Upload
lidia-costa
View
215
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Atividades realizadas durante a Semana da Leitura no Agrupamento de Escolas José Cardoso Pires.
Citation preview
Agrupamento de Escolas José Cardoso Pires
Atividades da Semana da Leitura
2
Mar, mar e mar
Tu perguntas, e eu não sei,
eu também não sei o que é o mar.
É talvez uma lágrima caída dos meus olhos
ao reler uma carta, quando é de noite.
Os teus dentes, talvez os teus dentes,
Miúdos, brancos dentes, sejam o mar,
um mar pequeno e frágil,
afável diáfano,
no entanto sem música.
É evidente que a minha mãe me chama
quando uma onda e outra onda e outra
desfaz o seu corpo contra o meu corpo.
Então o mar é carícia,
Luz molhada onde desperta
Meu coração recente.
Às vezes o mar é uma figura branca
cintilando entre os rochedos.
Não sei se fita a água
ou se procura
um beijo entre conchas transparentes.
Não, o mar não é nardo nem açucena.
É um adolescente morto
de lábios abertos aos lábios de espuma.
É sangue,
sangue onde a luz se esconde
para amar outra luz sobre as areias.
Um pedaço de lua insiste,
insiste e sobe lenta arrastando a noite.
Os cabelos da minha mãe desprendem-se,
espalham-se na água,
alisados por uma brisa
que nasce exatamente no meu coração.
O mar volta a ser pequeno e meu,
anémona perfeita, abrindo nos meus dedos.
Eu também não sei o que é o mar.
Aguardo a madrugada, impaciente,
os pés descalços na areia. Eugénio de Andrade
3
Índice
1. Semana da Leitura
1.1- Mergulhar com a Menina do Mar - Atividades de articulação com a
área disciplinar de Ciências (5º ano/8º ano)
1.2- “Quem conta um conto…” – O dia em que o mar desapareceu
1.3- Atividades promovidas no 1º ciclo
1.1- O mural – Ler o mar
2. As embarcações portuguesas
2.1- Atividades de articulação com a área disciplinar de História (6º
ano/8º ano)
Bibliografia e Webgrafia
4
1- Semana da Leitura
Uma vez que a semana da leitura tinha como tema Ler o mar, a equipa da
BE programou uma série de atividades relacionadas com esta temática.
Destacamos o trabalho articulado com o subdepartamento de Ciências,
inspirado no livro de Sophia de Mello Breyner Andresen, A Menina do Mar. A
equipa de BE propôs aos professores de Ciências Naturais/da Natureza que
trabalhassem com os seus alunos um excerto do texto, para que através dele
relacionassem as personagens da história com os organismos que se observam no
meio marinho, focando aspetos como a biodiversidade descrita e a relação
existente entre os organismos marinhos e os diferentes ambientes. Esta atividade
denominou-se Mergulhar com a Menina do Mar
Os alunos do 5º ano recriaram os organismos que habitam poças-de-maré
recorrendo a diferentes materiais plásticos. Os alunos de 8º ano realizaram
cartazes informativos.
O objetivo final era a construção de um mural, na BE, para aplicar e expor
os organismos produzidos pelos alunos e os cartazes.
O mural foi sendo enriquecido, ao longo da semana, com as reflexões que os
alunos de 5º ano fizeram sobre o problema da poluição marítima. Esta atividade
resultou da leitura e discussão do livro de José Fanha, O dia em que o mar
despareceu.
5
1.1- Mergulhar com a Menina do Mar (5º ano/8º ano)
Poema "Menina do Mar" A Menina do mar É como uma princesa Tem cabelos loiros Olhos de Japonesa Nada como um peixe Mas não tem barbatanas Gosta tanto do mar Como o macaco de bananas Mastiga comida sem descansar Dança nas rochas Até se cansar.
Cristiana Correia 07/03/201
6
Menina linda do mar Entras na areia de saia Nunca estarás sozinha Importante és para a raia Nas festas do mar dançavas Ao som dos búzios cantavas Dás ao mundo alegria Oh que linda maravilha Menina linda do mar Adoro o teu trajar Rico ele é, e de pasmar...
Márcia Semedo 5º1ª
Conchas do mar
Adoro pescar
Conchas na areia
Aranhas na ateia
No Mar Atlântico vi
Golfinhos ao pé de ti
Um dia te levarei
E contigo dançarei
Juntos iremos viver
O oceano vamos percorrer
Diogo-5º1ª
7
Menina de algas vestida
Elegante, linda, charmosa
Nada te deixa triste
Irradias de alegria
Nadando ao longo da costa
A vida até tem magia
Do mar salgado saindo
Ouvi-te cantar, que lindo!
Maré vaza que te traz
Ao lado dos teus amigos
Rindo e cantado, perdidos de risos
Miguel - 5º 1ª
8
Polvo meu amigo
Oh! Não lhe façam mal!
Lá vem ele! É um rapaz
Vai divertir-nos a todos
Oh! É mesmo o rapaz
da menina do mar.
Mariana Soares, Ler o Mar
5º 2ª - 8/03/2012
O polvo pode medir mais de 6 metros de diâmetro, mas a maior
parte deles é muito menor, vive nas rochas e sai para apanhar camarões e
outras espécies pequenas para comer.
Move-se por propulsão a jato, mas também se arrasta lentamente
sobre os seus tentáculos. Muda de cor para se parecer com o fundo do
mar.
Mauro e Hernâni
5º 1ª 6/03/2013
9
O polvo tem um bico ósseo entre os seus oito tentáculos. É suficientemente
forte para quebrar a concha de um caranguejo.
A água sai por um tubo que o polvo tem para impelir o polvo. Pode apontar
com o tubo em qualquer direção.
Muitas pessoas ficam aterrorizadas com o
polvo, mas não são animais tão perigosos
como se julga. Embora alguns meçam
mais de 6 metros de diâmetro, a maior
parte deles é muito menor. Vivem nas
rochas e saem para capturar camarões e
outras criaturas pequenas. Movem-se por
propulsão a jato como as lulas, mas
também podem arrastar-se lentamente
sobre os seus oito tentáculos. Vários
peixes alimentam-se de polvo,
mordendo-lhe os tentáculos.
Muitas vezes, é difícil distinguir os polvos porque mudam de cor para se
parecerem com o fundo do mar.
Diana Bastos, Catarina Nave, Beatriz Caldeira
5ª 6ª - 3 de março de 2013
10
Os cavalos-marinhos contam-se entre os
peixes mais estranhos do mundo. Não se
parecem nada com um peixe e recebem o
seu nome devido à semelhança que a sua
cabeça tem com a do cavalo. Nadam em
posição ereta, mas passam muito tempo
ancorados nas algas. Outra coisa estranha
em relação a eles é que a fêmea põe os
seus ovos numa bolsa no corpo do macho e
deixa que este se encarregue deles.
A barbatana dorsal move-se com rapidez
para impelir o cavalo para a frente. O peixe roda a cabeça para mudar de
direção.
Há uma pequena boca no final do focinho que apanha criaturas diminutas que
lhe servem de alimento.
O macho do cavalo guarda os ovos durante quatro ou cinco semanas e, depois,
para as crias. Podem ser mais de 200.
Os cavalos prendem-se às algas com as caudas curvas. Muitas vezes, é difícil
distingui-los entre as algas.
Diana Bastos, Catarina Nave,
Beatriz Caldeira
5º 6ª - 3/03/2013
11
A maioria das pessoas pensa que o
tubarão é um dos animais mais perigosos do
mar. Tem dentes muito afiados e alimenta-se
de outros peixes. Não tem espinhas e o seu
esqueleto é constituído por cartilagem. A sua
pele está coberta de escamas duras.
Alguns tubarões são conhecidos como
devoradores de homens, como por exemplo,
o tubarão branco, o que não corresponde totalmente à verdade, do que eles
gostam mesmo é de leões-marinhos e de focas. Estes animais
caracterizam-se pelo seu corpo fusiforme, ao contrário de outros tubarões,
o seu focinho é cónico, curto e largo.
Márcia Semedo & Fábio Tavares
5º 1ª
12
A Medusa não tem cérebro nem esqueleto e pode
medir mais de 3 metros de diâmetro. Nada aos solavancos,
bombeando a água para dentro e para fora do corpo. Tem
aguilhões nos seus tentáculos que servem para agarrar a
comida.
A Medusa é parecida a um guarda-chuva aberto.
Cristiana Correia
5º 1ª
O que mais me impressionou em relação aos golfinhos foi
saber que estes são os mamíferos mais inteligentes que vivem
num ambiente marinho. Recentemente descobriu-se que falam
uns com os outros através de guinchos e assobios.
O golfinho de nariz em forma de garrafa vive no Oceano
Atlântico e no Mar Mediterrâneo e pode saltar mais de 10 metros
de altura fora de água.
Diogo Pina
5º 1ª
13
(1) http://2.bp.blogspot.com/-_s7VnEB4jOk/Tfb3gKTBWeI/AAAAAAAAAF8/4Oab37Au4es/s1600/1912_asterias-
rubens-linnaeus-1758.jpg
Nicole nº17 8º4ª,Tiago Tomé nº21 8º4ª,Tiago Durães nº23 8º4ª,Viviana Ferreira nº25 8º4ª
Estrela-do-mar
Reino: Animalia
Ordem: Forcipulatida
Família: Asteriidae
Nome Científico: Astérias Rubens
Distribuição Geográfica: Encontram-se no oceano Atlântico.
Habitat: Vivem em substratos rochosos, cascalhos e por
vezes escondem-se nos fundos arenosos ou no meio das
algas.
Hábitos Alimentares: Alimentam-se de moluscos (bivalves)
e crustáceos.
Tipo de locomoção: Deslocam-se com a ajuda de pés
ambulacrários, que fazem parte de um sistema de água
vascular presente nos equinodermes.
Reprodução: Assexuada por fragmentação e também
reprodução sexuada.
Período de Vida: de 3 a 5 anos
Curiosidades: Existem cerca de 1.800 tipos de estrelas-do-
mar.
1
14
Morango-do-Mar
Reino: Animalia
Ordem: Actiniaria
Família: Actiniidae
Nome Científico: Actinia Equina
Distribuição Geográfica: Actinia Equina encontra-se
principalmente no Norte do Oceano Atlântico e no Mar
Mediterrâneo. Uma das concentrações mais abundantes da
espécie pode ser encontrada em torno das Ilhas Britânicas.
Habitat: É uma espécie solitária que forma colónias. Vive em rochas e fendas de áreas costeiras, nas áreas intertidais, entre os 0 e 20 m de profundidade. Hábitos Alimentares: Alimenta-se de pequenos peixes, crustáceos e moluscos, que capta com seus tentáculos. Tipo de locomoção: Não se move. Vive presa às rochas. Reprodução: Pode ser sexuada ou assexuada por divisão binária. Período de Vida: 100 ou mais anos Curiosidades: Os Morangos-do-Mar podem ter até 192 tentáculos. Actinia Equina é extremamente territorial e ataca com os tentáculos qualquer oponente.
(1)Morango-do-Mar com os tentáculos expostos - http://www.natuurlijkmooi.net/images/actequ.jpg
João Trindade Nº 17, Igor Tavares Nº 27; turma 8º1ª
1
15
Amboré, Aimoré ou Frillfin Goby
Reino: Animalia
Ordem: Perciformes
Família: Gobiidae
Nome Científico: Bathygobius soporator
Distribuição Geográfica: Oceano Atlântico
Habitat: São peixes de habitats marinhos rasos, incluindo
piscinas naturais, recifes de coral e tapetes de ervas
marinhas.
Hábitos Alimentares: Crustáceos e pequenos animais
invertebrados aquáticos.
Tipo de locomoção: Locomove-se com auxílio de
barbatanas – locomoção por natação.
Reprodução: Sexuada
Período de Vida: Indeterminado
Curiosidade: Tem o corpo coberto por um muco viscoso,
que lhe conferiu, em certas regiões, o nome popular de
babosa ou ranhosa. Possui a barbatana ventral em forma
de disco, o que lhes permite agarrar ao substrato, e não
ser arrastados com as ondas.
(1)http://www.brasilreef.com/viewtopic.php?f=75&t=16515
Carlos Viegas Nº5, Filipa Silva Nº10, João Delgado Nº15, Rafael Sebastião Nº21, Tiago Resende Nº23 da
turma 8º2ª
1
16
17
Mexilhão
Reino: Animalia
Ordem: Mytiloida
Família: Mytilidae
Nome Científico: Mytilus edulis (mexilhão vulgar)
Distribuição Geográfica: Costa atlântica da Europa.
Habitat: Praias rochosas, normalmente presos as rochas.
Hábitos Alimentares: São organismos filtradores. A sua
dieta é constituída por algas microscópicas (fitoplâncton)
e por outros tipos de materiais orgânicos dissolvidos.
Tipo de locomoção: Vivem presos às rochas.
Reprodução: Sexuada com expulsão de gâmetas para o
exterior.
Período de Vida: Varia conforme os países mas no
máximo vivem 36 meses (3 anos).
Curiosidades: Os mexilhões fazem parte da dieta dos
países europeus. Em Portugal as formas mais típicas de
consumo são assado sobre as brasas e cozido.
Os Mexilhões são também conhecidos como mariscos.
São moluscos, com seis centímetros de comprimento, no
máximo e de casca escura de côr acastanhada e preta.
(1)http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Miesmuscheln_Mytilus_1.jpg
Ângelo Pereira Nº1; Nuno Correira Nº13; Ricardo Tavares Nº16; da Turma 8º3ª
1
18
1.2- “Quem conta um conto…” – O dia em que o mar desapareceu
19
20
1.1- Atividades promovidas no 1º ciclo
Durante a Semana da Leitura, no 1º ciclo foram explorados dois contos e
uma lenda alusivos ao tema Mar.
Na escola EB1/JI do Casal da Mira, os alunos do 1º e 2º anos de
escolaridade ouviram o conto de José Fanha, O dia em que o mar
despareceu. Pretendia-se sensibilizar os alunos para a preservação do meio
ambiente, em especial do ambiente marinho.
Na EBI/JI José Garcês foram os alunos do 2º e 3º anos de escolaridade
que ouviram esta história. Após a leitura os alunos elaboraram trabalhos de
expressão plástica, utilizando pasta de modelar e elaboraram um texto
informativo sobre a importância dos oceanos.
Em ambas as escolas, os alunos do 3º ano de escolaridade ouviram uma
lenda, do livro de José Jorge Letria, Lendas do Mar, Os três avisos do mar. A
lenda foi lida por uma convidada da C.M.A, Dra. Cecília Neves que recorreu à
ajuda de um fantoche, o Pepe, para exploração da mesma, despertando nas
crianças mais interesse e concentração durante a sessão de leitura. Desta
atividade resultou a exploração, interpretação oral e escrita da lenda, cartazes
informativos sobre personagens (animais) da mesma.
Igualmente nas duas escolas, os alunos de 4ºano trabalharam um excerto
da obra A Menina do Mar, realizaram uma notícia e textos informativos sobre
algumas personagens.
Todos os alunos do 1ºciclo elaboraram marcadores de livros, cujo slogan era
“ ler é…”.
21
22
Desenho do Grande Deus das Águas.
Notícia de última hora
Uma empresa de lixo tóxico deitou lixo tóxico no mar da Palha. O mar
da Palha é uma grande bacia no estuário do rio Tejo próximo da sua foz,
que no seu ponto mais largo atinge os 28Km de largura. Toda a bacia do
mar da Palha se carateriza pelos seus fundos baixos e em constante
mutação.
A navegação é feita pelos canais mantido à cota através de drenagens
como é o caso do canal do Barreiro ou da CUF na margem sul. Como
estamos a ver atrás de mim, lixo tóxico e alguns milhares de peixes
mortos…
23
24
Acidente de barco mata milhares de animais marinhos!
Em pleno Oceano Atlântico, ao largo da costa portuguesa ocorreu ontem ao
início da noite um violento acidente entre dois navios que deu origem a uma
enorme onda de poluição.
Eram precisamente 21 horas quando um enorme estrondo deixou em sobressalto
a população de Caselas do Mar. Toda a população ocorreu rapidamente à praia
em busca da origem do barulho que tinham sentido. A escuridão da noite não
permitia ver muito mais do que alguns pontos luminosos em frente à praia. Os
habitantes só tiveram noção do que realmente se tinha passado, quando
começaram a ver peixes mortos a boiar nas ondas junto à praia. Só hoje ao
nascer do dia é que os bombeiros e as equipas da Policia Marítima viram o que
realmente se tinha passado.
Dois navios petroleiros, chocaram talvez devido ao nevoeiro que existia na zona
de acidente. Como resultado deste catastrófico acidente, morreram centenas de
espécies marinhas e o Instituto de Proteção da Natureza continua a recolher aves
afetadas pelo derrame de combustível que está a provocar uma mancha de
poluição na zona do acidente e nas praias circundantes.
Esta era já uma zona muito poluída por falta de cuidado dos banhistas, agora,
foi este golpe final para os seres vivos desta região.
25
1.3- O mural – Ler o mar
26
27
2. As embarcações portuguesas
2.1- Atividades de articulação com a área disciplinar de História (6º
ano/8º ano)
A equipa da biblioteca articulou também a programação da Semana da
Leitura com o subdepartamento de História. Assim, os alunos de 6º e 8º anos
trabalharam sobre as Embarcações Portuguesas.
Os alunos de 6º ano pesquisaram e produziram cartazes, e os de 8º ano
desdobráveis sobre as embarcações, que têm sido utilizadas ao longo dos
tempos em Portugal, os grandes navegadores que estiveram à frente dessas
embarcações e a grande aventura dos Descobrimentos.
Os trabalhos foram expostos na biblioteca e os alunos visitaram a
exposição autonomamente.
28
Na época dos Descobrimentos
Os descobrimentos marítimos portugueses que se iniciam no século XV constituem um
dos feitos mais gloriosos na nossa História.
As embarcações portuguesas são as barcas, as caravelas e as naus. As
caravelas são invenções portuguesas pois possuem velas
triangulares, eram feitas de madeira. Muitas vezes, os
barcos não estavam em boas condições de navegação, os
mastros encontravam-se estragados ou apodrecidos e as
velas desgastadas. As cobertas inferiores (local do
navio onde dormiam algumas pessoas) eram
pouco soalheiras e muito abafadas. As únicas
aberturas por onde passavam o sol e o ar
eram as fendas entre as tábuas de madeira
do barco, mas por aí também entrava a água
do mar.
Nos navios portugueses enfrentavam-se numerosos perigos. Navegar no mar alto, em
embarcações frágeis, sem meios técnicos de comunicação à distância, sem processos
garantidos de orientação, sem mapas completos nem informações meteorológicas
seguras e estudadas antecipadamente, sem motor que permitisse fugir das tempestades,
era arriscar a vida a todo o minuto. Os naufrágios eram constantes, sucumbir à fome e à
sede era frequente, os ataques por navios de salteadores também eram comuns. Mas
para além destes enormes perigos, um outro inimigo temido, que as tripulações tinham
que enfrentar, eram as doenças.
Durante as viagens surgiam muitas doenças, algumas até contagiosas.
Poucos eram os navios que estavam equipados com uma pequena farmácia e ainda
menos eram os que tinham um médico a bordo.
Nestes casos como ninguém sabia cuidar do doente, os marinheiros eram tratados de
improviso muitas vezes pelo padre ou pelo barbeiro. Devido à alimentação, os
marinheiros ganhavam uma doença dentária— o escorbuto — que fazia com que a
gengivas apodrecessem e os dentes caíssem. Para além desta doença os marinheiros tinha
febre, tifóide, varíola, beribéri, doenças pulmonares e muitas outras doenças.
29
Fome, sede, doenças e estupro eram apenas algumas
situações por que passavam os navegadores. Os hábitos de
higiene eram precários. Proliferavam insetos e parasitas:
pulgas, percevejos e piolhos. O mau cheiro acumulava-se,
tornando o ambiente insuportável em pouco tempo.
Algumas das doenças eram: disenteria, febres, fraqueza
extrema, desnutrição, inchaço nas pernas e principalmente o
escorbuto que causavam inchaço das gengivas e perda dos dentes, em suma, uma
dolorosa morte. No entanto esta doença não era das mais mortíferas, pois muitas vezes
quando os doentes conseguiam desembarcar e comer legumes e frutas restabeleciam-se.
Por vezes quando viajavam em zonas frias surgiam as gripes, pneumonias, pleuresias,
doenças muito mortais e contagiosas.
Nestas viagens longas, difíceis e perigosas, também eram comuns os chamados males de
espírito, tristeza, medo, pavor depressão. Nesta época e basicamente para todas as
doenças, havia três medidas curativas específicas:
1 - Sangrias
2 - Os Purgos
3 - Clisteres.
As purgas limpavam o organismo, através da eliminação das fezes, as sangrias baixavam
a febre, mas se os doentes estivessem muitos fracos estas formas de tratamento muitas
das vezes mais não faziam que apressar a morte.
Outra situação que contribuía para a proliferação das doenças prendia- se com as
condições de higiene.
Não era costume, por exemplo, lavar pratos, colheres e gamelas usadas. Esses utensílios
eram compartilhados, de uso coletivo apenas nas partilhavam o copo que traziam atado
à cintura. Além de tudo as pulgas, piolhos e percevejos saltavam dos animais para as
pessoas.
Os tripulantes tinham que conter a sua repugnância perante os seus companheiros de
viagem, que arrotavam, vomitavam e escarravam perto dos que comiam as suas escassas
refeições. Como não havia maneira de conservar os alimentos, era indispensável
30
escolher produtos de longa duração como carne ou peixe salgados ou secos, arroz,
presunto e biscoito, ou seja, pão cozido duas vezes para ficar bem seco e aguentar mais
tempo sem se encher de bolor. Levavam também azeite, vinagre, sal, grão, lentilha,
amêndoas, frutos secos, alhos, cebolas, farinha, açúcar, mel, alguns animais vivos, como
galinhas, cabras, ovelhas e porcos, para irem matando pelo caminho.
Não havia instalações sanitárias a bordo. Faziam as suas necessidades debruçando-se no
costado da nau, voltados para o mar. Alguns caiam e desapareciam.
Muitos dos homens que constituíam a tripulação eram pessoas com passado criminoso e
isso constituía igualmente um perigo acrescido para estas viagens. Havia também os
aproveitadores, os estupradores e os que atiravam gente ao mar para ficar com seus
pertences.
Cada rota, cada dificuldade enfrentada, servia de lição para a etapa seguinte, mas os
europeus continuaram a desbravar os mares e a conquistar novas terras.
Filipe Sousa nº10, Diogo Alvarenga nº9, Mário Jorge nº20, Marta Amaro nº 21 e Selmo
Nunes nº25
6º3ª
31
32
33
34
Alunos do 8º2ª na sessão da “Leitura em Família”
35
Bibliografia e Webgrafia
Mergulhar com a Menina do Mar – 5º ano
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner - A Menina do Mar. s ed. Porto: Figueirinhas, s.d
Mergulhar com a Menina do Mar – 8º ano
http://tudosobreanimais-animais.blogspot.pt/2008/07/tudo-sobre-estrela-do-mar.htm;
http://www.biorede.pt/page.asp?id=3293
http://gpaquarismo.mrforum.net/t85-conhecendo-um-pouco-a-anemona ;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Actinia_equina ; http://ecomarinha.blogspot.pt/2013/01/actinia-
equina-o-morango-do-mar.html; http://es.wikipedia.org/wiki/Actinia_equina
http://www.brasilreef.com/viewtopic.php?f=75&t=16515
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ambor%C3%A9;
http://www.sms.si.edu/IRLSpec/Bathyg_sopora.htm;
http://www.sms.si.edu/IRLSpec/Bathyg_sopora.htm
Embarcações portuguesas – 6º ano
Rev. História da Biblioteca Nacional / Descobrimentos nº 84
Embarcações portuguesas – 8º ano
http://pt.wikipedia.org/wiki/Barinel
http://descobrimentos.no.sapo.pt/barinel.htm
https://www.google.pt/imghp?hl=pt-PT&tab=wi
http://www.dorna.biz/pt/articles/muleta/muleta-barreiro-seixal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muleta_do_Seixa
http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/c03.html
http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/barca
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=barca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Bojador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carraca
http://www.google.pt/search?hl=pt
http://www.google.pt/search?hl=pt
http://cvc.institutocamoes.pt/navegaport/c15html
http://www.infopedia.pt/$nau
http://www.geocities.ws/atoleiros/Descobrimento5.htm
http://descobrimentos.no.sapo.pt/caravela.htm