29
Semiologia Cardiovascular Beatriz Helena Martins-R1 Serviço de cardiologia- Santa Casa-Rp Jan/2011

Semiologia Cardiovascular

  • Upload
    chung

  • View
    127

  • Download
    13

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Semiologia Cardiovascular. Beatriz Helena Martins-R1 Serviço de cardiologia- Santa Casa-Rp Jan/2011. Anamnese. A grande maioria dos diagnósticos das doenças cardiovasculares são obtidos com o detalhamento da história clínica e de um exame físico pormenorizado. Sintomas em cardiologia. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Semiologia Cardiovascular

Semiologia CardiovascularBeatriz Helena Martins-R1

Servio de cardiologia- Santa Casa-Rp

Jan/2011AnamneseA grande maioria dos diagnsticos das doenas cardiovasculares so obtidos com o detalhamento da histria clnica e de um exame fsico pormenorizado.Sintomas em cardiologiaDispnia

a conscincia da necessidade de um esforo respiratrio aumentado.

Na linguagem dos pacientes a dispnia recebe a designao de "cansao", "canseira", "falta de ar", "flego curto", "fadiga" ou "respirao difcil".

Diferenciar dispnia de astenia e de fatigabilidade, pois algumas expresses usadas pelos pacientes podem causar confuso.

2. Mecanismos da dispnia: O aparelho ventilatrio normalmente deve ter : a) eficiente comando nervoso pelos centros respiratrios e quimioreceptores centrais e perifricos. b) adequada resposta dos msculos respiratrios aos comandos nervosos. c) boa complacncia pulmonar. d) ampla permeabilidade das vias areas.

A anormalidade de um ou mais destes setores pode levar dispnia.

Teorias da dispnia : 1) aumento do trabalho respiratrio (T.R. = *P X *V) 2) isquemia dos msculos respiratrios. 3) estimulao excessiva dos centros respiratrios. 4) transtorno na relao comprimento/ tenso (tenso excessiva nos msculos respiratrios). 5) a estimulao dos receptores "J"(justacapilares) na congesto pulmonar, fibrose pulmonar, na asma brnquica.

Etiologia: A dispnia pode ser atribuda a causas: - pulmonares - cardacas - metablicas (acidoses diabtica e urmica) - condies que alteram a ventilao (gravidez, obesidade, anemia, ascite). - psquicas (dispnia suspirosa).

A dispnia no cardiopata indica uma congesto pulmonar decorrente da insuficincia ventricular esquerda, apresentando caractersticas prprias quanto durao, evoluo, relao com esforo e posio adotada pelo paciente, que permitem reconhecer os seguintes tipos: dispnia de esforo, dispnia de decbito e dispnia paroxstica.

Durante a crise dispnica pode haver broncoespasmo, responsvel pelo aparecimento de chiadeira cuja causa a congesto da mucosa brnquica-asma cardaca. Nas crises mais graves, alm da intensa dispnia, surgem tosse com expectorao espumosa, branca ou rsea, cianose, respirao ruidosa pela presena de sibilos e estertores finos. Este conjunto de sintomas caracteriza o edema agudo de pulmo, a condio mais grave da congesto pulmonar.PADRES RESPIRATRIOS ANORMAIS QUE PODEM ACOMPANHAR A DISPNIA: Respirao de Cheyne-Stokes= que uma hiperventilao em crescendo gradual, que gradualmente emergem em perodos de hipoventilao ou mesmo apnia, variando de 10 segundos a vrios minutos.

Ritmo de Kussmaul= amplos movimentos ins e expiratrios, com curtos perodos de apnia ao fim de cada um dos movimentos respiratrios (acidose).

EDEMA

As expresses "inchao" e "inchume" so as mais usadas pelos pacientes para relatar este sintoma.

No edema da insuficincia cardaca o acmulo de lquido pode ocorrer com aumento de at 10% do peso corporal total, sem que apaream sinais evidentes de edema. Alis, aumento brusco do peso corporal permite suspeitar de reteno lquida, antes de o edema tornar-se clinicamente detectvel.

Localiza-se primeiramente no membros inferiores, pela ao da gravidade, iniciando-se em torno dos malolos. medida que vai progredindo, atinge as pernas e as coxas, aumenta com o decorrer do dia, atingindo mxima intensidade tarde; da a denominao de edema maleolar vespertino.

Diminui ou desaparece com o repouso noturno. Com o agravamento da funo do ventrculo direito o edema atinge o corpo todo, inclusive o rosto, quando recebe a denominao anasarca.

Nos pacientes que permanecem acamados, o edema localiza-se predominantemente nas regies sacral, gltea, perineal e parede abdominal.

CIANOSE

Colorao azulada conferida pela hemoglobina reduzida que no sangue circulante se apresenta aumentada em quantidade absoluta. Mais raramente relacionada presena de outros pigmentos, como nos casos de meta-hemoglobinemia e de sulfa-hemoglobinemia que tambm conferem colorao acinzentado-azulada pele.

O exame do paciente deve ser feito de preferncia com luz natural ou com foco luminoso forte, observando-se os lbios, a ponta do nariz, a regio malar (bochechas), os lbulos das orelhas, a lngua, o palato, as extremidades das mos e dos ps. Luz artificial fraca impede o reconhecimento de cianose leve.

Deve-se investigar se a cianose aparece ou piora aps esforo fsico. Importa saber se trata-se de uma cianose generalizada ou segmentar.Fisiopatologia: h quatro tipos de cianose: central, perifrica, mista e por alteraes da hemoglobina.

A cianose do tipo central a mais freqente, podendo ocorrer nas seguintes condies: a) Diminuio da tenso de O2 no ar inspirado (grandes altitudes), b) Transtorno da ventilao pulmonar (obstruo de vias areas), c) Transtorno da difuso (congesto pulmonar), d) Transtorno da perfuso (embolia pulmonar), e) Curto-circuito ou shunt direita/esquerda (tetralogia de Fallot).

A cianose do tipo perifrico se acompanha de pele fria e a causa mais comum a vasoconstrio generalizada devido exposio ao ar ou gua fria.

A cianose do tipo misto assim chamada porque se associam os mecanismos da cianose do tipo central com os do tipo perifrico. Exemplo: a cianose da ICC grave.

SNCOPE

Perda sbita e transitria da conscincia

Pode ser de origem psicognica ou por reduo aguda, mas transitria, do fluxo sanguneo cerebral. Quase sempre o quadro evolui rapidamente para a recuperao da conscincia.

Causas de Sncope Cardaca

Eltrica

TaquicardiasVT - incluindo Torsades de Pointes, Snd. QT LongoTSV - incluindo pr-excitaoBradicardiasDoena do N Sinusal (Snd. Bradi-Taqui)Bloqueios A-V

Mecnica

Obstruo ao fluxo do VEEstenose articaCardiomiopatia hipertrficaEstenose MitralDisfuno prottica (trombose)Mixoma de AE

Obstruo ao fluxo do VDHipertenso Arterial PulmonarEmbolia PulmonarEstenose PulmonarSndrome de EisenmengerMixoma de AD

Doenas do MiocrdioInfarto do miocrdio extensoIsquemia miocrdica globalSevera disfuno miocrdica

OutrasTamponamento CardacoDisseco ArticaA investigao diagnstica de um paciente que teve desmaio compreende:a anlise do episdio em si, tempo de durao, ocorrncia ou no de convulso, incontinncia fecal ou urinria, mordedura de lngua, sudorese e palidez, sintomas que precedem o desmaio e as manifestaes surgidas aps a recuperao da conscincia.

Investigar as condies gerais do paciente, tempo decorrido desde a ltima alimentao, o grau de tenso emocional, a atitude do indivduo no momento da crise, a execuo de exerccio fsico ou mudana sbita na posio do corpo, a temperatura ambiente, doenas recentes ou prvias.

Exame fsico do coraoO exame fsico do corao inclui a inspeo, a palpao e a ausculta. A percusso pode ser eliminado da explorao semiolgica do corao sem qualquer prejuzo.INSPEO E PALPAO Realiza-se a inspeo e palpao simultaneamente.LuminosidadeTrax nu (mulheres)Sempre direita Paciente sentado, em p , decbitos laterais

ABAULAMENTO

A observao da regio precordial deve ser feita em duas incidncias:tangencial, com o examinador de p do lado direito do paciente, efrontal, o examinador ficando junto aos ps do paciente, que permanece deitado. O abaulamento dessa regio pode indicar a presena de aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericrdico e alteraes da prpria caixa torcica. Nas crianas, cuja parede mais flexvel, a dilatao e a hipertrofia cardacas, principalmente do ventrculo direito, deformam com facilidade o precrdio. Por isso as cardiopatias congnitas e as leses valvares reumticas so as causas mais freqentes de abaulamento precordial.ICTUS CORDIS

Oictus cordis, ou choque da ponta, estudado pela inspeo e palpao, investigando-se localizao, extenso, mobilidade, intensidade e forma de impulso, ritmo e freqncia.

A localizao doictuscordisvaria de acordo com o bitipo do paciente. Nos mediolneos situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5oespao intercostal; nos brevilneos, desloca-se cerca de 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4oespao intercostal; nos longilneos, costuma estar no 6oespao, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular.

Ictus cordisimpalpvel e invisvel: portadores de enfisema pulmonar ou quando h obesidade, musculatura muito desenvolvida ou grandes mamas.

O deslocamento doictus cordisindica dilatao e/ou hipertrofia do ventrculo esquerdo. Cumpre assinalar que a hipertrofia do ventrculo direito pouco ou nada repercute sobre oictus cordis, pois esta cavidade no participa da ponta do corao.

Avalia-se a extenso doictuscordisprocurando-se determinar quantas polpas digitais so necessrias para cobri-lo. Em condies normais, 1 ou 2 polpas digitais. Nos casos de hipertrofia ventricular, so necessrias 3 polpas ou mais. Quando h grande dilatao e hipertrofia, oictus cordispode chegar a abarcar toda a palma da mo.

Determina-se amobilidadedoictuscordisda seguinte maneira: primeiro, marca-se o local do choque com o paciente em decbito dorsal. A seguir, o paciente adote os decbitos laterais (D e E), e o examinador marca a posio doictuscordisnestas posies. Em condies normais, oictuscordisse desloca 1 a 2 cm com as mudanas das posies.

Aintensidadedoictuscordis avaliada mais pela palpao do que pela inspeo.

BATIMENTOS OU MOVIMENTOS

Retraosistlicaapical: durante a sstole, ao invs de um impulso, o que se percebe uma retrao (P. Ex.: hipertrofia direita).

Levantamento em massa do precrdio: impulso sistlico que movimenta uma rea relativamente grande da parede torcica nas paredes torcicas (P. Ex.: hipertrofia direita).

Choque valvar: quando as bulhas cardacas se tornam hiperfonticas, podem ser sentidas pela mo como um choque de curta durao.

Pulsaes epigstricas: so pulsaes intensas ao nvel do ngulo xifoesternal, onde se consegue inclusive perceber as contraes do ventrculo hipertrofiado (P. Ex.: hipertrofia ventricular direita).

Pulso heptico: pulsao pr-sistlica (estenose tricspide) e pulsao sistlica (insuficincia tricspide)

Pulsao supra-esternal: quando muito intensas, levam a suspeita de hipertenso arterial, esclerose senil da aorta, aneurisma da aorta ou sndrome hipercintica (insuficincia artica, hipertireoidismo, anemia).

FRMITO CARDIOVASCULAR

Frmito cardiovascular a designao aplicada sensao ttil determinada por vibraes produzidas no corao ou nos vasos. Ao encontrar um frmito trs caractersticas precisam ser investigadas:localizao, usando-se como referncia as reas de ausculta;situao no ciclo cardaco, diferenciando-se, ento, pela coincidncia ou no com o ictus cordisou o pulso carotdeo os frmitos sistlicos, diastlicos ou sistodiastlicos; eintensidade, avaliada em cruzes (+ a ++++). Os frmitos correspondem aos sopros e a sua presena tem grande importncia no raciocnio clnico.

EXAME FSICO DOS VASOS DO PESCOOPULSOS

Devem ser analisados o pulso radial, o pulso capilar, as pulsaes das artrias cartidas e das veias jugulares (pulso venoso).

PULSO RADIAL

Manobra de Osler. Esta manobra baseia-se na palpao da artria radial aps insuflao do manguito acima da presso sistlica. Diz-se que a manobra de Osler positiva quando a artria permanece palpvel, mas sem pulsaes. Classicamente considerada uma indicao de pseudo-hipertenso arterial.Dficit de pulso.Significa que o nmero de batimentos cardacos maior que o nmero de pulsaes da artria radial.Ritmo. dado pela seqncia das pulsaes. Se elas ocorrem a intervalos iguais, diz-se que o ritmo regular. Se os intervalos so variveis ora mais longos, ora mais curtos , trata-se de um ritmo irregular.Amplitude ou Magnitude Amplo oumanus - Insuficincia artica Mediano Pequeno ouparvus -Estenose articaTenso ou Dureza Hipertenso arterial

PULSO CAPILARPulso capilar o rubor intermitente e sincrnico com o pulso radial que se observa em certas regies, particularmente nas unhas.

Semiotcnica. Faz-se uma leve compresso sobre a borda de uma unha at ver-se uma zona pulstil que marca uma transio da cor rsea para plida.Causas: Insuficincia artica, fstula arteriovenosa. Hipertiroidismo e anemia intensaPULSAES DAS ARTRIAS CARTIDAS

Cumpre ressaltar que tanto a palpao como a ausculta devem ser feitas ao longo das duas artrias cartidas, desde a fossa supraclavicular at o ngulo da clavcula.

INGURGITAMENTO E PULSAES DAS VEIAS JUGULARES

Pulso venoso normal e flebogramaOnda A: contrao atrial direitaOnda C: transmisso do pulso carotdeoOnda V: enchimento atrialDeflexo X: colapso sistlico (relaxamento atrial)Deflexo Y: colapso diastlico (enchimento ventricular)

AUSCULTA

BULHAS CARDACAS

A1abulha cardaca (B1)coincide com oictus cordise com o pulso carotdeo. de timbre mais grave e durao um pouco maior que a da 2abulha. Para represent-la, usamos a expresso TUM.

Em condies normais, B1 tem maior intensidade no foco mitral, onde costuma ser mais forte que B2.

Em metade das pessoas normais percebem-se separadamente os componentes mitral e tricspide, fenmeno no relacionado com a respirao e sem significado patolgico.

2abulha cardaca (B2). Ouve-se o componente artico em todo precrdio, enquanto o rudo originado na pulmonar auscultado em uma rea limitada, correspondente ao foco pulmonar e a borda esternal esquerda. Por isso, no foco artico e na ponta do corao a 2abulha sempre nica pelo simples fato de se auscultar nestes focos somente o componente artico.

Em condies normais, o componente artico precede o pulmonar.

Durante a expirao, ambas as valvas se fecham sincronicamente, dando origem a um rudo nico. Na inspirao, principalmente porque a sstole do VD se prolonga ligeiramente em funo do maior afluxo sangneo a este lado do corao, o componente pulmonar sofre um retardo que suficiente para perceber de modo ntido, os dois componentes. A este fato se chama desdobramento fisiolgico da 2abulha cardaca.

A 2abulha vem depois de um pequeno silncio, seu timbre mais agudo, mais seca, expressoTA. Quando est desdobrado, seu rudo corresponde a expressoTLA. Em condies normais, a 2abulha mais intensa nos focos da base (artico e pulmonar). A3abulha cardaca (B3) um rudo protodiastlico de baixa freqncia que se origina das vibraes da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sangunea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rpido.

Ausculta-se uma 3abulha cardaca normal com mais freqncia nas crianas e nos adultos jovens. mais bem audvel na rea mitral, com o paciente em decbito lateral esquerdo; o receptor mais apropriado o de campnula.

Pode ser imitada pronunciando-se de modo rpido a expressoTU.

A4abulha cardaca (B4) um rudo dbil que ocorre no fim da distole ou pr-sistole e pode ser ouvida mais raramente em condies normais nas crianas ou adultos jovens.

RITMOS TRPLICES A adio de uma 3abulha s duas bulhas normais transforma o ritmo binrio em ritmo trplice ou ritmo de trs tempos.

Os ritmos trplices dividem-se emprotodiastlicosepr-sistlicos.

Na ausncia de cardiopatia (insuficincia mitral, miocardite, miocardiopatia eshuntsda esquerda para a direita p.ex.: comunicao interatrial), uma 3abulha, porventura existente, deve ser considerada fisiolgica

Do ponto de vista estetoacstico, 3abulha fisiolgica nunca lembra o galope de cavalo. Assemelha-se mais a um desdobramento longo da 2abulha.

O ritmo trplice pr-sistlico depende da presena de 4abulha, mais freqente quando h alterao de complacncia ou distensibilidade ventricular (miocardiopatia, isquemia miocrdica, sobrecardga de presso).

Ritmo de galope. Aplicvel ao ritmo trplice por 3abulha patolgica. Lembram o rudo das patas de um cavalo galopando,PA-TA-TA PA-TA-TA PA-TA-TA.

3abulha fisiolgica:TUM-TA-TU TUM-TA-TU TUM-TA-TU.

O ritmo de galope mais audvel na ponta do corao com o paciente em decbito lateral esquerda.

ALTERAES DAS BULHAS CARDACAS Desdobramento da 2abulha cardaca.

Desdobramentofisiolgico: resulta do aumento da negatividade intratorcica durante a inspirao que se acompanha de maior enchimento do ventrculo direito; por isso, o desdobramento s ocorre na inspirao.

Bloqueio do ramo direito: ocorre na ex- e na inspirao e devido ao retardo da ativao do ventrculo direito. Acentua-se na inspirao devido ao maior enchimento do ventrculo direito nesta fase da respirao.

Bloqueio de ramo esquerdo: ocorre apenas na expirao em conseqncia do retardo do componente artico. Na inspirao, o retardo do componente pulmonar faz com que a bulha se torne nica (desdobramento paradoxal).

Comunicao interatrial: o grau de desdobra-mento o mesmo na ex- e na inspirao (desdobramento fixo), pois as alteraes da presso intratorcica durante a respirao no influenciam no enchimento do ventrculo direito por que os trios esto se intercomunicando.

Estenose artica. O desdobramento ocorre na expirao porque a contrao ventricular est prolongada, retardando o componente artico.

CLIQUES E ESTALIDOSEstalidos diastlicos

Estalido de abertura mitral (EAM). Na estenose mitral, em decorrncia das modificaes anatmicas e das alteraes pressricas, a abertura da valva mitral passa a provocar um rudo seco, agudo e de curta durao. Costuma ser intenso, e por esse motivo pode ser palpvel.

O EAM um rudo seco (T), de curta durao, protodiastlico, precedendo o ruflar, mais bem audvel no foco mitral e na borda esternal esquerda.

Estalido de abertura tricspide (EAT). O estalido da tricspide mais audvel na borda esternal esquerda e, ocasionalmente, na borda esternal direita. difcil diferenciar a EAT da EAM, principalmente no reumtico que geralmente associa as duas estenoses.

Estalidos protossistlicos

Pulmonar e Artico. Trata-se de rudos de alta freqncia, agudos e intensos, produzidos na artria pulmonar e na aorta. Sua origem vascular e so produzidas, portanto pelas vibraes da parede do vaso (sbita ejeo de sangue nos vasos da base).

Estalidos mesossistlicos e telessistlicos

O surgimento entre a 1ae a 2abulha, no intervalo sistlico, portanto, de um rudo, tambm chamado declique sistlico. Trata-se de um rudo cuja origem pode ser uma brida pericrdica ou pleuropericrdica ou o prolapso da valva mitral.

Oclique sistlico (CS) um rudo de alta freqncia, seco, agudo (T), meso- ou telessistlico, audvel nos focos mitral ou tricspide e aparece quando h prolapso de uma destas valvas.SOPROS

Os sopros so produzidos por vibraes decorrentes de alteraes de fluxo sangneo. Os sopros aparecem na dependncia de alteraes do prprio sangue, da parede do vaso ou das cmaras cardacas, principalmente nos aparelhos valvares.

Os mecanismos formadores do sopro podem ser sistematizados como segue abaixo:-Aumento da viscosidade da corrente sangunea.-Diminuio da viscosidade sangunea.-Passagem de sangue atravs de uma zona estreitada.-Passagem de sangue para uma zona dilatada.-Passagem de sangue para uma membrana de bordo livre

Ossopros sistlicosso classificados em dois tipos: sopro sistlico de ejeo e sopro sistlico de regurgitao.

Os sopros sistlicos de ejeo so causados por estenose da valva artica ou pulmonar e se originam durante o perodo de ejeo ventricular. Quando a presso intravascular ultrapassa a presso intra-artica e intrapulmonar, o sangue comea a ser expulso dos ventrculos. A princpio, e ejeo lenta, passando a ser mxima na mesossstole e voltando a se reduzir na telessstole. Por este motivo, do ponto de vista estetoacstico, o que se observa um sopro em crescendo-decrescendo.

O sopro de regurgitao audvel desde o incio da sstole; por isso aparece junto com a 1abulha, recobrindo-a e mascarando-a. Ocupa todo o perodo sistlico com intensidade mais ou menos igual e termina imediatamente antes da 2abulha ou pode recobri-la. Estes sopros so causados pela regurgitao de sangue dos ventrculos para os trios, quando h insuficincia mitral ou tricspide, ou de um ventrculo para o outro, quando existe uma comunicao entre eles.

Sopros sistlicos: estenose artica e insuficincia mitral.a. Na estenose artica, durante a sstole, h dificuldade do sangue passar do ventrculo esquerdo para a aorta devido ao estreitamento do orifcio valvar.b. Na insuficincia mitral, durante a sstole, as cspides valvares no ocluem completamente o orifcio, permitindo o refluxo de certa quantidade de sangue para o trio esquerdo.c. Em ambas as condies aparece o sopro sistlico. Na estenose artica, o sopro tipo ejeo, audvel no foco artico (FAo) e foco artico acessrio (FAo) com irradiao para cima, na direo dos vasos do pescoo. Na insuficincia mitral, o sopro de regurgitao, audvel no foco mitral (FM) e com irradiao na direo da axila. Ossopros diastlicos, so classificados em protodiastlicos, mesodiastlicos e telediastlicos ou pr-sistlicos. Ocorrem em dois grupos de afeces estenoses atrioventriculares (mitral e tricspide) e insuficincia das valvas artica e pulmonar.

O sopro diastlico das estenoses atrioventriculares (estenose mitral e estenose tricspide) ocupa a parte mdia da distole, momento em que se d o enchimento rpido dos ventrculos; algumas vezes se prolonga, podendo sofrer certo reforo no fim da distole ou pr-sstole. O reforo pr-sistlico depende da contrao atrial.

O sopro diastlico das insuficincias articas e pulmonares possuem as seguintes caractersticas: inicia-se imediatamente aps a segunda bulha, porque neste momento j importante o gradiente de presso entre os vasos da base (aorta e pulmonar) e os ventrculos; podem ficar restritos primeira parte da distole (protodistole) ou ocupar tambm a mesodistole e a teledistole. So sopros de alta freqncia, em decrescendo e tonalidade aguda, qualidades que, em conjunto, do a estes sopros carter aspirativo.

Sopros diastlicos: estenose mitral e insuficincia artica: a. na estenose mitral, as cspides da valva mitral no se abrem completamente durante a distole, dificultando a passagem de sangue do trio esquerdo (AE) para o ventrculo esquerdo (VE).b. Na insuficincia artica, durante a distole, as cspides da valva artica no ocluem o orifcio, permitindo o refluxo de sangue da aorta (Ao) para o ventrculo esquerdo (VE).c. Em ambas as condies surge sopro diastlico. O sopro da estenose mitral audvel na rea mitral, com pequena irradiao, tem caracterstica de ruflar e apresenta um reforo pr-sistlico. O sopro da insuficincia artica audvel no foco artico ou no foco artico acessrio, irradiando-se para a ponta do corao, proto- e mesodiastlico e tem alta freqncia, o que lhe d um carter aspirativo.

Irradiao. Depois de estabelecer-se o local de maior intensidade do sopro, desloca-se o receptor do estetoscpio em vrias direes para determinar a irradiao.

Intensidade. O mais prtico o sistema de cruzes (+, ++, +++, ++++, +++++ e ++++++), que se escola da seguinte maneira: +: sopro dbil, s audvel quando se ausculta com ateno em ambiente silencioso. ++: sopro de intensidade leve +++: indica sopro de intensidade moderada, sem frmito. ++++: sopro de intensidade moderada, com frmito. +++++: traduzem sopros intensos. ++++++: correspondem aos sopros muito intensos, audveis mesmo quando se afasta o estetoscpio da parede torcica ou quando se interpe entre esta e o receptor a mo do examinador.

Timbre e Tonalidade. qualidade do sopro: suave, rude, musical, aspirativo, em jato, a vapor, granuloso, piante e ruflar.

PRESSO ARTERIAL

A presso ou tenso arterial um parmetro fisiolgico indispensvel na investigao diagnstica, e o registro dos nveis pressricos faz parte obrigatria do exame clnico.

Presso sistlica: a presso mxima do sistema arterial (coincide com a sstole)

Presso diastlica: a presso mais baixa do sistema arterial (coincide com a distole)

- Procedimentos recomendados para a medida da presso arterial (D)

Preparo do paciente:

1. Explicar o procedimento ao paciente e deix-lo em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo. Deve ser instrudo a no conversar durante a medida. Possveis dvidas devem ser esclarecidas antes ou aps o procedimento.

2. Certificar-se de que o paciente NO: est com a bexiga cheia praticou exerccios fsicos h pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcolicas, caf ou alimentos fumou nos 30 minutos anteriores.

3. Posicionamento do paciente:Deve estar na posio sentada, pernas descruzadas, ps apoiados no cho, dorso recostado na cadeira e relaxado. O brao deve estar na altura do corao (nvel do ponto mdio do esterno ou 4o espao intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.

Para a medida propriamente:

1. Obter a circunferncia aproximadamente no meio do brao. Aps a medida selecionar o manguito de tamanho adequado ao brao*.2. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital.3. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artria braquial.4. Estimar o nvel da presso sistlica pela palpao do pulso radial. O seu reaparecimento corresponder PA sistlica. 5. Palpar a artria braquial na fossa cubital e colocar a campnula ou o diafragma do estetoscpio sem compresso excessiva.6. Inflar rapidamente at ultrapassar 20 a 30 mmHg o nvel estimado da presso sistlica, obtido pela palpao.7. Proceder deflao lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo).8. Determinar a presso sistlica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que em geral fraco seguido de batidas regulares, e, aps, aumentar ligeiramente a velocidade de deflao.9. Determinar a presso diastlica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff).10. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do ltimo som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder deflao rpida e completa.11. Se os batimentos persistirem at o nvel zero, determinar a presso diastlica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistlica/diastlica/zero.