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 O LIVRO DE NEEMIAS

Seminário sobre Neemias

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NEEMIAS é um livro precioso quanto às lições espirituais por ele ensinadas. Ele narra como os muros de Jerusalém foram reconstruídos pelo remanescente que voltou sob o comando de Neemias e como o povo foi instruído de novo na lei que Deus havia dado à Sua nação muito antes, através de Moisés. Esta reconstrução do muro da cidade é como uma lição muito clara, ilustrando as verdades centrais de todo verdadeiro serviço para Deus. Aquele que considerar os ensinamentos tão vividamente descritos aqui será um construtor sábio e bem-sucedido nas coisas espirituais.

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O LIVRO DE NEEMIAS

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INTRODUÇÃO

NEEMIAS é um livro precioso quanto às liçõesespirituais por ele ensinadas. Ele narra como osmuros de Jerusalém foram reconstruídos peloremanescente que voltou sob o comando deNeemias e como o povo foi instruído de novo nalei que Deus havia dado à Sua nação muito antes,através de Moisés. Esta reconstrução do muro dacidade é como uma lição muito clara, ilustrando asverdades centrais de todo verdadeiro serviço paraDeus. Aquele que considerar os ensinamentos tãovividamente descritos aqui será um construtorsábio e bem-sucedido nas coisas espirituais.

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QUEM ESCREVEU?

Primeiro, não há dúvida de que o próprio Neemias é o autor daspartes que se encontram na primeira pessoa. São os capítulosde 1 a 7 e de 12.27 a 13.31, onde termina o livro. Segundo, otrecho intermediário (8.1-12.26) foi provavelmente incorporado

por Neemias a seu próprio registro, ainda que o estilo possasugerir um autor diferente, como alguns eruditos parecemafirmar. Alguns sugerem Esdras para esta parte. Terceiro, a listagenealógica do remanescente que voltou, encerrando o capítulo7, evidentemente baseou-se numa lista oficial preparada antes,enquanto a lista no capítulo 12 provavelmente foi iniciada pelopróprio Neemias e acrescentada numa data posterior (pois onome Jadua, nos versículos 11 e 22, leva-nos ao tempo deAlexandre, o Grande).

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QUANDO FOI ESCRITO?

A data  em que Neemias completou a obra deve tersido por volta de 430 a.C., ou seja, logo após sua voltaa Jerusalém, depois de ter sido chamado pelo rei para

ir temporariamente à Babilônia (13.6, 7). O decretoreal autorizando a primeira  viagem de Neemias aJerusalém foi no “mês de nisã, no ano vigésimo do reiArtaxerxes” (2.1). Sir Robert Anderson demonstrouque esta data corresponde a 14 de março de 445 a.C.A segunda  viagem de Neemias a Jerusalém, depoisde sua breve visita à Babilônia, ocorreu “no ano trintae dois de Artaxerxes” (13.6); portanto doze ou trezeanos mais tarde, o que nos leva a 432 a. C.

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QUAL O CONTEXTO?

Como vimos, Neemias chegou a Jerusalém em 445 a.C. Oremanescente judeu restaurado encontrava-se de volta àJudéia há mais de noventa anos. Zorobabel e seuscontemporâneos haviam morrido e outra geração os

substituíra. O que aconteceu durante esses noventa anos?O novo templo fora construído, muito inferior ao original,naturalmente; mas, embora o prédio em si levasse apenasquatro anos, cinco meses e dez dias para ser construído

(Ag 1.15 com Ed 6.15), o remanescente já tinha voltado há21 anos quando ele foi completado! Cerca de 60 anosdepois disso, Esdras viajara da Babilônia para Jerusalémcom seu grupo de duas ou três mil pessoas (Ed 7 diz2.000, mas refere-se somente aos homens).

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ASSUNTO E ESTRUTURA

O objetivo especial de Neemias era a reconstrução dos muros da cidade. Vimos como o livro de Esdras  divide-se em duas partesprincipais. Na primeira, sob a liderança de Zorobabel, ocupamo-nos dareconstrução do templo. Na segunda, guiados por Esdras, ocupamo-nos da restauração da adoração. Este Livro de Neemias, que é umaseqüência natural do Livro de Esdras, divide-se também em duas

partes. Na primeira, estudamos a reconstrução dos muros  (1-6). Nasegunda, a repetição das instruções de povo (7-13). Assim sendo, emEsdras e Neemias temos a restauração do templo, da adoração, dosmuros e do povo. Observamos que Esdras e distintamente o livro darestauração, e Neemias, o da RECONSTRUCAO. Quando chegarmosà epopéia de Ester, descobriremos que aquele é decididamente o livroda preservação. Assim, neste trio de livros ao final dos dezessete livroshistóricos do Antigo Testamento temos:

  ESDRAS RESTAURAÇÃO NEEMIAS RECONSTRUÇÃO ESTER PRESERVAÇÃO

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O LIVRO DE NEEMIASO LIVRO DA RECONSTRUÇÃO

A RECONSTRUÇÃO DO MURO (1-6)A INTERCESSÃO DE NEEMIAS (1.1-11)A EXPEDIÇÃO DE NEEMIAS (2.1-16)A EXORTAÇÃO DE NEEMIAS (2.17-20)

A TENTATIVA DE RECONSTRUÇÃO (3.1-32)O OBSTÁCULO À RECONSTRUÇÃO (4-6.14)O TÉRMINO DA RECONSTRUÇÃO (6.15-19)

A REPETIÇÃO DAS INSTRUÇÕES AO POVO (7-13)O NOVO REGISTRO DO REMANESCENTE (7)

O NOVO ENSINO DA LEI (8)A NOVA CONSAGRAÇÃO DO POVO (9-10)O NOVO POVOAMENTO DA CIDADE (11)A NOVA DEDICAÇÃO DOS MUROS (12)A NOVA ELIMINAÇÃO DOS ABUSOS (13) 

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A MENSAGEM DO LIVRO

Não há oportunidade sem oposição. Não há“porta aberta” à nossa frente sem que hajamuitos “adversários” para impedir nossaentrada (1 Co 16.9). Toda vez que os santosdizem: “Levantemo-nos e construamos”, oinimigo exclama: “Levantemo-nos e

impeçamos”. Não há triunfo semdificuldades. Não há vitória sem vigilância.Há uma cruz no caminho de cada coroa

digna de se usar.

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CAPÍUTULO 1O HOMEM E A HISTÓRIA

Neste Livro de Neemias, o homem e a história estão inseparavelmenteunidos um ao outro. A história da reconstrução de Jerusalém teria sidomuito diferente se aquela tarefa enorme e arriscada tivesse defrontadoum homem de calibre inferior ao de Neemias! Jamais alguém enfrentoutão bem uma hora de crise como Neemias no episódio da reconstruçãoda cidade.

Todavia, não é só o homem que faz a história. É quase igualmenteverdadeiro que a história faz o homem. Os perigos e problemas doempreendimento trazem à tona tudo o que é de melhor no indivíduo.Quantas vezes isso acontece! Quanto devemos às dificuldades econtrariedades, às obstruções e oposições, que tiveram permissãopara nos provar! As coisas que julgamos estar nos esmagando

estavam na verdade nos edificando  — como vemos agora emretrospecto. Assim, sigamos este homem desde o começo de sua história até o

momento em que os muros de Jerusalém foram reconstruídos. Nopequeno livro que leva seu nome, vemos Neemias em três funções: (1)o copeiro; (2) o construtor do muro; e (3) o governador.

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NEEMIAS O COPEIRO (1:1-2:10)

Neemias era “filho de Hacalias” (1.1) e aparentemente da tribo deJudá (2.3). Sem dúvida, ele foi criado no exílio e, quando ainda bem

 jovem, passou a servir na corte persa, onde alcançou a lucrativaposição de copeiro real diante de Artaxerxes Longânimo e da rainha

Damaspia, na residência real em Susã. “Nesse tempo eu era copeiro do  rei”,  diz ele a respeito de si mesmo (1.11). Para nós,leitores ocidentais e modernos, esse cargo pode parecer semimportância, semelhante ao de um mordomo da atual classe alta.Mas estamos errados em pensar assim. Nas palavras do Dr. Angus,

tratava-se de “um dos cargos mais honrados e de confiança nacorte”; e para citar o Dr. W. M. Taylor, era um cargo “mencionado pelos escritores da Antigüidade como sendo de grande influência”.Sabemos da grande influência que o mordomo do Faraó exerceu afavor de José e vemos a elevada posição que o infame Rabsaqué

(ou chefe dos copeiros) ocupava no império da Assíria (2 Rs 18).

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NEEMIAS O CONSTRUTOR DOMURO (2:11-6:19)

De posse da autorização real, emocionado por sentir agraça soberana do Senhor, mas consciente dosperigos envolvidos em seu empreendimento, Neemiasparte para Jerusalém, acompanhado de uma escoltade soldados persas, e completa sua viagem em cercade três meses.

Neemias chega a salvo em Jerusalém e, depois de umintervalo de três dias, faz uma visita secreta às ruínasdurante a noite, a fim de escapar à observação dos

espiões inimigos de Samaria. Ele não divulga suamissão aos líderes de Jerusalém até ter feito planospara assegurar que toda a obra seria iniciada eterminada em poucas semanas (2.12-18).

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CAPÍTULO 2 (4:1-6)A OPOSIÇÃO EXTERNA - Desprezo Bem, como Neemias enfrentou o desprezo de Sambalá e Tobias?

Temos a resposta em 4.4-6. Ele apenas continuou a orar e aconstruir. “Ouve, ó nosso Deus, pois estamos sendo desprezados”, diz ele. Depois da oração, acrescenta: “Assim edificamos o muro...

porque o povo tinha ânimo para trabalhar”. Essa é a maneira deenfrentar o desprezo, sem revidar! O sarcasmo de Sambalá eTobias logo começou a parecer tolo, à medida que os muros deJerusalém subiam cada vez mais. Nossa melhor resposta aodesprezo do mundo é continuar sempre orando a Deus, pedindo a

bênção do Espírito Santo e mantendo nossos esforços para ganharalmas para Cristo. Deus sempre honra a oração e o esforçosinceros. O diabo obtém grande vitória toda vez que consegue tirar-nos de alguma causa nobre para Cristo através do sarcasmo, etemo que atinja seu alvo com demasiada frequência. É bom

aprendermos essa lição de Neemias!

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CAPÍTULO 2 (6:7-23)A OPOSIÇÃO EXTERNA - Força

Quando as provocações e zombarias falharam, ela tomou uma formamais ameaçadora. O desprezo deu lugar à força. As provocaçõestransformaram-se em ameaças, e as zombarias, em conspirações.Inimigos como Sambalá e Tobias não eram do tipo que se contenta emdescarregar sua raiva em vão escárnio. Suas flechas de sarcasmomais agudas não atingiram a alma devota de Neemias.

Não nos devemos surpreender hoje, quando os inimigos do Senhorrecorrem à força. Se isto acontecer, como devemos agir? O queNeemias e seus companheiros fizeram? Continuaram como antes — orando e trabalhando; todavia, tiveram de acrescentar vigilância  à

oração e luta ao trabalho. Veja os seguintes versículos do capítulo 4:“Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite”  (v. 9).“ ... cada um com uma das mãos fazia a obra, e com a outra segurava a arma”  (v. 17).

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CAPÍTULO 2 (6:1-19)A OPOSIÇÃO EXTERNA - Astúcia Quando o desprezo e a força falharam, Sambalá, Tobias e seus aliados

recorreram à astúcia. Isto foi feito em quatro estágios. Primeiro, elestentaram o fingimento  (6.1-4). “Vem, encontremo-nos nas aldeias, novale de Ono”. Este era um engodo para uma conferência supostamenteamigável em terreno neutro, provavelmente com a sugestão de quedeveria ser feita uma aliança entre Neemias e eles. Mas Neemias

percebeu a hipocrisia deles (v. 2) e cada vez que repetiam o convite,dava a mesma resposta: “Estou fazendo grande obra, de modo quenão poderei descer” (v. 3). Esta sempre é a única resposta segura a talfingimento — a separação sem concessões.

Depois disso, e pior que tudo, eles conseguiram convencer alguns dospróprios companheiros de Neemias, usando assim de traição  contra

ele (vv. 10-14). Até mesmo alguns dos profetas foram subornados. Parece terrível dizer, mas a verdade é que existem traidores comoSemaías e Noadia (vv. 10-14) na maioria das atuais congregaçõescristãs — homens e mulheres que professaram conversão a Cristo,que participam da comunhão e dos trabalhos dos santos, mas nãoobstante parecem sentir um prazer cruel na queda de um líder cristão.

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CAPÍTULO 3 (4:10)OS OBSTÁCULOS INTERNOS - Escombros

Em primeiro lugar, houve o problema dosescombros. “Então disse Judá: Já desfaleceramas forças dos carregadores, e os escombros sãomuitos; de maneira que não podemos edificar omuro”. É fácil compreender tal desânimo. Bem noinício da reconstrução, Sambalá havia se referidosarcasticamente aos “montões de pó”.

Há inúmeros cristãos piedosos que não podemlevar adiante o serviço do muro que Deus lhes deupara construir, por causa do obstáculo dos“montões de pó”. Como há “montões de pó” emmuitas de nossas igrejas!

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CAPÍTULO 3 (4:11-14)OS OBSTÁCULOS INTERNOS  – O Medo

Do lado de dentro surgiu um novo elemento de desânimo: o medo.Judeus de regiões adjacentes traziam, periodicamente, notícias deque um ataque de surpresa estava sendo planejado pelos inimigosde Neemias (vv. 11, 12).

Nada paralisa mais do que o medo; e como ele costuma retardar otrabalho evangélico hoje! Os homens de Neemias ficaram amedrontados pela superioridade

numérica das forças de Sambalá. Existem paralelos no mundocontemporâneo. Muitas vezes os inimigos do cristianismo

evangélico pareceram enormes e mortais. Na Ex-União Soviética ena Alemanha de Hitler, vimos o próprio Estado solidamente contraEle sendo a fidelidade a Cristo castigada pelo exílio na Sibéria oupela prisão nos campos de concentração nazistas. É desurpreender que o medo tenha feito empalidecer muitas fisionomias

e sufocado muitos testemunhos?

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CAPÍTULO 3 (5:1-13)OS OBSTÁCULOS INTERNOS  – A Cobiça

Havia infelizmente o terceiro obstáculo interno, o flagelo dacobiça. Muitos israelitas, a fim de obter dinheiro para comprartrigo (v. 3) ou pagar tributos (v. 4), foram obrigados a hipotecarseus bens e, em alguns casos, até a entregar seus filhos e

filhas como escravos. Os judeus mais ricos, em vez decontribuir para aliviar a grande necessidade pública, haviamexplorado egoisticamente a situação até o ponto em quehouve um clamor.

Hoje, quando Satanás não pode prejudicar uma obra paraCristo por meio de “escombros” ou pelo “medo” de um tipo oude outro, ele tenta fazê-lo mediante interesses egoístas eoutros motivos errados entre cristão e cristão. Ele seaproveita de qualquer circunstância possível para provocar

isso; e seu lamentável sucesso é conhecido na terra e no céu!

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CAPÍTULO 4 (7:1-13)NEEMIAS O GOVERNADOR

Finalmente, em nosso rápido exame deste homem e sua história,observamos Neemias como governador, isto é, como governador dacidade de Jerusalém reconstruída e da província da Judéia, sob ospersas. Nós o vemos nesta posição na segunda metade do livro, docapítulo 7 ao 13.

A retidão e a franqueza de Neemias surpreendem-nos em toda ahistória, salientando-se ainda mais nesses últimos capítulos que falamdele como governador. Quer aprovemos ou não seu método de tratardesta ou daquela irregularidade, seu motivo é sempre claro como o diae perfeitamente cristalino. Não existe nenhuma dissimulação em seucaráter ou conduta. Note suas quatro principais qualidades:

1. Visão clara 2. Palavras sinceras 3. Tratamento firme 4. Honra a Deus

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CAPÍTULO 4 (7:1-3)NEEMIAS O GOVERNADOR -

Medidas de Segurança Em 7.1-3, vemos Neemias preparando os

regulamentos necessários para a segurança doque se tomara então uma fortaleza de primeiracategoria. O fato de ter designado levitas paraguardar as portas (v. 1) pode parecer estranho,mas precisamos nos lembrar de que, naquelaépoca, os sacerdotes constituíam quase metadeda escassa população (compare o capítulo 11 com

1 Cr 9.10-19). A seguir, ele nomeia dois oficiais dacidade para cuidar de todos os outros assuntos — seu irmão Hanani e um certo Hananias, que já era“maioral do castelo” ou torre do templo (v. 2).

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A seguir, Neemias trata do problema da população diminuta (v. 4), decidindo deinício fazer um censo (v. 5). Para isto, ele verifica a “genealogia dos quesubiram primeiro” (i. e., 90 anos antes com Zorobabel), e o restante destesétimo capítulo reproduz esse registro (que já vimos antes, em Esdras 2).

A falta de população é corrigida pelo lançamento de sortes, a fim de trazer um

entre cada dez indivíduos da população da Judéia que estava fora  deJerusalém para viver dentro da capital agora reconstruída (veja o capítulo 11,que se reporta ao 7).

Note no versículo 5 que a preservação cuidadosa desses registros denascimento em Israel foi feita de acordo com a mente de Deus (“Deus me pôsno coração”). Era importante determinar quais os verdadeiros descendentes de

Israel, especialmente porque a nação esperava Aquele que daria glóriaimperecível às suas genealogias, o Filho mais importante de Davi que surgiriadessa linhagem de Zorobabel e finalmente “desfaria o cativeiro” de Judá; oZorobabel supremo, que restauraria perfeitamente o templo; o Esdrassupremo, que escreveria a lei no coração do povo escolhido; o Neemiassupremo, que reconstruiria para sempre os muros de Sião (Is 54.11, 12; Zc6.12,13; Jr 31.33; Sl 48.12, 13; Is 60).

CAPÍTULO 4 (7:4-73)NEEMIAS O GOVERNADOR -

O problema da População

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O capítulo 8 começa assim: “Em chegando o sétimo mês (i. e., o mêsespecialmente sagrado), e estando os filhos de Israel nas suascidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, dianteda Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse olivro da lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel”.

A seguir encontramos um relato notável, nos capítulo 8, 9 e 10, do quechamaríamos hoje de um grande “movimento de volta à Bíblia”. Houveuma extraordinária convenção religiosa e o próprio povo pediu que lhefossem explicadas as Escrituras (8.1). Esdras e seus auxiliaresexplicam de novo a lei. A observância da Festa dos Tabernáculos é

renovada. Foi também observado um dia de grande humilhação,quando o povo confessou suas tristes falhas e reconhecer amaravilhosa misericórdia de seu Deus longânimo (9). Depois disso,estabeleceram uma aliança auto-imposta, com o profundo objetivomoral de, daí para a frente, ordenar seus caminhos conforme a vontade

de Deus revelada nas Escrituras (10).

CAPÍTULO 4 (8-10)NEEMIAS O GOVERNADOR -

O Movimento de Volta à Bíblia

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O capítulo 11 dá os principais resultados do novo censo feito porNeemias. Do versículo 3 ao 19 lemos sobre os habitantes deJerusalém. Do 20 ao 36, vemos o “restante” nas outras cidades daJudéia. Note no versículo 2 que o “povo bendisse a todos os homensque voluntariamente se ofereciam ainda para habitar em Jerusalém”.Esses eram os homens, um em cada dez, sobre os quais foram

lançadas sortes para que fossem morar na capital. As palavras indicamque aceitaram de bom grado a “sorte” e se submeterampatrioticamente, embora, aparentemente, nenhuma compensaçãofosse oferecida a eles. Não é de surpreender que o povo os tivesseaclamado, pois a transferência significaria em muitos casos oabandono de bens, a troca da riqueza pela pobreza, deixar uma casaconfortável por outra quase em ruínas ou desistir da vida como umpequeno proprietário de terras, trocando-a pela de um artesão outrabalhador contratado. (Casualmente, podemos mencionar queexpansões forçadas de uma capital mediante transferências deste tiponão eram incomuns no mundo antigo, quando a força dos Estadosdependia muito do tamanho e predominância da capital.) O censo dacidade neste capítulo 11 é o da população assim aumentada. 

CAPÍTULO 4 (11)NEEMIAS O GOVERNADOR -

Novo Censo

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Três circunstâncias indicam isto. Primeira, se a dedicação  dos muros tivesse ocorridoimediatamente após a reconstrução, é pouco provável que o narrador teria separado osdois eventos por cinco capítulos e meio. Segunda, entre o final do capítulo 11 e 12.27 foiinserida (provavelmente por outra mão que não a de Neemias) uma lista de sumos 

sacerdotes a partir de Jesua (noventa anos antes de Neemias) até Jadua (cerca de noventaanos depois de Neemias), havendo aqui, portanto, um intervalo na narrativa.

Terceira, o próprio Neemias apresenta-nos certas datas que fecham a questão. Em 13.6,ele diz que, quando o sacerdote Eliasibe deu às escondidas um aposento a Tobias nospátios do templo, ele (Neemias) “não estava em Jerusalém”, pois fora ter com o imperadorpersa. O comportamento traiçoeiro de Eliasibe durante a ausência de Neemias é precedidopelas palavras: “Ora antes disto... ” (13.4), significando que aquilo se deu antes do incidenteregistrado do versículo 1 ao 3, em que o povo redescobriu o que a lei de Moisés dizia sobre

os amonitas e moabitas (lembre-se de que Tobias era um amonita: veja 2.10). Mas oincidente em si começa com as palavras: “Naquele dia... ”  (13.1), significando que coincidiucom a restauração dos serviços do templo, descritos pouco antes dele (12.44-47). Vemosem 12.44 que isto coincidiu com a dedicação dos muros, indicando também que a ausênciade Neemias e a traição de Eliasibe precederam os três incidentes relatados anteriormente,incluindo a dedicação do muro. Como a breve ausência de Neemias ocorreu doze anosdepois de sua primeira viagem a Jerusalém para construir o muro (compare 2.1 com 13.6),

isto significa que a dedicação do muro realizou-se cerca de doze anos depois de terminada a reconstrução. 

CAPÍTULO 4 (12:27-47)NEEMIAS O GOVERNADOR -

A dedicação dos Muros

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Neste décimo-terceiro capítulo, vemos o zelo deNeemias por Deus permanecendo forte até o fim. Elevolta a Jerusalém e imediatamente luta contra osnovos males que surgiram. Não tolerará nem mais um

minuto a invasão dos “móveis” de Tobias no aposentodestinado aos utensílios da casa de Deus (vv. 4-9).Não aceitará a auto-indulgência às custas do serviçode Deus (vv. 10-14). Não permitirá a inobservância dosábado nem que negócios sejam colocados acima dareligião (vv. 15-22). Não admitirá que se façamcasamentos mistos, o que prejudicaria a distinção dopovo de Israel (vv. 23-28).

CAPÍTULO 4 (13)NEEMIAS O GOVERNADOR -

Os últimos vislumbres de Neemias

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Veja como este homem era realmente admirável. Volte os olhos para esses capítulos enote as várias reformas efetuadas por ele. É um conjunto impressionante. 1. Aumento da população de Jerusalém (11.1) 2. Resgate dos judeus vendidos como escravos entre os pagãos (5.8) 3. Abolição de empréstimos por hipotecas e de levantamentos de fundos por meio da

venda de filhos (5) 4. Restauração da observância rigorosa do sábado e do ano sabático (10.31; 13.15-

22) 5. Instituição do tributo anual da terça parte de um siclo para os serviços e

manutenção do templo (10.32) 6. Criação de sistema de suprimento de madeira para os sacrifícios do templo (10.34) 7. Correção e proibição das profanações do templo (13.4-9) 8. Reiteração da lei acerca do dízimo (10.37; 13.10-13) 9. Divórcio de todas as mulheres estrangeiras e renovação da separação do povo

(13.1-3; 23-28) 10. Outras reformas, como regulamentos referentes às portas da cidade etc. (13.19-

22) 

CAPÍTULO 4 (13)NEEMIAS O GOVERNADOR -

Resumo do Governo de Neemias

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CONCLUSÃO

Neemias é realmente um grande exemplo para todos nós, emespecial para todos os obreiros e líderes cristãos que têmcontato com o público. Sua visão clara, sua franqueza no falar,sua coragem ao lidar com as pessoas e seus motivos quehonram a Deus em todo momento — tudo isso é tanto umdesafio como uma inspiração.

Existem muitas outras lições neste Livro de Neemias que nãopodemos analisar aqui. Queremos, porém, chamar atençãoespecial para as orações fervorosas de Neemias, que aparecemem número de oito (2.4; 4.4, 5; 4.9; 5.19; 6.14; 13.14; 13.22;13.29).

Uma palavra de despedida. Mostramos que este Livro deNeemias divide-se em duas partes:

1 — a reconstrução do muro (1-6) 2 — a reforma do povo (7-13)