Seguro Rural: 10 fatos que talvez você não conheça

O agronegócio é um setor de grande importância para a economia brasileira pois representa um dos principais pilares do desenvolvimento do país. Para se ter ideia, em 2015 o setor agropecuário representou 23% do PIB, sendo o único setor que apresentou crescimento (1,8%) diante da queda do índice anual, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Não é a toa que a busca por novos incentivos para aumentar o investimento no setor é fundamental. Porém, é sempre um desafio para o Governo Federal sustentar projetos de impulso para este setor. Nos últimos anos o Ministério da Agricultura tem incrementado o setor com o Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural - PSR, que atualmente é o principal instrumento para tornar menos onerosa a contratação do Seguro Rural para o produtor.

Confira abaixo fatos que você provavelmente não conhece sobre o Seguro Rural.

As políticas agrícolas ao redor do mundo

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O debate sobre a intervenção de Governos no Seguro Rural foi iniciada nos Estados Unidos em 1920. Quase 20 anos depois, em 1938, entrou em vigor a Lei do Seguro Agrícola Federal que se caracteriza por ser um programa baseado na cobertura da renda do agricultor e se mantém até os dias de hoje. No Canadá a política de desenvolvimento agrícola foi iniciada em 1939 com o programa de Assistência ao Campo, que se assemelhava a um seguro sobre renda recebida, porém somente duas décadas depois, em 1959 com a Legislação Federal do Seguro Safra, o seguro agrícola foi oficialmente instituído no Canadá, e desde então vêm evoluindo com outras políticas complementares voltadas para a estabilização dos preços de commodities e renda agrícola. Já no Brasil, as primeiras iniciativas de políticas agrícolas começaram a surgir apenas na década de 70.

As políticas agrícolas brasileiras

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Na década de 70, quando o Brasil começou a apresentar políticas públicas relacionadas ao agronegócio com a criação do Proagro, os produtores tiveram garantida a exoneração de obrigações financeiras relacionadas ao crédito rural de custeio. Porém foi apenas em 2003 - ou seja, 30 anos depois - que o Governo criou o Programa de Subvenção do Prêmio do Seguro Rural (PSR), que tem como objetivo garantir maior estabilidade da renda gerada pelo agronegócio e promover o acesso do produtor ao Seguro Rural. O PSR atua por meio do Ministério da Agricultura e dá apoio financeiro aos produtores rurais para o pagamento do valor do prêmio do seguro.

A abrangência do Seguro Rural no Brasil

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No Brasil, a quantidade de contratações do Seguro Rural ainda está longe do ideal. Estima-se que em 2011 a área assegurada representava 4,48 milhões de hectares no país e em 2014 houve um crescimento para 9,91 milhões de hectares. Mesmo assim um índice atual mostra que apenas 14% da área rural brasileira está segurada, enquanto nos Estados Unidos há uma cobertura de 90% do território. Os dados mostram que o país ainda está engatinhando na questão da segurança das produções rurais e culturas em geral, o que representa oportunidades relevantes para as seguradoras brasileiras que atuam neste mercado.

O valor do subsídio do Seguro Rural do Brasil

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Para definir o valor do subsídio do Seguro Rural o Ministério da Agricultura se baseia na média de comercialização de Seguro Rural nas últimas cinco safras. Para isto é realizado um levantamento que apresenta: o volume de seguro contratado para cada cultura e quais necessitam de mais incentivo de acordo com o período. A divisão dos valores é feita seguindo a participação de mercado de cada cultura.

O grupo que define estes valores é composto por representantes do Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Susep, integrantes do MAPA e do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural. Após aprovado o repasse do subsídio, as seguradoras habilitadas são notificadas para que seja iniciada a etapa de envio de propostas. As seguradoras podem lançar quantas propostas quiserem, até alcançar o valor limite definido para cada cultura.

A complexidade na precificação

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Dentre os ramos de seguro, o Rural é o mais difícil de ser precificado, especialmente a modalidade agrícola já que não segue os padrões de precificação dos demais ramos. Escassez de dados estatísticos relacionados à sinistros nas últimas décadas, divergências de informações do mercado do Seguro Rural e imprecisão das extensões das ocorrências históricas dos sinistros originados por condições climáticas ou variações meteorológicas são algumas das razões pelas quais as seguradoras não conseguem perceber com exatidão um valor palpável para a precificação do seguro. A consequência disto se reflete nos altos valores dos prêmios pagos que faz com que muitos produtores não consigam arcar com os custos do seguro.

O impacto da natureza nas produções rurais

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O clima é sempre fator determinante para produtividade das safras e no Brasil isso não é diferente. Especialistas afirmam que nos próximos anos existe uma previsão de que o La Niña - que se caracteriza por ser um fenômeno natural oposto ao El Niño com a diminuição da temperatura da superfície do Oceano Pacífico - vai influenciar diretamente nas plantações, podendo afetar as culturas de algumas regiões do país; os estudiosos afirmam que o Brasil poderá sentir os efeitos desse fator climático até 2019.

O desafio das seguradoras no Programa de Subvenção

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Participar do Programa de Subvenção não é uma tarefa simples para as seguradoras e implica uma série de etapas burocráticas. Para começar, a seguradora deve ser habilitada pelo Ministério da Agricultura (MAPA) para oferecer aos produtores a tentativa de obter uma apólice com subvenção do Governo. Mesmo com a habilitação do Programa, para de fato conseguir a subvenção, a seguradora deve enviar as propostas de acordo com a agenda do Governo para o Sistema de Subvenção para o Seguro Rural (SISSER) e, em seguida, tê-las aprovadas pelo MAPA, para enfim originar a apólice. Como se não bastasse tanta complexidade, as seguradoras ainda enfrentam um entrave que foge da sua própria gestão: o prazo limite de até 45 dias para envio das propostas através do SISSER; caso a seguradora não cumpra este prazo, seja por problemas internos ou do próprio Governo, ela é obrigada por lei a arcar sozinha com o risco segurado e os custos do prêmio que o PSR cobriria.

A corrida contra o tempo no SISSER

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Através do SISSER, as seguradoras devem enviar a documentação referente à proposta de seguro com o máximo de agilidade, com o objetivo de conseguir a aprovação no Programa. Justamente por este motivo é importante que as seguradoras estejam sempre atentas às agendas liberadas pelo Governo e que se estruturem para que não aconteçam erros de transmissão da documentação.

Para automatizar esta etapa existem no mercado soluções tecnológicas que agilizam as interações com os sistemas do Governo como o Gateway SISSER, plataforma desenvolvida pela WDEV para automatizar a integração entre os sistemas core das seguradoras e o Sistema de Subvenção para o Seguro Rural, que permite gestão dos feedbacks automáticos e acompanhamento do status das propostas junto ao MAPA através de dashboards, tudo com objetivo de facilitar o dia a dia de quem trabalha com este assunto.

Previsões do Programa de Subvenção para os próximos anos

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O Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural (CGSR) aprovou em março deste ano o Plano Trienal do Seguro Rural (PTSR) do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para o período de 2016 à 2018. Os valores estimados das subvenções para os próximos três anos são de R$ 400 bilhões em 2016, R$ 425 milhões em 2017, e R$ 455 milhões para 2018. Para este ano havia a expectativa de 700 milhões de reais para 2016, porém o valor aprovado representa 40% a menos do que o valor previsto.

Necessidade de mudanças no PSR

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Como podemos notar, apesar das evoluções relacionadas às políticas de desenvolvimento do agropecuário, ainda há muitos entraves a superar e melhorias a serem feitas no Brasil. Exemplo disto, é a iniciativa de representantes do setor e do Ministério da Agricultura para a criação de um grupo de trabalho com o intuito de aprimorar o Programa de Subvenção. A portaria oficializando a convocação deste grupo de trabalho foi publicada no Diário da União no dia 20 de julho de 2016, para correr o prazo de 90 dias para apresentação oficial das propostas. O grupo composto por representantes do setor agropecuário, de instituições financeiras, de seguradoras e do governo, tem como objetivo desenvolver propostas de ajustes ao atual modelo de Seguro Rural.

ebix.com/br