1993. 12. GALAFASSI, Maria Cristina. Medicina do trabalho: Programa de controle Médico de Saúde Ocupacional (NR-7). 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 13. MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. São Paulo: Atlas, 2005 14. PACHECO JÚNIOR, Waldemar. et. al. Gestão da Segurança e Higiene do Trabalho: contexto estratégico, análise ambiental, controle e avaliação das estratégias. São Paulo: Atlas, 2000. 15. PALADINO, Alexandro. Principais Riscos Na Área De Segurança E Saúde Do Trabalhador em Cerâmica Vermelha.Disponível em http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=books&cd=1&cad=rja&ved=0CDYQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.anicer.com.br%2Farquivos%2Fencontro34%2Fpalestras%2FAlexandre%2520Paladino%2Fapres_ceramica1.ppt&ei=KzTnUc70HfXA4APcqICwDA&usg=AFQjCNH_cqFY0o6rO9y7xVfRrYw0vLFWfQ&bvm=bv.49478099,d.dmg, acesso em 17/07/2013. 16. PEDROTTI, Irineu Antonio; PEDROTTI, William Antonio. Acidentes do trabalho..4.ed. São Paulo,2006. 17. RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas 1999 18. REIS, Linda G. Produção de monografia: da teoria à pratica. 2. ed. Brasília: Senac-DF, 2007. 19. SANTOS, Alcinéia M. dos Anjos. O tamanho das partículas de poeira suspensas no ar dos ambientes de trabalho. Ministério do trabalho e Emprego e Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -FUNDACENTRO. 2001.

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ANEXO

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ANEXO A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O presente termo de consentimento refere – se a um convite de participação voluntária de pesquisa científica sobre SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO EM CERAMICA, com no caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador (a) ou com a instituição. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação. PESQUISA CIENTÍFICA: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA- UNIR PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: SIRLEI S. SANTOS ENDEREÇO: RUA TAPAJOS 124, BAIRRO BELA VISTA CIDADE: PIMENTA BUNEO – RO./ TELEFONE: (69) 9989-4510 OBJETIVOS:

a) Detectar as condições do ambiente de trabalho; b) Determinar as principais causas dos acidentes de trabalho nas cerâmicas; c) verificar a utilização dos equipamentos de segurança (se estes forem

fornecidos)

JUSTIFICATIVA: A explanação sobre este tema justifica-se em razão de que, as empresas

devem garantir condições seguras de trabalho, não somente por ser obrigatório por lei, mas também por que traz benefícios diretos na produtividade e melhora as relações humanas no trabalho e na vida social PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Se concordar em participar da pesquisa serão aplicados questionários sobre segurança no setor de produção da cerâmica. Os dados coletados serão analisados para fechamento da dissertação do Artigo Científico que será apresentado à Universidade Federal de Rondônia – UNIR. RISCOS E DESCONFORTOS: a pesquisa não oferece nenhum risco ou prejuízo ao participante. BENEFÍCIOS: Resultados das ações, interferências e implementação do Projeto de segurança no ambiente de trabalho. CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto ou pagamento com sua participação. CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Garantia de sigilo que assegure a sua privacidade quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e o seu nome não serão divulgados.

Assinatura do Participante: _______________________________

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APÊNDICE

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APENDICE A: QUESTIONÁRIO Questionário Adaptado de Cristino Gottselig (Artigo. De Conclusão de Curso apresentado a UNIR Campus Cacoal, 2010), a ser aplicado aos colaboradores do setor de produção e responsáveis das cerâmicas da região leste de Rondônia. A pesquisadora responsável é Sirlei Soares Dos Santos do curso de Bacharel em Administração da UNIR campus Cacoal-RO. Perfil do participante Sexo: (...) Masculino. (...) Feminino. Escolaridade: (...)Ensino fundamental. (...)Ensino médio. (...)Ensino superior. Idade: (...)Entre 18 e 23 anos. (...)Entre 24 e 28 anos. (...)Entre 29 e 33 anos. ( )Entre 34 e 38 anos. ( )Entre 39 e 43 anos. ( )Entre 44 e 48 anos. ( )49 e 53 anos. ( )Acima de 54 anos. Tempo de serviço na empresa: (...) Até 01 ano. (...) De 01 a 03 anos. (...) De 03 a 05 anos. ( ) Acima de 5 anos. Função na empresa: ___________________________________. 1) Quantas horas você trabalha por dia? ( ) Menos de 7 Hs. ( ) De 7 a 8 Hs. ( ) De 8 a 9 Hs. ( ) De 9 a 10 Hs ( ) Acima de 10 Hs. 2) Como você classifica o seu ambiente de trabalho em relação a iluminação: ( ) Boa. ( ) Muito boa. ( ) Suficiente. ( ) Insuficiente. 3) Como você considera o seu ritmo de trabalho? ( ) Muito acelerado. ( ) Acelerado. ( ) Pouco acelerado. ( ) Nada acelerado. 4) Durante a jornada de trabalho diária você possui intervalos de descanso (fora o almoço): ( ) de 15 min. ( ) de 20 min. ( ) de 30 min. ( ) acima de 30 min. ( ) não tenho intervalos. 5) Como você avalia o estado de conservação das máquinas e equipamento quevocê manuseia: ( ) Ótimo. ( )Bom. ( ) Regular. ( ) Ruim. ( ) Péssimo. ( ) Sem opinião. 6) Você já sofreu algum acidente de trabalho?

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Sim ( ) tipo de acidente: ( )queda de altura ( )atingido por objeto ( )corte/ ferida ( )lesão provocada por IPI ( )queimadura ( )prensagem ( ) choque com objetos ( )outros

Não ( ) 7) No seu entendimento a função que você desempenha exige um ou mais dos seguintes fatores:

( ) Exposição a ruídos. ( ) Exposição ao calor. ( ) Esforço excessivo. ( ) Repetição de movimentos. ( ) Exposição a poeira. ( ) Movimentação de material.

8) Em sua empresa existe CIPA constituída? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Não sei o que é. 9) Como você avalia o trabalho da CIPA da sua empresa? ( ) Ótimo. ( ) Bom. ( ) Ruim. ( )Péssimo. 10) Você recebeu algum tipo de treinamento de segurança em como utilizar extintores de incêndio? ( ) Sim quando entrei na empresa. ( ) Sim no último ano. ( ) Sim nos últimos 6 meses. ( ) Sim Nos últimos 3 meses. ( ) Sim No último mês. ( ) Nunca recebei treinamento. 11) Você deixa de utilizar os equipamentos de proteção por quê? ( ) Causa desconforto. ( ) esqueço de colocá-los. ( ) Não é obrigatório. ( ) atrapalha a minha função. ( ) Sempre uso os equipamentos. ( ) não sei utilizá-los. 12) Os equipamentos considerados inadequados, gastos, defeituosos são imediatamente substituídos em: ( )100% das vezes. ( ) 75% das vezes. ( ) 50% das vezes. ( ) 25 % das vezes. ( ) A substituição nunca acontece imediatamente. 13) Como você avalia o trabalho e investimento que a sua empresa realiza em Segurança do Trabalho? ( ) Ótimo. ( ) Bom. ( ) Regular. ( ) Ruim. ( ) Péssimo. 14) Em sua opinião a função que você desempenha apresenta qual nível de risco de acidente?

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( ) Alto. ( ) Médio. ( ) Baixo. ( ) Não há risco de acidentes. 15)A empresa oferece palestras relacionadas a segurança do trabalho ( ) a cada 3 meses. ( ) de 6 em 6 meses. ( ) a cada um ano. ( ) Nunca ofereceu desde que trabalho aqui. 16)você recebeu treinamento sobre segurança no trabalho ( ) no último ano. ( ) nos últimos 2 meses. ( ) nos últimos 6 meses. ( ) no último mês. ( ) nos últimos 3 meses. ( ) nunca recebei treinamento. 17)Você já comprou algum equipamento de proteção para trabalhar nesta empresa? ( ) Sim, qual?________________________ ( )não 18) como você avalia a preocupação da empresa em relação a segurança dos funcionários? ( ) Ótima. ( ) Boa. ( ) Ruim. ( ) Péssima. 19)Na sua opinião a preocupação desta empresa com a segurança dos trabalhadores pode ser avaliada como: ( )100%. ( )75%. ( ) 50%. ( ) 25 %. ( ) não existe preocupação a empresa apenas cumpre com a legislação trabalhista. 20) Como se sente em relação aos métodos de segurança oferecidos pela empresa ( ) muito satisfeito. ( ) satisfeito. ( ) pouco satisfeito. ( ) insatisfeito. 21) O que você acha que poderia ser feito para melhorar a segurança no seu setor de trabalho?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 22) Na sua opinião o que deve ser feito pra prevenir acidentes? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APENDICE B: Roteiro de entrevista a ser aplicada aos proprietários ou responsaveis da empresa. A pesquisadora responsável é Sirlei Soares Dos Santos do curso de Bacharel em Administração da UNIR campus Cacoal-RO. Perfil do participante Sexo: (...) Masculino. (...) Feminino. Escolaridade: (...)Ensino fundamental (...)Ensino médio. (...)Ensino superior. Idade: ______________ Tempo de serviço na empresa:___________________________ Função na empresa: ___________________________________. 1 ) O que você entende por Segurança do Trabalho? 2 ) Em sua opinião quais técnicas podem ser empregadas pra inserir a segurança em um ambiente de trabalho? 3 ) Existem pessoas especificas para cuidar da segurança no setor de produção da empresa? 4 ) Existe a CIPA na empresa? 5 ) Quais tem sido as atribuições da CIPA (se houver)? 6 ) Quais são os riscos expostos aos funcionários da produção? 7 ) Quais são os equipamentos de proteção necessários para os operários da produção? 8 ) A empresa promove palestras e orientações periodicamente aos funcionários? 9 ) Todos os funcionários admitidos receberam treinamento de Segurança no Trabalho? 10 ) A empresa oferece treinamentos para a função exercida e manuseio de maquinários? 11 ) Quais benefícios a Segurança do Trabalho proporciona para a empresa? 12 ) E para o empregado? 13 ) Existe uma equipe de combate a incêndio na Empresa? 14 ) São fornecidos gratuitamente a todos os funcionários, os Equipamentos de Proteção Individual adequados ? 15 ) Nos equipamentos acima citados ou outros, são feitas manutenções periódica para diminuir ruídos? Qual a periodicidade em que são feitas? 16 ) Quais consequências acarretam a falta de segurança na empresa? 17 ) E na vida do empregado? 18 ) Existe registro de ocorrência de acidente de trabalho grave na empresa? 19 ) Se houver, qual foi o gasto que o acidente gerou?