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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHER CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO SEGURANÇA DO TRABALHO I Profº - Engº de Segurança do Trabalho Eduardo Becker Delwing

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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

MARTIN LUTHER

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO

TRABALHO

SEGURANÇA DO TRABALHO I

Profº - Engº de Segurança do Trabalho

Eduardo Becker Delwing

CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHERCurso Técnico em Segurança do Trabalho

ÍNDICEPLANO DE CURSO ............................................................................................................... 6 1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho ...................................................................... 6 2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I ............................................................................. 6 3. CARGA HORÁRIA: 80 horas ............................................................................................ 6 1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................................................................... 8

1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO ............................. 8 1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ............................ 11

2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ...................................................................................................................... 18

2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO .............................. 18 2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho ........................................................................ 18 2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais .................................... 18 2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais ................................................ 20

2.2 Objetivos da higiene do Trabalho ............................................................................... 21 3. SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................................... 22

a) CONCEITO .................................................................................................................. 22 b) OBJETIVOS ................................................................................................................. 22 c) PROCEDIMENTOS ..................................................................................................... 22 d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO .................... 23 (1) Aspectos sociais ........................................................................................................... 23 (2) Aspectos econômicos .................................................................................................. 24 (3) Aspectos humanos ....................................................................................................... 25 e) SEGURANÇA NA ENGENHARIA ............................................................................ 25 f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO ....................................................................... 26 g) SEGURANÇA NO PROJETO ..................................................................................... 26 h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO ................................................................................ 27 i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS ........................................................................................................................................... 28 (1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina ........................................... 29 (2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia ......................................... 29 (3) Interligação com outras áreas ...................................................................................... 30

4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................. 30 4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ................................ 30 4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE ............................................................................ 30

4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO .......................... 30 4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ....................................................................................................................................... 32 4.2.3 RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 33

4.3. RESPONSABILIDADE ............................................................................................ 33 4.4 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 33

5. ACIDENTES DO TRABALHO ....................................................................................... 34 5.1 CONCEITO ................................................................................................................. 34

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5.2 CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................... 35 5.3 CAUSAS DOS ACIDENTES ..................................................................................... 36 5.4 TIPOS DE ACIDENTES ............................................................................................ 37 5.5 CONSEQÜÊNCIAS ................................................................................................... 38 5.6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 38

6. MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO – CAT ................................................................................. 38 I – Apresentação. ................................................................................................................... 38

I – Apresentação ................................................................................................................ 39 II – Recomendações gerais ................................................................................................ 39 III – Informações gerais .................................................................................................... 40 Ocorrências: ...................................................................................................................... 40 IV – Preenchimento do formulário CAT .......................................................................... 43 Quadro II – ATESTADO MÉDICO ............................................................................... 49 V – Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e procedimentos ................................................................................................................... 50 VI – Legislação ................................................................................................................. 56 VII - Anexo I – Formulário CAT ...................................................................................... 58 Anexo II – FLUXOGRAMA ............................................................................................ 61

7. COR E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................................... 62 7.1 Objetivo da Sinalização de Segurança ........................................................................ 62 7.2. Classificação das Cores .............................................................................................. 62 7.3 ABNT 6493 (EMPREGO DE CORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE TUBULAÇÕES) ............................................................................................................... 69 7.4 ABNT 7195 (CORES PARA A SEGURANÇA) ....................................................... 69 7.5 NR-26 (SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA) ............................................................ 69

8. CALOR: NR – 15 ANEXO 3 ............................................................................................ 76 Limites de Tolerância para exposição ao calor ..................................................................... 76

QUADRO Nº 1 .............................................................................................................. 77 Tipo de atividade ................................................................................................................... 77

QUADRO Nº 2 .................................................................................................................. 78 TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE ......................................... 79

Tipo de atividade ................................................................................................................... 79 Kcal/h .................................................................................................................................... 79

Trabalho leve ..................................................................................................................... 79 Trabalho moderado ........................................................................................................... 79 Trabalho pesado ................................................................................................................ 79 9. Frio NR-15 Anexo 9 ...................................................................................................... 80 1.As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. ........................................................................................... 80

Objetivo ................................................................................................................................. 80 Desenvolvimento ................................................................................................................... 80 Análise ................................................................................................................................... 80 FRIO - (ANEXO 9, NR - 15 DA PORTARIA 3.214/78) ..................................................... 81 10. RISCOS QUÍMICOS ...................................................................................................... 87

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10.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 87 10.2. DEFINIÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS .................................................................. 89 10.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS QUANTO AS SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ...................................................................................... 89 10.4. INGRESSO NO ORGANISMO HUMANO ........................................................... 90

a. Via Respiratória ......................................................................................................... 91 Responsável por 90% dos casos. Tem importância fundamental, principalmente por que: ................................................................................................................................ 91 b. Via Cutânea ............................................................................................................... 91 c. Via Digestiva ............................................................................................................. 92 d.Injeção ........................................................................................................................ 92

Distribuição e acumulação dos agentes químicos ............................................................. 93 Locais de acumulação (armazenamento) ...................................................................... 93

Biotransformação .............................................................................................................. 94 Eliminação ......................................................................................................................... 94 Toxicodinâmica ................................................................................................................. 95

Irritantes ........................................................................................................................ 96 Asfixiantes ..................................................................................................................... 97 Anestésicos e narcóticos ............................................................................................... 97 Sistêmicos ..................................................................................................................... 97 Alergizantes ................................................................................................................... 98 Imunodepressores .......................................................................................................... 98 Carcinogênicos .............................................................................................................. 98 Pneumoconióticos ......................................................................................................... 98 Teratogênicos ................................................................................................................ 98 Mutagênicos .................................................................................................................. 98

Princípios básicos de prevenção ........................................................................................ 99 Controle e Identificação .................................................................................................. 100 Rotulagem ....................................................................................................................... 100 Fichas Químicas de Segurança ........................................................................................ 100 Recomendações ............................................................................................................... 105

ANEXO – A ........................................................................................................................ 115

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PLANO DE CURSO

1. CURSO: Técnico de Segurança do Trabalho

2. DISCIPLINA: Segurança do Trabalho I

3. CARGA HORÁRIA: 80 horas

4. NOME DO PROFESSOR: Eduardo Becker Delwing

5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1ª AULA: Segurança do Trabalho I (História e evolução)

2ª AULA: Segurança do Trabalho II

3ª AULA: Segurança do Trabalho III

4ª AULA: Acidentes do Trabalho I (Conceitos)

5ª AULA: Acidentes do Trabalho II (Classificação e Causas)

6ª AULA: Acidentes do Trabalho III (CAT)

7ª AULA: Riscos Laborais

8ª AULA: Cor e Sinalização de Segurança

9ª AULA: Visita à empresa

10ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3

11ª AULA: Calor / NR-15 Anexo 3

12ª AULA: 1ª Avaliação Parcial

13ª AULA: Frio NR-15 Anexo 9

14ª AULA: Riscos Químicos I

15ª AULA: Riscos Químicos II

16ª AULA: 2ª Avaliação Parcial

17ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos

18ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos

19ª AULA: Apresentação de Trabalhos Teóricos / Práticos

20ª AULA: Revisão e Avaliação Final

6. AVALIAÇÃO: A avaliação será realizada em duas avaliações parciais:

1ª Avaliação Parcial (Peso 9)

Relatório Visita (Peso 1,0)

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2ª Avaliação Parcial (Peso 7)

Trabalho em grupo (Peso 3)

Observação: A presença em sala de aula e a participação positiva do aluno em aula,

visitas, preparação e apresentação de trabalhos é avaliada continuamente, influenciando

diretamente na nota geral final.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Ruído Fundamentos e Controle. Samir N. Y. Gerges. UFSC. Ruído – Riscos e Prevenção. Marco Paiva Matos. Thais Cataloni Morata.

Ubiratan de Paula Santos. Vilma Akemi Okamoto. Editora Hucitec. Riscos físicos. Martin Wells Astete. Eduardo Giampaoli. Leila Nadim

Zidon. Fundacentro. Riscos Químicos. José Manoel Osvaldo Gana Soto. Irene Ferreira de Souza

Duarte Saad. Mário Luiz Fantazzini. Fundacentro. Avaliação da Sobrecarga Térmica no Ambiente de Trabalho. Engª Berenice

Goelzer. ABPA. Ergonomia – Projeto e Produção. Itiro Lida. Edgard Blücher Ltda. Manuais de Legislação Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. Editora

Atlas S. A. Acidentes do Trabalho. Teoria e Prática. Jayme Aparecido Tortorello.

Editora Saraiva. Threshold Limit Valves for Chemical Substances and Physical Agents and

Biological Exposure Indices – ACGIH. Curso Supervisores de Segurança do Trabalho. Fundacentro. As Doenças dos trabalhadores. Bernardino Ramazzini. Fundacentro. Gestão de Segurança e Higiene do Trabalho. Waldemar Pacheco Jr.

Hyppólito do Valle Pereira Filho. Vera Lúcia Duarte do Valle Pereira. Atlas. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes. Benedito Cardella. Atlas.

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1. A HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO E A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO MUNDO

A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está

registrada num documento egípcio através do papiro Anastacius “V” fala da preservação

da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro.

2350 a.C. no Egito ocorreu uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada

nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições

de vida dos escravos.

460 a 375 a.C. Hipócrates, mestre em medicina, no transcrito, “ares, água e

lugares”, onde há referencia sob “intoxicações sanitárias”, porém com total

emissão sob ambiente de trabalho.

460 a 375 a.C. no Império Romano, Plinius, em visita a locais de trabalho –

galerias de minas – escreve que trabalhadores utilizavam máscara de panos ou

membranas de bexiga de carneiro – registro do 1º EPI – empregados para

proteger-se contra poeiras minerais, principalmente de chumbo e mercúrio.

No Império Romano se aprofundou o estudo da proteção médico legal dos

trabalhadores e elaborou leis para sua garantia.

Os pioneiros do estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes foram

Plínio e Rotário, que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para

evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas.

1556, publicado por Georgius Agrícola, em latim a obra De Ré Metálica, que

fazia referencia e observações esparsas a respeito da possibilidade do trabalho ser

causador de doenças. Problemas relacionados à extração de minerais e fundição

de prata e ouro. Doença mais comum: asma de minerais (silicose).

As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do

trabalho datam da Idade Média.

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Os levantamentos das doenças profissionais, promovidos pelas associações de

trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho

no Renascimento.

Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção

médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os

conhecimentos acumulados sobre segurança.

1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra intitulada De

Morbis Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50

ocupações diferentes, fazendo sempre a pergunta, qual é a sua ocupação, o que

você faz? , relacionou a patologia encontrada com a sua ocupação e o transmitiu

aos responsáveis pelo bem estar social dos trabalhadores da época. Por esta obra

Ramazzini recebeu o título de Pai da Medicina do Trabalho.

1761, o também italiano Morganti fez uma coletânea de tudo que havia sobre

medicina do trabalho, na obra De Sabidus Et Causis Morborum, onde

descreveu o 1º câncer ocupacional.

1760 a 1850, durante a revolução industrial ocorrida na Europa, foi outro marco

na evolução das doenças ocupacionais da legislação, pois foi quando o homem

começou a ser substituído pela máquina e por mulheres e crianças nas operações

destas.

Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um

trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes.

Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, 1779, a primeira sociedade

filantrópica, visando ao bem estar do trabalhador.

1802, na França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que

previa jornada máxima de 12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno para

crianças, e obrigava as empresas a fazer a lavagem das paredes duas vezes por

ano.

A França destacou-se como líder em Medicina e Higiene durante a 1ª metade do

século XIX devido a vários estudos sobre a matéria.

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A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano

como forma de garantir a produção.

1815, o inglês Alwin, criou as primeiras iniciativas na universidade da legislação

de proteção ao trabalho.

1830, as condições de trabalho eram péssimas, e principalmente as das crianças,

quando um industrial inglês, sensibilizado com o problema procurou o médico

Robert Baker para aconselhar-se sobre a melhor forma de proteger a saúde dos

seus trabalhadores. Quatro anos mais tarde o governo inglês nomeou-o inspetor

médico de fábricas, dado seu interesse e estudo pelo assunto, assim como o

autorizou a visitar as fábricas.

1831, Michael Sadler, apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito CPI, o

relatório elaborado sobre doença ocupacional.

1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso relatório sobre trabalhadores doentes,

que sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse baixado o Factory Act,

que considerada como a 1ª Lei de Proteção ao Trabalhador.

1837, nos EUA, Benjamim Macredi publicou Leis sobre a Proteção do

Trabalho.

1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, para

realizar exames em crianças.

1846, na França, foi instituído como obrigatório na industria e comércio o

serviço médico.

1869, Lamuel Schatuc fez o 1º Programa de Saúde Ocupacional nos EUA.

A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados

Unidos, no início do século XX.

1906, ocorreu o 1º Congresso Internacional de Doença do Trabalho, em

Milão, Itália.

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1910, foi criada a Clínica del Lavoro, também em Milão, e o 2º Congresso

Internacional, agora promovido pela Comissão Permanente, em Bruxelas, com

a presença de mais de 200 participantes de 200 países.

1919, 28 de junho após a 1ª grande guerra mundial, foi criada a OIT –

Organização Internacional do Trabalho, como parte do Tratado de

Versalhes.

Na África, Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene

nasceram logo após a fundação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Até o advento da 2ª grande guerra mundial, ocorreram trienalmente Congressos

Internacionais, os quais só reiniciaram em 1948.

A OIT tem dedicado expressiva atenção e prioridade ao campo da Saúde

Ocupacional, quer através da elaboração de regulamentos, como de atividades de

pesquisa e informação ou assistência técnica internacional.

A 1ª das frentes – a regulamentação – surgiu da própria contingência da época da

sua fundação, quando saltavam à vista gritantes abusos e elevados riscos

ocupacionais nas relações e condições de trabalho. Grande parte dos convênios e

recomendações referem-se especificamente a temas de saúde ocupacional.

A 2ª das frentes – pesquisa e informação – tem recebido e continua a receber

notáveis contribuições para o desenvolvimento da Saúde Ocupacional.

1969/70 – O departamento de trabalho dos Estados Unidos unifica as normas e

convenções diferentes sobre Segurança e Saúde do Trabalho vigentes nos EUA.

1.2 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL

⇒ 1919, 15 de janeiro, foi aprovada a 1ª Lei de assistência médica e

indenização para acidentes do trabalho, através do Decreto Legislativo

nº 3.724.

⇒ 1929, Heinrich, pesquisando conseqüências de acidentes, concluiu que de

330 acidentes estudados apenas 30 tinham dado origem a lesões pessoais,

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dos quais só uma de maior gravidade não seria razoável continuar

abandonando mais de 90% de informações provenientes de acidentes sem

lesão.

⇒ 1940, foi promulgada a 1ª Lei Ordinária a respeito de Segurança do

Trabalho, atendimento ao acidentado e indenização e reabilitação

profissional.

⇒ 1941, fundação da ABPA, a Associação Brasileira para Prevenção de

Acidentes.

⇒ 1943, 1º de maio, dia do Trabalhador, o Presidente Getúlio Vargas, assinou

o Decreto Lei nº 5.452, aprovando a Consolidação das Leis Trabalhistas.

⇒ A Segurança do Trabalho no Brasil desdobra-se nas atividades das

Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), disseminadas

no cenário empresarial, e na fiscalização realizada por funcionários de

setores da administração pública.

⇒ A organização de estatísticas de acidentes de trabalho foi possível no

Brasil a partir do estabelecimento de definições, convenções e regras pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NB 18.

⇒ O sistema usual de prevenção de acidentes consistia em investigar os

acidentes ocorridos para descobrir sua causa, visando a eliminá-las e

prevenir novas ocorrências.

⇒ Por meio da coleta e análise dos dados estatísticos era possível delinear

objetivamente o programa de prevenção de cada empresa.

⇒ O levantamento dos coeficientes de freqüência e de gravidade dos

acidentes permitia avaliar a eficiência do sistema de prevenção adotado.

⇒ Esses coeficientes tem como referência à tabela internacional organizada

pela International Associantion Of Industrial Accident (Associação

Internacional de Acidentes Industriais).

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⇒ Esses mecanismos técnicos, legais, sociais e jurídicos ainda não foram

suficientes para reduzir de forma significativa os níveis de acidentes de

trabalho e de doenças profissionais no Brasil que, em comparação com

países de instituições mais avançadas, são muitos altos e resultam em

graves prejuízos humanos, sociais e financeiros.

⇒ Os acidentes mais freqüentes ocorrem na construção civil, na indústria

metalúrgica, na fabricação de móveis, no garimpo e nas atividades

agrícolas.

⇒ O fato do atendimento a acidentados ter custos mais altos do que sua

prevenção foi um dos fatores que determinaram, no início do século XX, a

codificação de normas de segurança, que envolvem a prevenção de

acidentes de trabalho e a higiene industrial.

⇒ Para falar-se das origens da Segurança do Trabalho, no Brasil, é

importante que se analise, primeiramente, como evoluía a Prevenção de

Acidentes.

⇒ A Prevenção de Acidentes, realizada sob a égide do Ministério do

Trabalho, recebeu, de início, importante contribuição da área médica, a

cujas mãos chegavam as mais importantes conseqüências dos acidentes do

trabalho - as lesões pessoais.

⇒ Tal circunstância não só explica a liderança assumida pela medicina nos

primeiros passos dados em direção à prevenção de acidentes como também

esclarece porque esses passos foram dados com vistas especialmente a

aspectos conseqüenciais. E mais do que isso, explica a visão conseqüencial

que, até hoje, caracteriza certas práticas prevencionistas em detrimento de

outros caminhos que favorecem a pesquisa das causas.

⇒ Foi assim que se desenvolveu a prática de realizar e divulgar estatísticas de

acidentados, rotulando-as de estatísticas de acidentes. E com isso deixava-

se de considerar os acidentes de que não decorressem lesões.

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⇒ A respeito de um acidente de que não resultasse lesão ouvia-se dizer: "não

foi nada". Se não havia acidentado não havia acidente.

⇒ Essa maneira de considerar o assunto, embora não fosse razoável,

explicava-se pelo interesse primordial pelo acidentado, que caracterizava

os que assim agiam. Juntam-se a isso as características da profissão médica

para a qual o estudo das lesões pessoais é de sua indiscutível competência

e merece todo o seu interesse.

⇒ O conhecimento dos níveis de ocorrência de acidentes de trabalho é fator

indispensável para a adoção de uma política trabalhista e empresarial que

preserve o bem estar do trabalhador e evite custos e prejuízos aos

empresários e às instituições previdenciárias.

⇒ Um dos mecanismos mais utilizados é a elaboração de estatísticas que, por

meio de métodos comparativos, mostram o aumento ou queda dos índices

de acidentes de trabalho num período e setor de trabalho dados. E, assim,

governo, empregadores e empregados adquiriam consciência da

necessidade de encarar o problema de prevenção do acidente, o primeiro

ditando as bases de uma legislação que visava a proteger o trabalhador da

agressividade do ambiente de trabalho e os últimos obedecendo o

estipulado nessa legislação, na medida de suas possibilidades.

⇒ É então que o empresariado começa a despertar para o aspecto

econômico dessa prevenção e espalha-se a idéia de que a prevenção

pode ser um bom negócio.

⇒ E contra a idéia de buscar a prevenção dos acidentes no estudo de suas

conseqüências havia a inexistência de proporcionalidade entre a gravidade

das lesões pessoais decorrentes de acidentes e a gravidade potencial desses

acidentes.

⇒ Impunha-se novo enfoque para enfrentar as novas técnicas. Não seria

lógico, pois, continuar a abandonar a análise dos acidentes sem lesão. E era

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necessário passar a estudar a problemática do acidente a partir de suas

causas.

⇒ 1971 – Decreto 68.255 de 16/02 cria a Campanha Nacional de Acidentes

de Trabalho – CANPAT.

Portaria 3.233 de 09/07 determina o cumprimento da CANPAT através de três

mecanismos:

⇒ Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CONPAT)

⇒ Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SPAT)

⇒ Medalha ao Mérito de Segurança do Trabalho (MMST)

⇒ 1972, em 27/07 é e ditada a Portaria 3236 que cria o Programa Nacional de

Valorização do Trabalhador – PNVT, referente à formação técnica em

Segurança e Medicina do Trabalho.

⇒ 1972, em 27/07 é editada à Portaria 3237 que regulamenta artigo 164 da

CLT, obrigando a existência de Serviço Especializado em Engenharia de

Segurança do Trabalho (SESMT) em empresas com mais de 100

funcionários.

⇒ 1972, outubro, durante a realização do 11º CONPAT, em Curitiba,

representantes das entidades e empresas abaixo relacionadas discutiram a

necessidade de elevar a carga horária prevista para os cursos de

especialização em engenharia de segurança e em medicina do trabalho,

fixando-a em um mínimo de 360 horas, com o que concordaram os

representantes do DNSHT e da Fundacentro. Foi um primeiro passo para o

aperfeiçoamento do preparo dos profissionais a serem utilizados.

⇒ Nessa altura tornou-se possível sensibilizar a área da engenharia, até então

preocupada principalmente com os assuntos ligados diretamente à

produção, para a análise das causas do acidente. Mas até que a engenharia,

preocupada com o que se referia diretamente à produção, passasse a

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interessar-se profissionalmente pela pesquisa das causas do acidente havia

um longo caminho a percorrer.

⇒ Além de cuidar do preparo dos profissionais previstos na portaria que

analisamos, caberia realizar estudos para homogeneizar os seus ditames

com a legislação Regulamentadora do exercício da engenharia, arquitetura

e agronomia.

⇒ Esses estudos foram realizados e serviram de base ao projeto de lei que,

apresentado no Senado pelo Eng.º Saturnino Braga dispunha a respeito da

especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança

do Trabalho e da profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.

⇒ 1977, 22 de dezembro, sancionada a Lei nº 6.514 que altera o Capitulo V

da CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho.

⇒ 1978, 08 junho, editada a Portaria 3.214 que aprova as Normas

Regulamentadoras - NR do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à

Segurança e Medicina do Trabalho.

⇒ 1985, em 27 de novembro sancionada a Lei nº 7.410 que dispõe sobre a

especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança

do Trabalho.

⇒ 1986, 9 de abril, Decreto nº 92.530, regulamenta a Lei nº 7.410, que dispõe

sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de

Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho.

⇒ 1996, a Portaria 393 de 09/04 adota o sistema de Grupos de Trabalho

Tripartite (governo, trabalhadores e empregadores) GTT buscando um

consenso nas regulamentações.

⇒ 1996, a Portaria 2 de 10/04 institui a Comissão Tripartite Paritária

Permanente (CTPP) para estudar e elaborar modificações nas NR´s. Fórum

permanente para discussão e revisão das normas.

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⇒ Entre 1996/97 o MEC altera carga horária dos cursos técnicos passando

para mínimo de 1600 hs. A primeira turma de técnicos de segurança do

trabalho do Colégio Martin Luther finalizou o curso em 1999.

⇒ A especialização a nível de pós graduação dos engenheiros foi fixada com

carga horária mínima de 600 horas.

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2. HIGIENE DO TRABALHO E PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

2.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HIGIENE DO TRABALHO

2.1.1 Conceito de Higiene do Trabalho

É a ciência e a arte dedicadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle

de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar

enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em

vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.

O diagrama de blocos abaixo possibilita uma melhor compreensão do conceito:

Prevenir Decorrentes

2.1.2 A Higiene do Trabalho e os Outros Ramos Profissionais

A higiene do trabalho se relaciona direta ou indiretamente com diversos ramos

profissionais:

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É A CIÊNCIA QUE ATUA NO

CAMPO DA SAÚDE

OCUPACIONAL

APLICANDO OS RECURSOS DA ENGENHARIA E

MEDICINA

DOENÇASDO

TRABALHO

DOSRISCOS

AMBIENTAIS

HIGIENEDO

TRABALHO

SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE

ERGONOMIA

ENGENHARIA

DIREITO

SEGURANÇA DO TRABALHO

TOXICOLOGIA

MEDICINA DO TRABALHO

PSICOLOGIAE

SOCIOLOGIA

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a) Direito – A higiene do trabalho fornece subsídios técnicos para solução de conflitos

trabalhistas envolvendo insalubridade. No campo do direito previdenciário e civil,

os dados de avaliação de exposição a riscos ambientais auxiliam na concessão de

aposentadoria especial e indenizações por incapacidade e/ou doenças do trabalho.

b) Engenharia – A engenharia está presente em todas as etapas de um programa de

higiene do trabalho. Deste modo, esta ciência é essencial no reconhecimento,

avaliação e controle dos riscos ambientais, como será abordado em todo este

trabalho.

c) Ergonomia - A higiene do trabalho não visa apenas à detecção de atividades e/ou

operações insalubres, mas também à melhoria do conforto e qualidade de vida do

trabalhador no seu ambiente de trabalho.

d) Saneamento e meio ambiente – A importância da higiene do trabalho, ou seja, da

avaliação e controle de riscos ocupacionais ultrapassa os limites do ambiente de

trabalho; não só este é parte do meio ambiente em geral mas, através da prevenção

adequada dos riscos ocupacionais, o impacto negativo da industrialização no meio

ambiente pode ser apreciavelmente reduzido.

e) Psicologia e sociologia – A psicologia e sociologia tratam de harmonizar as

relações entre processo produtivo, o ambiente de trabalho e o homem. A higiene do

trabalho, através de suas etapas, fornece dados essenciais para a melhor

interpretação do universo do trabalho.

f) Medicina do Trabalho – O controle biológico, por meio de exames médicos, é um

dos parâmetros utilizados para verificar a eficiência e subsidiar um programa de

controle de riscos ambientais.

g) Toxicologia – A toxicologia fornece dados técnicos sobre os contaminantes

ambientais, facilitando o reconhecimento dos riscos ambientais nos locais de

trabalho. Pode-se então afirmar que a toxicologia, na maioria das vezes, antecede as

etapas clássicas de um programa de higiene do trabalho.

h) Segurança do Trabalho – A higiene do trabalho, mediante análise dos agentes

agressivos nos pontos de trabalho, muitas vezes previne também riscos operacionais

capazes de gerar acidente de trabalho.

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Assim, a higiene do trabalho, por se tratar de uma ciência que tem como objetivo

principal a relação entre o homem e o meio ambiente de trabalho, necessita para o bom

desenvolvimento e a prática de ações multidisciplinares de educação dos trabalhadores, no

sentido de prevenir riscos ambientais, obtendo-se melhor organização do trabalho.

2.1.3. Conceito e Classificação dos Riscos Ambientais

Riscos Ambientais: são os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos

ambientes de trabalho capazes de produzir danos à saúde, quando superados os respectivos

limites de tolerância. Estes limites são fixados em razão da natureza, concentração ou

intensidade do agente e tempo de exposição. Todavia, não podemos adotá-los como valores

rígidos entre condição segura e capaz de gerar alguma doença, devido à suscetibilidade

individual, ou seja, para o higienista os limites devem ser encarados como valores

referenciais.

Os riscos ambientais se classificam em:

1. Riscos físicos: são aqueles que compreendem dentre outros o ruído, vibração,

temperaturas extremas, pressões anormais, radiações ionizante e não ionizante.

2. Riscos químicos: são aqueles que compreendem dentre outros as névoas, neblinas,

poeiras, fumos, gases e vapores.

3. Riscos biológicos: são aqueles que compreendem dentre outros as bactérias, fungos,

helmintos, protozoários e vírus.

4. Riscos Ergonômicos: estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que propõe

que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, propiciando bem estar físico e

psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos – do ambiente

– e a fatores internos – do plano emocional. Em síntese: ocorrem quando há disfunção entre

o indivíduo, seu posto de trabalho ou seus equipamentos. Ex. esforço físico excessivo,

excesso de levantamento e transporte manual de pesos, exigência de postura.

5. Riscos de Acidentes: ocorrem em função das condições físicas – do ambiente físico e do

processo de trabalho capazes de provocar lesões a integridade física do trabalhador. Ex.

máquinas sem proteção, arranjo físico inadequado, ferramentas inadequadas ou defeituosas,

EPI inadequado, animais peçonhentos e probabilidade de incêndio.

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2.2 Objetivos da higiene do Trabalho

Os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem em reconhecer,

avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho.

a) Reconhecimento – Esta etapa baseia-se no reconhecimento dos agentes ambientais

que afetam a saúde dos trabalhadores, o que implica o conhecimento profundo dos

produtos envolvidos no processo, métodos de trabalho, fluxo de processo, layout

das instalações, número de trabalhadores expostos, etc. esta etapa compreende

também o planejamento da abordagem do ambiente a ser estudado, seleção dos

métodos de coleta, bem como dos equipamentos de avaliação.

b) Avaliação – Trata-se da fase em que se realiza a avaliação quantitativa e/ou

qualitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de

trabalho a serem avaliados. Exige-se conhecimento de avaliação, que consistem

basicamente na calibração dos equipamentos, tempo de coleta, tipo de análise

química a ser feita.

Esta etapa abrange dois ramos de higiene do trabalho, quais sejam:

Higiene de campo: é a encarregada de realizar o estudo da situação higiênica no

ambiente de trabalho (análise de postos de trabalho, detecção de contaminantes e tempo

de estudar e recomendar medidas de controle para reduzir a intensidade dos agentes a

níveis aceitáveis).

Higiene analítica: realiza as análises químicas das amostras coletadas, cálculo e

interpretações de dados levantados no campo. Assim, por exemplo, uma amostra de

poeira coletada deverá ser analisada no laboratório por difratometria de raios x para

determinação de sílica livre cristalizada.

c) Controle – De acordo com os dados obtidos nas fases anteriores, esta se atém a

propor e adotar medidas que visam a eliminação ou minimização do risco presente

no ambiente.

O controle funda-se na adoção de medidas relativas ao ambiente e ao homem:

Medidas relativas ao ambiente: são medidas aplicadas na fonte ou trajetória, tais

como substituição do produto tóxico, isolamento das partes poluentes, ventilação local

exaustora, ventilação geral diluidora, limpeza dos locais de trabalho, etc.

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Medidas relativas ao homem: compreendem, dentre outras, a limitação do tempo de

exposição, equipamentos de proteção individual, educação e treinamento, exames

médicos (pré-admissional, periódico e demissional).

3. SEGURANÇA DO TRABALHO

a) CONCEITO

SEGURANÇA DO TRABALHO pode ser definida como: um conjunto de normas

destinadas à melhora dos ambientes de trabalho.

b) OBJETIVOS

a) evitar acidentes;

b) minimizar as condições inseguras de trabalho;

c) preparar o trabalhador para a prevenção dos desastres ocupacionais;

d) estabelecer melhores condições físicas e psíquicas no trabalho e por via

de conseqüência, melhores condições de eficiência e de produção.

c) PROCEDIMENTOS

Para preservar a saúde e a vida do ser humano em seu ambiente de trabalho e do

meio ambiente é indispensável:

• realizar pesquisas e estudos técnicos a respeito das instalações de trabalho

(Levantamento Ambiental de Riscos e PPRA Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais);

• realizar estudos médicos sobre os efeitos dos agentes nocivos à saúde humana

presentes nos locais de trabalho (PCMSO) Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional;

• colocar em prática as Normas especiais de segurança e fiscalização que foram

criadas em conseqüência da ação conjugada dos governos, sindicatos e

empregados, as quais asseguram a eficiência das leis protetoras.

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• implementar ações no ramo da segurança e higiene do trabalho constitui-se, na

verdade, uma fonte de experiências e conhecimentos para a preservação do

meio ambiente em geral, resultando em acúmulo de conhecimentos e

aprimoramento das condições de trabalho.

• Intensificar ações que visem a preservação do meio ambiente externo ao

local de trabalho em geral, pois a poluição do meio ambiente gerada pelas

atividades industriais é um problema que está gerando crescente preocupação

aos serviços de higiene e segurança do trabalho. Daí a importância crescente

da segurança do trabalho e o caráter social e humano de que se reveste tal

sistematização de normas.

d) IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

Esta disciplina, além dos aspectos técnicos, enfoca também aspectos humanísticos.

Portanto, não devemos esquecer que por trás de qualquer máquina, equipamento ou

material, está o homem, a maior riqueza da nação.

Se não bastasse isso, para avaliarmos a importância da Segurança e Medicina do

Trabalho, poderíamos pensar que, enquanto uma indústria tem capacidade de produzir

grande quantidade de produtos por dia, necessitamos de no mínimo 20 anos para formar

um homem.

(1) Aspectos sociais

Usemos o raciocínio do insigne Prof. Ruy Aguiar da Silva Leme: “Para

considerarmos o efeito de acidentes, via produtividade no caso nacional, consideremos um

trabalhador imaginário desde seu nascimento até sua morte”.

Para cada ano, podemos calcular o produto e o consumo total do trabalhador e sua

diferença, a produtividade líquida.

Essa será de início negativo, pois a criança só consome.

Entretanto o menor para a força de trabalho, a produtividade cresce, assumindo

valores positivos que permanecem com este sinal até o trabalhador se aposentar ou morrer.

Caso o trabalhador se aposentar, teremos até sua morte, valores negativos.

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Totalizando a produtividade líquida do trabalhador ao longo de sua vida, temos, em

geral, um valor positivo, isto é, um excedente que será utilizado para cobrir os déficit inicial

dos filhos dos trabalhadores, para sustentar o déficit correspondente aos aposentados, via

contribuição previdenciária e a poupança.

Para tornar mais claro o raciocínio, suponhamos que o trabalhador consome 5

unidades por ano, qualquer que seja sua idade e que produza 10 unidades por ano, dos 15

aos 50 anos, vivendo aposentado dos 50 aos 60 anos.

O saldo total seria, neste caso, igual.

S = (10 x 35) - (5 x 60) = 50

Suponhamos, contudo, que o trabalhador sofra um acidente aos 30 anos que reduza

a sua produção para a metade.

O novo saldo será:

S = (10 x 15) + (5 x 20) - (5 x 60) = -50

O exemplo obtido não tem pretensões ao realismo.

Contudo, mostra como um acidente, considerado em termos globais para a nação

pode tornar um trabalhador superavitário em um elemento deficitário no que concerne à

produção e ao consumo de bens.

Acreditamos que alguma pesquisa em torno deste raciocínio poderá ser muito útil

para mensurar os efeitos dos acidentes fatais ou que conduzam à incapacitação parcial

permanente aos trabalhadores.”

Apenas acrescentando: todo o ônus causado pelo acidente, reflete-se em toda a

nação, uma vez que é ela que paga ao incapacitado, ou à família da vítima de um

acidente fatal.

(2) Aspectos econômicos

As estatísticas de 1978 no dão em números redondos 1.6x 106 acidentes do trabalho.

Em 1977, o custo direto do acidente foi Cr$ 6.292,00 o que nos autoriza fazer uma

projeção para 1978 de Cr$ 8.000,00 (Cr$ 8 x 103).

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Assim o custo total seria:

Cr$ 8,00 x 103 x 1.6 x 106 = Cr$ 12.8 x 109

Se admitirmos o valor médio do barril de petróleo importado em 1978, Cr$15,00 ao

câmbio de Cr$ 20,00/dólar chegaríamos a conclusão que o acidente do trabalho nos custou

o equivalente a 43 milhões de barris de petróleo, ou seja quase que o equivalente a 2 meses

de consumo.

(3) Aspectos humanos

Embora não se possa exprimir em números, o aspecto humano é o mais

importante.

Se lançarmos esta pergunta ao acadêmico de Engenharia:

• Quanto vale em reais a vida de seu pai ou seu irmão?

• Acreditamos que teremos respostas afirmativas à colocação

anterior.

Não nos devemos, porém, ater exclusivamente a este raciocínio e

devemos ir mais longe.

Quando estamos pagando adicional de insalubridade a um

trabalhador, em outras palavras, estamos comprando alguns anos de sua vida, pelo

dano que o agente agressivo poderá causar a seu organismo.

e) SEGURANÇA NA ENGENHARIAPor sua formação, o engenheiro é o homem que planeja, projeta e executa.

Se utilizarmos a definição utilitária do engenheiro dado pelos americanos

“Engenheiro é aquele que faz o que um leigo faz, porém com a metade do

custo”, veremos no correr do curso, que segurança do trabalho é e deve ser considerada

como um investimento, da mesma forma que uma máquina, edificação ou equipamento.

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f) SEGURANÇA DO PLANEJAMENTO

Planejar seria extrapolar para o futuro. Devemos ter sempre em mente esta idéia,

quando estamos planejando, verificar quais as conseqüências futuras deste planejamento,

quais as implicações para a nossa e para futuras gerações da implantação desta nova

tecnologia.

Historicamente, sabe-se que os motores de combustão interna, a ciclo Otto, foram

planejados para utilização do álcool.

Receios de dependência de países tropicais, levou os técnicos da época a procurar

alternativas.

A gasolina pela sua baixa octanagem não permitia a taxa de compressão necessária,

e para melhorar a octanagem seu preço de fabricação tornava-se proibitivo.

Eis, senão quando, surge o tetra etila de chumbo que possibilitou a redução de

custos, tornando-a competitiva e até mais barata que o álcool.

Quando à planejamento e tecnologia nada a opor.

Entretanto, foi esquecido ou ignorado o fator homem.

Sendo este produto, altamente tóxico e cancerígeno, causador danos a toda a vida

animal e vegetal do planeta, foi posteriormente substituído por outros elementos químicos

menos nocivos e as pesquisas e experiências continuam sendo efetuadas, na busca de

combustíveis alternativos e menos poluidores.

Este exemplo, escolhido, bem pode mostrar como o engenheiro, o homem de

planejamento, deve deter-se em todas minúcias de um problema, não se prendendo

exclusivamente à tecnologia, que deve existir para beneficiar o homem, nunca prejudicá-lo.

Outros exemplos, em todas as áreas de engenharia, poderiam ser encontrados.

g) SEGURANÇA NO PROJETO

Não há projeto de engenharia que não introduza um fator de segurança.

Um engenheiro civil, por exemplo, jamais diria:

Acho que para esta viga, 10 barras de ferro ∅ ½ polegada bastam.

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Da mesma forma, o engenheiro mecânico se recusaria a dizer:

Para este motor é suficiente um eixo de 25 mm.

Em qualquer caso, seria feito um cálculo e aplicados coeficientes que assegurassem

um perfeito desempenho da viga ou do eixo.

Note-se que até este ponto estamos falando em segurança estrutural.

Devemos também pensar em segurança do operador, desde que o usuário foi

contemplado no projeto.

Assim, um projeto bem concebido poderá evitar tentativas de soluções futuras que,

além de encarecer o produto, podem dar insegurança ao trabalhador.

Um arranjo físico bem feito, será seguro e ao mesmo tempo pode aumentar a

produtividade. Uma máquina projetada com painéis de comando, que obedeçam a fatores

ergonômicos, evitam acidentes, reduzem a fadiga e também aumentam a produtividade.

Um projeto bem executado de proteção contra incêndio, além de aumentar a

segurança patrimonial, aumentam a segurança do trabalhador.

Todo o engenheiro sabe que é mais fácil alterar um desenho no papel, que

improvisar soluções futuras e se evitarmos ou minimizarmos as condições inseguras,

estaremos eliminando automaticamente um grande número de acidentes, nunca esquecendo

que qualquer medida de proteção coletiva sempre surtirá maiores resultados do que

medidas de proteção individual.

Por exemplo, um sistema de exaustão de gases de uma cabine de pintura sempre

dará melhor proteção que máscaras respiratórias fornecidas ao trabalhador; um andaime

seguro sempre será mais eficiente que um cinturão de segurança; e uma máquina com

proteção de suas partes móveis evita o acidente, enquanto que um aviso terá resultados

muito duvidosos.

h) SEGURANÇA NA EXECUÇÃO

Na fase de execução, além da responsabilidade do engenheiro na fiscalização e

orientação do processo, visando o cumprimento do projeto ou a qualidade do produto,

também a parte de segurança do trabalhador deve ser levada em conta.

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Já falamos que uma das causas dos acidentes são as condições inseguras.

Porém, a simples eliminação destas, por um bom planejamento e projeto, não

impede que acidentes ocorram por atos inseguros praticados pelo trabalhador ou fatores

pessoais de insegurança.

O engenheiro é o líder, seja imposto, seja natural, e sua cultura, aliada aos

conhecimentos tecnológicos, o fazem o guia inconteste da massa trabalhadora.

Aproveitando esta circunstância, poderá, por um trabalho de conscientização aliado

a um treinamento, evitar os atos inseguros e uma boa parcela dos fatores pessoais de

insegurança.

Por ato inseguro entendemos aquele ato praticado conscientemente pelo

trabalhador, sabendo que dele pode advir um acidente, por exemplo: apesar de

conhecer o risco de incêndio num almoxarifado de explosivos, acender um cigarro.

Por fator pessoal de insegurança, entendemos aqueles psicológicos ou pessoais

que podem levar a um acidente.

Um exemplo do primeiro seria o empregado que trabalha sob alguma tensão

emocional e, do segundo, o empregado não adestrado que opera uma máquina.

O bom exemplo, acima de tudo, influi sobremaneira nos atos inseguros.

Não adianta todo um trabalho de conscientização, se o técnico é o primeiro a

infringir normas de segurança.

i) INTERLIGAÇÃO DA SEGURANÇA NA ENGENHARIA COM OUTRAS ÁREAS

A Segurança, e por segurança entendemos não somente os acidentes típicos, como por

exemplo uma fratura ou mutilação, mas também os riscos ambientais, como gases, poeiras,

vapor, etc., ou ainda problemas fisiológicos e psicológicos, só poderá ser levada com

sucesso pelo engenheiro, se este contar com o apoio de outras áreas do conhecimento.

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(1) Interligação da segurança na engenharia com a medicina

O médico do trabalho é um parceiro importante do Engenheiro e do Técnico de

Segurança do Trabalho.

Então vejamos: Quando trabalham em comum acordo, o médico é indispensável no

exame pré admissional do candidato, escolhendo o biótipo certo para a função determinada.

Exemplificando: para uma função em que seja exigido vigor físico (calceteiro,

forneiro), só o médico poderá selecionar o homem adequado;

Uma pessoa alérgica não será escolhida para exercer função em setor em que há

poeiras ou gases, mesmo quando estes agentes agressivos estão abaixo dos limites de

tolerância. Da mesma forma, através de exames médicos periódicos o médico poderá

informar ao engenheiro certos fatores de risco, possibilitando a este encontrar soluções

tecnológicas.

Se um trabalhador, por exemplo, acusar início de surdes profissional, o médico

comunicará ao engenheiro, que providenciará a eliminação, se possível, ou a neutralização,

em último caso, do ruído, salvando, assim, a audição do trabalhador.

Uma associação deveras interessante está no campo da ergonomia:

Adequação homem máquina

Cujo estudo em conjunto dos dois profissionais poderá levar a

soluções ótimas, contribuindo para o bem estar do trabalhador.

(2) Interligação da segurança na engenharia com a psicologia

Esta relação é bastante íntima, pois só a psicologia terá condições de usando suas

técnicas, selecionar o homem, sob o ponto de vista psicológico para uma determinada

função.

Determinadas tarefas, como controle de qualidade, atividades de laboratório, exigem

um perfil psicológico diverso de um homem de manutenção,

Também, pelo Treinamento, pode-se evitar uma série de acidentes, como já falamos

anteriormente, e a pessoa, por excelência indicada, para programar e executar o treinamento

é o psicólogo.

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(3) Interligação com outras áreas

Além destas relações, um contato estreito do SESMT com o setor de suprimentos,

produção, manutenção, é essencial para um bom desempenho desta nobre tarefa, que é

preservar o bem estar do nosso semelhante.

Devemos ter em mente que a assistente social, é peça importante nesta máquina humana

de evitar acidentes, pois muitos deles podem ocorrer por desajustes pessoais.

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4. ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

A) Empregado: estabelecimentos comerciais e industriais, públicos e privados;

B) Assessorar profissionais da área de projetos e construção de máquinas,

equipamentos e edificações.

C) Assessoramento aos sindicatos e entidades de classe, na análise do ambiente do

trabalho.

4.1. PERFIL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

O profissional técnico de Segurança do Trabalho é responsável pela coordenação do

emprego adequado e seguro de procedimentos na realização das atividades e tarefas

exigidas numa empresa. Sua atenção maior é o trabalhador. Tem a função de zelar pela

correta aplicação das normas de segurança, e o seu desempenho impõe-lhe a atenção

permanente para o bom funcionamento de métodos corretos de trabalho. Para isso, analisa,

pesquisa, investiga, avalia, relata, aponta e sugere. Mantém contato direto com o ser

humano. É o elo de ligação entre o empregador e o empregado, no que se refere às

questões de segurança. Por isso deve apresentar qualidades específicas: capacidade de

liderança, dinamismo, iniciativa, equilíbrio emocional, capacidade de observar,

ponderar e sintetizar, perseverança, sociabilidade, comunicação e postura adequadas.

4.2. PAPEL E RESPONSABILIDADE

4.2.1. PAPEL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Responde pela elaboração e correta aplicação das normas de segurança do trabalho,

pelas análises das condições da empresa face à gradação de riscos, bem como pelo

planejamento e programação dos serviços de higiene e segurança, tendo em vista a

erradicação e/ou minimização de condições e atos inseguros, conforme estabelecido

pelas normas regulamentadoras;

Responde pelas atividades de ordem administrativa da área de segurança e proteção do

trabalho, emitindo requisições de compras, conforme as necessidades de utilização do

material e equipamentos, estabelecendo os estoques mínimos no almoxarifado,

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controlando o consumo e autorizando reposição dos mesmos, visando assegurar

racional suprimento destes materiais e equipamentos;

Elaborar normas e procedimentos sobre segurança e proteção do trabalho da unidade e

das empresas prestadoras de serviços, bem como orientar os subordinados, tendo em

vista o fiel cumprimento da política de segurança estabelecida;

Acompanhar a análise de risco de acidentes em cada operação, revisando, observando

in loco estas operações, com o objetivo de recomendar os procedimentos de execução

adequados e compatíveis com as regras básicas de segurança;

Acompanhar as inspeções de segurança dos equipamentos de combate a incêndio, junto

com firmas credenciadas;

Preparar e ministrar treinamento introdutório sobre prevenção de acidentes para

funcionários admitidos, estagiários e funcionários de empresas prestadoras de serviço,

através de palestras e recursos didáticos disponíveis, a fim de transmitir de forma

adequada as noções e regras básicas de segurança;

Participar ativamente dos trabalhos da CIPA, prestando assessoria necessária, tendo em

vista o cumprimento das normas regulamentadoras;

Garantir o uso de equipamentos de proteção individual através de distribuição racional e

acompanhamento eficaz;

Elaborar / orientar empresas contratadas para o uso e cumprimento das normas de

segurança, fiscalizando o cumprimento das mesmas;

Acompanhar teste do sistema de combate a incêndio, acompanhar vistoria nos

equipamentos de proteção a incêndio realizada por entidades ligadas ao sistema de

seguro da empresa.

4.2.2 ATUAÇÃO ESPECÍFICA DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

⇒ Identificar os fatores de risco de acidente de trabalho, doenças

ocupacionais, propondo melhorias ou a sua eliminação;

⇒ Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos individuais de proteção

utilizados na área industrial;

⇒ Investigar os acidentes ocorridos na empresa encaminhando propostas de

melhorias. (CAT, encaminhamento ao SUS);

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⇒ Marcar perícia (acidentes) junto ao SUS e acompanhamento do

afastamento do funcionário;

⇒ Analisar funções de funcionários no local de trabalho;

⇒ Acompanhar descarga de amônia, óleo diesel e produtos químicos;

⇒ Acompanhar e apoiar as CIPA’s (eleições, reuniões, documentação e

cursos);

⇒ Organizar e acompanhar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do

Trabalho (SIPAT);

⇒ Analisar as condições de higiene do trabalho;

⇒ Inspecionar procedimentos de segurança na linha de produção (uso de

EPI’s e/ou solicitando troca de equipamentos);

⇒ Acompanhamento de testes de EPI’s (vários fornecedores) e fazer contato

com depto de compras;

⇒ Atualizar dados estatísticos de acidentes do trabalho;

⇒ Controlar extintores: validades, limpeza, recarga e conservação;

⇒ Controlar equipamentos de emergência de segurança;

⇒ Levantamento de riscos ambientais;

⇒ Auxiliar a CIPA na elaboração e confecção dos mapas de risco;

⇒ Preparar documentação para laudos de aposentadorias especiais junto ao

INSS e digitar laudos (DSS8030);

⇒ Acompanhamento de perícias;

⇒ Atuar como instrutores em cursos de CIPA, prevenção básica, primeiros

socorros e combate a incêndio;

⇒ Fazer relatórios diários das inspeções de segurança.

4.2.3 RESPONSABILIDADE DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Como podemos verificar a responsabilidade do técnico de segurança do trabalho é

muito grande, pois embora exerça suas atividades principalmente na melhoria das

condições do ambiente de trabalho, as mesmas estão diretamente ligadas ao ser humano, ou

seja, ao trabalhador.

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O Técnico de Segurança do Trabalho além das responsabilidades do dia a dia da

profissão pode ser responsabilizado por danos que sua ineficiente atuação possa gerar ao

trabalhador ou ao ambiente de trabalho.

4.3. RESPONSABILIDADE

• Do Empregador

• Cumprir as normas de segurança e saúde

• Pagamento da previdência, das prestações de acidente de trabalho NÃO

EXCLUI a responsabilidade civil do empregador (art. 121), porém fica

excluída quando:

• O empregado desobedece às ordens

• O empregado provocou o acidente

• Do Empregado

• Cumprir as normas de segurança e saúde

• Obedecer às ordens do empregador

4.4 RECOMENDAÇÕES

• Cumprir as normas de SST (NR)

• Cumprir a legislação previdenciária

• Treinamento

• Documentar

• SESMT atuante e eficiente

• Audiometria seqüencial

• Assistente e técnico

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• Advogado especializado e competente.

5. ACIDENTES DO TRABALHO

5.1 CONCEITO

A definição legal é dada pelo Decreto 83.080 de 24.01.1979, no seu “Regulamento

de Benefícios da Previdência Social”, no seu Art. 221 que tem a seguinte redação:

Acidente do trabalho é aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho a

serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a

morte ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o

trabalho.

Para a Segurança do Trabalho, o acidente do ponto de vista prevencionista ocorre

sempre que um fato não programado modifica ou põe fim à realização de um

trabalho, o que ocasiona sempre perda de tempo, podendo advir outras conseqüências

como danos materiais (aos equipamentos, aos produtos, as instalações e ao meio

ambiente).

Há casos, porém, de acidentes que, embora não se enquadrem na definição de

acidentes do trabalho, podem ser encarados como tal:

1. Doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a

determinado ramo de atividade.

2. o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte , ou a perda, ou a redução da capacidade de trabalho.

3. a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal da área médica, no

exercício de sua atividade.

4. o acidente sofrido pelo empregado no local e horário de trabalho em

conseqüência de:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro

de trabalho;

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b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada

ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive

companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação ou incêndio;

f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

5. o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho;

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou

proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado,

inclusive de propriedade do empregado;

d) no trajeto da residência para o trabalho e vice versa;

e) no percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho;

5.2 CLASSIFICAÇÃO

SEM AFASTAMENTO: é o tipo de acidente em que o acidentado pode continuar sua

função normal, no mesmo dia do acidente, ou no próximo, no horário normal de trabalho.

COM AFASTAMENTO: é o acidente que provoca incapacidade temporária, incapacidade

permanente ou morte do acidentado.

Incapacidade temporária: é a perda de capacidade do trabalho por um período limitado

de tempo, num superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo

afastado do serviço, devido ao acidente, volta ao mesmo executando suas funções

normalmente, como fazia antes do acidente.

Incapacidade permanente parcial: é a redução parcial da capacidade de trabalho do

acidentado, em caráter permanente. (perda de um dos olhos, de um dedo, etc.)

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Incapacidade permanente total: é a perda da capacidade total para o trabalho em caráter

permanente. (perda de uma das mãos, dos dois pés, mesmo que a prótese seja possível).

5.3 CAUSAS DOS ACIDENTES

* ATOS INSEGUROS: são aqueles atos praticados conscientemente pelo trabalhador,

sabendo que dele pode advir um acidente.

* FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA:

a) fatores fisiológicos: surdez, insuficiência visual, alcoolismo, epilepsia;

b) fatores psicológicos: falta de aptidão, inteligência, traços de personalidade (percepção,

capacidade de concentração, rapidez de raciocínio), problemas psicomotores;

c) condições emocionais: tensão, desatenção; conflitos; perturbação mental;

desobediência; negligência, displicência, brincadeiras, curiosidade;

d) não utilização de EPI;

e) condições gerais: retirada ou neutralização de dispositivos de segurança; vestimenta

inadequada; desconhecimento do processo ou da máquina; manipulação de carga incorreta;

armazenamento contrário as normas de segurança; utilização de ferramental inadequado;

* CONDIÇÕES INSEGURAS: são aquelas atribuídas ao ambiente de trabalho, que põe

em risco a integridade física do trabalhador.

São aquelas que expõem o trabalhador a um risco derivado da própria natureza da empresa

ou do tipo de atividade a que ele está exposto.

1. INSTALAÇÕES: inadequadas:

a) localização inadequada, espaço físico deficiente, pé direto baixo,

piso irregular e ou escorregadio, escadas mal projetadas,

b) falta de sinalização;

c) falta de proteção nas máquinas;

d) ferramental inadequado e ou defeituoso;

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e) falta de ordem e ou limpeza;

f) iluminação deficiente;

g) calor, umidade, frio ou ruído excessivo;

h) produtos químicos

i) aerodispersóides (poeira, vapor, etc.);

j) instalações elétricas;

k) armazenagem contrária às normas de segurança;

2. MÁQUINAS, EQUIP. E FERRAMENTAS: inadequadas, defeituosas, adaptadas, sem

manutenção, sem proteção;

3. MATÉRIA PRIMA: inadequada;

4. TEMPO: exigência de alta produtividade;

5.4 TIPOS DE ACIDENTES

1. Batida por - quando o trabalhador sofre batida de objetos;

2. Batida contra - quando o trabalhador bate o corpo ou parte dele contra objetos;

3. Prensagem entre - quando ocorre a prensagem do corpo ou parte dele entre um objeto

fixo e um móvel ou entre dois móveis;

4. Queda da pessoa:

a. de mesmo nível, quando escorrega ou tropeça;

b. de nível elevado, quando cai de local mais alto;

5. Queda de objetos - quando o trabalhador é atingido por um objeto que cai devido à ação

da gravidade;

6. Esforço excessivo ou mau jeito - decorem da má posição do corpo, de movimentos

brusco em más condições ou super esforço empregado, atingindo principalmente a coluna

vertebral e a região lombar.

7. Contato com produtos químicos;

8. Contato com eletricidade;

9. Contato com temperaturas extremas e ou umidade;

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5.5 CONSEQÜÊNCIAS

1. PARA O TRABALHADOR: problemas físicos, emocionais, financeiros;

2. PARA A EMPRESA: substituição do acidentado, redução de produção e por

conseqüência de lucro, aumento de custo na folha de pagamento, ausência do profissional

treinado, PAGAMENTO DE SEGUROS para Indenização de acidentes e doenças

ocupacionais;

3. PARA O GOVERNO: pagamento do trabalhador encostado no INSS, ausência de

contribuição social, aposentadorias precoces por invalidez ou doenças ocupacionais;

4. PARA A NAÇÃO: diminuição de trabalhadores ativos e aumento de inativos,

5.6 CONCLUSÃO

Os acidentes do trabalho causam muitos problemas a todos e custam muito mais

que investir em prevenção.

6. MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO – CAT

I – Apresentação.

II – Recomendações gerais.

III – Informações gerais.

IV – Preenchimento do formulário CAT.

V – Conceito, definições, caracterização do acidente do trabalho, prestações e

procedimentos.

VI – Legislação.

VII – Anexos: anexo I - Formulário da CAT;

anexo II - Fluxo da CAT.

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I – Apresentação

O objetivo deste manual, elaborado por equipe do Ministério da Previdência e

Assistência Social – MPAS, Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e Ministério do

Trabalho e Emprego – MTE, é assegurar o correto preenchimento da Comunicação de

Acidente do Trabalho – CAT.

A comunicação, objeto deste manual foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67,

com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo

Decreto nº 2.172/97.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou

doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em

caso de omissão.

Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato

preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do

ponto de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.

II – Recomendações gerais

Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas

algumas precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas:

1 – não assinar a CAT em branco;

2 – ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devida e

corretamente preenchidos;

3 – o atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico;

4 – o preenchimento deverá ser feito a máquina ou em letra de forma, de preferência

com caneta esferográfica;

5 – não conter emendas ou rasuras;

6 – evitar deixar campos em branco;

7 – apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reterá a

primeira via, observada a destinação das demais vias, prevista no subitem 1.2;

8 – o formulário “Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT” poderá ser

substituído por impresso da própria empresa, desde que esta possua sistema de informação

de pessoal mediante processamento eletrônico, cabendo observar que o formulário

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substituído deverá ser emitido por computador e conter todas as informações exigidas pelo

INSS.

III – Informações gerais

1 – Comunicação do acidente

1.1 – A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho, ocorrido com seu

empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao

da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa

variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente

aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 109 do Decreto nº

2.173/97.

1.1.1 – Deverão ser comunicadas ao INSS, mediante formulário

“Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT”, as seguintes ocorrências:

Ocorrências: Tipos de CAT:a) acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou

doença profissional ou do trabalho;

CAT inicial;

b) reinicio de tratamento ou afastamento por

agravamento de lesão de acidente do trabalho ou

doença profissional ou do trabalho, já

comunicado anteriormente ao INSS;

CAT reabertura;

c) falecimento decorrente de acidente ou doença

profissional ou do trabalho, ocorrido após a

emissão da CAT inicial.

CAT comunicação de óbito.

1.2 – A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT,

preenchido em quatro vias, com a seguinte destinação:

1ª via – ao INSS;0

2ª via – à empresa;

3ª via – ao segurado ou dependente;

4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;

1.3 – A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar

ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT.

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1.4 – Tratando-se de trabalhador temporário, a comunicação referida neste item será feita

pela empresa de trabalho temporário.

1.5 – No caso do trabalhador avulso, a responsabilidade pelo preenchimento e

encaminhamento da CAT é do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO e, na falta deste, do

sindicato da categoria.

1.5.1 – Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato

preencher e assinar a CAT, registrando nos campos “Razão Social/Nome” e “Tipo” (de

matrícula) os dados referentes ao OGMO ou sindicato e, no campo “CNAE”, aquele que

corresponder à categoria profissional do trabalhador.

1.6 – No caso de segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado

ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou

autoridade pública.

1.6.1 – São autoridades públicas reconhecidas para esta finalidade: os magistrados em

geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos Estados,

os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e Forças

Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar).

1.7 – Quando se tratar de marítimo, aeroviário, ferroviário, motorista ou outro trabalhador

acidentado fora da sede da empresa caberá ao representante desta comunicar o acidente.

1.8 – Tratando-se de acidente envolvendo trabalhadores a serviço de empresas prestadoras

de serviços, a CAT deverá ser emitida pela empresa empregadora, informando, no campo

próprio, o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente.

1.9 – É obrigatória a emissão da CAT relativa ao acidente ou doença profissional ou do

trabalho ocorrido com o aposentado por tempo de serviço ou idade, que permaneça ou

retorne à atividade após a aposentadoria, embora não tenha direito a benefícios pelo INSS

em razão do acidente, salvo a reabilitação profissional.

1.9.1 – Neste caso, a CAT também será obrigatoriamente cadastrada pelo INSS.

1.10 – Tratando-se de presidiário, só caberá a emissão de CAT quando ocorrer acidente ou

doença profissional ou do trabalho no exercício de atividade remunerada na condição de

empregado, trabalhador avulso, médico-residente ou segurado especial.

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1.11 – Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio

acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o médico que o assistiu ou qualquer

autoridade pública prevista no subitem 1.6.1.

1.11.1 – A comunicação a que se refere este item não exime a empresa da responsabilidade

pela falta de emissão da CAT.

1.12 – Todos os casos com diagnóstico firmado de doença profissional ou do trabalho

devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador, acompanhada de relatório médico

preenchido pelo médico do trabalho da empresa, médico assistente (serviço de saúde

público ou privado) ou médico responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico

de Saúde Ocupacional – previsto na NR nº 7), com descrição da atividade e posto de

trabalho para fundamentar o nexo causal e o técnico.

1.13 – No caso de doença profissional ou do trabalho, a CAT deverá ser emitida após a

conclusão do diagnóstico.

1.14 – Quando a doença profissional ou do trabalho se manifestar após a desvinculação do

acidentado da empresa onde foi adquirida, deverá ser emitida CAT por aquela empresa, e

na falta desta poderá ser feita pelo serviço médico de atendimento, beneficiário ou sindicato

da classe ou autoridade pública definida no subitem 1.6.1.

1.15 - A CAT poderá ser apresentada no Posto do Seguro Social – PSS mais conveniente ao

segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento

médico ou da residência do acidentado.

1.15.1 – Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto

a filial, que possua matrícula no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC ou no Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, bem como a obra de construção civil registrada por

pessoa física.

2 – Comunicação de reabertura

2.1 – As reaberturas deverão ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficiário,

quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de

acidente do trabalho ou doença ocupacional comunicado anteriormente ao INSS.

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2.2 – Na CAT de reabertura deverão constar às mesmas informações da época do acidente,

exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão,

que serão relativos à data da reabertura.

3 – Comunicação de óbito

3.1 – O óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão

da CAT inicial ou da CAT reabertura, será comunicado ao INSS através da CAT

comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente

inicial. Anexar a certidão de óbito e quando houver o laudo de necropsia.

IV – Preenchimento do formulário CAT

Quadro I – EMITENTE

I.1 – Informações relativas ao EMPREGADOR

Campo 1. Emitente – informar no campo demarcado o dígito que especifica o

responsável pela emissão da CAT, sendo:

(1) empregador;

(2) sindicato;

(3) médico assistente;

(4) segurado ou seus dependentes;

(5) autoridade pública (subitem 1.6.1 da Parte III).

Campo 2. Tipo de CAT – informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo de

CAT, sendo:

(1) inicial – refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença do

trabalho;

(2) reabertura – quando houver reinicio de tratamento ou afastamento por

agravamento da lesão (acidente ou doença comunicado anteriormente ao

INSS);

(3) comunicação de óbito – refere-se à comunicação do óbito, em

decorrência de acidente do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT

inicial. Deverá ser anexada a cópia da certidão de óbito e quando

houver, do laudo de necropsia.

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Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por

CAT inicial.

Campo 3. Razão Social/Nome – informar a denominação da empresa empregadora.

Considera-se empresa na forma prevista no artigo 14 do Decreto 2.173/97:

a) a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou

rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração

direta, indireta e fundacional;

b) o trabalhador autônomo e equiparado, em relação ao segurado que lhe presta serviço;

c) a cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a

missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras;

d) o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra - de que trata a Lei 8.630 de 25 de

fevereiro de 1993.

Obs.: Informar o nome do acidentado, quando segurado especial.

Campo 4. Tipo e número do documento – informar o código que especifica o tipo de

documento, sendo:

(1) CGC/CNPJ – informar o número da matrícula no Cadastro Geral de

Contribuintes – CGC ou da matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa

Jurídica – CNPJ, da empresa empregadora;

(2) CEI – informar o número de inscrição no Cadastro Específico do INSS

quando o empregador for pessoa jurídica desobrigada de inscrição no

CGC/CNPJ;

(3) CPF – informar o número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física

quando o empregador for pessoa física;

(4) NIT – informar o Número de Identificação do Trabalhador no INSS

quando for segurado especial.

Campo 5. CNAE – informar o código relativo à atividade principal do

estabelecimento, em conformidade com aquela que determina o Grau de Risco para fins de

contribuição para os benefícios concedidos em razão do grau de incidência da incapacidade

laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O código CNAE (Classificação

Nacional de Atividade Econômica) encontra-se no documento de CGC ou CNPJ da

empresa ou no Anexo do Decreto nº 2.173/97.

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Obs.: No caso de segurado especial, o campo poderá ficar em branco.

Campo 6 a 9. Endereço – informar o endereço completo da empresa empregadora (art. 14

do Decreto nº 2.173/97).

Obs.: Informar o endereço do acidentado, quando segurado especial. O número do

telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.

I.2 – Informações relativas ao ACIDENTADO

Campo 10. Nome – informar o nome completo do acidentado, sem abreviaturas.

Campo 11. Nome da mãe – informar o nome completo da mãe do acidentado, sem

abreviaturas.

Campo 12. Data de nascimento – informar a data completa de nascimento do

acidentado, utilizando quatro dígitos para o ano. Exemplo: 16/11/1960.

Campo 13. Sexo - informar (1) masculino e (2) feminino.

Campo 14. Estado civil - informar (1) solteiro, (2) casado, (3) viúvo, (4) separado

judicialmente, (5) outros, e quando o estado civil for desconhecido informar (6) ignorado.

Campo 15. CTPS – informar o número, a série e a data de emissão da Carteira Profissional

ou da Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Obs.: No caso de segurado empregado, é obrigatória a especificação do número da

CTPS.

Campo 16. UF – informar a Unidade da Federação de emissão da CTPS.

Campo 17. Carteira de identidade – informar o número do documento, a data de emissão

e o órgão expedidor.

Campo 18. UF – informar a Unidade da Federação de emissão da Carteira de Identidade.

Campo 19. PIS/PASEP – informar o número de inscrição no Programa de Integração

Social – PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público –

PASEP, conforme o caso.

Obs.: No caso de segurado especial e de médico residente, o campo poderá ficar em

branco.

Campo 20. Remuneração mensal – informar a remuneração mensal do acidentado em

moeda corrente na data do acidente.

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Campo 21 a 24. Endereço do acidentado – informar o endereço completo do acidentado.

O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.

Campo 25. Nome da ocupação – informar o nome da ocupação exercida pelo acidentado à

época do acidente ou da doença.

Campo 26. CBO – informar o código da ocupação constante no Campo 25 segundo o

Código Brasileiro de Ocupação.

Campo 27. Filiação à Previdência Social – informar no campo apropriado o tipo de

filiação do segurado, sendo:

(1) empregado;

(2) trabalhador avulso;

(7) segurado especial;

(8) médico residente (conforme a Lei nº 8.138/90).

Campo 28. Aposentado? – informar "sim" exclusivamente quando se tratar de aposentado

pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

Campo 29. Área – informar a natureza da prestação de serviço, se urbana ou rural.

I.3 – Informações relativas ao ACIDENTE OU DOENÇA

Campo 30. Data do acidente – informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de

doença, informar como data do acidente a da conclusão do diagnóstico ou a do início da

incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela que ocorrer primeiro. A data

deverá ser completa. Exemplo: 23/11/1998.

Campo 31. Hora do acidente – informar a hora da ocorrência do acidente, utilizando

quatro dígitos (Exemplo: 10:45). No caso de doença, o campo deverá ficar em branco.

Campo 32. Após quantas horas de trabalho? – informar o número de horas decorridas

desde o início da jornada de trabalho até o momento do acidente. No caso de doença, o

campo deverá ficar em branco.

Campo 33. Houve afastamento? – informar se houve ou não afastamento do trabalho.

Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doença

relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou incapacidade.

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Campo 34. Último dia trabalhado – informar a data do último dia em que efetivamente

houve trabalho do acidentado, ainda que a jornada não tenha sido completa. Ex:

23/11/1998.

Obs.: Só preencher no caso de constar 1 (Sim) no Campo 33.

Campo 35. Local do acidente – informar o local onde ocorreu o acidente, sendo:

(1) em estabelecimento da empregadora;

(2) em empresa onde a empregadora presta serviço;

(3) em via pública;

(4) em área rural;

(5) outros.

Campo 36. CGC/CNPJ – informar o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o

acidente/doença, no caso de constar no campo 35 a opção 2.

Campo 37. Munícipio do local do acidente - informar o nome do município onde ocorreu

o acidente.

Campo 38. UF - informar a unidade da federação onde ocorreu o acidente.

Campo 39. Especificação do local do acidente – informar de maneira clara e precisa o

local onde ocorreu o acidente (Exemplo: pátio, rampa de acesso, posto de trabalho, nome

da rua, etc.).

Campo 40. Parte(s) do corpo atingida(s)

– para acidente de trabalho deverá ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo

agente causador, seja externa ou internamente;

– para doenças profissionais, do trabalho, ou equiparadas informar o órgão ou sistema

lesionado.

Obs.: Deverá ser especificado o lado atingido (direito ou esquerdo), quando se tratar

de parte do corpo que seja bilateral.

Campo 41. Agente causador – informar o agente diretamente relacionado ao acidente,

podendo ser máquina, equipamento ou ferramenta, como uma prensa ou uma injetora

de plásticos; ou produtos químicos, agentes físicos ou biológicos como benzeno, sílica,

ruído ou salmonela. Pode ainda ser consignada uma situação específica como queda,

choque elétrico, atropelamento.

Campo 42. Descrição da situação geradora do acidente ou doença

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– descrever a situação ou a atividade de trabalho desenvolvida pelo acidentado e por outros

diretamente relacionados ao acidente.

- tratando-se de acidente de trajeto, especificar o deslocamento e informar se o percurso foi

ou não alterado ou interrompido por motivos alheios ao trabalho.

- no caso de doença, descrever a atividade de trabalho, o ambiente ou as condições em que

o trabalho era realizado.

Obs.: Evitar consignar neste campo o diagnóstico da doença ou lesão (Exemplo:

indicar a exposição continuada a níveis acentuados de benzeno em função da

atividade de pintar motores com tintas contendo solventes orgânicos, e não

benzenismo).

Campo 43. Houve registro policial? – informar se houve ou não registro policial. No caso

de constar 1 (SIM), deverá ser encaminhada cópia do documento ao INSS oportunamente.

Campo 44. Houve morte? – o campo deverá constar SIM sempre que tenha havido morte

em tempo anterior ao do preenchimento da CAT, independentemente de ter ocorrido na

hora ou após o acidente.

Obs.: Quando houver morte decorrente do acidente ou doença, após a emissão da

CAT inicial, a empresa deverá emitir CAT para a comunicação de óbito. Deverá ser

anexada cópia da certidão de óbito.

I.4 – Informações relativas às TESTEMUNHAS

Campo 45 a 52. Testemunhas – informar o nome e endereço completo das testemunhas

que tenham presenciado o acidente ou daquelas que primeiro tenham tomado ciência do

fato.

Local e data – informar o local e a data da emissão da CAT.

Assinatura e carimbo do emitente – no caso da emissão pelo próprio segurado ou por

seus dependentes, fica dispensado o carimbo, devendo ser consignado o nome legível do

emitente ao lado ou abaixo de sua assinatura.

Quadro II – ATESTADO MÉDICO

Deverá ser preenchido por profissional médico. No caso de acidente com morte, o

preenchimento é dispensável, devendo ser apresentada a certidão de óbito e, quando

houver, o laudo de necropsia.

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Campo 53. Unidade de atendimento médico – informar o nome do local onde foi

prestado o atendimento médico.

Campo 54. Data – informar a data do atendimento. A data deverá ser completa, utilizando-

se quatro dígitos para o ano. Exemplo: 23/11/1998.

Campo 55. Hora – Informar a hora do atendimento utilizando quatro dígitos.

Exemplo: 15:10.

Campo 56. Houve internação? - informar (1) sim ou (2) não.

Campo 57. Duração provável do tratamento – informar o período provável do

tratamento, mesmo que superior a quinze dias.

Campo 58. Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? -

informar (1) sim ou (2) não.

Campo 59. Descrição e natureza da lesão – fazer relato claro e sucinto, informando a

natureza, tipo da lesão e/ou quadro clínico da doença, citando a parte do corpo atingida,

sistemas ou aparelhos.

Exemplo: a) edema, equimose e limitação dos movimentos na articulação tíbio társica

direita;

b) sinais flogísticos, edema no antebraço esquerdo e dor à movimentação da

flexão do punho esquerdo.

Campo 60. Diagnóstico provável – informar, objetivamente, o diagnóstico.

Exemplo: a) entorse tornozelo direito;

b) tendinite dos flexores do carpo.

Campo 61. CID – 10 – Classificar conforme o CID – 10.

Exemplo: a) S93. 4 – entorse e distensão do tornozelo;

b) M65. 9 – sinovite ou tendinite não especificada.

Campo 62. Observações – citar qualquer tipo de informação médica adicional, como

condições patológicas pré-existentes, concausas, se há compatibilidade entre o estágio

evolutivo das lesões e a data do acidente declarada, se há recomendação especial para

permanência no trabalho, etc.

Obs.: Havendo recomendação especial para a permanência no trabalho, justificar.

Local e data – informar o local e a data do atendimento médico.

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Assinatura e carimbo do médico com CRM – apor assinatura, carimbo e CRM do

médico responsável.

Quadro III – INSS

Campos de uso exclusivo do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

V – Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e

procedimentos

1 – Conceito do acidente do trabalho e doença ocupacional.

1.1 – Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,

com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o

segurado especial no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou

perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da

capacidade para o trabalho.

1.1.1 – É considerado como acidente do trabalho, nos termos deste item:

a) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do

trabalho peculiar a determinada atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do

Decreto nº 2.172/97;

b) a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de

condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde

que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97.

1.1.2 – Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação

constante do Anexo II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com

ele se relaciona diretamente, a Previdência Social (INSS) deve equipará-la a acidente do

trabalho.

1.2 – Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c) a que não produz incapacidade laborativa;

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d) a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela

se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto

determinado pela natureza do trabalho.

1.3 – Equiparam-se também a acidente do trabalho:

I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade

para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua

recuperação;

II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em

conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro

de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa

relacionada com o trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de

companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força

maior;

III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua

atividade;

IV – o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo

ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por

esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra;

d) independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de

propriedade do segurado;

e) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer

que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado,

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desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao

trabalho;

f) no percurso da residência para o OGMO ou sindicato de classe e destes para

aquela, tratando-se de trabalhador avulso.

Nota: Não será considerado acidente do trabalho o ato de agressão relacionado a motivos

pessoais.

1.3.1 – No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras

necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será

considerado a serviço da empresa.

1.3.2 – Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o

trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem alteração

ou interrupção por motivo pessoal do percurso do segurado. Não havendo limite de prazo

estipulado para que o segurado atinja o local de residência, refeição ou do trabalho, deve

ser observado o tempo necessário compatível com a distância percorrida e o meio de

locomoção utilizado.

1.4 – Será considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado

quando estiver sob a responsabilidade do Setor de Reabilitação Profissional.

1.5 – Não será considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão

que, resultante de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do acidente

anterior.

1.6 – Quando expressamente constar do contrato de trabalho que o empregado deverá

participar de atividades esportivas no decurso da jornada de trabalho, o infortúnio ocorrido

durante estas atividades será considerado como acidente do trabalho.

1.7 – Será considerado como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do

trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual

ou o dia em que for realizado o diagnóstico, cabendo para esse efeito o que ocorrer

primeiro.

2 – Campo de Aplicação

2.1 – As prestações relativas ao acidente do trabalho são devidas:

a) ao empregado;

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b) ao trabalhador avulso;

c) ao médico-residente (Lei nº 8.138, de 28/12/90);

d) ao segurado especial.

2.2 – Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:

a) ao empregado doméstico;

b) ao empresário: titular de firma individual urbana ou rural, diretor não

empregado, membro de conselho de administração de sociedade anônima,

sócios que não tenham, na empresa, a condição de empregado;

c) ao autônomo e outros equiparados;

d) ao facultativo.

2.3 – A partir de 11/11/97, o aposentado por tempo de serviço, especial ou idade pelo

Regime Geral de Previdência Social – RGPS que permanecer ou retornar à atividade sujeita

a este regime, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do

exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional.

3. Prestações por acidente do trabalho ou doença ocupacional

3.1 – Serviço: reabilitação profissional.

3.2 – Benefícios pecuniários:

BENEFÍCIOS BENEFICIÁRIOS CONDIÇÕES P/ CONCESSÃO DATA DE INÍCIO DATA DA

CESSAÇÃO VALOR

Auxílio-doença(esp. 91)

Acidentado do trabalho

- afastamento do trabalho por incapacidade

laborativa temporária por acidente do

trabalho.

- 16º dia de afastamento

consecutivo para empregado;

- data doafastamento demais

segurados.

- morte;- concessão de

auxílio-acidente ou aposentadoria;-cessação da incapacidade;- alta médica;

- volta ao trabalho.

91% dosalário debenefício

Aposentadoria por invalidez

(esp.92)

Acidentado do trabalho

- afastamento do trabalho por

invalidez acidentaria.

- no dia em que o auxílio-doença

teria início; ou- no dia seguinte à

cessação do auxílio-doença.

- morte;-cessação da

invalidez;- volta ao trabalho.

100% doSalário

de benefício

Auxílio Acidente(esp.94)

Acidentado do trabalho

-redução da capacidade laborativa por lesão acidentaria.

- dia seguinte a cessação do auxílio-

doença.

-concessão de aposentadoria;

- óbito.

50% dosalário de benefício

Pensão Dependentes do -morte por acidente do - data do óbito; ou -morte do 100% do

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(esp.93) Acidentado do trabalho

trabalho. - data da entrada do requerimento

quando requerida após 30 dias do

óbito.

dependente;-cessação da qualidade de dependente.

salário de benefício

Obs.: a) o valor da renda mensal da aposentadoria por invalidez será acrescida de

25% (vinte e cinco por cento) desse valor, quando comprovado através de avaliação

médico pericial que o acidentado necessita de acompanhante;

b) o salário de benefício consiste na média aritmética simples de todos os últimos

salários de contribuição relativos aos meses imediatamente anteriores ao do

afastamento da atividade ou da data de entrada do requerimento, até o máximo de 36

(trinta e seis), apurados em período não superior a 48 (quarenta e oito) meses.

3.3 - Havendo agravamento da lesão acidentária será devida a reabertura do auxílio-doença

acidentário, após a comprovação da incapacidade laborativa pela perícia médica do INSS.

3.3.1 - Para reabertura ocorrida após a cessação do auxílio-doença acidentário tendo o

acidentado retornado ou não ao trabalho:

a) o reinício será na data do novo afastamento;

b) o valor será a renda mensal do auxílio-doença cessado, reajustada pelos

mesmos índices de correção dos benefícios previdenciários em geral até o início da

reabertura.

3.4 - A prestação de assistência médica não é atribuição do INSS.

4 – Caracterização

4.1 – Os acidentes são classificados em três tipos:

Cód.1 – acidente típico (o que ocorre a serviço da empresa);

Cód.2 – doença profissional ou do trabalho;

Cód.3 – acidente do trajeto (o que ocorre no percurso residência ou refeição para o local de

trabalho e vice-versa).

4.1.1 – Esta informação constará no campo de responsabilidade do INSS, constante na

CAT, após análise administrativa dos dados sobre o acidentado e das circunstâncias da

ocorrência e o devido enquadramento nas situações previstas na legislação pertinente (Lei

nº 8.213/91), quando o INSS responderá o quesito “É reconhecido o direito do segurado à

habilitação ao benefício acidentário?”.

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4.1.2 – O INSS informará na CAT, a data do recebimento, o código da unidade, o nº do

registro aporá a matrícula e assinatura do servidor responsável pela recepção da

comunicação;

4.2 - Para que o acidente ou doença seja considerado como acidente do trabalho é

imprescindível que estejam em acordo com os conceitos previstos no Decreto nº 2.172/97,

sendo que a caracterização técnica deverá ser efetuada pelo Setor de Perícia Médica do

INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre:

a) o acidente e a lesão;

b) a doença e o trabalho;

c) a “causa mortis” e o acidente.

4.2.1 - Após a habilitação o direito ao benefício dar-se-á posteriormente ao reconhecimento

técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão, a doença e o trabalho e definição do grau

de incapacidade pela perícia médica do INSS na forma prevista no subitem 4.2, que

ocorrerá a partir do primeiro dia de afastamento para o trabalhador avulso, segurado

especial e médico residente e no caso de empregado a partir do 16º (décimo sexto) dia de

afastamento do trabalho por acidente ou doença.

Nos casos de morte a avaliação quanto ao nexo "causa mortis" e o acidente ou doença do

trabalho ocorrerá após a comunicação do óbito ao INSS.

4.2.2 - Não é responsabilidade do INSS a caracterização do nexo técnico para fins de

exame pré-admissional ou demissional da empresa.

5. Habilitação dos benefícios acidentários

5.1 - Comunicado o acidente ou doença do trabalho o segurado ou dependente deverá

comparecer ao INSS, para habilitação ao benefício, munido da seguinte documentação:

- Carteira do Trabalho e Previdência Social (CTPS);

- Contrato de trabalho quando não constar na CTPS;

- Declaração do OGMO ou Sindicato para o trabalhador avulso;

- Comprovante de inscrição no INSS, carnês de recolhimento de contribuições e o

contrato de residência médica, quando tratar-se de médico residente;

- PIS/PASEP, CPF, Cédula de identidade;

- Relação dos 36 últimos salários de contribuição apurados até 48 meses

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anteriores ao mês do afastamento;

- Endereço completo com CEP atualizado;

- Certidão de Nascimento dos dependentes e quando for o caso, Termo de

Tutela/Curatela;

- Ocorrência policial (quando houver);

- Documentos que comprovem o exercício da atividade rural na condição de

segurado especial;

- Certidão de óbito e laudo de exame cadavérico (se houver) no caso de morte;

- Documentos dos dependentes para o caso de requerimento de pensão;

- Outros que se fizerem necessários a cada caso.

5.2 O INSS poderá solicitar a apresentação de outros documentos e esclarecimentos, bem

como emitir pesquisas e diligências, visando a elucidação e comprovação dos fatos, para

fins de caracterização ou não do acidente ou doença como do trabalho, para concessão ou

indeferimento do benefício acidentário.

VI – Legislação

• Lei nº 8.213/91 com alterações da Lei nº 9.032/95 e da Lei nº 9.528/97.

• Decreto nº 2.172/97.

• Decreto nº 2.173/97.

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VII - Anexo I – Formulário CAT

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Anexo II – FLUXOGRAMA

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7. COR E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

7.1 Objetivo da Sinalização de Segurança

A sinalização de segurança visa organizar e identificar situações de risco nos

setores de trabalho, objetivando a prevenção contínua de acidentes na empresa.

7.2. Classificação das Cores

Cor geratriz ou primária é cada uma das três cores indecomponíveis que,

misturadas em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro. Para os que

trabalham com cor-luz, as primárias são: vermelho, verde e azul-violetado. A mistura

dessas três luzes coloridas produz o branco, denominando-se o fenômeno síntese aditiva

(ilust. 2). Para o químico, o artista e todos os que trabalham com substâncias corantes

opacas (cores-pigmento, às vezes denominadas cores de refletância ou cores-tinta) as cores

indecomponíveis são o vermelho, o amarelo e o azul (ilust. 3).

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Desde as experiências de Lê Blond em 1730, essas cores vêm sendo consideradas

primárias, reduzindo-se assim para três as quatro cores primárias de Leonardo da Vinci

(vermelho, amarelo, verde e azul).

Nas artes gráficas, pintura em aquarela e para todos os que utilizam cor-pigmento

transparente, ou por transparência em retículas, as primárias são o magenta, o amarelo e o

dano. A mistura dessas três cores também produz o cinza-neutro por síntese subtrativa. A

superposição de filtros coloridos magenta, amarelo e ciano, interceptando a luz branca,

produz igualmente o cinza-neutro.

Cor complementar - Desde a época de Newton, adota-se em Física a formulação de

que cores complementares são aquelas cuja mistura produz o branco. Segundo Helmholtz,

excluindo-se o verde puro, todas as demais cores simples são complementares de uma outra

cor simples, formando os seguintes pares: vermelho e azul- esverdeado, amarelo e anil, azul

e laranja. Em Física, cores complementares significam par de cores, complementando uma

a outra.

Cor secundária - é a cor formada em equilíbrio óptico por duas cores primárias.

Cor terciária - é a intermediária entre uma cor secundária e qualquer das duas

primárias que lhe dão origem.

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Cores quentes - são o vermelho e o amarelo, e as demais cores em que eles

predominem.

Cores frias - são o azul, e o verde, bem como as outras cores predominadas por eles.

Os verdes, violáceos, carmins e uma infinidade de tons poderão ser classificados como

cores frias ou como cores quentes, dependendo da percentagem de azuis, vermelhos e

amarelos de suas composições. Além disso, uma cor tanto poderá parecer fria como quente,

dependendo da relação estabelecida entre ela e as demais cores de determinada gama

cromática. Um verde médio, numa escala de amarelos e vermelhos, parecerá frio. O mesmo

verde, frente a vários azuis, parecerá quente.

Cor natural é a coloração existente na natureza. Para a reprodução aproximada de

sua infinita variedade, na impressão gráfica, além das cores primárias, são necessários o

branco e o preto.

Cor aparente ou acidental é a cor variável apresentada por um objeto segundo a

propriedade da luz que o envolve ou a influência de outras cores próximas.

Cor induzida é a coloração acidental de que se tinge uma cor sob a influência de

uma cor indutora. Nessa indução reside a essência da

beleza cromática. Em certa medida, podemos classificar como indução as manifestações

dos contrastes simultâneos de cores, das mutações cromáticas e do fenômeno da cor

inexistente.

Cores e tons - A aparência da cor se caracteriza por três valores: a tonalidade, a

luminosidade e a saturação.

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Tonalidade - É a característica qualitativa de uma a cor, que se especifica com os

termos azul, vermelho, verde, amarelo, etc. É o efeito produzido pelo suavizamento ou

escurecimento de uma tinta

pela adição do branco ou preto. Pode-se dizer também, que é a gradação de uma cor, ou

matizes diferentes por que pode passar uma cor, partindo-se do mais claro até o mais

escuro, ou vice-versa.

Luminosidade - É a capacidade de reflexão da luz,que depende da quantidade de

preto ou gris que contém e faz com que uma cor se aproxime mais ou menos do branco

(luminoso) ou do preto escuro).

Saturação - É a característica quantitativa de uma cor. Considera-se mais saturada,

a cor que menos branco ou preto contiver, ou quanto mais pura for. Quando uma cor se

encontra em sua máxima força e não contém nenhuma fração de branco e preto, diz-se que

tem saturação máxima. Por exemplo, o rosa é menos saturado que o vermelho porque

contém branco. O poder de excitação, o valor como estimulante da atenção que uma cor

provoca, não depende unicamente de sua tonalidade, claridade ou saturação próprias, mas

também da superfície que ocupa e das cores vizinhas (sobretudo do fundo).

Uma forma (um objeto, um texto, etc) pode reforçar-se sem aumentar e. vice-versa, por

meio emprego adequado das cores.

PERCEPÇÃO DA COR

O fenômeno da percepção da cor é bastante mais complexo que o da sensação. Se

neste entram apenas os elementos físicos (luz) e fisiológico (o olho), naquele entram, além

dos elementos citados, os dados psicológicos que alteram substancialmente a qualidade do

que se vê.

Exemplificando, podemos citar o fato de um lençol branco nos parecer sempre

branco, tanto sob a luz incandescente amarela como sob a luz violácea de mercúrio, quando

em realidade ele é tão amarelo quanto a luz incandescente, quando iluminado por ela, como

tão violáceo quanto a luz do mercúrio que o ilumina.

Na maioria das vezes não atentamos para a diferença de coloração e continuamos

a considerar branco o lençol, por uma codificação do cérebro, que incorpora aos objetos,

como uma de suas características físicas, a cor apresentada por eles quando iluminados pela

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luz solar, transformando em valor subjetivo as cores permanentes dos corpos naturais.

Na percepção distinguem-se três características principais que correspondem aos

parâmetros básicos da cor: matiz (comprimento de onda), valor (luminosidade ou brilho) e

croma (saturação ou pureza da cor).

Visibilidade das cores

As cores amarelas e cian são as que melhor se lêem distância.

À distância se vê primeiro o contraste amarelo-preto.O contraste branco-preto tem

um valor médio.

A visibilidade do contraste vermelho-verde é pobre, devido à ação simultânea das

complementares, que irrita os olhos, e é muito escassa também a do azul-verde. As

experiências realizadas demonstram que os elementos gráficos escuros sobre fundo claro

são percebidos melhor que os claros sobre fundos escuros das cores.

As cores amarelas e cian são as que melhor se lêem distância.

À distância se vê primeiro o contraste amarelo-preto.O contraste branco-preto tem

um valor médio.

A visibilidade do contraste vermelho-verde é pobre, devido à ação simultânea das

complementares, que irrita os olhos, e é muito escassa também a do azul-verde. As

experiências realizadas

demonstram que os elementos gráficos escuros sobre fundo claro são percebidos melhor

que os claros sobre fundos escuros.

Contraste: o contraste simultâneo se baseia no princípio de que nenhuma cor tem

valor por si mesmo, e sim que se matiz é acentuado, atenuado ou modificado pela

influência das cores justapostas. As principais formas de contrastes geralmente

consideradas como meios ótimos de expressões cromáticas são:

Contraste de tom: o mais contrastante é o de duas complementares empregadas sem

modulações intermediárias. Apesar de ser forte, não resulta ofensivo caso se procure

ressaltar uma só, atenuando as restantes com branco ou preto.

Contraste de branco ou preto: dá-se no claro escuro entre o branco, o preto e o

cinza.

Contraste de saturação: produz-se pela modulação de um tom saturado, puro, com

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preto, branco ou cinza.

Contraste de superfície: baseia-se no equilíbrio proporcionado entre a superfície

ocupada pelas cores e seu grau de calor: menor espaço para as cores quentes e mais espaço

para as frias. Estes fenômenos são de ordem fisiológica, e resultam da irritação e cansaço

de um ponto da retina.

Depois, se fixarmos atentamente estas cores as veremos tomar cada uma a tonalidade

complementar da vizinha: é o contraste de tonalidade, que se torna ainda mais nítido para

os quadrados primeiro (verde) e último (violeta), cuja cor não muda- seja por exemplo, o

violeta e verde justaposto:ao violeta acrescenta-se a cor complementar do verde, isto é o

vermelho, e o violeta adquire um tom púrpura; o verde por sua vez, recebe o amarelo,

complementar do violeta, e sua tonalidade torna-se amarelada.

É grande a importância deste fenômeno de contrastes simultâneos na elaboração de

cartazes, em que tantas vezes útil selecionar cores que se intensificam reciprocamente, e,

por isso, chamam mais a atenção.

Assim, várias experiências psicotécnicas têm mostrado que certos contrastes garantem

a maior legibilidade de longe, principalmente da letra sobre fundo.

Por exemplo, são mais visíveis:

Letras pretas sobre fundo branco;

Letras vermelhas sobre fundo branco;

Letras amarelas sobre fundo preto;

Letras brancas sobre fundo azul;

Letras vermelhas sobre fundo preto;

Letras brancas sobre fundo vermelho;

Letras azuis sobre fundo branco.

As letras cinzas são sempre relativamente legíveis sobre qualquer fundo de cor: tem maior

destaque sobre o branco.

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O grau de legibilidade de letras coloridas sobre fundos de cor será mais ou menos

acentuado segundo mais ou menos abertas as letras.

Em geral, uma letra escura sobre fundo claro é o mais legível de mais longe que o

inverso e se utilizaria uma cor clara em fundo escuro, a letra tem de ser mais forte, porque a

cor escura do fundo absorve a cor clara da letra. Do mesmo modo, em conseqüência de um

fenômeno de irradiação entre duas superfícies da mesma dimensão, uma muito luminosa e a

outra escura, a primeira parece maior.

7.3 ABNT 6493 (EMPREGO DE CORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE

TUBULAÇÕES)

Objetivo: Esta Norma fixa as condições exigíveis para o emprego de cores na identificação

de tubulações para canalização de fluidos e materiais fragmentados ou condutores elétricos,

com a finalidade de facilitar a identificação e evitar acidentes.

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Esta Norma aplica-se a identificação de tubulações de maneira geral, podendo ser

complementada por normas específicas, indicadas pela necessidade de determinadas

atividades.

7.4 ABNT 7195 (CORES PARA A SEGURANÇA)

Objetivo: Esta Norma fixa as cores que devem ser usadas para prevenção de acidentes,

empregadas para identificar e advertir contra riscos.

7.5 NR-26 (SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA)

26.1. Cor na segurança do trabalho.

26.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo fixar as cores que devem ser

usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos

de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias

para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos.

26.1.2. Deverão ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de

trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.

26.1.3. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de

acidentes.

26.1.4. O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar

distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

26.1.5. As cores aqui adotadas serão as seguintes:

- vermelho;

- amarelo;

- branco;

- preto;

- azul;

- verde;

- laranja;

- púrpura;

- lilás;

- cinza;

- alumínio;

- marrom.

26.1.5.1. A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de

trânsito para pessoas estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais convencionais ou

da identificação por palavras.

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26.1.5.2. Vermelho

O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de

proteção e combate a incêndio. Não deverá ser usado na indústria para assinalar perigo, por

ser de pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta visibilidade) e o

alaranjado (que significa - Alerta). É empregado para identificar:

- caixa de alarme de incêndio;

- hidrantes;

- bombas de incêndio;

- sirenes de alarme de incêndio;

- caixas com cobertores para abafar chamas;

- extintores e sua localização;

- indicações de extintores (visível a distância, dentro da área de uso do extintor);

- localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no carretel, suporte, moldura

da caixa ou nicho);

- baldes de areia ou água, para extinção de incêndio;

- tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água;

- transporte com equipamentos de combate a incêndio;

- portas de saídas de emergência;

- rede de água para incêndio (sprinklers);

- mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica).

A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo:

- nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras

obstruções temporárias;

- em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência.

26.1.5.3. Amarelo.

Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não-liquefeitos.

O amarelo deverá ser empregado para indicar "Cuidado!", assinalando:

- partes baixas de escadas portáteis;

- corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco;

- espelhos de degraus de escadas;

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- bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poços, entradas subterrâneas, etc.) e de

plataformas que não possam ter corrimões;

- bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente;

- faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de carregamento;

- meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;

- paredes de fundo de corredores sem saída;

- vigas colocadas a baixa altura;

- cabines, caçambas e gatos-de-pontes-rolantes, guindastes, escavadeiras, etc.;

- equipamentos de transporte e manipulação de material, tais como empilhadeiras, tratores

industriais, pontes-rolantes, vagonetes, reboques, etc.;

- fundos de letreiros e avisos de advertência;

- pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas e equipamentos em que se

possa esbarrar;

- cavalete, porteiras e lanças de cancelas;

- bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto);

- comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco;

- pára-choques para veículos de transportes pesados, com listras pretas.

Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando

houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização.

26.1.5.4. Branco.

O branco será empregado em:

- passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas (localização e largura);

- direção e circulação, por meio de sinais;

- localização e coletores de resíduos;

- localização de bebedouros;

- áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros

equipamentos de emergência;

- áreas destinadas à armazenagem;

- zonas de segurança.

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26.1.5.5. Preto.

O preto será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta

viscosidade (ex: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).

O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou combinado a este, quando

condições especiais o exigirem.

26.1.5.6. Azul.

O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu emprego limitado a avisos

contra uso e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.

Empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de

comando, de partida, ou fontes de energia dos equipamentos.

Será também empregado em:

- canalizações de ar comprimido;

- prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção;

- avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.

26.1.5.7. Verde

O verde é a cor que caracteriza "segurança".

Deverá ser empregado para identificar:

- canalizações de água;

- caixas de equipamento de socorro de urgência;

- caixas contendo máscaras contra gases;

- chuveiros de segurança;

- macas;

- fontes lavadoras de olhos;

- quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc.;

- porta de entrada de salas de curativos de urgência;

- localização de EPI; caixas contendo EPI;

- emblemas de segurança;

- dispositivos de segurança;

- mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).

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26.1.5.8. Laranja

O laranja deverá ser empregado para identificar:

- canalizações contendo ácidos;

- partes móveis de máquinas e equipamentos;

- partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas;

- faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;

- faces externas de polias e engrenagens;

- botões de arranque de segurança;

- dispositivos de corte, borda de serras, prensas.

26.1.5.9. Púrpura.

A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes das radiações

eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares.

Deverá ser empregada a púrpura em:

- portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais

radioativos ou materiais contaminados pela radioatividade;

- locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados;

- recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos

contaminados;

- sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações eletromagnéticas

penetrantes e partículas nucleares.

26.1.5.10. Lilás

O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias de

petróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.

26.1.5.11. Cinza

a) Cinza claro - deverá ser usado para identificar canalizações em vácuo;

b) Cinza escuro - deverá ser usado para identificar eletrodutos.

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26.1.5.12. Alumínio

O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e

combustíveis de baixa viscosidade (ex. óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante,

etc.).

26.1.5.13. Marrom

O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluído não-

identificável pelas demais cores.

26.2. O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou verde.

26.3. As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases, deverão receber a

aplicação de cores, em toda sua extensão, a fim de facilitar a identificação do produto e

evitar acidentes.

26.3.1. Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser diferenciada das

demais.

26.3.2. Quando houver a necessidade de uma identificação mais detalhada (concentração,

temperatura, pressões, pureza, etc.), a diferenciação far-se-á através de faixas de cores

diferentes, aplicadas sobre a cor básica.

26.3.3. A identificação por meio de faixas deverá ser feita de modo que possibilite

facilmente a sua visualização em qualquer parte da canalização.

26.3.4. Todos os acessórios das tubulações serão pintados nas cores básicas de acordo com

a natureza do produto a ser transportado.

26.3.5. O sentido de transporte do fluído, quando necessário, será indicado por meio de seta

pintada em cor de contraste sobre a cor básica da tubulação.

26.3.6. Para fins de segurança, os depósitos ou tanques fixos que armazenem fluidos

deverão ser indicados pelo mesmo sistema de cores que as canalizações.

26.4. Sinalização para armazenamento de substâncias perigosas.

26.4.1. O armazenamento de substâncias perigosas deverá seguir padrões internacionais.

a) Para fins do disposto no item anterior, considera-se substância perigosa todo material que

seja, isoladamente ou não, corrosivo, tóxico, radioativo, oxidante, e que, durante o seu

manejo, armazenamento, processamento, embalagem, transporte, possa conduzir efeitos

prejudiciais sobre trabalhadores, equipamentos, ambiente de trabalho.

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26.5. Símbolos para identificação dos recipientes na movimentação de materiais.

26.5.1. Na movimentação de materiais no transporte terrestre, marítimo, aéreo e intermodal,

deverão ser seguidas as normas técnicas sobre simbologia vigentes no País.

26.6. Rotulagem preventiva.

26.6.1. A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá ser feita segundo as

normas constantes deste item.

26.6.2. Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, precisas, redigidas em termos

simples e de fácil compreensão.

26.6.3. A linguagem deverá ser prática, não se baseando somente nas propriedades

inerentes a um produto, mas dirigida de modo a evitar os riscos resultantes do uso,

manipulação e armazenagem do produto.

26.6.4. Onde possa ocorrer misturas de 2 (duas) ou mais substâncias químicas, com

propriedades que variem em tipo ou grau daquelas dos componentes considerados

isoladamente, o rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do produto final.

26.6.5. Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos:

- nome técnico do produto;

- palavra de advertência designando o grau de risco;

- indicações de risco;

- medidas preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas;

- primeiros socorros;

- informações para médicos, em casos de acidentes;

- instruções especiais em caso de fogo, derrame ou vazamento, quando for o caso.

26.6.6. No cumprimento do disposto no item anterior, dever-se-á adotar o seguinte

procedimento:

- nome técnico completo, o rótulo especificando a natureza do produto químico. Exemplo:

"Ácido Corrosivo", "Composto de Chumbo", etc. Em qualquer situação, a identificação

deverá ser adequada, para permitir a escolha do tratamento médico correto, no caso de

acidente.

Palavra de Advertência - As palavras de advertência que devem ser usadas são:

- "Perigo", para indicar substâncias que apresentem alto risco;

- "Cuidado", para substâncias que apresentem risco médio;

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- "Atenção", para substâncias que apresentem risco leve.

Indicações de Risco - As indicações deverão informar sobre os riscos relacionados ao

manuseio de uso habitual ou razoavelmente previsível do produto.

Exemplos: "Extremamente Inflamáveis", "Nocivo se Absorvido Através da Pele", etc.

Medidas Preventivas - Têm por finalidade estabelecer outras medidas a serem tomadas para

evitar lesões ou danos decorrentes dos riscos indicados. Exemplos: "Mantendo Afastado do

Calor, Faíscas e Chamas Abertas" e "Evite Inalar a Poeira".

Primeiros Socorros - Medidas específicas que podem ser tomadas antes da chegada do

médico.

8. CALOR: NR – 15 ANEXO 3

Limites de Tolerância para exposição ao calor

1. A exposição ao calor deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido -

Termômetro de Globo” (IBUTG) definido pelas equações que seguem;

Ambientes internos ou externos sem carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

Ambientes externos com carga solar:

IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg

Onde:

tbn = temperatura de bulbo úmido natural

tg = temperatura de globo

tbs = temperatura de bulbo seco

2. Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo úmido

natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.

3. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da

região do corpo mais atingida.

Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente com

períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.

1. Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro

Nº 1

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QUADRO Nº 1

Regime de trabalho intermitente com

descanso no próprio local de trabalho

(por hora)

Tipo de atividade

Freqüência Leve Moderada PesadaTrabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,045 minutos trabalho

15 minutos descanso

30,1 à 31,4 26,8 à 28,0 25,1 à 25,9

30 minutos trabalho

30 minutos descanso

30,7 à 31,4 28,1 à 29,4 26,0 à 27,9

15 minutos trabalho

45 minutos descanso

31,5 à 32,2 29,5 à 30,0 28,0 à 30,0

Não é permitido o trabalho, sem adoção de

medidas adequadas de controle.

acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0

2. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos

legais.

3. A determinação do tipo de atividade (leve, moderada ou pesada) é feita consultando-se

o Quadro Nº 3.

Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho

intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso).

1. Para os fins deste item, considera-se como local de descanso, ambiente termicamente

mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.

2. Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro Nº 2.

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QUADRO Nº 2

M (Kcal/h) Máximo IBUTG175 30,5200 30,0250 28,5300 27,5350 26,5400 26,0450 25,5500 25,0

Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:

M = Mt x Tt + Md x Td 60

Sendo:

M = Taxa metabolismo ponderada para 1 hora.

Mt = Taxa metabolismo no local de trabalho.

Tt = Somas dos tempos, em minutos, em que se permanece, no local de trabalho.

Md = Taxa de metabolismo no local de descanso.

Td = Soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local descanso.

IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora determinado pela seguinte

fórmula:

IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td

60

Sendo:

IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.

IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.

Tt e Td = como anteriormente definido.

Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de

trabalho, sendo Tt e Td = 60 minutos corridos.

3. As taxas de metabolismos Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro nº 3.

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4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos efeitos legais.

QUADRO Nº 3

TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

Tipo de atividade Kcal/hSentado em repouso 100

Trabalho leve

Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia).

Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir).

De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.

125

150

150Trabalho moderado

Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.

De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação.

De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada com alguma movimentação.

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.

180

175

220

300Trabalho pesado

Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com

pá).

Trabalho fatigante.

440

550

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9. Frio NR-15 Anexo 9

1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em

locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio,

sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de

inspeção realizada no local de trabalho.

OBJETIVO

Verificar se o trabalho do empregador no interior da Câmara Fria fazem jus ao adicional de

Insalubridade de Grau Médio 20%, conforme NR – 15 anexo 9 – FRIO.

DESENVOLVIMENTO

No dia xxxxx ás 14 horas, realizamos inspeção da Câmaras Frias e de

Congelamento, localizada no xxxxxxxxxxxxxxxxxx.

ANÁLISE

Confrontando os Níveis de Temperatura de funcionamento da referida Câmara Fria

de Congelamento com temperatura de 0ºC à -40ºC e os túneis de congelamento com

temperatura de -70ºC, temperatura de armazenamento controlado através de termostato.

A nossa legislação, através da Portaria Ministerial 3.214/78, NR-15, Anexo 9,

considera como atividades ou operações insalubres por Frio, aquelas executadas no interior

de Câmara Frigorífica, ou em locais com condições similares. Esta insalubridade só poderá

ser caracterizada em decorrência de Laudo de Inspeção realizada no local de trabalho.

O critério técnico é simples e de fácil aplicabilidade recomendado pela

FUNDACENTRO, é aquele que considera insalubre uma atividade ou operação, quando

esta for executada em desacordo com a tabela I que segue abaixo, tabela esta que relaciona

faixas de temperaturas com tempos máximos de exposição.

A tabela fixa o tempo máximo de trabalho permitido a cada faixa de temperatura,

desde que alternado com recuperação térmica em local fora do ambiente considerado Frio.

TABELA I - Limites de tempo para exposição a baixas temperaturas para pessoas

adequadamente vestidas para exposição ao Frio

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RIO GRANDE DO SUL – ZONA CLIMÁTICA MESOTÉRMICA

Faixas de temperaturas Máxima exposição diária permissível+10,0 à -17,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de

6 horas e 40 minutos, sendo quatro períodos de uma hora e 40 minutos alternados com 20 minutos de repouso e recuperação térmica, fora do ambiente frio.

-18,0 à -33,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas alternado-se uma hora de trabalho, por uma hora recuperação térmica, fora do ambiente frio.

-34,0 à -56,9ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de uma hora, sendo dois períodos de trinta minutos com recuperação mínima de 4 horas para recuperação térmica fora do ambiente frio.

-57,0 à -73,0ºC Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos, sendo o restante da jornada cumprida obrigatoriamente fora do ambiente frio.

abaixo de 73,0ºC Não é permitida exposição ao ambiente frio seja qual for à vestimenta.

CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

FRIO - (ANEXO 9, NR - 15 DA PORTARIA 3.214/78)

A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério implicando

em uma série de inconvenientes que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do

trabalhador. Trabalhos ao ar livre em climas frios são encontrados em regiões e grandes

altitudes, bem como em algumas zonas temperadas, no período de inverno. Fora das

atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso é ainda encontrado em ambientes artificiais,

como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam em exposições a temperaturas

bastante reduzidas.

Estudos realizados nas indústrias norte-americanas, no início do século xx,

evidenciaram que a incidência de lesões por acidentes era menor a uma temperatura de

18ºC que em outras inferiores ou superiores a esta. O aumento da freqüência de acidentes

em baixas temperaturas foi atribuído à perda da destreza manual.

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EFEITOS DO FRIO

Os efeitos causados no organismo dependem principalmente da temperatura do ar,

velocidade do ar e da variação do calor radiante. Todos estes fatores influem no equilíbrio

homeotérmico do corpo, provocando uma seqüência de reações no organismo, com

conseqüentes distúrbios.

Na faixa de temperatura operativa entre 29°C e 31°C para pessoas desnudas e 23°C

a 27°C para pessoas vestidas, com atividade sedentária, não ocorre aquecimento ou

resfriamento do corpo ou aumento nas perdas evaporativas. Nesta zona cada indivíduo tem

uma temperatura neutra onde o ambiente não é nem quente nem frio, e não ocorrem ações

do sistema de controle fisiológico para manter a temperatura normal do corpo. Esta zona é

chamada zona neutra.

Se ocorre uma diminuição na temperatura operativa, aumenta a taxa de calor

perdido da pele para o ambiente, e o corpo decresce o fluxo de sangue para a pele. Isto

resfria a pele e tecidos adjacentes e mantém a temperatura interna do corpo. A pele fica

também mais seca e menos condutora térmica. As condições externas onde isto ocorre

definem a zona de regulação vasomotora contra o frio.

Se a temperatura operativa diminuir mais ainda, aumentam as chances de cair a

temperatura superficial e interna do corpo. Para isto não ocorrer, o corpo gera calor através

de atividade espontânea, tensão muscular ou tremor, ou a pessoa providencia mais

vestimentas. Se o calor gerado ou o aumento de vestimentas balanceia a maior perda de

calor, a temperatura interna do corpo é mantida. Esta faixa é chamada zona de regulação

por procedimento contra o frio.

Se todas as reações de controle forem inadequadas, o corpo entra na zona de

resfriamento do corpo. Se a temperatura interna do corpo cair mais de 2°C abaixo dos 37°C

(35°C),a pessoa perde eficiência (movimento das mãos, por exemplo). Temperaturas

internas 6°C abaixo dos 37°C (31°C) podem ser letais.

A baixa temperatura corporal resulta de um balanço negativo entre a produção e a

perda de calor. A produção de calor diminui e a perda de calor aumenta.

A vasoconstrição periférica é a primeira ação reguladora que ocorre no organismo,

quando se inicia uma excessiva perda de calor. O fluxo sangüíneo é reduzido em proporção

direta com a queda da temperatura.

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Quando a temperatura corpórea fica abaixo de 35ºC, ocorre diminuição gradual de

todas as atividades fisiológicas: cai a freqüência do pulso, da pressão arterial e da taxa

metabólica, desencadeando um tremor inconsolável (tiritar) para produzir calor.

No tremor, o número de contrações musculares por unidade de tempo é elevado,

resultando um aumento da produção de calor e uma maior atividade muscular.

Se a produção de calor é insuficiente para manter o equilíbrio, a temperatura do

corpo vai decrescendo. Quando a temperatura do núcleo do corpo vai abaixo de 29ºC, o

hipotálamo perde a capacidade termoreguladora e as células cerebrais são deprimidas,

inibindo a atividade dos mecanismos termocontroladores do Sistema Nervoso Central,

evoluindo para sonolência e coma.

AVALIAÇÃO

Embora os mesmos fatores ambientais analisados e considerados no estudo do calor

influam na intensidade da exposição ao frio, pouco se conhece sobre a sua quantificação e

controle. Não existem, até o momento, índices especiais tão completos e detalhados que

permitam uma validação correta e precisa das condições de exposição ao frio intenso.

No entanto, tem-se construído modelos engenhosos que procuram simular o

processo que envolve a perda de calor. O uso de esferas, cilindros e mesmo um manequim

de cobre tem sido uma constante no estudo do ambiente, com o intuito de realizar medições

do intercâmbio de calor com o meio.

Realizam-se experiências no interior de câmaras frias, onde o manequim de cobre é

mantido com temperatura igual à do corpo humano através de um aquecimento elétrico

controlado por um termostato. Variando-se a temperatura e velocidade do ar no interior da

câmara, podemos reproduzir diversas condições de exposição ao frio. Podemos, desta

forma, relacionar a corrente elétrica necessária para manter a temperatura do manequim

constante, com a qualidade de calor perdido pelo mesmo. Este cálculo é apenas

aproximado, pois este modelo esta longe de igualar-se ao complexo mecanismo fisiológico

que constitui o organismo humano. A perda de calor através de respiração, por exemplo,

não é considerado nesta experiência e sabe-se que a 20ºC o organismo perde 8 kilocalorias

por hora, a -10ºC esta perda é duplicada. O estudo mais profundo desta perda de calor pela

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respiração é de real importância, pois se acredita que a mesma, aliada a outros fatores, seja

a principal causadora dos ataques cardíacos sofridos por indivíduos mais expostos ao frio.

As experiências mostraram que o fluxo de ar que circula no organismo humano é

fator de grande influência no esfriamento do mesmo. A perda de calor por convenção pode

ser claramente notada, quando nos deslocamos rapidamente em um ambiente frio que não

apresenta correntes de ar significativas. Sabe-se que os efeitos de exposição ao frio intenso

não aumentam numa relação linear com a velocidade do ar. E sim, com a raiz quadrada

desta. Como exemplo, pode-se afirmar que a uma temperatura de 0ºC e velocidade do ar de

6 m/s é equivalente a uma temperatura de -10ºC e velocidade do ar 0 m/s.

A experiência das Forças Armadas Norte-Americanas mostrou que, com fraca

movimentação de ar, para temperaturas superiores a -30ºC, pessoas adequadamente

vestidas tem pouco a temer. Para temperaturas que se encontram entre -30ºC e -50ºC há

considerável perigo, mesmo para pessoas adequadamente vestidas. Em temperaturas

menores que -70ºC há um sério risco à sobrevivência.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA O FRIO

A profundidade humana depende da integridade funcional do cérebro do homem.

Em ambientes frios, deve-se conservar o calor do corpo para manter a temperatura do

cérebro ao redor de 37ºC, assegurando a adequada irrigação do sangue às extremidades.

A discrepância entre os isolamentos necessários para períodos de descanso é um dos

maiores problemas para trabalhadores que executam tarefas externas e ficam por longos

períodos em clima frio. A tendência do inexperiente é vestir-se demais. O resultado é uma

intensa sudorese, tentando manter o equilíbrio calórico do corpo, enquanto o indivíduo

trabalha. A pesada vestimenta não permitirá o suficiente esfriamento por evaporação. Uma

considerável quantidade de suor é acumulada na vestimenta e contínua a evaporar durante o

período de descanso subseqüente, anulando, por algum tempo, o isolamento adequado,

quando o mesmo é mais necessário.

EDUCAÇÃO E TREINAMENTO

Informar ao trabalhador quanto à necessidade do uso de vestimentas adequadas e a

troca de roupas e calçados quando estiveram úmidos, molhados ou apertados. Quando na

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sala de repouso, manter-se quente, seco e em movimento, realizando exercícios freqüentes

com os braços, as pernas e os dedos das mãos e pés, para manter ativa a circulação

periférica.

Nos intervalos de almoço, evitar exercícios violentos, como jogos coletivos, para

não haver dispersão de calor excessivo, e para evitar choques térmicos quando retornar ao

trabalho.

Trabalhos realizados sob baixas temperaturas caracterizam-se como insalubres em

grau médio, 20%. Conforme NR - 15 anexo 9. O anexo 9 da NR –15 da Portaria

Ministerial 3.214/78 não estabelece limites em termos de graus de temperatura abaixo dos

quais, ou tempo de permanência acima dos quais, ocorre insalubridade.

A avaliação deve, portanto, ser mais abrangente, considerando os equipamentos de

proteção individual utilizados, temperatura no interior do local considerado, bem como fora

dele, verificando a presença do “choque térmico”, número de penetrações no local do frio,

tempo de permanência, atividade desenvolvida, umidade relativa do ar, condições de

ventilação e outras.

A permanência em ambiente frio determina a atividade de distintos mecanismos de

termoregulação do organismo. Assim, para evitar as perdas calóricas se produz uma

vasoconstrição periférica. Ao mesmo tempo, origina-se uma maior quantidade de calor

devido ao hipertono muscular, ao aumento do trabalho muscular voluntário e à reposição

calórica.

ACLIMATAÇÃO

Após uma longa exposição a um ambiente que apresenta condições extremas, como

excesso de calor ou de frio, ocorrem alterações fundamentais nas respostas termo-

reguladoras. Este fenômeno é denominado ACLIMATAÇÂO, que permite aos indivíduos

trabalharem com eficácia, em condições que, originalmente, seriam intoleráveis.

Indivíduos que trabalham ao ar livre, em climas frios, tem demonstrado sua

aclimatação local evidenciada pela maior irrigação de sangue nas mãos, que permanecem

quentes e mais funcionais do que as de pessoas não totalmente aclimatizadas.

No entanto, apesar das prolongadas pesquisas realizadas em laboratório e nas

expedições polares, não existe uma evidência fisiológica de aclimatização genérica ao frio.

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REGIME DE TRABALHO

O trabalhador não deve permanecer por longos períodos em ambientes com frio

intenso. Recomendam-se períodos de trabalho intercalados por períodos de descanso para

regime de trabalho.

Exames médicos pré-admissionais

Quando é realizada a seleção de profissionais para a execução de trabalhos em

câmaras frias, devem-se excluir os portadores de diabetes, epiléticos, fumantes, alcoólatras,

aqueles que já tenham sofridos lesões devidas ao frio, os que possuem “alergia” ao frio, os

portadores de problemas articulares e os que tenham doenças vasculares periféricas. Com

este controle, reduzem-se os índices de doenças devidas ao frio.

Aos que apresentarem essas alterações, recomenda-se a mudança do setor de

trabalho a um adequado tratamento médico.

Vestimenta adequada

Quando a exposição às intempéries é inevitável, os trabalhadores devem estar

providos de roupas de proteção, que constituam uma barreira isolante entre a superfície

quente do corpo e o meio ambiente frio. Quanto maior é a diferença entre a temperatura da

pele e a do ar circulante, maior é o isolamento necessário para manter o microclima que

cerca a pele, a níveis confortáveis.

Quando o corpo se encontra em atividade, há um aumento de produção de calor,

sendo necessário um menor isolamento para manter o equilíbrio entre o calor produzido e o

perdido.

RECOMENDAÇÕES

Recomendamos O USO DE ROUPA COMPLETA TÉRMICA (JAPONA TÉRMICA,

CALÇA, CUECÃO, MEIA DE LÃ, BOTA ESPECIAL TÉRMICA, TOUCA E CAPUZ

para todos os empregados que entram nos Câmaras Frias e Túneis de Congelamento, para

evitar o choque térmico).

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10. RISCOS QUÍMICOS

10.1. INTRODUÇÃO

Atualmente cerca de 400 milhões de toneladas de Produtos Químicos são

produzidos por ano, existindo cerca de 7 milhões destes agentes. Acima de 1000 novos

produtos são produzidos pela indústria química em cada ano. Estima-se que existam entre

5.000 e 10.000 produtos causadores de danos ao organismo humano e que

aproximadamente 200 destes seja, cancerígenos.

É certo que estes produtos químicos tem provocado melhorias na qualidade de vida

da população, mas, quando consideramos os locais de trabalho e o meio ambiente,

verificamos que a exposição aos riscos químicos tem aumentado assustadoramente.

O uso e armazenamento inadequados destes produtos podem ocasionar danos à

saúde dos trabalhadores e das populações residentes nas proximidades. Casos graves de

incêndios e explosões são bem conhecidos. Citamos alguns exemplos:

• Desastre ocorrido em Bhopal na Índia em 1984 pela liberação de Metil-Isocianato e que

resultou em um número de mortos superior a 2.000 e cerca de 20.000 atingidos;

• Liberação acidental de Dioxina em Seveso na Itália em 1976, atingindo 30 pessoas e

provocando a evacuação de 22.000 habitantes;

• Explosão de Ciclohexano em Flixborough na Grã-bretanha vitimando 28 pessoas e

atingindo 89 habitantes;

• Em janeiro de 1995 uma equipe de pedreiros tentava retirar as madeiras que envolviam

a caixa da água, num prédio em construção na zona sul de São Paulo. O pedreiro João

Pereira de Souza morreu após inalar o gás expelido pela caixa, e mais seis empregados

sentiram enjôos e tonturas ao tentarem socorrê-lo. Todos foram levados para o pronto

socorro;

• No mesmo mês, em Sorocaba-SP, dois operários faziam a impermeabilização de uma

caixa da água e sofreram intoxicações pelos gases dos produtos utilizados no serviço.

Um deles caiu de uma altura de quase oito metros e o outro ficou dependurado no

andaime, a mais de seis metros de altura. Os dois foram levados para o hospital regional

de Sorocaba, e durante o trabalho foi constatado que nenhum deles usava máscaras

contra gases;

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• Em novembro de 1994, dois operários morreram após entrarem numa caixa da água de

dois metros de profundidade e capacidade para 60 mil litros, vedada há 11 meses, num

edifício em construção, em Brasília. Um bombeiro que tentou socorrê-los também foi

vítima e outro soldado ficou em estado de coma, após cheirar a roupa primeiro. O

acidente ocorreu devido à formação de gases tóxicos, através da decomposição de

substâncias orgânicas, fungos e bactérias.

• Em fevereiro de 1994, dois funcionários o lodo de um tanque de tratamento de efluentes

de um curtume em Estância Velha/RS. Um deles entrou no tanque para ajustar a

mangueira que retirava o material, sem qualquer equipamento de proteção respiratória e

acabou intoxicado pelos gases desprendidos e desmaiou. O colega e o motorista de um

caminhão de outra empresa, que estavam ali para transportar os resíduos, se assustaram

e tentaram ajudar, mas também morreram. Outros dois funcionários tentaram ajudar e

também se intoxicaram. Conseguiram escapar com vida;

• Em fevereiro de 1992, em Novo Hamburgo/RS, três trabalhadores consertavam o motor

do sistema de tratamento de afluentes de um curtume. Enquanto dois lidavam com o

aerador do reservatório, um outro entrou no tanque, com capacidade para 200 mil litros,

sentiu-se mal e caiu. Na tentativa de salvar o colega, os outros dois se atiraram no

tanque. Quando um deles viu que não adiantava mais tentou nadar até a beirada e foi

socorrido, mas morreu minutos após entrar no hospital. Nenhum deles usava

equipamentos de proteção;

• Em 20 de março de 1995, mais de cinco mil forma intoxicados e 12 morreram pelo

efeito gás sarin, deixado em 16 estações do metrô de Tóquio. O sarin é uma mistura de

fósforo orgânico, álcool, fluoreto de sódio e outros componentes, e ataca as moléculas

de aceticolina, responsáveis pelas transmissões de estímulos no sistema nervoso. Os

sintomas são tosse, contrações do tórax, vômitos, problemas visuais, tremores

musculares, descoordenação progressiva, paralisia muscular e morte;

• Em agosto de 1993, cinco empregados de uma empreiteira de telefonia estavam

instalando fibra ótica dentro de uma geleira subterrânea, na cidade de Concepción, no

Chile. Segundo os bombeiros, houve uma infiltração de gás metano nas geleiras da

Companhia de Telefones. A morte dos trabalhadores ocorreu numa seqüência onde

primeiro um desmaio ao respirar o gás e caiu, e assim sucessivamente, até que todos

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caíram expostos a uma atmosfera mortal. Um transeunte tentou salvá-los e morreu

também. Mais seis pessoas foram afetadas com lesões leves.

As causas destas catástrofes sempre se relacionam com eventos incontroláveis,

envolvendo fogo, explosão ou liberação de produtos tóxicos que resultaram em doenças,

mortes, danos ao meio ambiente e efeitos econômicos incalculáveis. Na maioria das vezes

os envolvidos sequer tinham conhecimento dos riscos a que estavam expostos por pura falta

de informação, treinamento e programas de prevenção a estes riscos, caracterizando-se a

negligência e imprudência dos responsáveis por estas pessoas, além da própria imperícia

dos trabalhadores.

Em razão disto o presente trabalho procura apresentar a conceituação técnica dos

riscos químicos, sua ação no organismo humano, seu monitoramento ambiental e controle

biológico. As informações contidas neste trabalho foram obtidas mediante pesquisa

bibliográfica no Manual de Riscos Químicas da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente

do Estado do Rio Grande do Sul, na Revista Proteção, no Caderno Técnico de prevenção de

Acidentes do Trabalho para Componentes da CIPA elaborado pelo SENAI e nas Normas

Regulamentadoras (NR's) da Portaria 3214 de 08/06/1978.

10.2. DEFINIÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS

Podem ser definidos como qualquer agente químico existente no ambiente de

trabalho que, introduzido no organismo, provoca efeitos nocivos ao mesmo, chamados de

reações venenosas ou tóxicas.

10.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUÍMICOS QUANTO AS SUAS

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

Gases: são substâncias que, em condições normais de pressão e temperatura (25ºC e

760mmHg), estão no estado gasoso. Ex.: Oxigênio, Nitrogênio.

Vapores: é uma forma gasosa de substâncias sólidas ou líquidas e que voltam aos seus

estados originais após alteração nas condições de pressão e/ou temperatura. Ex.: vapores de

água, vapores resultantes de volatilização de solventes como Tolueno, Benzeno, etc.

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Aerodispersóides (particulados) – são constituídos por partículas de tamanho microscópio

que estão tanto no estado líquido quanto no estado sólido.

Sólidos

a) Poeiras – quando o pó é constituído por partículas geradas mecanicamente a partir de

sólidos maiores. Ex.: explosões, amianto, cereais.

b) Fumos – quando o pó é gerado na combustão de materiais, comumente sólidos. Ex.:

combustão de madeira, fusão de materiais.

c) Fibras – são partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se

diferenciam das poeiras porque tem a forma alongada com um comprimento de 3 a 5

vezes superior ao seu diâmetro. Ex.: Algodão, lã, vidros, linho, cerâmicas.

Líquidos

a) Névoas – são formadas pela ruptura mecânica de líquidos. Ex.: pinturas com spray.

b) Neblinas – são formadas pela condensação de vapores de substâncias líquidas que se

volatilizaram (vaporizaram). Ex.: nos processos de galvanoplastia.

10.4. INGRESSO NO ORGANISMO HUMANO

Os produtos químicos podem estar presentes nos ambientes de trabalho de

diferentes formas:

• Como matéria prima;

• Como produtos intermediários;

• Como produtos finais;

• Quando originados como subprodutos;

• Uso com finalidade específica (ex: agrotóxicos);

• Como impurezas de produtos utilizados;

• Quando originados por interação entre produtos químicos;

• Quando originados por decomposição de produtos químicos;

• acidentais.

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Quando um risco químico entra em contato com o organismo pode Ter ação local

ou ser distribuído aos diferentes órgãos, levado pela circulação. A via de ingresso pode ser

única para uma substância, ou pode ser múltipla:

a. Via Respiratória

Responsável por 90% dos casos. Tem importância fundamental,

principalmente por que:

a) o estado físico dos agentes químicos encontrados é gás, vapor e/ou particulado;

b) um volume considerado de ar alcança as vias respiratórias:

5 a 6 litros/min, em repouso;

até 30 litros/min, dependendo da atividade.

c) tecido pulmonar é ricamente vascularizado, permitindo uma absorção rápida;

d) os agentes químicos podem atingir centros vitais (sistema nervoso central) rapidamente;

e) alguns sólidos e líquidos podem ficar retidos nas vias aéreas, produzindo ação

localizada (irritantes, edema agudo de pulmão).

b. Via Cutânea

Inclui todo o tecido cutâneo que recobre o corpo humano juntamente com mucosas

(lábios, conjuntiva ocular), pêlos e unhas. Quando um tóxico entra em contato com a pele,

pode atuar das seguintes formas:

a) Reação direta – a natureza altamente hidrófila (capacidade de absorção de água) dos

produtos cáusticos faz com que os mesmos se localizem na pele, lesionando-a em forma

de queimaduras, propiciando a entrada de outros tóxicos;

b) Penetração – por meio de lesão mecânica, dissolução em algum meio líquido, filtração

pelos poros, etc. A lesão mecânica propicia uma via extremamente eficaz que coloca o

tóxico em contato direto com a corrente sangüínea;

c) Penetração e Reação Local – sensibilização e alergia. Dos metais praticamente só o

Tálio e o Chumbo penetram pela pele. Os orifícios de saída das glândulas sebáceas e

sudoríparas também podem ser utilizados, além dos folículos pilosos (pêlos). A

permeabilidade cutânea aos agentes químicas pode ser alterada por:

Sudorese (suor);

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Espessura da pele;

Temperatura ambiente;

Idade;

Capacidade dos agentes químicos de se ligarem aos constituintes da pele;

Integridade da pele.

c. Via Digestiva

Sem grande importância da saúde ocupacional, salvo em casos de intoxicação

acidental e quando o trabalhador se alimenta ou fuma em ambiente de trabalho.

Os produtos químicos são absorvidos no estômago e no intestino delgado, ricos

em vasos sangüíneos e passam para o fígado, antes de serem distribuídos por

todo o organismo através da circulação;

Alguns produtos como ácidos e álcalis provocam efeitos locais sobre os

tecidos;

Muitas vezes as substâncias químicas depositam-se nas vias aéreas superiores

e, através de movimentos dos cílios aí existentes ou pela tosse, são

transportados para a boca, podendo ser deglutidas;

Muitos produtos químicos são inativados pela acidez do estômago, pela

secreção do pâncreas e pelas enzimas digestivas;

Além disso, ao atingirem o fígado, muitas vezes ocorrem bio-transformações

que inativam os agentes tóxicos.

d. Injeção

Injeção acidental por sistemas hidráulicos de alta pressão. Ex.: uso do ar

comprimido que poderá causar:

Penetramento num corte ou escoriação através da pele pode insuflar os

músculos, causando dor intensa ou lesão grave;

Penetramento num vaso sangüíneo pode produzir bolhas de ar, que

interrompem a circulação, levando à morte;

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O ar comprimido contém impurezas como óleo, partículas de sílica e outras

pequenas partículas. O jato de ar sobre a pele introduz esses corpos estranhos

para o interior do organismo através dos poros;

Mesmo em pressões baixas, o jato de ar pode arremessar partículas sólidas em

velocidades altas, colocando em perigo os olhos e o rosto;

O uso do ar comprimido para limpar roupas contribui para o aumento da

concentração de partículas sólidas em suspensão, prejudicando a qualidade do

ar comprimido.

Distribuição e acumulação dos agentes químicos

Após o ingresso no organismo humano, os agentes químicos ultrapassam

membranas biológicas, alcançando a corrente sangüínea: é a absorção. Após a absorção os

agentes químicos são distribuídos no organismo. Esta distribuição depende de vários fatores

como:

Solubilidade do agente químico;

Grau de ionização do agente químico no meio;

Afinidade do agente químico com as moléculas orgânicas;

Maior ou menor vascularização de determinadas áreas;

Condições orgânicas (existência ou não de lesões).

Após a distribuição pelo organismo, os agentes químicos acumulam-se no sítio de

ação (carboxihemoglobina), ou em sítios específicos (chumbo nos ossos), ou são

transportados a órgãos com capacidade de transformá-los e/ou eliminá-los.

Locais de acumulação (armazenamento)

a) Proteínas plasmáticas – a maioria dos agentes químicos que estão no sangue são

transportados ligados às proteínas plasmáticas, especialmente a albumina, através de

ligações irreversíveis. Ex.: o cobre liga-se à ceruloplasmina;

b) Lipídios – diversos agentes químicos são lipossolúveis o que permite que os mesmos se

acumulem aí. Ex.: o Hexacloro-ciclohexano condiciona a uma intoxicação a longo

prazo (crônica) pela sua fixação prolongada nos tecidos graxos, de onde é liberado

gradativamente;

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c) Ossos – vários agentes tóxicos acumulam-se nos ossos, como Chumbo (90%),

Estrôncio e Urânio;

d) Fígado e Rins – além de acumularem agentes químicos, são encarregados da eliminação

dos mesmos. O fígado realiza processos de biotranformação, enquanto os rins são

responsáveis pela eliminação dos agentes.

Biotransformação

É a transformação que os agentes químicos sofrem no organismo (metabolização).

As principais reações envolvidas são oxidação (Ex.: Tolueno transforma-se em Ácido

Benzóico); redução (Ex.: Nitrobenzeno transforma-se em anilina); conjugação (Ex.: a

conjugação do ácido benzóico forma o ácido hipúrico) e hidrólise (Ex.: o Fosgênio por

hidrólise forma o ácido clorídrico que, sendo cáustico, (provoca edema agudo de pulmão)).

Eliminação

Os agentes químicos são eliminados inalterados ou sob a forma de produtos de

biotransformação por diversas vias, dependendo de suas propriedades físico-químicas. Os

compostos gasosos e alguns voláteis usam a via pulmonar. Os suficientemente polares

(hidrossolúveis) usam mais a via renal.

a) Via Renal – exemplos de agentes eliminados pela urina: Fenol (originado do Benzeno);

Ácido Hipúrico (originado do Tolueno);

b) Via Pulmonar – gases, vapores e particulados podem ser eliminados pelos pulmões. Os

gases e vapores podem ser eliminados inalterados ou sob a forma de produtos de

biotransformação.

Tabela – Eliminação de gases e vapores por via pulmonar

Eliminação de gases e vapores

Por via pulmonar

% da eliminação na forma

inalteradaAnilinaCiclohexanoSulfeto de carbonoAcetonaToluenoTricloroetilenoBenzeno

15107181940

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Éter etílicoClorofórmio

9090

a) Biliar – os agentes químicos absorvidos pela via gastrointestinal alcançam rapidamente

o fígado, antes de serem distribuídos pelo organismo através da corrente sangüínea.

Como o fígado é o principal órgão da biotransformação, os agentes químicos podem ser

excretados pela bile sem ser distribuídos. Exemplos:

Mercúrio, Tálio, Cobalto, Chumbo, Arsênio, Manganês e Cromo

Os lipossolúveis, como os solventes orgânicos, são pouco eliminados por esta

via.

b) Suor e Saliva – este tipo de eliminação depende da difusão da forma não ionizada

lipossolúvel. Tem pouca importância. Exemplos:

Suor: Iodo, Bromo, Ácido Benzóico, Chumbo, Arsênio, Mercúrio e Álcool

Saliva: Estricnina, Atropina e álcool Etílico

Quando eliminados pela saliva podem ser novamente absorvidos.

c) Leite – agentes químicos absorvidos pelo organismo materno podem passar para os

filhos em amamentação. Exemplo:

Inseticidas Organoclorados

Metil-Mercúrio

Chumbo e Dioxinas

d) Pele, Cabelo e Unhas – não é significativa.

Toxicodinâmica

É definida como o estudo das interações (bioquímicas e/ou fisiológicas) do agente

químico no órgão-alvo (= órgão crítico) e do mecanismo da ação tóxica.

As ações podem ser locais, como na pele, olhos, via digestiva ou via respiratória ou

sistêmicas (no organismo);

Em virtude das diferenças individuais, os efeitos de um agente químico para

determinado trabalhador, poderão não ser os mesmos para outro trabalhador, poderão não

ser os mesmos para outro trabalhador, inclusive podem variar os órgãos críticos. A

concentração do agente químico associada ao efeito crítico é denominada de “Concentração

Crítica”.

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Em exposições a curto prazo, em altas concentrações ambientais de Mercúrio, o

órgão é o pulmão. Quando a exposição é a longo prazo, o órgão crítico é o sistema nervoso

central.

Na ingestão de compostos inorgânicos de Mercúrio, o órgão crítico é o rim.

Para que determinado órgão seja crítico, vários fatores influenciam:

a) Via de Exposição – pode ser o próprio local da ação. Agentes tóxicos absorvidos pela

pele e sistema respiratório, podem ser distribuídos pelo organismo, sem passar pelo

fígado: agem seletivamente em determinados órgãos.

b) Distribuição – agentes, além de levar longo tempo para saturar os líquidos orgânicos,

são facilmente eliminados pela urina, enquanto os lipossolúveis saturam rapidamente o

sangue, sendo pouco eliminados pela urina, depositando-se em tecidos ricos em

gorduras. A sílica é insolúvel e causa grande dano ao pulmão, como exceção.

c) Metabolismo – agentes interferem no metabolismo orgânico, bloqueando atividades

vitais.

d) Eliminação – o fígado e os rins podem ser importantes vias de eliminação e apresentam

seletividade para alguns agentes, que provocam maiores danos a estes órgãos.

Classificação quanto à ação tóxica dos agentes químicos

Irritantes

Exercem ação na mucosa das vias aéreas pelo contato direto: ocorre corrosão. A

intensidade da ação depende da concentração das substâncias e o local de ação depende da

maior ou menor solubilidade na água da substância considerada.

a) Primários – a ação irritante local é imediata.

Irritantes das vias aéreas superiores: (são os mais solúveis em água)

Amônia;

Ácido crômico;

Ácido clorídrico;

Ácido fluorídrico;

Anidrido sulforoso.

Irritantes tanto das vias aéreas superiores como das vias profundas: (possuem solubilidade

intermediária na água)

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Dimetilsulfato;

Cloreto de enxofre;

Ozônio.

Irritantes das vias aéreas profundas e alvéolos: (são pouco solúveis em água)

Tricloreto de arsênio;

Dióxido de nitrogênio.

b) Secundários – além de serem irritantes locais exercerem ação sistêmica: sulfeto

de hidrogênio (depressor do centro respiratório); fosfina (neurotóxico);

Asfixiantes

Provocam deficiência de oxigenação, sem interferir com a ventilação pulmonar.

a) Simples ou mecânicos – atuam no ambiente de trabalho diminuindo a pressão

parcial de oxigênio, que não pode ser inferior a 18%. Exemplos: etileno,

acetileno, nitrogênio, metano, etano, hélio, neônio, propano e propileno.

b) Bioquímicos – provocam asfixia por agirem, bioquimicamente, evitando o

transporte eficiente de oxigênio no sangue, ou impedindo a utilização do

mesmo pelos órgãos. Exemplo: monóxido de carbono (interage no transporte

de oxigênio pela hemoglobina através da formação de carboxihemoglobina);

cianetos (inibem a utilização do oxigênio nos tecidos por inibirem o sistema

Citocromo-Oxidase).

Anestésicos e narcóticos

Provocam depressão no Sistema Nervoso Central. Exemplos: Éter propílico,

Propano, Decano, Acetona, Octanona, Álcoois Alifáticos (etílico, propílico, butílico e

amílico), Ésteres.

Sistêmicos

Atuam nos sistemas orgânicos.

Hepatotóxicos – Exemplos: Clorofórmio, Benzeno-halogenados;

Fósforo; Nefrotóxicos – Exemplos: Mercúrio, Cádmio, Cromo;

Neurotóxicos – Exemplos: Sulfeto de carbono, Álcool etílico, n-Hexano;

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Hematotóxicos – Exemplos: Benzeno, Nitritos e Anilina.

Alergizantes

Exemplos: Formaldeído, Óleos, Resinas, Pólen, Fibra de algodão, Bagaço de cana, Di-

isocianeto de Tolueno (TDI);

Imunodepressores

Deprimem o sistema de defesa do organismo. Exemplos: Antimetabólicos,

Ciclosporina, Corticóides;

Carcinogênicos

Causam câncer. Exemplos: Benzidina, Cromo, Cloreto de vinila, 4-Nitrodifinil,

Arsênico, Asbesto, Madeira (pó), Couro (pó), Benzeno e Níquel;

Pneumoconióticos

Atuam nos pulmões. Exemplos:

Benignos: Tungstênio, Titânio, Alumínio, Ferro, Carvão. (Não provocam

fibrose);

Malignos: Sílica, Asbesto, Berílio.

Teratogênicos

Agentes químicos podem interferir com o desenvolvimento normal do feto. Durante

os três primeiros meses de gestação, órgãos como o cérebro, coração, os membros

superiores e inferiores são formados. Gases anestésicos, mercúrio e solventes orgânicos,

por exemplo, causam deformidade no feto.

Mutagênicos

Agentes químicos podem causar alterações genéticas em gerações futuras: 85% dos

químicos carcinogênicos podem causar mutagênese.

Interação de Agentes Químicos

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Quando dois ou mais agentes químicos co-existem nos ambientes de trabalho.

Ações que podem ocorrer:

a) Ação independente – ações distintas dos tóxicos com efeitos diferentes.

b) Ação aditiva – quando o efeito produzido por dois ou mais agentes é

quantitativamente igual à soma dos efeitos individuais. Exemplo: Chumbo +

Arsênio na biossíntese do heme.

c) Sinergismo – quando o efeito produzido por dois ou mais agentes é maior que

a ação aditiva. Exemplo: EPN (Inseticida Fosforado) + malation.

d) Pontecialização – quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por agir

simultaneamente com um agente atóxico. Exemplo: Propanol aumenta a

hipertoxidade do Tetracloreto de carbono.

e) Antagonismo – quando o efeito de dois agentes tóxicos é menor que o efeito

aditivo: um reduz o efeito do outro. Exemplo: igual ao Selênio mais Cádmio.

Princípios básicos de prevenção

a) Eliminar o risco da substância perigosa, (ou processo) ou substituí-la (o) por outra (o)

menos perigosa (o). Exemplo: Substituição do benzeno pelo tolueno e xileno, que

também são hidrocarbonetos aromáticos mais menos tóxicos. Sobre esse agente

químico há um anexo específico (13-A) na NR-15.

b) Distâncias – observar uma distância segura entre o trabalhador e a substância perigosa.

c) Ventilação – providenciar uma ventilação adequada para remover ou reduzir a

concentração da substância no ambiente de trabalho.

d) Proteção – providenciar proteção pessoal, evitar o contato da substância perigosa com o

trabalhador.

e) Informação – o trabalhador deve ser informado sobre o risco existente.

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Controle e Identificação

Identificar todos os materiais utilizados; todos os produtos intermediários; todos os

produtos finais; resíduos formados. Exemplo: PPRA, Mapa de Risco.

Rotulagem

O rótulo dos agentes químicos deve conter:

a) Nome comercial;

b) Identificação do agente químico;

c) Nome, endereço e telefone do fabricante;

d) Símbolos do dano potencial;

e) Riscos associados ao uso;

f) Precauções a serem observadas;

g) Identificação do lote;

h) Classificação tóxica do agente.

Fichas Químicas de Segurança

Todos os materiais utilizados, intermediários, produtos finais e resíduos devem ter

Fichas de Segurança na Empresa, para fornecimento de informações básicas sobre os

mesmos. Devem indicar o Equipamento de proteção Individual necessário para manuseio

dos mesmos, bem como procedimentos de emergência:

a) Nome do produto químico (incluindo o nome comum ou comercial);

b) Informações sobrem ingrediente;

c) Nome, endereço e telefone do fabricante;

d) Identificação do(s) risco(s) existente(s);

e) Medidas de primeiros socorros;

f) Medidas a serem adotadas em liberações acidentais;

g) Manuseio e armazenamento;

h) Controle de exposição;

i) Propriedades físicas e químicas;

j) Estabilidade e reatividade;

k) Outras informações toxicológicas;

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l) Informações sobre a deposição;

m) Informações sobre transporte

n) Data de preparação.

Armazenamento seguro

Substâncias não compatíveis não devem ser armazenadas juntas;

Armazenamentos de químicos próximos a processos incompatíveis devem ser

evitados;

Deve existir ventilação adequada para permitir que os vapores liberados sejam

suficientemente diluídos e liberados;

Se houver risco de fogo, medidas adicionais devem ser instituídas.

Monitoramento

Por monitoramento entende-se a atividade sistemática, repetitiva ou contínua.

Sobre a exposição

Vários países têm procurado estabelecer “Limites de Tolerância” e para cerca de

40.000 substâncias químicas existem limites das concentrações destas substâncias químicas

nos locais de trabalho em que se supõe que um número razoável de trabalhadores possa

estar exposto sem sofrer efeitos adversos à saúde: são os “Limites de Tolerância”

A expressão “Limites de Tolerância” surgiu na Convenção nº 148 da OIT e foi

adotada em 1977. Estes limites são expressos em partes por milhão (ppm) ou miligramas

por metro cúbico (mg/m3) para gases e vapores. Para particulados os limites são expressos

em miligramas por metro cúbico (mg/m3) e, às vezes, pelo número de partículas por

unidade de volume, como, por exemplo, mpp/m3 (milhões de partículas por metro cúbico).

Para alguns agentes químicos existem valores máximos (valor-teto) que não podem

ser ultrapassados em momento algum na jornada de trabalho. São os TLV. Este valor

máximo pode ser calculado pela tabela a seguir:

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TABELA 2 – Limites de Tolerância/Fator de Desvio

LIMITE DE TOLERÂNCIA

(ppm ou mg/m3)

FATOR DE DESVIO

0 a 1

1 a 10

10 a 100

100 a 1.000

1.000 ou mais

3

2

1.5

1.25

1.1

O valor máximo é, então, calculado para o agente químico, multiplicando-se o

Limite de Tolerância pelo Fator de desvio. Exemplo:

Agente químico: amônia Limite de Tolerância: 20 ppm/ 48 horas semanal

Foram realizadas 10 medições com intervalo de 20 minutos apresentando as seguintes

concentrações: 18, 19, 20, 21, 23, 22, 24, 19, 18 e 17. Média aritmética = 20,1 ppm.

Caracterizado grau de insalubridade médio (20%).

Conforme tabela 2 o limite de tolerância obtido é de 30 ppm. Caso uma das

concentrações obtidas na amostragem ultrapasse o valor máximo (30 ppm) estaria

caracterizada a situação de risco grave e iminente.

A legislação brasileira prevê 11 substâncias com Valor-teto enquanto as normas

internacionais prevêem 36.

Existem, também, substâncias absorvidas pela pele, mostrando que a proteção da

via respiratória apenas pode não ser suficiente para protegermos o trabalhador exposto: a

legislação brasileira indica 43 substâncias, enquanto normas internacionais indicam 105.

Nas listagens de agentes químicos são indicados as substâncias asfixiantes, o que

determina um severo controle nos ambientes de trabalho, pois a concentração de oxigênio,

nestes casos, não pode ser inferior a 18% em volume.

Os limites de Exposição referem-se aos agentes químicos dispersos na atmosfera e,

portanto, não consideram as formas sólidas ou líquidas dos agentes químicos.

Os limites citados supõem uma proteção aos trabalhadores. Não indicam garantia.

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Monitorização Biológica da Exposição Humana a Agentes Químicos

Para uma dada substância existe uma concentração tal que não irá provocar efeitos

danosos, ainda que a exposição seja prolongada. Entretanto, esta afirmação não é válida

para as substâncias carcinogênicas, em que as condições de exposição devem ser o mais

próximas possível do zero. Também para as radioativas. A monitorização Biológica é a

medida e avaliação de agentes químicos e/ou de seus produtos de biotransformação em

tecidos, secreções, excreções, ar exalados ou alguma combinação destes, para estimar a

exposição ou o risco à saúde, quando comparados a uma referência apropriada. As

“referências apropriadas” são os Limites de Tolerância Biológicos – LTB.

A substância, elemento químico ou atividade enzimática cuja concentração (ou

atividade) possui relação com a exposição ambiental recebe o nome de “INDICADOR

BIOLÓGICO”. O objetivo principal da monitorização biológica é o mesmo da ambiental,

ou seja, previne a exposição excessiva aos agentes químicos que podem ser nocivos aos

trabalhadores expostos. Visa estimar a quantidade biodisponível do agente químico (dose

interna) para assegurar que a exposição não atinja níveis críticos. Exemplos:

Determinação de chumbo no sangue;

Determinação de Pentaclorofenol na urina;

Determinação do Benzeno no ar exalado.

A determinação de algumas alterações orgânicas provocadas pela exposição aos agentes

químicos também pode ser usada na prevenção de doenças ocupacionais, desde que

revelem o efeito precoce.

Efeito Precoce

Um efeito é precoce ou alteração é não nociva quando:

Ao serem produzidos e numa exposição prolongada não resultem em transtorno(s) da

capacidade funcional, nem da capacidade do organismo para compensar a sobrecarga;

São efeitos ou alteração reversíveis e não diminuem a capacidade do organismo em

manter a homeostasia;

Não aumentam a suscetibilidade do organismo aos efeitos indesejáveis de outros fatores

de riscos ambientais;

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Sabendo-se que a relação que existe entre a exposição e a dose interna, podem ser

propostos valores máximos permissíveis para o indicador biológico;

Estes limites não devem ser considerados números que separam concentrações seguras

de perigosas, mas níveis de advertência, propostas com base nos conhecimentos atuais

da relação exposição/resposta.

Tipos de Indicadores Biológicos

Tipo I – tem importância individualmente e, quando um trabalhador ultrapassa o limite

da tolerância biológica, indica que providências devem ser tomadas e o trabalhador

afastado. A ultrapassagem dos limites de tolerância biológica tem valor no diagnóstico

de intoxicação. Exemplos:

Indicador: Carboxihemoglobina – Agente químico: Monóxido de Carbono

Tipo II – são os que tem pouco ou nenhum valor isoladamente. Indicam apenas que está

ocorrendo uma exposição descontrolada. Exemplos:

Mercúrio urinário = Mercúrio Metálico e Inorgânico

Ácido Hipúrico Urinário = Tolueno

Utilização dos indicadores

a) Grupo homogêneo quanto ao risco – realizar avaliação do conjunto de trabalhadores

expostos, que, necessariamente, deve ser homogêneo quanto à exposição ao agente

químico: deve haver um grau semelhante de exposição.

b) Amostras – as amostras devem ser realizadas em condições idênticas.

c) Análise dos resultados:

Calcular a média aritmética dos resultados obtidos. Se estiver abaixo do LTB

para o agente e todos os resultados estiverem abaixo deste limite, o ambiente é

considerado sob controle (ou adequado): BAIXO RISCO.

Se a média estiver abaixo do LTB e até 5% dos resultados estiverem acima do

LTB deve ser instituída vigilância ambiental rígida e com alta periodicidade na

determinação do indicador biológico: MÉDIO RISCO.

Se a média estiver acima do LTB, medidas ambientais urgentes são

necessárias, pois o ambiente está fora de controle: ALTO RISCO.

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Vigilância da saúde

O comitê misto CCE/NIOSH/OSHA em 1984 definiu a Vigilância da Saúde como

sendo “a realização de exames médico-fisiológicos periódicos, de trabalhadores expostos

com o objetivo de prevenir o aparecimento de doenças. A detecção da doença instalada está

fora do escopo desta definição”.

Utiliza exames biológicos, fisiológicos e também indicadores biológicos

relacionados com a exposição a determinado agente tóxico e alterações ligadas ao órgão-

alvo.

Determinação de proteínas de baixo peso molecular na urina, para detectar o dano renal na

exposição ao Cádmio;

Determinação da velocidade de condução nervosa (nervos periféricos) na

exposição ao Chumbo;

Verificação das mucosas das vias aéreas na exposição a gases ou vapores

irritantes.

Recomendações

a) Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos a que estão expostos;

b) Os trabalhadores devem receber treinamento de prevenção, controle, emergências,

transporte, armazenamento, resíduos e primeiros socorros no uso dos agentes químicos

presentes no local de trabalho;

c) Os trabalhadores devem receber os resultados dos exames realizados, tanto das

avaliações ambientais, da vigilância da saúde e as monitorizações biológicas;

d) Os trabalhadores devem participar na investigação e na solução dos problemas

existentes no manuseio dos agentes químicos presentes nos locais de trabalho;

e) Em condições de grave e iminente risco, o trabalho deve ser detido;

f) As trabalhadoras devem Ter trabalho alternativo que não envolva o uso ou exposição

aos agentes químicos se estiverem gestantes ou durante amamentação e devem ter

direito a retornar ao trabalho prévio no tempo apropriado;

g) No armazenamento de produtos químicos, deve ser observada a quantidade segura,

definida em normas internacionais;

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h) As áreas expostas a acidentes industriais- maiores devem ser identificadas pelas

autoridades em saúde pública, meio ambiente e pela população que possa ser atingida

pelo acidente;

i) Os empregadores devem identificar as instalações expostas a acidentes industriais

maiores;

j) Para cada instalação exposta a acidentes industriais maiores o empregador deve

estabelecer e conservar um sistema de prevenção de riscos de acidentes com especial

atenção para:

Identificação e estudo dos perigos e avaliação dos riscos;

As disposições técnicas e de organização necessárias para o funcionamento da

instalação em condições de segurança, que devem incluir: o desenho, a

construção, o funcionamento e a conservação apropriada da instalação; a

designação do pessoal competente, fornecimento de instruções e formação

adequada de pessoal além da inspeção da instalação.

Planos e procedimentos de urgência com inclusão de: preparação de planos e

procedimentos e urgência eficazes em casos de acidentes industrias maiores;

fornecimento de informações sobre os acidentes possíveis e os planos de

intervenção de urgência para as autoridades competentes, para a população que

possa ser atingida e para entidades ambientalistas.

A. Grupos – limtes de tolerância cinstantes no quadro 1, Anexo 11, NR – 15,

Portarias nº 3.214

1. Grupo I – Substância de ação generalizada sobre o organismo. Os efeitos da

substância no organismo dependem da quantidade absorvida. Neste caso, os limites

de tolerância podem ser exercidos, desde que não seja ultrapassado o valor máximo

e a concentração média seja inferior ao limite de tolerância fixado. Neste grupo,

situa-se a maioria das substâncias. Ex: amônia, monóxido de carbono, chumbo, etc.

Limite de Tolerância – Média ponderada – Representam a concentração média

existente na jornada de trabalho, isto é, podem – se ter valores acima do limite

fixado, desde que sejam compensados por valores abaixo deste mesmo limite, de

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modo que a média ponderada seja igual ou inferior ao limite de tolerância. No

entanto, estas oscilações devem respeitar um valor máximo obtido através da

aplicação de um fator de desvio, conforme fórmula a seguir:

Valor máximo (VM) = LT x FD

LT= Limite de tolerância

FD= Fator de desvio

O fator de desvio depende da grandeza do limite de tolerância segundo o

quadro:

LIMITE DE TOLERÂNCIA

(ppm ou mg/m³)

FATOR DE DESVIO

0 A 1 31 A 10 2

10 A 100 1,5100 a 1000 1,25Acima 1000 1,1

EXEMPLO:

a) Amônia:

LT = 20 ppm

FD = 1,5 (conforme quadro acima)

VM = 20 x 1,5 = 30 ppm

VM = 30

LT = 20

1 2 3 5 6 7 8 9 Tempo

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O limite de tolerância não foi ultrapassado, já que a média ponderada é inferior ao

limite de tolerância e o valor máximo não foi alcançado. É visível que o excedido entre a

segunda e terceira hora e sétima e oitava hora é compensado por valores abaixo do LT

(limite de tolerância) existentes no restante do tempo.

Concentração

VM = 30

LT = 20

Tempo

O limite de tolerância foi ultrapassado, pois o valor máximo foi superado.

Concentração

VM = 30

LT = 20

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O LT ultrapassado, pois a média ponderada superou o LT fixado.

Concentração

VM = 30

LT = 20

Tempo

O LT foi ultrapassado, pois a média ponderada superou o LT fixado o VM também

não foi respeitado.

Exemplo numérico:

Um trabalhador se expõe as seguintes concentrações de amônia:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)1 102 203 254 205 156 107 208 109 2010 25

Para verificar se o limite de tolerância foi ultrapassado ou não, deve – se calcular:

a) Concentração média

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CM = 10 + 20 + 25 + 20 + 15 + 10 20 + 10 + 20 + 25 = 17,5 ppm _____________________________________

10

b) VM = LT x FD

Segundo o anexo 11, NR – 15, o limite de tolerância para a amônia é de 20 ppm e o FD =

1,5. Deste modo:

VM = 20 x 1,5 = 30 ppm.

Pode – se verificar que nenhuma das amostragens ultrapassou o valor máximo

permitido e a concentração média foi inferior ao limite de tolerância estabelecido no anexo

11, NR – 15 , não caracterizando, portanto, insalubridade para esta atividade.

No caso de uma amostragem ultrapassar o valor máximo permitido e/ou a

concentração média superar o limite fixado, a atividade será considerada como insalubre de

grau médio, se o trabalhador não estiver adequadamente protegido.

2. Grupo II – Substância de ação generalizada sobre o organismo, podendo ser

absorvidos, também por via cutânea.

Os limites de tolerância foram fixados pela absorção apenas por via respiratória. As

substâncias pertinentes a esse grupo podem ser absorvidas também pela pele intacta,

menbranas, mucosas ou olhos. Deverão, portanto, ser tomas medidas adequadas de

proteção, para evitar absorção por via cutânea, afim que o LT não seja ultrapassado. Tais

substâncias possuem sinalização na coluna “ Absorção também pela pele” na tabela de LT e

limite de tolerância – média ponderada.

Exemplo: anilina, tolueno, fenol.

Exemplo numérico:

Um trabalhador se expõe as seguintes concentrações de tolueno:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)1 50,02 50,03 60,04 80,05 90,0

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6 100,07 100,08 100,09 50,010 90,0

Para verificar se o limite de tolerância foi ultrapassado ou não, deve –se calcular:

a) Concentração média:

CM = 50+50+60+80+90+100+100+100+50+90 = 77,0 ppm________________________________

10

b) Valor máximo permitido:

LT = 78,0 ppmFD = 1,5VM = 78 x 1,5 = 117,0 ppm

Observa –se que nenhuma amostragem superou o valor máximo permitido e a

concentração média foi inferior ao limite estabelecido no anexo II, NR – 15. No entanto, o

tolueno é uma substância que também penetra pela via cutânea e, para efeito de

caracterização de insalubridade, deverá ser observada a utilização de proteção adicional

além da respiratória. Embora o limite de tolerância não tenha sido ultrapassado, a

insalubridade será caracterizada se o trabalhador não estiver adequadamente protegido

(luvas, óculos de visão panorâmica, etc.), uma vez que, como comentado anteriormente, os

limites forma estabelecidos levando – se em consideração apenas a via respiratória,

devendo, portanto, ser protegida a via cutânea.

3. Grupo III – Substâncias de efeito extremamente rápido. Devido a sua ação

imediata, estas substâncias não podem ter seu LT excedido em momento algum da jornada

de trabalho, devendo este ser considerado como valor máximo.

Exemplo: ácido clorídrico, cloreto de vinila, etc.

Limite de tolerância – Valor Teto – Quando na tabela de limite de tolerância

estiver a coluna de “valor – tetor” significa que o valor estabelecido como limite de

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tolerância é concentração máxima, que não poderá ser ultrapassado em momento algum da

jornada de trabalho.

Exemplo:

Concentração

Tempo

O LT foi ultrapassado já que em momento algum a concentração excede o LT

fixado.

Concentração

LT

Tempo

O limite de tolerância foi ultrapassado já que o limite de tolerância fixado foi

ultrapassado.

Exemplo numérico:

Um trabalhador se expõe as seguintes concentrações de ácido clorídrico:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)1 2,02 3,03 4,04 6,05 3,06 5,0

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O anexo 11, NR – 15, fixa limite de tolerância de 4,0 ppm para o ácido clorídrico,

estando assinalada a coluna “valor – teto”. Como as amostragens 4 e 6 superaram 4,0 ppm,

a atividade caracteriza-se como insalubre de grau máximo, no caso de o trabalhador não

estar adequadamente protegido.

4. Grupo IV – Substâncias de efeito extremamente rápido que podem ser

absorvidas por via cutânea.

Exemplo: acetileno, argônio, etano, etc.

Exemplo:

Um trabalhador desenvolve atividades em um ambiente contaminado com acetileno

obtendo – se concentrações de 15 % de oxigênio no seu local de trabalho. Verificar se as

atividades neste local são permitidas.

Sabendo – se que o acetileno é considerado um asfixiante simples, isto é, a

possibilidade de trabalho no local é determinada pela presença de oxigênio, que não deve

ser nunca inferior a 18%. Como esse local apresentou percentual de oxigênio abaixo de

18%, conclui – se que não é permitido trabalho neste setor, devido a deficiÊncia de

oxigênio. Como essa situação gera risco grave e iminente, não cabe a percepção do

adicional de insalubridade, podendo o Ministério do trabalho interditar o local ou setor.

Observa-se que os exemplos citados se referem a amostragens instantâneas, isto é ,

aquelas com períodos de duração entre 5 a 30 minutos.Embora a legislação brasileira, no

anexo 11, NR – 15, portaria nº 3.214, estabeleça apenas este tipo de amostragem, é

largamente utilizada, em higiene industrial, a amostragem contínua, cujos exemplos

mostraremos abaixo:

Exemplo 1: Em atividade de pintura a pistola, utilizou – se, para coleta de vapores

orgânicos provenientes do solvente, dosímetro passivo de carvão ativado, coletado durante

6 horas. Os resultados abaixo foram fornecidos pelo laboratório:

Benzeno = < 1,0 µg/m³

Tolueno = 326 µg/m³

Xileno = 15 µg/m³

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Verificar se o limite de tolerância foi ultrapassado.

Benzeno = < 0,001 mg/m³

Tolueno = 0,326 mg/m³

Xileno = 0,015 mg/m³

Comparando – se as concentrações obtidas com os respectivos limites de tolerância

estabelecidos no anexo 11, NR – 15, portaria nº 3214, cujos valores são de 24 mg/m³,

verifica-se que a concentração média das substâncias analisadas não superou o limite de

tolerância.

É importante salientar que o resultado fornecido pelo laboratório é de concentração

média durante a jornada de trabalho. Deste modo, as oscilações acima e abaixo do limite

fixado não pode ser detectadas por este método.

As substâncias deste grupo, além de não poderem ter seu LT excedido em momento

algum, devido ao seu efeito imediato sobre o organismo, também requerem que medidas de

proteção sejam tomadas, a fim de desvio, sendo VM = LT.

Exemplo: sulfato de metila, álcool u – butílico.

Exemplo numérico:

Um trabalhador se expõe às seguintes concentrações de n- butalamina:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO (ppm)1 2,02 3,03 1,04 1,05 3,06 2,07 1,58 3,59 0,010 2,0

O anexo 11, NR – 15, fixa limite de tolerância de 4,0 ppm para n – butalamina,

estando assinalada as colunas “valor – teto” e “absorção também pela pele”. Nenhuma

amostragem ultrapassou o valor máximo e caso o trabalhador esteja adequadamente

protegido com relação à via cutânea a atividade não será considerada insalubre. Deve – se

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frisar a proteção da via cutânea, neste caso, é especial para que a insalubridade não seja

caracterizada.

1. Grupo V - Alguns gases e vapores, em altas concentrações no ar, atuam como

asfixiantes simples, isto é , deslocam o oxigênio do ar, sem provocar outros efeitos

fisiológicos significativos. Não possuem LT, pois o fator limitante é o oxigênio

disponível. Deve ser avaliada a quantidade de oxigênio no ar, sendo 18% o valor

mínimo permissível.

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ANEXO – A

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ANEXO – B

DA PROFISSÃO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

PORTARIA N.º 3.275, DE 21 DE SETEMBRO DE 1989

A MINISTRA DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições, considerando o

disposto no art. 6º do Decreto 92.530, de 09.04.86, que delega competência ao Ministério

do Trabalho para definir as atividades do Técnico de Segurança do Trabalho, RESOLVE:

Art. 1º - As atividades do Técnico de Segurança do Trabalho são os seguintes:

I – Informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes no

ambiente de trabalho, bem como orientá-lo sobre as medidas de eliminação e neutralização;

II – Informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de

eliminação e neutralização;

III – Analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de

acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho e a presença de agentes

ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle;

IV – Executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados

alcançados, adequando-os as estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo

prevencionista em sua planificação, beneficiando o trabalhador;

V – Executar os programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e

do trabalho nos ambientes de trabalho com a participação dos trabalhadores, acompanhando

e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constante atualização dos mesmos e

estabelecendo procedimentos a serem seguidos;

VI – Promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamento

e utilizar outros recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as

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normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e

prevencionistas, visando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;

VII – Executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação,

reforma, arranjos físicos e de fluxo, com vistas à observância das medidas de segurança e

higiene do trabalho, inclusive por terceiros;

VIII – Encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação,

dados estatísticos, resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico,

educacional e outros de divulgação para conhecimento e auto-desenvolvimento do

trabalhador;

Art. 1º As atividades do Técnico de Segurança...

IX – indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos

audiovisuais e didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a

legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas,

avaliando seu desempenho;

X – cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e

destinação dos resíduos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua

importância para a vida;

XI – orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos

procedimentos de segurança e higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em

contratos de prestação de serviço;

XII – executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e

técnicas científicas, observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a

eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a

melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos

trabalhadores;

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XIII – levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças

profissionais e do trabalho, calcular a freqüência e a gravidade destes para ajustes das ações

prevencionistas, normas, regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que

permitam a proteção coletiva e individual;

XIV – articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos,

fornecendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para

subsidiar a adoção de medidas de prevenção a nível de pessoal;

XV – informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres, perigosas e

penosas existentes na empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas

de eliminação ou neutralização dos mesmos;

XVI – avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o

planejamento e a organização do trabalho de forma segura para o trabalhador;

XVII – articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes

do trabalho, doenças profissionais e do trabalho.

XVIII – participar de seminários, treinamentos, congressos e cursos visando o intercâmbio

e o aperfeiçoamento profissional.

Art. 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão dirimidos pela Secretaria de

Segurança e Medicina do Trabalho.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em

contrário.

DOROTHEA WERNECK

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ANEXO – C

SEGURANÇA DO TRABALHO

Você está trabalhando em um ambiente de trabalho saudável?

Se puder responder “sim” às perguntas a seguir, vocÊ pode estar trabalhando em um

ambiente saudável. Caso contrário, você deveria estar procurando melhorar as condições

dele o mais depressa possível.

Sim às vezes Não

O ambiente é amplo?Cada um tem seu próprio espaço pessoal?Há um lugar onde se possam guardar os objetos pessoais?As cadeiras e bancos são confortáveis?O equipamento e o maquinário são de fácil manuseio?Todos podem se locomover à vontade?A temperatura é amena em todos os lugares?É fornecida alguma roupa de trabalho adequada, se

necessário?Todas as áreas são bem arejadas?Há alguma diretriz de “Proibido fumar”?O ar condicionado e o aquecimento funcionam

adequadamente?São vistoriados e consertados com regularidade?As instalações são bem iluminadas?Há iluminação de emergência no local?Há um gerador de emergência disponível caso seja preciso?As áreas extremas ficam acesas durante a noite?As luzes e janelas são limpas?O equipamento e o maquinário são silenciosos?Os equipamentos, maquinários e processos ruidosos são

identificados como sinais de aviso?Há local agradável e bem equipado para beber?Existem locais com cabines e armários para se guardarem

roupas e sacolas?Há um local para se secarem as roupas, quando necessário?Os sanitários estão limpos, arejados, acessíveis e em

funcionamento?

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Existem pias com água quente e fria, sabão, toalhas e outros

itens de limpeza?Material Auxiliar I

Fonte:: Como motivar pessoas

Iain Maitland, 2000.

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ANEXO - D

Centro de Educação Profissional Martin Luther -

Estrela/RS

Avaliação da disciplina de SEGURANÇA DO TRABALHO I

Professor Eduardo Becker Delwing

Turma: TST Data: / / 200

Nome: ________________________________________________

1. Marcar verdadeiro (V) ou falso (F)

( ) Em 1842, na Escócia, foi instituído a obrigatoriedade do médico de fábrica, para

realizar exames em mulheres;

( ) Em 1556, publicado por Georgius Agrícola, em latim a obra De Ré Metálica, que fez

referências sobre o trabalho ser o causador de doenças como na extração de

minerais e fundição de prata e ouro. Exemplo: Silicose.

( ) Em 460 a 375 a.C., no Império Romano, Plinius, em visita a locais de trabalho –

galerias de minas – escreve que trabalhadores utilizavam máscara de panos ou

membranas de bexiga de carneiro – registro do 1º EPC – empregados para

proteger-se contra poeiras minerais, principalmente de chumbo e mercúrio;

( ) O médico italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra intitulada De Morbis

Artificum Diabrita sobre as doenças com trabalhadores em mais de 50 ocupações

diferentes. Por esta obra Ramazzini recebeu o título de Pai da Engenharia do

Trabalho;

( ) 1802, na França, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, que previa

jornada máxima de 12 horas para crianças, proibia o trabalho noturno para crianças,

e obrigava as empresas a fazer a lavagem das paredes duas vezes por ano.

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COLÉGIO MARTIN LUTHER

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( ) Em 1937, nos EUA, Benjamim Macredi publicou Leis sobre a Proteção do

empregador.

( ) Em 1833, uma CPI, elaborou um cuidadoso relatório sobre trabalhadores doentes, que

sensibilizou a opinião pública, fazendo que fosse baixado o Factory Act, que

considerada como a 10ª Lei de Proteção ao Trabalhador.

( ) Em 1971, de 16 de fevereiro, Decreto nº 68.255, cria a Campanha Nacional de

Acidentes de Trabalho – CANPAT;

( ) Em 1972, em 27/07 é editada à Portaria 3237 que regulamenta artigo 164 da CLT,

obrigando a existência de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do

Trabalho (SESMT) em empresas com mais de 200 funcionários;

( ) Em 1978, 08 junho, editada a Portaria 3.214 que aprova as Normas

Regulamentadoras –NR do Capítulo V do Título II, da CLT, relativas à Segurança

do Trabalho;

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ANEXO – G

Conforme NR – 26, complete o nome da respectiva cor relacionada a segurança

do trabalho:

Corpo de máquinas = ___________________________________________

Corredores de circulação = _______________________________________

Óleo diesel, gasolina = __________________________________________

Canalização contendo ácidos = ____________________________________

Óleo lubrificante, asfalto = _______________________________________

Mangueiras para acetileno = ______________________________________

Canalizações de água= __________________________________________

Faixas no piso de entrada de elevadores = ___________________________

Localização de bebedouros = _____________________________________

Canalizações de ar comprimido = __________________________________

Canalizações à vácuo = __________________________________________

Canalizações com álcalis cáusticos = ________________________________

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ANEXO – H

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Grupo 1 (ação generalizada depende da concentração)

Exemplo: Um trabalhador exposto a nitretano, na seguinte situação de amostragem

direta:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm1 842 923 554 435 656 717 828 649 5310 93

A atividade é insalubre? Em que grau?

2.

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3. Grupo 2 (ação generalizada, podendo também ser absorvidas por via

cutânea).

Exemplo: Um trabalhador exposto a éter decloroetílico, na seguinte situação de

amostragem direta:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm1 42 23 1,54 35 56 1,57 28 4,59 3,510 3,8

A atividade é insalubre? Em que grau?

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4. Grupo 3 ( efeito extremamente rápido, valor teto não pode ser

ultrapassado)

Valor máximo = Limite de Tolerância

Exemplo: Um trabalhador exposto a cloreto de vinila, na na seguinte situação de

amostragem direta:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm1 1202 1003 404 1305 1606 1357 1558 1709 12410 140

A atividade é insalubre? Em que grau?

5. Grupo 4 ( efeito extremamente rápido, valor teto não pode ser

ultrapassado e pode também ser absorvida por via cutânea.

Valor Teto = Limite de Tolerância

Exemplo: Um trabalhador exposto a sulfato de dimetila usando máscara para gases

tóxicos P2 como EPI (equipamento de proteção individual), na seguinte situação de

amostragem:

AMOSTRAGEM CONCENTRAÇÃO ppm1 0,022 0,043 0,014 0,055 0,036 0,077 0,088 0,079 0,0510 0,04

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A atividade é insalubre? Em que grau?

6. Grupo 5( asfixiantes simples, deslocam o oxigênio do ar. Não possuem

Limite Tolerância, pois o fator limitante é o oxigênio disponível, valor

permissível de 18%).

Exemplo: Num ambiente confinado (caixa d’ água) com presença de Argônio, obtem –

se 16 % de oxigênio no local de trabalho. A atividade é insalubre? Qual o grau?

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ANEXO – I

EXERCÍCIOS SOBRE AVALIAÇÃO AMBIENTAL – CALOR

1. Reclamante argüi insalubridade devido à exposição ao calor. Era forneiro em uma

padaria e laborava das 4:00 às 10:00. A perícia mo local de trabalho evidenciou os

seguintes dados: executava trabalho contínuo, de pé, de natureza leve, em bancada,

com alguma movimentação. Tbn acusou 24º C e Tg 52º C. Existe insalubridade?

2. Considerando – se que um trabalhador exerce atividade pesada ao executar remoção

com pá, diante de um forno, e sabendo – se que as medições acusaram: Tg = 44 º C

e tbn = 22 º C. Verificou que o trabalho era executado em pé, moderado, com

alguma movimentação. Existe insalubridade?

3. Numa empresa, um operador de forno gasta três minutos carregando o forno.

Aguarda quatro minutos para que a carga atinja a temperatura esperada e em

seguida gasta outros três minutos para descarregar o forno. Durante o tempo em

que aguarda a elevação da temperatura, o operador de forno fica fazendo anotações

sentado em uma mesa que está afastada do forno. Este ciclo de trabalho é

continuamente repetido durante toda a jornada de trabalho. Considerando que o

local de trabalho é o local onde permanece o trabalhador enquanto carrega e

descarrega o forno e que o local de descanso é o local onde o operador permanece

sentado, fazendo anotações, e sabendo – se que no local de trabalho M= 300 Kcal/h,

Tg = 54 ºC e Tbn = 24 º C e no local de descanso M = 125 Kcal/hm Tg = 30 ºC e

Tbn = 20 º C, pergunta – se se existe insalubridade por calor?

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126

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ANEXO - J

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COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO

I EM

ITE

NT

E

Em

preg

ador Secretaria/Autarquia Local de Trabalho Tipo da CAT ( )

1. Início 2. Reabertura 3. Comunicação de Óbito em ...../....../.....

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro

CEP Município Telefone

Aci

dent

ado Nome do Funcionário Nome da Mãe

Data de Nascimento Sexo ( ) 1. Masc. 2. Fem.

Estado Civil ( ) 1. Solteiro 2. Casado 3. Viúvo 4. Sep. Judic. 5. Outro

Carteira de Identidade Data Órgão Exp. UF Remuneração Mensal

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro

CEP Município Telefone

Função Código Funcional Aposentado? ( ) 1. Masc. 2. Fem.

Aci

dent

e ou

Doe

nça Data do Acidente Hora do Acidente Após quantas horas de

trabalho?Houve Afastamento? ( ) 1. Sim 2. Não

Local do Acidente Município do Local do Acidente UF Especif. do Local do Acidente

Parte(s) do corpo atingida(s) Agente Causador

Descrição da situação geradora do acidente ou doença

Houve Registro Policial? ( ) 1. Sim 2. Não Houve morte? ( ) 1. .Sim 2. Não

Test

emun

has Nome

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro Telefone

Nome

Endereço (Rua, Av., N°, Compl.) Bairro Telefone

______________________________ _______________________________________________ Local e Data Nome/Cargo/Cód.Func. do Emissor Responsável

Engº Eduardo Becker DelwingRua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – [email protected]

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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARTIN LUTHERCurso Técnico em Segurança do Trabalho

II A

TE

STA

DO

DIC

O Unidade de Atendimento Médico Data Hora

Houve Internação? ( ) 1. Sim 2. Não

Duração Provável do Tratamento dias:

Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? ( ) Sim ( ) Não

Por qual Período?

Descrição e natureza da lesão(ões)

Diagnóstico Provável CID - 10

______________________________ _______________________________________________ Local e Data Assinatura e Carimbo do Médico com CRM

III -

DM

ST

Recebida em......./....../........Número do Acidente Tipo ( ) 1. Típico 2. Doença 3. Trajeto

Houve Internação? ( ) 1. Sim 2. Não Duração Provável do Tratamento dias:

Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? ( ) Sim ( ) Não

Por qual Período?

__________________________ _______________________________________________ Local e Data Assinatura e Carimbo do Médico da D. M. S. T.

A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO EM QUE NÃO HAJA AFASTAMENTO DO TRABALHO

NOTA IMPORTANTE

1. A comunicação de Acidente de Trabalho deverá ser feita no prazo máximo de 24 hs., e entregue na Divisão de Medicina e Segurança.

2. A comunicação de Acidente de Trabalho deverá ser preenchida preferencialmente pela chefia imediata ou pela CIPA.

3. O acidentado deve exigir o preenchimento da guia de acidente do trabalho para sua própria segurança.

4. Caso haja afastamento médico o atestado deverá ser entregue juntamente com a CAT.

5. Caso haja acidente de trânsito anexar à CAT o Boletim de Ocorrência.

Engº Eduardo Becker DelwingRua: Borges de Medeiros, 267, sala 201 - Lajeado / RS - CEP: 95900-000Fone/Fax: (0XX) 51 3748-1269 e-mail – [email protected]

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