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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS TERCEIRO E QUARTO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL Laís Guimarães e Michel Marques Português XVI Universidade Federal Fluminense Instituto de Letras Português XVI – Prof. Dr. Ivo Rosário

Seminário PCN

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Seminários sobre o PCN de Língua Portuguesa apresentado na disciplina Língua Portuguesa XVI na UFF

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Predicativo do Sujeito

Parmetros Curriculares NacionaisTerceiro e quarto ciclo do ensino fundamentalLas Guimares e Michel MarquesPortugus XVIUniversidade Federal FluminenseInstituto de LetrasPortugus XVI Prof. Dr. Ivo Rosrio

Qual a finalidade do PCN?A finalidade dos Parmetros Curriculares Nacionais de Lngua Portuguesa constituir-se em referncia para as discusses curriculares da rea - em curso h vrios anos em muitos estados e municpios - e contribuir com tcnicos e professores no processo de reviso e elaborao de propostas didticas. (p.3)

Como se organiza?Na primeira, faz-se a apresentao da rea e definem-se as linhas gerais da proposta. Em sua introduo, analisam se alguns dos principais problemas do ensino da lngua e situa-se a proposta em relao ao movimento de reorientao curricular nos ltimos anos. Abordam-se, tambm, a natureza, as caractersticas e a importncia da rea. Finalmente, indicam-se os objetivos e contedos propostos para o ensino fundamental.Na segunda parte, dedicada ao terceiro e quarto ciclos, caracterizam-se ensino e aprendizagem de Lngua Portuguesa nestes ciclos, definem-se objetivos e contedos, apresentam-se orientaes didticas, especificam-se relaes existentes entre o ensino de Lngua Portuguesa e as tecnologias da comunicao e, por fim, propem-se critrios de avaliao.Aprender e ensinar Lngua Portuguesa na escola Variveis do Ensino-AprendizagemPode-se considerar o ensino e a aprendizagem de Lngua Portuguesa, como prtica pedaggica, resultantes da articulao de trs variveisCondies Para o tratamento do objeto de ensino: O texto como unidade e a diversidade de gneros.Um dos aspectos da competncia discursiva o sujeito ser capaz de utilizar a lngua de modo variado, para produzir diferentes efeitos de sentido e adequar o texto a diferentes situaes de interlocuo oral e escrita. o que aqui se chama de competncia lingustica e estilstica.A importncia e o valor dos usos da linguagem so determinados historicamente segundo as demandas sociais de cada momento. Atualmente, exigem-se nveis de leitura e de escrita diferentes dos que satisfizeram as demandas sociais at h bem pouco tempo e tudo indica que essa exigncia tende a ser crescente. A necessidade de atender a essa demanda, obriga reviso substantiva dos mtodos de ensino e constituio de prticas que possibilitem ao aluno ampliar sua competncia discursiva na interlocuo.Condies Para o tratamento do objeto de ensino: O texto como unidade e a diversidade de gneros.Nessa perspectiva, no possvel tomar como unidades bsicas do processo de ensino as que decorrem de uma anlise de estratos - letras/fonemas, slabas, palavras, sintagmas, frases - que, descontextualizados, so normalmente tomados como exemplos de estudo gramatical e pouco tm a ver com a competncia discursiva. Dentro desse marco, a unidade bsica do ensino s pode ser o texto.A seleo de textoOs gneros existem em nmero quase ilimitado, variando em funo da poca (epopia, cartoon), das culturas (haikai, cordel) das finalidades sociais (entreter, informar), de modo que, mesmo que a escola se impusesse a tarefa de tratar de todos, isso no seria possvel. Portanto, preciso priorizar os gneros que merecero abordagem mais aprofundada.Os textos a serem selecionados so aqueles que, por suas caractersticas e usos, podem favorecer a reflexo crtica, o exerccio de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas, bem como a fruio esttica dos usos artsticos da linguagem, ou seja, os mais vitais para a plena participao numa sociedade letrada.Textos OraisAo ingressarem na escola, os alunos j dispem de competncia discursiva e lingustica para comunicar-se em interaes que envolvem relaes sociais de seu dia-a-dia, inclusive as que se estabelecem em sua vida escolar. Acreditando que a aprendizagem da lngua oral, por se dar no espao domstico, no tarefa da escola, as situaes de ensino vm utilizando a modalidade oral da linguagem unicamente como instrumento para permitir o tratamento dos diversos contedos.Cabe escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realizao de apresentaes pblicas: realizao de entrevistas, debates, seminrios, apresentaes teatrais etc. Trata-se de propor situaes didticas nas quais essas atividades faam sentido de fato, pois descabido treinar um nvel mais formal da fala, tomado como mais apropriado para todas as situaes. A aprendizagem de procedimentos apropriados de fala e de escuta, em contextos pblicos, dificilmente ocorrer se a escola no tomar para si a tarefa de promov-la.Textos EscritosAnalisando os textos escritos que costumam ser considerados adequados para os leitores iniciantes, verifica-se que, na grande maioria, so curtos, s vezes apenas fragmentos de um texto maior - sem unidade semntica e/ou estrutural - , simplificados, em alguns casos, at o limite da indigncia. Confunde-se capacidade de interpretar e produzir discurso com capacidade de ler e escrever sozinho. A seleo de textos deve privilegiar textos de gneros que aparecem com maior freqncia na realidade social e no universo escolar, tais como notcias, editoriais, cartas argumentativas, artigos de divulgao cientfica, verbetes enciclopdicos, contos, romances, entre outros.Texto LiterriosO texto literrio constitui uma forma peculiar de representao e estilo em que predominam a fora criativa da imaginao e a inteno esttica. No mera fantasia que nada tem a ver com o que se entende por realidade, nem puro exerccio ldico sobre as formas e sentidos da linguagem e da lngua.O tratamento do texto literrio oral ou escrito envolve o exerccio de reconhecimento de singularidades e propriedades que matizam um tipo particular de uso da linguagem. possvel afastar uma srie de equvocos que costumam estar presentes na escola em relao aos textos literrios, ou seja, tom-los como pretexto para o tratamento de questes outras (valores morais, tpicos gramaticais) que no aquelas que contribuem para a formao de leitores capazes de reconhecer as sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extenso e a profundidade das construes literrias.A reflexo sobre a linguagemTomando-se a linguagem como atividade discursiva, o texto como unidade de ensino e a noo de gramtica como relativa ao conhecimento que o falante tem de sua linguagem, as atividades curriculares em Lngua Portuguesa correspondem, principalmente, a atividades discursivas: uma prtica constante de escuta de textos orais e leitura de textos escritos e de produo de textos orais e escritos, que devem permitir, por meio da anlise e reflexo sobre os mltiplos aspectos envolvidos, a expanso e construo de instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente, ampliar sua competncia discursiva.Aprender a pensar e falar sobre a prpria linguagem, realizar uma atividade de natureza reflexiva, uma atividade de anlise lingustica supe o planejamento de situaes didticas que possibilitem a reflexo no apenas sobre os diferentes recursos expressivos utilizados pelo autor do texto, mas tambm sobre a forma pela qual a seleo de tais recursos reflete as condies de produo do discurso e as restries impostas pelo gnero e pelo suporte. A reflexo gramatical na prtica pedaggica.Na perspectiva de uma didtica voltada para a produo e interpretao de textos, a atividade metalingustica deve ser instrumento de apoio para a discusso dos aspectos da lngua que o professor seleciona e ordena no curso do ensino-aprendizagem.No se justifica tratar o ensino gramatical desarticulado das prticas de linguagem. o caso, por exemplo, da gramtica que, ensinada de forma descontextualizada, tornou-se emblemtica de um contedo estritamente escolar, do tipo que s serve para ir bem na prova e passar de ano - uma prtica pedaggica que vai da metalngua para a lngua por meio de exemplificao, exerccios de reconhecimento e memorizao de terminologia.A variao lingustica para a prtica pedaggicaA variao constitutiva das lnguas humanas, ocorrendo em todos os nveis. Ela sempre existiu e sempre existir, independentemente de qualquer ao normativa. Assim, quando se fala em Lngua Portuguesa est se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedadesPara cumprir bem a funo de ensinar a escrita e a lngua padro, a escola precisa livrar-se de vrios mitos: o de que existe uma forma correta de falar, o de que a fala de uma regio melhor da que a de outras, o de que a fala correta a que se aproxima da lngua escrita, o de que o brasileiro fala mal o portugus, o de que o portugus uma lngua difcil, o de que preciso consertar a fala do aluno para evitar que ele escreva errado.A Lngua Portuguesa e as diversas reasNo possvel esperar que os textos que subsidiam o trabalho das diversas disciplinas sejam autoexplicativos. Sua compreenso depende necessariamente do conhecimento prvio que o leitor tiver sobre o tema e da familiaridade que tiver construdo com a leitura de textos do gnero. tarefa de todo professor, portanto, independentemente da rea, ensinar, tambm, os procedimentos de que o aluno precisa dispor para acessar os contedos da disciplina que estuda. Produzir esquemas, resumos que orientem o processo de compreenso dos textos, bem como apresentar roteiros que indiquem os objetivos e expectativas que cercam o texto que se espera ver analisado ou produzido no pode ser tarefa delegada a outro professor que no o da prpria rea.Objetivos gerais de Lngua Portuguesa para o Ensino FundamentalA escola dever organizar um conjunto de atividades que, progressivamente, possibilite ao aluno:

Quem so esses alunos?Adolescentes e Jovens a adolescncia implica a ampliao de formas de raciocnio, organizao e representao de observaes e opinies, bem como o desenvolvimento da capacidade de investigao, levantamento de hipteses, abstrao, anlise e sntese na direo de raciocnio cada vez mais formal, o que traz a possibilidade de constituio de conceitos mais prximos dos cientficos.(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 46)

O papel do professor de LPMediar aes que possibilitem aos alunos o contato crtico e reflexivo com o diferente e o desvelamento dos implcitos das prticas de linguagem.(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 48)O contedoTEXTO: unidade bsica de ensinoA infinidade de gnerosO que esperar do aluno?(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 49) Processo de escuta de textos orais Processo de leitura de textos escritos Processo de produo de textos orais Processo de produo de textos escritos Processo de anlise lingustica

(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 54)(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 57)

O que e como ensinarTratamento didtico especficoA finalidade orienta a prtica pedaggica.O que e como ensinarProfessor como refernciaPrticas:Escuta de textos orais e leitura de textos escritos.Textos orais: debates entrevistas palestras leituras dramticas saraus literrios

Textos escritos:A leitura um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreenso e interpretao do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre linguagem etc.(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 69)

Conexes de estmulo:Crepsculo, Stephanie Meyer, 2008.

Amor e Medo, Casimiro de Abreu, 1857Tipos de leitura autnoma colaborativa em voz alta pelo PP programada de escolha pessoalPrticas de produo de textos orais: elaborao de esquemas material de apoio elaborao de roteiro memorizao

(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 76)Prticas de produo de textos escritos:Alm da escuta, leitura e produo de textos, parece ser necessria a realizao tanto de atividades epilingusticas, que envolvam manifestaes de um trabalho sobre a lngua e suas propriedades, como de atividades metalingusticas, que envolvam o trabalho de observao, descrio e categorizao, por meio do qual se constroem explicaes para os fenmenos lingusticos caractersticos das prticas discursivas.(Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. P. 78)Prticas de anlise lingustica:Obrigado!