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Organização Sete de Setembro de Cultura e Ensino – LTDA Faculdade Sete de Setembro – FASETE Curso - Bacharelado em Direito THALITA KELLE PIRES BESERRA TÍTULOS DE CRÉDITO: DUPLICATA

Seminário de Empresarial - Duplicata.doc

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Títulos de crédito: Duplicata

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Organizao Sete de Setembro de Cultura e Ensino LTDA

Faculdade Sete de Setembro FASETE

Curso - Bacharelado em Direito

THALITA KELLE PIRES BESERRATTULOS DE CRDITO: DUPLICATAPaulo Afonso2015TTULOS DE CRDITO: DUPLICATATrabalho apresentado Faculdade Sete de Setembro FASETE, no Curso de Bacharelado em Direito, como requisito de avaliao da 1 etapa da disciplina de Direito Empresarial II, sob orientao da Profa. Greicy Lima.Paulo Afonso

2015SUMRIO

1DUPLICATA041.1 REQUISITOS ESSENCIAIS041.2 REMESSA051.3 DEVOLUO052ACEITE003 PAGAMENTO004 PROTESTO005 TRIPLICATA006 EXECUO007 DUPLICATA E FALNCIA008 PRESCRIO009 EXCEES E CAUSALIDADE0010 DUPLICATA SIMULADA00REFERNCIAS00

1 DUPLICATA

A duplicata uma espcie de ttulo de crdito, criada no Brasil, regulamentada pela Lei n 5.474/68 e emitido com base em obrigaes provenientes de relaes mercantis, ou seja, de compra e venda comercial ou prestao de servios. Em outros termos, a duplicata um saque representativo de um negcio preexistente (FAZZIO JUNIOR, 2005).De acordo com a Lei de Duplicata n 5.474/68, em seu art. 1, todo contrato de compra e venda mercantil, que tenha um prazo de pagamento superior a trinta dias, a extracao da fatura de carter obrigatorio (BRASIL, 1968).Na fatura dever discriminar as mercadorias vendidas ou, quando for conveniente ao vendedor, dever indicar apenas os nmeros e o valores das notas parciais das vendas, dos despachos ou das entregas das respectivas mercadorias. No ato da emissao da fatura, seu emitente tem a faculdade de extrair dele duplicata, titulo de credito necessario para documentar o saque do vendedor pela importancia faturada ao comprador, como previsto no artigo 2 da respectiva Lei (BRASIL, 1968).A lei no admite qualquer outro ttulo de crdito para documentar saque do vendedor pela importncia faturada ao comprador, portanto, a fatura, como prova do contrato de compra e venda obrigatria, enquanto a duplicata de carter facultativo. (FAZZIO JUNIOR, 2005)

Insta frisar que na duplicata deve conter sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a qualquer rebate, devendo o vendedor mencionar o valor lquido que o comprador dever pagar. 1.1 REQUISITOS ESSENCIAIS

A duplicata, sendo titulo formal, apresenta os seguintes requisitos previstos em Lei:

A denominao duplicata, a data de sua emisso e o nmero de ordem.

O nmero da fatura.

A data do vencimento ou a declarao de ser duplicata vista.

O nome e o domiclio do vendedor e do comprador.

A importncia a pagar, em algarismos e por extenso.

A praa de pagamento.

A clausula ordem.

A declarao do recebimento de sua exatido e da obrigao de pag-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial.

A assinatura do emitente (BRASIL, 1968, p. 1)

1.2 REMESSANo artigo 6 da Lei n 5.474/68 dispe que a remessa de duplicata poder ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermdio de instituies financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresent-la ao comprador na praa ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermedirios devolv-la, depois de assinada, ou conserv-la em seu poder at o momento do resgate, segundo as instrues de quem lhes cometeu o encargo (BRASIL, 1968).A Remessa realizada pelo credor tem o prazo de 30 dias, na praa do devedor, contado da data de sua emisso. J a Remessa por instituio financeira tem o prazo de 10 dias, contados da data de seu recebimento no local de pagamento (BRASIL, 1968).1.3 DEVOLUO

A duplicata, quando no for vista, dever ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentao, devidamente assinada ou acompanhada de declarao, por escrito, contendo as razes da falta do aceite (BRASIL, 1968).2 TRIPLICATASegundo Fazzio Junior (2005), a triplicata nada mais do que a emisso de um ttulo cambirio visando a substituio de uma duplicata que tenha sido perdida ou extraviada. Todavia, previsto em lei a no autorizao de emisso de triplicata em caso de reteno de duplicata que fora enviada para aceite.

Lembra ainda o j referido autor que, muito embora a Lei de Duplicatas estabelea obrigatria a emisso de triplicata em casa de extravio ou perda da duplicata, a mesma no ttulo de emisso obrigatria.

3 EXECUO

Por ser ttulo de executivo extrajudicial, a duplicata se torna documento suficiente para que seja arguida execuo por quantia certa. Desta feita, o Cdigo de Processo Civil, versa os seguintes casos cabveis de execuo:

de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou no;

de duplicata ou triplicata no aceita, contanto que, cumulativamente:

- haja sido protestada;

- esteja acompanhada de documento hbil comprobatrio a entrega e recebimento a mercadoria; e

- no tenha, comprovadamente, havido recusa justificada do aceite pelo sacado.

Sobre a execuo acompanhada de prova de protesto, Fazzio Junior nos orienta que contra o sacado, os endossantes e respectivos avalistas caber o processo de execuo quaisquer que sejam a forma e as condies do protesto (2005, p. 474).

Ainda, no que se refere ao foro competente para cobrana judicial da duplicata ou triplicata, este ser o da praa de pagamento constante do ttulo, ou outra de domiclio do comprador e, no caso de ao regressiva, a dos sacadores, dos endossantes e respectivos avalistas (FAZZIO JUNIOR, 2005).

Quanto ao procedimento de ao a ser adotado, aplicar-se- o procedimento ordinrio

[...] ao do credor contra o devedor, por duplicata ou triplicata que no tenham preenchido as hipteses do art. 15, I e II e 1 e2 da Lei de Duplicatas, bem como ao para ilidir as razes invocadas pelo devedor para o no aceite do ttulo, nos casos previstos no art. 8 da mesma Lei (FAZZIO JUNIOR, 2005, p. 474).Quanto ao que ainda se descortina sobre a execuo, Fazzio Junior rene algumas solues jurisprudncias relevantes a este tpico.Vejamos:

a falta dos originais das duplicatas nos autos de execuo no caracteriza vcio suscetvel de impugnao via exceo de pr-executividade, posto que podem ser dispensados na hiptese de reteno dos ttulos;

- se a duplicata foi retida, indevidamente, pelo sacado, suficiente o instrumento de protesto tirado mediante indicaes do credor ou apresentante, para instruir a execuo;

- nula a execuo alicerada em duplicata no firmada pelo sacador, posto tratar-se de ttulo inexigvel;

- tratando-se de execuo de duplicata aceita e protestada, de nada adianta o sacado-embargante intentar a produo de prova testemunhal para demonstrar defeito na mercadoria que gerou a transao, uma vez que a abstrao do ttulo s comporta discusso sobre vcios formais do contrato de compra e venda ou do saque;

- o resgate parcial de duplicata vencida no caracteriza novao e, por isso, no lhe retira a cambialidade, ensejando a execuo do saldo devido com esteio no mesmo ttulo

- no procede o argumento que a duplicata encontra-se quitada quando esta se v em poder do credor e inexiste outra prova cabal e eficaz de sua liquidao (2005, p. 475). Em suma, podemos depreender que, existe a possibilidade de execuo das duplicatas, pois estas se configuram como ttulo executivo extrajudicial, cabendo as aes intentadas nas hipteses que forem previstas em lei; trazendo tambm a jurisprudncia algumas solues no que se refere as aes de execues do instituto da duplicata.

4 DUPLICATA E FALNCIA

O 3 do art. 1 da LFC, trata de modo singular da duplicata como ttulo executivo para instruir pedido de falncia. Consoante Fazzio Junior (2005), esse dispositivo de lei legitima o pedido de falncia, pois considera obrigao lquida os ttulos executivos: duplicata e triplicata constantes no art. 15 da Lei de Duplicatas. A duplicata ou triplicata como prova para ao de falncia pode ter sido aceita ou no, protestada ou no. No entanto, como ainda nos orienta Fazzio Junior (2005), para que a duplicata sem aceite do sacado seja considerada ttulo vlido para instruir a ao, necessrio que sejam preenchidos os seguintes requisitos:

protestada por falta de aceita;

acompanhada de prova da efetiva entrega das mercadorias; e

sacado no tenha, comprovadamente, recusado o respectivo aceite, no prazo e forma previsto na lei.REFERNCIASBRASIL. Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5474.htm. Acesso em 27/03/2015.FAZZIO JUNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial. 5 ed. So Paulo: Editora Atlas S. A., 2005.