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Seleção de Bombas Centrífugas para Carregamento de Mistura Combustível em Caminhões Tanque André Luiz Coelho Ferreira Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Reinaldo de Falco Rio de Janeiro Setembro de 2016

seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

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Page 1: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

Seleção de Bombas Centrífugas para Carregamento de

Mistura Combustível em Caminhões Tanque

André Luiz Coelho Ferreira

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Reinaldo de Falco

Rio de Janeiro

Setembro de 2016

Page 2: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

SELEÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS PARA CARREGAMENTO DE

MISTURA COMBUSTÍVEL EM CAMINHÕES TANQUE

André Luiz Coelho Ferreira

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Reinaldo de Falco

________________________________________________

Prof. Gustavo Cesar Rachid Bodstein

________________________________________________

Prof. Fernando Pereira Duda

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

SETEMBRO DE 2016

Page 3: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

Pedro Henrique dos Santos Lemos

Pedro Soares Figueiredo

Uma Análise dos Novos Sistemas de Bancos de Dados

Relacionais Escaláveis/Pedro Henrique dos Santos Lemos e

Pedro Soares Figueiredo. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2014.

VIII, 58 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Alexandre de Assis Bento Lima

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia de Computação e Informação, 2014.

Referências Bibliográficas: pxx

1. Banco de Dados 2. Modelo Relacional 3. NoSQL 4.

NewSQL. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia de Computação e

Informação. III. Título.

Pedro Henrique dos Santos Lemos

Pedro Soares Figueiredo

Uma Análise dos Novos Sistemas de Bancos de Dados

Relacionais Escaláveis/Pedro Henrique dos Santos Lemos e

Pedro Soares Figueiredo. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2014.

VIII, 58 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Alexandre de Assis Bento Lima

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia de Computação e Informação, 2014.

Referências Bibliográficas: pxx

1. Banco de Dados 2. Modelo Relacional 3. NoSQL 4.

NewSQL. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia de Computação e

Informação. III. Título.

Pedro Henrique dos Santos Lemos

Pedro Soares Figueiredo

Uma Análise dos Novos Sistemas de Bancos de Dados

Relacionais Escaláveis/Pedro Henrique dos Santos Lemos e

Pedro Soares Figueiredo. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2014.

VIII, 58 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Alexandre de Assis Bento Lima

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia de Computação e Informação, 2014.

Referências Bibliográficas: pxx

1. Banco de Dados 2. Modelo Relacional 3. NoSQL 4.

NewSQL. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia de Computação e

Informação. III. Título.

Ferreira, André Luiz Coelho

Seleção de bombas centrífugas para carregamento de

mistura combustível em caminhões tanque: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2016.

VIII, 63 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Reinaldo de Falco

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Mecânica, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 50

1. Introdução 2. Objetivo 3.Conceitos Gerais de

Mecânica dos Fluidos e Bombas 4. Estudo de Caso 5.

Conclusão.

I. Reinaldo de Falco II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica.

III. Seleção de Bombas Centrífugas para Carregamento de

Mistura Combustível em Caminhão Tanque.

Page 4: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

i

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho aos meus pais, pelo carinho e dedicação que me

proporcionaram, e por terem me dado base e instrução necessária para estar hoje

concluindo esta nova etapa da minha vida acadêmica. Ao meu filho, para o qual espero

ser exemplo de profissionalismo e uma figura de referência em comportamento e vida

em sociedade. À minha esposa, minha maior incentivadora durante a elaboração deste

trabalho e que vem há algum tempo me suportando de todas as maneiras possíveis para

que eu pudesse concluí-lo. Muito obrigado a todos! Amo muito vocês!

À Fluxo Consultoria, Empresa Júnior de Engenharia da UFRJ, onde aprendi

muito mais do que a teoria da sala de aula. Lá me desenvolvi como pessoa e como

profissional e pude entender a frase: “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás

que trabalhar nem um dia na tua vida”. Felizmente levo comigo pessoas maravilhosas

que conheci neste lugar e para estas pessoas agradeço ainda mais pelos conselhos, pela

compreensão, pelo companheirismo, pelo amor e pela amizade que temos.

Agradeço também aos amigos que foram e são sempre fortes e me incentivam e

apóiam em toda empreitada que me proponho a seguir. A estes queridos, que sabem a

sua importância e com os quais pretendo seguir ao lado nesta viagem pela vida, meu

muito obrigado!

Page 5: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

ii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Seleção de Bombas Centrífugas para Carregamento de Mistura Combustível em

Caminhões Tanque

André Luiz Coelho Ferreira

Setembro/2016

Orientador: Reinaldo de Falco

Curso: Engenharia Mecânica

Este projeto, fictício mas com bases em partes de um projeto real, tem por

objetivo selecionar duas bombas centrífugas que atendam às necessidades do projeto

de abastecimento do caminhão-tanque com uma mistura pré-estabelecida de

combustível (etanol anidro/gasolina).

Para fundamentar a escolha do equipamento adequado, é necessário

primeiramente avaliar o sistema de armazenamento integralmente, seus dutos e

acessórios e as características do fluido transportado. As condições operacionais, tais

como vazão e nível do combustível no tanque, serão os fatores importantes do projeto.

Após os cálculos, é possível selecionar a bomba que melhor se encaixa nas

necessidades requeridas pelo sistema. O fabricante escolhido possui uma grande lista

de equipamentos aplicáveis e disponibiliza sua ferramenta de análise na internet.

Palavras Chave: bombas centrífugas, sistema de abastecimento, mistura de

combustível.

Page 6: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

iii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

Centrifugal Pumps Selection for Fuel Mixture Loading in Tank Trucks

André Luiz Coelho Ferreira

September/2016

Advisor: Reinaldo de Falco

Major: Mechanical Engineering

This project, fictitious but based in parts of a real project, aims to select two

centrifugal pumps that meet the requirements of tanker supply project with a pre-

established fuel mixture (anhydrous ethanol / gasoline).

To support the choice of the proper equipment, it must first assess the fully

storage system, its products and accessories and the characteristics of the transported

fluid. The operating conditions such as flow rate and fuel level in the tank will be

important design factors.

After the calculations, can be selected the pump that best fits the requirements

of the system. The chosen manufacturer has a large list of applicable equipment and

offers his analysis tool on the Internet.

Keywords: centrifugal pumps, supply system, fuel mixture

Page 7: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................................. 1

2. Objetivo ........................................................................................................................ 5

3. Conceitos Gerais de Mecânica de Fluidos e Bombas ................................................... 6

3.1. Propriedades dos Fluidos ....................................................................................... 6

3.1.1. Massa específica .............................................................................................. 6

3.1.2. Peso específico ................................................................................................ 6

3.1.3. Densidade relativa ........................................................................................... 6

3.1.4. Pressão ............................................................................................................. 7

3.1.5. Viscosidade absoluta ou dinâmica .................................................................. 7

3.1.6. Viscosidade cinemática ................................................................................... 8

3.1.7. Pressão de vapor .............................................................................................. 9

3.2. Escoamento em Dutos ........................................................................................... 9

3.2.1. Número de Reynolds ..................................................................................... 10

3.2.2. Escoamento laminar ...................................................................................... 10

3.2.3. Escoamento turbulento .................................................................................. 10

3.2.4. Teorema de Bernoulli .................................................................................... 11

3.3. Classificação das Bombas .................................................................................... 19

3.3.1. Bombas dinâmicas ........................................................................................ 20

3.3.2 Bombas volumétricas ..................................................................................... 21

3.4. Curvas características das bombas ....................................................................... 21

3.4.1. Curva do Head (H) x Vazão (Q) ................................................................... 21

3.4.2. Curva de potência absorvida (PotABS) x Vazão(Q) ....................................... 22

3.4.3. Curva de rendimento total (𝜂) x vazão (Q) ................................................... 22

3.4.4. Curvas características .................................................................................... 23

3.5. Características do Sistema ................................................................................... 23

3.5.1. Altura manométrica do sistema (H) .............................................................. 23

3.5.2. Altura manométrica de sucção (Hs) .............................................................. 24

3.5.3. Altura manométrica de descarga (Hd) ........................................................... 25

3.5.4. Altura manométrica total (Head) .................................................................. 26

3.5.5. Curva do sistema em função da altura manométrica..................................... 26

3.6. Fatores que modificam as curvas características das bombas ............................. 27

Page 8: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

3.6.1. Influência da mudança de rotação ................................................................. 28

3.6.2. Influência da variação do diâmetro do impelidor ......................................... 29

3.7. Ponto de Operação ou Ponto de Trabalho ........................................................... 30

3.8. Cavitação ............................................................................................................. 30

3.8.1. Equacionamento da cavitação da bomba ...................................................... 31

3.8.2. NPSH disponível (NPSHd) ............................................................................ 31

3.8.3. NPSH requerido (NPSHr) ............................................................................. 32

3.8.4. Avaliação das condições de cavitação .......................................................... 33

4. Estudo de Caso ........................................................................................................... 35

4.1. Análise do Sistema ............................................................................................... 35

4.1.1. Dados de entrada do sistema ......................................................................... 35

4.1.2. Cálculo altura manométrica de sucção (hs) ................................................... 37

4.1.3 Cálculo altura manométrica de descarga (hd) ................................................. 39

4.1.4. Altura manométrica do sistema (H) .............................................................. 40

4.1.5. Cálculo do NPSH disponível ........................................................................ 41

4.2. Seleção da Bomba ................................................................................................ 41

4.2.1. Verificação da cavitação ............................................................................... 44

4.2.2. Seleção de materiais utilizados nas bombas .................................................. 44

4.2.3. Vedação por selo mecânico ........................................................................... 47

5. Conclusão ................................................................................................................... 49

6. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 50

–Anexo I - Vista Esquemática ........................................................................................ 51

Anexo II - Vista Esquemática Lateral (Álcool ou gasolina) .......................................... 52

Anexo III - Vista Isométrica (Álcool ou gasolina) ......................................................... 53

Anexo IV - Página da fornecedora - ruhrpumpen .......................................................... 54

Anexo V - Dados da bomba CPP 4x3x8 (OH1) - Álcool ............................................... 55

Anexo VI - Dados da bomba CPP-6x4x10 (oh1) - Gasolina ......................................... 58

Anexo VII - Selo Mecânico - Jonh Crane ...................................................................... 61

Page 9: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

1

1. INTRODUÇÃO

Os combustíveis líquidos estão intrinsecamente ligados com o desenvolvimento

da sociedade desde a revolução industrial. Ao passar dos anos, o consumo deste ativo

aumentou consideravelmente, com a participação importante da popularização do

automóvel particular. Portanto, abastecer a cadeia de comercialização deste produto é

um fator importante para suprir a demanda.

Uma base de distribuição é a instalação que possui as facilidades necessárias ao

recebimento de combustíveis, seu armazenamento, processamento, embalagem e

distribuição ao mercado consumidor. Ela pode estar próxima a refinaria, fonte

supridora, ou em mercados mais distantes do ponto de oferta, tendo como função

viabilizar a movimentação do petróleo e seus derivados, atendendo o mercado ao menor

custo. No linguajar do setor, é uma indústria de Downstream.

Figura 1.1 – Ilustração de um sistema de distribuição de combustíveis - Internet

Page 10: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

2

Figura 1.2 – Planta de concepção de um parque de armazenamento e distribuição -

Internet

Figura 1.3 – Planta de um parque de armazenamento e distribuição - Internet

Os parques, de acordo com sua capacidade de armazenamento, são classificados

em três tipos: os pequenos, com capacidade igual ou inferior a 10 mil m³, os médios

entre 10 e 40 mil m³ e os grandes com capacidade maior do que 40 mil m³

O armazenamento dos combustíveis se faz nos tanques, ou reservatórios, tanto

em pressão atmosférica quanto sob pressão, e suas especificidades e requisitos são

reguladas pelo código americano API 650. Suas dimensões podem variar de 2 metros de

diâmetro até mais de 50 metros e, geralmente, são instalados no interior de bacias de

contenção com o intuito de conter vazamentos em caso de ruptura do tanque.

A concepção de construção pode ser aérea, com teto fixo ou flutuante, interno ou

externo, dependendo de suas características estruturais e do tipo de produto a armazenar

ou subterrânea.

Page 11: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

3

Figuras 1.4 e 1.5 – Tanques de armazenamento aéreos - Internet

A logística de distribuição dos parques pode abranger várias modalidades de

transporte: rodoviário, ferroviário, fluvial, marítimo ou através de tubulações.

Normalmente, os parques de distribuição são abastecidos pelas refinarias através de

tubulações de transporte de fluidos para depois descarregar no transporte mais adequado

a localidade. Por motivos de maior capilaridade e abrangência, o modal rodoviário,

através dos caminhões tanque, é o mais utilizado e base de estudo deste trabalho.

O carregamento dos veículos necessita de planejamento tanto para a preparação

dos mesmos, envolvendo locais de estacionamento para inspeção, fila de priorização,

ilha de carregamento e inspeção de saída. Nas ilhas de carregamento estão a ponta das

tubulações que saem dos tanques de armazenamento, os dispersores, que são os

equipamentos que permitem a transferência dos fluidos para os caminhões.

Figura 1.6 – Braços de carregamento (dispersores) - Internet

Page 12: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

4

Conectando estes dispersores, nas ilhas de carregamento, aos tanques de

armazenamento estão as tubulações. Devido as características peculiares de cada parque

de armazenamento, a metragem de dutos varia muito, tanto quanto a quantidade de

acessórios, acidentes e instrumentos de controle. Todas estas variações aumentam a

dificuldade de transporte dos fluidos devido ao acréscimo de pressão no sistema.

Conhecendo um pouco sobre as particularidades dos parques de distribuição,

seus componentes e funções, entende-se a necessidade e questões que cercam a escolha

de uma bomba hidráulica. É o equipamento que permite efetuar a movimentação do

fluido entre os parques industriais, dentro deles e para carregamento nos transportes

escolhidos e objeto de estudo neste trabalho.

Page 13: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

5

2. OBJETIVO

Para atender às especificações do percentual de Etanol Anidro na Gasolina

(27%), há necessidade de selecionar bombas centrífugas que alimentem as ilhas de

abastecimento de uma empresa distribuidora de derivados de petróleo. Nestas ilhas, os

caminhões tanque serão abastecidos com esta mistura, com uma vazão pré-definida de

30 m3/h no bocal de abertura do tanque.

O projeto da planta já é conhecido e as instalações são novas, sendo a

capacidade volumétrica dos tanques de armazenamento (1.200 m3) e o layout de

implementação das tubulações e da ilha de abastecimento discriminados nos anexos I, II

e III. Todas as informações acerca das condições de operação dos fluidos, que são

armazenados em tanques distintos e com sistemas de dutos também distintos, já são

conhecidas: 32º C.

Os tanques estão dispostos a 200 metros de distância do ponto de instalação das

bombas e o fluido armazenado possui nível variável com o tempo. Toda a tubulação é

de aço Schedule 40, variando apenas seu diâmetro.

Portanto, o objetivo do projeto consiste em avaliar e calcular as condições de

operação do sistema proposto e escolher duas bombas centrífugas, uma para cada

sistema de fluido. O projeto é inteiramente fictício, tendo-se baseado em informações

reais da indústria.

Page 14: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

6

3. CONCEITOS GERAIS DE MECÂNICA DE FLUIDOS E BOMBAS

Neste capítulo serão abordados conceitos de mecânica dos fluidos relevantes

para o embasamento teórico necessário para a elaboração deste trabalho. Considerando-

se a teoria básica que regerá o projeto, serão apresentadas noções sobre bombas, suas

variedades e aplicações, a categorização dos seus principais tipos e as características

relevantes de cada grupo. Todos os cálculos e formulações matemáticas necessárias para

o estudo de bombas e o seu respectivo sistema serão demonstrados, para que seja

possível avaliar suas curvas e pontos de operação.

3.1. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS

Para que as bombas hidráulicas possam ser estudadas, é fundamental o

conhecimento algumas propriedades dos fluidos, apresentados abaixo.

3.1.1. MASSA ESPECÍFICA

A massa específica (ρ) é a quantidade de massa presente em um determinado

volume de fluido. A unidade que será utilizada nesse trabalho será a mesma que o SI,

kg/m³.

3.1.2. PESO ESPECÍFICO

O peso específico de um fluido é a razão entre o seu peso e a unidade de volume

de uma substância. Este "peso" é função da aceleração da gravidade onde ele se

encontra, conforme a segunda Lei de Newton. Ele pode ser representado pela relação:

𝛾 = 𝜌 ∗ 𝑔

(3.1)

Onde: ρ – massa específica da substância [kg/m³]; g – aceleração da gravidade [m/s].

Assim, a unidade do peso específico é N/m³.

3.1.3. DENSIDADE RELATIVA

A densidade relativa é a razão entre a massa específica de uma substância e a

massa específica de uma substância em uma condição padrão. Para substâncias em

Page 15: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

7

estado líquido ou sólido, a substância padrão utilizada como referência é a água. Já para

substâncias em estado gasoso, a substância de referência é o ar. Quanto à condição

padrão, a pressão de referência é a pressão atmosférica ao nível do mar. Porém, no que

se trata com relação à temperatura, há três valores-padrão de referência:

4 ºC (39,2 ºF) – temperatura em que a água apresenta maior peso específico;

20 ºC (68 ºF) – temperatura recomendada pela ISO

15 ºC (59 ºF) – temperatura usada como padrão pela API

3.1.4. PRESSÃO

É uma grandeza definida pela razão entre a componente normal de uma força e a

área sobre a qual ela atua, ou seja, uma grandeza de força por unidade de área. A

unidade padrão do SI é Pascal [Pa], onde 1 Pa = 1 N/m2.

Nos estudos de hidrostática, onde se associa a pressão P a uma altura H de

coluna de líquido, obtemos, correlacionando com o peso específico desta coluna de

líquido, a expressão seguinte:

𝑃 = 𝛾 ∗ 𝐻

(3.2)

Existem duas formas de se apresentar a medida de pressão: absoluta e

manométrica. A pressão absoluta é referida à pressão zero absoluto. A pressão

manométrica é referida à pressão atmosférica do local da medição.

3.1.5. VISCOSIDADE ABSOLUTA OU DINÂMICA

Seguindo a definição dada por Newton, é a resistência oferecida pelas camadas

líquidas ao escoamento.

Page 16: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

8

Figura 3.1 – Ilustração [1]

Para ilustrar: imaginemos uma placa plana, fina, de área S, imersa em um fluido

inicialmente em repouso e a uma distância Δx do leito deste recipiente. Ao aplicarmos

uma força F a esta placa, na direção de cisalhamento ao fluido, ela adquire uma

velocidade Δv, arrastando o fluido em contato direto com ela, com a mesma velocidade.

Como resultado verificamos que há uma proporção desta força com a área, a distância

Δx e a velocidade Δv. Esta proporção é a viscosidade dinâmica, disposta sob a fórmula:

𝜇 = 𝐹 ∗ Δx

𝑆 ∗ Δv

(3.3)

Podendo também ser escrita sob a forma:

𝜇 = 𝜏 ∗ Δx

Δv

(3.4)

Onde τ é chamado de tensão de cisalhamento.

A unidade mais usual é a centipoise [cP], onde 1 poise = 0,1 𝑁 ∗ 𝑠

𝑚2 = 0,1 Pa * s

3.1.6. VISCOSIDADE CINEMÁTICA

É a relação entre a viscosidade absoluta µ e a massa específica ρ: 𝜈 = µ 𝜌⁄ .

A unidade mais usual é a centistokes [cSt], onde 106 centistokes = 1 𝑚2 𝑠⁄

Page 17: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

9

3.1.7. PRESSÃO DE VAPOR

A pressão de vapor pode ser determinada como a pressão parcial do vapor em

contato com o líquido saturado a uma dada temperatura, ou seja, para uma determinada

temperatura abaixo da temperatura crítica, é a pressão na qual coexistem as fases

líquidas e vapor.

A pressão de vapor varia proporcionalmente à variação de temperatura do fluido,

logo quanto maior for a temperatura maior será a pressão de vapor.

Se a pressão absoluta em qualquer ponto de um sistema de bombeamento for

igual ou inferior a pressão de vapor do líquido, na temperatura de bombeamento, parte

desse líquido se vaporizará e posteriormente poderá causar o fenômeno da cavitação.

Figura 3.2 – Variação de pressão de vapor com a temperatura [1]

3.2. ESCOAMENTO EM DUTOS

O entendimento de como a tubulação, através da especificidade do seu material

e qualidade de fabricação, os acessórios aplicados ao longo dela e o fluxo do fluido

influenciam na energia necessária para o seu transporte, é necessário compreender os

conceitos envolvidos no escoamento, conforme apresentado a seguir.

Page 18: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

10

3.2.1. NÚMERO DE REYNOLDS

O número de Reynolds (Re) é a relação entre grandezas inerciais com grandezas

viscosas. É um número adimensional calculado pela equação:

𝑅𝑒 = 𝜌 ∗ 𝑉 ∗ 𝐷

𝜇

(3.5)

Onde:

ρ – massa específica do fluido [kg/m³];

V – velocidade do escoamento [m/s];

D – diâmetro do duto [m];

µ – viscosidade absoluta do fluido [Pa.s].

Dependendo do número do Reynolds, é possível ter diferentes tipos de

escoamento.

3.2.2. ESCOAMENTO LAMINAR

Grande parte das literaturas em mecânica dos fluidos considera que Re < 2300 é

uma faixa segura na qual encontra-se um escoamento laminar no interior de dutos.

Neste tipo de escoamento, numa dada seção, as extremidades dos vetores de velocidades

das partículas formam uma superfície parabólica e as linhas de fluido são paralelas à

tubulação. Nesta situação a velocidade das partículas nas paredes é aproximadamente

nula enquanto no centro do tubo se encontra seu valor máximo.

3.2.3. ESCOAMENTO TURBULENTO

Para Re > 4000, o escoamento em dutos é turbulento. Neste tipo de escoamento

a distribuição das velocidades é mais uniforme, porém as partículas apresentam

movimento caótico macroscópico, isto é, a velocidade apresenta componentes

transversais ao movimento geral do conjunto ao fluido.

Page 19: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

11

3.2.4. TEOREMA DE BERNOULLI

O teorema de Bernoulli relaciona variações de velocidade, pressão e elevação ao

longo da linha de corrente. Entretanto, ele fornece resultados exatos apenas para um

escoamento em regime permanente, incompressível, sem atrito e ao longo de uma linha

de corrente. O teorema pode ser representado pelas seguintes equações:

𝑃

𝜌 +

𝑉2

2 + 𝑍 ∗ 𝑔 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

(3.6)

𝑃

𝛾 +

𝑉2

2 ∗ 𝑔 + 𝑍 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

(3.7)

Porém, na dedução do teorema foi considerada a hipótese do líquido ser perfeito,

não levando em conta a perda de energia devido à viscosidade, atrito ou

turbilhonamento, necessários na análise deste projeto. No entanto, é possível adaptar o

teorema aos líquidos reais considerando as perdas de carga (hf) normais ao escoamento.

Desta forma, a equação passa a ser representada por:

𝑃1

𝛾 +

𝑉12

2 ∗ 𝑔 + 𝑍1 =

𝑃2

𝛾 +

𝑉22

2 ∗ 𝑔 + 𝑍1 + ℎ𝑓

(3.8)

Nesta equação, a energia perdida por unidade de peso pelo fluido ao se deslocar

entre dois pontos é representado pela perda de carga (hf).

3.2.4.1. Perda de carga

Representa a energia por unidade de peso perdida em algum trecho de uma

tubulação. Este valor é encontrado a partir da soma entre a perda de carga normal (hfn),

que ocorre em trechos retos de tubulação, e a perda de carga localizada (hfl), que se

verifica em acessórios (válvulas, conexões, etc).

Page 20: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

12

ℎ𝑓 = ℎ𝑓𝑛 + ℎ𝑓𝑙

(3.9)

Para o cálculo da perda de carga normal será utilizada a fórmula de Darcy-

Weisbach:

ℎ𝑓𝑛 = 𝑓 ∗ 𝐿

𝐷 ∗

𝑉2

2 ∗ 𝑔

(3.10)

Onde:

ƒ – coeficiente de atrito;

L – comprimento do tubo [m];

D – diâmetro da tubulação [m];

V – velocidade do escoamento [m/s];

g – aceleração da gravidade [m/s2].

Observa-se que, de acordo com o regime do escoamento, o coeficiente de atrito

da equação 3.10 deverá ser calculado de forma diferente para regimes laminares e

turbulentos. Nos regimes laminares, o fator ƒ pode ser determinado pela fórmula:

𝑓 = 64

𝑅𝑒

(3.11)

Porém, para o regime turbulento, o fator ƒ deve ser determinado graficamente,

fazendo-se uso do Ábaco de Moody (figura 3.3). É uma função da rugosidade relativa

(ε/D) da tubulação em estudo e o número de Reynolds (Re), onde encontra-se o

coeficiente de atrito (ƒ) correspondente.

Percebe-se que para escoamentos completamente turbulentos, as linhas

correspondentes a rugosidade relativa tornam-se horizontais no diagrama. Isso significa

que o fator ƒ é independente do número de Reynolds para essas situações. Quando isso

ocorrer pode-se usar o gráfico da figura 3.4, em que apenas o diâmetro da tubulação é

necessário.

Page 21: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

13

Figura 3.3 - Ábaco de Moody [2]

Page 22: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

14

Figura 3.4 - Rugosidade relativa e coeficiente de atrito para escoamento completamente

turbulento [1]

Page 23: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

15

Tabela 3.1 - Valores de ƒ para tubos comerciais, Re > 4000 [1]

Tabela 3.2 - Perda de carga em tubulações de aço Schedule 40 bombeando água [1]

Page 24: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

16

A perda de carga localizada pode ser determinada pelo método do comprimento

equivalente. Este método consiste em fixar um valor de comprimento reto de tubulação

correspondente a perda de carga causada por um determinado acidente.

Exemplos de valores de comprimento equivalentes tabelados são mostrados nas

tabelas 3.3, 3.4 e 3.5. Eles são encontrados utilizando o diâmetro nominal da tubulação

com o acidente/acessório em questão.

Tabela 3.3 - Comprimentos equivalentes para diferentes entradas e saídas [1]

Page 25: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

17

Tabela 3.4 - Comprimento equivalente para joelhos, curvas e T’s [1]

Page 26: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

18

Tabela 3.5 - Válvulas [1]

Após obter todos os comprimentos equivalentes de todos os acessórios de uma

tubulação, a perda de carga pode ser calculada pelas equações 3.12 e 3.13. Na primeira

equação calcula-se o comprimento total da tubulação, ele é a soma dos comprimentos

retos com os comprimentos equivalentes de todos os acessórios. Em seguida utiliza-se

esse comprimento para o cálculo da perda de carga (hf).

𝐿𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐿𝑅𝑒𝑡𝑜 + ∑ 𝐿𝑒𝑖

𝑖 = 𝑛

𝑖 = 1

(3.12)

Page 27: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

19

ℎ𝑓 = 𝑓 ∗ 𝐿𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐷 ∗

𝑉2

2 ∗ 𝑔

(3.13)

No caso de tubulações já conhecidas e comumente utilizadas, é possível fazer

uso de valores já mensurados e tabelados de perda de carga em tubulações, de acordo

com seu diâmetro e vazão. Basta pegarmos o comprimento total calculado na equação

3.12 e calcular a perda de carga utilizando os valores da tabela, atentando para a

correção devido a diferença dos fluidos. Como exemplo, temos a tabela 3.2, que traz

valores para a perda de carga em tubulações de aço Schedule 40 bombeando água.

3.3. CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS

Aqui serão abordadas as características das bombas dinâmicas e volumétricas. O

esquema apresentado abaixo (figura 3.5) classifica os principais tipos de bomba dentro

destes dois tipos:

Figura 3.5 – Classificação das bombas

Page 28: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

20

3.3.1. BOMBAS DINÂMICAS

Bombas dinâmicas, ou turbobombas, são aquelas cuja movimentação do fluido é

dada por forças desenvolvidas em sua própria massa. São caracterizadas por possuírem

um órgão rotatório (impelidor, rotor, etc.) dotado de pás que transmite sua energia

rotativa para a aceleração da massa líquida. A forma que o impelidor cede energia ao

fluido e a orientação do líquido ao sair do mesmo é o que distingue os diversos tipos de

bombas dinâmicas. Dentre os tipos de bombas dinâmicas apresentadas na figura, serão

observadas apenas as bombas centrífugas, alvo de aplicação neste trabalho.

As bombas centrífugas têm primordialmente energia cinética sendo fornecida ao

líquido, a qual é posteriormente convertida, em sua maior parte, em energia de pressão.

Essa conversão ocorre graças ao aumento progressivo da área da carcaça. Existem dois

tipos de carcaça, a carcaça em voluta com região difusora (Figura 3.5) e a carcaça pás

difusoras (Figura 3.6 ):

Figura 3.5 – Carcaça em voluta [1] Figura 3.6 – Carcaça com pás difusoras [1]

Para o funcionamento desse tipo de bomba, é necessário que sua carcaça esteja

completamente preenchida com líquido de trabalho. Esse funcionamento se baseia em

criar uma zona de baixa pressão e outra de alta pressão. A zona de baixa pressão é

criada devido ao líquido localizado na sucção (olho do impelidor) ser forçado para a

periferia do impelidor, criando um vazio na região central que será preenchido com a

mesma quantidade de líquido que foi deslocada para a bomba do rotor. Esse ciclo se

repete indefinidas vezes e é considerado um fluxo contínuo.

A zona de alta pressão faz com que seja possível o transporte do fluido de

trabalho e as condições finais do processo. Ela acontece com a ida do líquido para a

Page 29: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

21

periferia, com isso a área do escoamento aumenta o que causa queda da velocidade do

fluido e aumento de pressão.

3.3.2 BOMBAS VOLUMÉTRICAS

Nas bombas volumétricas o aumento de pressão concedido ao fluido é realizado

por meio da diminuição do seu volume. Isso ocorre com o líquido sendo aspirado para

um espaço de volume constante e posteriormente sendo comprimido até a pressão de

trabalho e descarregado para a tubulação. Uma das características mais importantes

destas bombas é manterem a vazão média praticamente constante. Segue abaixo figuras

de bombas volumétricas:

Figura 3.7 – Bomba de engrenagens [1] Figura 3.8 – Bomba de lóbulos [1]

3.4. CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS

Para a determinação do ponto de trabalho, vazão, carga, potência consumida e

eficiência, se fazem necessário encontrar as curvas características das bombas. Neste

tópico é feita uma apresentação dessas curvas.

3.4.1. CURVA DO HEAD (H) X VAZÃO (Q)

Essa curva representa a variação da carga (Head) da bomba em função da vazão.

A carga é definida como energia por unidade de peso que a bomba pode fornecer ao

fluido para uma vazão específica. Segue uma figura exemplificando uma curva desse

tipo.

Page 30: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

22

Figura 3.9 – Curva de Head x Vazão [1]

3.4.2. CURVA DE POTÊNCIA ABSORVIDA (POTABS) X VAZÃO(Q)

Esta curva mostra a variação da potência absorvida pela bomba em função da

vazão. Ela é imprescindível na seleção da bomba, por determinar a potência necessária

ao acionador para o ponto de projeto. Essa curva é determinada pela relação a seguir.

𝑃𝑜𝑡𝑎𝑏𝑠 = 𝛾 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻

75 ∗ 𝜂

(3.14)

Onde:

Potabs em [CV];

Q em [m³/s];

H em [m];

γ em [kgf/m³].

Para encontrar a potência útil cedida ao fluido (Potc), utiliza-se a equação 3.15 abaixo.

𝑃𝑜𝑡𝑐 = 𝛾 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻

75

(3.15)

3.4.3. CURVA DE RENDIMENTO TOTAL (𝜂) X VAZÃO (Q)

O rendimento total é o produto entre os rendimentos hidráulico (𝜂𝐻), mecânico

(𝜂𝑀) e volumétrico (𝜂𝑉) da bomba, como mostrado na equação 3.16.

𝜂 = 𝜂𝐻 ∗ 𝜂𝑉 ∗ 𝜂𝑀 (3.16)

Page 31: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

23

Outra forma de expressar essa curva é através da equação 3.17, considerando o

rendimento uma relação entre a potência cedida ao fluido e a potência absorvida pela

bomba.

𝜂 = 𝑃𝑜𝑡𝑐

𝑃𝑜𝑡𝑎𝑏𝑠

(3.17)

3.4.4. CURVAS CARACTERÍSTICAS

As três curvas características vistas anteriormente são, normalmente, fornecidas

em conjunto no mesmo gráfico.

Figura 3.10 – Curvas características [1]

3.5. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA

Avaliando a curva de Head versus Vazão, é possível observar claramente a

energia por unidade de peso que a bomba é capaz de fornecer ao fluido em função da

vazão. Porém, para que seja identificado qual o ponto de trabalho, é necessário

determinar também qual a energia por unidade de peso que o sistema demanda em

função desta vazão. Para isso, será apresentado a seguir alguma teoria acerca delas.

3.5.1. ALTURA MANOMÉTRICA DO SISTEMA (H)

A altura manométrica do sistema é a energia por unidade de peso que o sistema

solicitará de uma bomba em função de sua vazão. Esta energia é função da altura

estática de elevação, da diferença de pressões entre os reservatórios de sucção e

Page 32: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

24

descarga e das perdas existentes em tubulações e acessórios. A altura manométrica total

(H) é calculada fazendo a diferença entre altura manométrica de descarga (Hd) e altura

manométrica de sucção (Hs). Ou seja, é a diferença entre a quantidade de energia por

unidade de peso necessária no flange de descarga e existente no flange de sucção.

𝐻 = 𝐻𝑑 − 𝐻𝑠 (3.18)

Figura 3.11 – Sistema de bombeamento [1]

3.5.2. ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO (HS)

Existem duas maneiras distintas de calcular a altura manométrica de sucção. A

primeira é com a aplicação do teorema de Bernoulli entre um ponto na superfície do

reservatório de sucção e o flange de sucção da bomba.

𝐻𝑠 = 𝑍𝑠 +𝑃𝑠

𝛾− ℎ𝑓𝑠

(3.19)

Onde:

Zs - Altura estática de sucção;

Ps - Pressão manométrica no reservatório de sucção;

𝛾 - Peso específico do fluido;

hfs - Perda de carga em linhas e acessórios de sucção.

Page 33: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

25

A segunda alternativa consiste na medição da quantidade de energia por unidade

de peso no flange de sucção. Logicamente, essa equação só pode ser utilizada a partir de

testes com a instalação operando.

𝐻𝑠 = 𝑃𝑓𝑠

𝛾+

𝑉𝑓𝑠2

2 ∗ 𝑔

(3.20)

Onde:

Pfs - Pressão manométrica no flange de sucção;

Vfs - Velocidade no flange de sucção;

𝛾 - Peso específico do fluido;

g - Aceleração da gravidade.

3.5.3. ALTURA MANOMÉTRICA DE DESCARGA (HD)

De forma análoga a altura manométrica de sucção, a altura manométrica de

descarga também pode ser calculada de duas maneiras.

𝐻𝑑 = 𝑍𝑑 +𝑃𝑑

𝛾+ ℎ𝑓𝑑

(3.21)

𝐻𝑑 = 𝑃𝑓𝑑

𝛾+

𝑉𝑓𝑑2

2 ∗ 𝑔

(3.22)

Onde:

Zd - Altura estática de descarga;

Pd - Pressão manométrica no reservatório de descarga;

Vfd - Velocidade no flange de descarga;

hfd - Perda de carga em linhas e acessórios de descarga;

𝛾 - Peso específico do fluido;

g - Aceleração da gravidade.

Page 34: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

26

3.5.4. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL (HEAD)

Como já apresentado na equação 3.18 e com as equações mencionadas nos itens

anteriores, agora é possível calcular a altura manométrica total. Utilizando o primeiro

método (Bernoulli), temos:

𝐻 = (𝑍𝑑 − 𝑍𝑠) +(𝑃𝑑 − 𝑃𝑠)

𝛾+ (ℎ𝑓𝑑 + ℎ𝑓𝑠)

(3.23)

A partir do segundo método, a expressão encontrada é explicitada abaixo. É

importante ressaltar que para o segundo método, a diferença de altura entre os flanges

de sucção e descarga foi considerada desprezível.

𝐻 = (𝑃𝑓𝑑 − 𝑃𝑓𝑠)

𝛾+

(𝑉𝑓𝑑2 − 𝑉𝑓𝑠

2 )

2 ∗ 𝑔

(3.24)

3.5.5. CURVA DO SISTEMA EM FUNÇÃO DA ALTURA MANOMÉTRICA

Curva do sistema é a curva que mostra a variação da altura manométrica total

com a vazão. Ou seja, mostra a variação da energia por unidade de peso que o sistema

solicita em função da vazão. A expressão da curva, mostrada abaixo, possui uma parte

estática (não varia com a vazão) e uma parte de fricção (varia com a vazão). Para a

equação abaixo:

𝐻 = (𝑍𝑑 − 𝑍𝑠) +(𝑃𝑑 − 𝑃𝑠)

𝛾+ (ℎ𝑓𝑑 + ℎ𝑓𝑠)

(3.25)

H estático, que não varia com a vazão: (𝑍𝑑 − 𝑍𝑠) +(𝑃𝑑−𝑃𝑠)

𝛾

H fricção, que varia com a vazão: (ℎ𝑓𝑑 + ℎ𝑓𝑠)

O procedimento para construção desta curva consiste em arbitrar valores

quaisquer para a vazão, porém tendo como parâmetros a vazão nula e outro referente à

Page 35: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

27

vazão de operação desejada. As outras vazões devem conter valores acima e abaixo da

vazão de projeto, sendo assim possível cobrir uma boa faixa de vazões e ter uma curva

próxima da realidade.

Figura 3.12 – Exemplo de curva do sistema [1]

3.6. FATORES QUE MODIFICAM AS CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS

Nessa seção será analisado o impacto da alteração de parâmetros relacionados às

bombas e suas curvas características. A princípio, estas mudanças influenciam no ponto

de trabalho da bomba e podemos modificar estas curvas características das bombas por

diversos fatores. Os efeitos relacionados à variação destes fatores estão a seguir:

Rotação da bomba (N);

Diâmetro do impelidor (D);

O estudo dessa seção é um problema de análise dimensional, necessária para

verificar a influência de variáveis N (rotação), D (diâmetro), ρ (massa específica do

fluido) e µ (viscosidade do fluido) nas características de desempenho: Q (vazão), H

(carga), Pot (potência). Os grupos adimensionais que devem ser analisados são os

seguintes:

𝜋1 = 𝑄

𝑁 ∗ 𝐷3

(3.26)

Page 36: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

28

𝜋2 = 𝐻

𝑁2 ∗ 𝐷3

(3.27)

𝜋3 = 𝐷2 ∗ 𝑁 ∗ ρ

µ

(3.28)

𝜋4 = 𝑃𝑜𝑡

ρ ∗ 𝑁3 ∗ 𝐷5

(3.29)

Na busca de uma semelhança física entre bombas, é necessário que as mesmas

sejam semelhantes dinâmica, geométrica e cinematicamente. Desta forma, os valores

dos grupos adimensionais acima devem ser constantes.

3.6.1. INFLUÊNCIA DA MUDANÇA DE ROTAÇÃO

A simples observação dos grupos adimensionais mostra que, considerando um

dado fluido e mantido o diâmetro do impelidor constante, existe uma relação de

proporção entre Q, H e Pot com a rotação. Com isso, alterando a rotação da bomba para

um novo valor (N2), as seguintes relações são consideradas:

𝑄2

𝑄1=

N2

N1

(3.30)

𝐻2

𝐻1= (

𝑁2

𝑁1)

2

(3.31)

𝑃𝑜𝑡2

𝑃𝑜𝑡1= (

𝑁2

𝑁1)

3

(3.32)

Page 37: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

29

Logo, sempre que altera-se a rotação, é possível encontrar os pontos corrigidos

das curvas características para a nova condição do projeto. Normalmente os fabricantes

fornecem as curvas para diferentes velocidades. Mas é interessante notar que esta

alteração não causa variação na curva de rendimento (𝜂) x vazão (Q), comprovada

facilmente com a manipulação das equações 3.14, 3.21 e 3.22.

3.6.2. INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO DO DIÂMETRO DO IMPELIDOR

Primeiramente, é preciso distinguir dois casos em que há variação no diâmetro

externo do impelidor. O primeiro caso é o de bombas geometricamente semelhantes, ou

seja, que possuam dimensões físicas com proporcionalidade constante. Neste caso, o

diâmetro do impelidor é tomado como dimensão representativa da bomba. Então,

mantendo-se o fluido e a rotação constantes, os parâmetros adimensionais a seguir

determinam a influencia do diâmetro do impelidor na bomba:

𝑄2

𝑄1= (

𝐷2

𝐷1)

3

(3.33)

𝐻2

𝐻1= (

𝐷2

𝐷1)

2

(3.34)

𝑃𝑜𝑡2

𝑃𝑜𝑡1= (

𝐷2

𝐷1)

5

(3.35)

O segundo caso refere-se a bombas cujo impelidor sofreu usinagem, e

consequentemente redução de tamanho, mantendo-se as outras dimensões inalteradas.

Com isso usam-se as relações de proporcionalidade:

𝑄2

𝑄1= (

𝐷2

𝐷1)

(3.36)

Page 38: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

30

𝐻2

𝐻1= (

𝐷2

𝐷1)

2

(3.37)

𝑃𝑜𝑡2

𝑃𝑜𝑡1= (

𝐷2

𝐷1)

3

(3.38)

3.7. PONTO DE OPERAÇÃO OU PONTO DE TRABALHO

Posicionando a curva do sistema no mesmo gráfico onde estão as curvas

características da bomba, obtemos o ponto normal de trabalho (ponto de operação). Este

ponto será a interseção das curvas do sistema e da bomba. A partir de sua determinação

podemos obter a potência e o rendimento da bomba, fazendo a correlação do valor da

vazão nas respectivas curvas características como mostrado na figura abaixo.

Figura 3.13 – Ponto de trabalho [1]

3.8. CAVITAÇÃO

É imprescindível um bom entendimento sobre o fenômeno da cavitação e os

problemas que sua ocorrência pode ocasionar. Não há como selecionar uma bomba e

avaliar a operação do projeto sem avaliar as possibilidades operacionais que podem

promover seu aparecimento e solucionar os problemas decorrentes.

Page 39: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

31

Este é um fenômeno que ocorre quando a pressão absoluta do líquido, em

qualquer ponto do sistema, atinge valores inferiores à pressão de vapor desse líquido na

temperatura de bombeamento. Consequentemente, ocorre a vaporização de parte deste

líquido, promovendo a formação de bolhas, que escoam com o líquido. Quando estas

bolhas de vapor encontram um ponto do escoamento em que a zona de pressão seja

maior que a de vaporização elas implodem, passando de vapor para líquido

bruscamente. Como o volume específico do líquido é menor do que o de vapor, esta

implosão formará um vazio que gerará uma onda de choque. Esta onda danifica a

bomba e prejudica o seu funcionamento.

O local de maior probabilidade de formação de bolhas, em bombas centrífugas, é

na entrada do impelidor. Isto ocorre por ser ela a região de mínima pressão, devido ao

fluido ter perdido carga na linha de sucção e ainda não ter recebido energia do

impelidor. Como já visto anteriormente, as bolhas implodirão quando a pressão for

novamente maior que a pressão de vapor. Os prováveis locais para esse acontecimento

diferem com o tipo de bomba utilizada e são: o canal do impelidor, a entrada da voluta

ou o canal de pás difusoras.

A ocorrência da cavitação é possível verificar através do aumento de ruído e

vibração, causados pelas instabilidades geradas pelos colapsos das bolhas. Também há

alterações nas curvas características e danificação do material da bomba.

3.8.1. EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO DA BOMBA

Como visto anteriormente, para avaliar a ocorrência da cavitação basta verificar

a pressão mínima no olho do impelidor e não permitir que esta seja menor do que a

pressão de vapor do líquido. O conceito utilizado para esta avaliação é o NPSH (Net

Positive Suction Head), que é dividido em NPSH disponível e NPSH requerido,

explicados nos itens a seguir.

3.8.2. NPSH DISPONÍVEL (NPSHD)

O NPSH disponível pode ser interpretado como a energia absoluta por unidade

de peso acima da pressão de vapor do líquido nas condições de bombeamento existente

no flange de sucção. A equação utilizada para o seu cálculo encontra-se em seguida.

Page 40: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

32

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 𝐻𝑠 +𝑃𝑎 − 𝑃𝑣

𝛾

(3.39)

Como existem duas fórmulas para o cálculo da altura manométrica de sucção

(Hs), já vistas nas equações 3.19 e 3.20, temos duas formas de resolver a equação 3.39:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = (𝑍𝑠 +𝑃𝑠

𝛾− ℎ𝑓𝑠) + (

𝑃𝑎 − 𝑃𝑣

𝛾)

(3.40)

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = (𝑃𝑓𝑠

𝛾+

𝑉𝑓𝑠2

2 ∗ 𝑔) + (

𝑃𝑎 − 𝑃𝑣

𝛾)

(3.41)

Observando a equação 3.40, notamos que há diminuição do NPSHd com a perda

de carga. Como ela aumenta com a vazão, quanto maior for a vazão, menor será o

NPSHd.

Figura 3.14 – Curva de NPSH disponível x Vazão [1]

3.8.3. NPSH REQUERIDO (NPSHR)

O NPSH requerido ser interpretado como a quantidade mínima de energia

absoluta por unidade de peso acima da pressão de vapor que deve existir no flange de

Page 41: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

33

sucção para que o fenômeno de cavitação não ocorra. O NPSHr é fornecido

normalmente em forma de curva (NPSHr x vazão) pelo fabricante da bomba.

Figura 3.15 – Curva de NPSH requerido x Vazão [1]

3.8.4. AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CAVITAÇÃO

Com os valores do NPSHr do fabricante da bomba e calculando o NPSHd é

possível avaliar se no ponto de operação da bomba o valor requerido não supera o

disponível. Caso aconteça, o fenômeno da cavitação ocorrerá.

Como em qualquer projeto de engenharia, uma margem de segurança deve ser

considerada. O valor utilizado na prática é de 0,6 m de líquido para bombas com

pequeno head. Logo:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 ≥ 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 + 0.6 𝑚 𝑑𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

(3.42)

As curvas de NPSH requerido e NPSH disponível são colocadas no mesmo

gráfico para que seja encontrada a vazão máxima (Q máx) teórica para efeitos de

cavitação. Ou seja, a partir dessa vazão ocorre o início da cavitação e queda das curvas

características.

Page 42: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

34

Figura 3.16 – Vazão Máxima para Cavitação [1]

Page 43: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

35

4. ESTUDO DE CASO

Neste capítulo, será avaliado o sistema de dutos de transporte do fluido, as

características de armazenamento e dos fluidos a fim de determinar os pontos de

operação de interesse. Apenas relembrando, o foco deste trabalho é a seleção de bombas

centrífugas para o abastecimento do caminhão-tanque com uma mistura pré-

estabelecida de combustível (etanol anidro/gasolina). Desenhos da vista isométrica,

lateral e superior da planta estão disponíveis nos Anexos I, II e III deste trabalho.

4.1. ANÁLISE DO SISTEMA

Na planta em questão, os objetos do estudo serão dois tanques de

armazenamento, de capacidade volumétrica de 1.200 m3, que armazenam gasolina e

etanol anidro, respectivamente. Os tanques estão dispostos a 200 metros de distância do

ponto de abastecimento dos caminhões e o volume de fluido armazenado é variável com

o tempo.

A hipótese avaliada para o sistema é garantir a vazão de 30 m3/h da mistura no

bocal de abastecimento. A tubulação é inteira de aço schedule 40, variando apenas seu

diâmetro, sendo as instalações novas. Como parâmetro de projeto, supõe-se que no local

da planta de distribuição, a temperatura ambiente máxima será de 32 ºC.

4.1.1. DADOS DE ENTRADA DO SISTEMA

Determinam-se aqui as diversas características do sistema que influenciam no

problema. São tratados os fluidos transportados, os dutos (acessórios, tubulação e

sistema de abastecimento) e o tanque de armazenamento.

Gasolina:

Temperatura de bombeio (TB): 32 ºC

Densidade relativa @ (TB): 0,72

o densidade de referência: 1.000,9072 Kg/m3

o Densidade: 720,65 Kg/m3

Viscosidade absoluta @ (TB): 0,468 cP

Viscosidade cinemática @ (TB): 0,65 cSt

Pressão de vapor @ (TB): 0,7 Kgf/cm2

Page 44: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

36

Etanol Anidro:

Temperatura de bombeio (TB): 32 ºC

Densidade @ (TB): 809,3 Kg/m3

Viscosidade absoluta @ (TB): 1,2 cP

Viscosidade dinâmica @ (TB): 1,48 cSt

Pressão de vapor @ (TB): 0,13 Kgf/cm2

Tubulação (até a bomba):

Comprimento total de 200 metros (para um tanque)

Diâmetro de 6"

Uma entrada no tanque

Duas válvulas gaveta

Um cotovelo de 90º

Tubulação (após a bomba):

Diâmetro de 4"

Uma linha de abastecimento, alimentando 4 dispersores

Cada linha possui uma válvula gaveta, uma válvula de retenção e dois cotovelos

de 90º (até o primeiro dispersor).

Cada dispersor possui uma conexão em T (menos o último, com um cotovelo de

90º), uma válvula gaveta, uma válvula limitadora de vazão e uma saída

(dispersor).

Tanques:

1.200 m3 de capacidade (∅ 11.300 mm x 12.000 mm)

Pressão atmosférica

Volume variável

Como os traçados das linhas são iguais em sua concepção, o layout do anexo II

será a referência para o cálculo de perda de carga. As avaliações posteriores com os

fluidos distintos utilizarão estes valores como base.

Page 45: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

37

Para garantir um fluxo de 30 m3/h nos dispersores, o fluxo total será de 120 m3/h

de mistura. Significa então que, respeitando o percentual de 27% de etanol anidro, tem-

se uma vazão de 32,4 m3/h de etanol anidro e 87,6 m3/h de gasolina. Este cálculo

garante a condição de pior operação, já que quanto maior a velocidade de saída do

líquido, menor o NPSHd, o que possibilita avaliar a ocorrência de cavitação.

4.1.2. CÁLCULO ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO (HS)

Como já trabalhado na seção de fundamentação teórica, calcula-se o Hs do

sistema através da equação 3.19, de onde conclui-se a necessidade dos valores de Zs

(altura da superfície do líquido em relação a bomba), Ps, hfs e γ. Nesta equação, o fator

Ps será nulo pois o tanque opera com pressão atmosférica, no nível do mar. O ponto

crítico de operação deste sistema ocorrerá na condição de tanque vazio (Z0 = 0m), onde

terá o menor valor de NPSHd, onde a ocorrência da cavitação deverá ser observada.

Para a perda de carga na linha e acessórios (hfs), incluindo a entrada da

tubulação, tem-se que considerar as perdas para um joelho de noventa graus flangeado,

duas válvulas gavetas e uma entrada no tanque (arredondada), todos com tubulação de

seis polegadas.

Consultando as tabelas 3.1, 3.2 e 3.4, encontram-se, respectivamente, os valores

unitários de comprimento equivalente (Leq): 4,57 m; 1,98 m; 2,74 m. Então calcula-se o

comprimento total equivalente do tubo: Ltotal + Lacessórios = 200 + 4,57 + 2 * 1,98 + 2,74

=> Leq = 211,27 m.

Para o cálculo da perda de carga utiliza-se a equação 3.13, que considera o

comprimento total acima calculado.

De início, é necessário encontrar os valores de velocidade do fluido:

𝑉 = 𝑄 ∗ 4

𝜋 ∗ 𝐷2 → 𝑉Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 =

(32,4 3600⁄ ) ∗ 4

𝜋 ∗ 0,15242 = 0,493

𝑚

𝑠

𝑉 = 𝑄 ∗ 4

𝜋 ∗ 𝐷2 → 𝑉𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 =

(87,6 3600⁄ ) ∗ 4

𝜋 ∗ 0,15242 = 1,334

𝑚

𝑠

Page 46: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

38

Agora utiliza-se a equação 3.5 e o conceito de viscosidade cinemática para o

cálculo de Reynolds:

𝑅𝑒 = 𝑉 ∗ 𝐷

𝜈 → 𝑅𝑒Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 =

0,493 ∗ 0,1524

𝜈Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙

=0,493 ∗ 0,1524

1,48 ∗ 10−6= 50.804

𝑅𝑒 = 𝑉 ∗ 𝐷

𝜈 → 𝑅𝑒𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 =

1,334 ∗ 0,1524

𝜈𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 =

1,334 ∗ 0,1524

6,5 ∗ 10−7= 312.762

Como todos os valores de Reynolds são para o regime turbulento e a tubulação

classificada como aço comercial, os valores da tabela 3.1 são válidos para o problema:

para 6", ƒ = 0,015.

Desta forma, calcula-se então a perda de carga através da equação 3.13:

ℎ𝑓𝑠 Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 = 0,015 ∗211,27

0,1524∗

0,4932

2 ∗ 9,8061= 0,26 𝑚

ℎ𝑓𝑠 𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 = 0,015 ∗211,27

0,1524∗

1,3342

2 ∗ 9,8061= 1,89 𝑚

E utilizando equação 3.19, considerando as informações já mencionadas, tem-se:

𝐻𝑠 Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 = 0 − 0,26 = −0,26 𝑚

𝐻𝑠 𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 = 0 − 1,89 = − 1,89 𝑚

Para a análise de performance da bomba e as rotações possíveis de utilização da

mesma, calcula-se o Hs para as condições de: Z = 3 m; Z = 6 m; Z = 9 m e Z = 12 m

(tanque cheio). De modo a facilitar o entendimento do trabalho, segue a tabela com os

cálculos já realizados para os valores especificados:

Page 47: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

39

4.1.3 CÁLCULO ALTURA MANOMÉTRICA DE DESCARGA (HD)

De forma análoga ao efetuado no item anterior, calcula-se a perda de carga para

a tubulação acima da bomba, considerando apenas o informado sobre as linhas. O

cálculo da perda de carga será simplificado de maneira conservativa, pois não levará em

consideração a redução da vazão do fluido após cada seção de dispersor.

O comprimento total da linha, considerando a situação crítica de utilização dos

quatro dispersores, tem cinquenta e um metros. Também deve-se calcular as perdas com

as três uniões em "T", os três cotovelos em noventa graus, a válvula de retenção, as

quatro válvulas limitadoras de vazão e as cinco válvulas gaveta. A altura manométrica

de descarga deve considerar a distancia vertical do ponto onde a bomba está instalada

até altura do dispersor, um Zd de doze metros. Para melhor entendimento, por favor,

visualizar o Anexo III.

Desta forma, supondo-se a utilização de todos os dispersores ao mesmo tempo,

tem-se como o comprimento do duto a soma da linha que alimenta as ramificações com

cada ramificação, perfazendo: Ltotal = 8 + 5 + 10 + 3 * 5 + 4 * 4 m => Ltotal = 54 m

Para a perda de carga nos acessórios e considerando que o fluido sai pelo bocal a

pressão atmosférica, tem-se: três joelhos de noventa graus flangeados, três uniões em

"T", cinco válvulas gavetas, quatro válvulas limitadoras de vazão, quatro saídas de

bocal e uma válvula de retenção, todos com tubulação de quatro polegadas.

Consultando-se as tabelas 3.3, 3.4 e 3.5, encontram-se, respectivamente, os

valores unitários de comprimento equivalente (Leq): 3,20 m (joelhos); 6,10 m ("T");

1,37 m (gaveta); 4,57 m (limitador de vazão); 6,10m (bocal de saída) e 13,72 m

(retenção). Então calcula-se o comprimento total equivalente do tubo:

Ltotal + Lacessórios = 54 + 3 * (3,2 + 6,10) + 5 * 1,37 + 4 * (4,57 + 6,10) + 13,72 => Leq =

145,15 m.

De forma análoga ao realizado para a perda de carga na sucção, calcula-se

primeiro a velocidade de fluido, devido a alteração no diâmetro da tubulação:

𝑉 = 𝑄 ∗ 4

𝜋 ∗ 𝐷2 → 𝑉Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 =

(32,4 3600⁄ ) ∗ 4

𝜋 ∗ 0,10162 = 1,110

𝑚

𝑠

Page 48: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

40

𝑉 = 𝑄 ∗ 4

𝜋 ∗ 𝐷2 → 𝑉𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 =

(87,6 3600⁄ ) ∗ 4

𝜋 ∗ 0,10162 = 3,001

𝑚

𝑠

Agora, utiliza-se a equação 3.5 e o conceito de viscosidade cinemática para

calcular-se Reynolds:

𝑅𝑒 = 𝑉 ∗ 𝐷

𝜈 → 𝑅𝑒Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 =

1,110 ∗ 0,1016

𝜈Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙

=1,110 ∗ 0,1016

1,48 ∗ 10−6= 76.207

𝑅𝑒 = 𝑉 ∗ 𝐷

𝜈 → 𝑅𝑒𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 =

3,001 ∗ 0,1016

𝜈𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 =

3,001 ∗ 0,1016

6,5 ∗ 10−7= 469.142

Assim como na sucção, todos os valores de Reynolds são para o regime

completamente turbulento, sendo possível a utilização dos valores da tabela 3.1: para

quatro polegadas, ƒ = 0,017

Então, consegue-se calcular então a perda de carga através da equação 3.13:

ℎ𝑓𝑑 Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 = 0,017 ∗145,15

0,1016∗

1,1102

2 ∗ 9,8061= 1,53 𝑚

ℎ𝑓𝑑 𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 = 0,017 ∗145,15

0,1016∗

3,0012

2 ∗ 9,8061= 11,16 𝑚

Logo, pela equação 3.21, considerando as informações já mencionadas e

objetivando a análise da condição de mistura, temos:

𝐻𝑑 Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 = 12 + 1,53 = 13,53 𝑚

𝐻𝑑 𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 = 12 + 11,16 = 23,16 𝑚

4.1.4. ALTURA MANOMÉTRICA DO SISTEMA (H)

Conforme a equação 3.18, tem-se que a altura manométrica do sistema é igual a:

𝐻 = 𝐻𝑑 − 𝐻𝑠

Utilizando a tabela de cálculos já preparada, tem-se:

Page 49: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

41

4.1.5. CÁLCULO DO NPSH DISPONÍVEL

Devido a necessidade de se evitar a ocorrência da cavitação, calcula-se o

NPSHd, que influenciará na escolha da bomba. Seguindo a equação 3.40 já explicada,

tem-se como resultado:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = −0,26 + (10332,3 − 1300 𝐾𝑔𝑓/𝑚2

809,3 𝐾𝑔𝑓/𝑚3) = −0,26 + 11,16

= 10,90 𝑚 (Á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙)

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = −1,89 + (10332,3 − 7000 𝐾𝑔𝑓/𝑚2

720,65 𝐾𝑔𝑓/𝑚3) = −1,89 + 4,12

= 2,23 𝑚 (𝐺𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎)

De maneira análoga ao efetuado com o Hs, abaixo segue a tabela calculada com

o NPSHd para cada situação de tanque:

4.2. SELEÇÃO DA BOMBA

Tendo já em mãos os valores de Head e o NPSHd do sistema, pode-se agora

selecionar as bombas que satisfaçam estas condições de operação. Considerando

também nesta seleção que na planta há um sistema de controle automático da vazão,

permitindo alterar a rotação das bombas para adequar-se ao nível de líquido disponível

no tanque. Será utilizado nesta escolha o site da www.ruhrpumpen.com, que

disponibiliza uma ferramenta de auxílio nesta seleção (Public GPS Access). Uma

visualização da página encontra-se disponível no Anexo IV deste trabalho.

Page 50: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

42

Para encontrar as bombas desejadas, insere-se os dados para o caso mais crítico,

de tanque vazio, alternadamente, para cada fluido escolhido. Posteriormente, uma lista

com os possíveis equipamentos é disponibilizada, com suas curvas de Head x Vazão,

Eficiência x Vazão e outras. O critério de escolha foi a que apresentava a melhor

eficiência para as condições de vazão especificada.

A bomba encontrada para o sistema de Etanol Anidro foi a CPP 4x3x8 (OH1),

que atendeu aos requisitos de transporte desde o tanque vazio até ele cheio, variando a

rotação de 1902 (tanque vazio) a 796 (tanque cheio) rpm. O diâmetro do impelidor

aplicado para este sistema foi o 6,5 polegadas. Abaixo seguem as curvas.

A bomba encontrada para o sistema de Gasolina foi a CPP 6x4x10, que atendeu

aos requisitos de transporte desde o tanque vazio até ele cheio, variando a rotação de

1767 (tanque vazio) a 1313 (tanque cheio). O diâmetro do impelidor aplicado para este

sistema foi o 8.94 polegadas. Abaixo seguem as curvas.

Page 51: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

43

Ambas são da mesma família de equipamentos, CPP, e uma ilustração da mesma

segue abaixo:

Fig 4.1 - Bomba Ruhrpumpem família CPP [4]

Page 52: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

44

Para melhor apreciação das informações, tanto os gráficos quantos os dados das

bombas estão nos anexos V, VI, VII, VIII, IX e X deste trabalho.

4.2.1. VERIFICAÇÃO DA CAVITAÇÃO

De acordo com as especificações do fabricante, o NPSHr das bombas são: 0,85

m para o sistema Álcool Anidro e 1,44 m para o sistema Gasolina. Para garantir a não

ocorrência de cavitação, usa-se a equação 3.42, que já possui uma margem de

segurança.

Desta forma, para o sistema Álcool Anidro o NPSHd deve ser maior ou igual a

1,45 m e para o sistema Gasolina o NPSHd deve ser maior ou igual a 2,04 m.

Recordando a tabela de NPSHd calculada anteriormente:

Observa-se portanto que para todas as situações a condição é satisfeita.

4.2.2. SELEÇÃO DE MATERIAIS UTILIZADOS NAS BOMBAS

A escolha dos materiais a serem utilizados nas bombas tem relação direta com o

fluido bombeado. Sua natureza, bem como as condições de serviço, são fatores

confrontados com as características dos materiais, determinando a escolha.

A preocupação na seleção dos materiais recai, basicamente, nas concepções da

carcaça e do impelidor. Os demais componentes são definidos em compatibilidade com

os materiais definidos para estes.

As tabelas 4.1.a e 4.1.b abaixo apresentam as referências de especificação de

pump fittings[1] para cada líquido, sendo os tipos A e B recomendado para o Etanol

Anidro e os tipos B e C para a Gasolina. Por questões de unicidade na aquisição dos

materiais e economia, o tipo B, padrão Bronze fitted pump, para o qual todas as partes

metálicas em contato direto com o fluido bombeado são em aço carbono (exceto

algumas partes metálicas internas, em bronze), foi o selecionado para utilização.

Page 53: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

45

Tabela 4.1.a - Materiais de construção para bombeio de vários líquidos [1]

Page 54: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

46

Tabela 4.1.b - Materiais de construção para bombeio de vários líquidos [1]

Carcaça, Impelidor e Eixo

Como já definido pelo fabricante e relacionado pelas referências em pump

fittings, o material destes componentes é o aço carbono.

Page 55: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

47

Luvas

As luvas são utilizadas para proteção do eixo contra erosão, corrosão ou

desgaste e o material será o bronze.

Anéis de desgaste

São peças montadas apenas na carcaça, fixado apenas no rotor ou, tanto na

carcaça quanto no rotor. Fazem a separação entre regiões das pressões de descarga e

sucção, impedindo, assim, um retorno exagerado de líquido da descarga para a sucção e

evitam o desgaste das peças citadas, mais caras.

A utilização ou não destas peças ficam sob responsabilidade do fabricante, que

de acordo com o tipo de serviço e o seu projeto de concepção, definirá os parâmetros e

eventual necessidade de manutenção.

4.2.3. VEDAÇÃO POR SELO MECÂNICO

Sendo os fluidos bombeados nocivos ao meio ambiente, demandam a absoluta

impossibilidade de ocorrer vazamentos. Portanto, faz-se necessário o uso de vedação

por selo mecânico, por possuírem como principal função evitar totalmente o vazamento

de fluido na bomba.

Utilizando o catálogo de selos disponibilizados pelo fabricante John Crane,

seleciona-se o produto TYPE 515E, concebido para uso geral e que trabalha tanto com

gasolina quanto com o etanol anidro.

Os materiais do produto estão disponibilizados na tabela do catálogo em uma

configuração padrão, sendo a mola de liga Inconel Níquel Cromo, o anel de

acionamento da mola de Aço Inox endurecido por precipitação, o conjunto de parafusos

de Aço Inox 316 e o anel primário de resina de carbono impregnado com grafite. O anel

de selo secundário, em configuração padrão, é de Nitrílica média, Etileno Propileno e

Fluorcarbono.

Será selecionada a opção padrão por ser mais barata do que a outra disponível,

pela existência de máquinas sobressalentes e pelos fluidos de operação não demandarem

na execução do trabalho materiais mais nobres do que o padrão do fabricante.

Page 56: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

48

Para maiores informações, o catálogo está disponibilizado no anexo VII.

Como parte do sistema de vedação, há os planos recomendados pelo API-610 e

o mais adequado para os fluidos do projeto é o Plano 11, de recirculação da descarga,

através de orifício de restrição. Essa orientação é citada no livro de Bombas

Industriais[1] para líquidos que vaporizam a pressão e temperatura acima da atmosférica

e que permanecem líquidos durante todo tempo no processo como gasolina, querosene,

óleos, destilados, etc. e que estejam em temperaturas iguais ou inferiores a 200 ºF.

Segue abaixo uma figura ilustrativa do plano mencionado.

Figura 4.2 - Plano 11 do API-610 [5]

Page 57: seleção de bombas centrífugas para carregamento de mistura

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5. CONCLUSÃO

Devido a variação do nível de fluido no tanque de armazenamento e suas

implicações na seleção da bomba, a condição de operação crítica, de tanque vazio, foi

utilizada como referência para os cálculos. Desta forma, garante-se a operacionalidade

do equipamento em quaisquer situação em que se encontre a coluna de fluido.

Após a conclusão dos cálculos, foi feita a escolha das bombas com a melhor

eficiência, utilizando-se uma ferramenta apresentada pelo fabricante com uma lista de

opções. Para o sistema de Etanol Anidro, a escolha foi do equipamento CPP 4x3x8

(OH1), com impelidor de 6,5 polegadas e a variação da rotação de operação entre 1902

a 796 rpm. A escolha do sistema Gasolina foi para a CPP 6x4x10 (OH1), com impelidor

de 8.94 polegadas e operando na faixa de rotação entre 1767 e 1313 rpm.

A condição de não cavitação foi satisfeita sem ressalvas, garantindo o trabalho

do equipamento sem desgastes excessivos, erosão ou vibrações. Constata-se, então, que

as bombas centrífugas selecionadas satisfazem plenamente as condições de operação do

sistema de abastecimento do caminhão tanque.

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50

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] DE MATTOS, E.E., DE FALCO, R., Bombas Industriais, 2ª edição, Rio de Janeiro,

Interciência, 1998.

[2] FOX, R.W., PRITCHARD, P.J., MCDONALD, A.T, Introdução à Mecânica dos

Fluidos, 6ª edição, Rio de Janeiro, LTC Editora, 2006.

[3] OZISIC, M. N., Transferência de calor, Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1990.

[4] Ruhrpumpen: www.ruhrpumpen.com

[5] Jonh Crane: www.johncrane.com

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–ANEXO I - VISTA ESQUEMÁTICA

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ANEXO II - VISTA ESQUEMÁTICA LATERAL (ÁLCOOL OU GASOLINA)

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ANEXO III - VISTA ISOMÉTRICA (ÁLCOOL OU GASOLINA)

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ANEXO IV - PÁGINA DA FORNECEDORA - RUHRPUMPEN

Rosto da página de acesso da fornecedora da bomba

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ANEXO V - DADOS DA BOMBA CPP 4X3X8 (OH1) - ÁLCOOL

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ANEXO VI - DADOS DA BOMBA CPP-6X4X10 (OH1) - GASOLINA

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ANEXO VII - SELO MECÂNICO - JONH CRANE

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