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Sábado | 21 fevereiro 2015 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 844 • 8.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa CULTURA 8 Anabela comemora 30 anos de carreira com CD "Casa Alegre" de música tradicionais. NEGÓCIOS 12 e 13 Mais uma 'chuva' de prémios para vinhos da Península de Setúbal. SOCIEDADE 5 Tróia vai receber a 26 e 27 de Março Congresso Nacional dos Municípios Portugueses. Cruz Vermelha comemora 100 anos em Setúbal ENFOQUE A Cruz Vermelha em Setúbal comemora 100 anos de atividade, menos 50 em relação à data da fundação da instituição. A sustentabilidade económica é um dos orgulhos dos atuais líderes. PÁG. 2 Pub. Arrábida já conta com mais de uma centena de javalis que destroem flora e fauna e ameaçam moradores Fotos: DR Ninguém consegue explicar porque é que depois de quase extintos os javalis selvagens da Arrábida começaram a crescer nos últimos cinco anos. Os animais são considerados perigosos, destroem a fauna e flora junto aos seus habitats e ameaçam os moradores que ainda residem na periferia da serra arrabina. No Verão é vê-los em passeio por Setúbal e Azeitão. PÁG. 4 Crimes baixam na região, com exceção da violência doméstica LOCAL Entre 2012 e 2013 regis- taram-se menos 1449 crimes na região, segundo dados do Minis- tério da Justiça, em ordem dos registos das várias forças policiais. A violência doméstica aumentou. PÁG. 3 Avaliadores de água fraudulentos atacam em força na região LOCAL Falsos funcionários das Águas de Portugal andam a propor contratos fraudulentos aos consu- midores do distrito. O alerta é da própria empresa que já recebeu inúmeras queixas. PÁG. 12

Semmais 21 fevereiro 2015

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Edição do Semmais de 21 de Fevereiro

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Sábado | 21 fevereiro 2015 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 844 • 8.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

CULTURA 8Anabela comemora 30 anos de carreira com CD "Casa Alegre" de música tradicionais.

NEGÓCIOS 12 e 13Mais uma 'chuva' de prémios para vinhos da Península de Setúbal.

SOCIEDADE 5Tróia vai receber a 26 e 27 de Março Congresso Nacional dos Municípios Portugueses.

Cruz Vermelha comemora 100 anos em SetúbalENFOQUE A Cruz Vermelha em Setúbal comemora 100 anos de atividade, menos 50 em relação à data da fundação da instituição. A sustentabilidade económica é um dos orgulhos dos atuais líderes.

PÁG. 2

Pub.

Arrábida já conta com mais de uma centena de javalis que destroem flora e fauna e ameaçam moradores

Fotos: DR

Ninguém consegue explicar porque é que depois de quase extintos os javalis selvagens da Arrábida começaram a crescer nos últimos cinco anos. Os animais são considerados perigosos, destroem a fauna e flora junto aos seus habitats e ameaçam os moradores que ainda residem na periferia da serra arrabina. No Verão é vê-los em passeio por Setúbal e Azeitão.

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Crimes baixam na região, com exceção da violência doméstica LOCAL Entre 2012 e 2013 regis-taram-se menos 1449 crimes na região, segundo dados do Minis-tério da Justiça, em ordem dos registos das várias forças policiais. A violência doméstica aumentou.

PÁG. 3

Avaliadores de água fraudulentos atacam em força na região LOCAL Falsos funcionários das Águas de Portugal andam a propor contratos fraudulentos aos consu-midores do distrito. O alerta é da própria empresa que já recebeu inúmeras queixas.

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ENFOQUE

Cruz Vermelha há 100 anos em Setúbal

A CRUZ Vermelha de Setúbal as-sinala este ano o centésimo ani-versário, uma data histórica para uma delegação que tem tido, ao longo do século, um papel pri-mordial no que respeita ao seu papel social junto da sociedade.

É esse trabalho continuado, desenvolvido em prol da popu-lação, que é destacado pela dire-ção numa altura em que se assi-nalam também os 150 anos da Cruz Vermelha Portuguesa. Para Rita Esteves, da delegação de Se-túbal da Cruz Vermelha, mais que pontos altos na história da ins-tituição importa realçar «o tra-balho continuado junto da po-pulação de Setúbal bem como a proximidade sempre consegui-da por todas as equipa diretivas». No entanto não deixa de referir a importância que a Cruz Ver-melha teve durante a I Grande Guerra com a prestação de cui-dados de saúde e emergência, pa-pel esse que está, inclusive, a ser alvo de uma tese de mestrado. «A nossa Delegação enviou mé-dicos e enfermeiros, militares, que prestaram auxílio aos feri-dos de guerra. Durante a Pneu-mónica, em 1918, foi também pres-tado um grande auxílio à popu-lação, auxílio esse que terá sido fundamental para a sobrevivên-cia de muitas pessoas quer pe-los cuidados diretos prestados

aos doentes quer pelo controlo do contágio, com a implementa-ção de medidas simples como a criação de espaços próprios para os doentes, e para os mortos.»

Longe vão os tempos dos con-flitos em Portugal, mas nem por isso é menor a intervenção da Cruz Vermelha. «A instituição tem sabido evoluir e estar atenta às necessidades da população. A criação do Serviço de Apoio Do-miciliário, a Linha 144 de emer-gência social, os rastreios à po-pulação, o ensino do socorrismo demonstram isso mesmo e como tal constituem pontos altos da nossa “vida” atual.»

Para além do apoio na área da saúde, uma das intervenções prioritárias da Cruz Vermelha, esta atenção ao evoluir da socie-dade levou a que se fossem crian-do outras valências, nomeada-mente na área social. «A inter-venção na área social, sendo uma grande necessidade hoje em dia, levou ao alargamento da atua-ção junto dos mais carenciados, com entrega de bens alimenta-res e outros bens essenciais, como roupa, calçado ou produtos de higiene. Para além disso minis-tramos formação para grupos mais desfavorecidos, e algumas Delegações dispõem de espaços para crianças – Creches, Jardins--de-infância, ATL´s, espaços de convívio inter-geracionais e Aca-demias Sénior.»

A par de todas estas valên-cias, estão também outros pro-jetos, que se destinam a contri-buir para a melhoria das condi-ções da comunidade. Neste âm-bito enquadram-se os projetos vocacionados para a juventude e infância e aqueles que promo-vam o desenvolvimento das suas competências em diferentes áreas como os primeiros-socorros ou os comportamentos de risco.

Boa imagem e sustentabilidade financeira

A Cruz Vermelha Portugue-sa é uma instituição «bem vista aos olhos da sociedade». As po-pulações credibilizam o trabalho prestado e a confiança parece ser a palavra de ordem. Para isso mui-to tem contribuído o papel de-senvolvido pela Cruz Vermelha Internacional, mas também o fac-to de ter «uma forma de traba-lhar que prima acima de tudo pela qualidade do serviço prestado, condição bem reconhecida pela comunidade e que nos orgulha muita», explica Rita Esteves. Ape-sar disso ainda são muitos os que confundem qualidade com pre-ço alto e, por isso «a sociedade em geral continua a ver a CVP como uma instituição de elite e cara o que não é de todo verda-de». A nível local, o trabalho de-senvolvido pela delegação tem sido alvo de maior mérito e re-conhecimento, como se compro-

va pelos prémios e distinções re-cebidos. [ver caixa]

Financeiramente, tal como a maior parte das organizações deste setor, também a Cruz Ver-melha tem tido algumas dificul-dades. Rita Esteves realça a di-ficuldade para a realização de investimentos, quer sejam para capacitação de meios técnicos, como remodelações de espaços ou a aquisição de viaturas am-bulância. Uma dificuldade acres-cida uma vez que a instituição não pode candidatar-se a fun-dos comunitários por ser enti-dade privada e, como tal, tem de financiar, por exemplo, a aqui-sição de uma ambulância por in-teiro ao contrário de outras ins-tituições.

Apesar das dificuldades, ex-plica a responsável, «temos con-seguido manter a sustentabili-dade da delegação com grande

disciplina de custos e no inves-timento nos recursos adequa-dos, assim como no desenvol-vimento de ações pontuais de mecenato.»

Trabalho desenvolvido em prol da população orgulha cidade e dificuldades financeiras não desarmam voluntários

Cinquenta anos depois da fundação da instituição a nível nacional, Setúbal ergueu as suas bases da Cruz Vermelha. Um percurso carregado de história, mas também de orgulho. As dificuldades não esmorecem as equipas.

Texto Marta David

Prémios e distinções que orgulham Ao longo dos anos, a delegação de Setúbal tem recebido distinções que são motivo de orgulho para as várias equipas diretivas. Rita Es-teves destaca o Diploma de Méri-to Cívico em Saúde, ao Sector da Juventude da Delegação, em 7 de Abril de 1993, atribuído pela Sede Nacional da Cruz Vermelha Portu-guesa, e a atribuição da Medalha de Honra da Cidade de Setúbal, na classe de Paz e Liberdade, a 15 de Setembro de 2001, pelo Presiden-te da Câmara.

Qualidade dos voluntários é garante de segurança A delegação de Setúbal da CVP dispõe de cerca de 70 voluntários, 55 deles opera-cionais da área de emergência, 5 elemen-tos da Direção da Delegação Local e os restantes 10 elementos nas áreas de apoio geral.Grande parte destes voluntários são pes-soas com grande formação não só acadé-mica, mas também técnica e institucional, condição essencial para manter vivos os princípios da CV e uma linha condutora da sua ação de qualidade.

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SOCIEDADE

Crimes já baixaram no distrito mas violência doméstica aumentou

O NÚMERO de crimes registados pelos vários órgãos de polícia cri-minal totalizou 34931 casos na re-gião, em 2013, representando me-nos 1449 do que os 36380 de 2012, segundo indica um relatório do Ministério da Justiça. Ainda assim, o distrito revela-se um dos mais problemáticos no país, segundo a atualização definitiva agora divul-gada e o aumento da violência do-méstica é encarada como a maior preocupação junto das forças de segurança, após um novo aumen-to de episódios, confirmando a ten-dência dos últimos anos.

Os concelhos com mais crimes são também os municípios com mais habitantes. Almada tem 7200 ocor-rências, depois de no ano anterior se

ter fixado nas 7388, Seixal chegou às 5102, conseguindo baixar das ante-riores 5845, enquanto Setúbal tam-bém registou uma queda, de 5604 para 5005.

Condução por álcool ocupa o terceiro lugar

Ainda assim, a redução não é exi-bida em toda em linha. Houve conce-lhos que foram contra a corrente, apre-sentando aumento do número de cri-mes. Da lista constam Alcochete (588

em 2013 contra 559 em 2012), Barrei-ro ((3341-3179), Moita (2619-2574), Grândola (735-612) e Odemira (863-785).

De acordo comos dados atualiza-dos pelo Pordata sobre número de cri-mes registados pela PJ, PSP e GNR, a maioria das ocorrências foi cometi-da contra o património, enquanto em segundo lugar surgem os crimes con-tra as pessoas. Os crimes contra o Es-tado representaram uma parcela de 13,4 por cento. Quanto aos crimes co-metidos com maior frequência, o des-

taque vai para o furto em veículo mo-torizado, isto é, furto de objetos de dentro de viatura.

Já a condução de veículos por con-dutores com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 gramas por litro ocupa o terceiro lugar, seguindo-se a vio-lência doméstica contra cônjuge ou análogos. Uma preocupação crescen-te na região, já que «as denúncias es-tão a aumentar todos os anos no dis-trito», segundo avança fonte policial ao Semmais, para quem os dados dis-poníveis comprovam o que os agen-tes têm encontrado no terreno

Basta ver que de 2011 para 2013 a curva veio sempre a subir, de 1954 re-gistos para 2080. Ou seja, mais 126 casos do que há três. Em 2012 a re-gião já chegava às 1942 ocorrências. Entre os concelhos da região é Setú-bal que inverte a tendência crescen-te, baixando de 298 para 260 casos de violência doméstica.

O furto de metais não preciosos, incluindo o cobre, ocupa a oitava po-sição da lista, enquanto os furtos por carteirista estão na décima primeira posição. Os dados sobre o número to-tal de crimes registados em 2013 fo-ram compilados entre os registos da PJ, PSP, GNR, Autoridade Tributária, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Polícia Marítima, Polí-cia Judiciária Militar e Serviços de Es-trangeiros e Fronteiras.

Relatório do Ministério da Justiça regista menos quase 1500 crimes de 2013 para 2014

Texto Roberto Dores

Os custos da separação

A Câmara do Seixal vai assinalar o Dia Internacional da Mulher com uma reflexão sobre a violência domésti-ca e de género, mas aposta numa ideia original, com recurso à criação de almofadas com mensagens so-bre esta temática, que irão integrar uma exposição coletiva. O desafio já foi lançado e todos estão convi-dados a participar. «O que se pro-põe é que reflita sobre a temática da violência doméstica e de género e transponha para uma almofada as suas ideias e pensamentos, através de imagens, objetos, desenhos ou palavras», explica o município, su-blinhando que não é necessário ser artista. «Basta acreditar e defender o direito a oportunidades iguais», acrescenta, recordando que a vio-lência não atinge só mulheres ou crianças, podendo «estar na porta ao lado».As almofadas devem ter uma dimen-são não superior a 50x50 cm e po-dem ser feitas com materiais à es-colha. Os trabalhos devem ser en-tregues até dia 3 de março. Quem quiser participar sem enviar a almo-fada pode fotografá-la e enviar a ima-gem para o email [email protected] até à mesma data.

A comunicação social vai estar no centro do debate organizado pelo Rotary Club de Sesimbre, este sábado, na sequência de um conjunto de conferências organizadas por esta instituição. A sessão decorre na sala

polivalente da biblioteca da localidade e vai contar com a presença dos jornalistas Da-niela Santiago, Francisco Rito, António Mar-ques, Jorge Santos, Félix Rapaz, Eduardo Paulo Cruz e Raul Tavaresa.

O presidente do município de Alcácer, Ví-tor Proença, acompanhado pela vereado-ra Ana Soares da rede viária e da Proteção Civil da autarquia já reuniu com a Estradas de Portugal para solicitar a reparação ur-

gente do troço do IC1 entre Alcácer e Grân-dola, sob o risco de se continuar a prolon-gar o já negro quadro de acidentes naque-le itinerário complementar. O arranjo está avaliado em 6 milhões de euros.

Rotary de Sesimbra debate comunicação social Alcácer desespera por arranjo do IC1

Falsos avaliadores de água andam por SetúbalO ALERTA é dado pela empresa Águas de Portugal (AP): Os mo-radores da região de Setúbal es-tão a ser alvo de «contactos frau-dulentos» em nome da própria em-presa, em que falsos funcionários vêm tentando agendar visitas aos domicílios, com o argumento de que pretendem avaliar a qualida-de da água, embora o objectivo seja a venda produtos.

Vários consumidores sadinos já apresentaram queixa a denun-ciarem os contactos que receberam ao longo das últimas semanas, o que levou a AP a lançar o alerta contra esta alegada «fraude».

De acordo com as denúncias feitas por quem já foi abordado em casa, os falsos funcionários têm tentado convencer os clien-tes a agendar um dia e uma hora

para uma visita que permita veri-ficar a qualidade da água que sai da torneira. Contudo, as pessoas que acederam a abrir as suas por-tas, seriam confrontadas com ten-tativas de venda de aparelhos do-tados de filtros para serem colo-cados nas torneiras, após as ale-gadas medições.

A AP acrescenta ainda que não faz a recolha de amostras de água para análise da qualidade dentro das casas, mas que se isso aconte-cer será apenas a «título excepcio-nal e previamente comunicado aos consumidores por meios oficiais». De resto, conclui, «os técnicos que desloquem a casa dos consumido-res estão sempre devidamente iden-tificados».

Roberto Dores

Ações das polícias têm sido eficaz na prevenção de crimes rodoviários

Mesmo com uma redução significativa nos registos policiais, os índices no distrito revela uma região das mais problemáticas do país. A violência doméstica acentuou as preocupações das autoridades

DR

Montijo cria conselho estratégico para o desenvolvimento económicoO EXECUTIVO da Câmara do Mon-tijo aprovou, por unanimidade, na reunião do passado dia 18, a reali-zação de um protocolo com a As-sociação para a Formação Profis-sional e Desenvolvimento do Mon-tijo para a criação do Conselho Es-tratégico para o Desenvolvimento Económico Local (CEDEL).

O CEDEL pretende unir forças sociais e económicas em torno de um desígnio de desenvolvimento do concelho, numa lógica de inter-venção apoiada na cooperação e ar-ticulação entre os vários atores so-ciais, como são exemplo as asso-ciações empresariais, as associa-ções sindicais, as instituições pú-blicas que atuam na área local e re-gional, as instituições particulares de solidariedade social, as univer-sidades e institutos politécnicos.

A criação do CEDEL enquadra--se na estratégia municipal de afir-mação do Montijo no quadro da NUT II Lisboa enquanto território decisivo na consolidação da região, através de um crescimento econó-mico sustentável, inclusivo e social-mente coeso.

O CEDEL, operacionalizado com a criação do gabinete para o Desen-

volvimento, Empreendorismo e Ino-vação (GDEI) que funcionará na Es-cola Profissional do Montijo, pre-tende assim ser um espaço de de-bate e reflexão sobre o desenvolvi-mento económico do concelho.

No âmbito do protocolo apro-vado, o município disponibilizará um apoio mensal de 1 800 euros à associação para a formação profis-sional e desenvolvimento do Mon-tijo para a instalação e funciona-mento do CEDEL e do GDEI.

Por sua vez, a Associação para a Formação Profissional e Desen-volvimento do Montijo comprome-te-se a disponibilizar espaço físico, recursos humanos e materiais para a instalação e funcionamento das duas estruturas, assim como para a instalação de uma incubadora de empresas.

Nuno Canta quer mais formação

DR

Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 4

SOCIEDADE

Já há mais de cem javalis na Arrábida

NINGUÉM SABE explicar ao cer-to como apareceram os primeiros javalis na serra Arrábida há cerca de cinco anos, onde não davam si-nais de vida há décadas. Mas hoje já são mais de cem - segundo ad-mite o próprio Parque Natural - e passaram a ter o estatuto de «pra-ga». Destroem quase tudo o que lhes aparece pela frente. A fauna e a flora são as principais «vítimas». Há um projeto para abater os suí-nos, mas a primeira tentativa, que teve lugar em Janeiro, falhou.

Os moradores receiam ataques. «Basta ver o que eles já fazem. An-dam por todo o lado. Vão junto da pessoas pedir comida. É preciso dizer que são selvagens e impre-visíveis. Tememos que um dia ata-quem uma criança, por exemplo.

São ferozes”, diz diretora do De-partamento de Conservação da Na-tureza e Floresta de Lisboa e Vale do Tejo, Maria Jesus Fernandes, aconselhando as pessoas «a não darem comida aos javalis, porque correm perigo».

Aliás, na porta do Forte de San-ta Maria da Arrábida, no Portinho, está afixado um aviso que alerta os turistas para frequentes apare-cimentos de javalis na zona e acon-selha as pessoas a não alimenta-rem os animais, nem a colocarem comida à vista. «Lembre-se que es-tes animais são selvagens e quan-do ameaçados ou mesmo próxi-mo de pessoas podem tornar-se agressivos e atacar», sublinha o do-cumento.

De resto, encontrar javalis à pro-cura de comida junto a um con-tentor do lixo ou debaixo da mesa da esplanada de um qualquer res-

taurante passou a ser um cenário recorrente em plena serra. A pro-liferação de suínos disparou, so-bretudo, nos últimos dois anos e estará hoje fora de controlo. Estes animais não têm predador natu-ral, podendo as fêmeas ter duas ni-nhadas de quatro a cinco crias a cada três anos, o que explica o boom.

No Verão os animais descem a serra até Setúbal e Azeitão

Sobretudo no Verão, os animais chegam a descer a serra para en-trarem na cidade de Setúbal ou na vila de Azeitão à procura de água e alimento.

Ainda em 2014, a Federação Na-cional da Caça (Fencaça) sugeriu promover frequentes montarias na serra, que não seriam autoriza-das pelo Instituto de Conservação

da Natureza e Floresta, embora os proprietários dos terrenos agríco-las na Arrábida, com licença de ca-çador, estejam habilitados a fazer o controlo da espécie. Isto é, o ICNF emite credenciais a autorizar o aba-te dos animais, embora o Clube da Arrábida (CA), formado por mo-radores, coloque reservas na ex-ceção introduzida há cerca de um ano, justificando que «é perigosa, porque alguma pessoa pode ser atingida», segundo Pedro Vieira.

Já este ano entrou em prática um novo plano de combate à «pra-ga», com 17 caçadores a irem para o terreno, apoiados pela GNR e Par-que Natural, tendo a zona de in-tervenção sido isolada, mas a ini-ciativa não correu bem, já que as condições climatéricas «empurra-ram» os animais para outra zona. Está prevista uma nova incursão em data a designar.

Animais selvagens destroem natureza e ameaçam moradores desde há cerca de cinco anos

Não davam sinal de vida há décadas e nos últimos cinco anos têm sido uma praga que ninguém consegue explicar. São destruidores e a fauna e a flora as principais vítimas. Os moradores receiam ataques

Texto Roberto Dores

Festival “Trojan Horse Was a Unicorn” pode deixar TróiaANDRÉ LOURENÇO, o promotor do festival “Trojan Horse Was a Unicorn ”, que este ano vai trazer pela terceira vez a Tróia os maio-res especialistas mundiais da in-dústria do cinema e dos jogos, - em especial na área dos efeitos es-peciais e animação - , afirma ter propostas para levar o evento para outras partes do mundo, nomea-damente Espanha e África do Sul, dada a dimensão que o certame atingiu a nível internacional.

Para já, afirma André Louren-ço, «não está nada decidido» mas, sublinha, «os fracos apoios obti-dos na região e junto das marcas nacionais», poderão levar a orga-nização a zarpar para outro país. «Vamos decidir em breve porque os apoios aqui não nos permitem continuar», explica André Louren-ço, desalentado com o facto de para este ano estar a confrontar-se com negativas, nomeadamente o Tu-rismo de Portugal.

Os responsáveis do certame, que este ano, para a edição de em Setembro, já confirmou a presen-ça de cerca de setecentos partici-pantes oriundos de todo o mun-do, não compreendem porque é que o Turismo de Portugal «diz não poder apoiar o nosso evento e ao mesmo tempo afirmar querer tra-zer para o país grandes congres-sos internacionais».

O “melhor do mundo” recomen-dado para visitar

Recorde-se que o “Trojan Hor-se Was a Unicorn Festival” foi re-comendado este ano por um dos blogues da especialidade mais con-ceituados na cena internacional, o “CreativeBloq”, como o evento do género de maior interesse a vi-sitar.

Para este ano, o festival que de-corre entre 15 a 19 de Setembro, já tem confirmadas as presenças de 16 convidados de topo, entre eles Iain Maccaig, uma lenda dos anos 90, ligado a alguns dos melhores projetos de Hollywood, nomeada-mente a saga Star Wars.

DR

Festival Finisterra marca pontos em Porto SeguroO “FINISTERRA Arrábida Film Art & Tourism Festival”, esteve pre-sente na “7.ª edição do Arraial Cine Fest”, no Porto Seguro, Brasil, com honras de abertura do certame, através do visionamento do do-cumentário sobre o Cabo Espichel, da autoria de Carlos Sargedas, que é também diretor do Finisterra, com sede em Sesimbra.

O convite partiu da Prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira, que assinou um protocolo de coope-ração entre o Finisterra e a Prefei-tura de forma a dar continuidade a este intercâmbio. Ainda segun-do o protocolo, a vila de Sesimbra, irá receber a edil de Porto Seguro. «A senhora Prefeita e parte da sua equipa, onde também se incluí Laér-cio Silva, o principal responsável desta ligação de Sesimbra de Por-to Seguro, assumiu um reforço da cooperação entre os dois eventos», explicou ao Semmais Carlos Sar-gedas.

A ideia é mesmo promover a ‘piscosa’ e toda a região de Setú-

bal em terras brasileiras, pelo que o diretor do Finisterra foi acom-panhado pelo presidente da Câ-mara de Sesimbra, Augusto Pól-vora, que foram recebidos pela Pre-feitura de Porto Seguro, ocasião para apresentar «o potencial tu-rístico da região».

Carlos Sargedas foi também convidado a fazer um banco de imagens desta região brasileira,

convite que o deixou orgulhoso. «Este foi o primeiro trabalho de reconhecimento da região. Iremos voltar ainda este ano para que pos-

samos desenvolver um trabalho sério e profundo para a promoção turística. É com enorme prazer que vejo o meu trabalho ser reconhe-cido internacionalmente com este convite institucional. Fazer um ban-co de imagens de uma região mui-tas vezes maior que Portugal é fan-tástico Vai ser com enorme pra-zer e orgulho que o nosso traba-lho vai ser a montra de Porto Se-guro em feiras de turismo e toda a informação institucional e em-presarial da região», confessou ao Semmais.

O diretor do Finisterra foi ain-da orador como presidente da Ar-rábida Film Commission na con-ferência sobre cinema integrado no “Arraial Cine Fest”, no senti-do de, como referiu, «ajudar na criação de uma Film Commission em Porto Seguro». Efoi também homenageado pela direção do certame pelo seu trabalho na li-gação cultural entre Porto Segu-ro e Sesimbra através do cinema e da cultura.

Carlos Sarge-das, diretor do

Finisterra, levou Sesimbra a terras

brasileiras

DR

Evento é já um ícone internacional

Ninguém con-segue explicar como aparece-

ram os primeiros javallis na serra

arrabina

Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 5

Mais de dois mil autarcas e convidados preparam ’invasão’ de Tróia

MAIS DE duas mil partici-pantes, entre delegados e convidados vão animar a península de Tróia entre os dias 26 e 27 de Março, du-rante o congresso extraor-dinário da Associação Na-cional dos Municípios Por-tugueses (ANMP).

A antecipação do con-gresso foi «uma pressão» dos autarcas da CDU e do PS, que defenderam a ideia de que, com eleições legis-lativas à porta e perante «um elevado descontentamento das autarquias locais», se-ria adequado organizar a reunião magna dos muni-cípios. «Do ponto de vista político faz todo o sentido», garantiu ao Semmais Vítor Proença, presidente da Câ-mara de Alcácer, único au-tarca do distrito de Setúbal que faz parte do órgão dire-

tivo da ANMP.Como pano de fundo, ex-

plica o autarca alcaceren-se, estão os cortes nos ser-viços públicos, a medida que obriga as câmaras mais en-dividadas a entrar para um fundo municipal e a persis-tente perda de autonomia do poder local. «O estado deveria apoiar as cerca de 30 câmaras em dificuldades e não o faz da forma mais correta e há também os bru-tais aumentos de impostos em todos os segmentos que não são proporcionais para os cofres dos municípios», explica Vítor Proença.

Mas o congresso vai de-correr em moldes diferen-tes do habitual, uma vez que este congresso dos autarcas portugueses será organiza-do, de acordo com o presi-dente da ANMP, Manuel Ma-

chado, «num modelo mais aberto, com conferencistas convidados a apresentarem temas que podem contribuir para o desenvolvimento do país». Daí estar previsto a participação, como convi-dados a intervir, de vários especialistas, tais como Go-mes Canotilho, Lobo Xavier, Augusto Mateus e João Sal-gueiro.

Segundo o Semmais apu-rou foram convidados para marcar presença na fase de

abertura ou encerramento o presidente da República, Ca-vaco Silva, e o primeiro-mi-nistro, Passos Coelho. «Os convites já seguiram, mas não há ainda nenhuma con-firmação. Mas dada a impor-tância do evento, é suposto que as maiores autoridades do país possam marcar pre-sença, até pela importância que o poder local tem na nos-sa organização social», acres-centou uma fonte da ANMP contactada pelo Semmais.

Para além dos empreen-dimentos de Tróia recebe-rem, em época baixa, uma comitiva tão larga e a nata dos autarcas nacionais, a Câ-mara de Grândola também mostra uma enorme satis-fação. «“É um momento de grande importância para o nosso concelho e para toda a região», disse Figueira Mendes, o presidente da câ-mara grandolense. E acres-centou: «É a primeira vez que o Alentejo recebe o con-

gresso dos autarcas portu-gueses, um momento úni-co para afirmarmos todas as nossas potencialidades».

Sobre os trabalhos do congresso o autarca afirma que «O poder local demo-crático está a sofrer uma ofensiva sem precedentes, pelo que é urgente uma po-sição forte de todos os au-tarcas, contra as políticas da administração central. Es-pero que os valores de Abril, a que o nosso concelho está indissociavelmente ligado, estejam em destaque neste congresso».

Figueira Mendes já teve, aliás, disponibilidade de tro-car impressões com o secre-tário-geral da ANMP, du-rante uma visita que ambos fizeram a Tróia, a semana passada. E, segundo apurou o Semmais de fonte ligada à organização, a realização do XXII Congresso da ANMP já conquistou a parte subs-tantiva dos patrocínios, um valor que não foi divulga-do, mas que segundo a mes-ma fonte «assegura quase toda a despesa».

Tróia vai receber o XXII Congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses. Entre participantes e convidados estima-se mais de duas mil presenças. É a primeira vez na região de Setúbal

DR

Pub.

Municípios portugueses lançam bases em congresso nacional a 26 e 27 de Março, em congresso histórico na região

Imagem de um dos congressos nacionais dos municípios portugueses

Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 6

LOCAL

NO ÂMBITO da presença do mu-nicípio na Bolsa de Turismo de Lis-boa (BTL), sob o lema “Alcácer, rio de culturas”, a autarquia organiza diversas atividades com a inten-ção de promover simultaneamen-te o património edificado e cultu-ral, o artesanato, a riqueza paisa-gística e também a gastronomia.

Alcácer do Sal, integrada no pa-vilhão da Turismo do Alentejo, pre-tende dar a conhecer aos visitan-tes do mais importante certame do setor alguns produtos endógenos do concelho. Nesse sentido, no dia da inauguração da BTL (25 de fe-vereiro) realiza-se uma prova de vinhos e azeites do concelho de Al-

cácer e confeção de tiborna, tendo como parceiros a Herdade da Bar-rosinha, Herdade de Vale de Arca e Padarias Reunidas do Torrão. Nos restantes dias irão ser feitas degus-tações pontuais de doces e salga-dos do concelho, com a presença de Casimiro Jerónimo com as suas famosas empadas, que receberam o prémio “As Melhores Empadas de Lisboa”, e mais alguns doces pro-duzidos com produtos endógenos característicos da região.

Presente no espaço de Alcácer do Sal, e a convite da Câmara Mu-nicipal, vai estar também a docei-ra Rita Morgado com as pinhoa-das de Alcácer; a pastelaria do Tor-

rão “Carapinhas” com os pastéis de tutano (uma receita histórica); o Restaurante “Besugo”, também do Torrão, com um salgado his-tórico; e a pastelaria “Merendinha”, igualmente localizada na vila do Torrão, com um doce conventual. A restauração do Torrão vai pro-mover o evento que se realiza de 22 a 24 de maio, “Torrão Quinhen-tista – V Recriação Histórica”, já que os produtos para degustação têm todos por base receitas his-tóricas, e os parceiros estarão tra-jados à época.

Durante a BTL, o município vai ainda fazer a apresentação do pa-cote turístico “Alcácer com Vida”,

que pretende a valorização do con-celho e do melhor que tem para ofe-recer em termos turísticos e a apos-ta em cativar novos públicos. Vão

igualmente ser mostrados aos vi-sitantes da BTL dois vídeos promo-cionais do concelho, intitulados “Cripta” e “Alcácer com Vida”.

Alcácer do Sal promove produtos tradicionais na Bolsa de Turismo de Lisboa

Domingos em família em Sesimbra

Seixal transfere loja do munícipe

Palmela reclama classificação de freguesias rurais

A PARTIR do dia 28, a Loja do Mu-nícipe de Arrentela vai transferir todos os seus serviços para a Loja do Munícipe da Torre da Marinha, no RioSul Shopping.

As mudanças devem-se ao fac-to de a autarquia estar condicio-nada às políticas do Governo que, nos últimos anos, tem adotado me-didas que «dificultam e criam obs-táculos à gestão dos municípios e à sua capacidade financeira e tem imposto uma redução no núme-ro de trabalhadores, condicionan-do o alcance da resposta aos pro-blemas das populações».

Neste sentido, a autarquia tem vindo a efetuar vários reajusta-mentos na rede de lojas, procu-rando novas centralidades sem prejuízo para os utilizadores da-queles postos de atendimento e assegurando a continuação de uma política de proximidade aos mu-nícipes.

O PRESIDENTE Álvaro Amaro considera que a não classificação de Marateca e Poceirão como fre-guesias rurais, vem prejudicar «es-tas freguesias, tal como toda a Pe-nínsula, no acesso a fundos comu-nitários pela sua proximidade à capital, na sequência da aplicação meramente técnica, por parte do Governo, das orientações e meto-dologias emanadas pela União Eu-ropeia, sem qualquer atenção à es-pecificidade dos territórios e às necessidades das populações».

O edil, que esteve recentemen-te reunido com o secretário de es-tado da Agricultura, recebeu a ga-rantia do governante que estas duas freguesias não ficariam ex-cluídas da área de apoio 6 – Re-novação de Aldeias, da Medida 10 do PDR.

NO PROGRAMA deste mês dos “Domingos em Família”, o cine-teatro João Mota recebe, este do-mingo, às 17 horas, um conjunto de filminhos infantis pela Zero em Comportamento – Associação Cul-tural. Ao todo são nove curta-me-tragens, para maiores de 4 anos, produzidas por realizadores de di-ferentes países, que tem como ob-jetivo principal elevar a literacia visual dos diversos públicos.

As sessões pretendem «comple-mentar e diversificar os conteúdos das disciplinas escolares, abordan-do diferentes temáticas, que vão desde a natureza às artes, como a sexualidade, a sociedade, o racis-mo, a xenofobia, o bullying, a bio-diversidade, a sustentabilidade, a conservação, a biologia, a música, a dança, o teatro, entre outras».

Prova de vinhos e azeites e degustações de doces, salgados e de pão do Torrão são algumas das ações que irão atrair os turistas ao stand

Sob o lema “Alcácer, Rio de Culturas”, o município mostra que o Alentejo tem enormes potencialidades

Grândola estuda, protegee valoriza canção de protesto

O MUNICÍPIO criou o Obser-vatório da Canção de Protesto, em parceria com a Associação José Afonso, a Faculdade de Ciên-cias Sociais e Humanas da Uni-versidade Nova de Lisboa e a So-ciedade Musical Fraternidade Operária Grandolense.

A iniciativa, projetada pela CMG e a AJA em 2007, avança agora com os dois novos parcei-ros, dedicando-se à observação, sistematização e divulgação da informação associada à música de intervenção e protesto, e ao seu estudo, com especial desta-que para a forma musical can-ção. O OCP valoriza a herança cultural de todos os que, através da música, se empenharam e em-penham na defesa dos valores da liberdade, da fraternidade e da igualdade.

As quatro instituições par-ceiras vão assinar o acordo de constituição do OCP no dia 2 de março, pelas 15 horas, em Grândola.

O acordo promove a imple-mentação de uma estratégia de partilha integrada de recursos materiais, documentais e de co-nhecimento, com o objetivo de desenvolver a salvaguarda do património da música e da can-ção de protesto produzido e di-

vulgado ao longo dos seculos XX e XXI. Prevê prioritariamente a promoção da sistematização e divulgação dos núcleos patrimo-niais existentes, bem como a sua revalorização documental e ar-quivística, em termos culturais e musicais, incluindo a realiza-ção de encontros, colóquios, con-gressos, publicações, exposições e espetáculos.

“Grândola, vila morena”, de José Afonso, símbolo da Revo-lução do 25 de Abril e dos seus valores, é uma referência mun-dial no conjunto das canções de protesto, a que o OCP presta tri-buto, enaltecendo os valores da resistência à ditadura e os com-bates pela liberdade e pela de-mocracia.

Protocolo é assinado a 2 de março

Cineteatro João Mota Ponte ferroviária do Zambujal

Os SMAS Montijo estão a executar um pla-no de intervenção para a manutenção dos 14 reservatórios de água do concelho. A in-formação foi avançada na reunião de câ-mara de quarta-feira, pelo presidente Nuno

Canta. O presidente salientou que, até ao momento, foi executada a manutenção e recuperação dos reservatórios de água de Canha e de Sarilhos Grandes. As obras as-cendem a mais de 50 mil euros.

Para assinalar o Dia da Mulher, o municí-pio do Seixal está a promover uma ideia original de reflexão sobre a violência do-méstica e de género: a criação de almofa-das com mensagens sobre esta temática

que, em março, integrarão uma exposição. As almofadas devem ter uma dimensão não superior a 50x50 cm e podem ser feitas com materiais à escolha. Os trabalhos devem ser entregues até 3 de março.

Obras de manutenção nos reservatórios de água Almofadas contra a violência doméstica

Loja de Arrentela muda para TorreD

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Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 7

ENTRE 21 de fevereiro e 8 de mar-ço, o município promove a Quin-zena Gastronómica do Campo “Co-meres de Inverno”. Dedicada ao campo, a iniciativa vai decorrer em seis restaurantes de Pegões e de Canha, e visa promover pratos preferencialmente ligados à gas-tronomia rural.

Os restaurantes aderentes são “O Cantinho”, “Retiro das Taipa-das”, “O Candeias”, “O Escadinhas”, “O Forcado” e “O Carlos”. Todos os espaços irão apresentar a con-curso um prato com os produtos mais emblemáticos da região, onde os elementos gastronómicos as-sociados ao campo são o ingre-diente essencial.

Um júri composto por repre-sentantes da câmara e especialis-tas da gastronomia irá apreciar os pratos a concurso e atribuir pré-mios aos pratos que evidenciarem de melhor forma as característi-cas da gastronomia rural, como os legumes ou os produtos liga-

dos à caça. Com mais esta iniciativa, a au-

tarquia pretende continuar a im-pulsionar e dinamizar a gastrono-mia como produto turístico de ex-celência, como aconteceu com a Quinzena Gastronómica “Come-res de Outono” que decorreu com

sucesso na zona urbana do con-celho, em 2014.

O evento promete ser uma óti-ma oportunidade para apreciar produtos de qualidade, sabores tradicionais e desfrutar da me-lhor gastronomia associada ao campo.

Bombeiros Sapadores de Setúbal festejam aniversário

Barreiro candidata-se ao prémio para melhor bairro

Sines apresentou plano de proteção a crianças e jovens

Moita anima pequenada com fitas

A IV edição do DIA B, prevista para 5 e 6 de junho, já está em curso. Para angariar verbas para o even-to, o município apresentou a can-didatura ao prémio “Todos que-remos o melhor para o nosso bair-ro”. Esta iniciativa é organizada pela EDP e “Visão”, com o Alto Patrocínio da Presidência da Re-pública. Serão premiadas as 10 melhores ideias através da atri-buição de um prémio monetário a ser aplicado integralmente na implementação do projeto.

A COMISSÃO de Proteção de Crianças e Jovens de Sines apre-sentou dia 4, no Centro de Artes, o Plano Local de Promoção e Pro-teção dos Direitos da Criança 2015/17, o qual resulta de diag-nóstico efetuado em conjunto com as entidades com competência e com base num questionário rea-lizado junto de crianças e jovens em contexto escolar.

A nova presidente da Comissão, Ana Sobral, fez a sua apresentação à comunidade e mostrou-se empe-nhada no início imediato da imple-mentação do plano. Já o presiden-te Nuno Mascarenhas, valorizou o plano enquanto parte de uma cul-tura de prevenção e garantiu que a autarquia irá continuar a cooperar com a CPCJ. Clara Birrento, direto-ra do Centro Distrital de Seguran-ça Social, disse que prevenir antes de intervir é essencial.

O FORUM José Manuel Figueire-do, na Baixa da Banheira, promo-ve este domingo, a partir das 11 ho-ras, a sessão “Filminhos à Solta pelo País”, pela Zero em Compor-tamento.

Trata-se de uma seleção de fil-mes infantis para crianças a par-tir dos 4 anos. A entrada é gratui-ta, mediante o levantamento pré-vio dos bilhetes.Estes podem ser levantados 1 hora antes do espe-táculo ou reservados através do 210 888 900 e levantados até 1 hora antes do início do espetáculo.

O 229.º aniversário da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal comemora-se este sábado, com um conjunto de atividades que incluem a apresentação dos novos equipa-mentos adquiridos pela instituição.

O programa, a realizar no quar-tel, inclui sessão solene, às 15h15, a que se segue um desfile das for-ças em parada, às 16 horas.

O descerramento de uma pla-ca de agradecimento à recupera-ção do espólio de um veículo está previsto às 16h20.

A cerimónia conta ainda com uma visita ao simulador de com-bate aos incêndios estruturais e às instalações remodeladas do quartel.

Um dos pontos altos é a expo-sição dos novos meios operacio-nais, incluindo viaturas e equipa-mentos, adquiridos recentemen-te pelos Sapadores.

Alcochete dá palestra sobre foral manuelinoAS COMEMORAÇÕES dos 500 anos do Foral de Alcochete pros-seguem este sábado, às 16 horas, com uma palestra sobre “As ori-gens do Concelho e o Foral ma-nuelino de Alcochete” pelo inves-tigador José Vargas, no Núcleo de Arte Sacra do Museu de Alco-chete.

Com entrada livre, esta ini-ciativa conta ainda com o lança-mento da edição digital do “Fo-ral de Alcochete e Aldeia Galega – 15 de Janeiro de 1515” com o in-

tuito de divulgar o documento manuelino.

A edição digital inclui a apre-sentação, a análise, a transcrição paleográfica, a leitura moderni-zada, fac-simile integral e o re-latório técnico da caracterização dos materiais e técnicas de pro-dução do Foral de Alcochete e Aldeia Galega. A edição digital resulta de um trabalho de par-ceria entre o Laboratório Her-cules da Universidade de Évora e o Museu de Alcochete.

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Santiago lança livro de Marco Taylor sobre filhos ‘bastardos’ “A ÁRVORE que Paria Meninos” é o título da exposição de ilus-tração do livro que aborda ques-tões da monoparentalidade, no-meadamente filhos de pais não legitimamente casados.

A obra, da autoria de Mar-co Taylor, de 42 anos, é apre-sentada este sábado, às 15h30, na biblioteca Manuel da Fon-seca, em Santiago.

Conta a história da busca de Rodrigo, um menino com

corpo de 7 anos que, um dia, cheio de coragem, perguntou à avó porque não tinha pai. Este é um conto que nos permite fi-car sentados debaixo de uma árvore com folhas largas e vi-çosas: uma árvore que paria meninos.

Marco Taylor foi diretor de um festival de animação, diri-gente associativo, cresceu em Lisboa mas reside no Litoral Alentejano.

Montijo vai promover a quinzena da gastronomia de Inverno

A gastronomia associada ao campo vai estar em destaque no evento

Forum José Manuel Figueiredo

Cidade da Água avança em AlmadaOS PROJETOS de regenera-ção do território da Marguei-ra, em Almada, está em vias de ganhar um novo impulso este ano com a Cidade da Água, que vai nascer na área dos de-sativados estaleiros de cons-trução naval da Lisnave.

Já foi dada ‘luz verde’ para o desenvolvimento do master-plan deste projeto, desenhado pelo arquiteto Richard Rodgers, com o apoio da Atkins, e que contempla a regeneração e re-conversão total daqueles 54 hec-tares, dos quais 10 de docas.

O plano tem aprovada a construção de 640 mil metros quadrados, dos quais 50 por cento são de uso misto, o que é «uma grande mais-valia, pois significa que poderão ser afe-tos a vários tipos de utilização», afirma Sérgio Savaiva, adminis-trador da Baía do Tejo.

INICIATIVAS

Aprender numa tardeA biblioteca do Seixal recebe du-rante março mais um ciclo de quatro sessões gratuitas de “Aprender Numa Tarde”, a de-correr aos sábados, dias 1, 14, 21 e 28, entre as 15 e as 18 horas. A ação é dirigida a todos os inte-ressados, com idade superior a 16 anos, que pretendam adqui-rir competências básicas em tec-nologias da informação. As ins-crições são limitadas até ao dia 6 de março, presencialmente no Serviço de Informação.

Danças tradicionais na Moita“Casa do Rio” é o espetáculo de dança que a Companhia de Dan-ça de Almada vai apresentar no Fórum José M. Figueiredo, na Baixa da Banheira, dia 28, às 21h30. Inspirado na música por-tuguesa, este bailado tem por base a diversidade da cultura nacional. Sobre a criação, o co-reógrafo Benvindo Fonseca diz: “Precisava dançar também as minhas raízes lusas. E aqui nas-ce “Casa do Rio”… do desejo de estilizar as danças tradicionais.

Conversas com o públicoAs “Conversas com o Públi-co”, no Teatro Joaquim Beni-te, em Almada, continuam este sábado, às 18 horas. O moti-vo desta conversa é “O Peli-cano”, de August Strindberg, um espectáculo da Compa-nhia de Teatro de Almada, com encenação de Rogério de Car-valho e que estará em cena en-tre 20 de Fevereiro e 8 de Mar-ço. Estarão presentes Gastão Cruz, Gonçalo Vilas-Boas e José Manuel Castanheira.

STB Urban Market abre inscriçõesAs inscrições para a edição de março do STB Urban Market, certame que comercializa arti-gos vintage na zona ribeirinha de Setúbal, artesanato de design urbano, vestuário em segunda mão e produtos regionais, estão abertas até dia 28. O evento de-corre na praia da Saúde, dia 29 de março, entre as 10 as 19 ho-ras. O certame aposta num con-ceito direcionado para um tipo de comércio alternativo e no qual é possível encontrar ainda pro-dutos hortofrutícolas e artigos vegetarianos.

Há prémios monetários para dar

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CULTURA

A CANTORA de Almada, Anabela, está de regresso às lides musicais com o lançamento do seu oitavo CD intitulado “Casa Alegre”, com temas originais, onde visita o fado e outras músicas. Anabela está a comemo-rar 30 anos de carreira. Tudo come-çou aos 8 anos nos festivais regio-nais. O álbum vai ser lançado dia 25 no Bleza, em Lisboa, pelas 22 horas. Em “Casa Alegre”, a cantora apre-senta onze histórias, escritas e com-postas por autores escolhidos ao seu gosto. Produzido por Valter Rolo e Diogo Clemente, este novo trabalho mostra-nos uma Anabela mais ple-na de maturidade técnica, ao mes-mo tempo, fresca e cheia de energia. Este não é um disco de fado, antes, uma visita pelo fado que ama e res-peita, cantado como o sente. Uma mistura de texturas musicais que lhe conferem uma sonoridade ‘world music’, como a cantora refere: «O trabalho para a construção deste ál-

bum foi muito aberto, recebeu mui-tas influências», afirma Anabela.

«Há várias canções que partem da tradição portuguesa mas que, por-que trabalhei com músicos com ou-tra formação, e mais mundo, ganha-ram uma respiração nova e têm pa-drões mais complexos». Noutros, explica a cantora, «músicas que não eram originalmente fados foram le-vados para aí pela minha voz, só que, depois, a ‘vestimenta’ não é fado, é mais ‘world music’».

“Casa Alegre”, o tema que dá nome ao disco, é uma canção alegre e esperançosa, que fala de amor e de felicidade. “O Pecado mora ao lado”, um tema dançante e divertido, faz--nos viajar ao mundo da rádio nos anos 50, para contar uma história de amor. “Só Hoje” é uma autêntica ‘ousadia’ ao fado tradicional, onde Anabela é acompanhada apenas pela viola de Diogo Clemente, que assi-na a letra. As baladas “Fiz dos teus olhos os meus”, “Pedi meu bem” e “Viagem” falam de saudade e de de-

sencontros. Em “Oh minhas ami-gas”, Anabela mostra-nos a influên-cia africana, tema que quis partilhar com Lura, numa letra bem-humo-rada e numa sonoridade cheia de rit-mo, onde, com a cantora cabo-ver-diana, dá voz às memórias que tem das suas próprias amigas.

A carreira de Anabela iniciou-se em 1985 nos concursos de música infantil, entre os quais o Festival da Canção Infanto-Juvenil da Costa Azul, organizado pelo Coral Infan-til de Setúbal. No ano seguinte, gra-vava o seu primeiro disco – o single “Rock do Amor”, com o qual venceu o certame sadino. Aos 12 anos ven-ceu a Grande Noite do Fado e, qua-tro anos mais tarde, e com apenas 16 anos, ganhou o Festival da Can-ção, com o tema “Cidade até ser dia”, com a qual representou Portugal no Festival da Eurovisão, na Irlanda, em 1993. Desde então, tem estado en-volvida em vários musicais de Fili-pe La Feria. Deu concertos, fez tea-tro e entrou em telenovelas.

Para comemorar os seus 30 anos de carreira artística

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Texto António Luís

“Casa Alegre”, que dá título ao CD, produzido por Valter Rolo e Diogo Clemente, é uma canção alegre e esperançosa que fala de amor e felicidade.

Sete concorrentes, dos 17 e os 43 anos, disputam, este sábado, às 21h30, a final do 7.º Concurso de Fado Amador de Setúbal, que decorre na Socie-dade Musical Capricho Setubalense. Raquel Faria, 17 anos, da Quinta do Anjo; Sofia

Ramos, 24, Almada; Valter Palma, 27, Setúbal; Car-la Marono, 35, Paivas; Maria João Rodrigues, 43, Seixal; Mickael Salgado, 23, Tentúgal; e Susana Almeida, 34, Setúbal, são os concorrentes fina-listas que disputa, vários prémios em jogo.

Gala final do concurso de fado amador

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Ganhe convites para “Portugal à Gargalhada”TEMOS CONVITES para oferecer aos nossos leito-res para assistirem à nova revista de Filipe La Feria, “Portugal à Gargalhada”, em cena no Teatro Politea-ma, em Lisboa, com sucessivas lotações esgotadas. Marina Mota, Maria João Abreu, Joaquim Monchi-

que, José Raposo, Paula Sá e Ricardo Soler são os ca-beças de cartaz desta revista que aposta em cenários e figurinos deslumbrantes, e critica e satiriza os prin-cipais acontecimentos políticos e sociais do País. Para se inscrever no passatempo ligue 969 431 085.

Anabela dá nova roupagem a músicas tradicionais

Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 9

O AUDITÓRIO municipal do Seixal apresenta um con-certo com Celina da Pieda-de, dia 7 de março, pelas 21h30, no âmbito das Co-memorações do Dia Inter-nacional da Mulher. A acor-deonista, cantora, e com-positora de Palmela tem le-vado o seu acordeão e a sua voz até aos mais diferentes contextos, em viagens pe-

las memórias da música de raiz portuguesa e um sen-tir mais moderno e univer-salista.

Quem já a viu em con-certo reconhece-lhe o imen-so carisma. As entradas têm um custo de 8 euros, com 50 por cento de desconto para jovens até 25 anos, re-formados e trabalhadores das autarquias do Seixal.

A artista de Palmela tem como arma forte o acordeão

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Celina da Piedade atua no Seixal no Dia da Mulher

Pub.

O FIAR – Festival Interna-cional de Artes de Rua está de regresso às ruas do cen-tro histórico de Palmela no verão de 2016, e para pro-mover o evento e relançar a parceria, o município e a FIAR Associação Cultural apresentam, este sábado e domingo, o programa FIAR Abrigo.

No sábado, às 21h30, no teatro S. João, pode ver o es-petáculo “Mary Poppins”, a ‘mulher que salvou’ o Mun-do. Com texto e encenação de Ricardo Neves-Neves, o espetáculo é protagoniza-do pelo Teatro do Eléctrico, constituído por Ana Valen-tim, Custódia Gallego, Pa-trícia Andrade, Rafael Go-mes e Vítor Oliveira. Os in-

gressos custam 5 euros. No domingo, é a vez do

antigo quartel da GNR de Palmela, localizado no cen-tro histórico, receber uma sessão do FIAR Abrigo às 20 horas e outra às 22h30. A ini-ciativa, que conta com a par-ticipação da comunidade, inspira-se num excerto do texto de Bertolt Brecht, in-serido na ópera “Ascensão e queda da cidade de Maha-gonny”, para transformar o espaço num verdadeiro abri-go, onde se partilham his-tórias e vivências.

Com texto e dramatur-gia de Miguel Castro Caldas, a produção conta com as in-terpretações de Alicia Soto, Dolores de Matos, Inês Lago, José Nobre, Lígia Soares, Sara

Gonçalves, Sara Chéu, Tere-sa Melo, Tiago de Lemos Pei-xoto, Wagner Borges, Tea-tro As Avozinhas e Grupo Co-ral do Bairro Alentejano. A entrada custa 3 euros.

Este programa aconte-ce no âmbito do protocolo de cooperação, celebrado entre o município e a FIAR, a 14 de janeiro, que veio abrir novos caminhos para a con-cretização do festival. O mu-nicípio reconhece a impor-tância do FIAR para as po-pulações de Palmela, que aderem e participam, e para agentes culturais, criadores e públicos que, aqui, têm en-contrado novos palcos e no-vas propostas, que aliam a tradição à contemporanei-dade.

Artes de rua estão de regresso ao centro histórico de Palmela

Homenagem ao cante alentejanoO filme, premiado com o prémio de Melhor Filme Português no Festival Indie Lisboa 2014, “Alentejo, Alen-tejo!”, uma homenagem ao Cante Alentejano, classificado pela UNESCO enquanto Património Imaterial da Hu-manidade, passa na tela. Teatro Joaquim D´Almeida, Montijo, 21h30

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A Grand Union Orchestra dá um espetáculo intitulado “Mil e Uma Marés”, que leva o público numa viagem pelos cinco continentes, com a música como fio condutor. O grupo, que integra intérpretes de várias proveniências, é composto por 45 dos melhores jovens instrumentistas e percus-sionistas de Setúbal.Forum Luísa Todi, Setúbal, 21h30

A história de família disfuncionalRegressa ao palco “O Pelicano”, de August Strinberg, com encenação de Rogério de Carvalho, que retrata a vida católica e disfuncional de uma família que se precipita para a tragédia. Uma mãe egoísta e manipuladora é a origem de todas as tensões. Teatro Joaquim Benite, Almada, 21h30

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Espetáculo para toda a famíliaO espetáculo de teatro/clown, “Manu ao Sabor do Vento”, por Manuel Amarelo, destina-se a toda a família. É um espetáculo clown contem-porâneo, onde a música e o gesto substituem a palavra, numa viagem

que explora o universo cómico e poético.Forum José Manuel Figueiredo, Moita, 16 horas

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. Baile de danças tradicionaisUm baile de danças tradicionais europeias, dinamizado por Leónia de Oliveira, que convida o Duo Corbefin-Marsac. Pierre Corbefin e Philippe Marsac, proporciona uma experiência que mistura dança e música da Gasconha, e toda a animação dos típicos bailes cantados.Biblioteca de Palmela, 16 horas

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Viagem pelos cinco continentes

FIAR Abrigo pretende lançar evento muito querido pelas gentes de Palmela e não só

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Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 10

POLÍTICA

Os autarcas do PSD Montijo afirmam que a contínua degradação do património his-tórico e cultural do concelho deve-se à “au-sência de medidas do presidente Nuno Can-ta”. Lamentam que dois dos símbolos da

cidade, os moinhos de maré e de vento, es-tejam a degradar-se. «Não percebemos como é que é possível o presidente ver a degra-dação contínua do património e nada fa-zer para resolver o problema», apontam.

“A Casa de Eulária - Narrativas sobre 5 meses da Guerra Civil de Espanha” tem lugar no próximo dia 25, às 21 horas, no auditório do Edifício Arrábida, sito na Av.ª 5 de Outubro, em Setúbal. O espetáculo

conta com a participação de João Pires, Miguel Ramos, Ana Catarina Stoyanof, André Moniz, Filipe Narciso, Isabel Ga-nilho, Kimberlly Ostrowskij, Odete San-tos, Olinda Peixoto e Sofia Crispim.

PSD descontente com degradação de património Narrativas sobre Guerra Civil de Espanha

Forças políticas de Sesimbra torcem o nariz à política de pesca da sardinha

A ASSEMBLEIA Municipal de Se-simbra acaba de aprovar, por una-nimidade, uma moção em defesa os postos de trabalho e da pesca da sardinha em Sesimbra. A mo-ção, a enviar às entidades da Ad-ministração Central, com respon-sabilidades no setor das pescas, é uma iniciativa do grupo político do PS que, de imediato, recolheu a unanimidade de todas as forças políticas locais.

Manuel José Pereira, presiden-te da concelhia de Sesimbra do PS, adiantou ao Semmais que a moção tem como finalidade o estudo da po-lítica de defeso da pesca à sardinha, por forma a não colocar em causa os rendimentos dos pescadores e ar-madores diretamente envolvidos,

bem como de todos os intervenien-tes que participam na economia des-ta atividade tão «importante» para 7 embarcações e cerca de 200 pes-soas do concelho. «Depois de lon-gas horas de negociação, lá foi apro-vado o texto da moção. Esperemos que a moção obtenha a devida aten-ção por parte dos decisores políti-cos envolvidos», frisa, acrescentan-do que o PS teve a preocupação de redigir um documento «equilibra-do» para que recolhe opinião favo-rável de todos os partidos.

O político não concorda com a

prorrogação, por parte do Gover-no, do período de interdição de cap-tura de sardinha até 28 de feverei-ro, nem a definição de um limite de 4 mil toneladas para as descargas de sardinha capturada com arte cerco, entre 1 de março e 31 de maio.

Interdição carece de estudos científicos

«É incompreensível esta pror-rogação, sem se fazerem estudos. Esta medida política do Governo só vem prejudicar os rendimen-

tos dos pescadores, paralisa fábri-cas e diverge com as políticas de Espanha na captura da sardinha. Acima de tudo, queremos alertar as entidades para esta situação seja revista e para que se façam estu-dos científicos que suportem a de-cisão de interdição de captura da sardinha», refere Manuel José Pe-reira, acrescentando que «os pes-cadores garantem que existem car-dumes e que pode haver pesca».

Manuel José Pereira defende, ainda, que os armadores e pesca-dores sejam recompensados fi-nanceiramente, durante o perío-do de interdição de captura da sar-dinha, «devendo ser revistos os va-lores em vigor para valores mais adequados».

E conclui que a comunidade piscatória de Sesimbra enfrente «mais um período difícil» no que respeita à pesca do cerco à sardi-nha, depois de ter sido atingida na década de 80, através de imposi-ções e incentivos ao abate vindos da União Europeia, no final da dé-cada de 90, com o fim do acordo EU-Reino Unido de Marrocos, e em 2005, com a entrada em vigor do regulamento do Plano de Or-denamento do Parque Natural da Arrábida.

Iniciativa do partido socialista local negociada para reunir consenso na Assembleia Municipal

Os socialistas de Sesimbra estão preocupados com os efeitos nefastos da interdição da pesca da sardinha na comunidade piscatória

Texto António Luís

O líder concelhio do PS, Manuel José Pereira, foi um dos mentores da moção

Bloco de Esquerda solidário com moradores de AzeitãoO BLOCO de Esquerda está soli-dário com as 41 famílias que cor-rem o risco de perder as suas ca-sas em dois bairros de Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão.

Mariana Aiveca, deputada elei-ta pelo distrito, realça que «estas famílias não podem ser desapro-priadas do que é delas por direito», uma vez que os moradores, com «baixos rendimentos, muitos em situação de desemprego e doença, fizeram um esforço enorme para cumprir com as suas obrigações e pagaram na íntegra suas casas».

A confirmar-se o despejo des-tas 41 famílias, o «Estado não só está a infringir um direito huma-no, como o direito à habitação que consta na Constituição da Repú-blica Portuguesa. Este é um caso flagrante de desresponsabilização deste Governo que põe em risco a vida destas pessoas».

A deputada falava no final da assembleia de moradores que teve lugar no passado dia 12, às 21 ho-ras, na Junta de Freguesia de Azei-tão, em Vendas de Azeitão. A ini-ciativa foi aberta à população e surge «na sequência das últimas informações que chegaram aos moradores, nomeadamente a cer-teza de que o leilão das casas, sus-penso em Setembro, vai ser reto-mado em breve».

Recorde-se que estas famílias enfrentam uma batalha legal e po-lítica pelo direito a manter as suas casas. Ao longo de quase 30 anos estas famílias pagaram as suas prestações até que as casas fica-ram pagas na totalidade. No en-tanto, há poucos anos a coopera-tiva abriu falência e as escrituras nunca foram feitas. Agora os cre-dores, nos quais se inclui a banca e o IRHU, reclamam as casas des-tas famílias para pagar as dívidas da cooperativa.

Sessão organizada pelo BE

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Catarina Marcelino deteta falta de anestesistas no Hospital do MontijoA DEPUTADA do PS, Catarina Marcelino, e o presidente do mu-nicípio do Montijo, Nuno Canta, entre outros, visitaram as insta-lações do Hospital do Montijo. Na cirurgia do ambulatório, «uma re-ferência neste tipo de resposta hospitalar ao nível da cirurgia of-talmológica, plástica e pediátri-ca», existe «escassez de médicos anestesistas, o que poderá difi-cultar a eficiência daquela res-posta».

Na urgência básica, que «le-vanta muitas dúvidas no serviço que presta à população», a Uni-dade Cirurgia Ambulatório, cuja «referenciação e avaliação conhe-cidas são extremamente positi-vas», e a Enfermaria de Retaguar-da, com 27 camas, que responde aos casos sociais do centro hos-

pitalar, o que «permite libertar ca-mas no Hospital N.ª S.ª do Rosá-rio no Barreiro e aliviar a pressão dos internamentos a partir das ur-gências».

Quanto à urgência básica, Ca-tarina Marcelino refere que em 2007, quando foi assinado proto-colo entre o Ministério da saúde e a Câmara, para a manutenção deste serviço, o hospital tinha, «além dos médicos tarefeiros con-tratados para este serviço, outros médicos em permanência, em par-ticular internistas e cirurgiões, que em caso de necessidade presta-vam apoio à urgência. Hoje, por motivos de rentabilização de re-cursos humanos o hospital, já não dispõe destes ativos», o que levan-ta questões de qualidade da res-posta.

JSD organiza 5.ª Academia de Política com figuras ilustres A JSD Distrital realiza este sábado e domingo, na Costa de Caparica, a 5.ª Academia de Política, conside-rada por aquela estrutura partidá-ria como “a maior ação de forma-ção política do distrito de Setúbal”.

Nesta edição serão dadas a co-nhecer «várias visões políticas e ideologias através de oradores com credenciais académicas e políticas inquestionáveis para preparar a ju-ventude de hoje para liderarem con-victos, o mundo do amanhã».

Assim, esta formação contará com o contributo de oradores de vários quadrantes políticos e aca-démicos, como Odete Santos, Ri-beiro e Castro, Óscar Gaspar, Pau-lo Colaço, Miguel Morgado e o An-tónio Sousa Lara.

Marcelo Rebelo de Sousa será outro dos oradores presentes na ini-ciativa da JSD Distrital de Setúbal. O antigo líder do PSD estará pre-

sente no jantar de sábado onde irá abordar o tema “A Social-Demo-cracia nos dias de hoje”.

O encerramento do evento, que decorrerá no domingo, contará com várias personalidades do panora-ma distrital e nacional social-de-mocrata entre os quais o presiden-te da distrital do PSD de Setúbal, Bruno Vitorino, e o vice-presiden-te coordenador do PSD, Marco An-tónio Costa.

Marcelo é um dos oradores

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DESPORTO

O 3º Circuito de BTT/XCO – D. Paio Peres Correia tem lugar no próximo dia 8 de março, domingo, junto à Si-derurgia Nacional, em Aldeia de Paio Pires. A prova conta para a Taça Regio-

nal da Associação de Ciclismo do Dis-trito de Setúbal, mas também é aberta a praticantes de BTT não federados e tem inscrições abertas até ao dia 5 de março.

Rui Dâmaso, atleta do FC Barreirense, participa a partir de dia 23, no Cam-peonato Europeu Individual de Xadrez, que decorre em Jerusalém.O atleta, que já foi campeão nacional

por seis vezes~, faz parte do lote de 250 jogadores presentes na competi-ção e ocupa o 129º lugar do ranking. Trata-se de uma das provas mais im-portantes do calendário internacional.

Inscrições abertas para o 3º Circuito de BTT/XCO Atleta barreirense no Europeu de Xadrez

MENINO E moço, aos 15 anos de idade, o Camolas começou a dis-tinguir-se nos juvenis do Palme-lense, o clube típico da sua terral natal. Vivaço, geniquento, em ple-na juventude, o adolescente Ca-molas deu nas vistas e foi “pesca-do” pelos olheiros do Benfica.

E ei-lo, ainda juvenil, a equi-par de encarnado, às ordens do “mister” Angelo, como produti-vo avançado-centro.

Chegou às reservas e, de se-guida, abraçou a 100% o profis-sionalismo rumando ao União de Tomar que militava então na 1ª Divisão, com uma equipa bastan-te experiente onde pontificavam Nascimento, Calado, Barnabé, Car-doso e até, nos anos 70, o ines-quecível Eusébio. Ao longo de nada menos do que 8 anos, já maduro e sempre alegre, o “Zé” Camolas equipou de rubro-negro, às or-dens de bons treinadores como Fernando Cabrita e Vieirinha. Em Tomar ninguém o esquece. E por estas bandas também não!

Camolas foi internacional ju-nior de boa prestação, passou também pelo Belenenses e “ar-rumou as botas” no muito seu Palmelense, já para além dos 35 anos de idade.

Em Palmela, de ponta a pon-ta, todos conhecem o bonachei-rão Camolas que teve a infelicida-de de sofrer um acidente cardio--vascular que o limitou bastante.

Tal não impediu o fluxo de ami-zades que suscita e que ficou bem patente no jantar-convívio de fi-nais de Janeiro p.p. em feliz ini-ciativa do Clube Palmelense por

mór de uma exemplar comissão com destaque para Nicolau da Claudina e seu filho sob o suges-tivo lema de incitamento “Por amor à camisola”.

Na zona periférica de Palme-la tal convívio reuniu 150 pessoas e pode dizer-se, com convicção plena, que o mais visado e aplau-dido da alegre noite foi o “Zé” Ca-molas, imagem viva de um homem feliz, emocionado até às lágrimas.

Estivemos lá e gostámos (mui-to!) de rever Camolas e verificar como funciona bem a sua memó-ria apesar da “partida” que a vida lhe fez.

Um dos muitos abraços em que Camolas se viu envolvido foi da “autoria” do bem conhecido Octávio Machado, outro “palme-lão” de sucesso futebolístico, de similar popularidade regional.

Quando vimos as lágrimas nos olhos de “Zé” Camolas, efusiva-mente saudado por tantos e tan-tos amigos, respirando felicidade, alegrou-nos o pensamento teste-munhar que o futebol, às vezes apelidado de maldito, proporcio-na momentos dignos de rasgados elogios. E é bem o “caso Camolas” que acabámos de vos contar.

“Zé” Carlos Camolas: Um caso de rara popularidade

David SequerraColaborador

Jogos do Sado arrancam este domingo

A ENTREGA do certificado de acei-tação da candidatura de Setúbal a Cidade Europeia do Desporto 2016 vai ser um dos pontos altos da ce-rimónia de abertura da 13ª edição dos Jogos do Sado que decorre este domingo, a partir das 17 horas, no Fórum Municipal Luísa Todi.

O evento desportivo iniciado pela autarquia em 2003, com o apoio da empresa Águas do Sado e a participação de várias associa-ções e clubes desportivos, vai de-correr em Setúbal até ao mês de outubro e conta com mais de qua-tro dezenas de atividades despor-tivas quer de caracter competiti-vo formal quer de participação ple-na dos cidadãos.

Do calendário dos Jogos do Sado fazem parte eventos despor-tivos de diferentes naturezas e para vários públicos, incluindo, ano após ano, uma forte componente de desporto adaptado, com o ob-jetivo de promover e incentivar a prática desportiva não só nos es-paços específicos para essa prá-

tica, mas também dando especial relevo às provas realizadas na ser-ra da Arrábida e no Rio Sado. Das 42 provas previstas no programa deste ano, 17 terão como cenário o rio e oito vão decorrer na serra.

Entre as provas em destaque na edição deste ano as atenções cen-tram-se uma vez mais na etapa da Taça do Mundo de Águas Abertas FINA 2015, a prova de natação que já conquistou o interesse do públi-co e que reúne os melhores atletas do mundo na modalidade. Para além disso, os Jogos do Sado integram ainda o Campeonato da Europa de Biatle/Triatle, a Taça de Portugal de Kayak-Mar, o XV Raide Bicasco, o III Aquatlo Cidade de Setúbal, o III Duatlo Jogos do Sado e etapas

dos campeonatos nacionais de Kayak-Polo e de Master Laser.

A cerimónia de abertura, de en-trada livre, terá momentos cultu-rais aliados à demonstração de al-gumas modalidades desportivas in-door, como o Taekondo, Jump, Step, dança contemporânea e ginástica acrobática.

A abertura dos Jogos foi o mo-mento escolhido também para a Aces Desporto Portugal entregar à autarquia o certificado que ofi-cializa a aceitação da candidatu-ra de Setúbal a cidade europeia do desporto, no próximo ano. Na cor-rida está também a cidade de Coim-bra, mas os promotores da candi-datura setubalense acreditam que «esta é uma aposta vencedora».

Evento começou na cidade do Sado em 2003 e tem ganho expressão

DR

A edição deste ano vai ficar marcada pela candidatura de Setúbal a Cidade Europeia do Desporto - 2016.

Texto Marta David

15ª Corrida do Atlântico, domingo, na Costa da CaparicaA MANHÃ de domingo vai ser mar-cada, na Costa da Caparica, por mais uma edição da Corrida do Atlânti-co, uma prova de 10 quilómetros, destinada a atletas federados e não federados com mais de 18 anos.

A prova que vai já na 15ª edição é organizada pelo Núcleo Sportin-guista de Costa de Caparica, em co-laboração com a Câmara Munici-pal de Almada, a Junta de Fregue-sia da Costa de Caparica e com o apoio técnico da Associação de Atle-tismo de Setúbal e da Xistarca.

Com prémios individuais e co-letivos para os primeiros e meda-lhas para todos os atletas que con-cluam os dez quilómetros, a pro-va deve contar com mais de um milhar de atletas à partida.

A 15ª Corrida do Atlântico tem

como fator de interesse especial a passagem no Pontão junto ao Mar durante o percurso sem gran-des índices de dificuldade.

A partida é dada às 10 da ma-nhã.

A prova tem 10 quilómetros

DR

Emoções do hóquei em patins colocam o Grupo Desportivo de Sesimbra nos oitavos da TaçaO GRUPO Desportivo de Sesim-bra defronta, nos oitavos de final da Taça de Portugal em Hóquei em Patins, o HC Turquel, em jogo agendado para o dia 14 de março.

A equipa de Sesimbra conse-guiu um lugar nos oitavos de final após vencer o Hóquei Clube de Marco de Canavezes por 5-4, após prolongamento e com golo de ouro.

O Sesimbra, a militar na II Di-visão do campeonato nacional de-fronta assim, na próxima elimi-natória o primodivisionário Tur-quel, fazendo assim regressar as emoções fortes do hóquei em pa-tins a um palco com tradição.

No pavilhão do Marco de Ca-navezes, a equipa de Sesimbra mos-trou desde cedo que queria ganhar a partida e garantir a passagem

aos oitavos de final, mas a tarefa não foi facilitada pelos da casa. Ainda assim, uma entrada em for-ça permitiu que os sesimbrenses chegassem a ter uma vantagem de três golos na primeira parte. No tempo complementar, o Marco que já tinha ido para o intervalo a perder apenas por três a dois ain-da deu a volta ao resultado, mas no final da partida valia o empa-te a quatro. Daniel Marques a pou-cos segundos do fim da partida marcou o golo de ouro que deu a passagem à fase seguinte da Taça.

Longe de tempos mais glorio-sos já vividos no pavilhão da vila de Sesimbra, o Grupo Desportivo volta a animar os adeptos do hó-quei com resultados mais positi-vos. No caminho da Taça de Por-

tugal, os de Sesimbra eliminaram também o Hóquei Clube de San-tiago por 7-2, na anterior etapa.

No campeonato da II Divisão a equipa ocupa o 9º lugar, com 23 pontos.

Hóquei de Sesimbra recupera

DR

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NEGÓCIOS

Vítor Proença convoca empresários para mostrar ‘trunfo’ dos fundos comunitários

MAIS DE setenta empresários reu-niram, quinta-feira, com Vítor Proença, presidente da Câmara de Alcácer do Sal, para ouvirem da boca do presidente da CCDR-Alen-tejo, António Costa Dieb, as gran-des oportunidades de apostarem no Litoral Alentejano, uma das re-giões que mais vai beneficiar dos fundos comunitários do novo qua-dro de apoio 2014-2020.

Praticamente todas as áreas de maior evidência económica do concelho marcaram presença, como as ligadas ao cluster turís-tico, arroz, vinho. «A ideia foi abor-dar, de viva voz, o que pode estar em causa com estes fundos para o desenvolvimento económico. Estão em causa para a região do Alentejo mais de mil milhões de

euros e queremos que as nossas empresas apostem nesta oportu-nidade, como também atrair ou-tros investimentos«, disse ao Sem-mais Vítor Proença.

O Programa Operacional que vai gerir a tabelar os fundos foi também explicado por Augusto Mateus, consultor especializado nesta área e ex-ministro da Eco-

nomia. «O Alentejo, e nomeada-mente a Costa Alentejana, tem en-tre mãos uma oportunidade de ex-celência, porque está próximo de Setúbal e de Lisboa, muito limita-das pelos próximos fundos, mas inserida numa região que vai be-neficiar ao mais alto nível destes financiamentos», disse o especia-lista.

Captar investimentos é a palavra de ordem

Para já, o presidente da Câma-ra de Alcácer não parece ter dúvi-das de que os empresários «estão muito sensibilizados» para as opor-tunidades que o novo quadro po-derão proporcionar. Vítor Proen-ça quer, no essencial, atrair novas

empresas que, segundo refere, «não dispõem de financiamento desta natureza na zona de Lisboa e Pe-nínsula de Setúbal», porque per-deram majorações máximas. É este trunfo que temos que procurar po-tenciar», disse.

O autarca refere que o muni-cípio está preparado para este em-bate, sendo que está em prepara-ção um protocolo com os politéc-nicos de Setúbal e de Beja. «Já se nota um grande interesse por Al-cácer do Sal, dispomos de terre-nos disponíveis e de um gabinete de apoio, que agiliza este tipo de projetos, nomeadamente no que se refere ao licenciamento urba-nístico», saliente Vítor Proença.

Em fase de conclusão está, por exemplo, a unidade da Allublister, uma empresa ligada à indústria farmacêutica, que prevê ainda a amplificação das suas instalações para o triplo. «Visitámos a obra e tudo indica que deverá estar con-cluída em Junho deste ano», afir-ma o presidente da Câmara. E con-cluiu: «Estamos com grande ca-pacidade de atracão e também um pouco na moda, com estes apoios disponíveis e estas oportunidades de angariação de fundos, podemos alavancar com sustentabilidade a nossa atividade económica, crian-do mais riqueza e mais emprego no concelho».

Câmara de Alcácer do Sal aposta tudo no novo quadro de apoios financeiros até 2020

DR

A Câmara de Alcácer do Sal está a apostar tudo nos fundos comunitários para atrair novas empresas e mais investimento. Esta semana o presidente da Câmara, Vítor Proença, reuniu 70 empresários para acertarem o passo

A Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setú-bal vai dar continuidade ao ciclo de en-contros com os seus associados, sob a forma de Almoço-Debate, cuja segunda

edição irá realizar-se em Sesimbra, esta quarta-feira, pelas 13h00, com a parti-cipação das autarquias do concelho e Clube Naval de Sesimbra. O tema em de-bate é “O reforço do associativismo”.

O Instituto Politécnico de Setúbal vai apre-sentar, quarta-feira, no Auditório dos Ser-viços Centrais, o projeto “INzSET – Interfa-ce Colaborativo para o Desenvolvimento e Inovação da Península de Setúbal”. A ses-

são será aberta pelo presidente do IPS, Pe-dro Dominguinhos, e contará com uma pa-lestra sobre “Oportunidades para o desen-volvimento regional de Portugal 2020”, por Demétrio Alves, da C. D. do POR Lisboa.

ACISTDS debate associativismo em Sesimbra IPS apresenta “INzSet” quarta-feira

Texto Anabela Ventura

Revista de Vi nhos atribui prémios à regiãoPorto de Sines com fundos europeus na miraO PRESIDENTE dos Puertos del Estado, José Ortega, visitou o por-to de Sines onde se reuniu com João Franco, presidente da APS, e Vitor Caldeirinha, presidente da APP. Na agenda deste encontro esteve o apoio mútuo entre Por-tugal e Espanha a candidaturas de ambas as partes a fundos co-munitários, com vista ao desen-volvimento de soluções informá-ticas de suporte ao transporte transfronteiriço de mercadorias, com grande ênfase na intermo-dalidade e na logística.

As candidaturas estão em pre-paração para serem apresenta-das ao Connecting Europe Faci-lity (CEF), no âmbito da Rede Tran-seuropeia de Transportes, con-tando o projeto do lado de Por-tugal com 16 beneficiários e ou-tras tantas entidades de suporte

direto ao projeto.De acordo com o presidente

da APP, outro tema em cima da mesa foi a «candidatura a proje-tos no âmbito dos navios a LNG», considerado como o combustí-vel do futuro no transporte ma-rítimo e alvo de aposta e de fun-dos importantes a nível europeu.

«Falámos sobre projetos con-juntos que vão reforçar a pos-sibilidade dos dois países cap-tarem fundos europeus para as-petos que entendemos que são essenciais para a competitivi-dade dos nossos portos», afir-mou José Ortega, no final do en-contro. O responsável sublinhou que Portugal e Espanha têm uma «posição periférica no que diz respeito ao transporte para a Eu-ropa», mas que, por outro lado, têm «uma posição central em re-

lação ao transporte marítimo in-ternacional».

Assim, e tendo em conta que «as possibilidades de captação

de tráfego dos nossos portos são grandes», José Ortega defende que esta união ibérica «é vanta-josa para todos».

José Ortega com os presidentes dos portos de Sines e de Setúbal

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Vítor Proença, presidenre da Câmara de Al-cácer. tem por objetivo atrair

mais empresas para o concelho

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“Casa Ermelinda Freitas” brilha em concursos na Rússia e na China e soma medalhas

A “CASA Ermelinda Freitas” acaba de ser distinguida com mais treze medalhas, seis de ouro e sete de prata, na 17.ª edição do concurso “Pro-dexpo”, que se realiza anual-mente na Rússia, e cuja ce-rimónia de entrega de pré-mios decorreu no Centro de Exposições de Moscovo.

Este certame, de nível internacional, contou com a participação de mais 200 produtores russos e estran-geiros e com a presença das maiores empresas impor-tadoras, grossistas e reta-lhistas daquele mercado de leste, para além de cerca de três centenas de represen-tantes de revistas e jornais.

Ainda em Fevereiro, a empresa vitivinícola de Pal-mela foi brindada com ou-tras dez medalhas no con-

curso realizado em Hong--Kong, designado “China Wine & Spirits Awards Best Value 2015”, conquistan-do, respetivamente, duas duplas de ouro, cinco de ouro, duas de prata e uma de bronze.

«São dois mercados em que temos vindo a desen-volver, de forma gradual, a nossa presença e é muito gratificante saber que os re-sultados de avaliação da qualidade dos nossos vi-nhos estão a ganhar impor-tância pública internacio-nal e a consolidar-se», afir-ma Leonor Freitas, sócio--gerente da empresa com sede em Fernando Pó, con-celho de Palmela, região vi-tivinícola da Península de Setúbal.

No concurso realizado

na Rússia, as medalhas de ouro foram atribuídas aos vinhos “Valoroso Reserva 2012”, “Touriga Nacional 2012”, “Alicante Bouschet 2012”, “Syrah – Petit Verdot 2010”, “Terras do Pó – Tin-to 2013” e “Vinha do Rosá-rio Reserva 2012”. As de pra-

ta foram atribuídas, respe-tivamente, aos vinhos “Casa Ermelinda Freitas - Caber-net Sauvignon 2011”, “Casa Ermelinda Freitas – Petit Vedot 2011”, “Casa Ermelin-

da Freitas – Merlot 2011”, “Dona Ermelinda Tinto 2012”, “Terras do Pó Bran-co 2014”, “Terras do Pó Re-serva 2010” e “Vinha do Ro-sário Tinto 2013”.

No que se refere ao con-curso realizado na China, as medalhas de duplo ouro foram atribuídas aos vinhos “Sauvignon Blanc & Verde-lho 2013” e “Dona Ermelin-da Branco 2013”, sendo que as de ouro distinguiram os vinhos “Touriga Nacional 2012”, Syrah 2012”, “Quin-ta da Mimosa 2012”, “Valo-roso Reserva 2012” e Mos-catel de Setúbal – não da-tado”. Os vinhos “Cabernet Sauvignon 2012” e “Dona Ermelinda Reserva 2012”, ganharam medalhas de pra-ta e finalmente a medalha de bronze foi atribuída ao vinho “Alicante Bouschet 2012”.

Recorde-se que no to-tal a “Casa Ermelinda Frei-tas” já conquistou 163 me-dalhas de ouro, 228 meda-lhas de prata e 140 meda-lhas de bronze, em concur-sos realizados nos quatro cantos do mundo.

Empresa de Palmela distinguida com várias medalhas de ouro, prata e bronze em certames internacionais

DR

No total a empresa situada em Fernando Pó, concelho de Palmela, já conquistou 163 medalhas de ouro, 228 medalhas de para e 140 medalhas de bronze.

Uma empresa com história no femininoA empresa, iniciada por Deonilde Freitas e continuada por Germana Freitas, é conhecida pela liderança de uma geração de mulheres empresárias que se dedicaram ao vinho e ao mundo rural. Ermelinda Frei-tas e, desde 1997, a sua filha Leonor Freitas, deram seguimento à atividade, sendo que a atual sócio-ge-rente foi responsável por uma profunda alteração na empresa vitivinícola, que a guindou ao atual desen-volvimento e progresso, com a introdução do primeiro vinho engarrafado, o “Terras do Pó Tinto”.Atualmente, a empresa conta com cerca de 315 hectares de vinha, nas quais 60% são ocupadas pela cas-ta Castelão, 30% de variadas tintas, como a Touriga Nacional, Trincadeira, Syrah, Aragonês, Alicante Bous-chet, Touriga França, Merlot and Petit Verdot, e as restantes de uvas brancas, como Fernão Pires, Char-donnay, Arinto, Verdelho, Sauvignon Blanc e Moscatel de Setúbal. A sua adega, apetrechada com a mais alta tecnologia, apresenta uma simbiose entre o moderno e o tra-dicional, sendo que a sua capacidade de fermentação é superior a 8 milhões de litros em cubas de inox com temperaturas controladas.

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Revista de Vi nhos atribui prémios à regiãoA REVISTA de Vinhos atribuiu os prémios de melhores do ano, no passado dia 14, à Sivipa, tendo a empresa de Palmela conquistado sete diplomas de “Boa Compra”, sendo a segunda empresa da re-gião com maior número destes prémios.

Ameias Syrah 2013, Ameias se-lecção do Enólogo Tinto 2010, os vinhos Terras do Sado e Veritas, de 2013, ambos tintos e brancos, e ainda o Moscatel Superior 10 anos são os néctares premiados.

Segundo o enólogo Filipe Car-doso, «este é o culminar de um ano de ouro para a Sivipa que, recen-temente festejou o seu 50.º ani-versário, e vem cumprir a sua pro-messa de partilhar o melhor de Palmela a preços acessíveis».

Nos últimos anos, os vinhos da Sivipa «têm sido premiados em todo o mundo». Destaca-se o Ameias Syrah 2013, premiado “Me-lhor tinto da Península de Setú-bal”, no XIV Concurso de Vinhos da Península de Setúbal da Co-missão Vitivinícola Regional, no Concours Mondial de Bruxeles, nas Vinalies Internationales, pela AEP Associação dos Escanções de Portugal e no IWC, em Londres, numa «extraordinária» série de prémios.

Este é também «um ano bri-lhante» para os vinhos da Penín-sula de Setúbal. Na gala da Revis-ta de Vinhos destacou-se, ainda, a José Maria da Fonseca, com 8 “boas compras”, e a Bacalhoa, elei-ta “empresa do ano” 2014.

Leonor Freitas, recentemente

galardoada com o Prémio

Carreira da Má-xima - Mulher de Negócios,

empreendeu o grande desen-volvimento da

empresa

Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 14

OPINIÃO

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Cavaco e as suas tiradas infelizes

A ÚLTIMA tirada do nosso presi-dente da República sobre a Gré-cia, afirmando que a solidarieda-de com a nação helénica repre-senta «milhões de euros retirados aos portugueses”, para além de in-feliz é uma anedota diplomática.

O novo governo grego, goste--te ou se não goste, foi eleito de forma categórica e democrática, o pilar primeiro da civilização oci-dental prescrito pela modernida-de europeia. E está no centro do furacão, sob uma forte pressão e uma amálgama de chantagem po-lítica.

Mas não está totalmente sozi-nho. Tem havido vozes importan-tes, sobretudo de alguns países do sul, como Itália e França, que não querem forçar um retrocesso das promessas eleitorais convictas com que o Siryza ganhou o poder na Grécia.

Portugal esteve e ainda está, por mais se diga, numa posição frágil. E a situação portuguesa tem três nuances que diferenciam as duas situações. Em primeiro lu-gar, as contas públicas e a dívida soberana nacional era grave mas não tão grave como a grega; em segundo lugar, os portugueses fo-ram convencidos de que todo o mal residia na sua malbaratada economia caseira (gastaram sem-pre acima das suas posses) e por isso foram sensíveis e resilientes; e por último a Europa do euro mu-dou e mudou muito. E isso foi de-cisivo.

Mas Portugal não está bem e a responsabilidade é da austeri-dade cega e ideológica.

Cavaco Silva, que andou sur-do e mudo este tempo todo, dei-xando que o rega-bofe fosse cres-cendo em toda a linha, com des-mandos, escândalos da alta finan-ça e da política, deixou que o país empobrecesse de forma irrever-sível, sem uma palavra de con-forto.

Nesta tirada de mau gosto, Ca-vaco provou o seu carácter de um político curto, sem meias-culpas nos casos BPN e BES, por exem-plo. E esqueceu que a Grécia con-tinua a ser vegetada a juros qua-se a tocar nos 20 por cento.

E não há uma palavra para des-crever o terrorismo fiscal que in-vadiu o país do qual é o maior so-berano, nem sobre o lastro deixa-do por essa Troika já hoje tão cri-ticada por autoridades europeias, como Jean Claude Juncher.

Enfim, é o Presidente que te-mos.

EDITORIALRaul Tavares

FOI AO som da Internacional, e dos “Partisans” e da “Carmela”, canções da Resistência em Fran-ça e Espanha, das vozes de Adria-no Correia de Oliveira e José Afon-so, entre outros, emanados de um carro do SITE-Sul/CGTP-IN, que milhares de trabalhadores da Lis-nave, na Mitrena, receberam às 7h00 da manhã do dia 9 deste mês o folheto alusivo à Tocha da Li-berdade e da Paz que, ali acesa, durante o dia percorreu Setúbal e Palmela, oriunda do Porto e tam-bém, a sul, de Grândola, mais per-to de nós da Moita, Barreiro e Sei-xal, mas rumo a Almada e Lisboa. O documento não deixava de “sau-dar ainda a luta dos trabalhado-res portugueses e das populações que, em 1945, debaixo do jugo fas-cista, saíram à rua a comemorar a derrota do nazi-fascismo e a rei-vindicar a liberdade para o povo e eleições livres, pelo fim do ra-cionamento alimentar e melho-res condições de vida”.

A passagem pelas Escolas Básicas e/ou Secundárias Lima de Freitas, Ordem de Sant’Iago, Luísa Todi, Barbosa do Bocage, e Sebastião da Gama, até à re-cepção junto à Câmara Munici-

pal, na Praça do Bocage, onde se procedeu a uma largada de pom-bas, congregou o contacto com muitas e muitas centenas de alu-nos e professores e pessoal au-xiliar com um ritmo, empenha-mento, calor e emoção de que re-sultaria o sentimento de um Ro-teiro contínuo de solidariedade ininterrupta e transversal, em tão poucas horas.

A Tuna do Bocage cantando o “Hino à Alegria” ou o “Va, pen-siero” ou a “Ópera Nabucco”, ou talvez “Os Tódicos” assumindo o património vocal de Luísa Todi, a leitura do último discurso do fil-me “O Grande ditador” de Char-lie Chaplin, de 1940, a recordação de Primo Levy, o italiano quími-co sobrevivente de Auschwitz e do seu livro “Se isto é um homem?”,

“A Guerra” de David Mourão-Fer-reira (“Tempestade de Verão”), “O Holocausto” de Vinício de Moraes (“Ah, doces mortos atónitos / Que-brados a torniquete!”), o poema escrito/lido pela aluna Ema, do 9º A, “agora o meu colega Diogo a recriar essa cena...”, “Os Bela Ba-tuke”, eis a incomensurável nar-rativa de professores e alunos a aplaudirem-se entre si, com a To-cha presente, sempre a chegar nas mãos dos “Lebres do Sado”.

Falta aqui dizer que a Secun-dária de Palmela também foi pal-co, logo depois da Autoeuropa - onde um semana antes “O Faís-ca”, o boletim da Célula do PCP, se solidarizava com a acção, a qual mereceu a divulgação por parte dos ORT’s e dos meios de infor-mação audiovisual da empresa, - assim como, em final de tarde, a Associação de Reformados, Pen-sionistas e Idosos do Pinhal Novo.

Trata-se da comemoração do 70º Aniversário do Fim da Segun-da Guerra Mundial, numa inicia-tiva da FIR, Federação Internacio-nal de Resistentes, num percurso que abrangerá dez países ou es-tados europeus, em Portugal as-sumida pela URAP, União de Re-

sistentes Antifascistas Portugue-ses. No dia em questão juntaram--se as Câmara Municipais de Se-túbal e Palmela e a União dos Sin-dicatos de Setúbal (USS), de cujos responsáveis o testemunho teve eco a repercutir-se em crescendo até 9 de Maio, até Praga, que foi lá que capitularam as hordas do na-zi-fascismo uma semana depois do içar da bandeira da União So-viética em Berlim, tudo pelas mãos do Exército Vermelho – rigor que não queimou os lábios a Ana, uma das alunas, ao citá-lo.

No encerramento das jorna-das em Portugal, a 12 de Feverei-ro, no Rossio de Lisboa, Marília Villaverde Cabral, Coordenadora da URAP, afirmou: “não seria jus-to não lembrar, com indignação, as bombas atómicas lançadas pe-los EUA sobre Hiroshima e Naga-zaky, a 6 e 9 de Agosto de 1945, contra populações civis, que ne-nhuma consideração de ordem militar podia justificar, tanto mais quanto a perspectiva da derrota do militarismo japonês estava as-segurada”. Fica-nos para então o repto de não fecharmos fábricas e escolas, todo e qualquer local de cada um.

Cedo ao som da Internacional

Valdemar SantosMilitante do PCP

Arlindo MotaPolitólogo

DECORO, DISSESTE, só um pou-co mais de decoro, quando eu, rendido ao hábito e ao espírito da quadra te desejei simples-mente um “Feliz Ano Novo”. Es-tavas, eu que te conheço bem e há longo tempo, a rebentar de ira e espanto pelas noticias que ias conhecendo dos anos tran-sactos: o clientelismo que vinha sendo objecto de acerbas críti-cas tuas e que se estendera, qual mancha de óleo, pela socieda-de portuguesa através de uma atitude despudorada de quem à vez mandava, de tal modo que duas expressões haviam já en-trado no léxico nacional sem por isso fazer arredar as práticas que pareciam serem elas a carne e o sangue da militância dos parti-dos no poder: refiro-me aos “job´s for the boys” do tempo de Gu-terres e à desbocada (mas trans-parente, lá isso é) da “ida ao pote”. E não se creia que a crise que vem destroçando os portugue-ses alterou a situação elevando o padrão ética de conduta, quan-do ainda na passada semana se ficou a saber a estatística do preenchimento dos cargos de di-rectores da segurança social e se verificou que, apesar do aces-so ser por concurso público, o

resultado era como a lã do an-tigo anúncio( “não engana”): 14 das 18 nomeações já efectuadas para as direcções dos Centros Distritais da Segurança Social são em todos os casos do PSD ou do CDS e quase sempre se mantêm os índividuos escolhi-

dos politicamente antes do con-curso, sem com isto querer mo-lestar os que por verdadeiro mé-rito ascenderam, porque os há.

Tenho sobre este tema uma posição há longo tempo forma-da: quando os governos vêm, em nome da transparência, consti-tuir órgãos “independentes” para a escolha de dirigentes, o resul-tado tem sido não o de escolher os melhores, mas o de confir-mar (agora sem o labéu de ser um “boy”) os seus no poder. Ima-culados, ademais, pelo modo re-dentor escolhido. É uma fórmu-la perversa, mais dispendiosa e que tem repercussão por largo tempo: 5 anos, mais do que um mandato legislativo! Veja-se ain-da o extraordinário processo que a mente do ministro que tutela a Comunicação Social engen-drou para escolher os membros do conselho de administração da RTP: designa um Conselho de Homens Doutos e este por sua vez designa a Administração. A quem respondem estes senho-res se as suas decisões forem “ar-bitrárias”, se delas decorrerem encargos ou outro tipo de pre-juízos para a moral ou o erário público, isto é para a sociedade e os contribuintes? (E, na ver-

dade, há alguma alma boa que acredite que o partido no poder deixou efectivamente de man-dar, de demitir quando lhe ape-tece?)

É este o retrato do país, que nos devia indignar: onde o clien-telismo impera, os ricos e pode-rosos abrem contas impunemen-te em paraísos fiscais (os países ricos que albergam e os banquei-ros sem escrúpulos que explicam para totós “milionários” a me-lhor formar de se evadirem ao fisco sem deixar rasto, sem que sejam severa e “obviamente” pu-nidos), recusam-se em partici-par nas contribuições de solida-riedade fiscal, como o faz qual-quer outro cidadão, e outros ain-da, em pleno parlamento, desca-radamente troçam dos deputa-dos por terem aprovado leis que eles, os ricos e poderosos (com muito engenho, diga-se, e con-fessado intuito criminal) apro-veitam como se de lei natural se tratasse. Assim não surpreende que tudo se passe como no pre-monitório baile mandado de Faus-to Bordalo Dias: “assim se faz Por-tugal, uns vão bem e outros mal”, que certa classe política e social tem reiteradamente arvorado em refrão…

Decoro, dizes, ao menos um pouco de decoro…

“ Assim não surpreende que tudo se passe como no premonitório baile mandado de Fausto Bordalo Dias: “assim se faz Portugal, uns vão bem e outros mal””

Sábado • 21 fevereiro 2015 • www.semmaisjornal.com 15

Paulo Edson CunhaVer. PSD/Seixal

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

O MUNDO pode estar virado do avesso. Há até quem de-fenda que a Terceira Guerra Mundial já começou, mas nas últimas semanas notei uma es-pecial predileção dos media por cachecóis.

Não, não se trata de equi-pamento bélico usado entre Pró-Russos ou pelos defenso-res de Kiev, num conflito que ameaça a nossa segurança.

Não, também não se trata do conflito cada vez mais la-tente entre Muçulmanos e Cris-tãos, reavivando na nossa me-mória, as imemoriais “Cruza-das” ou “Guerras santas” dos nossos antepassados.

Claro que hoje, por hoje, não falar sobre o desafio que a Grécia faz ao mundo é qua-se uma heresia, mais ainda con-trapondo à posição Ibérica de alinhamento com a Alemanha. Ora vejamos, na Grécia anti-ga a expressão Orgulho Gre-go -A húbris ou hybris (em gre-go, “h’ bris”) é um conceito gre-go que pode ser traduzido como “tudo que passa da me-dida; descomedimento” e que atualmente alude a uma con-fiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arro-gância ou insolência (original-mente contra os deuses), que com frequência termina sen-do punida. Na Antiga Grécia, aludia a um desprezo temerá-rio pelo espaço pessoal alheio, unido à falta de controlo so-bre os próprios impulsos, sen-do um sentimento violento ins-pirado pelas paixões exage-radas, consideradas doenças pelo seu caráter irracional e desequilibrado, e concreta-mente por Até (a fúria ou o or-gulho). Opõe-se à sofrósina, a virtude da prudência, do bom senso e do comedimento.

O engraçado é que fui bus-car este conceito à wikipédia, sendo que podemos dizer com toda a propriedade que à hú-bris da Grécia opõe-se a So-fróssina dos Portugueses e es-panhóis.

Mas, como disse, talvez pelo frio que tem assolado este can-tinho à beira-mar plantado, vou mesmo falar é de cache-cóis.

Claro que pensei em falar do Cachecol do Benfica, ofe-recido pelo conhecido Barbas ao não menos conhecido pri-sioneiro 44, elevado a assun-to nacional, No entanto, pre-firo falar do cachecol que cor-reu mundo envergado pelo agora elevado a estrela mun-dial Varoufakis.

Ora, o homem limitou-se a apresentar-se ao mundo, numa importante reunião do

Eurogrupo, tanto para a Gré-cia, como para a própria Eu-ropa, com um cachecol (de ca-chemira?) da Burberry e logo o mundo caiu-lhe em cima com o seu topete de ir pedinchar dinheiro naqueles propósitos.

Penso que se tivesse ido todo roto, ou remendado, fa-zendo jus ao estado das finan-ças do seu País, o mundo acei-taria de bom grado, agora apre-sentar-se com um cachecol que segundo o site da Burber-ry, custa atualmente 435 dó-lares (cerca de 380 euros) isso é que não podia ser. Ora, foi--se a ver e Varoufakis desilu-diu todos aqueles que já esta-vam prontos para continuar a cruzada contra a sua imper-tinência e veio esclarecer que afinal, foi uma prenda da mu-lher... há 12 anos.

E assim, este nosso mun-do hipócrita, descansou um pouco na sua cruzada, pou-pando-o a mais comentários, como se o cachecol com que se apresentou tivesse mais im-portância do que as ideias que o ministro defendeu em nome do Povo Grego.

Agora querem saber como fica o braço de ferro entre a Gré-cia e a Alemanha? Nada disso. O que o mundo quer mesmo saber é se Varoufakis na pró-xima reunião do Eurogrupo se apresenta com ou sem grava-ta, de casaco de cabedal, cache-col da Burberry ou com algu-mas roupas inspiradas nas cin-quenta sombras de Grey.

Os Cachecois, a Húbrise a Sofrósina

FOI PUBLICADO no passado dia 12 de Fevereiro o decreto-lei 30/2015 que prevê a delegação de competências do governo para os municípios. Nesta fase, as transferências previstas centram--se essencialmente nas funções sociais do Estado, com destaque para a educação. Prevê-se que este processo seja progressivo, antecedido de projetos-piloto. Os primeiros envolvem duas co-munidades intermunicipais: Alto Minho e Aveiro-Baixo Vouga. Nesta iniciativa os aspetos mais sensíveis são o recrutamento e a avaliação de docentes, a par da definição de componentes cur-riculares de base local.

Apesar deste governo não contar no seu elenco com gran-des paladinos da Constituição da República, como atestam as cons-tantes querelas com o Tribunal Constitucional, a descentraliza-ção e desconcentração adminis-trativas estão consagradas na Lei Fundamental do Estado. Prevê o artigo 267º que a Administra-ção Pública seja estruturada de modo a aproximar os serviços das populações e a assegurar a participação dos interessados na sua gestão efectiva.

Por princípio acredito em me-didas que se traduzam na auto-nomia e na descentralização, ge-radoras de práticas mais justas e eficazes.

No preâmbulo do decreto-lei

30/2015 sustenta-se que a orga-nização administrativa mais des-centralizada contribuirá para ra-cionalizar os recursos, alcançar ganhos de eficiência, adaptan-do as respostas às especificida-des locais, permitindo uma res-ponsabilização política mais ime-diata. Estas palavras podem in-diciar a intenção autêntica de me-lhorar o sistema. No entanto, creio que se reduzem a eufemismos, meros expedientes retóricos para suavizar uma política que tem cortado o investimento estatal de forma cega, fazendo com que os serviços públicos fiquem in-capazes de responder satisfato-riamente às funções que lhe es-tão atribuídas.

No processo que agora se de-sencadeia, o governo não pare-ce querer mais do que continuar a cortar, desconcentrar respon-sabilidades e sacudir para os mu-nicípios a implementação difí-cil de orientações centrais.

Outros riscos têm sido sina-

lizados por autores como Antó-nio Sampaio da Nóvoa, para quem a transferência de competências tem sobretudo três perigos: a po-litização dos espaços educativos locais; as consequências gera-das pelas desigualdades entre as autarquias e a privatização das funções delegadas nos municí-pios, contribuindo para realizar a aspiração liberal que deman-da a privatização da escola pú-blica.

A forma apressada e opaca como este processo tem decor-rido não pode deixar de ser cri-ticada e vista com desconfiança.

É inequívoca a importância do debate em torno da descen-tralização de competências em educação. Contudo, para que este seja gerador de um desejável con-senso, deve alargar-se, envol-vendo os agentes educativos, as comunidades e as instituições da administração pública. Para que os processos de descentraliza-ção sejam sustentáveis, contri-buindo efetivamente para a me-lhoria do sistema educativo, têm resultar de uma reflexão ama-durecida, que tem de fazer o seu caminho. Não devem ser con-duzidos de forma atabalhoada, despótica e irresponsável. Como temos vindo a assistir, a pressa de introduzir alterações no sis-tema, em vez de o melhorar, com-promete-o. Em vez de o fazer pro-gredir, só o atrasa.

Descentralizar a educação –– a pressa é inimiga da perfeição

João CouvaneiroProfessor do Ensino Superior

EDUCAÇÃO & CIDADANIA

DESDE SEMPRE, o Ser Humano trabalhou para sua subsistência, contribuindo também para a de cada um dos elementos do seu agregado familiar.

Posteriormente à Industriali-zação, o surgimento de novas pro-fissões fez com que fosse urgen-te o aumento e aperfeiçoamento de competências técnicas das pro-fissões já existentes. Foi neste mo-mento que a entrada da mulher no mundo do trabalho remune-rado e reconhecido, alcançou des-taque. Associado à mulher, o tra-balho doméstico, embora funda-mental à sobrevivência e desen-volvimento familiar, não era re-conhecido.

A própria estrutura familiar, en-quanto instituição, alterou, e o pa-radigma da diferença de papel de género, evoluiu: o elemento mas-culino – denominado chefe de fa-mília- já não é o único sustento da família e o seu papel no seio fami-liar tornou-se fundamental na edu-cação dos filhos, e até mesmo nas tarefas domésticas. De igual modo que, a mulher não se centraliza so-mente na lida doméstica e na edu-

cação dos filhos, incorporando-se no mundo do trabalho, em carrei-ras profissionais e perspectivas de ascensão e ocupação de cargos de chefia.

Hoje, ambos pretendem con-tribuir na educação e satisfação das necessidades básicas, não descu-rando a progressão profissional.

Mas muitas são ainda, as ba-talhas que a Mulher tem de tra-var: desde o acesso ao mundo do trabalho propriamente dito, quer na integração profissional após nascimento dos filhos, enfrentan-do a discriminação sexual no tra-balho quanto ao homem - em ter-mos remuneratórios ou na pro-moção e evolução de carreira, até ao exercício de funções de me-

nor responsabilidade compara-tivamente ao homem.

Em Portugal, as taxas de em-prego feminino a tempo inteiro ocu-pam lugares semelhantes às dos países nórdicos, com taxas de 62% - das mais elevadas da União Eu-ropeia. Nas famílias com filhos a cargo, dados apontam que a taxa de emprego das mulheres ronda os 62,4% contra 91,4% para os ho-mens, correspondendo a uma di-ferença, aproximadamente, de 20 pontos percentuais.

A desigualdade de género figu-ra também na organização da vida familiar: apesar de a mulher ocu-par cada vez mais lugar de desta-que no campo profissional, quan-do existem filhos, é usual que, as mães cuidem dos filhos e da casa, enquanto os pais se demarcam como fonte de rendimento do agre-gado familiar.

É urgente a definição de estra-tégias para uma melhoria na con-ciliação da vida familiar e profis-sional, quer ao nível das políticas Governamentais, quer nas políti-cas adoptadas pelas entidades em-pregadoras.

De doméstica a empresária

Neuza BoieiroMSD Setúbal

“ O engraçado é que fui buscar este conceito à wikipédia, sendo que podemos dizer com toda a propriedade que à húbris da Grécia opõe-se a Sofróssina dos Portugueses e espanhóis.”