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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CAMPUS DE JABOTICABAL SELEÇÃO DE ISOLADOS DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS PARA O CONTROLE DE Plutella xylostella (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE) E SUA AÇÃO EM INIMIGOS NATURAIS DA PRAGA Aline Maria Belasco de Almeida Bióloga JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL Agosto de 2009

SELEÇÃO DE ISOLADOS DE FUNGOS … · carreira científica, incentivarem e me ensinarem a gostar do controle microbiano de insetos. À secretária da Microbiologia Edna Dáquila,

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

SELEÇÃO DE ISOLADOS DE FUNGOS

ENTOMOPATOGÊNICOS PARA O CONTROLE DE

Plutella xylostella (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE) E SUA

AÇÃO EM INIMIGOS NATURAIS DA PRAGA

Aline Maria Belasco de Almeida

Bióloga

JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL

Agosto de 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

SELEÇÃO DE ISOLADOS DE FUNGOS

ENTOMOPATOGÊNICOS PARA O CONTROLE DE

Plutella xylostella (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE) E SUA

AÇÃO EM INIMIGOS NATURAIS DA PRAGA

Aline Maria Belasco de Almeida

Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro

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JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL

Agosto de 2009

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DADOS CURRICULARES DA AUTORA

ALINE MARIA BELASCO DE ALMEIDA – Filha de João de Almeida Neto e Fátima

Aparecida Belasco de Almeida, nascida no município de Itu-SP, em 15 de maio de

1984. Bióloga, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas em

dezembro de 2006. Estagiou no Laboratório de Controle Biológico no Instituto

Biológico de Campinas de março de 2003 a fevereiro de 2006 e bolsista de iniciação

científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),

de março de 2004 a março de 2006. Mestranda em Microbiologia Agropecuária pela

UNESP- Campus de Jaboticabal, com início em março de 2007, sendo bolsista da

FAPESP. Durante o período da Iniciação Científica e do curso de mestrado participou

de congressos e publicou trabalhos na área de controle microbiano de insetos. Obteve

o título de mestre em Microbiologia Agropecuária em agosto de 2009.

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“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço de que minha vida

é a maior empresa do mundo...

E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e

se tornar um autor da própria história...

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar

um oásis no recôndito da sua alma...

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um 'não'!!!

É ter segurança para receber uma crítica,

mesmo que injusta...

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

(Fernando Pessoa)

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MEUS PAIS

João Neto e Fátima - os maiores responsáveis por este sonho ter se tornado

realidade. Por estarem ao meu lado nos momentos bons e também de

dificuldades. Por acreditarem em mim até mesmo quando eu não acreditava

que seria possível. Por serem tão companheiros e dedicados. Por serem

guerreiros pela vida. Enfim, por todo seu amor.

MEU IRMÃO

Marcos Paulo – por me socorrer de madrugada com problemas no

computador. Por ser tão querido e amável. Por ser meu companheiro e dividir

as horas difíceis comigo.

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Aos meus avós Osmir, Santa e Escholástica pelo amor, presença e incentivo e

Sérgio (in memorian) por todo amor e carinho em todos os dias em que esteve

presente.

Aos meus tios Selma e Rubens por serem amigos, companheiros e

incentivadores da minha carreira

À minha prima Ariane e minha cunhada Lanay pelas conversas, carinho, amor

e amizade

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Aos meus amigos por terem tornado meus dias mais fáceis em Jaboticabal:

Ariane, Elis e Marília por serem tão queridas, especiais, amigas, companheiras,

conselheiras, irmãs que a vida colocou em meu caminho e que apesar da

distância continuam sempre presentes.

Ana Carolina, Cláudia (Portuga), Daniel, Débora (Capitu), Edileusa, Fernando

(Viludo), Haroldo, Letícia, Lucas, Michele, Milena Chaguri, Milena Souza,

Natália, e Taís pelo companheirismo, afetividade, conversas, preocupações,

risadas, choros e abraços. Enfim, pela amizade

Aos antigos e não menos importantes

Ana Sílvia, Alexandre Sano, Fernando (Bello), Inajá, Luciano, Mariana, Marilia,

Matheus e Roberto (Rob Gol) por sua presença em minha vida e dedicação a

nossa amizade durante tantos anos de nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro pela orientação, pelos

conselhos, pela confiança e paciência.

À FAPESP pela concessão do auxílio financeiro e da bolsa de estudos.

Aos professores Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida e Dr. Sergio Antonio de

Bortoli pela disponibilidade em participar da banca examinadora, bem como seus

conselhos e correções.

Aos professores Dr. José Carlos Barbosa, Dr. Euclides Braga Malheiros e Dr.

Gener Tadeu Pereira pela ajuda nas análises estatísticas.

Aos funcionários da biblioteca da FCAV por todas as informações e serviços prestados

e em especial à Tieko pela correção das referências.

À Usina Santa Adélia pelo fornecimento das lagartas de Diatraea saccharalis.

Aos professores Dr. Sergio Antonio de Bortoli e Dr. Robson Thomaz Thuler pelo

fornecimento dos insetos utilizados neste trabalho e também ao pessoal do LBCI

Alessandra Marieli, Alessandra Otuka, Cácia, Carol, Gustavo, Haroldo e Valéria

que estiveram sempre dispostos a me ajudar no que precisei.

Ao querido amigo Roberto Marchi Goulart por me ajudar com os insetos nos

experimentos e estar sempre disposto a isso. Por ser meu amigo, irmão, companheiro,

conselheiro e tão especial durante todos os anos de nossa amizade.

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Ao tão importante Lucas Detogni Simi por estar sempre presente durante os

experimentos e ser tão companheiro e dedicado com eles. Além do mais, pela sua

animação em todos os dias de trabalho. Por ser tão querido e especial e fazer parte da

minha vida.

Aos demais companheiros do laboratório de Microbiologia Aline, Ana, Carime,

Dinalva, Flávia, Manuela e Marquinhos pela ajuda e convivência.

Aos amigos e orientadores de graduação Pqc. Dr. Antonio Batista Filho, Dr. Luis

Garrigós Leite e Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida por me iniciarem na

carreira científica, incentivarem e me ensinarem a gostar do controle microbiano de

insetos.

À secretária da Microbiologia Edna Dáquila, pelo auxílio e amizade.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

RESUMO ..................................................................................................................... xiv

SUMMARY .................................................................................................................. xvi

I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1

II. OBJETIVOS .............................................................................................................. 3

III. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 3

3.1. Importância das crucíferas .................................................................................. 3

3.2. Aspectos biológicos de Plutella xylostella ........................................................... 4

3.3. Aspectos biológicos de Trichogramma spp. ........................................................ 6

3.4. Aspectos biológicos de Podisus nigrispinus ........................................................ 6

3.5. Formas de Controle ............................................................................................. 7

3.5.1. Controle Químico .......................................................................................... 7

3.5.2. Controle Biológico ......................................................................................... 8

IV. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 10

4.1. Insetos ............................................................................................................... 11

4.2. Fungos .............................................................................................................. 11

4.3. Determinação da concentração de aplicação dos entomopatógenos ............... 12

4.4. Seleção de isolados dos fungos entomopatogênicos para o controle de Plutella xylostella .................................................................................................................. 13

4.4.1. Bioensaios com ovos .................................................................................. 13

4.4.2. Bioensaios com lagartas ............................................................................. 14

4.4.4. Bioensaios com pupas ................................................................................ 14

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4.3.5. Bioensaios com adultos .............................................................................. 14

4.5. Aplicação dos entomopatógenos em Trichogramma pretiosum e Trichogramma exiguum .................................................................................................................... 15

4.6. Aplicação dos entomopatógenos em Podisus nigrispinus ................................. 16

4.7. Análise Estatística ............................................................................................. 16

V. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 17

5.1. Determinação da concentração de aplicação dos entomopatógenos ............... 17

5.2. Seleção de Isolados dos fungos entomopatogênicos para o controle de Plutella xylostella .................................................................................................................. 21

5.2.1. Ovos ............................................................................................................ 22

5.2.2. Lagartas ...................................................................................................... 24

5.2.3. Pupas .......................................................................................................... 28

5.2.4 Adultos ......................................................................................................... 30

5.3 Aplicação dos entomopatógenos em Trichogramma pretiosum e Trichogramma exiguum .................................................................................................................... 50

5.4 Aplicação dos entomopatógenos em Podisus nigrispinus .................................. 39

VI. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 42

VII. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 43

APÊNDICE....................................................................................................................53

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella pulverizadas com diferentes concentrações do isolado IBCB 66 do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana............................................

18

Figura 2. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella pulverizadas com

diferentes concentrações do isolado E9 do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae.......................................

19

Figura 3. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella pulverizadas com

diferentes concentrações do isolado IBCB 133 do fungo entomopatogênico Isaria fumosorosea.............................................

21

Figura 4. Porcentagem de lagartas eclodidas de ovos de Plutella xylostella

tratados com os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae...................................

23

Figura 5. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella causada pelos

fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae.............................................

26

Figura 6. Mortalidade de adultos de Plutella xylostella causada por diversos

isolados dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae...................................

32

Figura 7. Mortalidade de ninfas de 2º estádio de Podisus nigrispinus

causada por diversos isolados dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae..........................................................................................

40

Figura 8. Mortalidade de adultos de Podisus nigrispinus causada por

diversos isolados dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae..................

41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Fungos entomopatogênicos e respectivos isolados utilizados nos experimentos, com seus hospedeiros e locais de coleta................

12

Tabela 2. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella causada por

diferentes concentrações dos isolados IBCB 66 de Beauveria bassiana, IBCB 133 de Isaria fumosorosea e E9 de Metarhizium anisopliae........................................................................................

17

Tabela 3. Tempos letais médios das diferentes concentrações do isolado

IBCB 66 de Beauveria bassiana, necessários para matar 50 e 90% das lagartas de Plutella xylostella...........................................

19

Tabela 4. Tempos letais médios das diferentes concentrações do isolado

E9 de Metarhizium anisopliae, necessárias para matar 50 e 90% das lagartas de Plutella xylostella...................................................

20

Tabela 5. Tempos letais médios das diferentes concentrações do isolado

IBCB 133 de Isaria fumosorosea, necessários para matar 50 e 90% das lagartas de Plutella xylostella...........................................

21

Tabela 6. Mortalidade de Plutella xylostella após tratamento de pupas com

isolados dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae.................................

29

Tabela 7. Emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e T. exiguum

de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação de Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae 24 horas antes do parasitismo.......................................................................

34

Tabela 8. Desdobramento da interação isolados de Isaria fumosorosea

versus parasitóides, significativa para a emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e Trichogramma exiguum de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação do patógeno 24 horas antes do parasitismo.......................................................................

35

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Tabela 9. Desdobramento da interação isolados versus parasitóides, significativa para a emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e T. exiguum de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação de Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae 24 horas após o parasitismo......................................................................................

36

Tabela 10. Desdobramento da interação isolados versus parasitóides,

significativa para a mortalidade de adultos de Trichogramma pretiosum e T. exiguum, após a aplicação de Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae................

37

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LISTA DO APÊNDICE

Figura 1. Emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e T. exiguum de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação de Beauveria bassiana 24 horas antes do parasitismo.............................................

54

Figura 2. Emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e T. exiguum

de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação de Metarhizium anisopliae 24 horas antes do parasitismo.........................................

55

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Seleção de isolados de fungos entomopatogênicos para o controle de Plutella

xylostella (Lepidoptera: Plutellidae) e sua ação em inimigos naturais da praga�

RESUMO - A traça-das-crucíferas Plutella xylostella é relatada como uma das

principais pragas das crucíferas no Brasil e no mundo. Sua principal forma de controle

ainda é o químico, mas seu uso indiscriminado tem causado problemas de resistência

de algumas populações, além de matar seus inimigos naturais e trazer malefícios para

o ambiente e para o homem. Alguns estudos de controle biológico vêm sendo

realizados para o controle dessa praga, dentre eles destacando-se o uso de fungos

entomopatogênicos e de parasitóides. Assim, foi realizado um estudo com o objetivo

de determinar a concentração e tempo letal 50 e 90 dos fungos entomopatogênicos

Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium anisopliae para lagartas de P.

xylostella, e a patogenicidade de isolados deste fungos para ovos, lagartas, pupas e

adultos da praga. Foram utilizados cinco isolados de cada espécie fúngica, sendo que

os mais patogênicos à todas as fases do ciclo de vida do inseto foram utilizados para

investigar a interação dos entomopatógenos com os parasitóides Trichogramma

pretiosum e T. exiguum e com o predador Podisus nigrispinus. As CL90 para B.

bassiana, I. fumosorosea e M. anisopliae foram 2 x 108, 8,65 x 107 e 1,77 x 108

conídios mL-1, respectivamente, sendo que estas foram utilizadas em todos os

experimentos posteriores. Os isolados CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea

mostraram uma ação patogênica eficiente para ovos da praga, causando,

respectivamente, 66 e 70% de mortalidade. Para a fase de lagarta os isolados E9 e o

IBCB 425 de M. anisopliae, causaram, respectivamente, 98 e 96% de mortes.

Considerando a mortalidade total de pupas tratadas e seus adultos emergidos, a ação

dos isolados AM 09, JAB 07, IBCB 74 e IBCB 87 não diferiu significativamente

(p<0,01) causando, respectivamente, 94, 92, 82 e 100% de mortalidade do inseto.

Para os adultos não houve diferença significativa na ação patogênica entre os vários

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isolados de B. bassiana, os isolados CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea causaram,

respectivamente, 98 e 94% de mortes de adultos de P. xylostella e os isolados E9,

IBCB 159 e IBCB 425 de M. anisopliae, causaram respectivamente, 100, 92 e 96% da

morte dos adultos. Pelos resultados obtidos em todas as fases do presente estudo,

pode-se destacar os isolados AM 09 de B. bassiana, CB 75 e IBCB 133 de I.

fumosorosea, e E9 e IBCB 425 de M. anisopliae que foram os mais patogênicos à

todos os estágios de vida de P. xylostella, sendo que os demais isolados destacaram-

se somente em algumas fases. Esses isolados em sua maioria, não afetaram o

desenvolvimento dos parasitóides dentro do ovo da praga, mas afetaram os seus

adultos. Os isolados também afetaram o desenvolvimento das ninfas de 2º ínstar e

dos adultos de P. nigrispinus, chegando a 100% de mortes das ninfas com os isolados

AM 09 e IBCB 425 e dos adultos com o isolado IBCB 66.

Palavras-chave: Controle biológico, controle microbiano, traça-das-crucíferas,

patogenicidade, Trichogramma sp, Podisus nigrispinus.

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Screening of enthomopathogenic fungi to the control of Plutella xylostella

(Lepidoptera: Plutellidae) and its action in natural enemies of the pest

SUMMARY – The diamondback moth Plutella xylostella is related as one of

mainly pests in crucifers in Brazil. Its mainly control way still is chemical, but its

indiscriminate use has been causing resistance in some populations, besides to kill its

natural enemies and bring bad things for environment and human. Some studies of

biological control have been made, outsdanding entomopathogenic fungi and

parasitoids. Thus, it was determinated the lethal time and concentration 50 and 90 of

entomopathogenic fungi Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea and Metarhizium

anisopliae to larvae of P. xylostella, and the pathogenicity of strains of these fungi to

eggs, larvae, pupae and adults of the pest. It was used five strains of each fungal

specie, and the most pathogenic were used to investigate the interaction between

entomopathogens and the parasitoids Trichogramma pretiosum and T. exiguum and

with the predator Podisus nigrispinus. The LC90 for B. bassiana, I. fumosorosea and M.

anisopliae were 2 x 108, 8,65 x 107 e 1,77 x 108 conidia ml-1, respectively, being used in

the following bioassays. The strains CB 75 and IBCB 133 of I. fumosorosea showed an

efficient pathogenic action for the eggs of the pest, causing, respectively, 66 and 70%

of mortality. For larvae the isolates E9 and IBCB 425 of M. anisopliae, caused,

respectively, 98 and 96% of death. Considering the total mortality of treated pupae and

its emerged adults, the action of AM 09, JAB 07, IBCB 74 and IBCB 87, did not differ

significantly (p<0,01) causing, respectively, 94, 92, 82 e 100% of insect mortality. For

adults there was no statistical difference between the B. bassiana strains. The isolates

CB 75 and IBCB 133 of I. fumosorosea caused, respectively, 98 and 94% of adults

death of P. xylostella and the strains E9, IBCB 159 and IBCB 425 of M. anisopliae,

caused 100, 92 and 96% of death. For the obtained results in all the stages of this

study, we can outstand the strains AM 09 of B. bassiana, CB 75 and IBCB 133 of I.

fumosorosea, and E9 and IBCB 425 of M. anisopliae that were the most pathogenic to

all the stages of P. xylostella, being that the other strains were pathogenic only in some

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stages. This isolates, did not affect the development of parasitoids inside the eggs of

the pest, but affected its adults. The isolates affects the development of 2nd ínstar

nymphs and adults of P. nigrispinus, reaching 100% of mortality of nymphs with AM 09

and IBCB 425 strains and adults with strain IBCB 66.

Keywords: Biological control, microbial control, diamondback moth, pathogenicity,

Trichogramma sp, Podisus nigrispinus.

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I. INTRODUÇÃO

A traça-das-crucíferas Plutella xylostella (L., 1758) (Lepidoptera: Plutellidae) é

relatada como uma das principais pragas das crucíferas do mundo e também nos

cultivos brasileiros (CASTELO BRANCO et al., 1996; DIAS et al., 2004). No Brasil, a

praga tem ocorrência anual e causa elevados prejuízos aos produtores e apesar disso,

segundo SILVA et al. (2003), há poucos estudos no país visando seu controle.

Diversos inseticidas químicos são utilizados para o controle da traça-das-

crucíferas, dentre eles organofosforados, carbamatos e piretróides como princípios

ativos (DIAS et al., 2004). Atualmente, o uso destes produtos químicos para o seu

controle é controverso. Há estudos que sugerem a eficiência de alguns deles e outros

que demonstram a resistência da praga aos agrotóxicos, mas o uso indiscriminado

continua sendo a principal forma de controle de P. xylostella por ser considerado

prático, rápido e eficiente na redução populacional dessa praga (FRANÇA &

MEDEIROS, 1998; MONNERAT et al., 2000; CASTELO BRANCO & MELO, 2002).

Contudo, o uso intensivo de agrotóxicos tem sérias restrições pela

contaminação do meio ambiente e danos à saúde humana, além de poder afetar

organismos não alvo, como insetos benéficos, animais silvestres e de criação. Assim,

o controle biológico se apresenta como uma ótima alternativa, permitindo reduzir os

danos causados pela praga, mantendo a viabilidade econômica do sistema produtivo,

sem causar impactos negativos ao ambiente (SOUZA & REIS, 1986; PEREIRA et al.,

2004).

Entre os inimigos naturais da praga estão os parasitóides e dentre estes se

destacam os do gênero Trichogramma, que têm sido os mais estudados, pela sua

eficiência, ampla distribuição geográfica, facilidade de criação em laboratório, além de

diversas espécies deste gênero já terem sido coletadas em mais de 200 hospedeiros.

Além do mais, o Brasil é o único país da América do Sul onde há relatos de T.

pretiosum (Riley, 1879) (Hymenoptera: Trichogrammatidae) parasitando ovos de P.

xylostella (ZUCCHI & MONTEIRO, 1997).

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Outra alternativa para o controle da praga são os patógenos. Dentre os

entomopatógenos testados estão os fungos entomopatogênicos que vêm sendo

estudados como alternativa de controle para a traça-das-crucíferas. Esses patógenos

viáveis para o controle de insetos-praga, já que têm a capacidade de atacar um

grande número deles em praticamente todos os estádios de desenvolvimento e

possuem uma grande variabilidade genética, permitindo estudos de seleção de cepas

ou isolados e avaliação dos mais virulentos (ALMEIDA & MACHADO, 2006). Além

disso, podem afetar as gerações seguintes, diminuindo a oviposição, a viabilidade de

ovos e aumentando a sensibilidade da população a outros agentes biológicos e

químicos (ALVES, 1998).

O uso de fungos entomopatogênicos agregado ao uso dos parasitóides pode

ser uma alternativa viável de controle da praga, mas deve-se avaliar os prováveis

efeitos dos fungos sobre os inimigos naturais, pois se estes não forem afetados,

podem causar maior suscetibilidade do hospedeiro aos fungos entomopatogênicos e

transmitir seus propágulos infectivos nas plantações, podendo provocar uma epizotia

do entomopatógeno, atacando então o inseto-alvo (MAGALHÃES et al., 1998).

A maior parte dos trabalhos envolvendo o controle de P. xylostella por fungos

entomopatogênicos foi realizada usando o estágio de larvas. Trabalhos envolvendo

outros estágios como ovos, pupas e adultos não foram encontrados na literatura, mas

a susceptibilidade do inseto pode variar em função de suas diferentes fases de

desenvolvimento. Assim sendo, novos estudos precisam ser conduzidos para verificar

a suscetibilidade dos diferentes estágios, selecionar isolados efetivamente

patogênicos a estes e analisar sua influência em outros inimigos naturais da praga.

Com base no acima exposto, este trabalho teve como objetivo estudar a ação

de fungos entomopatogênicos sobre todas as fases de desenvolvimento de P.

xylostella e sobre alguns de seus inimigos naturais.

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II. OBJETIVOS

- Determinar as concentrações e os tempos letais (50% e 90%), utilizando as espécies

Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Isaria fumosorosea de fungos

entomopatogênicos.

- Selecionar isolados das três espécies fúngicas para o controle de P. xylostella, em

seus diferentes estágios de desenvolvimento.

- Avaliar a ação dos entomopatógenos nos inimigos naturais da praga, T. pretiosum, T.

exiguum Pinto & Platner (Hymenoptera: Trichogrammatidae) e Podisus nigrispinus

Dallas (Heteroptera: Pentatomidae).

III. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Importância das crucíferas

Na família das crucíferas estão cerca de 350 gêneros de grande importância

econômica pelo número de plantas utilizadas na alimentação humana, destacando-se

a sub-família Brassicaceae onde sem encontram a couve, couve-rábano, couve-flor,

repolho, couve-de-bruxelas, mostarda, nabo e brócolis (JOLY, 1993).

De acordo com FILGUEIRA (1972) as hortaliças são importantes na

alimentação, pois são fontes baratas que fornecem calorias, proteínas, carboidratos,

vitaminas e sais minerais essenciais para a saúde humana. O consumo de crucíferas

no Brasil aumentou em 12% em relação ao ano de 2008 (FAO, 2009), mas há

diversos problemas fitossanitários nas culturas, o que implica na maior aplicação de

agroquímicos (FILGUEIRA, 1972).

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As principais pragas das crucíferas, de acordo com EMBRAPA (2009), são

pulgões, cochonilhas, moscas brancas, ácaros, percevejos, nematóides, formigas e

lagartas, exigindo, além de técnicas de controle nas culturas, o trato cultural, que

acaba sendo preventivo à essas pragas. Dentre as principais pragas há o destaque

para P. xylostella que ataca diversas espécies de brássicas, e para qual há vários

estudos de controle.

3.2. Aspectos biológicos de Plutella xylostella

A traça-das-crucíferas P. xylostella é uma praga cosmopolita (LIU et al., 1982)

e é relatada como uma das principais das crucíferas no Brasil e no mundo, devido à

desfolha que causa em suas plantas hospedeiras (CASTELO BRANCO et al., 1996;

CASTELO BRANCO & MELO, 2002), sendo que registros de sua ocorrência têm sido

encontrados em diversos países do mundo. Sua ocorrência foi observada durante todo

o ano, havendo declínio de sua população no período chuvoso (CASTELO BRANCO

et al., 1997).

No primeiro estádio as larvas são minadoras, sendo que a partir do 2º se

alimentam das folhas, causando perfurações, inutilizando-as para consumo. É uma

praga de ocorrência durante o ano todo no Brasil, causando prejuízos aos produtores

(CASTELO BRANCO & MELO, 2002; GALLO et al., 2002, SILVA et al., 2003) e, por

isso, tem se tornado alvo de várias pesquisas em todas as regiões produtoras, visando

medidas de controle tecnicamente adequadas, economicamente satisfatórias e

ecologicamente corretas (THULER, 2006).

Segundo MARSH (1917) e MINER (1947) a praga alimenta-se de couve-flor

(Brassica oleracea var. botrytis), nabo (Brassica rapa), rabanete (Raphanus sativus),

colza (Brassica napus), couve (Brassica oleracea), mostarda (Brassica alba),

“mostarda chinesa” (Brassica junceae), agrião (Radicula sinuata), Radicula armoracea,

Koniga maritima e Iberis amara, sendo o repolho o favorito.

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Os ovos da traça são bastante diminutos (MARSH, 1917), de forma oval

(HARDY, 1938), com coloração amarelo claro ou esverdeado (OOI & KELDERMAN,

1979), com 0,46 mm de comprimento e 0,29 mm de largura. São colocados

normalmente isolados, mas podem ser encontrados agrupados de dois a três

(MARSH, 1917), geralmente próximo às nervuras na face ventral das folhas. Seu

período de incubação é de cerca de três dias, sendo que ao fim desse tempo a lagarta

rompe o córion, eclodindo primeiro a cabeça (HARDY, 1938).

Logo após a eclosão, as lagartas, de coloração esbranquiçada, alimentam-se

do parênquima por dois ou três dias, formando as minas. Em seguida abandonam-nas

e passam a se alimentar da epiderme, deixando somente a película, causando as

áreas transparentes que são características do dano de P. xylostella (HARDY, 1938;

IMENES et al., 2002). As lagartas atingem seu máximo desenvolvimento com 8 a 10

mm de comprimento, após 9 ou 10 dias da eclosão (GALLO et al., 2002). O período

larval é dividido em quatro ínstares, sendo que ao final desse período a lagarta

confecciona um casulo com fios de seda, quando adquire coloração verde brilhante

(OOI & KELDERMAN, 1979; MEDEIROS et al., 2006).

O período pré-pupal é relativamente curto e mudanças extremamente visíveis

ocorrem na fase de pré-pupa, como redução no comprimento e aumento na largura do

corpo, e uma mudança de verde escuro para verde claro. Esse período corresponde à

formação do casulo e a última ecdise, quando surge a pupa (OOI & KELDERMAN,

1979).

A pupa quando nova, possui coloração amarelada, verde clara ou branca,

mudando para marrom claro e posteriormente para marrom escuro ou preto, com a

maturidade, medindo cerca de 7 mm, ficando fechada dentro de uma fina rede de fios

entrelaçados (HARDY, 1938).

O adulto é um microlepidóptero de coloração parda, que mede de 8 a 9 mm de

comprimento. Quando estão em repouso, as asas ficam fechadas e juntas ao corpo,

apresentando ligeira aparência curvada para cima. Nos machos a margem posterior

das asas anteriores é branca formando uma mancha alongada em forma de

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“diamante”, característica sobre a face dorsal (HARDY, 1938; GALLO et al., 2002;

IMENES et al., 2002).

3.3. Aspectos biológicos de Trichogramma spp.

Dentre as espécies de Trichogrammatidae estão 160 espécies de insetos do

gênero Trichogramma. Estes pertencem à superfamília Chalcidoidea e são

exclusivamente parasitóides de ovos, normalmente encontrados parasitando ovos de

lepidópteros (PINTO, 1997).

O gênero Trichogramma foi descrito por Westwood em 1833, sendo a espécie

tipo T. evanescens (ZUCCHI & MONTEIRO, 1997). Os insetos pertencentes a esse

gênero são microhimenópteros, de tamanho diminuto, variando de 0,2 a 1,5 mm de

comprimento (PARRA & ZUCCHI, 1997; HAJI et al., 2002).

T. pretiosum é a espécie mais amplamente distribuída e aquela com maior

número de hospedeirosa, parasitando cerca de 26 espécies, dentre elas a traça-das-

crucíferas P. xylostella. Já, T. exiguum é a espécie com o segundo maior número de

hospedeiros, mais comumente encontrado na Colômbia (ZUCCHI & MONTEIRO,

1997), sendo recentemente relatado o primeiro registro de T. exiguum associado à

traça-das-crucíferas, assim de acordo com BARROS & VENDRAMIN (1999), estudos

com esse parasitóide relacionados à praga são escassos.

3.4. Aspectos biológicos de Podisus nigrispinus

O gênero Podisus pertence à subfamília Asopinae (Hemiptera, Heteroptera,

Pentatomidae). Os membros desta subfamília possuem hábito alimentar predador.

São encontrados predando insetos das ordens Lepidoptera, Coleoptera e

Hymenoptera (VACARI, 2006), sendo que se alimentam principalmente de larvas de

lepidópteros (OLIVEIRA et al., 2002)�

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P. nigrispinus é um predador considerado generalista comumente encontrado

ao longo do continente americano e considerado um importante inimigo natural com

promissor potencial para uso em programas de controle biológico (ZANUNCIO et al.,

1994). Sua ocorrência tem sido registrada em culturas como soja, algodão, eucalipto,

hortaliças e tomate (VIVAN et al., 2002), sendo associado principalmente à

lepidópteros-praga, como a lagarta-da-soja, a traça-do-tomateiro e lepidópteros do

eucalipto.

3.5. Formas de Controle

3.5.1. Controle Químico

O uso de inseticidas químicos tem sido o método mais adotado pelos

produtores para controlar P. xylostella, sendo os mais utilizados os organofosforados,

carbamatos e piretróides (DIAS et al., 2004). LIU et al. (1982) testaram 15 inseticidas

em duas raças da traça e observaram que estas foram altamente resistentes à alguns

fosforados e carbamatos, mas altamente sensíveis aos piretróides. FRANÇA et al.

(1985) testaram 20 produtos químicos diferentes em área irrigada por aspersão e

infiltração, conseguindo excelente controle com Avermectin 18CE e Baytroid 5CE.

Apesar dos diversos estudos envolvendo os inseticidas químicos e também a

sua aplicação no campo para controlar P. xylostella, atualmente há diversos autores

que indicam resistência da traça à alguns desses inseticidas em diversas regiões

produtoras do mundo. Esse fato está relacionado com o ciclo rápido da praga e

também ao uso indiscriminado desses produtos.

Assim, GARRIDO et al. (1997) testaram a susceptibilidade de populações de

diferentes cidades do Chile à deltametrina, metamidofós e endosulfan e verificaram

que os três inseticidas controlaram a praga, mas que havia desenvolvimento de

resistência a deltametrina na população de Quillota e a metamidafós em Colina.

Comparando inseticidas químicos com o inseticida Dipel, à base da bactéria

Bacillus thuringiensis, BARROS et al. (1993) verificaram que Dipel foi superior à todos

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os produtos químicos testados, sendo que cartap e metamidafós foram considerados

como intermediários no controle de P. xylostella.

SHI et al. (2004) testaram cinco inseticidas contra a traça e observaram que

fipronil, avermectina e chlorfluazuron mataram mais de 95% de larvas de terceiro

ínstar enquanto fenvalerate e metomil não foram capazes da causar mortalidade

acima de 70 %.

Inseticidas reguladores de crescimento também foram testados para o

controle de P. xylostella. DE BORTOLI et al. (2006) utilizaram lufenuron e não

observaram mortalidade dos adultos da praga. FRANÇA & MEDEIROS (1998)

testaram a combinação de deltametrina e abamectin contra e observaram que essa

combinação possibilitou uma maior quantidade de cabeças comerciais de repolho,

sendo superior ao padrão B. thuringiensis.

Avaliando a susceptibilidade de populações de P. xylostella a abamectin e

cartap, CASTELO BRANCO et al. (2002) concluíram que programas para o manejo de

resistência a inseticidas em traça-das-crucíferas devem ser implementados no país.

Para isso, deve-se incentivar a rotação de inseticidas, com a utilização de produtos

que possuam diferentes mecanismos de ação e também o uso conjunto de diferentes

inseticidas nas várias regiões de cultivo, pois encontraram resistência da traça à esses

inseticidas em algumas áreas de cultivo em Brasília, DF. KHALIQ et al. (1997) também

encontraram resistência de diversas populações da praga á piretróides e

organofosforados, no Paquistão.

3.5.2. Controle Biológico

Entre os inimigos naturais da praga estão os parasitóides, destacando-se os

do gênero Trichogramma que têm sido os mais estudados, principalmente pela sua

eficiência, ampla distribuição geográfica, facilidade de criação em laboratório, além de

diversas espécies deste gênero já terem sido coletadas em mais de 200 hospedeiros.

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Além do mais, o Brasil é o único país da América do Sul onde há relatos de T.

pretiosum parasitando ovos de P. xylostella (ZUCCHI & MONTEIRO, 1997).

Outra alternativa para o controle da praga são os patógenos. O microrganismo

mais estudado e utilizado é o Bacillus thuringiensis Berliner (KUMAR & GUJAR, 2005;

MEDEIROS et al., 2006; GAO, et al., 2008), mas há relatos de resistência do inseto às

toxinas da bactéria, tanto em campo quanto em laboratório (PEREZ et al., 1997;

SAYYED et al., 2001; BAXTER et al., 2005; NATHAN et al., 2006). Nematóides

entomopatogênicos e suas bactérias simbiontes também têm sido estudados (ABDEL-

RAZEK, 2003; SCHROER & EHLERS, 2005; SOMVANSHI et al., 2006), assim como a

combinação de agentes de controle como nematóides entomopatogênicos dos

gêneros Steinernema e Heterorhabditis com B. thuringiensis (GASSMANN et al.,

2008). Os baculovírus estão sendo estudados, mas em menor frequência (FARRAR et

al., 2007).

Os fungos entomopatogênicos também vêm sendo estudados como

alternativa de controle da traça-das-crucíferas. São patógenos viáveis para o controle

de insetos-praga, já que são capazes de atacar um grande número deles em

praticamente todos os estádios de desenvolvimento e possuem grande variabilidade

genética, permitindo estudos de seleção de cepas ou isolados para avaliação dos

mais virulentos (ALMEIDA & MACHADO, 2006). Além disso, podem afetar as

gerações seguintes, diminuindo a oviposição, a viabilidade de ovos e aumentando a

sensibilidade da população a outros agentes biológicos e químicos de controle

(ALVES, 1998).

Há estudos envolvendo Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae, Isaria

fumosorosea (=Paecilomyces fumosoroseus) e Zoophtora radicans, com resultados

satisfatórios, tanto em condições de laboratório como de campo. IBRAHIM & LOW

(1993) obtiveram redução de 45,7% e 44,1% na pupação da praga utilizando B.

bassiana e I. fumosorosea em condições de campo, na concentração de 1 x 107

conídios mL-1. Já, YOON et al. (1999), utilizando o isolado CS-1 de B. bassiana na

concentração de 1 x 108 conídios mL-1, obtiveram mortalidade de 86,23% de larvas de

P. xylostella em laboratório e 66,46% em campo. Resultado semelhante foi obtido por

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SILVA et al. (2003), com mortalidade larval maior que 80% em laboratório, utilizando

cinco isolados de B. bassiana e de dois de M. anisopliae. FURLONG & PELL (2001)

observaram após a inoculação de I. fumosorosea e Z. radicans em machos do inseto

que ocorreu a transmissão de ambas espécies de entomopatógenos em níveis acima

de 80%.

O uso de fungos entomopatogênicos agregado ao uso dos parasitóides pode

ser uma alternativa viável de controle da praga, mas deve-se avaliar os prováveis

efeitos dos fungos sobre os inimigos naturais, pois se estes não forem afetados,

podem causar maior suscetibilidade do hospedeiro aos fungos entomopatogênicos e

transmitir seus propágulos infectivos nas plantações, podendo provocar uma epizotia

do entomopatógeno (MAGALHÃES et al., 1998).

Alguns estudos de interação entre fungos entomopatogênicos e inimigos

naturais de P. xylostella foram realizados. FURLONG & PELL (2000) avaliaram o

efeito de Z. radicans nos parasitóides Diadegma semiclausum Hellen (Hymenoptera:

Ichineumonidae) e Cotesia plutellae Kurdjumov (Hymenoptera: Braconidae) e

observaram que houve uma competição interespecífica entre os agentes de controle,

mas que favoreceu o controle da praga. FURLONG (2004) avaliou o efeito de B.

bassiana em D. semiclausum e observou que o parasitóide foi afetado nas

concentrações mais altas do patógeno. SANTOS JR et al. (2006) avaliaram o efeito de

B. bassiana e M. anisopliae em Oomyzus sokolowskii Kurdjumov (Hymenoptera:

Eulophidae) e obtiveram mortalidades acima de 90% de larvas de P. xylostella quando

o fungo foi pulverizado após a inoculação do parasitóide no hospedeiro.

IV. MATERIAL E MÉTODOS

Todos os ensaios foram desenvolvidos no Laboratório de Microbiologia do

Departamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias

da Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal.

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� 4.1. Insetos

Os insetos-praga e os predadores foram fornecidos pelo Laboratório de

Biologia e Criação de Insetos (LBCI) do Departamento de Fitossanidade (Entomologia)

da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista,

Campus de Jaboticabal, sendo que Trichogramma foram obtidos na empresa BUG

Agentes Biológicos localizada em Piracicaba, S.P.

4.2. Fungos

Foram utilizados as espécies e isolados relacionados na Tabela 1. Os fungos

foram repicados em três pontos em placas de Petri (9 cm de diâmetro) contendo meio

autoclavado, batata-dextrose-ágar (B.D.A.). As placas ficaram mantidas em estufa tipo

B.O.D. (27 ± 0,5 ºC e fotoperíodo de 12 horas) e após 14 dias foram utilizadas no

preparo de suspensões. Antes da aplicação dos microrganismos nas lagartas

foram realizados testes de viabilidade. Para tal, lâminas de microscopia foram

autoclavadas e divididas em 3 campos de contagem. Sobre as lâminas 4 mL de meio

B.D.A. foram colocados e sobre o meio de cultura 1 gota das suspensões em cada

campo. Cada lâmina foi mantida dentro de uma placa de Petri contendo pedaços de

algodão umedecidos. As placas foram mantidas em B.O.D. (27 ± 0,5 ºC) durante 15

horas. Para cada fungo foram feitas três lâminas, nas quais foram contados 150

conídios por campo, entre germinados e não germinados estabelecendo-se uma

proporção de viabilidade.

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Tabela 1. Fungos entomopatogênicos e respectivos isolados utilizados nos experimentos, com sua

origem ou hospedeiros e locais de coleta.

Fungo Isolado Origem/Hospedeiro Localidade AM 09 Deois incompleta Manaus, AM

Beauveria JAB 07 Musca domestica Jaboticabal,SP bassiana IBCB 66 Hypothenemus hampei S. J. Rio Pardo, SP

IBCB 74 Lyzothopteus eryzosperulu Japão IBCB 87 Cosmopolites sordidus Goiânia, GO CB 75 Não identificado Campinas, SP

Isaria IBCB 124 Solo Campinas, SP fumosorosea IBCB 130 Solo Florínea, SP

IBCB 133 Solo de chá Pariquera Açú, SP IBCB 148 Solo Limeira, SP E9 Deois flavopicta Espírito Santo

Metarhizium IBCB 104 Scaptocaris castanea Campinas, SP anisopliae IBCB 159 Solo Cascavel, PR

IBCB 348 Mahanarva fimbriolata Sertãozinho, SP IBCB 425 Solo Iporanga, SP

4.3. Determinação da concentração de aplicação dos entomopatógenos

Foram utilizados os isolados IBCB 66 de B. bassiana, E 9 de M. anisopliae e

IBCB 133 de I. fumosorosea. Estes isolados foram selecionados por terem resultados

satisfatórios em estudos envolvendo diferentes pragas e culturas.

Foram feitas suspensões nas concentrações de 1x106, 5x106, 1x107, 5x107,

1x108, 5x108 e 1x109 conídios mL-1, sendo que cada concentração representou um

tratamento, utilizando-se cinco repetições com 10 lagartas de 2º ínstar em cada, além

do tratamento testemunha. Os insetos foram colocados em placas de Petri (9 cm de

diâmetro) contendo no fundo papel filtro umedecido e sobre este um disco de folha de

couve de mesmo diâmetro previamente limpo com água destilada estéril. As lagartas

foram inoculadas por pulverização manual com 1 mL de uma das suspensões

fúngicas. As placas foram vedadas e mantidas a 25 ± 0,5ºC e fotoperíodo de 12 horas.

Os insetos do tratamento testemunha foram pulverizados com o veículo da

suspensão.

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As avaliações foram diárias durante 10 dias, já que o período de colonização

do hospedeiro pelo fungo ocorre de 3 a 8 dias após a penetração do mesmo (ALVES,

1998). As lagartas mortas foram transferidas para placas de Petri contendo um pedaço

de algodão úmido (câmara úmida) e colocadas em B.O.D. a 25 ± 0,5 ºC para se

confirmar a mortalidade pelos fungos.

4.4. Seleção de isolados dos fungos entomopatogênicos para o controle de

Plutella xylostella

Os bioensaios descritos a seguir foram realizados com os fungos relacionados

na Tabela 1. Para cada espécie fúngica fez-se um bioensaio.

��������4.4.1. Bioensaios com ovos

Os ovos da traça-das-crucíferas foram desinfectados com solução de

hipoclorito de sódio a 0,1%. Em seguida foram colocados em placas de Petri (90 mm

de diâmetro) contendo papel filtro na parte inferior para secagem, e separados em

cinco repetições contendo dez ovos cada, num total de 50 ovos por isolado de cada

espécie de entomopatógeno. Foram então pulverizados com 1 mL da suspensão de

conídios cuja CL90 foi determinada no experimento anterior. Os ovos da testemunha

foram pulverizados com o veículo da suspensão. As placas foram mantidas em estufa

tipo B.O.D. (25 ± 0,5 ºC e fotoperíodo de 12 horas).

As avaliações foram realizadas diariamente até completarem dez avaliações.

Os ovos cujas lagartas não eclodiram foram transferidos para câmaras úmidas e

colocados em B.O.D. a 25 ± 0,5 ºC e fotoperíodo de 12 horas para confirmar a

mortalidade pelos fungos.

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4.4.2. Bioensaios com lagartas

Neste bioensaio foi utilizada a metodologia já descrita no item 4.2., usando-se a

suspensão de conídios cuja CL90 foi determinada no mesmo experimento. A avaliação

da mortalidade também foi realizada conforme anteriormente descrito.

� 4.4.4. Bioensaios com pupas

As pupas foram imersas nas suspensões fúngicas de cada isolado com CL90

previamente determinada e colocadas em placas de Petri (9 cm de diâmetro) contendo

papel filtro umedecido no fundo e mantidas em estufa tipo B.O.D. 25 ± 0,5ºC e

fotoperíodo de 12 horas. As avaliações foram realizadas diariamente até completarem

dez avaliações. As pupas cujos adultos não emergiram foram transferidas para

câmaras úmidas e colocadas em B.O.D. a 25 ± 0,5ºC e fotoperíodo de 12 horas para

confirmar a mortalidade pelos fungos. Além do mais, foi observada a mortalidade dos

adultos emergidos das pupas tratadas, os quais foram colocados em câmaras úmidas,

mantidas a 25 ± 0,5ºC para observação da extrusão do patógeno.

� 4.3.5. Bioensaios com adultos

Os insetos adultos foram colocados a 4oC para contenção e logo a seguir

pulverizados, em placas de Petri (25 cm de diâmetro), com 1 mL da suspensão de

conídios cuja CL90 foi determinada em experimento anterior (item 4.3). Em seguida

foram transferidos para gaiolas de plástico (300 mL de capacidade) com abertura de

tecido “voile” na tampa. Para a alimentação dos insetos foi fornecido um algodão

úmido com solução de mel a 10% que ficou suspenso na parte superior das gaiolas.

As gaiolas de plástico foram mantidas em B.O.D. a 25 ± 0,5ºC por 10 dias.

As avaliações foram realizadas diariamente por dez dias, quando os insetos

mortos foram transferidos para câmaras úmidas que foram mantidas em estufa a 25 ±

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0,5ºC e fotoperíodo de 12 horas, para confirmação da mortalidade pelos

entomopatógenos.

4.5. Aplicação dos entomopatógenos em Trichogramma pretiosum e

Trichogramma exiguum

Após os testes de seleção, foram escolhidos os isolados com maior

patogenicidade para as diversas fases de P. xylostella, determinados de acordo com o

item 4.4. Estes isolados foram novamente repicados para obtenção de suspensão na

concentração utilizada nos testes de patogenicidade.

O experimento foi realizado nas seguintes situações: a) infestação do

parasitóide nos ovos de P. xylostella, 24 horas após a pulverização dos mesmos com

os fungos; b) pulverização dos entomopatógenos nos ovos 24 horas após a infestação

destes com os parasitóides; c) pulverização de adultos dos parasitóides com os

patógenos. Os ovos e os adultos dos insetos dos grupos controle foram pulverizados

com o veículo das suspensões de conídios.

Os ovos da traça-das-crucíferas foram colados em pedaços de cartolina (4

cm2) da cor “azul celeste” e mantidos dentro de placas de Petri (80 mm de diâmetro),

bem como os parasitóides. O alimento fornecido para os adultos do parasitóide foi a

solução de mel a 10% que foi colocada em um pedaço de algodão dentro de cada

placa. Cada tratamento teve cinco repetições compostos por dez ovos de P. xylostella

ou dez adultos dos parasitóides. Todo o material foi mantido em estufa a 25 ± 0,5ºC e

fotoperíodo de 12 horas.

As avaliações foram diárias, por até 10 dias. Foi avaliada a mortalidade

dos adultos de Trichogramma sp. e também a emergência dos adultos dos ovos

tratados.

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� 4.6. Aplicação dos entomopatógenos em Podisus nigrispinus

Neste bioensaio foram utilizados os mesmos isolados do experimento com os

parasitóides. Para tal, ninfas de 2º estádio receberam os fungos por meio de

pulverização manual e os adultos do predador por imersão em 20 mL das suspensões

fúngicas, sendo que foram divididos em cinco insetos por repetição, totalizando vinte

insetos por tratamento. Ninfas e adultos do tratamento testemunha foram tratadas

apenas com o veículo da suspensão fúngica.

Os insetos de ambos os estágios foram alimentados com lagartas de Diatraea

saccharalis, sendo que para ninfas foi fornecida 1 lagarta por repetição diariamente e

para adultos três.

Os predadores foram colocados em potes de plástico (300 mL de capacidade),

com abertura de tecido “voile” na lateral. Em cada pote havia algodão umedecido para

fornecimento de água aos insetos. O experimento foi mantido em estufa tipo B.O.D. a

25 ± 0,5 ºC e fotoperíodo de 12 horas.

As avaliações de mortalidade do predador foram realizadas a diariamente e os

insetos mortos foram colocados em câmaras úmidas a 25 ± 0,5ºC para confirmação da

mortalidade pelos entomopatógenos.

4.7. Análise Estatística

Para o bioensaio de determinação da concentração de aplicação do

entomopatógeno os dados foram submetidos à análise de Probit, utilizando o

programa POLO-PC para cálculo da CL50/90 e do TL50/90. Os bioensaios foram

organizados seguindo o delineamento inteiramente casualizado, sendo que cada

isolado foi considerado um tratamento, além de um grupo controle. Para cada fase de

desenvolvimento do inseto foram realizadas cinco repetições, contendo dez indivíduos

cada.

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Para os bioensaios com os parasitóides, os dados foram analisados no

esquema fatorial 3 x 2 seguindo o delineamento inteiramente casualizado com cinco

repetições.

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, utilizando-se o

teste de Tukey (P<0,05), para a comparação das médias.

V. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Determinação da concentração de aplicação dos entomopatógenos

A mortalidade confirmada de lagartas de P. xylostella obtida nos tratamentos

com os três isolados fúngicos diferiram significativamente (P<0,05) da encontrada na

testemunha, onde não se observou a morte de lagartas em todos os bioensaios

(Tabela 2).

Tabela 2. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella causada por diferentes concentrações dos

isolados IBCB 66 de Beauveria bassiana, IBCB 133 de Isaria fumosorosea e E9 de

Metarhizium anisopliae

Concentrações Mortalidade (%) (conídios mL-1) IBCB 66 IBCB 133 E9 Testemunha 0,00 ± 0,00 e 0,0 ± 0,00 e 0,0 ± 0,00 f

1 x 106 36,0 ± 2,45 d 44,0 ± 0,00d 30,0 ± 2,45 e 5 x 106 50,0 ± 3,16 c 56,0 ± 2,45 c 46,0 ± 2,45 d 1 x 107 58,0 ± 2,00 c 62,0 ± 4,90 c 58,0 ± 3,74 c 5 x 107 72,0 ± 3,74 b 80,0 ± 2,00 b 62,0 ± 3,16 c 1 x 108 80,0 ± 3,16b 92,0 ± 4,00 a 84,0 ± 3,74 b 5 x 108 98,0 ± 2,00 a 100,0 ± 0,00 a 100,0 ± 0,00 a 1 x 109 100,0 ± 0,00 a 100,0 ± 0,00 a 100,0 ± 0,00 a Teste F 186,75** 185,95** 193,83** D.M.S. 11,21 11,45 13,92

C.V. (%) 8,87 8,37 9,32 Número de insetos usados em cada tratamento: 50. Médias seguidas das mesmas letras, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Médias seguidas do erro padrão. ** Significativo a 1% de probabilidade.

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Todas as concentrações de B. bassiana foram patogênicas às lagartas de P.

xylostella, sendo que houve um acréscimo na mortalidade das lagartas em função do

aumento da concentração de conídios, chegando a 100% de mortalidade confirmada

na concentração de 1 x 109 conídios mL-1 (Figura 1).

Figura 1. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella pulverizadas com diferentes

concentrações do isolado IBCB 66 do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.

A concentração calculada para matar 50% da população (CL50) foi de 4,77 x 106

conídios mL-1 e a para 90% (CL90) foi de 2 x 108 conídios mL-1 (Figura 1), sendo esta

última a concentração a ser utilizada nos experimentos posteriores. Este dado é

semelhante com utilizado por YOON et al. (1999) e SILVA et al. (2003) que aplicaram

a concentração de 1x108 conídios mL-1 de B. bassiana em lagartas de P. xylostella.

Os dados do TL50/90 estão apresentados na Tabela 3, e foram calculados para

cada concentração utilizada, sendo que para matar 90% da população foi de 5,12 dias

para a concentração de 1 x 109 conídios mL-1 e de 17,34 dias para a menor

concentração (1 x 106 conídios mL-1).

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Tabela 3. Tempos letais médios das diferentes concentrações do

isolado IBCB 66 de Beauveria bassiana, necessários para

matar 50 e 90% das lagartas de Plutella xylostella.

Concentrações Tempos Letais (dias) X2

(conídios mL-1) TL50 TL90

1x106 11,01 17,34 1,97ns

5x106 9,53 17,04 1,26ns

1x107 8,73 14,16 2,68ns

5x107 6,43 13,20 3,28ns 1x108 5,22 10,91 6,80ns 5x108 3,09 5,77 3,68ns

1x109 2,99 5,12 2,06ns

Teste de coincidência 1106,4** Teste de paralelismo 16,57*

*Significativo a 5% de probabilidade, **Significativo a 1% de probabilidade; nsnão significativo

Para M. anisopliae a mortalidade confirmada dos insetos chegou a 100% nas

concentrações de 5 x 108 e 1 x 109 conídios mL-1 (Figura 2), sendo que as

concentrações calculadas para matar 50% e 90% das lagartas foram,

respectivamente, de 6,13 x 106 e 1,77 x 108 conídios mL-1.

Figura 2. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella pulverizadas com diferentes

concentrações do isolado E9 do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae.

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Em relação aos tempos letais, o TL50 para a menor concentração foi de 12,09

dias, enquanto que para a maior foi de 2,52 dias, sendo este último menor do que B.

bassiana, assim como o TL90 que para a concentração de 1 x 109 conídios mL-1 foi de

3,60 dias (Tabela 4).

Tabela 4. Tempos letais médios das diferentes concentrações do

isolado E9 de Metarhizium anisopliae, necessárias para

matar 50 e 90% das lagartas de Plutella xylostella.

Concentrações Tempos Letais (dias) X2

(conídios mL-1) TL50 TL90

1x106 12,09 21,15 2,99ns

5x106 10,07 20,06 2,01ns 1x107 8,24 14,08 3,61ns

5x107 7,04 15,15 5,50ns

1x108 4,78 9,75 9,28ns

5x108 2,98 4,64 1,79ns

1x109 2,52 3,60 4,04ns

Teste de coincidência 1311,9** Teste de paralelismo 43,83**

**Significativo a 1% de probabilidade; nsnão significativo

I. fumosorosea foi o mais virulento às lagartas. Houve mortalidade confirmada

de 80% de lagartas na concentração de 5 x 107 conídios mL-1 e 100% nas

concentrações de 5 x 108 e 1 x 109 conídios mL-1 (Figura 3). As concentrações letais

para matar 50% e 90% da população de lagartas também foram as menores, sendo

respectivamente, 2,74 x 106 e 8,65 x 107 conídios mL-1.

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Figura 3. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella pulverizadas com diferentes

concentrações do isolado IBCB 133 do fungo entomopatogênico Isaria fumosorosea.

Tabela 5. Tempos letais médios das diferentes concentrações do

isolado IBCB 133 de Isaria fumosorosea, necessários para

matar 50 e 90% das lagartas de Plutella xylostella.

Concentrações Tempos Letais (dias) X2

(conídios mL-1) TL50 TL90

1x106 10,08 17,40 2,57ns 5x106 8,81 17,14 0,69ns

1x107 8,32 14,14 2,28ns

5x107 5,90 11,24 2,64ns 1x108 4,47 8,09 5,49ns

5x108 2,64 4,61 3,76ns

1x109 2,27 3,50 2,09ns

Teste de coincidência 1268,0** Teste de paralelismo 11,38ns

**Significativo a 1% de probabilidade; nsnão significativo

Este fungo apresentou os menores tempos letais para matar 50% e 90% da

população do inseto, nas diferentes concentrações. Na concentração de 1 x 109

conídios mL-1 o tempo necessário para matar 50% e 90% das lagartas, foi de

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respectivamente de 2,27 e 3,5 dias, enquanto para a menor concentração foi de 10,08

e 17,40 dias (Tabela 5).

5.2. Seleção de Isolados dos fungos entomopatogênicos para o controle de

Plutella xylostella

5.2.1. Ovos

Para os isolados de B. bassiana o número de lagartas emergidas dos ovos que

foram pulverizados com conídios do fungo não diferiu significativamente (p>0,05) do

tratamento testemunha, obtendo-se 98% e 100% de eclosão das lagartas,

respectivamente. O único isolado que diferiu dos demais, inclusive da testemunha foi o

IBCB 87, com 88% de eclosão das lagartas, sugerindo uma ação patogênica pouco

intensa para ovos de P. xylostella (Figura 4).

Dos cinco isolados de I. fumosorosea, somente o CB 75 e IBCB 133 mostraram

ação patogênica eficiente para ovos da praga, causando, respectivamente, 66 e 70%

de mortalidade. Esses isolados não diferiram significativamente entre si (p>0,01), mas

diferiram dos demais isolados. No tratamento testemunha não houve morte dos

embriões, com 100% de eclosão de lagartas, sendo que para os isolados IBCB 124 e

IBCB 148 a porcentagem de lagartas eclodidas não diferiu significativamente da

testemunha (Figura 4).

Dentre os isolados de M. anisopliae, somente o E9 destacou-se permitindo a

eclosão de apenas 48% das lagartas, diferindo significativamente de todos os outros

tratamentos. Os isolados IBCB 104 e IBCB 348 não diferiram significativamente entre

si quanto à emergência das lagartas e nem da testemunha, indicando que não há

atividade patogênica para ovos da praga com esses isolados. Os isolados IBCB 159 e

IBCB 425 não diferiram significativamente entre si, causando respectivamente, 76 e

68% de emergência de lagartas, indicando moderada atividade patogênica (Figura 4).

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Figura 4. Porcentagem de lagartas eclodidas de ovos de Plutella xylostella tratados com os fungos

entomopatogênicos Beauveria bassiana [C.V.(%) = 5,17 ; F = 3,73*], Isaria fumosorosea

[C.V.(%) = 12,18; F = 61,90**] e Metarhizium anisopliae [C.V.(%) = 9,37; F = 35,78**].

Médias seguidas pela mesma letra dentro de cada espécie de fungo não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Significativo a 1% de probabilidade. * Significativo a 5% de probabilidade. Número de insetos usados em cada tratamento: 50

Normalmente, quando há estudos envolvendo fungos entomopatogênicos com

ação ovicida para pragas de ciclo rápido, como é o caso dos lepidópteros, encontra-se

uma atividade patogênica pouco intensa desses patógenos, como o resultado obtido

no presente estudo e também pelos dados presentes na literatura, como obtido por

RODRÍGUEZ S. et al. (2006) que testaram 70 isolados dos fungos entomopatogênicos

B. bassiana e M. anisopliae e verificaram que somente três causaram mortalidade de

ovos de Tuta absoluta (Meyrick, 1917) (Lepidoptera: Gelechiidae) maior que 60%,

sendo que para os demais a mortalidade foi menor que 30%. No entanto, esse

resultado diverge do encontrado por EKESI et al. (2002) que obtiveram mortalidade de

ovos de Maruca vitrata (Fabricius) (Lepidoptera: Crambidae) maior que 70% quando

utilizaram quatro isolados de cada uma dessas espécies fúngicas.

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Por outro lado, no presente estudo houve mortalidade de ovos da traça-das-

crucíferas causada pelos isolados CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea, divergindo

dos resultados obtidos por MAKETON et al. (2008) que avaliaram a patogenicidade de

20 isolados da mesma espécie fúngica provenientes da China, para ovos de P.

xylostella em laboratório, mas verificaram que nenhum deles

teve efeito ovicida.

Avaliando a patogenicidade do isolado UFRPE-6 de M. anisopliae PIRES et al.

(2009) aplicaram a suspensão do patógeno na concentração de 1 x 106 conídios/mL-1

em ovos de T. absoluta e observaram em microscopia eletrônica que 72 horas após a

aplicação do fungo, houve extrusão de micélio nos ovos, e a partir deste dado,

consideraram que este isolado se mostrou promissor para o controle da praga.

Essa diferença entre os resultados, pode-se dar não só pela susceptibilidade

dos diversos lepidópteros aos fungos entomopatogênicos, mas também pela

diversidade entre os isolados, que foram obtidos de hospedeiros distintos em países

diferentes. Há poucos estudos em relação à susceptibilidade de ovos de lepidópteros

à hifomicetos, comparando-se com as outras fases do ciclo do inseto, podendo-se

inferir que esse estágio seja mais resistente à infecção do que os demais (EKESI et

al., 2002). A falta de dados e também o pequeno número de mortes nesta fase,

provavelmente pode ser explicada pelo ciclo de vida dos lepidópteros. A fase de ovo

de P. xylostella dura cerca de três dias e além dos ovos possuírem a cutícula que

funciona como uma barreira natural de proteção ao embrião, este tempo pode não ser

suficiente para que o patógeno desenvolva o processo de germinação, penetração e

colonização do ovo.

5.2.2. Lagartas

Os isolados de todas as espécies fúngicas se mostraram capazes de promover

grande mortalidade de lagartas de P. xylostella. Também foi possível observar que as

lagartas morreram no máximo até o sexto dia após a pulverização com todas as

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espécies fúngicas, e portanto, a maioria de mortes aconteceu nos 2º e 3º ínstares.

Além do mais, observou-se que as lagartas diminuíram a alimentação cerca de três

dias após o tratamento, sendo que, quando sobreviviam, sempre mudavam de ínstar

muito após as lagartas do tratamento testemunha.

Após seis dias de avaliação, não houve diferença significativa na mortalidade

de lagartas pulverizadas com suspensões de conídios dos vários isolados de B.

bassiana, mas sim destes para o tratamento testemunha (p<0,01). O isolado que

promoveu menor sobrevivência das lagartas foi o IBCB 66 com 964% e o que matou

menor número de lagartas foi o IBCB 74 com 88% de mortalidade (Figura 5).

Já para I. fumosorosea, os isolados CB 75 e IBCB 133 causaram 100% de

mortes deste estágio do inseto, diferindo significativamente (p<0,01) dos demais

tratamentos. A ação de IBCB 130 e IBCB 148 não diferiu significativamente, com 18 e

26% de sobrevivência dos insetos, respectivamente. A mortalidade verificada no

tratamento testemunha diferiu da encontrada em todos os outros, sendo a mortalidade

natural de 4% (Figura 5).

Entre os isolados de M. anisopliae, o E9 e o IBCB 425 apresentaram maior

atividade patogênica para esta fase do ciclo de vida do inseto, causando,

respectivamente, 2 e 4% sobrevivência larval. IBCB 159 e IBCB 104 não diferiram

significativamente entre si promovendo 78 e 74%, respectivamente, de mortes de

lagartas. No tratamento testemunha houve apenas 6% de mortalidade (Figura 5).

A fase de lagarta é o estágio do inseto mais comumente utilizado para estudos

de controle biológico por ser a fase que causa o dano. Assim, há maior concentração

de estudos envolvendo o controle somente das lagartas de P. xylostella, sendo que há

estudos com diversas espécies de fungos entomopatogênicos e também sucesso na

redução populacional de lagartas, com isolados provenientes de vários países.

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Figura 5. Mortalidade de lagartas de Plutella xylostella causada pelos fungos entomopatogênicos

Beauveria bassiana [C.V.(%) = 11,90; F = 65,09**], Isaria fumosorosea [C.V.(%) = 10,96; F =

105,82**] e Metarhizium anisopliae [C.V.(%) = 10,35; F = 115,27**]. Médias seguidas pela

mesma letra dentro de cada espécie de fungo não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade. ** Significativo a 1% de probabilidade. Número de insetos usados em cada

tratamento: 50

SILVA et al. (2003) sugerem que a fase larval é mais adequada para se

estudar a patogenicidade de fungos, sendo que quando utilizaram os isolados ESALQ

634 e ESALQ 447 de B. bassiana na concentração de 1 x 108 conídios mL-1, em

condições de laboratório, obtiveram, respectivamente, mortalidades de 94 e 86% de

lagartas. YOON et al. (1999) utilizaram a mesma concentração de conídios e

obtiveram mortalidade corrigida de 88,37% das lagartas. Os dados obtidos neste

trabalho são semelhantes aos encontrados na literatura e sugerem a eficiência de B.

bassiana no controle das lagartas de P. xylostella, não havendo diferença acentuada

entre isolados, obtendo-se mortalidades que possivelmente reduziriam o dano nas

culturas.

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Os dados obtidos com a ação de I. fumosorosea corroboram com os de

IBRAHIM & LOW (1993) que, utilizando o isolado B002c de I. fumosorosea, obtiveram

redução de até 93% de lagartas de P. xylostella em campo, assim como MAKETON et

al. (2008) que, dentre 20 isolados de I. fumosorosea, selecionaram o CKPF-095 para

ser formulado e aplicado em campo para o controle de lagartas de 2º ínstar de P.

xylostella e observaram que quando foi aplicado na concentração de 1,25 x 1013

conídios ha-1 a redução da população da praga foi tão eficiente quanto ao inseticida à

base de Bacillus thuringiensis (Dipel®).

Utilizando cinco isolados de M. anisopliae na concentração de 1 x 108 conídios

mL-1, SILVA et al. (2003) verificaram que somente o isolado não diferiu

significativamente do tratamento testemunha, sendo que os outros quatro causaram

mortalidade entre 70 a 96% de lagartas de P. xylostella, classificando estes isolados

como promissores para o controle da praga. Os resultados obtidos para os isolados de

M. anisopliae neste trabalho são semelhantes aos obtidos por aqueles autores e

deixam claro o potencial desta espécie fúngica para o controle de lagarta da traça-das-

crucíferas.

A resistência das lagartas aos fungos entomopatogênicos está positivamente

relacionada com o melanismo da cutícula e com suas defesas da hemolinfa, mas

quando uma grande quantidade de conídios do entomopatógeno é utilizada para

infectá-las, vários deles conseguem penetrar a cutícula e causar a morte das lagartas

em um curto período de tempo (WILSON et al., 2001). Sendo assim, este é um estágio

de vida dos insetos com grande susceptibilidade aos hifomicetos. Além do mais, o

fungo pôde atuar mais rapidamente, ainda no 2º e 3º ínstares, não permitindo o

crescimento das lagartas o que diminui o dano.

Comparando-se os isolados testados entre as três espécies fúngicas, observa-

se que CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea podem ser considerados mais eficazes

no controle de lagartas P. xylostella, já que esta espécie de patógeno foi aplicada em

menor concentração que as demais (7,85 x 107 conídios mL-1) e estes isolados

causando 100% de mortalidade.

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5.2.3. Pupas

A mortalidade das pupas tratadas com os isolados de B. bassiana variou entre

10 e 46%, sendo os mais eficientes JAB 07 e IBCB 87, causando, respectivamente,

46% e 30% de morte. Entretanto, a ação do patógeno se complementou na fase

adulta, pois parte os insetos emergidos das pupas pulverizadas morreram, destacando

os isolados AM 09, IBCB 74 e IBCB 87 que promoveram respectivamente, 16, 38 e

30% de sobrevivência desses adultos.

Considerando o total de pupas e adultos mortos, a ação dos isolados AM 09,

JAB 07, IBCB 74 e IBCB 87 não diferiu significativamente (p<0,01) causando,

respectivamente, 94, 92, 82 e 100% de mortalidade do inseto, enquanto que a ação do

IBCB 66 diferiu dos demais, onde sobreviveram apenas 58% dos insetos tratados. No

tratamento testemunha 94% dos indivíduos utilizados sobreviveram, sendo por

conseguinte a mortalidade natural de 6% (Tabela 6).

Nenhum dos isolados de I. fumosorosea foi capaz de causar mortalidade de

pupas maior que 32%. Comparativamente com B. bassiana, estes isolados

promoveram um número menor de mortes de adultos provenientes de pupas tratadas.

Somando-se o total de pupas e adultos emergidos de pupas tratadas, a atividade

patogênica causada pelos isolados CB 75, IBCB 133 e IBCB 148 não diferiu

estatisticamente, sendo que estes causaram, 78, 84 e 66% de mortalidade total,

respectivamente.

Os isolados de M. anisopliae não foram capazes de causar mortalidade de

pupas superior a 18%, mas quando considerou-se o total, pupas e de adultos

emergidos das pupas tratadas, a mortalidade variou de 36 a 72%, sendo que o E9 foi

o que causou o menor número de sobrevivente (28%) (Tabela 6).

Quando incorporaram o isolado 124 de B. bassiana no solo, NGUYEN et al.

(2007) obtiveram 86,79% de mortalidade de pupas de Helicoverpa armigera (Hübner)

(Lepidoptera: Noctuidae), mas quando o isolado foi aplicado somente na superfície do

solo a mortalidade das pupas foi de apenas 5,6%. HICKS et al. (2001) ao aplicarem

um isolado deste fungo em pupas de Panolis flammea (Dennis & Schiffermüller)

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(Lepidoptera: Noctuidae) observaram que houve sobrevivência das pupas variando

entre 60 e 86,7% conforme concentração aplicada.

Tabela 6. Mortalidade de Plutella xylostella após tratamento de pupas com isolados

dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e

Metarhizium anisopliae

Fungos e Mortalidade (%) Isolados Pupas Adultos Total

B. bassiana Testemunha 0,0 ± 0,00 c 6,0 ± 2,45 d 6,0 ± 2,45 c

AM 09 10,0 ± 7,74 bc 84,0 ± 9,27 a 94,0 ± 4,00 a JAB 07 46,0 ± 6,00 a 46,0 ± 4,0 bc 92,0 ± 3,74 a IBCB 66 16,0 ± 5,10 bc 26,0 ± 6,78 cd 42,0 ± 10,67 b IBCB 74 20,0 ± 3,16 ab 62,0 ± 3,74 ab 82,0 ±4,47 a IBCB 87 30,0 ± 5,47 ab 70,0 ± 5,47 ab 100,0 ± 0,00 a Teste F 10,14** 25,59** 48,95** D.M.S. 2,06 25,10 23,26

C.V. (%) 20,17 26,21 17,25 I. fumosorosea

Testemunha 0,0 ± 0,00 d 6,0 ± 2,45 d 6,0 ± 2,45 c CB 75 12,0 ± 2,00 bc 66,0 ± 4,00 a 78,0 ± 3,74 a

IBCB 124 6,0 ± 4,00 cd 34,0 ± 4,00 c 40,0 ± 4,00 b IBCB 130 8,0 ± 2,00 cd 38,0 ± 2,00 bc 46,0 ± 6,78 b IBCB 133 32,0 ± 3,74 a 52,0 ± 3,74 ab 84,0 ± 2,45 a IBCB 148 20,0 ± 0,00 b 46,0 ± 4,00 bc 66,0 ± 4,47ª Teste F 20,65** 25,59** 46,46** D.M.S. 10,99 15,13 18,54

C.V. (%) 43,29 26,21 17,79 M. anisopliae

Testemunha 0,0 ± 0,00 c 6,0 ± 2,45 c 6,0 ± 2,45d E9

16,0 ± 2,45 a 56,0 ± 2,45 a 72,0 ± 3,74 a IBCB 104 4,0 ± 2,45 bc 40,0 ± 3,16 ab 44,0 ± 4,00 bc IBCB 159 10,0 ± 3,16 ab 44,0 ± 6,78 ab 54,0 ± 6,78abc IBCB 348 2,0 ± 2,00 bc 34,0 ± 4,00 b 36,0 ± 2,45 c IBCB 425 18,0 ± 2,00 a 42,0 ± 3,74 ab 60,0 ± 4,47 ab Teste F 11,33** 17,31** 29,30** D.M.S. 9,77 17,66 18,54

C.V. (%) 60,00 24,42 20,93 Número de insetos usados em cada tratamento: 50. Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Médias seguidas do erro padrão. ** Significativo a 1% de probabilidade.

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No presente estudo, os insetos foram mais susceptíveis à espécie B. bassiana,

embora sua concentração de aplicação tenha sido a maior (2 x 108 conídios mL-1),

sendo que a mortalidade total chegou a 100% dos insetos nessa fase. Esse resultado

é mais promissor que o obtido por HAFEZ et al. (1997) que, usando o produto

comercial Bovenat na mesma concentração do presente estudo obtiveram redução de

70% na emergência de adultos de Phthorimaea operculella (Zeller) (Lepidoptera:

Gelechiidae), quando trataram suas pupas.

Por outro lado, ANAND et al. (2009) observaram que M. anisopliae foi mais

virulento à pupas de Spodoptera litura (Fabricius) (Lepidoptera: Noctuidae) do que

Lecanicillium muscarium e Cordyceps cardinalis, promovendo 85,8% de morte das

pupas tratadas do inseto.

A fase de pupa de um inseto é mais resistente que as demais, devido à sua

densa cutícula, onde há menor susceptibilidade às infecções por hifomicetos (HAJECK

& ST. LEGER, 1994; NGUYEN et al., 2007). Além do mais, não se movimentam o que

dificulta a transmissão do patógeno de um indivíduo ao outro (NGUYEN et al., 2007).

No presente estudo foi observada a mortalidade de adultos que emergiram das pupas

pulverizadas, demonstrando que provavelmente o fungo penetrou a pupa, mas não

teve tempo suficiente para causar a doença nesta fase, provavelmente devido ao

rápido ciclo do inseto, sendo, entretanto, capaz de matar e controlar o inseto na fase

seguinte.

5.2.4 Adultos

Neste bioensaio não houve diferença significativa na ação patogênica entre os

vários isolados de B. bassiana, mas sim destes em relação à testemunha (p<0,01). O

isolado IBCB 66 foi o que causou maior mortalidade (100%), seguido de AM 09, IBCB

74, IBCB 87 e JAB 07, que causaram 98, 96, 96 e 92% de mortalidade,

respectivamente (Figura 6).

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Não houve diferença estatística (p<0,01) entre CB 75 e IBCB 133 de I.

fumosorosea que causaram, respectivamente, 98 e 94% de mortalidade de adultos. As

mortalidades causadas pelos isolados IBCB 124, IBCB 130 e IBCB 148, não diferiram

significativamente entre si, mas sim das verificadas nos demais tratamentos, com

apenas 38, 26 e 32% de sobrevivência dos insetos. A testemunha, diferiu

significativamente dos demais verificando-se apenas 8% de mortalidade natural

(Figura 6).

Para os isolados de M. anisopliae não houve diferença significativa entre E9,

IBCB 159 e IBCB 425 que causaram respectivamente, 100, 92 e 96% de mortalidade

de adultos. O tratamento testemunha diferiu dos demais com 98% de taxa de

sobrevivência (Figura 6).

A morte dos adultos pulverizados foi obtida mais rapidamente (5 dias) do que

nas outras fases. Nesse mesmo período de tempo, FURLONG & PELL (2001)

obtiveram 100% de mortalidade dos adultos de P. xylostella, considerando aqueles

pulverizados com B. bassiana e aqueles contaminados pelo contato com adultos que

receberam o fungo. Como para a fase de lagarta, também os adultos são bastante

susceptíveis aos fungos entomopatogênicos, provavelmente porque não possuem

barreira de proteção natural tão eficiente quanto ovos e pupas, facilitando assim, o

controle do inseto nessas fases.

Utilizando os isolados E9, IBCB 425 e IBCB 159 de M. anisopliae, MOCHI

(2009) obteve redução de respectivamente 84,4, 47,4 e 48,1% de adultos da mosca-

dos-chifres Haematobia irritans (L.) (Diptera: Muscidae); verificou 59,6 e 65,5% de

mortalidade de adultos quando utilizou os isolados IBCB 133 e CB 75 de I.

fumosorosea.

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Figura 6. Mortalidade de adultos de Plutella xylostella causada por diversos isolados dos fungos

entomopatogênicos Beauveria bassiana [C.V.(%) = 11,68; F = 68,25], Isaria fumosorosea

[C.V.(%) = 11,18; F = 92,56**] e Metarhizium anisopliae [C.V.(%) = 6,73; F = 268,29**].

Médias seguidas pela mesma letra dentro de cada espécie de fungo não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Significativo a 1% de probabilidade. Número

de insetos usados em cada tratamento: 50

Avaliando a patogenicidade de M. anisopliae para adultos de T. absoluta

PIRES et al. (2009) aplicaram o isolado UFRPE-6 na concentração de 1 x 107 conídios

mL-1 nos adultos da praga e obtiveram mortalidade de apenas 37,14% dos insetos.

Esses dados divergem com os do presente estudo uma vez que foram obtidas

mortalidades de até 100% com os isolados de M. anisopliae; deve-se considerar que

neste trabalho o fungo foi aplicado em concentração dez vezes maior.

Trabalhos envolvendo o controle microbiano de adultos de lepidópteros são

bastante escassos na literatura, já que normalmente a fase que causa dano nas

culturas é a de lagarta, concentrando-se assim sempre maior atenção de

pesquisadores para o controle deste estágio.

Analisando-se os resultados obtidos em todas as fases do presente estudo,

pode-se destacar os isolados AM 09 de B. bassiana, CB 75 e IBCB 133 de I.

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fumosorosea, e E9 e IBCB 425 de M. anisopliae que foram altamente patogênicos à

todos os estágios de vida de P. xylostella, sendo que os demais isolados destacaram-

se somente em algumas fases. Essa diferença de mortalidade causada pelos isolados

nos diferentes estágios, é observada com freqüência em ensaios de seleção, podendo

estar associada com a variabilidade genética existente em cada espécie fúngica, que

implica em diferença de virulência dos isolados, especificidade e reação à tolerância

das diferentes fases do hospedeiro (HAJECK & ST. LEGER, 1994; ALVES, 1998).

Sendo assim, os isolados testados são patogênicos a P. xylostella, mas cada um deve

ser selecionado de acordo com a fase que se deseja controlar.

Além do mais, o conhecimento da susceptibilidade das várias fases do

hospedeiro aos fungos entomopatogênicos é importante, pois se a estratégia de

controle das diversas fases for levada ao campo, em substituição a aplicação visando

apenas a fase que causa o dano, poderá haver a redução de todos os estágios do

desenvolvimento da praga, assim como o de suas fases seguintes, possibilitando um

equilíbrio melhor no agroecossistema.

5.3 Aplicação dos entomopatógenos em Trichogramma pretiosum e

Trichogramma exiguum

Pelo resultado da análise de variância dos dados referentes a aplicação dos

fungos 24 h antes do parasitismo, verifica-se que a interação isolados x parasitóides

não foi significativa para os fungos B. bassiana e M. anisopliae. Entretanto, o isolado

E9 diferiu dos tratamentos testemunha e de IBCB 425, causando 12% de mortalidade,

mas esta ação patogênica não pode ser considerada suficientemente drástica para

afetar acentuadamente o desenvolvimento dos parasitóides (Tabela 7).

Já para o fungo I. fumosorosea a interação foi significativa (p>0,05) (Tabela 7),

sendo que após o desdobramento da interação observa-se que IBCB 133 causou

maior mortalidade de T. pretiosum (10%) do que de T. exiguum (2%), havendo

diferença significativa (p>0,01) na ação do fungo para os parasitóides (Tabela 8).

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A análise estatística não demonstrou diferença significativa quanto a ação dos

isolados de B. bassiana; entretanto, como se observa pela Figura 1 do apêndice, o

isolado AM 09 inibiu em 6% a emergência dos adultos de T. pretiosum, enquanto

IBCB 66 não afetou essa emergência, mas inibiu em 4% a emergência dos adultos de

T. exiguum. Para M. anisopliae observou-se pequena ação patogênica do isolado E9

que inibiu em 14 e 10% a emergência de T. pretiosum e T. exiguum, respectivamente,

mas o mesmo não foi observado para o isolado IBCB 425 que apenas inibiu a

emergência de T. exiguum em 2% (Figura 2 do apêndice).

Tabela 7. Emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e Trichogramma exiguum de ovos de

Plutella xylostella, após a aplicação de Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Metarhizium

anisopliae 24 horas antes do parasitismo

Tratamentos (A) Médias Tratamentos (A) Médias Tratamentos (A) Médias B. bassiana I. fumosorosea M. anisopliae Testemunha 100,0 a Testemunha 100,0 a Testemunha 100,0 a AM 09 98,0 a CB 75 100,0 a E9 88,0 b IBCB 66 96,0 a IBCB 133 94,0 b IBCB 425 98,0 a Teste F 3,0ns Teste F 10,28** Teste F 15,5** dms (5%) 4,07 dms (5%) 3,81 dms (5%) 5,76 Parasitóides (B) Parasitóides (B) Parasitóides (B) T. pretiosum 98,0 a T. pretiosum 96,6 b T. pretiosum 95,33 a T. exiguum 98,0 a T. exiguum 99,4 a T. exiguum 95,33 a Teste F 0,0ns Teste F 4,57* Teste F 0,0ns

dms (5%) 2,75 dms (5%) 2,57 dms (5%) 3,89 Interação AXB 3,0ns Interação AXB 4,57* Interação AXB 1,5ns

C.V. (%) 3,65 C.V. (%) 3,48 C.V. (%) 5,41 Número de insetos usados em cada tratamento: 50. Médias seguidas pela mesma letra nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ns Não significativo;*Significativo a 5% de probabilidade, ** Significativo a 1% de probabilidade.

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Tabela 8. Desdobramento da interação isolados de Isaria fumosorosea versus

parasitóides, significativa para a emergência de adultos de

Trichogramma pretiosum e Trichogramma exiguum de ovos de Plutella

xylostella, após a aplicação do patógeno 24 horas antes do parasitismo.

Fungos e Emergência de adultos (%) Teste F Isolados T. pretiosum T. exiguum

I. fumosorosea Testemunha 100,0 Aa 100,0 Aa 0,0ns

CB 75 100,0 Aa 100,0 Aa 0,0ns

IBCB 133 90,0 Bb 98,0 Aa 13,7** Teste F 14,3** 0,57ns

Número de insetos usados em cada tratamento: 50. Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ns Não significativo; ** Significativo a 1% de probabilidade.

Quando os ovos foram tratados após o parasitismo, o resultado da análise de

variância mostrou que houve interação significativa entre isolados e parasitóides, para

todas as espécies fúngicas. Após o desdobramento, observou-se que não houve

diferença significativa entre os isolados de B. bassiana, sendo que houve emergência

de 70 e 68% de parasitóides para os isolados AM 09 e IBCB 66. Para os isolados de I.

fumosorosea observou-se uma acentuada inibição na emergência de T. pretiosum,

indicando que o fungo pode afetar o parasitóide com essa metodologia de aplicação.

Para M. anisopliae houve moderada inibição da emergência, verificando-se diferença

significativa entre os isolados E9 e IBCB 425, para os quais houve a emergência de 42

e 68% dos adultos, respectivamente (Tabela 9).

Para T. exiguum não houve diferença significativa entre os isolados de B.

bassiana e I. fumosorosea com os tratamentos testemunha. Para o isolado IBCB 66

houve emergência de 88% dos parasitóides e para o IBCB 133 de 90%. Os isolados

E9 e IBCB 425 de M. anisopliae mataram apenas 10 e 12% dos insetos (Tabela 9).

Quando se compara os resultados obtidos com as duas espécies de parasitóides,

verifica-se que T. pretiosum foi mais afetado pelas três espécies fúngicas diferindo

significativamente T. exiguum, sugerindo assim, maior susceptibilidade desta espécie

aos entomopatógenos.

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Tabela 9. Desdobramento da interação isolados versus parasitóides,

significativa para a emergência de adultos de Trichogramma

pretiosum e T. exiguum de ovos de Plutella xylostella, após a

aplicação de Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e

Metarhizium anisopliae 24 horas após o parasitismo

Fungos e Emergência de adultos (%) Teste F Isolados T. pretiosum T. exiguum

B. bassiana Testemunha 100,0 Aa 100,0 Aa 0,00ns

AM 09 70,0 Bb 92,0 Aab 34,57** IBCB 66 68,0 Bb 88,0 Ab 28,57** Teste F 45,90** 5,33*

I. fumosorosea Testemunha 100,0 Aa 98,0 Aa 0,40ns

CB 75 24,0 Bb 94,0 Aa 306,25** IBCB 133 14,0 Bc 90,0 Aa 361,00** Teste F 276,50** 3,16ns

M. anisopliae Testemunha 98,0 Aa 100,0 Aa 0,40ns

E9

42,0 Bc 90,0 Ab 435,60** IBCB 425 68,0 Bb 88,0 Ab 547,60** Teste F 421,06** 8,26**

Número de insetos usados em cada tratamento: 50. Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ns Não significativo; *

Significativo a 5% de probabilidade ** Significativo a 1% de probabilidade.

Quando os fungos foram aplicados diretamente nos adultos, todos os isolados

das três espécies fúngicas foram altamente patogênicos às duas espécies do

parasitóide, afetando assim o inseto benéfico. Para T. pretiosum os isolados AM 09 de

B. bassiana e E9 de M. anisopliae, foram os que tiveram menor ação patogênica,

causando 66 e 68% de mortalidade, respectivamente. O fungo I. fumosorosea foi o

que mais afetou os adultos desta espécie, causando mortalidade de 90 e 92%,

respectivamente para os isolados CB 75 e IBCB 133 (Tabela 10).

Já para T. exiguum não houve diferença significativa entre os isolados AM 09 e

IBCB 66 de B. bassiana e E9 e IBCB 425 de M. anisopliae, mas sim destes com os

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tratamentos testemunha. Houve 88 e 84% de mortalidade causada pelos isolados CB

75 e IBCB 133, sendo que esta espécie foi a que menos afetou os insetos (Tabela 10).

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Tabela 10. Desdobramento da interação isolados versus parasitóides, significativa

para a mortalidade de adultos de Trichogramma pretiosum e T. exiguum,

após a aplicação de Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e

Metarhizium anisopliae

Fungos e Mortalidade (%) Teste F Isolados T. pretiosum T. exiguum

B. bassiana Testemunha 4,0 Ac 6,0 Ab 0,20ns

AM 09 66,0 Bb 94,0 Aa 39,20** IBCB 66 84,0 Aa 90,0 Aa 1,80ns

Teste F 176,13** 246,93** I. fumosorosea

Testemunha 8,0 Ab 8,0 Ab 2,88ns

CB 75 90,0 Aa 88,0 Aa 2,88ns

IBCB 133 92,0 Aa 84,0 Aa 2,88ns Teste F 390,76** 390,76**

M. anisopliae Testemunha 2,0 Ac 2,0 Ab 0,00ns

E9

68,0 Bb 88,0 Aa 27,27** IBCB 425 88,0 Aa 92,0 Aa 1,09ns

Teste F 276,18** 352,55** Número de insetos usados em cada tratamento: 50. Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Significativo a 1% de probabilidade.

Analisando-se a ação dos fungos para as duas espécies de parasitóides,

observa-se que com exceção de AM 09 e E9 que tiveram menor ação patogênica para

T. pretiosum, os demais isolados das três espécies fúngicas afetaram

significativamente os parasitóides, mostrando a grande susceptibilidade das duas

espécies aos entomopatógenos (Tabela 10).Utilizando isolados de M. anisopliae, B.

bassiana e I. fumosorosea POTRICH et al. (2009) observaram que os patógenos não

afetaram a longevidade de fêmeas de T. pretiosum, mas houve mortalidade de 33,4 e

58% causada pelos isolados Uni 47 e Uni 57 de por B. bassiana, de 30 e 10% por Uni

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43 e E 09 de M. anisopliae, e 58 e 31,6% pelos isolados CB 369 e CB 394 de I.

fumosorosea. A contaminação e conseqüente mortalidade ocorreu em fêmeas que

entraram em contato com ovos tratados de Anagasta kuehniella.

Quando avaliaram o efeito de Lecanicillium lecanii em Trichogramma

atopovirilia, DALVI et al. (2007) expuseram adultos do parasitóide à ovos tratados de

Spodoptera frugiperda e observaram que os parâmetros número de ovos parasitados,

porcentagem de emergência (viabilidade), número de indivíduos por ovo, razão sexual

e longevidade das fêmeas que parasitaram não foram afetados, e portanto, concluíram

que o fungo é seletivo ao parasitóide. Esses dados divergem dos encontrados por

DERAKSHAN et al. (2007) que utilizaram o mesmo fungo e verificaram que o

parasitismo, a emergência e longevidade de T. chilonis foram afetados pelo

entomopatógeno.

Divergência de susceptibilidade entre diferentes espécies do gênero Trichogramma foi

encontrada no presente estudo e também em relação aos dados existentes na

literatura consultada, mas a maioria dos estudos de seletividade é realizada com

inseticidas químicos e não com produtos biológicos. Ainda assim, torna-se importante

o conhecimento da interação patógenos X parasitóides, pois estes podem trazer

benefícios no controle, como dispersar o microrganismo, ou estressar o inseto e tornar

o controle mais rápido (MAGALHÃES et al., 1998).

Os dados obtidos no presente estudo sugerem a inibição do parasitóide quando

os fungos foram aplicados após o parasitismo. Portanto, quando se pensa em unir as

duas alternativas de controle, deve-se pensar na estratégia de utilização dos

organismos de controle. Sendo assim, a aplicação do fungo anterior ao parasitismo

torna-se viável, mas deve-se ressaltar que os adultos de parasitóide contidos no

agroecossistema podem ser afetados e o controle natural ser diminuído.

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5.4 Aplicação dos entomopatógenos em Podisus nigrispinus

As ninfas do predador foram altamente susceptíveis às três espécies fúngicas,

sendo que a maioria dos insetos morreu ainda no 2º ínstar. Os isolados de B.

bassiana AM 09 e IBCB 66, causaram 100 e 96% das mortes das ninfas e diferiram

significativamente da testemunha, onde houve apenas 2% de mortalidade.

Não houve mortalidade no tratamento testemunha de I. fumosorosea, sendo

que houve diferença significativa deste para os isolados CB 75 e IBCB 133, onde

ocorreu 92 e 90% das mortes, respectivamente. Numericamente esse foi o fungo que

causou menor mortalidade das ninfas, mas essa espécie fúngica foi aplicada na menor

concentração quando comparada às demais espécies.

Os isolados E9 e IBCB 425 de M. anisopliae, causaram 94 e 100% das mortes

das ninfas, afetando significativamente o predador (Figura 7).

Pensando-se na estratégia de introdução desses predadores juntamente com

os isolados testados em campo, para estabelecimento desses organismos de controle

no ambiente, deve-se ressaltar que a pulverização dos fungos afetaria a sobrevivência

das ninfas do predador, diminuindo assim, o controle natural da praga em campo.

Já para os adultos de P. nigrispinus, todos os isolados das três espécies

fúngicas afetaram significativamente o predador. Os isolados AM 09 e IBCB 66 de B.

bassiana, não diferiram significativamente entre si, causando, respectivamente, 90 e

100% de mortalidade dos adultos (Figura 8).

Quando foram aplicados os isolados CB e IBCB 133 de I. fumosorosea, a

mortalidade dos adultos foi de 85% causada pelos dois isolados (Figura 8). Ressalta-

se que esta espécie fúngica foi aplicada em menor concentração que as demais.

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Figura 7. Mortalidade de ninfas de 2º estádio de Podisus nigrispinus causada por diversos isolados dos

fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana [C.V.(%) = 6,19; F = 922,80**], Isaria

fumosorosea [C.V.(%) = 7,96; F = 591,71**] e Metarhizium anisopliae [C.V.(%) = 8,57; F =

397,40]. Médias seguidas pela mesma letra dentro de cada espécie de fungo não diferem

entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Número de insetos usados em cada

tratamento: 20

Entre os isolados E9 e IBCB 425 de M. anisopliae, também não houve diferença

significativa, sendo que estes isolados causaram, respectivamente, 90 e 95% de

mortes dos adultos (Figura 8).

Quando testaram diferentes isolados e diferentes metodologias de aplicação de B.

bassiana e M. anisopliae, FRANÇA et al. (2006) verificaram que a mortalidade de P.

nigrispinus variou de acordo com a fase, sendo maior a mortalidade de ninfas. Além

do mais, verificou que M. anisopliae, causou maior mortalidade tanto de adultos como

de ninfas.

Ressalta-se que os isolados afetaram tanto as ninfas quanto os adultos do

predador, não podendo assim ser recomendados para uso conjunto, a não ser que

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primeiramente seja aplicado o entomopatógeno e após o estabelecimento deste no

agroecossistema, provavelmente pode-se liberar o predador.

Figura 8. Mortalidade de adultos de Podisus nigrispinus causada por diversos isolados dos fungos

entomopatogênicos Beauveria bassiana [C.V.(%) = 14,14; F = 109,50**], Isaria fumosorosea

[C.V.(%) = 22,01; F = 61,93**] e Metarhizium anisopliae [C.V.(%) = 16,64; F = 92,10**].

Médias seguidas pela mesma letra dentro de cada espécie de fungo não diferem entre si

pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. **Significativo a 1% de probabilidade. Número de

insetos usados em cada tratamento: 20

Quando testaram diferentes isolados e diferentes metodologias de aplicação de

B. bassiana e M. anisopliae, FRANÇA et al. (2006) verificaram que a mortalidade de P.

nigrispinus variou de acordo com a fase, sendo maior a mortalidade de ninfas. Além

do mais, verificou que M. anisopliae, causou maior mortalidade tanto de adultos como

de ninfas.

Ressalta-se que os isolados afetaram tanto as ninfas quanto os adultos do

predador, não podendo assim ser recomendados para uso conjunto, a não ser que

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primeiramente seja aplicado o entomopatógeno e após o estabelecimento deste no

agroecossistema, provavelmente pode-se liberar o predador.

VI. CONCLUSÕES

�� Os tempos e concentrações letais necessários para promover a morte do inseto,

mostraram que os fungos são eficientes patógenos de Plutella xylostella,

�O fungo I. fumosorosea possui maior atividade patogênica à P. xylostella,

- Os isolados AM 09 de B. bassiana, CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea, e E9 e

IBCB 425 de M. anisopliae são patogênicos para todas as fases do ciclo de vida de P.

xylostella, podendo ser usados para seu controle,

- Os isolados AM 09 e IBCB 66 de B. bassiana, CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea,

e E9 e IBCB 425 de M. anisopliae promovem a mortalidade de adultos T. pretiosum e

T. exiggum, mas não afetam o desenvolvimento dos parasitoídes no interior de ovos

da traça-das-crucíferas quando aplicados anteriormente ao parasitismo,

- Os isolados AM 09 e IBCB 66 de B. bassiana, CB 75 e IBCB 133 de I. fumosorosea,

e E9 e IBCB 425 de M. anisopliae afetam significativamente ninfas de 2º ínstar de P.

nigrispinus.

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APÊNDICE

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Figura 1. Emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e T.

exiguum de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação de Beauveria

bassiana 24 horas antes do parasitismo

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Figura 2. Emergência de adultos de Trichogramma pretiosum e T.

exiguum de ovos de Plutella xylostella, após a aplicação de Metarhizium

anisopliae 24 horas antes do parasitismo

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