Segurança Em Instalaçõs e Serviços Com Eletricidade - NR 10 Básico

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    Segurana em Instalaes eServios com Eletricidade NR10 Bsico

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    S e n a c S o P a u l o S o P a u l o 2 0 1 3

    Nome do Aluno

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    Senac-SP 2006

    ADMINISTRAOREGIONALDOSENACNOESTADODESOPAULO

    Gerncia de DesenvolvimentoClaudio Luiz de Souza Silva

    Coordenao TcnicaRosngela Gonalves Ribeiro

    Assistente de Coordenao TcnicaHernandes Antonio Oliveira da Cunha

    Elaborao do Recurso DidticoLuiz Carlos Mendes

    Edio e Produo

    Globaltec Editora Ltda.

    Verso 2013

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    SUMRIO

    PARTE I SEGURANA NO TRABALHO / 6

    RISCOS AMBIENTAIS / 9

    ACIDENTE DO TRABALHO / 11EXERCCIO DO TRABALHO A SERVIO DA EMPRESA / 11LESO CORPORAL / 11PERTURBAO FUNCIONAL / 11ACIDENTE DO TRABALHO CARACTERIZAO / 11DOENAS PROFISSIONAIS E DO TRABALHO / 14

    CONCEITO PREVENCIONISTA DO ACIDENTE DO TRABALHO / 15

    FATORES DETERMINANTES DOS ACIDENTES DO TRABALHO / 16

    FATOR PESSOAL DE INSEGURANA / 18ATO INSEGURO / 18CONDIO INSEGURA / 19

    SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO SAT / 20

    SOBRE ACIDENTES DE TRABALHO / 20COMUNICAO DE ACIDENTE DO TRABALHO CAT (INSS) / 21

    PARTE II SEGURANA COM ELETRICIDADE / 23

    SEGURANA COM ELETRICIDADE / 24

    CARACTERSTICAS E USO / 24

    ORIGEM / 24O SISTEMA ELTRICO / 24RISCO EM ELETRICIDADE / 25CHOQUE ELTRICO / 25PERCURSO DA CORRENTE NO ORGANISMO / 26PORCENTAGEM DA CORRENTE ELTRICA QUE CIRCULA PELO CORAO / 26RESISTNCIA ELTRICA DO CORPO HUMANO / 26CARACTERSTICAS DA CORRENTE ELTRICA / 28EFEITOS FISIOLGICOS DO CHOQUE ELTRICO / 28LESO POR AO DIRETA / 29LESO POR AO INDIRETA / 29

    REAO DO CORPO AO CHOQUE ELTRICO / 29RESPIRAO ARTIFICIAL / 30TEMPO DE EXPOSIO CORRENTE ELTRICA / 31QUADRO DE EFEITOS DO CHOQUE ELTRICO / 31

    PRINCIPAIS FALHAS EM SISTEMAS ELTRICOS / 36

    FALHAS TCNICAS / 36

    FALHAS OPERACIONAIS / 36

    PLANEJAMENTO E INSTRUES SOBRE SERVIO / 37

    ATITUDE NO TRABALHO / 37

    REGRAS GERAIS DE SEGURANA / 38

    PREVENO DOS ACIDENTES ELTRICOS / 39

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    DISTNCIAS DE SEGURANA / 39PROTEES ISOLANTES /40CONTATO COM PARTES ATERRADAS /40OBSERVADOR /40

    MEDIDAS DE SEGURANA NOS EQUIPAMENTOS DAS TURMAS /41FERRAMENTAS /41SUBIDA NO POSTE /41ESCADAS /42CORDAS E MOITES /42MANGAS ISOLANTES DE BORRACHA /43EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL EPI /43CINTOS DE SEGURANA /43LUVA ISOLANTE DE BORRACHA /43

    SINALIZAO PARA PROTEO DO PBLICO E DOS EMPREGADOS /44

    VESTIMENTAS /44

    TRANSPORTE DE PESSOAL /44TRABALHOS EM LINHAS ENERGIZADAS (LINHA VIVA) /45

    MTODO DISTNCIA / MTODO AO CONTATO /45

    MTODO AO POTENCIAL /46

    CORTE DE RVORES E PODA DE GALHOS /46

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA / 47

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    PARTE ISegurana no Trabalho

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    CONCEITO

    A palavra segurana vem do latim securitas e se refere s medidasdestinadas garantia da integridade de pessoas, bens e institui-

    es (brasiliano.com.br, 5/7/2002).O conceito de segurana muito abrangente, pois compreendeuma grande diversidade de situaes, condies e estados de na-tureza tanto objetiva, quanto subjetiva. De forma simples, pode--se definir segurana como a garantia de que, em relao a umdeterminado fato, tudo o que foi previsto transcorrer dentro doplanejado, com a ausncia ou minimizao das consequncias daocorrncia de imprevistos, ameaas e perigos.

    Segurana do Trabalho a cincia que atua na proteo de acidentes do trabalho emface dos fatores de riscos encontrados nas atividades laborais. Esta cincia propeo conjunto de medidas tcnicas, administrativas, educativas, mdicas e psicolgicasaplicadas, preventiva ou corretivamente, para proteger os trabalhadores dos riscosde acidentes resultantes do processo de trabalho.

    Essas medidas so de responsabilidade da empresa, visando garantir a segurana e obem-estar de seus empregados. A segurana do trabalho, na sua extenso, abrangediversos segmentos, como: higiene do trabalho, ergonomia, proteo contra incn-dio, sistemas de proteo coletiva, racionalizao do trabalho, anlise de sistemas,

    anlise de projetos, controle de qualidade de ambiente e outros.

    A segurana do trabalho obtida por meio da eliminao das condies de no con-formidade do ambiente e tambm com o ensinamento das pessoas, conscientizando--as da necessidade de implantao de medidas prticas.

    A segurana do trabalho regida por lei que obriga as empresas a manterem uma rearesponsvel pela adoo de medidas. Essa unidade dividida em dois grupos: enge-nharia de segurana do trabalho e medicina do trabalho, que recebem a designao deServio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho SESMT.

    O Servio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho SESMT uma organizao vertical com acesso a todos os nveis hierrquicos, que lidera o desen-volvimento, orientao e controle do programa de segurana, segundo as leis vigentes ea poltica da empresa. Est regido por normas e legislao, tendo, portanto, atribuiesclaramente definidas do ponto de vista legal. Entre outras atividades, elabora estudos deacidentes e de condies de trabalho, levantando as necessidades de treinamento oupromoo e recomendando as medidas a serem tomadas. (Tavares, 1995, p.39.)

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    A segurana do trabalho deve fazer parte da poltica da organizao atravs de umSistema de Gesto de Segurana e Sade no Trabalho SST. O empregador deve de-monstrar uma forte liderana e um compromisso com respeito s atividades da SSTna organizao e deve adotar as disposies necessrias para criar um sistema de ges-

    to da SST que inclua os principais elementos de poltica, organizao, planejamentoe implementao, avaliao e ao em prol de melhoria contnua. (Organizao In-ternacional do Trabalho, 2001.)

    O Sistema de Gesto de Segurana e Sade no Trabalho SST contribui para evitarperdas humanas e materiais de uma organizao, bem como protege os trabalhado-res contra os perigos, leses, enfermidades, doenas, incidentes e bitos relaciona-dos ao trabalho, minimizando ou eliminando os impactos que se refletem na gestodos negcios e na imagem da empresa.

    O Sistema de Gesto de Segurana e Sade no Trabalho SST deve mensurar e con-templar os seguintes fatores:

    ser especfico organizao, apropriado e de conformidade com a sua dimensoe natureza das atividades;

    ser compatvel com as leis e as regulamentaes nacionais vigentes e aplicveis,bem como com as obrigaes tcnicas e comerciais da organizao;

    buscar a melhoria contnua da segurana e sade dos trabalhadores visando me-lhores resultados;

    ser realista e executvel; estar documentado e ser comunicado a todos os cargos e nveis pertinentes da

    organizao;

    ser avaliado periodicamente e, se necessrio, atualizado.

    As empresas que desejam obter a certificao do Sistema de Gesto de Segurana e Sa-de no Trabalho SST devem estar de acordo com a norma internacional OHSAS 18.001.

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    Riscos Ambientais

    So considerados riscos ou agentes agressivos fsicos, qumicos, biolgicos, ergon-micos e de acidentes os que possam trazer ou ocasionar danos sade do trabalha-

    dor, no ambiente de trabalho, em funo de sua natureza, concentrao, intensidadee tempo de exposio ao agente.

    A Organizao Mundial de Sade (OMS) define SADE como: O completo bem--estar fsico, mental e social.

    Riscos ambientais que comprometem a sade do trabalhador so os classificados aseguir:

    1. Riscos fsicos: rudos, vibraes, radiaes ionizantes, radiaes no ionizantes,frio, calor, presses anormais, umidade, etc.

    2. Riscos qumicos: poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases, vapores, substncias,compostos ou produtos qumicos em geral.

    3. Riscos biolgicos:vrus, bactrias, protozorios, fungos, parasitas, bacilos.

    4. Riscos ergonmicos: esforo fsico intenso, levantamento e transporte manualde peso, exigncia de postura inadequada, controle rgido de produtividade,imposio de ritmos excessivos, trabalho em turno noturno, jornada de trabalhoprolongada, monotonia e repetitividade e outras situaes causadoras de estres-se fsico e/ou psquico.

    5. Riscos de acidentes: arranjo fsico inadequado, mquinas e equipamentos semproteo, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminao inadequada, fa-lha na eletricidade, probabilidade de incndio ou exploso, armazenamentoinadequado de materiais, animais peonhentos e outras situaes de risco quepodero contribuir para a ocorrncia de acidentes.

    Os riscos ambientais podem afetar a sade do trabalhador a curto, mdio e longoprazo, provocando leses imediatas e/ou doenas chamadas profissionais e/ou dotrabalho, como por exemplo, a pneumoconiose.

    Devido exposio diria e prolongada a certos tipos de poeiras, como a da slica,a do ferro e a do algodo, o trabalhador sofrer alteraes pulmonares irreversveiscom repercusso no sistema circulatrio ou, ainda, leses pulmonares imediatas eintoxicaes agudas.

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    Classificao dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a suanatureza e a padronizao das cores correspondentes:

    GRUPO 1

    VERDE

    GRUPO 2

    VERMELHO

    GRUPO 3

    MARROM

    GRUPO 4

    AMARELO

    GRUPO 5

    AZUL

    Riscos fsicosRiscos

    qumicosRiscos

    biolgicosRiscos

    ergonmicosRiscos deacidentes

    Rudos Poeiras VrusEsforo fsico

    intensoArranjo fsicoinadequado

    Vibraes Fumos BactriasLevantamentoe transporte

    manual de peso

    Mquinas eequipamentossem proteo

    Radiaesionizantes Nvoas Protozorios

    Exigncia

    de posturainadequada

    Ferramentas

    inadequadas oudefeituosas

    Radiaes noionizantes

    Neblinas FungosControlergido de

    produtividade

    Iluminaoinadequada

    Frio Gases ParasitasImposiode ritmosexcessivos

    Falha naeletricidade

    Calor Vapores BacilosTrabalho em

    turno noturno

    Probabilidadede incndio ou

    exploso

    Pressesanormais

    Substncias,compostos ou

    produtosqumicos em

    geral

    _Jornada de

    trabalhoprolongada

    Armazenamentoinadequado

    Umidade _ _Monotonia erepetitividade

    Animaispeonhentos

    _ _ _

    Outrassituaes

    causadoras deestresse fsico e/

    ou psquico

    Outras

    situaes derisco quepodero

    contribuir paraa ocorrncia de

    acidentes

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    Acidente do trabalho

    Conceito legal

    O artigo 19 da Lei no8.213, de 24/07/91, estabelece:

    Acidente do Trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servi-

    o da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados referidos no

    inciso VII do artigo II desta Lei, provocando leso corporal ou perturba-

    o funcional que cause a morte ou a perda ou reduo, permanente ou

    temporria, da capacidade para o trabalho.

    Exerccio do trabalho a servio da empresa

    Para que uma leso ou molstia seja considerada acidente do trabalho necessrioque haja entre o resultado e o trabalho uma ligao, ou seja, que o resultado danosotenha origem no trabalho desempenhado e em funo do servio.

    Assim, por exemplo, se um empregado for assistir a um jogo de futebol e cair a ar-quibancada onde se sentou no se tratar de acidente do trabalho. Todavia, se comele cai o empregado do clube que efetuava a limpeza da arquibancada, a legislaoreferida proteger o funcionrio do clube.

    Leso corporalPor leso corporal deve ser entendido qualquer dano anatmico; por exemplo: umafratura, um machucado, a perda de um membro.

    Perturbao funcional

    Por perturbao funcional deve ser entendido o prejuzo ao funcionamento de qual-quer rgo ou sentido, como uma perturbao mental devida a uma pancada, o pre-juzo ao funcionamento de um rgo (pulmes, etc.), pela aspirao ou ingesto de

    elemento nocivo usado no trabalho.

    Acidente do trabalho Caracterizao

    O acidente tpico do trabalho ocorre no local e durante o trabalho, considerado comoum acontecimento sbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma in-capacidade para a prestao de servio.

    A legislao (art. 21 da Lei 8.213/91) enquadra tambm como acidente aqueles queocorrem nas seguintes situaes:

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    a) Acidente de trajetoCada dia mais se corre riscos quando algum se prope a sair de casa para qual-quer fim. Quando esse fim a prestao de servio, entende-se que justoficar o trabalhador protegido pela legislao de acidente. Assim, no percurso

    da residncia para o trabalho ou deste para aquela, est o trabalhador prote-gido pela legislao acidentria. Tambm fica caracterizado como acidente dotrabalho aquele que ocorra na ida ou na volta do trabalho, ou o ocorrido nomesmo trajeto quando o trabalhador efetua suas refeies em sua casa. Deixade caracterizar-se o acidente quando o empregado tenha, por interesse prprio,interrompido ou alterado o percurso normal. Entende-se por percurso normal ocaminho ordinariamente seguido, locomovendo-se a p ou usando transportefornecido pela empresa, conduo prpria ou transporte coletivo urbano.

    Assim, quando ocorrer variao de trajeto por vontade do trabalhador, ou quandohaja interrupo, tambm por interesse prprio, deixa de caracterizar-se o acidentedo trabalho. Nos perodos destinados s refeies ou descansos, bem como em in-tervalos destinados satisfao de necessidades fisiolgicas, no local de trabalho oudurante este, o empregado considerado a servio da empresa para fins de aciden-te do trabalho.

    b) Ato de terceiroQuando se fala em acidente do trabalho, nunca ocorre a possibilidade de queum ato de outra pessoa possa caracterizar-se como acidente.

    Esse ato de terceiro pode ser culposo ou doloso. Ser considerado culposo quando apessoa que deu ensejo ao mesmo no tinha a inteno de que o fato acontecesse. Foium ato de imprudncia, negligncia, impercia que resultou num dano a outrem. J oato doloso consciente, e a pessoa que o pratica age de m-f com a vontade dirigidapara a obteno de um resultado criminoso.

    Assim, o legislador estendeu o conceito de acidente aos atos dolosos que atingem otrabalhador proveniente da relao de emprego, tais como os casos de sabotagem,ofensa fsica levada a cabo por companheiro de servio ou terceiro, resultante de

    disputa originada na prestao de servio.Como vemos, a excluso que se manifesta a referente a ato doloso contra o empre-gado, oriundo de terceiro ou de companheiro de servio, no originado de disputarelativa ao trabalho. Assim, o ferimento sofrido por um empregado no local e horriode trabalho, por parte de outro colega de servio, com origem em questo de confli-tos pessoais, no se caracteriza como acidente do trabalho.

    O ato de imprudncia, impercia ou negligncia, praticado por qualquer pessoa, queatinja o trabalhador nas condies tidas como de servio, caracteriza o acidente dotrabalho, assim como o ato levado a cabo por pessoa privada do uso da razo.

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    c) Fora maiorA caracterizao de acidente do trabalho atinge, tambm, as leses oriundasde inundaes, incndios ou qualquer outro motivo de fora maior, desde queocorrido o fato no local e horrio de trabalho.

    d) Acidente fora do local e horrio de trabalhoAlm do acidente do trabalho caracterizado pelas causas acima enunciadas ealm do acidente de trajeto, sobre o qual j tecemos consideraes, o legisladorconsidera como acidente do trabalho o sofrido pelo trabalhador mesmo forado local e horrio de trabalho, quando ocorra no cumprimento de ordem ou narealizao de servio sob a autoridade da empresa. Ou, ainda, quando seja es-pontaneamente prestado o servio para evitar prejuzo ao propiciar proveito. Seo empregado acidentar-se realizando viagem a servio da empresa, estaremosdiante de um acidente de trabalho, qualquer que seja o meio de conduo utili-zado, ainda que seja de propriedade do empregado.

    e) Causas de incapacidade associadas ao acidente do trabalhoPode acontecer que o empregado j tivesse condies pessoais que facilitassemo acontecimento ou resultado. Se um indivduo tem certa fraqueza ssea e sofreuma pancada que para outro traria como consequncia apenas uma zona dolo-rida, mas para ele resulta numa fratura, suas condies pessoais no afastam aaplicao da legislao acidentria pela totalidade do acontecimento. Se umaleso com ferimento atinge um diabtico, que em face de suas condies desade sofre a amputao de uma perna ou de um brao, a legislao acidentriacobre a consequncia total.

    ACIDENTE DE TRABALHO (Sentido amplo)

    aquele que causa leso corporal, perturbao funcional ou doena que provo-que a morte, perda ou reduo, permanente ou temporria da capacidade para otrabalho, ocorrido nas condies acima citadas.

    A lei no8.213/91, atravs do artigo 21, inciso I, tambm considera como acidente

    do trabalho: o acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causanica, haja contribudo diretamente para a morte do segurado, para a reduo ouperda de sua capacidade para o trabalho ou produzido leso que exija atenomdica para a sua recuperao.

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    Doenas profissionais e do trabalho

    O legislador equiparou ao acidente do trabalho as doenas que, oriundas do traba-lho, acarretem incapacidade laboral. Para tanto, vem estabelecido no artigo 20 da Lei

    no

    8.213/91:a) Doena profissional

    Doena profissional, assim entendida, a produzida ou desencadeada peloexerccio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectivarelao elaborada pelo Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social.

    Assim, o saturnismo (intoxicao provocada em quem trabalha com chumbo), ea silicose (pneumoconiose provocada em quem trabalha com slica) so doenastipicamente profissionais.

    b) Doena do trabalhoDoena do trabalho, assim entendida, a adquirida ou desencadeada em funode condies especiais em que o trabalho realizado e que com ele se relacionediretamente, constante da relao mencionada no inciso 1.

    Como exemplo, poderia ser citada a surdez, tendo em conta o servio executa-do em local extremamente ruidoso.

    De outra parte, no so consideradas como doena profissional ou do trabalhoas doenas degenerativas, as inerentes a grupo etrio e as que no acarretam

    incapacidade para o trabalho.

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    Conceito prevencionista do acidente do trabalho

    O acidente do trabalho no conceito legal s caracterizado quando dele decorreuma leso fsica, perturbao funcional ou doena, levando morte, perda total ou

    parcial, permanente ou temporria da capacidade para o trabalho.

    A pessoa prevencionista no deve se ater somente ao conceito legal, mas procurarconhecer o acidente do trabalho em toda a sua extenso e principalmente em suaspossibilidades de preveno.

    Os acidentes que no causam ferimentos pessoais devem ser considerados acidentesdo trabalho do ponto de vista tcnico-prevencionista, visando evitar os danos fsicosque possam por eles ser provocados.

    O conceito prevencionista caracteriza o acidente de trabalho como toda ocorrn-cia no programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possamresultar danos fsicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador e/ou danos mate-riais e econmicos empresa.

    Nessa definio, o acidente no fica condicionado leso fsica. Sob o aspectoprevencionista, todo acidente deve ser considerado importante, pois no possvelprever se ele provocar ou no leses no trabalhador.

    Esta conceituao ampla leva ao registro de todos os acidentes do trabalho ocorridos,permitindo a explorao de suas causas e consequente preveno. Um exemplo seriao caso de uma ferramenta que cai do alto de um andaime. Fica caracterizado o aci-dente sob o enfoque prevencionista, mesmo que esta no atinja ningum.

    Estudos realizados nos EUA apresentam o seguinte resultado:

    Conforme figura da pgina seguinte, temos: para cada acidente com leso grave,acontecem 10 acidentes com leso leve, 30 acidentes com danos propriedade e600 acidentes sem leso.

    Esse resultado comprova que, proporo que a consequncia se torna mais

    grave, o nmero de acidentes decai. Portanto, ou pela gravidade ou pelo grandenmero de acidentes, todos eles devem ser comunicados para anlise e propo-sio de soluo.

    Portanto, como vimos at agora, temos que trabalhar na preveno, ou seja, comas causas dos acidentes, no adiantando apenas analis-lo aps a ocorrncia.

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    Acidentes com leso grave

    Acidentes com leso leve

    Acidentes com danos propriedade

    Acidentes sem leso

    1

    10

    30

    600

    Fatores determinantes dos acidentes do trabalho

    Os acidentes do trabalho so decorrentes de uma multiplicidade de causas. Por isso,neste item, procuraremos demonstrar os diversos fatores que favorecem a sua ocor-rncia. Esta anlise tem o objetivo de identific-los o mais precocemente possvel,controlando seus efeitos negativos para preservao da sade e segurana das pes-soas, e para evitar danos materiais que possam provocar vtimas e perdas.

    Para anlise dessas multiplicidades se faz necessrio definir o que perigo, risco edano. Assim:

    Perigo: expressa uma exposio relativa a um risco, que favorece sua materializao

    em danos.

    Risco: uma ou mais condies de uma varivel com potencial necessrio para causardanos.

    Dano: a severidade da leso ou perda fsica, funcional ou econmica que pode re-sultar se o controle sobre um risco no efetivo.

    As causas e os fatores que propiciam um acidente precisam de uma anlise sriaenvolvendo questes ambientais, humanas e materiais, como:

    fatores ambientais de riscos desencadeados em perodos diversos, gerando con-dies perigosas, insalubres e penosas;

    critrios de sade e segurana adotados pelas pessoas e pela empresa;

    maus hbitos com relao proteo pessoal diante dos riscos;

    desconhecimento de determinadas operaes;

    valor dado prpria vida;

    excesso de autoconfiana ou irresponsabilidade;

    organizao e presso para produo;

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    imediatismo e ausncia de treinamento adequado.

    Essa multiplicidade pode ser representada por uma sequncia de fatores-chaves eno apenas pelos dois aspectos mais vulgarizados na anlise dos riscos (atos e con-

    dies inseguros):

    Como vimos anteriormente, o acidente do trabalho possui uma definio legal e umaprevencionista. Em qualquer dessas abordagens, deve-se tomar todas as medidas pre-ventivas possveis, desde o planejamento e a construo da empresa at a preparaoe treinamento especializado do profissional para que ele fique menos exposto ao aci-dente, ou, no caso de riscos inerentes funo, desenvolver condies de controle.

    Dessa forma, um acidente provocado pela ao adversa do meio ambiente pode sercontrolado por medidas e comportamentos prevencionistas.

    Muitas vezes, identificado apenas o fato mais prximo ao acidente e no o respon-svel determinante do infortnio. Por exemplo, um trabalhador que tenha passadoa noite em claro por problema de doena em casa, durante o seu trabalho tem queoperar uma mquina defeituosa.

    Os comportamentos inadequados so resultados, com frequncia, dos diversos ris-cos ambientais existentes (problemas mecnicos, produtos txicos, falta de treina-mento, presso na produo, etc.).

    No sentido da preveno, isto , do prever (ver antecipadamente), devem-se lembrar

    os seguintes aspectos:

    Os fatos no ocorrem ao acaso; eles sempre fazem parte de um contexto e sur-gem a partir de processos a ele relacionados.

    Todas as pessoas, em condies normais, possuem instintivamente o desejo demanter a sua integridade fsica e psquica e, portanto, no desejam se acidentar.

    H situaes de risco e que predispem ocorrncia de um acidente, estas de-vem ser neutralizadas.

    A preveno de acidentes necessita da colaborao de todos para o benefcio decada um dentro e fora da empresa.

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    Podemos resumidamente dizer que os acidentes do trabalho decorrem basicamentede trs causas primrias: fatores pessoais de insegurana; atos inseguros e condi-es inseguras.

    Fator pessoal de insegurana

    discutvel a existncia ou no de pessoas propensas a sofrer acidentes. prefervelaceitar a ideia de que existem condies de sade, estudos de nimo e tempera-mento que, em determinadas circunstncias ou ocasies, propiciam condies paraa ocorrncia de acidentes do trabalho.

    Falta de conhecimento ou experincia para execuo de tarefas pode provocar desa-juste fsico, emocional, mental ou social, como nos exemplos abaixo:

    Insuficincia visual; daltonismo.

    Epilepsia.

    Alcoolismo.

    Toxicomania.

    Alienao mental.

    Distrbio cerebral.

    Preocupao.

    Ato inseguro

    O ato inseguro pode ser algo que a pessoa fez quando no deveria fazer ou deveriafazer de outra maneira, ou ainda, algo que deixou de fazer quando deveria ter feito,como nos exemplos abaixo:

    Tornar inoperante ou ineficiente dispositivo de segurana.

    Desligar ou remover dispositivo de segurana.

    Assumir posio, postura ou atitude insegura.

    Transportar-se em posio insegura (plataformas, traseira ou estribo de veculo,garfo de empilhadeira, partes mveis de guindaste).

    Trabalhar ou operar velocidade insegura.

    Correr, jogar objeto em vez de carreg-lo ou pass-lo.

    Utilizar equipamento inseguro ou de maneira imprpria.

    Usar material ou equipamento fora de sua finalidade.

    Deixar de usar o equipamento de proteo individual disponvel.

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    Condio insegura

    Condies inseguras dos locais de trabalho so as falhas, defeitos, irregularidadestcnicas e carncia de dispositivos de segurana que pem em risco a integridade

    fsica e/ou sade das pessoas e a prpria segurana das instalaes e equipamentos.As condies inseguras mais frequentemente encontradas so, entre outras:

    Falta de proteo ou dispositivo de segurana em mquinas/equipamentos.

    Proteo inadequada ou defeituosa.

    Dispositivo de segurana inoperante.

    Deficincia em maquinaria e ferramental.

    M-arrumao/empilhamento incorreto.

    Falta de espao.

    Passagens perigosas.

    Defeitos nas edificaes.

    Instalaes eltricas inadequadas ou defeituosas.

    Iluminao inadequada.

    Ventilao inadequada.

    Limpeza deficiente. Falta de protetores individuais ou inadequados.

    Risco de fogo ou exploso.

    Falta de sinalizao/sinalizao inadequada.

    Falta de treinamento.

    Estas condies mais frequentes devem merecer maior ateno, embora possamoseventualmente descobrir outras condies particulares para os servios realizados

    nas empresas.Conhecidas as causas diretas dos acidentes do trabalho, o passo seguinte para a pre-veno dos acidentes reconhec-los nos ambientes de trabalho, nos processos em-pregados e nas atitudes das pessoas; denomina-se esta fase de diagnstico.

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    SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO SAT

    Resumo do texto original dos autores Dr. Luiz Garfos FadeI de Vascon-cellos e Eng. Valria Ramos Soares Pinto

    O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) pertence ao Regime Geral de Pre-vidncia Social (RGPS), monopolizado pelo Estado e, de acordo com a lei8.213/91, cobrado das empresas para custear as aes preventivas e indeni-zaes decorrentes de acidentes e doenas ocupacionais aos beneficirios.Segundo o art. 19 da lei 8.213/91, Acidente do trabalho o que ocorre peloexerccio do trabalho a servio da empresa... provocando leso corporal ou

    perturbao funcional que cause a morte, a perda ou reduo da capacidadepara o trabalho, permanente ou temporria.

    O empregado urbano ou rural (exceto o domstico), o trabalhador avulso, osegurado especial e o mdico residente so os segurados que tm direitos aosbenefcios do SAT.

    Sobre acidentes de trabalho

    No caso de no comunicao por parte da empresa, o prprio acidentado, seus

    familiares ou o sindicato podem fazer o comunicado do acidente, no valendonesse caso o prazo estabelecido.

    Os direitos ou aes relativos prestao em caso de acidente do trabalhoprescrevem em cinco anos, ou seja, o segurado ou beneficirio s poder re-querer ou solicitar reviso sobre a concesso do benefcio dentro desse prazo,a contar da data ou, considerando o Art. 103 da lei 8.213/91, a contar do dia pri-meiro do ms seguinte ao recebimento da primeira prestao ou, quando foro caso, do dia em que tomar conhecimento da deciso indeferitria definitivano mbito administrativo.

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    COMUNICAO DE ACIDENTEDO TRABALHO CAT (INSS)

    As ocorrncias de acidentes do trabalho so comunicadas ao Instituto Nacionaldo Seguro Social INSS pelo documento de registro oficial dos acidentes dotrabalho no Brasil, denominado Comunicao de Acidente do Trabalho CAT.Este documento deve ser preenchido pelo setor de pessoal da empresa ou em-pregador e entregue ao posto do seguro social at o primeiro dia til aps aocorrncia do acidente. No caso de morte, a comunicao deve ser feita ime-diatamente.

    Na falta de comunicao por parte da empresa, podem preencher a CAT o pr-

    prio segurado acidentado ou seus dependentes, sindicato a que seja filiado, omdico que o atendeu ou, ainda, qualquer autoridade, sem que isto, no entan-to, isente a empresa de sua responsabilidade.

    A CAT deve ser preenchida em seis vias, sendo que duas vias so utilizadas ime-diatamente pelo INSS e pelo servio de sade que atendeu o acidentado. Asdemais vias so encaminhadas ao prprio acidentado, ao Ministrio do Trabalho(DRT), ao sindicato da categoria e prpria empresa. O registro da CAT deverser feito em todos os casos de ocorrncia de acidentes, mesmo naqueles emque no seja necessrio o afastamento do trabalho.

    No entanto, de conhecimento pblico que existe sub-registro de acidentes dotrabalho, principalmente quando o acidente no grave e o trabalhador no ne-cessita afastar-se de suas atividades profissionais. Por outro lado, medida que agravidade aumenta, o sub-registro diminui, especialmente nos casos fatais.

    Cabe ento Previdncia Social, a reparao pecuniria do dano, e para issoexiste toda uma estrutura montada com vista a agilizar o processo de concessode benefcios, uma vez que o segurado se encontra incapacitado para o exer-ccio de suas funes. Os postos do seguro social recebem as CATs e, a partirdesse momento, d-se incio a uma srie de procedimentos para concesso e

    pagamento do benefcio a que o segurado fizer jus.

    Atualmente, o Ministrio da Previdncia e Assistncia Social est envidandoesforos no sentido de implantar um sistema de informaes de acidentes dotrabalho, porque este sistema no existe em sua integralidade, dificultandoassim os registros, em sua totalidade, de todas as CATs que do entrada nospostos do seguro social. Sabe-se que, alm do mau preenchimento (dados in-completos ou ilegveis ou incorretos), em alguns postos so digitadas exclusi-vamente as CATs que geram benefcios, enquanto muitas das que geram ape-nas simples assistncia mdica no so digitadas, o que contribui para agravar

    o sub-registro.

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    Esta situao no mbito da Previdncia Social vem prejudicando todo o esforode obteno de dados estatsticos confiveis que possam servir como subs-dio a estudos voltados para o conhecimento da real dimenso dos acidentesdo trabalho no Brasil, e a proposio de polticas prevencionistas, que, embo-ra de competncia do Ministrio do Trabalho, a Previdncia Social, enquan-to detentora dos registros oficiais de acidentes do trabalho no Brasil, tambmd a sua contribuio nesse sentido incentivando as empresas a investirem napreveno de acidentes melhorando as condies dos ambientes de trabalho,conforme dispe o Art. 27 do Regulamento da Organizao e do Custeio daSeguridade Social - ROCSS.

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    PARTE IISEGURANA COM

    ELETRICIDADE

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    Segurana com Eletricidade

    A energia eltrica exerce grande influncia em todos os setores da atividade humana.Somos diariamente dependentes dessa energia, quer seja no lar, no lazer, nas com-

    pras, como no trabalho, nos hospitais, etc.

    A primeira preocupao que se deve ter a de no desperdi-la. necessrio usar aenergia eltrica de forma racional, o que implica em conserv-la.

    A segunda preocupao, mais importante, est nos cuidados envolvidos na sua utili-zao. A eletricidade pode constituir-se numa sria ameaa vida e propriedade. de fundamental importncia a obedincia s normas e aos procedimentos de segu-rana a ela aplicada.

    Caractersticas e uso uma forma de energia isenta de subprodutos e transportada a grandes distncias,onde largamente utilizada.

    Pode ser controlada de maneira fcil e rpida.

    Seu emprego bastante diversificado: acionamento e movimentao de equipamen-tos, produo de temperaturas e arcos voltaicos, produo industrial, iluminao,lazer, comodidades, etc.

    OrigemA eletricidade uma forma de energia associada aos fenmenos causados por car-gas eltricas em repouso (eletrosttica) e em movimento (eletrodinmica).

    Lembrando: a matria formada por molculas, e estas por pequeninas partculas, ostomos. E estes so compostos por outras partculas: eltrons, prtons e nutrons.

    Aplicando-se as leis da fsica, chegou-se descoberta de que os fenmenos eltricose magnticos atuam sempre juntos.

    O sistema eltricoO sistema eltrico, numa concepo mais geral, constitudo por equipamentos emateriais empregados para transportar a energia eltrica desde a fonte at os pon-tos de utilizao, e compreende:

    Gerao(hidroeltricas, termoeltricas, nucleares e outras)

    Transmisso(transporte de energia eltrica)

    Distribuio (alimentao dos consumidores)

    Consumo(utilizao)

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    A energia eltrica se manifesta em nossos sentidos por seus efeitos: magnticos (ro-tao de um motor); trmico (aquecimento de um condutor); luminoso (incandes-cncia de uma lmpada); qumico (eletrlise); fisiolgico (choque eltrico).

    A energia eltrica nunca desaparece; transforma-se, pois ela indestrutvel, como amatria.

    Risco em eletricidade

    O trabalho com risco de ordem eltrica ocorre principalmente pelo fato de que aenergia eltrica invisvel, inodora, inaudvel (no se v - no se sente - no se ouve).Ela no notada pelos nossos rgos sensoriais, at o momento da aproximao cr-tica e do contato, e a o acidente j se concretizou.

    Os acidentes de origem eltrica, de uma forma geral, so atribudos ao descumpri-mento de Normas e Procedimentos de Segurana.

    Choque eltrico

    Choque eltrico uma perturbao de natureza e efeitos diversos, que se manifestano corpo humano quando percorrido pela corrente eltrica. um estmulo rpido eacidental do sistema nervoso da pessoa, que se torna parte de um circuito eltrico,desde que possua uma diferena de potencial (voltagem) suficiente para vencer aresistncia eltrica do corpo.

    A passagem da corrente eltrica pelo corpo pode produzir um formigamento ou umaleve contrao dos msculos, ou ainda uma sensao dolorosa. Choques mais inten-sos podem lesar msculos ou paralisar o corao. Podem tambm paralisar a respi-rao e, neste caso, se o acidentado no for socorrido dentro de poucos minutos,ocorrer a morte.

    A gravidade do choque no determinada apenas pela tenso, mas depende de di-versos fatores, entre os quais:

    a) Fatores que determinam a gravidade da leso

    Percurso da corrente no organismo;

    Resistncia eltrica do corpo humano (umidade, sudorese, ferida);

    Caractersticas da corrente eltrica (valor, tipo, frequncia);

    rea de contato do corpo com o componente eletrificado;

    Presso de contato;

    Tempo de exposio corrente eltrica;

    Valor da tenso;

    Suscetibilidade individual.

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    b) Efeitos do choque eltrico

    Diretos: morte, fibrilao ventricular, parada cardiorrespiratria, queimadu-ras, contraes violentas dos msculos, formigamentos;

    Indiretos: quedas, sustos, batidas, jogar ou soltar objetos.

    Percurso da corrente no organismo

    Do ponto energizado, passando pelo corpo de uma pessoa, as correntes mais peri-gosas so as que atravessam o corpo de mo para mo, do pescoo ou da mo para op, sendo mais importante a que passa da cabea para os ps.

    A intensidade da corrente aumenta enormemente se os ps estiverem molhados e/ouse a mo estiver suada ou mida, porque a resistncia eltrica do corpo cai sensivel-

    mente, conforme ser mostrado adiante.

    Porcentagem da corrente eltrica que circula pelo corao

    10 % 6 % 3 % 2 % 0 %

    Resistncia eltrica do corpo humano

    A intensidade da corrente eltrica que circular pelo corpo da vtima depender daresistncia eltrica que este oferecer passagem da corrente eltrica, e tambm dequalquer outra resistncia adicional entre a vtima e a terra (aterramento). A resis-tncia eltrica que o corpo oferece passagem da corrente quase que exclusiva-mente devida camada externa da pele, que constituda em sua maior parte declulas mortas.

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    Porm, a resistncia eltrica prpria de cada indivduo no uma constante, ela variaem grandes propores de pessoa para pessoa.

    E ainda: a resistncia eltrica do corpo varia em funo da espessura da pele. Dessa

    forma, cortes, ferimentos e umidade interferem nesta resistncia.A resistncia eltrica do corpo mido pode chegar a 500 Ohm e, se o corpo est seco,varia de 100.000 a 600.000 Ohm.

    Pele seca R = 100.000 a 6000.000 Ohm

    Pele mida R = 500 Ohm

    Recordando: a Lei de Ohm afirma que a resistncia eltrica varia diretamente tenso

    aplicada e inversamente corrente produzida, assim expressa:

    RESISTNCIA (R) = TENSO (V) / CORRENTE (I)

    Quadro comparativo da variao de resistncia dos materiais e do corpo humano:

    Metal

    10 a 15 Ohm

    Epiderme seca

    100 000 a

    600 000 Ohm

    Madeira

    100 000 000 Ohm

    Borracha

    100 000 000 000 000 Ohm

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    Caractersticas da corrente eltrica

    Outros fatores que determinam a gravidade do choque eltrico so as caractersticasda corrente eltrica. Observa-se que na corrente do tipo contnua (CC), as intensida-

    des devero ser mais elevadas para ocasionar a sensao de choque eltrico, fibrila-o ventricular, e a morte, sendo que, em mdia, torna-se necessrio a aplicao decorrente contnua trs a cinco vezes maiores do que a do tipo corrente alternada.

    As correntes alternadas de frequncia entre 20 e 100 Hertz so as que oferecem maiorrisco, especificamente a de 60 Hertz, normalmente usadas nos sistemas de forneci-mento de energia eltrica; so especialmente perigosas, uma vez que esta frequnciase situa prxima frequncia na qual a possibilidade de fibrilao ventricular maior.

    O que torna perigoso o choque a intensidade da corrente que passa atravs docorpo. Esta intensidade pode ser to pequena como da ordem de miliamperes. Basta,

    porm, ultrapassar 50 miliamperes para que se torne mortal.

    O quadro seguinte mostra os efeitos que a corrente eltrica pode produzir, desde umchoque eltrico leve at um choque eltrico mortal.

    A corrente o fator importante e varia de acordo com as diferenas na resistncia docorpo para uma voltagem constante. Assim, no caso de:

    Efeitos fisiolgicos do choque eltrico

    A eletrocusso ou eletropresso o termo que deve ser utilizado para acidentes fa-tais de origem eltrica.

    O termo eletrotraumatismo empregado para designar o conjunto de acidentes deorigem eltrica, quando no se quer prejulgar a evoluo das leses.

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    A leso pode ser produzida de duas formas distintas ao direta e ao indireta:

    Leso por ao direta a corrente eltrica percorre o corpo;

    Leso por ao indireta a corrente eltrica no percorre o corpo.

    Leso por ao direta

    A passagem da corrente pelo corpo pode produzir um formigamento, uma leve con-trao muscular, uma sensao dolorosa, pode paralisar os msculos ventriculares(parada cardaca) ou causar fibrilao ventricular. Pode, tambm, paralisar os mscu-los do trax e o diafragma, causando parada respiratria.

    Choques eltricos de mdia intensidade podem provocar disfunes cerebrais re-versveis e/ou irreversveis, que variam desde um desmaio at a paralisia parcial ou

    total de sistemas orgnicos (principalmente sistema nervoso). A energia eltrica j foiidentificada como principal causador de graves leses no fgado, nos rins, no sistemanervoso perifrico, evoluindo para molstias orgnicas agudas ou crnicas.

    Choques mais intensos podem lesionar msculos, provocar queimaduras de primei-ro, segundo e/ou terceiro graus, paralisao ou perda parcial ou total de membros.

    Vale a pena evidenciar que em qualquer uma das situaes citadas anteriormente o ris-co de morte muito grande; nestes casos, se o acidentado no for socorrido em tempohbil vem a bito.

    importante esclarecer que um atendimento emergencial adequado pode determi-nar a sobrevivncia da vtima.

    Leso por ao indireta

    O arco voltaico pode converter-se em queimaduras eletrotrmicas, causadas por ra-diaes no ionizantes, que so consequncias do calor gerado pelo efeitojoule, ouainda dar origem a leses na conjuntiva dos olhos.

    As quedas e batidas devido ao choque eltrico podem ocasionar fraturas, traumatis-mos e morte.

    Reao do corpo ao choque eltrico

    O corpo um condutor de eletricidade e est sujeito Lei de Ohm. Assim:

    Amperagem atravs do corpo (I) = Voltagem aplicada ao corpo (V)Resistncia do corpo (R)

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    Considerando uma pessoa submetida tenso de 100/110 V Corrente alternada:

    a) Sensao de choque

    1 a 8 miliamperes no causam dor e a pessoa pode suportar a corrente.

    8 a 15 miliamperes causam dor, mas a pessoa pode suportar a corrente.

    b) Ficar preso ao fio

    15 a 20 miliamperes causam choque doloroso e perda de controle dos mscu-los adjacentes; a pessoa no consegue soltar o fio. A morte ocorre se a pessoafor deixada durante muito tempo em contato, por fibrilao ventricular ou sn-cope respiratria.

    c) Choque fatal

    50 a 100 miliamperes sabe-se que tm causado mortes, especialmente se ocaminho percorrido pela corrente passa pelo corao.

    100 a 200 miliamperes dependendo da durao da corrente, tm causadoalguns casos de morte em consequncia da fibrao ventricular. Correntes ele-vadas de curta durao nem sempre afetam gravemente o corao. Depois delibertar o paciente do contato eltrico, deve-se iniciar imediatamente respira-o artificial, se a respirao tiver parado.

    Respirao artificial

    O Instituto Nacional de Segurana da Frana d as seguintes probabilidades de volta vida, conforme o nmero de minutos decorridos depois do choque aparentementemortal:

    Tempo decorrido aps o choque, paracomear a respirao artificial

    Probabilidade dereanimao da vtima

    1 minuto 95%

    2 minutos 90%

    3 minutos 75%

    4 minutos 50%

    5 minutos 25%

    6 minutos 1%

    7-8 minutos 0,5%

    A tabela anterior demonstra que a iniciativa de prestao de socorro fundamental,como, por exemplo, a imediata aplicao de respirao artificial. O corpo humanopode passar dias sem comer ou beber, mas no pode passar muitos minutos sem

    respirao. A providncia a tomar manter, em todos os locais em que haja perigo dochoque eltrico, homens treinados em respirao artificial.

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    Tempo de exposio corrente eltrica

    Quanto maior o tempo que o corpo sujeito ao choque, a resistncia vai diminuin-do, e h maior possibilidade de provocar danos irreversveis aos tecidos e rgos do

    corpo.Os efeitos mencionados na tabela abaixo acontecem com a durao de corrente du-rante um tempo, que vai de 01 a 03 segundos.

    Quadro de efeitos do choque eltrico

    Intensidademiliamperes

    Perturbaespossveis

    Estado possvelaps o choque

    SalvamentoResultado final

    provvel

    Abaixo de 1 Limiar de sensao Nenhuma Normal Normal

    1 a 9

    Sensao cada vez

    mais desagradvel,

    medida que a

    intensidade aumenta.

    Contraes musculares

    Normal Desnecessrio Normal

    9 a 20

    Sensao dolorosa.

    Contraes violentas.

    Perturbaes

    circulatrias

    Morte aparenteRespirao

    artificialRestabelecimento

    20 a 100

    Sensao insuportvel.

    Contraes violentas.

    Asfixia. Perturbaes

    circulares graves,

    inclusive fibrilao

    ventricular

    Morte aparenteRespirao

    artificial

    Restabelecimento

    ou morte

    Acima de

    100

    Asfixia imediata.

    Fibrao ventricularMorte Muito difcil Morte aparente

    Vrios

    amperes

    Asfixia imediata.

    Queimaduras graves

    Morte aparente

    ou Imediata

    Praticamente

    impossvelMorte

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    Valores da resistncia total (resistncia da pele + resistncia interna do corpo) e dacorrente eltrica para tenses de consumo Frequncia industrial:

    Circulao da corrente eltrica CondioResistncia

    total (Ohm)

    Corrente

    (mA)Entrada Sada 110 V 220 V

    Ponta de um dosdedos da mo

    Ponta do dedo daoutra mo

    secos 15.700 7 14

    Palma de umadas mos

    Palma da outra mo secas 900 122 244

    Ponta de um dosdedos da mo

    Ps descalos secos 18500 6 12

    Mo molhada

    Corpo mergulhado

    na banheira umidade 500 220 440

    Mo atravs deuma ferramenta

    Ps descalos umidade 600 183 366

    Arco eltrico

    O aparecimento do que conhecemos por arco eltrico se verifica quando a correnteeltrica passa de um para outro condutor atravs de um meio que permita a essacorrente fluir. Os fatores que contribuem para a existncia de um arco eltrico de-

    pendem da diferena de potencial ou voltagem, da capacidade da fonte geradora deenergia e tambm da resistividade do meio eltrico. Quando aparece o arco eltrico,ocorre o desenvolvimento de altas temperaturas que podem trazer consequncias,como: queima de roupa, incndio, emisso de materiais particulados (vaporizados),emisso de radiao infravermelha luminosa ultravioleta. Alm disso, pode produ-zir sobre presses em invlucros e nas mediaes.

    bom lembrar, tambm, que o arco eltrico possui uma dinmica to acentuada queprovoca fuso do metal condutor, grande liberao de energia, aquecimento do ar esom caracterstico, em funo do ar deslocado no aquecimento.

    O arco eltrico percebido, numa ocorrncia de curto circuito, quando acionamosum componente na ao de desligar ou ligar, ou mesmo extraindo componentes debarramentos energizados, ou quando se efetua testes em equipamentos eltricos e/ou erro nas atividades que requerem medio eltrica.

    Queimadura

    Nada mais do que o resultado de uma leso oriunda pela ao do calor ou de ou-tras formas de irradiaes, que provocam intensa dor local, s vezes insuportvel. Asqueimaduras tambm podem causar choque e levar a vtima morte, dependendo doestado e da extenso da rea atingida.

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    As queimaduras possuem trs tipos de graus:

    1ograu: caracterizada pela leso superficial da pele, sem formao de bolhas, a dor suportvel. Exemplo: queimaduras pelos raios solares e por radioatividade.

    2ograu: caracterizada pela leso das camadas mais profundas da pele, com forma-o de bolhas (flictenas). Exemplo: queimaduras extensas com desprendimento dascamadas superficiais da pele.

    3ograu: caracterizada por leses que atingem todas as camadas da pele, tecido ce-lular subcutneo, os msculos profundos, podendo chegar carbonizao da reaatingida.

    Campo Eletromagntico

    um agente de risco eltrico no ionizante que est presente em inmeras atividadescom eletricidade envolvendo as pessoas. Muitos exemplos podem ser citados: opera-o com soldas eltricas, laser, micro-ondas, telefonia celular, comunicaes radiofni-cas, radiofrequncia e induo.

    Uma situao bastante comentada a influncia eletromagntica emanada das li-nhas de transmisso e equipamentos energizados, pois vrias atividades so de-senvolvidas em suas proximidades.

    A radiao eletromagntica origina-se a partir da corrente eltrica quando atravessameios condutores, pois ela criada no seu entorno.

    Ressalta-se que a radiao eletromagntica est associada a dois campos distintos:um o campo eltrico, simbolizado pela letra E sua unidade volt/metro e o ou-tro o campo magntico, simbolizado pela letra H sua unidade Ampre/metro.

    Esses dois campos podem associar-se e produzir o que se denomina densidade depotncia, dada pela expresso do produto de E x H sua unidade W/m.

    Dois efeitos podem ser apontados com relao aos campos eletromagnticos:

    a. O campo eltrico pode promover descargas eltricas entre um corpo isolado eobjetos ligados terra, produzindo os choques, queimaduras, arcos, etc.

    b. O campo magntico produz a circulao de cargas eltricas no entorno do con-dutor ou do corpo condutor, produzindo efeitos trmicos, endcrinos e patolo-gias associadas.

    Algumas medidas de proteo poderiam ser citadas, como: trabalho longe das fontesgeradoras utilizando os recursos de termoviso, telecomando, etc.; reduo do tem-po de exposio; uso de equipamento de proteo individual (EPI) especfico.

    Deve-se tomar muito cuidado com trabalhadores que possuem algum tipo de prte-se metlica em seu corpo (pinos, articulaes, etc.) ou aparelhos eletrnicos (marca-

    -passo, aparelhos auditivos, dosadores de insulina, etc.).

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    AlturasSo riscos denominados como adicionais e que esto presentes nas atividades comeletricidade e que preocupam o prevencionista, pois podem ocorrer quedas em vir-tude de choques eltricos, equipamentos inadequados, EPI tambm inadequado, fal-ta de treinamento, falta de sinalizao, falta de delimitao da rea de servio; tam-bm muito comum o ataque de insetos.Vrias medidas podem ser tomadas para evitar tal risco, e de maneira direta e sim-ples, como: visualizao antecipada do local de trabalho, utilizao de equipamentoanti-queda, delimitao da rea e respectiva sinalizao, alm de treinamento paradesenvolvimento da tarefa.

    Ambiente Confinado

    o local onde a rea no foi projetada para a ocupao humana. Neste local no h

    ventilao suficiente para retirada de qualquer contaminante que se aloje em seuinterior. vedado o desenvolvimento de tarefas por trabalhadores unitrios ou isolados, edeve-se proceder a uma leitura afinada das condies existentes por equipamentosespecficos que identificaram a presena do agente agressor presente.

    reas Classificadas

    So locais onde existem formas para se promoverem misturas explosivas, que sobcertas condies atmosfricas, e atravs de uma fonte de ignio, podem resultar na

    sua combusto.Atmosfera explosiva: a mistura de ar, sob condies atmosfricas, de substnciasinflamveis na forma de gs, vapor, nvoa, poeira ou fibras, na qual aps ignio apa-rece a combusto que se propaga pela mistura.

    As reas classificadas esto definidas pela NFPA497 e API RP 500 em funo do poten-cial de risco das substncias inflamveis:

    a. Classe I = gases e vapores

    b. Classe II = poeiras

    c. Classe III = fibrasClasse I gases e vapores:

    Grupo A: Acetileno.Grupo B: Hidrognio, Butatilieno, xido de Eteno, de Propileno, gases fabricadoscontendo mais de 30% de Hidrognio.Grupo C: Acetaldedo, ter de Dietlico, Eteno, Dimetil Hidrazina, Cicloprano, COe outros.

    Classe II poeiras:Grupo E: poeiras metlicas combustveis, independente de sua resistividade ououtro tipo de poeira combustvel de risco similar.

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    Grupo F: poeiras carbonceas, como carvo mineral, hulha.

    Grupo G: poeira combustvel: farinha de trigo, ovo em p, goma aromtica, celu-

    lose e vitaminas.

    Classe III fibras:Fibras combustveis, como rayon, fibras de madeiras e outras. Para classe e gru-

    pos ainda existe a classificao em funo da possibilidade de ocorrer mistura

    explosiva (duas divises):

    a) Diviso 2: locais com baixa probabilidade de presena de mistura inflamvel.

    b) Diviso 1: locais com alta probabilidade de mistura inflamvel.

    Classificao das reas por zona:

    Zona 0: em que a mistura encontrada sempre ou maior parte do tempo.

    Zona 1: em que a mistura explosiva provvel durante a operao normal, mas,quando ocorrer, ser por tempo limitado.

    Zona 2: em que a mistura explosiva s provvel em caso de falhas do equipa-

    mento ou do processo. O tempo de durao desta situao curto.

    Condies atmosfricas

    Nem sempre as condies atmosfricas oferecidas quando do desenvolvimento de

    tarefas com eletricidade so perfeitas para a prtica. Cuidados essenciais devem ser

    tomados para se trabalhar ao ar livre, como: condies de estabilidade, transparncia,ausncia de umidade, ventos, nvoas ou variaes de temperatura entre as camadas

    da atmosfera.

    Ergonmicos

    As atividades com eletricidade precisam passar por questes da ergonomia, pois exis-

    tem situaes presentes no desenvolvimento da tarefa que podem prejudicar o seu

    sucesso.

    a) Biomecnicas: leva-se em conta a postura no fisiolgica de trabalho provocadapela exigncia de ngulos e posies inadequadas dos membros superiores e

    inferiores para a realizao da tarefa. Exemplo: eletricista de distribuio.

    b) Organizacionais: existem alguns acontecimentos durante a realizao da tarefa

    que devem ser levados em conta: presso para atendimento a emergncias, si-

    tuaes com perodos de tempo rigidamente estabelecidos, realizao rotineira

    de horas extras, trabalho por produo, presses superiores.

    c) Psicossociais: elevada exigncia cognitiva necessria para o exerccio das ativi-

    dades associadas constante convivncia com o risco de vida, devido presena

    do risco eltrico e do risco de queda durante a execuo da tarefa.

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    d) Ambientais: tambm reside aqui uma enorme influncia para execuo da tarefarepresentada pela exposio direta ao calor, radiao, intempries, agentes biol-gicos, entre outros.

    TransportesEste tambm um risco relevante a ser considerado, pois em execues de serviosutilizam-se veculos. Torna-se imperioso atentar para os trajetos que levam ao localde trabalho, nem sempre bem-conservados. H de se apontar para os veculos espe-ciais de elevao de cargas, cestas areas e cadeiras do tipo trapzios.

    Agentes Qumicos e Biolgicos

    Muito se tem falado sobre procedimentos para o manuseio de produtos qumicos, evale acrescentar que nas atividades com eletricidade h presena garantida de alguns

    desses agentes, podendo-se destacar o PCB (ascarel) = seu uso na forma lquida umisolante em equipamentos eltricos. J nos biolgicos deve-se destacar os trabalhosrealizados em caixas, ou condies subterrneas, e a presena constante de animaise insetos em redes areas.

    Principais falhas em sistemas eltricos

    FALHAS TCNICAS

    Erro de projeto Aterramento inadequado Isolamento inadequado Inexistncia de barreira fsica Inexistncia de sistemas de bloqueio adequado (intertravamento) Sinalizao inexistente ou inadequada Falta de espao fsico Dimensionamento de bitola inadequada dos condutores

    Materiais defeituosos Baixa isolao Contatores defeituosos Componentes eletroeletrnicos defeituosos

    FALHAS OPERACIONAIS

    Negligncia / Impercia / Imprudncia Descumprimento de procedimentos operacionais Descumprimento de normas tcnicas

    Erro de energizao e desenergizao de sistemas

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    Falha de logstica operacional Falta de manuteno preventiva e corretiva Falta de EPIs (Equipamentos de Proteo Individual) / EPCs (Equipamentos de Pro-

    teo Coletiva)

    Planejamento e instrues sobre servio

    Qualquer trabalho, por mais simples que possa parecer, s deve ser executado apsplanejamento de todas as suas fases, incluindo a escolha dos meios necessrios suaexecuo, bem como a previso dos possveis riscos de acidente e o seu controle.

    Cabe ao encarregado planejar o trabalho juntamente com a sua equipe e dar todosos esclarecimentos e instrues do ponto de vista tcnico e de segurana, sobre oservio a ser executado.

    Nos trabalhos em redes eltricas, devem-se indicar os circuitos energizados, sua ten-so nominal e a posio mais segura para a execuo da tarefa.

    No planejamento, devem ser consideradas as condies pessoais de todos os inte-grantes da equipe, especialmente nos trabalhos em partes energizadas. Se algumse apresentar indisposto, deve executar tarefas de menor risco e, se necessrio, serencaminhado ao setor competente.

    Os empregados designados para executar o trabalho devem:

    Confirmar a perfeita compreenso dessas instrues repetindo-as ao encarrega-do, se necessrio.

    Executar as tarefas de acordo com a sequncia preestabelecida, segundo as or-dens do encarregado, com coordenao, calma, habilidade, dentro da melhortcnica e segurana. No deve haver pressa.

    Na realizao das tarefas, cada integrante da equipe deve verificar, de antemo, a pos-sibilidade de executar o servio como fora planejado inicialmente, levando ao conhe-cimento do encarregado qualquer imprevisto encontrado e que merea novo estudo.

    Atitude no trabalho

    A mxima ateno e cuidado devem ser observados pelos empregados ao executaremqualquer servio, sendo indesejveis e altamente perigosas as conversas alheias aotrabalho, brincadeiras com companheiros ou terceiros e outras atitudes que possamdistrair a ateno dos empregados, especialmente na execuo de trabalhos areosou prximos a instalaes eltricas energizadas.

    Seguir com muito bom-senso e ateno os procedimentos existentes e a serem im-plantados para o desenvolvimento das atividades laborais.

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    Regras gerais de segurana

    As seguintes regras de segurana devem ser obedecidas rigorosamente:

    No confiar no fato de a instalao utilizar tenso de 100 V. Essa voltagem pode ma-

    tar conforme a situao da pessoa (com os ps dentro dgua; no interior de umacaldeira; em contato com uma grande massa metlica).

    Usar ferramentas com isolamento adequado.

    Usar proteo individual de acordo com a tenso empregada.

    Quando necessrio, usar luvas de borracha, esteiras de borracha, tenazes para fu-sveis, etc.

    Trabalhar nos diversos circuitos como se estivessem ligados, mesmo que estejacerto que esto desligados.

    Quando trabalhando, conservar-se isolado ou devidamente protegido de todas aspartes da instalao ou de outras que estiverem com tenso ou ligadas terra, aoseu alcance.

    Toda vez que terminar um servio, certificar-se de que as instalaes ficaram livresde perigo para outras pessoas.

    No tentar adivinhar se um circuito est ou no com tenso. Os testadores de volta-gem existem para essa operao.

    No se descuidar, ainda que a voltagem seja pequena. Tenses de 50 volts podemcausar acidentes fatais.

    No testar linhas de fora com lmpadas para saber se esto com tenso. Umalmpada de 110 volts ligada a uma linha de 440 volts queimar. Usar o testador devoltagem.

    Nunca utilizar o dedo para verificar se o circuito est ou no com tenso.

    Evitar o uso de escadas com componentes metlicos, em trabalho com energiaeltrica.

    Fazer um controle peridico do isolamento das instalaes eltricas, pelo menosuma vez por ano.

    Tratar todos os fios, mesmo os isolados, como se fossem nus. O isolamento pode

    estar estragado. Nunca apanhar um fio eltrico cado no cho, poder estar ener-gizado. Jamais tocar em um fio de circuito antes de certificar que o circuito estejadesligado.

    Nunca se aproximar de uma linha ou de uma chave de alta tenso, sem necessidade.

    Se uma mquina estiver em conserto, a chave que comanda a corrente deve serdesligada e bloqueada com um cadeado, os fusveis retirados, e, no local, deve serposto o aviso No ligue. Homens Trabalhando, ou semelhante. Evita-se dessa ma-neira, acidentes graves, muitas vezes fatais, em consequncia de uma ligao feitapor pessoa sem conhecimento adequado ou mal-intencionada.

    No permitir que operrios trabalhem a ss em circuitos em funcionamento.

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    Para alertar as pessoas contra os perigos, os avisos devem ser em nmero adequa-do e em grande quantidade, de preferncia, seguindo normas e padres preesta-belecidos.

    Em dias chuvosos e/ou com muito vento, as atividades relacionadas manutenode sistemas eltricos em rea aberta devem sofrer restries.

    Apenas aes indispensveis podem ser executadas, utilizando-se de recursosadequados para minimizao dos riscos.

    Preveno dos acidentes eltricos

    Distncias de segurana

    So as distncias mnimas a serem observadas pelos empregados durante a manuten-o em equipamentos energizados, de forma a garantir que no ocorram descargaseltricas de potencial envolvendo eletricistas ou ferramentas, mesmo na ocorrncia desurtos de tenso acidentais.

    Classe de tensoem kV

    Distncia em metros

    Rr ZR Rc ZC

    < 1 0,20 0,70

    1 e < 3 0,22 1,22

    3 e < 6 0,25 1,25

    6 e < 10 0,35 1,35

    10 e < 15 0,38 1,38

    20 e < 30 0,56 1,56

    30 e < 36 0,58 1,58

    36 e < 45 0,63 1,63

    46 e < 60 0,83 1,83

    60 e < 70 0,90 1,90

    70 e

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    Rr = Raio circunscrito radialmente de delimitao da zona de risco

    Rc = Raio circunscrito radialmente de delimitao da zona controlada

    ZR = Zona de risco, restrita a profissionais autorizados, com a adoo de tcnicas e

    instrumentos apropriados de trabalhoZC = Zona controlada, restrita a profissionais autorizados

    ZL = Zona livre (espao radial delimitado pelos raios circunscritos Rr e Rc)

    Ponto

    energizado

    Protees isolantes

    Caso a distncia livre no possa ser mantida para a realizao do servio com o cir-cuito energizado, devem ser colocadas protees isolantes de forma a evitar contatoacidental do empregado com os condutores ou aparelhos energizados.

    Todos os fios isolados devem ser tratados com o mximo de cuidado. Deve ser verifi-cado o estado de isolao para evitar contato com partes energizadas eventualmenteexpostas.

    Fios isolados para baixa tenso (at 1.000V) devem ser considerados nus.

    Contato com partes aterradasDurante a execuo de servios em linhas energizadas, o empregado no deve tocarem objetos que estejam ou possam estar ligados terra, tais como: fios-terra, neutro,postes de ao, transformadores, braos de iluminao pblica, etc., devendo fazeruso de mangotes, lenis de borracha e outros equipamentos.

    Observador

    Nenhum trabalho em redes e instalaes de alta tenso (acima de 1.000 volts) desli-gadas ou energizadas e, neste caso, nem em proximidades s mesmas, pode ser rea-lizado por um s empregado.

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    Em todos os trabalhos nos qual um descuido possa resultar em acidentes, compe-te ao Encarregado observar atentamente a posio e movimentos do empregado,alertando-o quando se aproximar demasiadamente dos circuitos energizados ou deoutros pontos perigosos, porm deve faz-lo de forma a no assust-lo, pois isto po-

    deria provocar movimento brusco do empregado e consequente contato do mesmocom os pontos perigosos.

    IMPORTANTE

    Na impossibilidade do encarregado acompanhar e orientar os trabalhos, ele deve

    indicar um empregado que assumir suas funes e este no realizar outra tarefa

    que possa prejudicar a superviso do servio.

    Medidas de segurana nos equipamentos das turmas

    FERRAMENTAS

    No utilizar ferramentas inadequadas ao servio a executar, nem as que se encontreem mau estado; nessas condies o trabalho torna-se mais difcil, mais demorado emais perigoso.

    Todas as ferramentas, depois de limpas e inspecionadas, devem ser colocadas emcaixas ou armrios prprios. Aquelas que no estiverem em bom estado devem ser

    enviadas para conserto ou substitudas.

    SUBIDA NO POSTE

    Antes de iniciar a subida no poste deve-se, primeiramente, verificar as condies doposte ou de outras estruturas.

    Antes de ser levantada a escada ou iniciada a subida pelo empregado atravs de es-poras, devem ser verificadas as condies do poste, inclusive quanto existncia deabelhas.

    Quando for constatado o enfraquecimento do poste pela ferrugem, apodrecimentoou outra causa qualquer, o mesmo deve ser escorado ou estacado. Para tanto, deve-seexaminar a base do poste logo abaixo da superfcie do solo, com alavancas ou pun-o, no caso de poste de madeira, e por pequena picareta, no caso de poste de ao.

    Os postes de concreto devem ser examinados quanto existncia de trincas, fissurase aspecto geral.

    Deve ser tambm estacado o poste que se encontrar com a base prxima superfciedo solo em consequncia de eroso, terraplenagem ou outro motivo.

    Postes e torrinhas de consumidor devem ser testados antes da subida, fazendo-sepresso com a escada, prximo ao seu topo.

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    ESCADAS

    Escolha da escada apropriada:

    Utilizar aquela em bom estado e de comprimento adequado ao trabalho a ser

    realizado, evitar as improvisaes;

    As escadas que ultrapassam as dimenses da carroceria devem ser sinalizadasdurante o dia com uma bandeirola vermelha suspensa na parte mais saliente e noite atravs de lanterna instalada na prpria escada, principalmente as escadasbasculantes.

    Assentamento da escada:

    Colocar a escada na posio que mais facilite o trabalho, tomando-se todas as

    precaues no sentido de evitar que seja atingida por veculo, quando o trabalhofor nas vias pblicas;

    Os ps da escada devero ficar afastados da base do poste aproximadamente do seu comprimento e sero assentados firmemente, de forma a evitar que des-lizem, devendo-se evitar o uso de calos.

    As escadas devem ser:

    De madeira, sem qualquer parte metlica nas extremidades;

    Inspecionadas antes de serem utilizadas, para verificao de seu estado de con-

    servao;

    Enviadas para conserto ou substitudas, caso apresentem rachaduras, por menorque seja, degrau com jogo, etc.;

    Submetidas a esforos adequados. Na execuo de servios, somente permi-tida a permanncia de um homem na escada. Todavia, quando necessrio, umapessoa poder nela subir para transportar os materiais solicitados.

    CORDAS E MOITESNa utilizao de cordas e moites, verificar:

    O seu estado e as suas condies de segurana;

    Se so adequadas para suportar o peso das cargas a serem movimentadas;

    As condies dos pontos de fixao dos moites;

    Na utilizao de cordas, evitar a formao de dobras que formem vincos;

    Usar corda somente quando bem seca.

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    MANGAS ISOLANTES DE BORRACHA

    Usar juntamente com as luvas de borracha e couro, quando as protees coletivasforem insuficientes. Sua conservao idntica das luvas de borracha. Se no utili-

    zadas, mesmo durante a jornada de trabalho, mant-las em caixas apropriadas.

    Equipamento de Proteo Individual EPI

    a) Calados de segurana sem componentes metlicos

    Fazer inspeo visual prvia, com a finalidade de verificar se no h corte ou furo.Guarde-os limpos e secos, evitando o contato com ferramentas ou outros materiais.

    b) Capacetes desegurana

    Todos os empregados do setor devero usar obrigatoriamente o capacete de segu-rana com aba total. O capacete indicado para proteo da cabea contra golpesmecnicos, alm de ser isolante eltrico.

    CINTOS DE SEGURANA

    Antes de sua utilizao, verificar as suas condies de segurana.

    Nos servios em postes ou torres, utilizar sempre o cinto de segurana.

    Alcanada a posio apropriada para execuo da tarefa, deve o cinturo ser fixadonum ponto firme de apoio, nunca prender o cinturo em equipamento que possadestacar-se, tais como, pinos, isoladores, etc. Somente prend-lo na escada quandoesta estiver tambm presa ao poste ou torre.

    LUVA ISOLANTE DE BORRACHA

    Alm de isolantes, essas luvas possuem vrias classes de isolamento. Verifique a ten-so das linhas areas onde vai se realizar o trabalho e use a luva adequada.

    A luva de alta tenso com classe de isolao de 10 kV indicada para linha de trao,sendo a de 20 kV para linhas de transmisso do circuito de sinalizao e a classe 40 kVpara as linhas de transmisso do circuito de alimentao de subestao.

    A luva de borracha deve sempre ter sobre si a luva de pelica, como cobertura, e estadeve ter o punho 5 cm mais curto que a luva de borracha. A luva de borracha evitao choque eltrico e a de pelica conserva-a, evitando rasgos ou furos que perdem acaractersticas de isolamento.

    Antes do uso, inspecione-as e verifique se h danos que possam comprometer a suasegurana.

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    COR DAETIQUETA

    CLASSE TENSO DE PROVATENSO MXIMA

    DE USO

    Bege 00 2.500 V 500 V

    Vermelha 0 5.000 V 1.000 V

    Branca 01 10.000 V 7.500 V

    Amarela 02 20.000 V 17.000 V

    Verde 03 30.000 V 26.500 V

    Laranja 04 40.000 V 36.000 V

    SINALIZAO PARA PROTEO DO PBLICO E DOS EMPREGADOS

    Quando o servio a executar oferecer perigo para os transeuntes ou ao trfego, area de trabalho deve ser isolada e sinalizada adequadamente, para a segurana dosempregados e do pblico, por meio de cones, placas, grades de proteo, faixa desinalizao, cavaletes, cordes de isolamento e outros, cabendo ao encarregado oua um companheiro por ele designado, advertir e afastar, usando de toda cortesia, aosque adentrarem a rea de risco demarcada.

    Sempre que necessrio, a via deve ser interditada ao trfego de veculo, de acordocom autorizao prvia do rgo oficial responsvel da cidade ou regio.

    VESTIMENTAS

    Nos servios de manuteno, a vestimenta representa, tambm, um importante fatorde segurana, sendo necessrio observar: roupas soltas, anis, relgios, pulseiras,correntes de metal, tamancos, sandlias, chinelos, tnis e outros objetos de uso pes-soal, inconvenientes e perigosos para o trabalho. Sendo vedado o uso de adornospessoais nos trabalhos com instalaes eltricas ou em suas proximidades.

    As vestimentas de trabalho devem ser adequadas s atividades, devendo contemplara condutibilidade, inflamabilidade e influncias eletromagnticas.

    contraindicado o uso de cabelos longos.

    TRANSPORTE DE PESSOAL

    Todo veculo de carga utilizado para transporte de pessoal, mesmo temporariamente,deve ser preparado para vistoria da autoridade competente, atendendo ao que segue:

    Deve ser equipado com bancos fixos, em nmero suficiente; A carroceria deve ser totalmente coberta e dotada de guardas-altas;

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    As pessoas devem viajar sempre sentadas nos bancos, no sendo permitido via-jarem penduradas, com as pernas para o lado de fora. Quando transportar cargajunto com o pessoal, aquela deve estar devidamente acondicionada e amarrada,de forma a no oferecer risco de acidentes pessoais.

    A velocidade deve ser adequada, evitando-se freadas bruscas e mudanas repen-tinas de direo.

    Trabalhos em linhas energizadas (Linha viva)

    MTODO DISTNCIA / MTODO AO CONTATO

    A preveno de acidentes nos servios de manuteno em linha viva, dada a naturezado trabalho, exige total cooperao daqueles que a executam.

    Para alcanar os resultados desejados, antes da execuo de qualquer tarefa, deve-seobedecer e verificar, rigorosamente, os seguintes princpios, pela ordem:

    1. O profissional deve ter habilitao em fundamentos de manuteno em linha viva;

    2. Seguir as recomendaes contidas nos outros itens anteriores;

    3. Planejamento geral, incluindo os aspectos de segurana no trabalho;

    4. Coordenao dos servios;

    5. Verificao dos pedidos de suspenso de linhas quando necessrias;

    6. Distribuio das tarefas;7. Verificao do equipamento de proteo pessoal;

    8. Observao das normas de segurana;

    9. Para a execuo dos servios em partes energizadas, cabe ao encarregado ad-vertir seus subordinados dos perigos de choque eltrico e verificar se foram to-madas as precaues exigidas, alm de quaisquer outras que forem necessriaspara evitar acidentes;

    10. Para execuo do servio, deve-se inicialmente isolar as partes energizadassecundrias e primrias, com os protetores isolantes adequados, mesmo quando o

    empregado estiver usando luvas e mangas de borracha e posicionado na caamba;11. Na linha primria, isolar em primeiro lugar os condutores mais prximos e, de-

    pois, os mais afastados. Caso o eletricista esteja na plataforma isolada, inicial-mente isolar o condutor do meio e, em seguida, os laterais;

    12. Antes de iniciar a instalao dos protetores isolantes, o empregado deve verifi-car os pontos que possam apresentar defeitos ou mau contato, tais como: ter-minais de equipamentos e conexes, principalmente em redes de alumnio quegeralmente sofrem corroso interna;

    13. Estando em contato com um condutor energizado, o empregado deve tomarcuidado para no tocar em parte aterrada ou em outro ponto energizado;

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    14. Quando o trabalho a ser executado requerer mais de um empregado, no per-mitido trabalharem em fases diferentes, ou seja, um trabalhar numa das fases eo outro em partes aterradas;

    15. Na instalao de jumpers, as duas extremidades devem ser conectadas ao mes-mo tempo, para evitar abertura de arco, devendo a cruzeta estar devidamenteprotegida;

    16. Os trabalhos em linhas primrias energizadas no devem ser executados emdias chuvosos ou com muito vento;

    17. Nos servios em contato direto com partes energizadas, utilizar luvas e mangasde borracha isolada de acordo com a classe de tenso do equipamento ou insta-lao, as quais devem ser submetidas, periodicamente, a testes eltricos;

    18. Nos trabalhos das Equipes de Linha Viva, seguir todas as recomendaes e

    procedimentos padres especficos da empresa.

    MTODO AO POTENCIAL

    Este mtodo s pode ser utilizado com tcnicas seguras e eficazes, dado ao granderisco de acidentes com potenciais catastrficos.

    aplicvel para classe de tenso acima de 69 kV, de conhecimento geral que nestesnveis de tenso no permitido o trabalho sem vestimentas com blindagem, tam-bm conhecidas como condutivas, pois os condutores possuem um elevado campo

    eletromagntico.

    CORTE DE RVORES E PODA DE GALHOS

    Na derrubada de rvores, deve-se observar o lado adequado para o corte, tendo emvista a direo do vento e a existncia de obstculos. A parte superior do tronco deveser amarrada com cordas antes do incio da queda da rvore, para desvi-la de poss-veis obstculos existentes. Os empregados que estiverem puxando estas cordas e osdemais companheiros devem tomar cuidado para no serem atingidos pela rvore,

    em sua queda. No caso de rvore de grande porte, recomendvel o uso de moitesou guinchos.

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    ARAJO, Giovanni Moraes de (Org.) Normas regulamentadoras comentadas. 3. ed. Rio de Janeiro:Green Management Consulting, 2002.

    CESP. Linhas energizadas. So Paulo: CESP, 1998.

    CPFL. Curso bsico para eletricista. Mdulo segurana do trabalho. CPFL, 2000.

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    FAVARIN, Antonio Nazareno (Rev.). Comisso interna de preveno de acidentes. 28. ed. So Paulo:Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai/IRS, 2000.

    FUNDACENTRO. Segurana em eletricidade. So Paulo: Fundacentro, 1997.

    LACERDA, Edson Caris.Apostila tcnica: segurana em eletricidade. 1. ed. So Paulo: Colgio So Jos,1999.

    LACERDA, Edson Caris; SOARES, Edson Dauroiz de V. Soares; DIAS, Luciano Sousa; QUEIRS, MarceloTeixeira. Segurana empresarial Fator fundamental para a organizao. Monografia (Especializaoem Administrao de Empresas). Fundao Armando lvares Penteado. So Paulo: Faap, 2002.

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    SENAI. Fundamentos de manuteno de linha viva. Senai, 2001.

    ZOCCHIO, lvaro. Prtica de preveno de acidentes: ABC da segurana do trabalho. 7. ed., revista eampliada. So Paulo: Atlas, 2002.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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