21
Faculdade de Letras da Universidade do Porto Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia Semiótica da Comunicação Análise do vídeo “Can you feel it” Docente: Jorge Marinho Grupo: Ana Sofia Figueiredo, Andreia Borges, Jesús Carrera, João Escudero, Larissa Barreto, Mariana Carvalho, Pedro Morais, Sara Silva e Teresa Lencastre

Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

  • Upload
    lamthu

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

Semiótica da Comunicação

Análise do vídeo “Can you feel it”

Docente: Jorge Marinho

Grupo: Ana Sofia Figueiredo, Andreia Borges, Jesús Carrera, João

Escudero, Larissa Barreto, Mariana Carvalho, Pedro Morais, Sara

Silva e Teresa Lencastre

Page 2: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

2 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

ÍNDICE

Introdução ......................................................................................................................... 3

Contextualização .............................................................................................................. 4

Análise semiótica do vídeo ............................................................................................... 7

As cores ......................................................................................................................... 7

Os figurinos ................................................................................................................... 9

Análise do vídeo ......................................................................................................... 11

Conclusão ....................................................................................................................... 19

Bibliografia ..................................................................................................................... 20

Webgrafia ....................................................................................................................... 21

Page 3: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

3 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de Semiótica da Comunicação, integrante na

licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia, foi-nos

proposto realizar este trabalho com vista à análise do vídeo musical da banda Jackson 5,

com o nome “Can you feel it”.

É nosso objectivo analisar do ponto de vista semiótico os diversos elementos que

compõe este vídeo: as cores, os figurinos, os sons e todos os restantes elementos.

O ponto de partida é perceber do que se trata a semiótica. “A semiótica é a

ciência dos signos, animais ou humanos, linguísticos ou não linguísticos, verdadeiros ou

falsos, adequados ou inadequados, normais ou patológicos.” (MORRIS, 1946). Esta

definição de Morris mostra-nos a dimensão da disciplina semiótica. Esta disciplina não

tem um objecto de estudo monopolizado, mas por comodidade pedagógica, designou-se

que o Signo seria o objecto de estudo da Semiótica da Comunicação Social.

O signo, que tem uma função representativa, é uma entidade de significação, que

permite atribuir um significado a algo. “Signo é tudo aquilo que está em vez de algo,

com significado para alguém” (PIERCE). O signo está presente em toda a comunicação

do dia-a-dia, quer oral quer escrita. “O signo como elemento do processo de

comunicação é usado para transmitir uma informação, para indicar a alguém alguma

coisa que um outro conhece e quer que os outros conheçam. Ele insere-se, pois, num

processo de comunicação deste tipo: fonte – emissor – canal – mensagem –

destinatário” (ECO, Umberto). É importante compreender o processo de comunicação.

Numa situação normal de diálogo entre duas pessoas, a fonte seria a primeira pessoa

que através da boca emite a mensagem – o signo – através das ondas sonoras – o canal –

Page 4: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

4 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

representação mental.

Compreendido o significado da Semiótica, dos signos e como se processa a

comunicação, partimos para a análise do vídeo que nos foi atribuído pelo professor da

disciplina.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Para analisar o vídeo é importante ter em conta em primeiro lugar o contexto em

que o vídeo e este trabalho se inserem.

Como estudantes de Ciências da Comunicação, futuros jornalistas, assessores e

técnicos de multimédia, é importante termos conhecimento e dominarmos a forma como

a mensagem que passamos – o signo – vai ser interpretada pelo destinatário da mesma.

Cada vez mais nos órgãos de comunicação social está presente a vertente multimédia, os

vídeos, imagens, infografias, etc. Temos de saber quais as mensagens que vão ser

passadas através desse vídeo, quer pelas cores como pelos elementos que aparecem,

entre outros. Esta disciplina vai ajudar-nos a estarmos atentos à forma como a

informação é transmitida, adequando-se ao contexto social e tecnológico em que

vivemos em que a vertente multimédia está presente em praticamente todos os aspectos

da nossa vida.

No que toca ao vídeo, é importante conhecer tudo o que está no pano de fundo: a

banda, a música em si, o género musical, a contextualização histórica quer da música,

quer do vídeo.

Page 5: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

5 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

Os Jackson 5 eram uma banda R&B e Soul criada nos Estados Unidos da

América. Este grupo era constituído por Michael Jackson e os seus irmãos Jackie, Tito,

Jermain, Marlon e Randy. A banda foi criada em 1964 e era proveniente de Gary, em

Indiana. O sucesso foi alcançado com as quatro primeiras músicas lançadas, e durante o

período de actividade da banda, esta lançou 18 álbuns de estúdio. O fim dos Jackson 5

chegou em 1990, banda onde Michael Jackson se começou a destacar como bailarino e

cantor.

A música “Can you feel it” é considerada um tema que mistura os géneros

musicais funk e soul e foi gravada em Março de 1980, sendo publicada em Setembro do

mesmo ano. Esta é a primeira música do álbum Triumph e foi escrita por Michael

Jackson e Jackie. Foi uma música que teve imenso sucesso: alcançou o 77º lugar nos

Pop Charts e 30º no R&B Charts, nos Estados Unidos da América, chegou ao 6º lugar

no Reino Unido e ao 2º na Holanda.

A temática desta música recai sobre o racismo e a guerra entre os homens. Sendo

que a música foi gravada em 1980, é importante perceber o que se passou em termos

históricos pelo mundo, mais precisamente os acontecimentos marcantes que envolveram

os Estados Unidos da América. Nos anos 70 este país encontrava-se num profunda crise

económica por causa da subida do preço do petróleo. Para além disso, decorria o

período de insegurança chamado Guerra Fria, uma

batalha constante entre os Estados Unidos da

América e a URSS na discuta pela supremacia

mundial após a Segunda Guerra Mundial. Este

período foi marcado por um medo constante por

parte da população mundial pois temia-se que a

Page 6: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

6 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

qualquer altura pudesse começar uma nova guerra que envolvesse todos os países

aliados quer dos Estados Unidos da América quer da União das Repúblicas Socialistas

Soviéticas, que acabaria por se propagar a todo o mundo. Acrescenta-se o facto de os

Estados Unidos terem saído derrotados da Guerra do Vietname.

Mas a letra da música sugere-nos algo mais do que meramente a guerra: o

racismo. Este problema esteve muito presente nos Estados Unidos da América durante

este período. Em 1963 Martin Luther King Jr. foi assassinado, sendo ele uma das

principais caras no combate ao racismo com o famoso discurso “I have a dream”. A

letra da música adequa-se de forma perfeita a estas duas realidades, o racismo e a

guerra, numa busca pela paz mundial e por uma relação de amor entre todas as pessoas

independentemente da etnia ou nacionalidade.

O vídeo da música “Can you feel it” foi dirigido por Bruce Gowers e Robert

Abel. Este é reconhecido pelos notáveis efeitos especiais e em 2001 foi eleito como um

dos cem melhores videoclips de todos os tempos na comemoração do 20º aniversário da

MTV.

Page 7: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

7 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

ANÁLISE SEMIÓTICA DO VÍDEO

AS CORES

A cor é um dos elementos mais importantes da percepção visual: define a

identidade de espaços, de pessoas, de objectos. E, apesar de não possuir existência

material, a cor “constitui o nosso mundo visual”, possuindo “uma elevada função

informativa”.1 Trata-se de uma linguagem não verbal muito rica e, por isso, de um

objecto de estudo importante para a Semiótica.

Na obra “Semiotics Around The World: Synthesis in Diversity”, José Luís

Caivano explica que a Semiótica aborda “as relações entre as cores e os objectos que

estas podem representar, os códigos e associações estabelecidos através das cores e a

forma como os significados da cor mudam conforme o contexto de aparecimento e em

relação a factores humanos como a cultura, a idade, o sexo”.2

A relação entre cor e objecto pode ser icónica, isto é, de semelhança entre signo

e objecto: amarelo, laranja e vermelho, cores próximas pela similaridade de matiz, são

icónicamente associadas ao calor, ao contrário de cores como o azul, o turquesa e o

verde, associadas ao frio.

Mas, em muitos outros casos, “as cores funcionam como símbolos, arbitrários e

convencionados”3, que desencadeiam diferentes significados, percepções e emoções.

1 Caivano, José Luís (1997), SEMIOTICS AROUND THE WORLD: SYNTHESIS IN DIVERSITY, Berlim: Mouton de

Gryter,p. 687. 2 Caivano, José Luís (1997), SEMIOTICS AROUND THE WORLD: SYNTHESIS IN DIVERSITY, Berlim: Mouton de Gryter,p. 686. 3 Caivano, José Luís (1997), SEMIOTICS AROUND THE WORLD: SYNTHESIS IN DIVERSITY, Berlim: Mouton de

Gryter,p.685.

Page 8: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

8 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

No “Livro da Marca”, Clôtilde Perez reafirma a importância da Semiótica das

cores, sobretudo na esfera das marcas. Explica que as cores influenciam a vida humana,

do ponto de vista fisiológico e psicológico, “criando alegria ou tristeza, exaltação ou

depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, desequilíbrio, ordem ou desordem” e

que, neste sentido, “podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de

grande importância”.4

Os tons mais escuros no início do vídeo, nomeadamente o preto e azul, remetem

para a ideia de frio e escuridão. No entanto, tons mais quentes como o laranja, começam

a ganhar espaço à medida que o vídeo vai avançando. Este “aquecimento” da imagem

transmite a ideia de renascimento e renovação. Ao longo de todo o vídeo o azul e o

laranja são as cores que predominam. Estas duas cores são complementares e opostas no

Círculo Cromático de Itten criando assim um sentimento de harmonia das cores. A cor

laranja é uma cor considerada “activa”, pelo que identifica a sensação de movimento e

no caso deste vídeo de pro-actividade na renovação que a mensagem da música

pretende transmitir. Já o azul-escuro poderá ser conotado com um significado

psicológico de passado. O contraste entre as duas cores sugere então a dicotomia entre

passado e futuro.

Outra cor que surge no vídeo é o verde, aquando da aparição do fogo verde. Esta

cor é tradicionalmente ligada à esperança e simboliza a faixa harmoniosa que se

interpõe entre o céu e o sol. É uma cor reservada e de paz repousante. Assim, e

relacionando o verde com o vídeo, é possível decifrar a mensagem de esperança na

mudança e num futuro pautado pela paz e harmonia.

4 Perez, Clotilde et. al. (2005), O Livro da Marca, Lisboa: Publicações Dom Quixote, p. 151-152.

Page 9: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

9 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

OS FIGURINOS

Neste tema, escrito pelos irmãos Michael e Jackie Jackson, o grupo vem

anunciar a chegada de uma nova era, isto é, uma era caracterizada pela pureza,

sinceridade, paz, amor e o sonho de unidos construir um mundo melhor.

No vídeo-clip deste tema, os “Jacksons 5” surgem como “Messias”, caminhando

sobre a água e devidamente caracterizados, à semelhança dos Messias da Pós-

modernidade.

Assim, o figurino/vestuário, utilizado pelos 5 elementos do grupo, apresenta

materiais, texturas, pormenores e cortes inovadores, capazes de evocar um misto de

emoções no público e passar uma imagem de seres intocáveis. A cor escolhida é o

dourado, que, conjugada com o elemento central do vídeo-clip, o Sol (que imana raios

dourados) atribui aos Jacksons uma imagem de seres celestiais, como Deuses, e, tal

como o sol era para culturas ancestrais, elementos de adoração.

Desta forma, o vestuário transparece significação. A cor amarela traduz energia,

felicidade, brilho do sol, alegria, criatividade, calor, intelecto, luz, alerta, visão. O

amarelo, enquanto cor primária, é uma cor pura, independente, ou seja, é uma cor que

não se consegue com a mistura de outras cores. Por sua vez, a cor dourada é uma cor

secundária, isto é, uma cor que se consegue a partir da mistura de duas cores primárias e

está associada ao ouro, à riqueza, ao sol, ao poder, à realeza e ao glamour. Esta cor é

muito apreciada pelos jovens, que constitui a audiência maioritária dos Jacksons, devido

à sua vivacidade.

Page 10: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

10 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

Ora, tal como a mensagem deste tema, que prega as boas novas para as relações

entre a humanidade, o estilo do vestuário dos Jacksons também pretende lançar uma

nova moda!

Isto porque, o vídeo-clip sob análise constitui um veículo de comunicação de

massas, que tem a capacidade de fazer sonhar e criar ídolos, que o público imita na sua

forma de ser, estar, atuar e vestir. Ou seja, as pessoas vestem-se, falam e agem como as

estrelas que admiram!

Tal como referiu o conhecido realizador norte-americano, Quentim Tarantino,

“O êxito de uma película está em que ao finalizar queremos vestir como um dos

personagens”.

No mesmo sentido, podemos citar a professora e autora italiana Patrizia

Calefato, sobre análise sócio antropológica da moda, “Para chegarem a estrelas, na

realidade e na fantasia, esses sujeitos corpóreos terão de marcar o seu espaço com

signos concretos: o vestuário, a maquiagem e o penteado são os primeiros destes signos,

os que constroem a estrela a partir do seu espaço físico…”. Por sua vez, “o vestuário

representa um instrumento significativo, cujos signos se convertem em rasgos

distintivos e funcionam como unidades linguísticas análogas à mensagem transposta ou

à sonoridade adjacente, constituindo com frequência o elemento mais importante”,

Segundo as palavras da autora e professora espanhola Isabel Rech Oliván, os

meios de comunicação de massas “têm a capacidade de propor uma moda que pode ser

interessante para o espectador, sendo que a própria moda e a frequência da sua aparição

dentro de um espaço de tempo, determina uma reação específica: a necessidade do

espectador modificar a sua identidade para assimilar a de uma determinada personagem,

através do vestuário”.

Page 11: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

11 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

O neurologista português António Damásio explica este fenómeno através da

ligação entre os sentidos, emoções, pensamentos e ações.

No que concerne à linguagem corporal, a dança e movimentos coreografados

dos Jacksons emergem como portadores de um poder de significações que, através dos

seus gestos, poses, expressões, modos de vestir e outras marcas socias, comunica com o

público.

Neste sentido, o filósofo português José Gil considera que, “na linguagem há um

domínio da função comunicativa sobre a função expressiva (daí o seu poder

metalinguístico de tradução de sentido); no corpo, domina a função expressiva sobre as

possibilidades de comunicação (o que origina as singularidades do signo corporal); por

sua vez, a arte combina as duas funções, sem predomínio de uma sobre a outra”. Desta

forma, o filósofo concluiu que é a capacidade da arte em combinar harmoniosamente

expressão e comunicação que a torna apta a traduzir os movimentos em unidades

linguísticas.

ANÁLISE DO VÍDEO

O video “can you feel it” dos Jackson 5 começa com o amanhecer numa

paisagem montanhosa enquanto é narrado um texto sobre o início do mundo. Esta

sequência de imagens sugerem um novo começo, uma nova realidade, “constante

renovação”, “o eterno retorno” numa paisagem de Natureza pura, que ainda não foi

alterada pelo homem. É a “luz que vence a noite”.

Aos 50 segundos do vídeo a música começa com o ecrã negro e começa a ouvir-

se o som da água acompanhado com a imagem de água. O dicionário define água como

um “líquido natural (H2O), transparente, incolor, geralmente insípido e inodoro,

Page 12: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

12 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

indispensável para a sobrevivência da maior parte dos seres vivos.”5 A água é o líquido

mais comum na terra: “três quartos do mundo são cobertos de água, três quartos do

corpo de todas as plantas e animais são água”6. Tal como a terra, o ar e o fogo, a água

é um dos quatro elementos básicos da natureza-Associa-se, muitas vezes, à criação do

mundo, à purificação espiritual (como acontece no baptismo) ou à passagem para outra

vida.

A 1 minuto e 6 segundos a água forma um semi-círculo à volta da paisagem, o

que representa o nosso planeta, conhecido como o planeta azul devido à quantidade de

água existente. Estas imagens juntam os elementos água e terra. A 1 minuto e 17

segundos aparece fogo que, genericamente, entendemos pelo “resultado ou

manifestação da combustão”7. Em termos simbólicos, o fogo possui, geralmente, uma

conotação negativa: “está estreitamente ligado ao complexo de significados simbólicos

da destruição, da guerra, do Mal, do diabólico, do inferno”. Pode, no entanto, revestir

significados opostos: muitos povos consideram que o fogo é “algo sagrado, purificador

e regenerador”, um “meio para o renascimento em uma esfera mais elevada”, como é o

caso da incineração ou do mito da fénix, que renasce das cinzas. Associa-se,

frequentemente, ao sol, à luz, ao vermelho, ao sangue e ao coração.8 Surgem, também,

os Jackson 5, os protagonistas do vídeo, estes são apresentados a caminhar sobre a água,

imagem bíblica de Jesus Cristo que, segundo a biblia, “à quarta vigília da noite, foi

Jesus ter com eles, andando sobre o mar”.

Ao minuto 1, segundo 38, um dos protagonistas bate uma palma que origina uma

bola de fogo, rodeada pelo azul, que sugere outro elemento da natureza, a água. O ato de

bater palmas das mãos tem origem desconhecida mas existe há, pelo menos 3000 anos.

5 Em <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=%C3%A1gua>. Acesso em 1 de Dezembro de 2012 6 Becker, Udo (2000), The Continuum Encyclopedia of Symbols, London: Continuum International Publishing Group, p. 324. 7 Em <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=fogo>. Acesso em 1 de Dezembro de 2012. 8 Lexikon, Herder (1990), Dicionário dos Símbolos, São Paulo: Editora Cultrix, p. 99.

Page 13: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

13 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

“Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de

diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro

clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à plateia que

invocasse os espíritos protectores das artes”. Este gesto representa, portanto, uma

espécie de aclamação a Deus para a necessidade de mudança no mundo. Em seguida

aparece água a rodear um passeio, fazendo lembrar a passagem bíblica em que Moisés

divide o mar Vermelho, “Pela fé atravessaram o Mar Vermelho como por terra seca”.

De seguida surgem as estrelas a rodear um ponto de luz. Designa-se por estrela

um “astro fixo que tem luz própria”9. A estrela é um elemento com uma carga simbólica

forte, muitas vezes associada à tradição judaico-cristã. Como são luzes na escuridão do

céu, podem simbolizar “a luz espiritual que atravessa as trevas” e, por se moverem em

órbitas regulares, “simbolizam a cooperação harmónica entre os poderes divinos”.

Tudo isto é evidente na tradição judaico-cristã: “cada estrela era guardada por um

anjo; uma estrela ou um anjo acompanham também os três reis magos do Oriente até

Belém”. É, ainda, o caso de “Maria Virgem Imaculada, [que] costuma ser representada

com uma coroa de estrelas na cabeça”. 10

No segundo minuto e 15 segundos surge uma mão a espalhar uma espécie de pó

dourado por uma cidade. Esta imagem faz-nos lembrar a criação do Mundo por Deus,

“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”.

Aos 2 minutos e 37 segundos um homem “explode” no vazio, remetendo para a

passagem bíblica que diz: “criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de

Deus o criou; homem e mulher os criou”. Desta criação de Deus nascem mais homens,

no fenómeno da reprodução entre o homem e a mulher. De seguida aparece um

conjunto de homens a formal um círculo no ar, sobre fogo verde. O círculo é

9 Em <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=estrelas>. Acesso em 1 de Dezembro de 2012. 10 Lexikon, Herder (1990), Dicionário dos Símbolos, São Paulo: Editora Cultrix, p. 91.

Page 14: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

14 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

apresentado como sinal de perfeição, a perfeição da criação de Deus, pois como Hermes

Trismegistus disse, “Deus é um círculo cujo centro está em todo lugar e cuja

circunferência está em lugar algum”. Esta imagem sugere que os homens, no seu

conjunto podem criar um mundo melhor, perfeito.

Em seguida vê-se um homem a cair no vazio negro, onde se pode ver uma

espiral azul. “A vida é como uma espiral e não como uma linha reta. Passado e futuro

encontram-se num infinito presente". Esta espiral representa a essência do mistério da

vida, o cair no homem nas perdições e as más atitudes tomadas pelo mesmo.

O sol aparece, depois, com a cara de uma mulher no centro. O Sol é a “estrela

que é o centro do sistema solar”11

. Venerado por várias culturas ao longo da história da

humanidade, a simbologia do sol remete para o conceito de realidade: “dá luz e calor,

separa noite do dia, é o doador da vida, marca as estações.” O sol é, ainda, relacionado

com “a perpétua luta contra com os poderes das trevas” e com “a luz da consciência,

batalhando o inconsciente”.12

É, frequentemente, representado como “personificação

da luz, e por conseguinte (...) da inteligência cósmica suprema”, tornando-se, também,

“a imagem simbólica da ressurreição” e da “justiça”. Assim, é comum que o sol surja

como elemento de veneração religiosa: no Egipto, o deus-sol era Rá, na Babilónia,

Shamash, em Roma, o Sol Invictus. Também na Grécia o deus Hélio se associava ao sol,

movimentando-se com cavalos e carros solares. Por sua vez, na tradição hindu, é

comparado ao “Absoluto” e ao “espiritual”; na China “era considerado (ao contrário da

Lua) a expressão do princípio yang”. Na tradição cristã “Cristo é comparado ao sol”,

como detentor da verdade e da justiça. Por outro lado, o sol é, geralmente, representado

como masculino: “na maioria dos povos, a oposição Sol-Lua corresponde à dualidade

11 Em <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=sol>. Acesso em 3 de Dezembro de 2012. 12 Stewart, William (1998), Imagery and Symbolism in Counseling: A Critical Analysis of Developing Practice, London: Jessica

Kingsley Pubishers, p. 359.

Page 15: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

15 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

macho-fêmea”.13

O facto de o sol, figura que representa o masculino, aparecer com a

cara de uma figura feminina representa a comunhão entre homem e mulher.

Aos 3 minutos e 4 segundos a mão a espalhar o pó dourado volta a aparecer e

surge uma criança a olhar para o céu. As crianças são vistas como sinal de pureza e

futuro e, neste vídeo, a criança representa a possíbilidade de mudança ao ver o mundo

sem preconceitos e com pureza. Os protagonistas, os Jackson 5 voltam a aparecer, com

uma expressão sorridente, a apontar para várias crianças sobre as quais cai o pó dourado

e que começam a emanar luz. A luz, como já foi explicado no parágrafo anterior

relativamente ao Sol, representa a inteligência cósmica suprema. Inteligência esta que é

depositada nas crinças, por estas conseguirem ter uma visão pura. Esta imagem é

seguida, aos 3 minutos e 18 segundos, por pessoas a apontar para o céu com uma

expressão de admiração e é então que aparece novamente a mão que vai iluminando a

ponte à medida que passa sobre ela. A importância da ponte detém-se com a passagem

de informação, as pontes são estruturas que possibilitam a passagem de um lado para o

outro, o que se pode relacionar com a passagem da pureza dos pensamentos das crianças

para a restante população anteriormente representada. O tabuleiro da ponte é, mais

tarde, substituído por um arco-iris. O arco-íris representa a ponte entre a alma humana

individual e a "Grande Mente Universal" ou "Alma Universal". Também é considerado

como "Ponte Mental" entre o homem e as energias cósmicas e a cidade de Shambala.

Na Bíblia, o arco-íris é o símbolo da Aliança entre Deus e o Seu povo.

”Seu nome provém da mitologia grega, onde Íris era uma deusa que exercia a função de

arauto (mensageiro) divino. Em sua tarefa de mensageira, a deusa deixava um rastro

multicolorido ao atravessar os céus.” Cristianismo, islamismo e judaísmo dizem que o

arco-íris foi intitulado por Deus "arco-da-aliança", pois logo após o Dilúvio quando a

13 Lexikon, Herder (1990), Dicionário dos Símbolos, São Paulo: Editora Cultrix, p. 184-185.

Page 16: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

16 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

Arca de Noé pousou sobre o Monte Ararat Deus prometeu que nunca mais iria inundar a

Terra e depois de cada chuva, o seu arco apareceria nas nuvens e este seria o símbolo da

aliança estabelecida entre Deus e toda a carne vivente de toda espécie que está sobre a

terra e por todas as gerações futuras”. O arco-íris simboliza muitas vezes transfiguração,

e se comporta como uma ponte entre a Terra e o Paraíso. Esta última frase explica, de

uma forma sucinta a aliança entre o arco-íris e a ponte no vídeo, a passagem entre a

Terra e o Paraíso, sendo que o último consiste na paz entre os homens.

Aos 3 minutos e 34 segundos, os Jackson 5 voltam a surgir e um deles levanta o

arco-íris e este fica em forma de semicírculo. A mistura do arco-íris e do círculo remete

para a ideia de perfeição e paz. Nas mãos do protagonista surge uma bola de fogo. De

seguida, um dos protagonistas toca guitarra, rodeado de bolas de sabão. A música,

representada pela guitarra, é um aspeto importante no que toca à Semiótica da

Comunicação. Wisnik considera, sem qualquer dúvida, que a música é portadora de

emoções. Alega que “o som tem um poder mediador, hermético” e que é “o elo

comunicante do mundo material com o mundo espiritual e invisível”. Nesse sentido,

“por se construir por sons em perpétua aparição e desaparição”, a música possui um

“uso mágico” associado às “propriedades do espírito”.

Na parte final do vídeo, surge a lua. A palavra lua designa “o único planeta

satélite da Terra”.14

A lua possui “um papel significativo no pensamento simbólico,

mágico e religioso da maioria dos povos”, que se explica pelo facto de “parecer ter

vida, em função da sua forma sempre variável” e de se associar “de maneira evidente

aos diferentes ritmos da vida sobre a terra”. No antigo Oriente, a lua era uma referência

mais importante que o Sol: “muitos povos veneravam-na como um deus (na maioria das

vezes) deusa”, como é o caso da deusa grega Selene ou da deusa romana Luna. De

14 Em <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=lua>. Acesso em 3 de Dezembro de 2012.

Page 17: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

17 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

facto, a lua aparece, geralmente, a representar o feminino: “por minguar e crescer e por

suas influências sobre a Terra, principalmente sobre o organismo feminino, associa-se

estreitamente à fertilidade feminina (...) ao contrário do Sol (...) quase sempre

interpretado como masculino e associado ao princípio yang”. A lua simboliza “o suave

(...) que necessita de apoio (...) e liga-se ao princípio yin”. São raros os casos em que a

lua é utilizada como símbolo do masculino, surgindo, em muitos mitos, na forma

feminina, “como irmã, mulher ou amante do Sol”. Pode simbolizar, também, o

“inconsciente”, a “passividade fecunda” e a “concepção”, associando-se, também “à

chuva, à humidade e, de maneira geral, a tudo o que é transitório e perecível”.15

A lua transforma-se num eclipse, que é genericamente definido como o

“desaparecimento parcial ou total de um astro por interposição de outro”, ainda que,

no sentido figurado, se possa qualificar como o “obscurecimento moral ou

intelectual”.16

Por se tratar de um “acontecimento raro que paralisa por completo a

vida”, o eclipse, sobretudo o total, surge, simbolicamente, associado ao “medo (...) a

maus presságios e profecias de catástrofes”. Na tradição islâmica e budista, o eclipse do

sol e da lua contam a história da morte do sol “que se imaginava engolido por um

monstro”. Na China, a palavra eclipse era, também, utilizada para o verbo “comer”. Aí,

os eclipses eram tidos como a “perturbação da ordem macrocósmica provocada pela

ordem microcósmica”. O período posterior ao eclipse representava “o início de um novo

ciclo de uma nova era”.17

Este vídeo sugere a criação de uma nova era, onde reina a paz e o convívio entre

os povos. A imagem final é, precisamente, um grupo de pessoas a conviver em

harmonia enquanto vê o eclipse. É importante perceber-se a passagem das trevas, muitas

15 Lexikon, Herder (1990), Dicionário dos Símbolos, São Paulo: Editora Cultrix, p. 178. 16 Em <http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=eclipse>. Acesso em 3 de Dezembro de 2012. 17Lexikon, Herder (1990), Dicionário dos Símbolos, São Paulo: Editora Cultrix, p. 78.

Page 18: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

18 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

vezes associadas à lua por esta só ser visível à noite, para o eclipse, que representa o

início de uma nova era. Os Jackson 5, protagonistas do video, surgem como os

responsáveis por passar a mensagem de uma nova era através da música.

Page 19: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

19 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

CONCLUSÃO

Este trabalho foi importante para a nossa aprendizagem não só na disciplina de

Semiótica da Comunicação, mas também para a nossa vida futura. É importante

desenvolvermos capacidades para analisar a informação que nos é transmitida, tal como

a que transmitimos. Não só a vertente multimédia está presente em praticamente todas

as situações da nossa vida e a sua importância têm vindo a aumentar, tal como a música

é dos aspetos mais comuns a todos os cidadãos.

Com este vídeo aprendemos também que a mudança não precisa de ser feita por

manifestações ou revoluções. Quando dizemos “uma imagem vale mais que mil

palavras” não temos a noção da dimensão da veracidade desta afirmação. Bruce Gowers

e Robert Abel conseguiram partilhar os ideais de um mundo novo, da tão desejada paz na

Terra, através de um vídeo. É importante sabermos cada vez mais utilizar os meios que temos à

nossa disposição para passarmos a nossa mensagem e para tentar tornar o mundo num local

melhor.

Page 20: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

20 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

BIBLIOGRAFIA

GRUPO DE ANÁLISIS DE LA COMUNICATION (2008), Moda

comunicación y sociedad, Comunicación Social Ediciones e publicaciones,

Sevilla Zamora 2008.

VERÍSSINO, Jorge (2008), “O Corpo na Publicidade”, Edições Colibri, Instituto

Politécnico de Lisboa.

CORRIGAN, Peter (2008), “The Dressed Society”, Sage Publications.

BARTHES, Roland (1967), “O Sistema da Moda”, Colecção Signos, Edições

70, Norte Editora.

Alves, Waldon (2010), Espiritismo de A a Z, São Paulo: Universo dos Livros

Editora, p. 37.

Becker, Udo (2000), The Continuum Encyclopedia of Symbols, London:

Continuum International Publishing Group, p. 324.

Caivano, José Luís (1997), SEMIOTICS AROUND THE

WORLD: SYNTHESIS IN DIVERSITY, Berlim: Mouton de Gryter,p. 685-

687.

Ellicker, Martina (1997), Semiotics of Popular Music: The Theme of Loneliness

in Mainstream Pop and Rock Songs, Tübingen: GUNTER NARR, p.15.

Lexikon, Herder (1990), Dicionário dos Símbolos, São Paulo: Editora Cultrix, p.

78, 87, 91, 99, 178, 184, 185.

Machin, David (2010), Analysing Popular Music: Image, Sound and Text. Sage,

p. 212.

Page 21: Semiótica da Comunicaçãoportefoliomarianacarvalho1.weebly.com/uploads/2/0/2/3/20232941/... · e a mensagem chega ao destinatário, que vai descodificar o signo e atribuir-lhe uma

13 de Dezembro de 2012 [SEMIÓTICA DA COMUNICAÇÃO – ANÁLISE DE UM VIDEOCLIP]

21 2º ano| Licenciatura em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia

Nattiez, Jean-Jacques (1990), Music and Discourse: Toward a Semiology of

Music. Princeton: Princeton University Press, p. 37.

Nöth, Winfried (1995), Handbook of Semiotics. Bloomington: Indiana

University Press.

Perez, Clotilde et. al. (2005), O Livro da Marca, Lisboa: Publicações Dom

Quixote, p. 151-152.

Stewart, William (1998), Imagery and Symbolism in Counseling: A Critical

Analysis of Developing Practice, London: Jessica Kingsley Pubishers, p. 359.

Wisnik, José Miguel (1989), O Som e o Sentido, São Paulo: Companhia das

Letras, p.28. In: Lopes, António et. al. (2006), História e Linguagens, Rio de

Janeiro: 7 Letras, p.248.

WEBGRAFIA

http://www.youtube.com/watch?v=XDohoPavchc

www.euroresidentes.com