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Ilhéus . 2013 Letras . Módulo 4 . Volume 6 SEMINÁRIO TEMÁTICO INTERDISCIPLINAR IV DIVERSIDADE CULTURAL Samuel Leandro Oliveira Maos Guilherme Albagli de Almeida SEMINÁRIO TEMÁTICO INTERDISCIPLINAR IV DIVERSIDADE CULTURAL Samuel Leandro Oliveira Maos Guilherme Albagli de Almeida

SEMINÁRIO TEMÁTICO INTERDISCIPLINAR IVnead.uesc.br/arquivos/Letras/seminario_interdisciplinar_IV-diversi... · Letras e Artes. Atua na área de turismo, entretenimento e gestão

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Ilhéus . 2013

Letras . Módulo 4 . Volume 6

Ilhéus . 2013

Letras . Módulo 4 . Volume 6

SEMINÁRIO TEMÁTICOINTERDISCIPLINAR IV

DIVERSIDADE CULTURAL

Samuel Leandro Oliveira MattosGuilherme Albagli de Almeida

SEMINÁRIO TEMÁTICOINTERDISCIPLINAR IV

DIVERSIDADE CULTURAL

Samuel Leandro Oliveira MattosGuilherme Albagli de Almeida

Universidade Estadual de Santa Cruz

ReitoraProfª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro

Vice-reitorProf. Evandro Sena Freire

Pró-reitor de GraduaçãoProf. Elias Lins Guimarães

Diretor do Departamento de Letras e ArtesProf. Samuel Leandro Oliveira de Mattos

Ministério daEducação

Ficha Catalográfica

1ª edição | Setembro de 2013 | 462 exemplaresCopyright by EAD-UAB/UESC

Projeto Gráfico e DiagramaçãoSaul Edgardo Mendez Sanchez Filho

CapaSaul Edgardo Mendez Sanchez Filho

Impressão e acabamentoJM Gráfica e Editora

Todos os direitos reservados à EAD-UAB/UESCObra desenvolvida para os cursos de Educação a Distância da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (Ilhéus-BA)

Campus Soane Nazaré de Andrade - Rodovia Jorge Amado, Km 16 - CEP: 45662-000 - Ilhéus-Bahia.www.nead.uesc.br | [email protected] | (73) 3680.5458

Letras Vernáculas | Módulo 4 | Volume 6 - Seminário Temático Interdisciplinar IV – Diversidade Cultural

EAD . UAB|UESCCoordenação UAB – UESC

Profª. Drª. Maridalva de Souza Penteado

Coordenação Adjunta UAB – UESCProfª. Dr.ª Marta Magda Dornelles

Coordenação do Curso de Licenciatura em Letras Vernáculas (EAD)

Prof. Dr. Rogério Soares de Oliveira

Elaboração de Conteúdo Prof. Samuel Leandro Oliveira de Mattos Prof. Esp. Guilherme Albagli de Almeida

Instrucional DesignProfª. Ma. Marileide dos Santos de Oliveira

Profª. Ma. Anabel MascarenhasProfª. Drª. Cláudia Celeste Lima Costa Menezes

RevisãoProf. Me. Roberto Santos de Carvalho

Coordenação de DesignMe. Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................... 15

2. O LegaDO ÉTNIcO-RacIaL-cULTURaL ........................................ 16

2.1 O legado indígena ......................................................... 17

2.2 O legado africano .......................................................... 17

2.3 O legado europeu .......................................................... 17

3. as POLíTIcas PúbLIcas bRasILeIRas PaRa a cULTURa .............. 18

3.1 as políticas públicas baianas para a cultura ....................... 20

4. as aRTes ................................................................................. 22

4.1 Tipos de arte ................................................................ 22

4.1.1 arte erudita ....................................................... 23

4.1.2 arte sacra .......................................................... 23

4.1.3 arte propagandística ........................................... 24

4.1.4 arte popular ....................................................... 24

4.1 as linguagens artísticas tradicionais ................................. 25

4.2.1 a pintura ........................................................... 25

4.2.2 a escultura ........................................................ 26

4.2.3 Música e dança ................................................... 27

4.2.4 Literatura e teatro .............................................. 28

aTIvIDaDes ............................................................................. 29

ResUMINDO ............................................................................. 30

RefeRêNcIas .......................................................................... 30

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Caro(a) Estudante,

Através desta disciplina, gostaríamos de observar alguns tópicos sobre cultura, de modo que você possa ampliar seus conhecimentos sobre o assunto.

Chamamos atenção para o fato de que, para expandir as condições de sobrevivência, a natureza dotou o homem de um cérebro sofisticado capaz de captar, memorizar e reformular informações vindas do meio ambiente. Essas informações são captadas pelos órgãos dos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Por sua vez, a transmissão dessas informações ocorre pela fala e pelos gestos.

Com o decorrer do tempo, o homem passou a expressar-se não somente no intuito de comunicar algo como, por exemplo: “Corra, vai desabar”, mas também para emocionar outros, como numa canção, numa pintura, numa escultura etc. Dessa forma, o homem não avisava sobre um perigo imediato, mas narrava uma história triste, algo vivenciado, algo imaginado, algo marcado pela dor, alegria e com isso provocava diferentes emoções. Mais tarde, tais expressões emocionais ganharam o nome de arte.

Portanto cultura, que engloba a arte, é, no sentido antropológico, tudo que o homem faz, o modo como faz, a forma como elabora e transforma coisas. É tudo que se ensina e que se aprende. É a maneira de viver de um povo, seus símbolos, signos, costumes, crenças etc., e como tudo isso se manifesta de um indivíduo para outro. Nesse sentido, cultura é um comportamento aprendido, algo que marca a existência do homem e o distingue da natureza. É o conhecimento acumulativo, é o que se transmite a outros pela chamada aculturação. É também um processo mutável, que se altera de uma geração para outra. Em todo caso, a cultura está na base de valores de uma pessoa, de uma comunidade.

Por assim considerar, a cultura é diversa, variada, múltipla, plural. Cada pessoa, cada povo, cada grupo humano tem seus próprios valores e sua própria maneira de entender-se e de entender o mundo, a vida, a morte etc. Em função disso, não se pode esperar que um povo tenha o mesmo comportamento que outro, ou creia nas mesmas coisas, ou se manifeste semelhantemente.

Todavia, por causa das disputas entre os homens, entre países e regiões, a História tem registrado tentativas de dominação cultural de um povo sobre outro. Em tais investidas, via de regra, por interesses econômicos e políticos, são impostos padrões estéticos, vestimentas, idiomas etc. em processos aculturativos que duram séculos. E nesse contexto, valoriza-se mais a cultura dos dominadores, colonizadores, dos que detêm o

poder político-econômico, em detrimento à dos dominados, colonizados, pertencentes a grupos econômicos ou politicamente vulneráveis.

A visão que se tinha da cultura brasileira, por exemplo, do século XV ao XX, em função dos valores eurocêntricos vindos de além-mar, foi tratada pelo poder público (e pela maior parte da sociedade) como se fosse apenas uma cultura europeia na América do Sul, caracterizada por uma única língua (Português) e uma única religião (o Cristianismo Católico). Inclusive, as iniciativas do Governo Brasileiro no intuito da salvaguarda dos bens culturais, a partir da Era Vargas (1930 a 1945), objetivavam apenas o tombamento de fortes (engenharia militar portuguesa), templos católicos (da chamada “religião dominante”) e palácios, que representavam o poder econômico oriundo do comércio de escravos, das plantações de café e da memória da corte portuguesa instalada no Brasil.

Tal entendimento e tais políticas desconsideravam quase que totalmente a cultura das populações originais do país, que aqui já existem há 50.000 anos, e que englobavam centenas de nações indígenas, falando, aproximadamente, duzentas línguas diferentes. Ignorava-se também a expressiva cultura afro-brasileira, com seus muitos troncos étnico-culturais, idiomas, valores, costumes etc., que aqui se desenvolveram e aqui se fundiram, formando uma impressionante diversidade.

De fato, foram necessários quatro séculos de amadurecimento da população para o reconhecimento da real diversidade cultural brasileira, hoje contemplada nas políticas públicas.

Assim, através da disciplina Seminário Temático Interdisciplinar IV – Diversidade Cultural, aprenderemos sobre a cultura e a arte como formas de expressão inerentes ao homem. Também entenderemos que o Brasil é plural e culturalmente multifacetado. Não somos uma única coisa. Somos múltiplos, muito em muitos.

OS AUTORES

Prof. Me. Samuel Leandro Oliveira de Mattos

Samuel Leandro Oliveira de Mattos nasceu em Juazeiro-Bahia, em 1964. É mestre

em Cultura & Turismo e estudou ficção literária na Universidade da Califórnia Los Angeles.

É professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), lotado no Departamento de

Letras e Artes. Atua na área de turismo, entretenimento e gestão cultural. Publicou poemas

no Jornal Diário de Itabuna (1987), na coletânea Poetas Ocultos (1998) e os livros Música

na Rua e outros poemas (2008) e Apolônio, o multiplicador (2011), ambos pela Editora

da UESC, EDITUS.

E-mail: [email protected]

Prof. Esp. Guilherme Albagli de Almeida

Guilherme Albagli de Almeida nasceu em Ilhéus-Bahia, em 1954. É artista plástico, arqueólogo, estudioso de arte rupestre na Bahia, graduado em Arquitetura, membro da Sociedade de Arqueologia Brasileira e Professor de Artes na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), lotado no Departamento de Letras e Artes (DLA). É egresso da escola de pintores como Emeles e Domenico Lazzarini e contou com orientações de Carybé, Hansen Bahia, Paraíso, Scaldaferri e Yêdamaria. Já realizou diversas exposições no Brasil e no exterior, a exemplo das que foram feitas em Israel e na Suíça.

E-mail: [email protected]

DISCIPLINA

SEMINÁRIO TEMÁTICO INTERDISCIPLINAR IV – DIVERSIDADE CULTURAL

EMENTA

Prof. Me. Samuel Leandro Oliveira de Mattos

Prof. Esp. Guilherme Albagli de Almeida

A história sociocultural das Artes Visuais, da Música, da Dança, do Teatro e da Literatura. A forma de expressão específica em cada área de conhecimento artístico, seus simbolismos e suas características comuns.

CARGA HORáRIA: 15 horas

Neste Seminário, o aluno deverá ser capaz de:

• Identificar os traços mais expressivos da cultura brasileira e suas origens africanas, indígenas e europeias.

• Identificar políticas públicas, no campo da arte e da cultura, implementadas ao longo do século XX.

DIVERSIDADE CULTURAL

1 INTRODUÇÃO

No seu discurso de posse como Ministro da Cultura, em 2003, Gilberto

Gil considerou cultura como

[...] tudo aquilo que, no uso de qualquer coisa, se manifesta para além do mero valor de uso. Cultura como aquilo que, em cada objeto que produzimos, transcende o meramente téc-nico. Cultura como usina de símbolos de um povo. Cultura como conjunto de signos de cada comunidade e de toda a na-ção. Cultura como o sentido de nossos atos, a soma de nossos gestos, o senso de nossos jeitos (GILBERTO GIL, 2013).

Tal visão ratifica a ideia que de fato tudo que o homem faz é cultura.

Noutro momento, o ministro critica a visão tradicional brasileira

(eurocêntrica) do que seja cultura:

[...] o que entendo por cultura vai muito além do âmbito restrito e restritivo das concepções acadêmicas, ou dos ritos e da liturgia de uma suposta ‘classe artística e intelectual’. Cultura, como alguém já disse, não é apenas ‘uma espécie de ignorância que distingue os estudiosos’. Nem somente o que se produz no âmbito das formas canonizadas pelos códigos ocidentais, com as suas hierarquias suspeitas (GILBERTO GIL, 2013).

Com base em tal discurso, pode-se afirmar que a cultura brasileira, de

modo pleno, nunca foi entendida na sua pluralidade pela maioria da população.

Tal desconhecimento se deve a questões geopolíticas (o Brasil somente aparece

no mapa europeu no século XV) e ao próprio processo de colonização europeia

(portuguesa), que nortearam o sistema educacional e os registros da chamada

História do Brasil. Esses fatores, na prática, contribuíram para colocar em evidência

os valores da Europa nas Américas, em detrimento às culturas subjugadas: a

Módulo 4 I Volume 6UESC 15

africana e a indígena. Portanto a visão que se tem do Brasil é majoritariamente

europeizante, ignorando-se parcial ou integralmente os outros elementos que

ajudaram a formar o país.

Em todo caso, contemporaneamente, é inegável que a cultura brasileira

resulta fortemente da fusão de influências dos povos indígenas (habitantes

originais do país), africanos (para cá trazidos na condição de escravos) e europeus,

que viram no Brasil uma possibilidade de expansão territorial e comercial.

Cada um desses três povos contribuiu de maneira expressiva para a

formação do povo brasileiro, que, no prisma étnico-racial, pode ser classificado

em negros (origem africana), brancos (origem europeia), indígenas (habitantes

originais, também considerados de raça amarela, devido às prováveis origens

asiáticas), mulatos (frutos da miscigenação do negro com o branco), cafuzos

(frutos da miscigenação do negro com o indígena) e caboclo (resultante da

miscigenação do branco com o indígena).

2 O LEGADO ÉTNICO-RACIAL-CULTURAL

Realmente, não é possível entender cultura brasileira sem considerar

os três grupos étnico-raciais básicos que formaram o povo brasileiro através da

miscigenação.

Indígena (origem asiático-americana) / Negro (origem africana) / brancofontes: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c6/%c3%8Dndia_da_etnia_Terena.jpg / http://cdn.fotocommunity.com/images/Portrait/Men/afro-brazilian-young-boy-a27495500.jpg / http://24.

media.tumblr.com/tumblr_kt5t3jblOZ1qa6heqo1_500.jpg

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Seminário Temático Interdisciplinar IVDiversidade Cultural

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2.1 O legado indígena

O legado indígena pode ser observado no imaginário mítico brasileiro

relacionado à natureza, a hábitos alimentares (mandioca, milho etc.), ao culto

religioso, à coletivização dos papéis sociais (na criação de filhos, por exemplo),

na arte ceramista e funerária. Ademais, os indígenas contribuíram com técnicas

ligadas à pesca e à agricultura, com o conhecimento sobre plantas e ervas que

possibilitaram o surgimento da indústria farmacêutica. As técnicas indígenas de

construção de casas também contribuíram para caracterizar a construção civil

brasileira. Dos indígenas, o brasileiro herdou ainda o hábito do banho diário e a

relação lúdica com a água. Para o brasileiro, pois, a água não é só para a higiene,

mas para a diversão, para o relaxamento, para refrigério do corpo e da alma.

2.2 O legado africano

O legado africano se registra na versatilidade e criatividade do brasileiro

na sua luta pela sobrevivência, na maneira de ser, agir, na informalidade das

relações interpessoais. Manifesta-se também na alegria de viver, no hábito de

festejar a vida, apesar dos sofrimentos. Tais valores são materializados na literatura

crioula, na música, na dança, na culinária, na religiosidade etc. Em função do

modelo econômico fundamentado no latifúndio e na escravidão, que por séculos

manteve o afro-brasileiro na base da pirâmide social, muito da cultura e dos

idiomas africanos se perdeu. Porém as religiões de matriz africanas, a exemplo do

Candomblé, somadas à capoeira, ao maculelê e a outras manifestações culturais,

contribuíram para a manutenção de importantes traços identitários vinculados

aos troncos étnico-culturais Yorubá, Nagô e Jeje.

2.3 O legado europeu

O legado europeu, genericamente, volta-se para a organização político-

territorial, o modelo econômico e jurídico, o idioma oficializado no Brasil, a

religião cristã, a literatura, a arquitetura, o sistema educacional, o formato das

cidades, os códigos e normais sociais etc. Através de mecanismos políticos e

jurídico-organizacionais, a cultura europeia se tornou hegemônica no Brasil, em

detrimento às demais.

Módulo 4 I Volume 6UESC 17

3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS PARA A CULTURA

A partir dos anos de 1930, sob a gestão do Presidente Getúlio Vargas,

o Brasil começa a se preocupar em proteger seu patrimônio cultural, à época

entendido como sendo representado por templos religiosos católicos, fortes e

fortalezas militares e palácios residenciais, apropriados pelo poder público.

Nas décadas de 1960 e 1970, o Governo implementou ações de

estímulo ao teatro e ao cinema brasileiros, a exemplo do que foi feito através da

Fundação Nacional de Artes e da Embrafilmes. Ao longo das décadas seguintes,

e principalmente a partir da Constituição de 1988, o conceito de cultura na

perspectiva pública passa a também englobar aspectos imateriais, a exemplo de

religiosidade, artes populares, saberes, técnicas etc.

A partir dos anos de 1990, generalizou-se o entendimento de cultura

como vetor de desenvolvimento humano e socioeconômico. A propósito, o

Ministério da Cultura (criado em 1985), passa a divulgar cultura como sendo

um bom negócio. Assim, aumenta o interesse de empresas em financiar a cultura

através de uma política de renúncia fiscal, que perdura até os dias de hoje.

Com o considerável crescimento do setor de serviços, incluindo o de

entretenimento, a cultura ganha destaque como sendo geradora de empregos e

renda, além de promover a realização humana.

A partir de 2003, quando o compositor Gilberto Gil assume o cargo de

Ministro da Cultura, observa-se paulatino aumento de recursos públicos para o

setor, sobretudo através de editais públicos e programas de incentivo à produção

cultural no país. Pela primeira vez na história, o Governo tenta reconhecer, com

tais ações, todas as variantes da cultura brasileira:

[...] podemos mesmo dizer que a diversidade interna é, hoje, um dos nossos traços identitários mais nítidos. É o que faz com que um habitante da favela carioca, vinculado ao samba e à macumba, e um caboclo amazônico, cultivando carimbós e encantados, sintam-se e, de fato, sejam igualmente brasileiros (CUNHA, 2005, p?).

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Dentre as iniciativas públicas mais importantes, destacam-

se as seguintes:

• Embrafilme (1969–1990): empresa fomentadora,

produtora e distribuidora de filmes brasileiros. Hoje, as ações

da antiga empresa foram absorvidas pela Agência Nacional de

Cinema (ANCINE), sendo que a distribuição ficou a cargo da

iniciativa privada.

• Fundação Nacional de Artes (1975): a Funarte

se volta para a criação de políticas públicas para as chamadas

artes visuais, música, dança e principalmente teatro. As ações

se caracterizam pelo fomento, estímulo, capacitação, pesquisa e

memória da arte brasileira.

• Ministério da Cultura (1985): orgão federal

voltado para o fomento da cultura brasileira, incluindo a

disponibilização de recursos públicos para custeio das ações

culturais, nas suas diversas linguagens artísticas.

• Lei Sarney (1986): esta foi a primeira lei federal de

incentivo às empresas para que investissem em cultura. Através de

cadastramento de projetos artísticos e de empresas interessadas, a

produção era custeada pelo capital privado.

• Lei Rouanet (1991): como evolução da Lei

Sarney, a Lei Federal de Incentivo à Cultura passou a ser a mais

importante lei brasileira para estimular empresas a investirem

em ações culturais, em troca de renúncia fiscal. Assim, empresas

e pessoas físicas têm redução do seu Imposto de Renda, caso

invistam na cultura. Operacionalmente, porém, essa lei beneficia

mais os artistas renomados do que os artistas emergentes e mais

as empresas grandes do que as pequenas. Através da Lei Rouanet,

a empresa pode desenvolver o que se chama de marketing cultural,

que é a promoção mercadológica de uma marca (produtos ou

serviços) junto ao público, através da sua vinculação à cultura.

Essa lei passa, no momento, por tentativas de reformulação. O

que se pretende hoje é que as empresas também se interessem

pelo trabalho de artistas menos conhecidos.

a propósito, há outro discurso de gilberto gil especifi camente sobre diversidade. Para vê-lo acesse a página http://www.youtube.com/watch?v=cJh2PmZv1TY

Saiba mais

Módulo 4 I Volume 6UESC 19

• Pontos de Cultura (2005): o Ponto de Cultura

é uma ação fruto do Programa Cultura Viva, do Ministério da

Cultura. Trata-se de iniciativa voltada para a articulação de

agentes culturais com a comunidade local/regional no intuito

de estimular a produção de cada localidade. Funciona como uma

espécie de escritório local, estabelecendo a comunicação do poder

público com a sociedade.

• Programadora Brasil (2007): a Programadora

Brasil é uma ação de incentivo à criação de cines-clube, para

exibição dos filmes brasileiros, formando uma rede de distribuição

nacional.

• Plano Nacional de Cultura (2007): o Plano

Nacional de Cultura (PNC) objetiva o planejamento das

ações culturais brasileiras, no intuito de estimular a produção,

distribuição e consumo dos bens culturais. O Plano é fruto de

discussões e debates feitos em conferências de cultura realizadas

em todo o Brasil, ao longo de dois anos.

As principais ações se voltam para o direito à cultura,

proteção do patrimônio, respeito à diversidade cultural, dentre

outras.

3.1 As políticas públicas baianas para a cultura

No cenário nacional, a cultura baiana sempre se

destacou pelas suas particularidades literárias, arquitetônicas,

gastronômicas, artísticas, dentre outros aspectos. A Bahia também

marcou importante presença junto à indústria fonográfica e

cinematográfica, desde o seu surgimento. A imagem da Bahia,

dessa forma, ocupa grande espaço no imaginário brasileiro, até

porque foi na Bahia que se deram as primeiras fusões culturais, a

partir do encontro de europeus, indígenas e africanos.

Essa primazia cultural e sua visibilidade possibilitaram o

surgimento da indústria do turismo na Bahia. Assim, o Estado,

a partir dos anos de 1940, entendeu que a cultura popular

conheça melhor as ini-ciativas governamen-tais, acessando o site do Ministério da cultu-ra, no endereço http://www.cultura.gov.br/

Saiba mais

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baiana formava um importante conjunto de atrativos turísticos. Dessa forma, a

cultura passou a ser valorizada como recurso para a indústria turístico-cultural,

que colocou a Bahia em destaque nacional no âmbito do chamado “marketing

promocional”, com veiculações originalmente na música e no cinema.

Tais veiculações incluíam o samba, a capoeira, o carnaval, as festas

religiosas sincréticas (Catolicismo fundido com o Candomblé), a gastronomia

etc. Tal visão política também incluía apoio governamental a entidades culturais

e artísticas que contribuíam para a reafirmação da imagem midiática baiana, o

que existe até os dias de hoje. A propósito, a vinculação da cultura ao turismo,

nas políticas públicas, era materializada nas ações da então Secretaria de Cultura

e Turismo, que existiu até 2007. A partir desse ano, as pastas da cultura e do

turismo foram separadas, criando-se assim duas secretarias distintas.

A partir desse momento, através da Secretaria de Cultura do Estado

da Bahia, o Governo implementou ações que se caracterizaram fortemente

pela chamada “política de editais” (disponibilização de recursos para diversos

segmentos culturais) e pela interiorização das políticas públicas, incluindo a

realização de conferências de cultura em diversas regiões do Estado.

Tais iniciativas também incluíram o estabelecimento de parceria com as

universidades públicas baianas, visando promover cursos de capacitação na área

de gestão cultural e elaboração de projetos.

Em palestra feita em Salvador-Bahia, no dia 20 de novembro de 2009, no

Curso de Gestores Culturais, que integra o programa de Formação de Gestores

Culturais, do Ministério da Cultura, Isaura Botelho afirmou que a cultura se mostra

hoje hegemônica nas diferentes esferas do Estado e é conduzida na direção de

uma defesa da formulação mais incisiva de políticas públicas. Afirmou ainda que é

preciso mapear o universo da produção e investir em pesquisas socioeconômicas,

além de capacitação para a chamada sistematização e institucionalização da

cultura.

O diferencial mais importante dessas ações certamente está na inclusão

de diversos segmentos antes não reconhecidos pelo poder público, a exemplo dos

movimentos sociais, das comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) e

das novas linguagens artísticas como o hip hop e o design.

Em suma, a Bahia tem implementado as mesmas ações norteadas pelo

Governo Federal, principalmente no que se refere à disponibilização de recursos

através de editais públicos.

Módulo 4 I Volume 6UESC 21

4 AS ARTES

O termo “Arte” é de origem indo-europeia, embora suas raízes mais

longínquas estejam no mundo afro-oriental. O Antigo Egito, por exemplo,

cultivou a arte funerária, a cosmética, a escrita, a arquitetura, dentre outras

manifestações artísticas. Muito depois, na Europa, o termo “Art” ou “Ars”, em

Latim, passou a significar qualquer técnica ou modo de se fazer uma coisa. No

século V, antes da Era Cristã, porém, a palavra passou a denotar também obras

de conteúdo estético. Tais obras estavam no âmbito da poesia, da pintura, da

escultura, da literatura, do teatro e da arquitetura. Mais tarde, a partir do final do

século XIX, o cinema, o vídeo, o design, dentre outros, foram incluídos na lista

das linguagens artísticas.

As artes têm papel importante na vida humana e seria difícil imaginar o

mundo sem elas. Estas, pois, criam e recriam a existência, aperfeiçoam o que existe,

tornam a vida mais diversa e menos monótona. Embora seja uma fantasia, a arte

é um combustível que contribui para a racionalidade, através de figuras planas ou

tridimensionais, palavras exatas e abstratas (escritas, recitadas, cantadas), sons,

movimentos harmônicos, cheiros ou sabores. É uma fantasia que pode conduzir

o homem ao próprio entendimento de si, da vida, do mundo.

A arte está presente no dia a dia, do acordar ao dormir. Está na

estamparia do lençol, no modelo da cama, no colorido da escova de dente, da

xícara de café, na poesia inserida numa prece, na figura do calendário pendurado

na parede, na música que se ouve do rádio, no desenho animado na TV, no corte

da roupa, no jardim que enfeita a praça, na arquitetura, no dobrar dos sinos de

uma igreja, no carro amarelo que passa veloz na avenida. Justamente por isso, a

arte passa a ser também importante como objeto de estudo. Através da arte, pois,

aprende-se sobre o comportamento, a mentalidade, os costumes etc., em diversos

períodos da História.

4.1 Tipos de Arte

As artes podem ser classificadas em diversos tipos:

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4.1.1 Arte erudita

Produzida com base

em conhecimento formal,

técnico, oriundo de estudos.

Trata-se da arte esmerada,

produzida pelos e para os

segmentos detentores de mais

conhecimento e de maior

poder econômico. Entende-

se, porém, que a arte erudita

sempre se fundamenta na

arte popular. É fruto de uma

espécie de “sofisticação” do

que popularmente se faz de

forma simples.

4.1.2 Arte sacra

Produzida para alimentar a

crença religiosa e servir aos rituais

litúrgicos. Tal arte considera o

sagrado como centro da temática.

Assim, a religiosidade é exercitada de

forma didática, através da arte que é

produzida especificamente para esse

fim. É uma espécie de teatralização da

religião através da arte. O estado da

Bahia tem o maior acervo de arte sacra

do Brasil. São imagens de divindades

cristãs (católicas), crucifixos, castiçais,

utensílios diversos, que materializam a

fé cristã.

compositor Ludwig van beethoven (1770 - 1827) notabilizou-se pela sua erudição musical.

fonte: http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/12/beethoven-Joseph-Karl-stieler-1819.jpg

Imagem de Nossa senhora da conceição da Praia, salvador-bahia, século XvIII.

Fonte: http://fbmv.files.wordpress.com/2011/12/conceicao20da20praia_salvador_ba1.jpg

Módulo 4 I Volume 6UESC 23

4.1.3 Arte propagandística

Trata-se da arte produzida para

enaltecer e afirmar o poder político-partidário.

No que se refere aos ditadores europeus,

por exemplo, pode-se afirmar que Hitler e

Mussolini se utilizaram da arte para influenciar

seus seguidores. Mesmo num contexto

democrático, às vezes, partidos políticos se

utilizam da arte para apregoar suas ideias. Este,

inclusive, foi, inicialmente, o caso do escritor

Jorge Amado, que contou com considerável

ajuda do Partido Comunista na divulgação das

suas obras no Brasil e no exterior. O Partido

via no trabalho do escritor uma importante

forma de difusão dos ideais comunistas.

O escritor baiano, porém, obteve grande

reconhecimento artístico, independente de

questões partidárias.

O romance Cavaleiro da Esperança (1942), de Jorge Amado, serviu de

propaganda do Partido Comunista, uma vez que exaltou a imagem do líder Luiz

Carlos Prestes.

4.1.4 Arte popular

É a espécie de arte que surge em função da sensibilidade do próprio artista,

não necessariamente por influência da educação formal de uma escola, academia

ou conservatório. A arte popular é uma expressão fundamentada na visão, nas

ideias, no entendimento, na percepção de quem a produz. No Brasil, inclusive, a

partir de 2003, tem havido considerável estímulo governamental à produção de

arte popular, através da disponibilização de recursos através de editais públicos.

Os principais editais são os do Ministério da Cultura, Ministério da Educação e

secretarias estaduais de cultura, além de fundações culturais.

fonte: http://image.slidesharecdn.com/jorgeamado-ocavaleirodaesperanapdfrev-120530142352-phpapp01/95/

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4.2 As linguagens artísticas tradicionais

4.2.1 A pintura

Na Pré-História, acredita-

se que homens (ou seus ancestrais)

brincavam com a lama colorida,

passando-a em rochas, no seu

próprio corpo, ou imprimindo-a

com a palma da mão nas paredes

das grutas e cavernas. Disso,

provavelmente, surgiu o que hoje

se chama de desenho ou pintura.

A pintura, então, é a arte de criar

imagens como o uso de tintas,

também, de colas vegetais ou de

origem animal.

O quadro Abaporu, 1928,

pintado por Tarcila do Amaral, é

arte Popular brasileira.Fonte: http://boideguimaraes.files.wordpress.com/2011/01/img_2898.jpg

fonte: http://www.mestresdapintura.com.br/pinturas/media/catalog/product/cache/1/image/

a86a6471cd126c7d06b2a398b3c8a4ae/a/b/abaporu-tarsila-do-amaral-90x120-cm-aprovada.jpg

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um excelente exemplo da pintura produzida no Brasil, no início do Modernismo.

Está avaliado em um milhão e meio de dólares.

4.2.2 A escultura

As primeiras esculturas de que se tem notícia, até o momento, remontam

de aproximadamente 15.000 anos e são genericamente representações de

mulheres/deusas. São peças que enfatizam seios e quadris femininos, encontradas

em diversos países, da África à Europa, além de boa parte do Oriente Médio. Tais

peças foram feitas em osso, chifre ou rochas. Estas representações de divindades

ganham nomes diferentes, em lugares diferentes: “Asherot”, “Istar”, “Ester”,

“Ísis”, “Afrodite” ou “Yemanjá”, representando o amor ou a fertilidade.

No Dique do Tororó, em Salvador, as esculturas dos “Orixás

da Bahia”, de Tati Moreno, representam as divindades das religiões de matriz

africana, trazidas para o Brasil.

fonte: http://p2.trrsf.com.br/image/fget/cf/619/464/img.terra.com.br/i/2012/12/03/2664638-2524-rec.jpg

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4.2.3 Música e dança

Provavelmente por ouvir o cantar de pássaros, o homem iniciou-se

na tentativa de também emitir sons e isso resultou no que hoje chamamos de

música. Da música pré-histórica, porém, não se tem muita informação. Sabe-

se apenas que muitas comunidades primitivas a usavam para ritmar o trabalho,

determinando-lhe um tempo para a sua execução.

Por sua vez, os movimentos corporais foram desenvolvidos em rituais

de sedução (a mulher dança para o homem como forma de atraí-lo sexualmente)

e também como divertimento grupal. Inclusive, a arqueologia tem apresentado

provas mais concretas, no que se refere a achados de flautas, feitas de ossos, e

vestígios de tambores ancestrais. Vê-se assim uma relação direta entre dança e

música.

Na África Central, além de instrumentos de percussão, foram encontrados

outros que reproduziam sons a partir da vibração de lâminas de metal. Desses

instrumentos primitivos, surgiram os que hoje são chamados de “agogô”,

berimbau, dentre outros, que fortemente influenciaram a música brasileira,

particularmente o lundu e o samba. Tal influência se deu através de povos do

oeste africano que foram trazidos para trabalho escravo no Brasil.

No Oriente Médio e na Mesopotâmia, a música e a dança também foram

desenvolvidas pelos antigos Hebreus. Segundo os registros do livro de Salmos,

tofs e tamborins eram usados nas festas. O clima seco da região contribuía para

manter o couro teso, gerando sons agudos. Usava-se também o pandeiro e o

adufe, além de cornetas feitas de chifre de animais.

A música, assim, espalhou-se pelos quatro cantos do globo

terrestre, assumindo padrões distintos, com surgimento de mais e mais

instrumentos. Na Idade Média Europeia, por exemplo, nas feiras, os trovadores

usavam alaúdes e cantavam o amor. A Igreja desenvolveu os cânticos solenes; os

músicos renascentistas dedicaram-se à polifonia (que ampliava a quantidade de

sons nas músicas); e os compositores românticos, a exemplo de Fréderic Chopin

e Tchaikovski, criaram músicas para a dança que hoje se chama de balé.

Nos tempos modernos, no século XX, a música europeia influencia

novos estilos em diversas partes do mundo, particularmente nas Américas, e

assim surgem dezenas de novos estilos, a exemplo do que se toca para as “Danças

de Rua”, que apresentam movimentos mais rápidos e livres, sem as formalidades

da corte. Nesse contexto, observa-se também uma paulatina ascensão de classes

Módulo 4 I Volume 6UESC 27

populares, que passam a produzir músicas e danças para elas

próprias: Blues, Jazz, Rock, Funk (nos Estados Unidos), Maxixe,

Samba, Frevo (no Brasil), Salsa (no Caribe), Reggae (na Jamaica)

etc. Essas produções, a princípio marginalizadas pelas elites,

exercem hoje grande influência na música e na dança do mundo

inteiro. Tais estilos também passaram a veicular, musicalmente,

ideias de cunho político e filosófico. O Reggae, por exemplo,

tornou-se o maior difusor das ideias do rastafarianismo e do

panafricanismo no mundo.

4.2.4 Literatura e teatro

O teatro e a literatura, desde o início, apresentam caráter

de interdependência. Assim, o texto literário é usado no teatro

como sendo a arte das palavras, como uma exibição, um espetáculo,

somado às expressões faciais e corporais que lhe atribuem aspecto

dramático ou cômico.

A Literatura é considerada um conjunto de escritos de

um povo, de um país, expresso numa mesma língua, englobando

trabalhos em verso (poesia, que apresenta metáforas, ritmo

e preocupa-se com a estética) ou em prosa (que se escreve em

parágrafos, a exemplo do romance, do conto, da crônica etc.).

bandeira da etiópia, a terra prometida para o rastafarianismo.Fonte: https://blogs.glowscotland.org.uk/ea/MauchlinePrimarySchool/fi les/2011/12/

Ethopia-fl ag.jpg

Não é correto chamar de “clássica” qualquer música instrumental, erudita. a depender das suas característi-cas, a música pode ser barroca, clássica, ro-mântica etc.

Dica importante

De acordo com o rit-mo, o compasso, é possível perceber de onde vem a música, saber das suas raízes e origens, das infl u-ências que sofreu. Por exemplo, compasso binário (uma batida mais forte, outra mais fraca) tem origem afri-cana. É o caso do Jazz, do samba, do Reggae etc. Já o compasso tri-nário (ou ternário), do bolero, da música fl a-menca espanhola etc., é de origem árabe.

Dica importante

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A partir do surgimento do papel (que representa uma evolução em relação

aos escritos em tabletes de barro, tecidos de fibras, papiros e pergaminhos), a

literatura passa a ter considerável importância não apenas como “arte de escrever”,

mas como forma de registrar todos os atos humanos, para efeitos da memória de

um povo.

Originalmente, as formas literárias mais importantes foram o poema

lírico-sentimental, os versos épicos (que narram feitos heroicos), o drama (muito

usado no teatro), dentre outras formas. Por sua vez, a literatura também atende à

chamada escrita pessoal: documentos, cartas, diários e autobiografias.

1) Leia na íntegra o discurso de Gilberto Gil, disponível no site do

Ministério da Cultura (WWW.cultura.gov.br) e, com auxílio de um dicionário,

explique o que seja “usina de símbolos de um povo”. Em seguida, exemplifique

sua resposta com dois elementos culturais simbólicos para o indígena, para o

afro-brasileiro e para o luso-brasileiro.

2) A partir da página do Ministério da Cultura na Internet, leia ao

menos dois editais públicos voltados para segmentos populacionais diferentes.

Após a leitura, responda: As políticas públicas brasileiras dão conta da diversidade

cultural do país?

3) Através de sites de busca na Internet, analise a letra da música

“Não existe pecado ao Sul do Equador”, de autoria de Chico Buarque de Holanda,

e responda: quais palavras na letra se referem particularmente à cultura brasileira?

A quais trechos (do conteúdo desta disciplina) a letra da música faz referência ou

ilustra?

ATIVIDADES

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A cultura brasileira é híbrida e diversificada, formada a partir da

miscigenação de grupos indígenas, africanos e europeus.

Em função de modelos econômicos e político-organizacionais, os valores

culturais europeus prevaleceram sobre os indígenas e africanos, de modo que, em

recentes anos, houve a necessidade de criarem-se políticas públicas para maior

valorização de manifestações culturais indígenas e afro-brasileiras, principalmente

através de editais públicos voltados para o fomento e o financiamento.

As artes são importantes formas de expressão de modo a enriquecer,

emocionar e dar diferentes sentidos à vida humana. Dividem-se, basicamente, em

erudita, sacra, propagandística e popular.

Para que o brasileiro tenha uma visão ampla da cultura do seu próprio

país, é importante estudar os valores culturais dos povos indígenas, africanos e

europeus.

BRASIL. Plano Nacional de Cultura: Diretrizes Gerais. Ministério da Cultura. Brasília: 1. ed., 2004.

BRASIL. Políticas Públicas de Cultura. Conselho Estadual de Cultura. Salvador: Edições, 2006.

CADERNOS DE CULTURA. Cultura é o quê? Resultados da II Conferência Estadual de Cultura. Salvador: Edições, 2008.

CUNHA, Maria Helena. Gestão Cultural: profi ssão em formação. Belo Horizonte, 2005. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de

RESUMINDO

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Módulo 4 I Volume 6UESC 31

Suas anotações

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