50
KATIA AKEMI MIYAZATO KURUMA Segurança e eficácia da vacina contra hepatite B no lúpus eritematoso sistêmico Tese apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Área de concentração: Reumatologia Orientadora: Profa. Dra. Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá São Paulo 2008

Segurança e eficácia da vacina contra hepatite B no lúpus ... · vacina em pacientes sem doença auto-imune29. Do mesmo modo, existe um Do mesmo modo, existe um relato de exacerbação

Embed Size (px)

Citation preview

KATIA AKEMI MIYAZATO KURUMA

Segurança e eficácia da vacina contra hepatite B no lúpus eritematoso sistêmico

Tese apresentada à Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo para obtenção do título de

Doutor em Ciências

Área de concentração: Reumatologia

Orientadora: Profa. Dra. Eloísa Silva Dutra de Oliveira

Bonfá

São Paulo

2008

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

reprodução autorizada pelo autor

Kuruma, Katia Akemi Miyazato Segurança e eficácia da vacina contra hepatite B no lúpus eritematoso sistêmico / Katia Akemi Miyazato Kuruma. -- São Paulo, 2007.

Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Departamento de Clínica Médica.

Área de concentração: Reumatologia. Orientadora: Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá.

Descritores: 1.Lúpus eritematoso sistêmico 2.Vacinas 3.Hepatite B 4.Segurança 5.Eficácia

USP/FM/SBD-377/07

AGRADECIMENTOS

Ao meu marido Ernesto, pelo amor incondicional, por me encorajar e

acreditar sempre e mesmo nos momentos difíceis, encontrar uma palavra de

força e carinho.

Aos meus pais, Kimiko e Noriyasu, que vieram imigrantes de uma

pequena ilha no Japão, Okinawa, com a coragem e esperança de uma vida

melhor. Que sempre souberam que um futuro melhor viria de muito estudo e

muito esforço e por isso batalharam muito para que os 6 filhos pudessem ter

uma formação.

Aos meus irmãos, Kiyomi, Norimichi, Junko, Norikazu (in

memorian) e Mieko, que sempre cuidaram da irmãzinha caçula com muito

amor e companheirismo.

Ao Dr. Eduardo Ferreira Borba Neto, pelo ensinamento, amizade e

paciência desde o início da minha residência médica e agora, pela

participação e enorme dedicação para a realização deste trabalho.

Aos médicos-assistentes da Reumatologia, que passaram a sua

experiência, o conhecimento e a amizade, fundamentais para a minha

formação.

Às secretárias da Reumatologia, que estiveram sempre presentes.

À Profa. Dra. Eloísa Bonfá, por tantas oportunidades que me fizeram

crescer e amadurecer tanto pessoal como profissionalmente e por me

incentivar ao aprendizado e à pesquisa.

NORMALIZAÇÃO ADOTADA

Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento

de sua publicação:

Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals

Editors (Vancouver)

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Serviço de Biblioteca e

Documentação. Guia de apresentação de dissertações, tese e monografias.

Elaborado por Annelise Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi,

Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso,

Valéria Vilhena. 2a ed. São Paulo: Serviço de Biblioteca e Documentação;

2005.

Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List o f Journals

Indexed in Index Medicus.

SUMÁRIO

Lista de abreviaturas

Resumo

Summary

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 1

2. OBJETIVOS................................................................................................

3. PACIENTES E MÉTODOS..........................................................................

3.1. Pacientes

3.2. Protocolo do estudo

3.3. Avaliação Laboratorial

3.4. Análise estatística

4. RESULTADOS.............................................................................................

5. DISCUSSÃO................................................................................................

6. CONCLUSÕES............................................................................................

7. ANEXOS......................................................................................................

8. REFERÊNCIAS............................................................................................

Apêndice

LISTA DE ABREVIATURAS

VHB – vírus da hepatite B

OMS – Organização Mundial da Saúde

LES – Lúpus eritematoso sistêmico

anti-dsDNA – ácido desoxirribonucléico de dupla hélice

ACR – American College of Rheumatology

SLEDAI – Systemic lupus erythematosus disease activity index

– Índice de atividade de doença para lúpus eritematoso

sistêmico.

ACL – anticardiolipina

CDC – Centers for Disease Control

RESUMO

Kuruma, KA. Segurança e eficácia da vacina contra hepatite B no lúpus

eritematoso sistêmico [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina,

Universidade de São Paulo; 2007.

A vacina contra hepatite B tem sido implicada como um desencadeador de

doenças auto-imunes, mas ainda não existem estudos prospectivos no

lúpus. Assim, avaliamos prospectivamente a segurança e eficácia da

imunização com a vacina recombinante contra hepatite B (Euvax B® - LG)

em pacientes com diagnóstico de lúpus. Foram selecionadas 28 pacientes

com a doença inativa (SLEDAI<4), com idade entre 18 e 50 anos e sorologia

negativa para o vírus da hepatite B (VHB). Os critérios de exclusão foram o

uso de prednisona ≥20 mg/dia e drogas imunossupressoras, anti-dsDNA e

anticardiolipina negativos. Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados

na entrada do estudo e um mês após cada dose da vacina. Além disso,

obtivemos dados do ano anterior usando o prontuário eletrônico

padronizado. A média de idade foi de 34 ± 7,7 anos e a média da duração da

doença foi de 10,4 ± 6,7 anos. Soroconversão adequada foi atingida no final

do estudo (93%), embora tenhamos observado uma baixa freqüência após a

primeira dose (4%) e após a segunda dose (54%). Nenhuma alteração

significativa na média de SLEDAI foi detectada após cada dose durante o

estudo (0,14 ± 0,52 vs. 0 vs. 0,61 ± 1,66 vs. 0,36 ± 1,34, p=0,11).

Reforçando estes achados, os 11% de atividade de doença durante o

período de vacinação foi semelhante aos 21% observados no ano anterior

(p=0,46). Além disso, a média da dose de prednisona na entrada foi

comparável à dose do final do estudo (2,86 ± 3,06 vs. 4,64 ± 8,25 mg/d,

p=0,32). A freqüência do uso de terapia imunossupressora no período da

vacinação (11%) foi semelhante aos 14% observados no ano anterior

(p=0,66). A vacinação contra hepatite B apresentou uma resposta de

anticorpos protetores adequada e foi segura nos pacientes com lúpus

inativo.

Descritores: Lúpus eritematoso sistêmico, vacinas, hepatite B, segurança,

eficácia.

SUMMARY

Kuruma, KA. Safety and efficacy of hepatitis B vaccine in systemic lupus

erythematosus [thesis]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de

São Paulo”; 2007.

Hepatitis B vaccination has been implicated as a potential trigger for

autoimmune diseases but there are no prospective studies in lupus. We

therefore assessed prospectively the safety and efficacy of immunization with

recombinant DNA hepatitis B vaccine (Euvax B® - LG) in SLE patients.

Twenty-eight consecutive inactive SLE patients (SLEDAI<4), age between

18-50 years and negative serology for hepatitis B virus (HBV) were selected.

Exclusion criteria were prednisone > 20mg/day and immunosuppressive

drugs. Clinical and laboratorial assessments were obtained at study entry

and one month after the three doses. In addition, a previous one year

evaluation was performed using a standard electronic protocol. The mean

age was 34 ± 7.7 years and disease duration was 10.4 ± 6.7 years. An

adequate seroconversion was achieved at the end of the study (93%),

although a lower frequency after the first (4%) and second dose (54%) was

observed. No significant change in mean SLEDAI score was detected after

each dose throughout the study (0.14 ± 0.52 vs. 0 vs. 0.61 ± 1.66 vs. 0.36 ±

1.34, p=0.11). Reinforcing these findings, the 11% flares during vaccination

was similar to the 21% observed in the previous year (p=0.46). Furthermore,

the mean prednisone dose at study entry was comparable to the end of the

study (2.86 ± 3.06 vs. 4.64 ± 8.25 mg/d, p=0.32). In addition, the frequency of

immunosuppressive therapy during the vaccination period (11%) was alike to

the 14% observed in the previous year before entry (p=0.66). Hepatitis B

vaccination was safe in inactive SLE patients with an adequate vaccine

response rate.

Descriptors: systemic lupus erythematosus, vaccines, hepatitis B, safety,

efficacy.

1. INTRODUÇÃO

2

A vacina é um importante instrumento na prevenção de doenças

infecciosas e após a implantação de programas de vacinação pela

Organização Mundial da Saúde (OMS), algumas doenças puderam ser

erradicadas, como é o caso da varíola1, ou tiveram a sua incidência bastante

diminuída1, 2. No entanto, algumas manifestações auto-imunes transitórias

ou doenças sistêmicas já foram descritas após a vacinação3.

Especificamente a vacina contra hepatite B (VHB), é de

recomendação universal segundo a OMS para todos os países2 desde 1999,

mas este procedimento também tem sido implicado como um potencial

desencadeador de doenças auto-imunes4 ou como um fator de piora dos

seus sintomas5

De fato, uma variedade de manifestações auto-imunes foi descrita

após a vacina contra VHB como, por exemplo, eritema nodoso6,7,

vasculites3,8-11, mielite transversa12, uveíte13, trombocitopenia auto-imune14-

17, síndrome de Evan18, artrite reumatóide3,19,20, espondiloartropatias3 e lupus

eritematoso sistêmico (LES)3,4,17,21-24

Além disso, já foi observado que a imunização com o DNA viral ou

bacteriano funciona como um estímulo imunológico específico e não-

específico potente, e pode induzir anti-DNA dupla hélice (anti-dsDNA) em

camundongos25-27.

Embora a vacina recombinante contra hepatite B certamente tenha

um mecanismo de ativação de auto-imunidade distinto de outras vacinas,

este estímulo imunológico é reforçado pela descrição de altos títulos de anti-

dsDNA28, anticardiolipina e beta2microglobulina transitórios seguido da

3

vacina em pacientes sem doença auto-imune29. Do mesmo modo, existe um

relato de exacerbação grave de LES logo após a vacina contra VHB30.

Em relação ao LES, os relatos de casos sugerem uma relação

temporal entre a imunização e o início da doença, uma vez que o lupus pós-

vacinal ocorreu no intervalo de uma semana a um mês após a imunização

secundária31-33, em membros de uma mesma família, uma mãe e a sua filha

de 7 anos de idade17. Na maioria dos pacientes os sintomas variam de leves

até acometimentos mais graves como a glomerulonefrite proliferativa21-24.

Em contraste, um recente estudo epidemiológico caso-controle

retrospectivo, com 265 pacientes com diagnóstico precoce de LES e 355

controles, encontrou uma prevalência semelhante de histórico de vacina

contra VHB nos dois grupos34.

Sabe-se que nos pacientes com LES, a infecção é uma importante

causa de morbidade e mortalidade35. Neste sentido, a prevenção dos

estados infecciosos é de extrema importância e a vacinação tem um papel

fundamental para promover uma imunidade ativa nestes pacientes. Vacinas

de vírus vivos, como por exemplo, a BCG, MMR, febre amarela e poliomielite

são, no entanto, contra-indicadas36. As outras formas (vírus mortos ou os

fragmentos antigênicos) vêm se mostrando seguras e podem ser aplicadas

naqueles que não estão usando imunossupressores36 ou corticóide (em

doses maiores que 20 mg/d de prednisona) por prejudicarem a resposta

imunológica pós-vacinação33. Dentre estas vacinas, podemos considerar a

vacina contra influenza37-41 e a vacina pneumocócica41-44, cujos estudos

randomizados e não-randomizados demonstraram a sua segurança uma vez

4

que foram observadas apenas manifestações leves e não houve aumento na

freqüência da atividade de doença37, 40.

A vacina DNA recombinante contra VHB é produzida com a inserção

do gene que codifica o antígeno de superfície do vírus (Ag-HBs) no

plasmídeo de levedura Saccharomyces cerevisae, com subseqüente

purificação para minimizar os riscos de efeitos colaterais2. Não existe,

entretanto, qualquer estudo sobre segurança e eficácia da vacina contra

VHB para pacientes com diagnóstico bem estabelecido de lúpus36.

Assim, o objetivo do estudo foi determinar prospectivamente o risco

de ativação de doença e a produção de anticorpos protetores após a vacina

contra VHB para definir a segurança e eficácia desta em pacientes com

diagnóstico de LES.

2. OBJETIVOS

6

Avaliar prospectivamente em pacientes com diagnóstico de lúpus

eritematoso sistêmico o risco de ativação da doença após a vacina contra

VHB para definir a sua segurança.

Avaliar a produção de anticorpos protetores (anti-HBs) para definir a

eficácia desta vacina em lúpus.

3. PACIENTES E MÉTODOS

8

3.1 Pacientes:

Vinte e oito pacientes do sexo feminino, com diagnóstico de LES, em

seguimento no Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foram selecionados

consecutivamente no período de Junho a Outubro de 2004. Todas as

pacientes preenchiam os critérios de classificação revisados da American

College of Rheumatology (ACR) para LES45,46. Os critérios de inclusão foram

a idade entre 18 e 50 anos, Índice de Atividade de Doença para Lupus

Eritematoso Sistêmico (SLEDAI - Systemic Lupus Erythematosus Disease

Activity Index) menor do que 447, anticorpos anti-dsDNA e anticardiolipina

(ACL) negativos e sorologia para VHB negativa recente na entrada do

estudo. Os critérios de exclusão foram a dose diária de prednisona maior do

que 20 mg/dia e/ou o uso de drogas imunossupressoras e história prévia de

alergia à vacina. O Comitê de Ética local aprovou o estudo e o

Consentimento Informado foi obtido de todas as participantes.

3.2 Protocolo do estudo:

As pacientes foram encaminhadas para o CRIE (Centro de Referência

para Imunobiológicos Especiais) do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo onde receberam a vacina

recombinante contra VHB (Euvax B ® - LG Life Sciences, Iksan-si, Coréia)

intramuscular, na região do deltóide com 1 mL, que contém 20µg de AgHBs

9

purificado. Todas elas receberam as 3 doses: a dose inicial na entrada do

estudo, e a segunda e a terceira doses foram aplicadas um mês e seis

meses após a primeira, respectivamente2.

Os efeitos colaterais menores da vacina foram avaliados

sistematicamente e incluíam dor, eritema no local da vacina, febre, fadiga,

cefaléia e sintomas gripais.

Foi feita a avaliação clínica das pacientes e foram colhidos os dados

demográficos, clínicos e laboratoriais na entrada (primeira dose) e um mês

após cada dose, além da avaliação de manifestações clínicas prévias de

LES: o acometimento cutâneo (rash malar ou discóide, úlceras orais, ou

fotossensibilidade), envolvimento articular (artrite não-erosiva acometendo

duas ou mais articulações periféricas), doença neuropsiquiátrica (psicose ou

convulsão), doença renal (proteinúria persistente maior que 0,5 g/dia ou

cilindros celulares), doença cardiopulmonar (serosites) e acometimento

hematológico (anemia hemolítica, leucopenia com contagem de células

brancas do sangue < 4.000/mm3 ou linfopenia < 1.500/mm3 em duas ou

mais ocasiões, e trombocitopenia com contagem de plaquetas <

100.000/mm3 na ausência de drogas). Além disso, foi feita uma extensa

revisão do prontuário para avaliação da evolução clínica, dos parâmetros

laboratoriais, SLEDAI e tratamento no ano anterior a cada 3-4 meses,

usando protocolo eletrônico padronizado que foi estabelecido desde 1999 no

ambulatório (prontuário eletrônico).

10

3.3 Avaliação Laboratorial:

Os exames laboratoriais de rotina incluíram amostras de sangue e

urina. Anticorpos antinucleares foram detectados por imunofluorescência

indireta (IFI) usando-se células HEp-2 como substrato. Anti-DNA dupla fita

(Anti-dsDNA) também foi detectado pela IFI com Crithidia luciliae48. A

presença de anticorpos anticardiolipina (ACL) IgG e IgM foi medida por

ELISA49. Complemento total (CH100) foi medido por ensaio imunohemolítico

(normal 150-350 UI/mL). O anticorpo Anti-HBsAg foi determinado por enzima

imunoensaio usando o kit comercial (Abbott AxSYM system, Wiesbaden,

Alemanha) e foi considerado positivo quando os títulos eram maiores que 10

mUI/mL após a vacinação.

3.4 Análise estatística:

Os resultados foram apresentados como média ± desvio padrão e

porcentagens. A avaliação dos dados longitudinais da dose de prednisona e

do SLEDAI foi feita por Análise de Variância (ANOVA), e quando se obteve

um resultado significante, usou-se o Teste de Turkey para avaliar a diferença

entre cada passo do estudo. As freqüências longitudinais do anti-dsDNA e

de flare foram analisadas pelo Teste de McNemar e as comparações entre

os dados do final do estudo, da entrada, e do ano anterior foram feitas com

Teste t de Student e Teste Exato de Fisher. Considerou-se significância

estatística quando p<0,05.

4. RESULTADOS

12

A característica demográfica das pacientes com diagnóstico de LES

no momento da entrada do estudo mostrou uma média de idade de 34 ± 7,7

anos e a freqüência da raça branca de 86%. A média do tempo de doença

foi de 10,4 ± 6,7 anos. Todas elas estavam com a doença inativa e a média

do SLEDAI de 0,14 ± 0,52. 93% tinham o SLEDAI = 0, e somente 2

pacientes SLEDAI de 2 (leucopenia/febre e leucopenia/trombocitopenia,

respectivamente). Por esta razão, somente um terço das pacientes estavam

em uso de prednisona com a dose media diária de 2,86 ± 3,06 mg/dia e 86%

com dose menor que 10 mg/dia. A maioria das pacientes (86%) estava em

uso de difosfato de cloroquina (250 mg/dia) e nenhuma delas estava em uso

de imunossupressores (Tabela 1). A freqüência total de envolvimento prévio

de órgãos foi: cutâneo (89%), articular (79.5%), renal (32%), serosites (29%),

e neurológico (18%).

Tabela 1 – Dados demográficos das 28 pacientes com diagnóstico de LES:

Idade (anos) 34 ± 7,7

Raça branca (%) 86

Tempo de doença (anos) 10,4 ± 6,7

SLEDAI 0,14 ± 0,52

SLEDAI = 0 (%) 93

Prednisona (dose mg/dia) 2,86 ± 3,06

Antimalárico (%) 86

Imunossupressor (%) 0

Valores expressos em média ± desvio-padrão

13

A eficácia da vacina contra VHB está ilustrada na Figura 1.

Ressaltamos que o desenvolvimento de anticorpos protetores para o VHB foi

observado em 26 das 28 pacientes (93%) no final do estudo. Observamos

uma menor freqüência de 4% depois da primeira dose e 54% depois da

segunda dose. As duas pacientes que não fizeram a resposta vacinal no

final do estudo receberam uma dose adicional (quarta dose) e o anti-HBs

positivo foi detectado após um mês sem apresentar alteração clínica ou

laboratorial.

Figura 1: Resposta à vacina contra VHB (anti-HBs > 10 mUI/mL) um mês

após cada dose nos 28 pacientes LES:

4%

54%

93%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1ª dose 2ª dose 3ª dose

1 mês após cada dose

% p

acie

ntes

com

Ant

i-HB

s +

A avaliação longitudinal revelou que somente 3 pacientes (11%)

reativaram a doença de base no período da vacinação (Tabela 2). Uma

paciente ativou 2 meses após a segunda dose, com manifestação cutânea

(rash e alopecia) associadas a uma queda do nível de complemento e

positivação do anti-dsDNA (1/160). Ela necessitou de um aumento na dose

14

de prednisona para 30 mg/dia associada a azatioprina 100 mg /dia. As

outras 2 pacientes ativaram 5 dias e 2 semanas após a terceira dose. A

primeira apresentou fotossensibilidade leve, rash discóide e queda do

complemento com boa reposta com o uso de prednisona em baixa dose (10

mg/dia), e a segunda paciente apresentou poliartrite e queda do

complemento, sendo necessária a introdução de prednisona 20 mg/dia e

metotrexate 10 mg/semana. Esta porcentagem de reativação da doença foi

semelhante à observada no ano anterior (11% vs. 21%, p=0,46).

Tabela 2: Característica das 3 pacientes que reativaram a doença:

Paciente Período Quadro clínico SLEDAI Tratamento

1 3ª dose Rash discóide

Fotossensibilidade

↓ Complemento

4 Prednisona 10mg/dia

2 3ª dose Artrite

↓ Complemento

6 Prednisona 20mg/dia

Metotrexate 10mg/sem

3 2ª dose Rash malar

Alopecia

↓ Complemento

Anti-DNA (1/160)

8 Prednisona 30mg/dia

Azatioprina 100mg/dia

Não houve alteração significativa da média do SLEDAI no início do

estudo comparada com a média do SLEDAI de um mês após cada dose

15

(0,14 ± 0,52 vs. 0 vs. 0,61 ± 1,66 vs. 0,36 ± 1,34, p=0,11) (Tabela 3). Além

disso, a média do SLEDAI no ano anterior foi significativamente maior

comparada com a média do final do estudo (1,89 ± 3,55 vs. 0,36 ± 1,34,

p=0,04).

Observamos também que não houve diferença na dose média de

prednisona do início do estudo em comparação com aquela de um mês após

cada dose da vacina (2,86 ± 3,06 mg/dia vs. 2,77 ± 5,49 vs. 2,66 ± 5,44 vs.

4,64 ± 8,24, p=0,93) (Tabela 3) e a porcentagem do uso de terapia

imunossupressora durante o período de vacinação (11%) foi semelhante à

de 14% observada no ano anterior (p=0,66).

Nenhuma paciente era positiva para o anti-dsDNA no início do estudo

apesar dos 36% de positividade anterior. Todas permaneceram negativas

durante o estudo, exceto uma paciente que apresentou atividade da doença

(Tabela 1). A freqüência de anti-dsDNA foi semelhante no final do estudo

àquela do ano anterior (3,5% vs. 7,1%, p=1,00). Todas tinham anticorpos

ACL IgG e IgM negativos no início, ao longo do estudo, e também durante o

ano anterior.

Febre, mal-estar, fadiga e sintomas gripais não foram observados

como efeitos colaterais relacionados à vacina contra VHB em nenhuma das

pacientes.

16

Tabela 3: Evolução longitudinal das 28 pacientes com LES durante a

vacinação contra VHB:

1 mês depois

Entrada 1ª dose 2ª dose 3ª dose p

Atividade de doença n(%) 0

0

1 (3,6)

2 (7,1)

1,00

SLEDAI 0,14 ± 0,52

0

0,61 ± 1,66

0,36 ± 1,34

0,11

Anti-DNA n(%)

0 0 1 (3,6)

1 (3,6)

1,00

Dose de prednisona (mg/dia) 2,86 ± 3,06

2,77 ± 5,49 2,66 ± 5,44 4,64 ± 8,24

0,93

Immunossupressor n(%) 0

0

1 (3,6)

2 (7,1)

1,00

Valores foram expressos em média ± DP

5. DISCUSSÃO

18

O presente estudo demonstrou que a vacina contra VHB pode ser

usada com segurança em pacientes com lupus inativo, e que se mostrou

efetiva, uma vez que induziu a produção de anticorpos protetores.

Este estudo prospectivo longitudinal foi projetado para excluir

condições importantes que pudessem interferir na análise final dos

resultados. Para isso, todas as pacientes tinham menos que 50 anos de

idade, já que uma resposta vacinal menor para o VHB50 e para influenza foi

observada em pessoas acima desta faixa etária37,38, e observa-se uma

redução significativa de anticorpos vacinais após os 60 anos de idade2. Além

disso, somente pacientes com a doença inativa foram incluídas para uma

melhor definição de atividade de doença30. Além disso, procuramos evitar

exacerbação da doença, como foi descrito anteriormente para uma paciente

com diagnóstico de lupus em atividade (rash, fadiga e anti-dsDNA positivo),

e a vacinação contra influenza que resultou em um novo envolvimento de

órgão-alvo51 (glomerulonefrite proliferativa difusa).

Já foi observado também que ocorre uma menor resposta vacinal nos

pacientes lúpicos em uso de prednisona em dose maior do que 20

mg/dia37,38, ou em uso de terapia imunossupressora39,40 e durante a

atividade da doença41. Reforçando estes achados, o Comitê de Casos

Clínicos da Sociedade Britânica de Reumatologia (British Society of

Rheumatology Clinical Affairs Committee) propôs recentemente uma

guideline para a vacinação de pacientes imunocomprometidos por doenças

reumatológicas, e recomendou o uso de vacina para pacientes com

prednisona em dose menor do que 20 mg/dia33.

19

Utilizando estes critérios de seleção, demonstramos que os pacientes

com diagnóstico de LES têm uma resposta efetiva, com produção de

anticorpos após a vacinação contra VHB. De fato, a maior parte (93%)

desenvolveu níveis protetores no final do estudo, dado este semelhante à

freqüência esperada (90-95%) para a população adulta normal relatada pelo

CDC2,52. Estes achados são reforçados por estudos prévios usando-se a

vacina de influenza e pneumococos no LES, levando à produção efetiva de

anticorpos protetores. Em contraste, uma menor taxa de soroconversão

ocorreu nos pacientes, comparados aos dados do CDC, após a primeira

dose (20-30%) e após a segunda dose (75-80%)52. A relevância desta

resposta tardia precisa ser determinada em estudo futuros.

Em relação à segurança, nosso estudo mostrou 3 casos de ativação

do LES (11%) durante o seguimento, limitados a manifestações cutâneas e

articulares associadas a alterações laboratoriais. Esta freqüência de

atividade da doença foi comparável àquela descrita para outras vacinas

(influenza e pneumococo) e que já se mostrou segura para LES37,41. Outro

fato importante é que a taxa de ativação pós-vacinação foi baixa e

semelhante à observada no ano anterior ao estudo, não garantindo a

associação causal direta da vacina contra VHB e atividade de doença.

Nossa população de pacientes apresentou previamente acometimento grave

de órgãos-alvo (definidos segundo critérios da ACR), sugerindo que a

ausência de ativação grave da doença não pode ser atribuída à seleção de

pacientes com doença leve. E, de fato, 2 das 3 pacientes que ativaram a

doença, tinham histórico prévio de acometimento renal.

20

Outro fator importante é que embora mais de um terço das pacientes

tivessem previamente, em algum momento da doença, a positivação do anti-

dsDNA, somente uma das três apresentou positivação do teste após a

vacina, sugerindo que a vacina não parece induzir a produção deste

anticorpo específico. Da mesma maneira, nenhuma paciente era positiva

para anticorpo ACL IgG ou IgM no início do estudo, e se mantiveram

negativas até o final do estudo. Em contraste, anticorpos antifosfolípides

foram detectados em metade dos pacientes LES após a vacina contra

influenza, mas não associados a eventos trombóticos53.

Finalmente, embora o papel da predisposição genética individual de

resposta vacinal não possa ser excluído, nosso resultado fornece evidência

substancial de que pacientes com a doença inativa podem se beneficiar com

a vacinação contra VHB com produção efetiva de anticorpos protetores.

Além disso, a resposta ao antígeno da vacina não parece induzir atividade

da doença ou a produção de auto-anticorpos. Consequentemente, nosso

estudo sustenta a idéia de que a vacina contra VHB deve ser considerada

como parte do programa de prevenção para esta doença infecciosa

devastadora, que é a hepatite B.

6. CONCLUSÃO

22

A vacina contra VHB mostrou-se segura e eficaz nos pacientes com

diagnóstico de lúpus inativo, sem uso de imunossupressores e com baixa

dose de prednisona.

7. ANEXO

24

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Instruções para preenchimento no verso)

_______________________________________________________________

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. NOME DO PACIENTE: ........................................................................................................................... ..........................................................................................................................................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M � F � DATA NASCIMENTO: ......../......../...... ENDEREÇO ......................................................................................... Nº .....................APTO: .................. BAIRRO: ........................................................................ CIDADE .............................................................. CEP:......................................... TELEFONE: DDD (............) ......................................................................

2.RESPONSÁVEL LEGAL ............................................................................................................. NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.)................................................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M � F � DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREÇO:............................................................................................Nº...................APTO: ................... BAIRRO:................................................................................CIDADE: ........................................................ CEP:..............................................TELEFONE: DDD (............)....................................................................

____________________________________________________________________________________

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: SEGURANÇA E DA EFICÁCIA DA VACINA CONTRA HEPATITE B NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

2. PESQUISADOR: PROF. DRA. ELOISA BONFA

CARGO/FUNÇÃO: Profa. Titular da Disciplina de Reumatologia do HC-FMUSP

INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº

UNIDADE DO HCFMUSP: Serviço de Reumatologia

3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

SEM RISCO � RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO �

RISCO BAIXO � RISCO MAIOR �

(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)

4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 7 meses

25

III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA CONSIGNANDO:

1. justificativa e os objetivos da pesquisa: Avaliar a resposta, ou seja, a pega da vacina contra hepatite B nos indivíduos adultos sadios e comparar com pessoas que têm a doença chamada lupus eritematoso sistêmico e verificar se a pega é semelhante.

2. procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos

procedimentos que são experimentais: Você receberá as três doses da vacina da hepatite B, como fazem todas as pessoas, de acordo com as regras do Ministério da Saúde: no início, após 1 mês e após 6 meses desta primeira dose. Um mês após cada dose, o você passará em consulta para ser examinado pelo seu médico e fará o exame de sangue para saber se houve a pega da vacina e se tem alterações nos seus exames do lupus. Isto mostra se você produziu anticorpos (tem defesa) e não irá ter mais a hepatite B.

3. desconfortos e riscos esperados: Como qualquer outra vacina, pode ocorrer vermelhidão no local da vacina, que pode

durar 2 dias. Em alguns poucos casos, você pode ter reação com febre baixa, dor de cabeça,

náuseas e tontura, mas melhora sozinho.

4. benefícios que poderão ser obtidos: Ter prevenção definitiva contra a hepatite B, isto é, você nunca vair ter a hepatite B.

5. procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo A vantagem para quem participar é saber que houve pega da vacina e assim a pessoa fica sabendo se produziu anticorpos (defesa), já que habitualmente não se faz este exame.

____________________________________________________________________________________

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA CONSIGNANDO:

1. acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.

O paciente saberá o resultado da vacinação – isto é, se você nunca pegará a hepatite. Além disso, será sempre avisado sobre os seus exames e as orientações.

2. liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.

Você poderá não participar do estudo ou mesmo sair a qualquer momento, sem perder o seu acompanhamento normal de rotina.

3. salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.

Os resultados e a sua identidade sempre serão mantidos em segredo

26

4. disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa.

Você manterá o seu seguimento normal e portanto fica mantida as todas as condições normais do seu tratamento. Qualquer problema que possa ocorrer você pode procurar os médicos do ambulatório e os médicos que participam do estudo.

____________________________________________________________________________

V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.

Dra. Katia A M. Kuruma Telefone: 3069-7227

Dra. Eloisa Bonfa Telefone: 3069-7227

____________________________________________________________________________________

VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:

____________________________________________________________________________________

VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.

São Paulo, de de

__________________________________ _____________________________________ assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador (carimbo ou nome Legível)

8. REFERÊNCIAS

1) Breman JG, Arita I. The confirmation and maintenance of smallpox

eradication. N Engl J Med.1980;22:1263-73.

2) World Health Organization. Hepatitis B vaccines. Weekly epidemiological

record 2004; 79: 253-264

www.who.int/entity/immunization/wer7928HepB_July04_position_paper.pdf

3) Cohen AD, Shoenfeld Y. Vaccine-induced autoimmunity. J Autoimmun.

1996;6:699-703.

4) Maillefert JF, Sibilia J, Toussirot E, Vignon E, Eschard JP, Lorcerie B,

Juvin R, Parchin-Geneste N, Piroth C, Wendling D, Kuntz JL, Tavernier C,

Gaudin P. Rheumatic disorders developed after hepatitis B vaccination.

Rheumatol 1999;38: 978-983.

5) Maillefert JF, Tavernier C, Sibilia J, Vignon E. Exacerbation of systemic

lupus erythematosus after hepatitis B vaccination: comment on the article by

Battafarano et al and the letter by Senecal et al. Arthritis Rheum.

2000;43:468-9. (letter)

6) Di Giusto CA, Bernhard JD. Erythema nodosum provoked by hepatitis B

vaccine. Lancet 1986;2:1042.,0-

7) Goolsby PL. Erythema nodosum after Recombivax HB hepatitis B vaccine.

N Engl J Med 1989; 26:1198-1199.

8) McMahon BJ, Heyward WL, Templin DW, Clement D, Lanier AP. Hepatitis

B-associated polyarteritis nodosa in Alaskan Eskimos: clinical and

epidemiologic features and long term follow-up. Hepatology 1989;9:97-101.

9) Zaas A, Scheel P, Venbrux A, Hellmann DB. Large artery vasculitis

following recombinant hepatitis B vaccination: 2 cases. J Rheumatol

2001;28:1116-1120.

10) Le Hello C, Cohen P, Bousser MG, Letellier P, Guillevin L. Suspected

hepatitis B vaccination related vasculitis. J Rheumatol 1999;26:191-194.

11) Begier EM, Langford CA, Sneller MC, Wise RP, Ball R; VAERS Working

Group. Polyarteritis nodosa reports to the vaccine adverse event reporting

system (VAERS): implications for assessment of suspected vaccine-

provoked vasculitis. J Rheumatol. 2004;31:2181-2188.

12) Trevisani F, Gattinara GC, Caraceni P, et al. Transverse Myelitis

following hepatitis B vaccination. J Hepatol 1993;19:317-318.

13) Fried M, Conen D, Conzelmann M, Steinemann E. Uveitis after hepatitis

B vaccination. Lancet 1987;2:631-632.

14) Poullin P, Gabriel B. Thrombocytopenic purpura after recombinant

hepatitis B vaccine. Lancet 1994;344:1293. (letter)

15) Meyboom RHB, Fucik H, Edwards IR. Thrombocytopenia reported in

association with hepatitis B and A vaccines. Lancet 1995;345:1638. (letter)

16) Neau D, Bonnet F, Michaud M, et al. Immune thrombocytopenic purpura

after recombinant hepatitis B vaccine: retrospective study of seven cases.

Scand J Infect Dis 1998;30:115-118.

17) Finielz P, Lam Kam Sang LF, Guserix J. Systemic lupus erythematosus

and thrombocytopenic purpura in two members of the same family following

hepatitis B vaccine. Nephrol Dial Transplant 1998; 13: 2420-2421.

18) Martinez E, Domingo P. Evans's syndrome triggered by recombinant

hepatitis B vaccine. Clin Infect Dis. 1992;15:1051.

19) Vautier G, Carty JE. Acute sero-positive rheumatoid arthritis occurring

after hepatitis vaccination. Br J Rheumatol 1994;33:991.

20) Pope JE, Stevens A, Howson W, Bell DA. The development of

rheumatoid arthritis after recombinant hepatitis B vaccination. J Rheumatol

1998;25:1687-1693.

21) Tudela P, Marti S, Bonal J. Systemic Lupus Erythematosus and

Vaccination against Hepatitis B. Nephron 1992;62:236.

22) Mamoux V, Dumont C. Lupus erythematosus disseminatus and

vaccination against hepatitis B virus. Arch Pediatr 1994;1:307-308.

23) Guiserix J. Systemic Lupus Erythematosus following hepatitis B Vaccine.

Nephron 1996;74:441.

24) Grezard P, Chefai M. Philippot V, Perrot H, Faisant M. Ann Dermatol

Venereol 1996;123:657-659.

25) Gilkeson GS, Grudier JP, Karounos DG, Pisetsky DS. Induction of anti-

double stranded DNA antibodies in normal mice by immunization with

bacterial DNA. J Immunol 1989;142:1482-1486.

26) Moens U, Seternes OM, Hey AW, Silsand Y, et al. In vivo expression of a

single viral DNA-binding protein generates systemic lupus erythematosus-

related autoimmunity to double-stranded DNA and histones. Proc Natl Acad

Sci USA. 1995;92:12393-12397.

27) Rai G, Ray S, Shaw RE, et al. Models of systemic lupus erythematosus:

development of autoimmunity following peptide immunizations of noninbred

pedigreed rabbits. J Immunol. 2006;176:660-667.

28) Lilic D, Ghosh SK. Liver dysfunction and DNA antibodies after hepatitis B

vaccination. Lancet. 1994;344:1292-1293.

29) Martinuc Porobic J, Avcin T, Bozic B, Kuhar M, Cucnik S, Zupancic M,

Prosenc K, Kveder T, Rozman B. Anti-phospholipid antibodies following

vaccination with recombinant hepatitis B vaccine. Clin Exp Immunol.

2005;142:377-80.

30) Senécal JL, Bertrand C. Severe exacerbation of systemic lupus

erythematosus after hepatitis B vaccination and importance of pneumococcal

vaccination in patients with autosplenectomy: comment on the article by

Battafarano et al. Arthritis Rheum 1999;42:1307-8. (letter)

31) Grotto I, Mandel Y, Ephros M, Ashkenazi I, Shemer J. Major adverse

reaction to yeast-derived hepatitis B vaccines – a review. Vaccine

1998;16:329-334.

32) Aron-Maor A, Shoenfeld Y. Vaccination and systemic lupus

erythematosus: the bidiretional dilemmas. Lupus 2001;10:237-240.

33) Ioannou Y, Isenberg DA. Immunisation of patients with systemic lupus

erythematosus: the current state of play. Lupus 1999;8:497-501.

34) Cooper GS, Dooley MA, Treadwell EL, St Clair EW, Gilkeson GS. Risk

factors for development of systemic lupus erythematosus: allergies,

infections, and family history. J Clin Epidemiol 2002;55:982-989.

35) Bernatsky S, Boivin JF, Joseph L, Manzi S, Ginzler E, Gladman DD,

Urowitz M, Fortin PR, Petri M, Barr S, Gordon C, Bae SC, Isenberg D, Zoma

A, Aranow C, Dooley MA, Nived O, Sturfelt G, Steinsson K, Alarcón G,

Senécal JL, Zummer M, Hanly J, Ensworth S, Pope J, Edworthy S, Rahman

A, Sibley J, El-Gabalawy H, McCarthy T, St Pierre Y, Clarke A, Ramsey-

Goldman R. Mortality in systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum

2006;54:2550-7.

36) O’Neill SG, Isenberg DA. Immunizing patients with systemic lupus

erithematosus: a review of effectiveness and safety. Lupus 2006;15:778-783.

37) Williams GW, Steinberg AD, Reinertsen JL, et al. Influenza immunization

in systemic lupus erythematosus. A double-blind trial. Ann Intern Med

1978;88:729-734.

38) Abu-Shakra M, Press J, Varsano N, et al. Specific antibody response

after Influenza immunization in SLE. J Rheumatol 2002;29:2555-2557.

39) Holvast A, Huckriede A, Wilschut J, et al. Safety and efficacy of influenza

vaccination in systemic lupus erythematosus patients with quiescent disease.

Ann Rheum Dis 2006;65:913-918.

40) Del Porto F, Lagana B, Biselli R, et al. Influenza vaccine administration in

patients with systemic lupus erythematosus and rheumatoid arthritis. Safety

and immunogenicity. Vaccine 2006;24:3217-3223.

41) Battafarano DF, Battafarano NJ, Larsen L, et al. Antigen-specific

antibody responses in lupus patients following immunization. Arthritis and

Rheum 1998;41:1828-1834.

42) Klippel JH, Karsh J, Stahl NI, et al. Controlled study of pneumococcal

polysaccharide vaccine in systemic lupus erythematosus. Arthritis and

Rheum 1979;22:1321-1325.

43) Elkayam O, Paran D, Caspi D, et al. Immunogenicity and safety of

Pneumococcal vaccination in patients with Rheumatoid Arthritis or Systemic

Lupus Erythematosus. Clin Infec Disease 2002;34:147-153.

44) Mercado U. Antibody responses following vaccination in lupus patients.

Rev Invest Clin. 2003;55:93-94. (letter)

45) Tan EM, Cohen AS, Fries JF, et al. The revised criteria for classification

of systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum 1982;25:1271-1277.

46) Hochberg MC. Updating the American College of Rheumatology Revised

Criteria for the Classification of Systemic Lupus Erythematosus. Arthritis

Rheum 1997;40:1725.

47) Bombardier C, Gladman DD, Urowitz MB, Caron D, Chang CH.

Derivation of the SLEDAI. A disease activity index for lupus patients. The

Committee on Prognosis Studies in SLE. Arthritis Rheum 1992;35:630-640.

48) Isenberg DA, Maddison PJ. Detection of antibodies to double stranded

DNA and extractable nuclear antigen. J Clin Pathol 1987;40:1374-1381.

49) Gharavi AE, Harris EN, Asherson RA, Hughes GR. Anticardiolipin

antibodies: isotype distribution and phospholipid specificity. Ann Rheum Dis

1987;46:1-6.

50) Looney RJ, Hasan MS, Coffin D, et al. Hepatitis B immunization of

healthy elderly adults: relationship between naive CD4+ T cells and primary

immune response and evaluation of GM-CSF as an adjuvant. J Clin

Immunol. 2001;21:30-36.

51) Louie JS, Nies KM, Shoji KT, et al. Clinical and Antibody responses after

influenza immunization in systemic lupus erythematosus. Ann Intern Med.

1978;88:790-792.

52) CDC: Center for disease control and prevention. Hepatitis B. In: Atkinson

W, Hamborsky J, Wolfe C, eds. Epidemiology and prevention of vaccine-

preventable diseases.9th. ed. Washigton DC: Public Healthy Foundation,

2006:207-231.

53) Abu-Shakra M, Press J, Sukenik S, Buskila D. Influenza virus vaccination

of patients with SLE: effects on generation of autoantibodies. Clin Rheumatol

2002;21:369-372.

http://lup.sagepub.comLupus

DOI: 10.1177/0961203307078225 2007; 16; 350 Lupus

K.A.M. Kuruma, E.F. Borba, M.H. Lopes, J.F. de Carvalho and E. Bonfá Safety and efficacy of hepatitis B vaccine in systemic lupus erythematosus

http://lup.sagepub.com/cgi/content/abstract/16/5/350 The online version of this article can be found at:

Published by:

http://www.sagepublications.com

can be found at:Lupus Additional services and information for

http://lup.sagepub.com/cgi/alerts Email Alerts:

http://lup.sagepub.com/subscriptions Subscriptions:

http://www.sagepub.com/journalsReprints.navReprints:

http://www.sagepub.com/journalsPermissions.navPermissions:

http://lup.sagepub.com/cgi/content/abstract/16/5/350#BIBLSAGE Journals Online and HighWire Press platforms):

(this article cites 48 articles hosted on the Citations

© 2007 SAGE Publications. All rights reserved. Not for commercial use or unauthorized distribution. at UNIV DE SAO PAULO BIBLIOTECA on June 23, 2007 http://lup.sagepub.comDownloaded from

Lupus (2007) 16, 350–354http://lup.sagepub.com

© 2007 SAGE Publications 10.1177/0961203307078225

Safety and efficacy of hepatitis B vaccine in systemic lupus erythematosus

KAM Kuruma1*, EF Borba1, MH Lopes2, JF de Carvalho1 and E Bonfá1

1Rheumatology Division and 2Infectious Diseases Division, School of Medicine of São Paulo University, São Paulo, Brazil

Hepatitis B virus (HBV) vaccination has been implicated as a potential trigger for autoimmune diseasesbut there are no prospective studies in lupus. We therefore assessed prospectively the safety andefficacy of immunization with recombinant DNA HBV vaccine (Euvax B®; LG Life Sciences) insystemic lupus erythematosus (SLE) patients. Twenty-eight consecutive inactive SLE patients[Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI) �4], age between 18 and 50 yearsand negative serology for HBV, were selected. Exclusion criteria were prednisone �20 mg/day andimmunosuppressive drugs. Clinical and laboratorial assessments were obtained at study entry and onemonth after the three doses. In addition, a previous one year evaluation was performed using a standardelectronic protocol. The mean age was 34 �7.7 years and disease duration was 10.4 �6.7 years. Anadequate seroconversion was achieved at the end of the study (93%), although a lower frequency afterthe first (4%) and second dose (54%) was observed. No significant change in mean SLEDAI score wasdetected after each dose throughout the study (0.14 �0.52 versus 0 versus 0.61 �1.66 versus0.36 �1.34, P �0.11). Reinforcing these findings, the 11% flares during vaccination was similar to the21% observed in the previous year (P �0.46). Furthermore, the mean prednisone dose at study entrywas comparable to the end of the study (2.86 �3.06 versus 4.64 �8.25 mg/day, P �0.32). In addition,the frequency of immunosuppressive therapy during the vaccination period (11%) was alike to the 14%observed in the previous year before entry (P �0.66). Hepatitis B vaccination was safe in inactive SLEpatients with an adequate vaccine response rate. Lupus (2007) 16, 350–354.

Key words: efficacy; hepatitis B; safety; systemic lupus erythematosus; vaccine

CONCISE REPORT

Introduction

Hepatitis B virus (HBV) vaccination is a universalrecommendation of the World Health Organization(WHO) for all countries,1 but this procedure has beenimplicated as a potential trigger for autoimmune dis-eases2 or worsening of its symptoms.3

In fact, a variety of autoimmune manifestationswere described following HBV vaccination such aserythema nodosum,4,5 vasculitis,2,6–9 transversemyelitis,10 uveitis,11 immune thrombocytopenia,12–15

Evan’s syndrome,16 rheumatoid arthritis,2,17,18 spondy-loarthropathies,2 and systemic lupus erythematosus(SLE).2,3,15,19–22

Concerning SLE, a number of reports suggest atemporal relationship between the immunization and

the onset of disease. Post-vaccination lupus occurredwithin one week to a month after secondary immu-nization,23–25 including a mother and the 7-year-olddaughter of one family.15 In most patients the symp-toms have persisted ranging from mild disease to dif-fuse proliferative glomerulonephritis.19–22

Moreover, immunization with viral and bacterialDNA is a known potent-specific and non-specificimmunologic stimulus and may induce anti-double-stranded DNA (anti-dsDNA) in mice.26–28 Although,the recombinant HBV vaccine certainly has a distinctmechanism of triggering autoimmunity from othervaccines, this link is reinforced by the description oftransient high-titer anti-dsDNA antibodies followingHBV vaccine in a patient without autoimmune dis-ease.29 In addition, a severe exacerbation of SLEshortly after HBV vaccination was reported.30

In contrast, a recent epidemiological case–controlretrospective study with 265 recently diagnosed SLEpatients and 355 controls found a similar prevalenceof previous HBV vaccination in both groups.31 There

*Correspondence: Katia Akemi M Kuruma, Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo, Disciplina de Reumatologia, Av. Dr. Arnaldo,455 – 3° andar, Sala 3133, São Paulo, SP, Brazil. E-mail: [email protected] 2 November 2006; accepted 16 February 2007

© 2007 SAGE Publications. All rights reserved. Not for commercial use or unauthorized distribution. at UNIV DE SAO PAULO BIBLIOTECA on June 23, 2007 http://lup.sagepub.comDownloaded from

are however no studies on the safety and efficacy ofHBV vaccine for patients with well-establishedlupus.32

Regarding influenza33–37 and pneumococcal37–40

vaccines, randomized and non-randomized studies haveproved to be safe with infrequent and mild flare-up inlupus patients.33,36

The aim of the present study was therefore to deter-mine prospectively the flare risk and the production ofprotective antibodies following HBV vaccination in aseries of SLE patients in order to define its safety andefficacy.

Patients and methods

Patients’ selection

Twenty-eight consecutive female SLE patients wereselected from our Lupus Outpatient Clinic at the Rheu-matology Division of the University of São Paulo fromJune 2004 to August 2005. All patients fulfilled therevised American College of Rheumatology (ACR)classification criteria for SLE.41,42 The main inclusioncriteria were age between 18 and 50 years old,Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index(SLEDAI) �4,43 negative anti-dsDNA and anticardi-olipin antibodies and a recent negative HBV serology(HBsAg, anti-HBc, anti-HBs) at entry. Exclusion cri-teria included prednisone daily dose �20 mg and/orimmunosuppressive drugs use, and previous history ofvaccination allergy. The local Ethics Committeeapproved the study and informed consent was obtainedfrom all participants.

Study protocol

All SLE patients were vaccinated against HBV with1 mL recombinant vaccine (Euvax B®; LG LifeSciences, Iksan-si, Jeonbuk-do, Korea) which con-tains 20 �g of purified HBsAg intramuscularly appliedin the deltoid region. All patients received three doses:the initial dose at entry, the second and third doseswere given one and six months after the first dose,respectively.1 HBV vaccine-related minor side effectswere evaluated systematically and included pain anderythema at the injection site, fever, fatigue, headacheand influenza-like symptoms.

At entry (first dose) and one month after each dose,patients were clinically evaluated and demographics,clinic and laboratory data were recorded. Systematicanalysis was performed regarding the presence ofclinical SLE manifestations cutaneous disease (malaror discoid rash, oral ulcers or photosensitivity), articu-lar involvement (non-erosive arthritis involving two

or more peripheral joints), neuropsychiatry disease(psychosis and seizure), renal disease (persistent pro-teinuria �0.5 g/day or cellular casts), cardiopulmonarydisease (serositis) and hematological complications(hemolytic anemia, leukopenia with a white bloodcell count �4000/mm3 or lymphopenia �1500/mm3

on two or more occasions and thrombocytopenia withplatelets count �100.000/mm3 in the absence ofdrugs). In addition, charts were extensively reviewedfor clinic manifestations, laboratorial parameters,SLEDAI and therapy in the previous one year everythree to four months using a standard electronic proto-col established since 1999.

Laboratory evaluation

Routine laboratory tests included blood sample forcomplete blood cell count and urine for urinalysis.Antinuclear antibodies were detected by indirectimmunofluorescence (IIF) using HEp-2 cells as sub-strate. Anti-double-stranded DNA was also detectedusing IIF on Crithidia luciliae.44 The presence of IgGand IgM anticardiolipin antibodies was assessed bystandardized enzyme-linked immunosorbent assay asdescribed elsewhere.45 Total hemolytic complementactivity (CH100) was measured by immunohemolysisassay (normal range 150–350units/mL). HBsAg anti-body was determined by enzyme immunoassay usingcommercial test kits (Abbott AxSYM system,Wiesbaden, Germany) and was considered positivewhen antibody titers were greater than 10m IU/mLafter vaccination.

Statistical analysis

Results are presented as mean �standard deviation(SD) and percentages. Longitudinal data of prednisonedose and SLEDAI scores were analyzed by one-wayanalysis of variance. If a significant result wasobtained (P �0.05), Tukey’s test was performed toevaluate differences between each step of the study.Longitudinal frequencies of anti-dsDNA and flareswere analyzed by McNemar test. Comparisonsbetween data of the end of study and entry or the pre-vious year were performed by paired Student’s t-testand Fisher’s exact test. Statistical significance was setas P �0.05.

Results

Demographic and clinical characteristics of the femaleSLE patients at baseline revealed a mean age was34 �7.7 years and the frequency of white race was86%. The mean disease duration was 10.4 �6.7

Hepatitis B vaccine in SLEKAM Kuruma et al.

351

Lupus

© 2007 SAGE Publications. All rights reserved. Not for commercial use or unauthorized distribution. at UNIV DE SAO PAULO BIBLIOTECA on June 23, 2007 http://lup.sagepub.comDownloaded from

years. All of them had inactive disease with a meanSLEDAI score of 0.14 �0.52, 93% had a SLEDAI �0with solely two patients with SLEDAI of 2 (leukope-nia/fever and leukopenia/thrombocytopenia, respec-tively). Accordingly, only one-third were underprednisone with a mean daily dose of 2.86 �3.06 mg/day and 86% with �10 mg/day. Most of the patients(86%) were taking chloroquine diphosphate(250 mg/day) and none of them were taking immuno-suppressors. The frequency of their overall history oforgan involvement were cutaneous (89%), articular(79.5%), renal (32%), serositis (29%) and neurologic(18%).

The efficacy of HBV vaccination is illustrated inFigure 1. Importantly, the development of protectiveHBV antibodies was observed in 26 of the 28 SLEpatients (93%) at the end of the study. A lower fre-quency than expected of seroconversion wasobserved after the first dose (4%) and second dose(54%). The two patients without vaccine response atthe end of the protocol received an additional dose(fourth dose) and positive anti-HBs were detectedafter one month, without clinic or laboratory flares(data not shown).

The longitudinal evaluation revealed that only threepatients flared during the vaccination period (11%)(Table 1). One patient flared two months after thesecond dose with cutaneous manifestation (rash andalopecia) associated with a decrease in complementlevels and anti-dsDNA antibodies (1/160). The patientrequired an increase in prednisone dose to 30 mg/dayassociated with azathioprine (100 mg/day). The twoadditional patients flared five days and two weeksafter the third dose. The former had a mild photosen-sitivity and discoid rash associated with a decrease incomplement levels with a good response to low-doseprednisone (10 mg/day). The latter had polyarthritisassociated with a decrease in complement levels andrequired the introduction of prednisone (20 mg/day)and methotrexate (10 mg/week). This percentage offlare was similar to that observed in the previous year(11% versus 21%, P �0.46).

Reinforcing this finding, no significant change wasobserved in SLEDAI score at baseline compared to

one month after each dose (0.14 �0.52 versus 0 versus0.61 �1.66 versus 0.36 �1.34, P �0.11) (Table 1).Moreover, the mean SLEDAI in the previous year wassignificantly higher compared to the end of the study(1.89 �3.55 versus 0.36 �1.34, P �0.04).

In addition, no significant difference was found inthe mean prednisone dose at baseline compared toone month after each dose (2.86 �3.06 mg/day versus2.77 �5.49 versus 2.66 �5.44 versus 4.64 �8.24,P �0.93) (Table 1). Moreover, the percentageimmunosuppressive therapy use during the sevenmonths observation period was not significantly differ-ent (P �1.00) (Table 1). In addition, the frequency ofimmunosuppressive therapy during the vaccinationperiod (11%) was alike to the 14% observed in the pre-vious year before entry (P �0.66).

None of the patients were positive to anti-dsDNA atbaseline in spite of 36% (10/28) positivity anytimeduring their disease. All remained negative throughoutthe study except for one patient that had cutaneousflare (Table 1). The frequency of anti-dsDNA was alikeat the end of the study compared to the previous year(3.5% versus 7.1%, P �1.00). In addition, all patientshad negative IgG and IgM anticardiolipin antibodies atthe baseline, throughout the study and during the pre-vious year. Fever, malaise, fatigue and flu-like symp-toms were not observed as minor side effects relatedto HBV vaccination in any patients.

Hepatitis B vaccine in SLEKAM Kuruma et al.

352

Lupus

4%

54%

93%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1st dose 2nd dose 3rd dose

1 month after dose

% p

ati

en

ts w

ith

An

ti-H

Bs

+

Table 1 Longitudinal evaluation of 28 SLE patients during HBV vaccination

One month after

Entry First dose Second dose Third dose P

Flare, n(%) 0 0 1 (3.6) 2 (7.1) 1.00SLEDAI score, mean �SD 0.14�0.52 0 0.61 �1.66 0.36 �1.34 0.11Anti-DNA, n(%) 0 0 1 (3.6) 1 (3.6) 1.00Prednisone dose (mg/day), mean �SD 2.86 �3.06 2.77 �5.49 2.66 �5.44 4.64 �8.24 0.93Immunosuppressor use, n(%) 0 0 1 (3.6) 2 (7.1) 1.00

Figure 1 HBV vaccine response (anti-HBs �10 mIU/mL) onemonth after each dose in 28 SLE patients.

© 2007 SAGE Publications. All rights reserved. Not for commercial use or unauthorized distribution. at UNIV DE SAO PAULO BIBLIOTECA on June 23, 2007 http://lup.sagepub.comDownloaded from

Discussion

The present study has demonstrated that vaccinationagainst HBV can be safely used in inactive SLEpatients and is fully effective since it induces protec-tive antibodies production.

To achieve these findings, this longitudinal prospec-tive study was designed to exclude important condi-tions that may interfere with the final analysis. In thisregard, all patients were under 50 years old since alower vaccine response rate was observed for HBVvaccine46 and influenza immunization over thisage.33,34 Moreover, a significant drop in protectiveantibody levels is detected in vaccines after the age of60 years.1 In addition, only inactive SLE patients wereincluded to accurately define the induction of flares,30

and also to avoid exacerbation of a previous active dis-ease as has been described for a lupus patient who hadconfirmed active disease at entry (rash, fatigue andpositive anti-DNA) in whom influenza vaccineresulted in new organ involvement (diffuse prolifera-tive glomerulonephritis).47

Moreover, an impaired immunization response wasreported in SLE patients under prednisone dose higherthan 20 mg/day,33,34 immunosuppressive therapy34,35

and during active disease.37 Supporting these findings,the British Society of Rheumatology Clinical AffairsCommittee has recently proposed guidelines for va-ccination in immunocompromised patients with rheu-matic diseases and recommends its use in patientstaking less than 20 mg/day.25

The present selection criteria demonstrated thatSLE patients have an effective antibody response afterHBV vaccination since the great majority of thestudied patients (93%) developed protective levels atthe end of the study, that was similar to expected fre-quency (90–95%) reported by Center for DiseaseControl and Prevention (CDC) for the normal adultpopulation.1,48 Reinforcing our findings, an effectiveantibody production was observed in previous studiesafter influenza33,37 and pneumococcus vaccination inSLE.37–40 In contrast, a much lower seroconversionrate was observed herein for lupus patients than thefrequency reported by CDC after the first (20–30%)and second doses (75–80%).48 The relevance of thislater response to protective antibody persistence fol-lowing vaccination in lupus needs to be determinedin future studies.

Regarding safety, in our study three flares (11%)occurred during follow-up and were restricted to cuta-neous and articular manifestations associated withlaboratory findings. The frequency of flare of the pres-ent report is comparable to that described for othervaccines (influenza and pneumococcal) that haveproved to be safe for SLE.33,37 Importantly, since the

rate of post-vaccination flare was low and similar tothat observed in the previous year, our data does notsupport a direct causal association between HBV vac-cine and flares. Moreover, the significant previous his-tory of major organ involvement in our lupuspopulation (as defined by ACR criteria) suggest thatabsence of severe flares observed herein cannot beattributed to a selection of patients with mild disease.In fact, two-third of the patients that flared had a historyof renal disease.

Interestingly, although more than one-third of thepatients were formerly anti-dsDNA antibodies positiveduring their disease, only one of them had positive testafter vaccination, suggesting that the vaccine does notseem to induce this antibody specificity. In the samemanner, none of the SLE patients were positive for IgGand IgM anticardiolipin antibodies at baseline andremained negative during the study. In contrast,antiphospholipid antibodies were detected in half ofthe SLE patients after influenza vaccine but were notassociated with thrombotic events.49

Finally, although the role of individual genetic pre-disposition cannot be excluded, our results providesubstantial evidence that inactive lupus patients maybenefit by HBV vaccination with successful protectiveantibody production. Moreover, the response to theimmunizing antigen does not seem to induce flares andautoantibodies. Therefore, our study supports thenotion that HBV vaccine may be considered as part ofthe prevention program of this potentially devastatinginfectious disease.

Acknowledgement

This work was supported by the Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq(304756/2003-2 to E.B.).

References

1 World Health Organization. Hepatitis B vaccines. Weekly epidemiologicalrecord 2004; 79: 255–263. www.who.int/immunization/wer7928HepBJuly04positionpaper.pdf

2 Maillefert JF, Sibilia J, Toussirot E et al. Rheumatic disorders developedafter hepatitis B vaccination. Rheumatology 1999; 38: 978–983.

3 Maillefert JF, Tavernier C, Sibilia J, Vignon E. Exacerbation of systemiclupus erythematosus after hepatitis B vaccination: comment on thearticle by Battafarano et al. and the letter by Senecal et al. ArthritisRheum 2000; 43: 468–469 (Letter).

4 Di Giusto CA, Bernhard JD. Erythema nodosum provoked by hepatitisB vaccine. Lancet 1986; 2: 1042.

5 Goolsby PL. Erythema nodosum after Recombivax HB hepatitis Bvaccine. N Engl J Med 1989; 26: 1198–1199.

6 McMahon BJ, Heyward WL, Templin DW, Clement D, Lanier AP.Hepatitis B-associated polyarteritis nodosa in Alaskan Eskimos: clinicaland epidemiologic features and long term follow-up. Hepatology 1989;9: 97–101.

Hepatitis B vaccine in SLEKAM Kuruma et al.

353

Lupus

© 2007 SAGE Publications. All rights reserved. Not for commercial use or unauthorized distribution. at UNIV DE SAO PAULO BIBLIOTECA on June 23, 2007 http://lup.sagepub.comDownloaded from

7 Zaas A, Scheel P, Venbrux A, Hellmann DB. Large artery vasculitis fol-lowing recombinant hepatitis B vaccination: 2 cases. J Rheumatol 2001;28: 1116–1120.

8 Le Hello C, Cohen P, Bousser MG, Letellier P, Guillevin L. Suspectedhepatitis B vaccination related vasculitis. J Rheumatol 1999; 26:191–194.

9 Begier EM, Langford CA, Sneller MC, Wise RP, Ball R; VAERSWorking Group. Polyarteritis nodosa reports to the vaccine adverseevent reporting system (VAERS): implications for assessment ofsuspected vaccine-provoked vasculitis. J Rheumatol 2004; 31:2181–2188.

10 Trevisani F, Gattinara GC, Caraceni P et al. Transverse myelitis follow-ing hepatitis B vaccination. J Hepatol 1993; 19: 317–318.

11 Fried M, Conen D, Conzelmann M, Steinemann E. Uveitis after hepati-tis B vaccination. Lancet 1987; 2: 631–632.

12 Poullin P, Gabriel B. Thrombocytopenic purpura after recombinant hep-atitis B vaccine. Lancet 1994; 344: 1293 (Letter).

13 Meyboom RHB, Fucik H, Edwards IR. Thrombocytopenia reported inassociation with hepatitis B and A vaccines. Lancet 1995; 345: 1638(Letter).

14 Neau D, Bonnet F, Michaud M et al. Immune thrombocytopenic purpuraafter recombinant hepatitis B vaccine: retrospective study of sevencases. Scand J Infect Dis 1998; 30: 115–118.

15 Finielz P, Lam Kam Sang LF, Guserix J. Systemic lupus erythematosusand thrombocytopenic purpura in two members of the same familyfollowing hepatitis B vaccine. Nephrol Dial Transplant 1998; 13:2420–2421.

16 Martinez E, Domingo P. Evans’s syndrome triggered by recombinanthepatitis B vaccine. Clin Infect Dis 1992; 15: 1051.

17 Vautier G, Carty JE. Acute sero-positive rheumatoid arthritis occurringafter hepatitis vaccination. Br J Rheumatol 1994; 33: 991.

18 Pope JE, Stevens A, Howson W, Bell DA. The development of rheuma-toid arthritis after recombinant hepatitis B vaccination. J Rheumatol1998; 25: 1687–1693.

19 Tudela P, Marti S, Bonal J. Systemic lupus erythematosus and vaccina-tion against hepatitis B. Nephron 1992; 62: 236.

20 Mamoux V, Dumont C. Lupus erythematosus disseminatus and vacci-nation against hepatitis B virus. Arch Pediatr 1994; 1: 307–308.

21 Guiserix J. Systemic lupus erythematosus following hepatitis B vaccine.Nephron 1996; 74: 441.

22 Grezard P, Chefai M, Philippot V, Perrot H, Faisant M. Ann DermatolVenereol 1996; 123: 657–659.

23 Grotto I, Mandel Y, Ephros M, Ashkenazi I, Shemer J. Major adversereaction to yeast-derived hepatitis B vaccines – a review. Vaccine 1998;16: 329–334.

24 Aron-Maor A, Shoenfeld Y. Vaccination and systemic lupus erythe-matosus: the bidirectional dilemmas. Lupus 2001; 10: 237–240.

25 Ioannou Y, Isenberg DA. Immunisation of patients with systemic lupuserythematosus: the current state of play. Lupus 1999; 8: 497–501.

26 Gilkeson GS, Grudier JP, Karounos DG, Pisetsky DS. Induction of anti-double stranded DNA antibodies in normal mice by immunization withbacterial DNA. J Immunol 1989; 142: 1482–1486.

27 Moens U, Seternes OM, Hey AW et al. In vivo expression of a singleviral DNA-binding protein generates systemic lupus erythematosus-related autoimmunity to double-stranded DNA and histones. Proc NatlAcad Sci USA 1995; 92: 12393–12397.

28 Rai G, Ray S, Shaw RE et al. Models of systemic lupus erythematosus:development of autoimmunity following peptide immunizations of non-inbred pedigreed rabbits. J Immunol 2006; 176: 660–667.

29 Lilic D, Ghosh SK. Liver dysfunction and DNA antibodies after hepati-tis B vaccination. Lancet 1994; 344: 1292–1293.

30 Senécal JL, Bertrand C. Severe exacerbation of systemic lupus erythe-matosus after hepatitis B vaccination and importance of pneumococcalvaccination in patients with autosplenectomy: comment on the article byBattafarano et al. Arthritis Rheum 1999; 42: 1307–1308 (Letter).

31 Cooper GS, Dooley MA, Treadwell EL, St Clair EW, Gilkeson GS. Riskfactors for development of systemic lupus erythematosus: allergies,infections, and family history. J Clin Epidemiol 2002; 55: 982–989.

32 O’Neill SG, Isenberg DA. Immunizing patients with systemic lupus ery-thematosus: a review of effectiveness and safety. Lupus 2006; 15:778–783.

33 Williams GW, Steinberg AD, Reinertsen JL et al. Influenza immuniza-tion in systemic lupus erythematosus. A double-blind trial. Ann InternMed 1978; 88: 729–734.

34 Abu-Shakra M, Press J, Varsano N et al. Specific antibody response afterinfluenza immunization in SLE. J Rheumatol 2002; 29: 2555–2557.

35 Holvast A, Huckriede A, Wilschut J et al. Safety and efficacy ofinfluenza vaccination in systemic lupus erythematosus patients withquiescent disease. Ann Rheum Dis 2006; 65: 913–918.

36 Del Porto F, Lagana B, Biselli R et al. Influenza vaccine administrationin patients with systemic lupus erythematosus and rheumatoid arthritis.Safety and immunogenicity. Vaccine 2006; 24: 3217–3223.

37 Battafarano DF, Battafarano NJ, Larsen L et al. Antigen-specific anti-body responses in lupus patients following immunization. ArthritisRheum 1998; 41: 1828–1834.

38 Klippel JH, Karsh J, Stahl NI et al. Controlled study of pneumococcalpolysaccharide vaccine in systemic lupus erythematosus. ArthritisRheum 1979; 22: 1321–1325.

39 Elkayam O, Paran D, Caspi D et al. Immunogenicity and safety of pneu-mococcal vaccination in patients with rheumatoid arthritis or systemiclupus erythematosus. Clin Infec Dis 2002; 34: 147–153.

40 Mercado U. Antibody responses following vaccination in lupus patients.Rev Invest Clin 2003; 55: 93–94 (Letter).

41 Tan EM, Cohen AS, Fries JF et al. The revised criteria for classificationof systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum 1982; 25: 1271–1277.

42 Hochberg MC. Updating the American College of Rheumatologyrevised criteria for the classification of systemic lupus erythematosus.Arthritis Rheum 1997; 40: 1725.

43 Bombardier C, Gladman DD, Urowitz MB, Caron D, Chang CH.Derivation of the SLEDAI. A disease activity index for lupus patients.The Committee on Prognosis Studies in SLE. Arthritis Rheum 1992; 35:630–640.

44 Isenberg DA, Maddison PJ. Detection of antibodies to double strandedDNA and extractable nuclear antigen. J Clin Pathol 1987; 40:1374–1381.

45 Gharavi AE, Harris EN, Asherson RA, Hughes GR. Anticardiolipin anti-bodies: isotype distribution and phospholipid specificity. Ann Rheum Dis1987; 46: 1–6.

46 Looney RJ, Hasan MS, Coffin D et al. Hepatitis B immunization ofhealthy elderly adults: relationship between naive CD4+ T cells andprimary immune response and evaluation of GM-CSF as an adjuvant. JClin Immunol 2001; 21: 30–36.

47 Louie JS, Nies KM, Shoji KT et al. Clinical and Antibody responsesafter influenza immunization in systemic lupus erythematosus. AnnIntern Med 1978; 88: 790–792.

48 CDC (Center for Disease Control and Prevention). Hepatitis B. In Atkin-son W, Hamborsky J, Wolfe C eds. Epidemiology and prevention ofvaccine-preventable diseases, 9th edition. Washington, DC: PublicHealthy Foundation, 2006: 207–231.

49 Abu-Shakra M, Press J, Sukenik S, Buskila D. Influenza virus vaccina-tion of patients with SLE: effects on generation of autoantibodies. ClinRheumatol 2002; 21: 369–372.

Hepatitis B vaccine in SLEKAM Kuruma et al.

354

Lupus

© 2007 SAGE Publications. All rights reserved. Not for commercial use or unauthorized distribution. at UNIV DE SAO PAULO BIBLIOTECA on June 23, 2007 http://lup.sagepub.comDownloaded from