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2020 Senado Federal e Congresso Nacional Regimentos Comentados Mário Elesbão Lima da Silva

Senado Federal e Congresso Nacional...União, sendo imperioso, portanto, que as Casas do Legislativo Federal, Câmara dos Deputados e Senado Federal estejam sediadas em Brasília

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2020

Senado Federal e Congresso Nacional

Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

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Resolução nº 93, de 1970 (*)

Dá nova redação ao Regimento Interno do Senado Federal.

TÍTULO I DO FUNCIONAMENTO

Capítulo I Da sede

Art. 1º O Senado Federal tem sede no Palácio do Congresso Nacional, em Bra-sília.

Parágrafo único. Em caso de guerra, de comoção intestina, de calamidade públi-ca ou de ocorrência que impossibilite o seu funcionamento na sede, o Senado poderá reunir-se, eventualmente, em qualquer outro local, por determinação da Mesa, a requerimento da maioria dos Senadores.

COMENTÁRIOS

A Carta Magna dispõe Brasília como a capital federal (art. 18, § 1º). Destar te, na con-dição de sede do Governo Federal, é nessa cidade que deverão estar sediados os três Poderes da União, sendo imperioso, portanto, que as Casas do Legislativo Federal, Câmara dos Deputados e Senado Federal estejam sediadas em Brasília.

Ressalte-se que o Distrito Federal, ente federativo autônomo (CF, art. 18), não é a ca-pital da República, mas, sim, o quadrilátero de segurança (quadrilátero de Cruls), que cir-cunda a capital, que é Brasília. O Distrito Federal, além de Brasí lia, é constituído por dezenas de outras regiões administrativas.

Embora o Senado esteja sediado em Brasília, seu regimento interno, em situa ções excep-cionais, dispõe acerca da possibilidade de a Casa Legislativa se reunir em qualquer outro lugar do território nacional, devendo isso ocorrer por determinação da Mesa, a partir de requeri-mento da maioria absoluta dos parlamentares da Casa, ou seja, requerimento subscrito por 41 (quarenta e um) ou mais senadores.

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Mário Elesbão Lima da Silva

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SEDE DO SENADO

Palácio do Congresso Na cional Brasília

(Capital Federal)

PODE REUNIR-SE FORA DA SUA SEDE?

Sim, há possibilidade.

Motivação: caso de guerra, de comoção intestina, de calamida-de pública ou de ocorrência que impossibi lite seu funcionamento na sede

CONDIÇÃO PARA REU-NIÃO FORA DA SUA SEDE

Por decisão da Mesa, a par-tir de requerimento da maio-ria absoluta dos se nadores

(41 ou mais membros)

Capítulo II Das sessões legislativas

Art. 2º O Senado Federal reunir-se-á:

I – anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezem-bro, durante as sessões legislativas ordinárias, observado o disposto no art. 57 da Constituição;

II – quando convocado extraordinariamente o Congresso Nacional (Const., art. 57, §§ 6º a 8º).

Parágrafo único. Nos sessenta dias anteriores às eleições gerais, o Senado Fede-ral funcionará de acordo com o disposto no Regimento Comum.

COMENTÁRIOS

Da Legislatura

A fim de se entender o que vem a ser sessão legislativa do Senado, faz-se necessário com-preender, antes, o quem vem a ser legislatura. Pois bem, consiste a Legislatura no qua-driênio legislativo em que os parlamentares exercem suas funções na Casa Legislativa (CF, art. 44). A legislatura se inicia com a posse coletiva dos membros daquele Parlamento e também consiste um período único dentro da Casa, razão pela qual é computada em número ordinal – atualmente o Senado Federal está na sua 56a Legislatura.

Verifica-se a existência da legislatura nas mais diversas Casas legislativas, a saber: Sena-do, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa e Câmaras Muni-cipais.

No caso dos Congressistas, a legislatura, em cada Casa, se inicia no dia 1º de fevereiro do ano subsequente ao ano das eleições gerais, encerrando-se em 31 de janeiro, quatro anos depois. Exemplificando, a 56ª Legislatura iniciou-se em 1º de fevereiro de 2019 e encerrar-se-á em 31 de janeiro de 2023.

Dentro de cada legislatura, há quatro sessões legislativas ordinárias, ou seja, uma por ano, portanto, pode-se conceituar a sessão legislativa ordinária como o período de um ano dentro de uma legislatura.

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ART. 2º

TÍTULO I – DO FUNCIONAMENTO

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Exemplo:

56ª Legislatura

2 Fev./19 22Dez/191ª Sessão LegislativaOrdinária

2 Fev./20 22Dez/20 2ª Sessão LegislativaOrdinária

2 Fev./21 22Dez/21 3ª Sessão LegislativaOrdinária

2 Fev./22 22Dez/224ª Sessão LegislativaOrdinária

Observações:

a) 1º domingo de outubro de. 2018 (eleições p/ 56ª Legislatura)b) 1º domingo de outubro de 2022 (eleições p/ 57ª Legislatura) c) A 56ª Legislatura na Câmara e no Senado se iniciam em 1º de fevereiro de 2019, a

data da posse coletiva dos deputados federais e dos senadores.d) Embora a 4ª sessão legislativa ordinária se encerre em 22 de dezembro de 2022, a

legislatura se encerrará somente em 31 de janeiro de 2023, ou seja, na véspera do dia de início da 57 ª Legislatura.

Observação: O Decreto Legislativo nº 79/1979 dispõe acerca da designação do número de ordem das legislaturas, tomando por base a que se iniciou em 1826, ainda no Brasil Impé-rio, com o propósito de manter a continuidade histórica do Parlamen to brasileiro.

Da Sessão Legislativa Ordinária e Sessão Legislativa ExtraordináriaSessão Legislativa OrdináriaConforme já comentado, a Sessão Legislativa caracteriza-se como o período de um ano

dentro de uma legislatura. Entretanto, as sessões legislativas ordinárias ocorrem durante o período de funcionamen-

to normal (ordinário) do Senado que necessariamente coincide com o da Câmara dos Depu-tados, haja vista a Constituição Federal estabelecer um calendário comum para as duas Casas do Congresso Nacional. Há ainda, nesse calendário, uma interrupção no mês de julho e o en-cerramento no mês de dezembro, observe:

Sessão Legislativa Ordinária:(1º Período)

2 de fevereiro a 17 de julho.(interrupção)

Sessão Legislativa Ordinária:(2º Período)

1º de agosto a 22 de dezembro.(encerramento)

Óbice quanto à interrupção da Sessão Legislativa Ordinária

Aprovação do Projeto de LDO

Quanto ao Legislativo Federal (Congresso Nacional), diz-se que não poderá ser inter-rompida a sessão legislativa ordinária, em 17 de julho, sem que haja sido aprovado o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF, 57, § 2º), ou seja, diante da não votação da referida

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proposição, fica o Congresso Nacional obrigado a continuar os trabalhos, pelo período inicial-mente destinado ao recesso, até que se dê a aprovação desse projeto.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é a lei na qual estarão contidas as metas, as prioridades, enfim as diretrizes da Administração Pública Federal, em todos os seus Poderes, para o orçamento do exercício financeiro seguinte.

Por que o projeto de LDO deve ser aprovado antes do primeiro recesso?

Importante destacar que a LDO serve de base para a elaboração do projeto de lei de Or-çamento Anual (LOA), projeto a ser apresentado pelo chefe do Executivo até o dia 31 de agosto de cada ano (ADCT, art. 35, § 2º). É razoável que o Orçamento Anual (LOA) seja aprovado pelo Congresso Nacional ao final de cada ano, daí o porquê da aprovação do projeto da LDO, que é parâmetro para a LOA, ser dar, obrigatoriamente, antes do início do se-gundo período legislativo em cada ano, ou seja, até 17 de julho.

Da Convocação Extraordinária do Congresso Nacional

É aquela sessão convocada a partir de situações excepcionais e nos períodos em que o Con-gresso se encontra em recesso; e assim sendo, ocorre fora dos períodos de sessão legislativa ordinária.

Observe que a Sessão Legislativa Extraordinária (Convocação Extraordinária) não po-derá ser convocada simplesmente para a aprovação do projeto da LDO.

Salienta-se que as sessões legislativas extraordinárias são convocadas exclusivamente por autoridades ou entidades para esse fim competentes e a partir de motivos ou situações constitucionalmente previstas. Observe os quadros abaixo:

Sessão Legislativa Extraordinária no Congresso Nacional.

SITUAÇÃO Nº 1

Convocada pelo Presidente do Senado Federal, nas seguintes hipóteses:

Em caso de decre-tação de Estado de

Defesa

Em caso de decreta-ção de Intervenção

Federal

Pedido de autoriza-ção para decretar Es-

tado de Sítio

Compromisso e Posse do Presidente e Vice-presi-

dente da República

SITUAÇÃO Nº 2

Convocada pelo Presidente da República, ou

Convocada pelo Presidente da Câmara dos Deputados jun-tamente com o Presidente do

Senado, ou

A requerimento da maioria ab-soluta dos membros de ambas

as Casas

Na seguinte hipótese:

Em caso de urgência ou de interesse público relevante.

Observação: Nessa hipótese, independentemente de quem parta a convocação, deve ser precedida da apro-vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

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ART. 3º

TÍTULO I – DO FUNCIONAMENTO

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Peculiaridades da Sessão Legislativa Extraordinária:

Pauta Exclusiva e Proibição de Indenização Extra

Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para o qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º, vedado o pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação. (grifo meu)(CF, art. 57, § 7º)

INCLUSÃO AUTOMÁTICA DAS MPs EM VIGOR NA PAUTA EXTRAOR-DINÁRIA

Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.(CF, art. 57, § 8º)

Cuidado para não confundir os nomes!

Sessão Legislativa Ordinária (CN) X Sessão Deliberativa Ordinária (SF)

Sessão Legislativa Extraordinária (CN) X Sessão Deliberativa Extraordinária (SF)

Diante da semelhança de termos, cabe destacar as distinções entre o que vem a ser sessão legislativa ordinária e sessão deliberativa ordinária, bem como as diferenças entre sessão legislativa extraordinária e sessão deliberativa extraor dinária.

A sessão legislativa ordinária ocorre dentro do calendário anual do Congres so Nacional e possui dois períodos: o primeiro está compreendido entre de 2 de fevereiro e 17 de julho; o segundo, entre 1º de agosto e 22 de dezembro.

Já a sessão deliberativa ordinária ocorre no Senado, dentro do seu calendário sema nal, em dias e horários estabelecidos pelo RISF, sendo realizada no plenário da Casa (sessões Plenárias). Portanto acontecem no Senado, de se gunda a quinta-feira, a partir das 14 horas, e às sextas-feiras, a partir das 9 horas.

Sessão Legislativa Ordinária

(Congresso Nacional)

2 de fev. a 17 de jul.1º de ago. a 22 de dez.

(CF, art. 57)

Sessão Deliberativa Ordinária

(Senado Federal)

De segunda a quinta-feira, às 14 horas e sextas-feiras, às 9 horas

(RISF, art. 154)

Capítulo III Das reuniões preparatórias

Art. 3º A primeira e a terceira sessões legislativas ordinárias de cada legislatura serão precedidas de reuniões preparatórias, que obedecerão às seguintes nor-mas:

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Mário Elesbão Lima da Silva

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I – iniciar-se-ão com o quorum mínimo de um sexto da composição do Senado, em horário fixado pela Presidência, observando-se, nas deliberações, o dispos-to no art. 288;

II – a direção dos trabalhos caberá à Mesa anterior, dela excluídos, no início de legis-latura, aqueles cujos mandatos com ela houverem terminado, ainda que reeleitos;

III – na falta dos membros da Mesa anterior, assumirá a Presidência o mais ido-so dentre os presentes, o qual convidará, para os quatro lugares de Secretários, Senadores pertencentes às representações partidárias mais numerosas;

IV – a primeira reunião preparatória realizar-se-á:

a) no início de legislatura, a partir do dia 1º de fevereiro;

b) na terceira sessão legislativa ordinária, no dia 1º de fevereiro;

V – no início de legislatura, os Senadores eleitos prestarão o compromisso regi-mental na primeira reunião preparatória; em reunião seguinte, será realizada a eleição do Presidente e, na terceira, a dos demais membros da Mesa;

VI – na terceira sessão legislativa ordinária, far-se-á a eleição do Presidente da Me-sa na primeira reunião preparatória e a dos demais membros, na reunião seguinte;

VII – nas reuniões preparatórias, não será lícito o uso da palavra, salvo para de-claração pertinente à matéria que nelas deva ser tratada.

COMENTÁRIOS

As reuniões preparatórias são destinadas a dar posse aos parlamen tares, bem como eleger e dar posse aos integrantes da Mesa Diretora, o órgão diretivo das suas atividades. Observe-se que nessas reuniões não há realização de trabalhos legislativos propriamente ditos – como a discussão e deliberação de proposições, há so mente a adequação, a preparação da Casa para o desempenho de tais trabalhos.

No Senado, respectivamente, no início da primeira sessão legislativa e no início da terceira sessão legislativa, an tes, portanto, do início das sessões legislativas ordiná-rias, assim, duas vezes a cada legislatura, acontecem as reuniões preparatórias.

REUNIÕES PREPARATÓRIAS NO SENADO

1ª Sessão Legislativa 2ª Sessão Legislativa 3ª Sessão Legislativa 4ª Sessão Legislativa

Antes do início da 1ª Sessão Legislativa Ordi-nária A PARTIR DE 1º DE FEVEREIRO

- posse dos parlamen-tares diplomados

- eleição e posse da Me-sa Diretora – 1º biênio

Não há Antes do início da 3ª Sessão Legislativa Ordi-náriaNO DIA 1º DE FE-VEREIRO

- eleição e posse dos membros da Mesa Di-retora – 2º biênio

Não há

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ART. 4º

TÍTULO II – DOS SENADORES

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REUNIÕES PREPARATÓRIAS QUE ANTECEDEM A 1ª SESSÃO LEGISLA-TIVA

1ª reunião preparatória

(compromisso de posse dos senadores)

2ª reunião preparatória

(eleição e posse do presidente)

3ª reunião preparatória

(eleição e posse dos demais membros da Mesa Diretora)

- Quórum mínimo para início:

1/6 do SF (14 ou mais senadores), observado a presença da maioria absoluta, sendo a deliberação: maio-ria simples (art. 288).- Direção dos Trabalhos:Mesa anterior, excluindo-se os que concluíram o mandato, ainda que reeleitos. Na falta (de um senador da Mesa anterior), assume o mais IDOSO dentre os presentes, que convida quatro Senadores de parti-dos mais numerosos.

REUNIÕES PREPARATÓRIAS QUE ANTECEDEM A 3ª SESSÃO LEGISLATIVA

1ª reunião preparatória

- eleição e posse do presidente

2ª reunião preparatória

- eleição e posse dos demais membros da Mesa Diretora

- Quórum mínimo para início:

1/6 do SF (14 ou mais senadores), observado a presença da maioria absoluta, sendo a deliberação: maio-ria simples (art. 288).- Direção dos Trabalhos:

Embora o RISF não disponha expressamente, essas reuniões preparatórias que antecedem o início da 3ª Ses-são Legislativa do Senado serão presididas pela Mesa que está encerrando o mandato.

TÍTULO II DOS SENADORES

Capítulo I Da posse

Art. 4º A posse, ato público por meio do qual o Senador se investe no mandato, realizar-se-á perante o Senado, durante reunião preparatória, sessão deliberati-va ou não deliberativa, precedida da apresentação à Mesa do diploma expedido pela Justiça Eleitoral, o qual será publicado no Diário do Senado Federal.

§ 1º A apresentação do diploma poderá ser feita pelo diplomado, pessoalmen-te, por ofício ao Primeiro-Secretário, por intermédio do seu Partido ou de qual-quer Senador.

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Regimento Interno do Senado Federal

Questões Comentadas

01. Integrar o Plenário e as Comissões, votar e ser votado, oferecer proposições, to-mar parte nas sessões, fazer uso da palavra nos termos do Regimento Interno; eis aqui algumas das atribuições do senador.

COMENTÁRIOS

Assertiva Correta. Com base no RISF (art. 8º), de fato constituem atribuições e direito dos senadores votar e ser votado, oferecer proposições, tomar parte nas sessões, fazer uso da palavra nos termos do Regimento Interno.

02. Os senadores que sem a apresentação de justificativa legal (licença ou missão autorizada), ausentarem-se de determinados números das Sessões Legislativas Ordinárias, estarão sujeitos à perda do recesso parlamentar. Na hipótese dessas faltas chegarem a 1/3 das sessões ordinárias da Câmara, em uma mesma Sessão Legislativa, terá o senador como pena, a perda do mandato parlamentar.

COMENTÁRIOS

Assertiva Errada. De fato, a ausência, sem justificativa, de senadores a 1/3 das sessões ordiná-rias em uma mesma sessão legislativa (período anual) é motivo para a perda do mandato (CF, art. 55, III), a ser declarada pela Mesa do Senado, assegurada a ampla defesa. Sendo assim, o item está errado, uma vez que afirma que o senador que incorrer em tal conduta estará sujeito a perda do recesso parlamentar.

03. O Regimento Interno do Senado, escoimado na norma constitucional, veda a possibilidade de que seja concedida licença ao senador, para ocupar cargos no Poder Executivo. Depreendendo-se que se um membro da Casa, por exemplo, tomar posse, como Governador de Território Federal, deverá ser declarado vago o seu cargo no Senado.

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Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

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COMENTÁRIOS

Assertiva Errada. Via de regra, é vedado ao congressista exercer cargo, emprego ou função pú-blica (CF, art. 54, I, “b” e II, “b”). Todavia, a CF estabelece algumas exceções, ou seja, a Lei Maior deixa em aberto à possibilidade de o parlamentar se licenciar da Casa a que pertence, para exercer certos cargos (rol taxativo). Dentre esses cargos, onde a licença do congressista é permitida, consta o de governador de Território Federal.

04. O Estado de Sítio é a situação emergencial, onde, para a defesa e segurança da sociedade e das instituições, suspendem-se temporariamente algumas das ga-rantias constitucionais. O congressista, em regra, na decretação do Estado de Sítio, mantém suas imunidades.

COMENTÁRIOS

Assertiva correta. Consoante a Carta Magna (CF, art. 53, § 8º e RISF, art. 36), a decretação do Estado de Sítio, a ‘priori’, não afasta dos congressistas sua imunidade parlamentar. Entre-tanto, poderá excepcionalmente ocorrer a suspensão dessas imunidades, mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

05. Caso um senador queira renunciar, poderá fazê-lo de forma escrita. Devendo encaminhar a denominada declaração de renúncia, à Mesa Diretora. A renúncia será lida em Plenário, no expediente. Todavia, o ato dever ser publicado no Diá-rio do Câmara dos Deputados, para tornar-se efetiva e de caráter irretratável.

COMENTÁRIOS

Assertiva correta. A declaração de renúncia do Senador ao mandato, com firma reconhecida, deve ser dirigida por escrito à Mesa, e independe de aprovação da Casa, tornando-se efetiva e irretratável, depois de lida no expediente e publicada no Diário da Câmara do Senado, assim dispõe o RISF, em seu artigo 29.

06. Ocorrendo vacância no Senado, e não havendo o suplente, para o preenchimen-to da vaga, a Casa Legislativa prosseguirá impreterivelmente os seus trabalhos até o término da legislatura com um senador a menos.

COMENTÁRIOS

Assertiva errada. Havendo vacância no Senado, vale dizer, falecimento, renúncia ou perda de mandato de senador, deve se dar a convocação do suplente, independentemente do tempo que falta para o término do mandato. Entretanto, havendo vacância e não havendo suplente a ser convocado, deve-se observar o tempo que falta para o término do mandato. Se faltarem

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271Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos do Senado e do Congresso Comentados

QUESTÕES FVG – 2008

b) ter ignorado a determinação do Presidente de dar continuidade à sessão condicio-nalmente ao seu silêncio.

c) não ter acatado a decisão do Presidente de lhe retirar a palavra.

d) ter ignorado segunda determinação do Presidente para atender ao decoro.

e) não ter atendido à advertência verbal do Presidente.

COMENTÁRIOS

De acordo com o RISF, no caso relativo à questão, o presidente poderá suspender a sessão, quan-do, depois de advertir o senador responsável pela expressão insultuosa, este senador não atender o presidente. Nesse caso, o presidente poderá determinar a saída do infrator do recinto do Ple-nário e não sendo atendido, poderá determinar a suspensão da sessão, até que seja obedecida a sua determinação, a teor do art. 22, V).

38. O Regimento Interno do Senado Federal, seguindo o comando constitucional próprio, regula o procedimento de Emenda à Constituição, adotando um crité-rio rígido. Quanto a esse procedimento, é INCORRETO afirmar que

a) a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania deverá emitir parecer no prazo de 30 dias.

b) a proposta será discutida e votada em dois turnos.

c) a proposta será aprovada se obtiver, em um dos turnos, 3/5 dos votos dos membros da Casa.

d) não será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir a separação dos Poderes.

e) não poderá a Constituição ser emendada na vigência de intervenção federal, de es-tado de defesa ou de estado de sítio.

COMENTÁRIOS

A alternativa A está correta (art. 354); a alternativa B é também correta (CF, art. 60, § 21 e RISF, art. 354); a alternativa D é igualmente correta, teor dos arts. 60, § 1º, III da CF e art. 354, § 1º, III do RISF; a alternativa E (CF, art. 60, § 1º e RISF, art. 354, § 2º). Entretan-to, a assertiva C está errada, sendo, portanto, a adequada para o gabarito, tendo em vista que uma PEC deve ser aprovada por 3/5 dos votos nos dois turnos.

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Regimento Interno do Senado Federal

Exercícios de Fixação

1. Em decorrência de motivo relevante, ou de força maior, o Senado Federal poderá se reunir fora da sua sede, em qualquer ponto do território nacional, sendo necessário para isso, deliberação da Mesa, a requerimento da maioria absoluta dos senadores.

2. As sessões legislativas ordinárias do Senado Federal acontecerão nas seguintes da-tas: 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Sendo que as reuniões marcadas para as datas serão transferidas para o primeiro dia útil subse-quente quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

3. A sessão legislativa ordinária não será interrompida em 17 de julho enquanto não for aprovada a lei de diretrizes orçamentárias pelo Congresso Nacional; bem como não será encerrada em 22 de dezembro, enquanto não for aprovada a lei de orçamento anual.

4. Em todos os casos, quando convocado extraordinariamente o Congresso Nacional, o Senado Federal somente deliberará sobre a matéria objeto da convocação.

5. No dia 1º de fevereiro do primeiro ano de cada legislatura, os senadores diploma-dos reunir-se-ão em sessão preparatória, na sede do Senado. Nessa ocasião, assumi-rá a direção dos trabalhos o último Presidente, se reeleito senador, e, na sua falta, o senador mais idoso, pertencente ao maior partido na Casa.

6. A posse, ato público por meio do qual o Senador se investe no mandato, realizar--se-á perante o Senado, durante reunião preparatória, ou sessão deliberativa, não podendo ocorrer em sessão não deliberativa, devendo ser precedida da apresenta-ção à Mesa do diploma expedido pela Justiça Eleitoral, o qual será publicado no Diário do Senado Federal.

7. O Senador deverá tomar posse dentro de noventa dias, contados da instalação da sessão legislativa, ou, se eleito durante esta, contados da diplomação, podendo o prazo ser prorrogado, por motivo justificado, a requerimento do interessado, por mais trinta dias.

8. Na eleição da Mesa, o mandato dos membros será de dois anos, vedada a recon-dução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Todavia, não se considera recondução a eleição para o mesmo cargo em legislaturas diferentes, ainda que sucessivas.

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Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

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se tornará efetiva e irretratável depois de lida no Período de e Expediente e publi-cada no Diário do Senado.

132. Perde o mandato, por ato da Mesa, o senador cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

133. O senador perde o mandato, por ato da Mesa, quando o decretar a Justiça Eleito-ral, nos casos previstos na Constituição Federal.

134. Nos casos previstos na CF e no RISF, a perda do mandato de senador, a ser deli-berada pelo Plenário da Casa, dar-se-á em escrutínio aberto e por maioria absoluta de votos, mediante provocação da Mesa ou de Partido com representação no Con-gresso Nacional, assegurada ampla defesa.

135. O suplente será convocado nos casos de vacância; investidura em cargos no Poder Executivo (cuja assunção não acarrete a perda do mandato) e licenças superiores a 120 dias.

136. Ocorrendo vaga e faltando menos de quinze meses para o término do mandato e não havendo suplente, o Presidente comunicará o fato à Justiça Eleitoral, para a realização de uma eleição extemporânea.

137. De acordo com o RISF, pode-se afirmar que consiste como um dos Princípios Gerais do Processo Legislativo: a prevalência de norma especial sobre a geral.

138. De acordo com o RISF, pode-se afirmar que consiste como um dos Princípios Gerais do Processo Legislativo: impossibilidade total de prevalência sobre norma regimental de acordo de lideranças ou decisão de Plenário.

139. De acordo com o RISF, pode-se afirmar que consiste como um dos Princípios Gerais do Processo Legislativo: a preservação dos direitos das minorias.

► GABARITO REMISSIVO:

1. C – art. 1º, Parágrafo único; 2. C – art. 2º; 3. E – CF, art.

57, § 2º; 4. E – CF, art. 57, § 7º;

5. E – art. 3º, § 2º; 6. E – art. 4º;

7. C – art. 4º, § 5º;

8. C – art. 59 e Jurisprudên-cia;

9. E – art. 60; 10. C – art. 60;

11. C – art. 59, § 3º;

12. E - Sem fundamenta-ção legal.

13. E – art. 61, Par. único

14. E – art. 65, § 7º;

15. C – art. 65, § 4-A;

16. C – art. 66;

17. C – art. 61 e 62;

18. C – art. 61, par único;

19. C – art. 62, § 2º;

20. C – art. 65, §§ 1º e 5º; 21. E – art. 47;

22. E – art. 46, caput e § 2º;

23. E - Sem fundamenta-ção legal.

24. C – art. 46, § 1º;

25. C – art. 48;

26. E – CF, art. 12, § 3º, III;

27. E – art. 48, XIII c/c art. 51

28. C – art. 49;

29. E - Sem fundamenta-ção legal.

30. C – art. 50, Par único

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Resolução do Congresso Nacional nº 1, de 1970 (*)

REGIMENTO COMUM

TÍTULO I DIREÇÃO, OBJETO E CONVOCAÇÃO DAS SESSÕES CONJUNTAS

Art. 1º A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, sob a direção da Mesa des-te, reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I – inaugurar a sessão legislativa;

II – dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República eleitos;

III – promulgar emendas à Constituição Federal;

IV – (Revogado pela Constituição Federal de 1988);

V – discutir e votar o Orçamento; e

VI – conhecer de matéria vetada e sobre ela deliberar;

VII – (Revogado pela Constituição Federal de 1988);

VIII – (Revogado pela Constituição Federal de 1988);

IX – delegar ao Presidente da República poderes para legislar;

X – (Revogado pela Constituição Federal de 1988);

XI – elaborar ou reformar o Regimento Comum (art. 57, § 3º, II, da Constituição); e

XII – atender aos demais casos previstos na Constituição e neste Regimento.

§ 1º Por proposta das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, poderão ser realizadas sessões destinadas a homenagear Chefes de Estados es-trangeiros e comemorativas de datas nacionais.

§ 2º Terão caráter solene as sessões referidas nos incisos I, II, III e § 1º.

Art. 2º As sessões que não tiverem data legalmente fixada serão convocadas pelo Presidente do Senado ou seu Substituto, com prévia audiência da Mesa da Câmara dos Deputados.

Art. 3º As sessões realizar-se-ão no Plenário da Câmara dos Deputados, salvo escolha prévia de outro local devidamente anunciado.

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Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

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COMENTÁRIO

Sessões Conjuntas do Congresso Nacional

O que ocorre comumente no Parlamento Federal são as sessões individualizadas, tanto na Câmara dos Deputados (CD), como no Senado Federal (SF). Entretanto, há situações especí-ficas, previstas tanto na Constituição Federal (CF), como no Regimento Comum (RCCN), de realização de sessão conjunta do Congresso Nacional, assim, vejamos agora, quais as situações irão ensejar a realização dessas Sessões Conjuntas do Congresso Nacional.

I - inaugurar a sessão legislativa (art. 57, § 3º, I, da Constituição);

(*) também possui caráter solene

A sessão legislativa corresponde ao ano legislativo, dentro da Legislatura, destarte, se ca-da legislatura possui quatro anos de duração, há nas quatro sessões legislativas dentro de uma legislatura. De acordo com o RCCN, por ocasião da inauguração dos trabalhos anuais do Par-lamento Federal, normalmente no dia 2 de fevereiro, ou no próximo dia útil, a Câmara e o Senado se reúnem em Sessão Conjunta para dar início a Sessão Legislativa. Observe:

56ª LEGISLATURA

2 Fev./19 22Dez/19

1ª Sessão LegislativaOrdinária

2 Fev./20 22Dez/20

2ª Sessão LegislativaOrdinária

2 Fev./21 22Dez/21

3ª Sessão LegislativaOrdinária

2 Fev./22 22Dez/22

4ª Sessão LegislativaOrdinária

II - dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República eleitos (arts. 57, § 3º, III, e 78 da Constituição);

(*) também possui caráter solene

O Chefe do Poder Executivo toma posse no respectivo órgão Poder Legislativo, assim, o prefeito toma posse na correspondente Câmara Municipal, o governador é empossado na Assembleia ou Câ-mara Legislativa e o presidente da República toma posse em Sessão Conjunta do Congresso Nacional.

III - promulgar emendas à Constituição (art. 60, § 3º, da Constituição);

(*) também possui caráter solene

Não obstante a tramitação de uma proposta de emenda à Constituição se dê no sistema bicameral, ou seja, a PEC é discutida, votada e aprovada em cada casa separadamente, na ocasião da sua promulgação, o que se dá por meio das duas Mesas Diretoras (CD e SF), o Con-gresso Nacional se reúne também em Sessão Conjunta.

V - discutir e votar o Orçamento (arts. 48, II, e 166 da Constituição);

Eis aqui, a competência legislativa mais destacada do Congresso Nacional, a se realizar em sessão Conjunta, qual seja, apreciar as matérias de natureza orçamentária, essencialmente o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual.

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ART. 3º

TÍTULO I – DIREÇÃO, OBJETO E CONVOCAÇÃO DAS SESSÕES CONJUNTAS

289

VI - conhecer de matéria vetada e sobre ela deliberar (arts. 57, § 3º, IV, e 66, § 4º, da Consti-tuição);

Uma vez aprovado o projeto de lei, ou o projeto de lei complementar, estes seguem para o presidente da República, que caso concorde, irá sancionar. Todavia, caso o Chefe do Executivo não concorde, não aquiesça, então vai apor o veto na proposição. Nesse caso, o projeto retorna ao Parlamento para a apreciação do Veto, o que se dará em Sessão Conjunta do Congresso Na-cional, que poderá rejeitar o Veto pelo quórum da maioria absoluta de seus membros.

IX - delegar ao Presidente da República poderes para legislar (art. 68 da Constituição);

Dentre as espécies legislativas previstas no artigo 59 da CF, há a Lei Delegada, que recebe esse nome, uma vez que é produzida pelo Presidente da República, por meio de uma delegação de competência, aprovada por uma resolução do Congresso Nacional, assim, o Congresso Na-cional, aprova essa delegação em Sessão Conjunta.

XI - elaborar ou reformar o Regimento Comum (art. 57, § 3º, II, da Constituição);

Cada Casa Legislativa produz o seu próprio Regimento Interno, ou seja, a Câmara dos Deputados elabora seu, assim como o Senado, não sendo diferente com o Congresso Nacional.

Entendendo a Mesa do Congresso Nacional

Diferentemente do SF e da CD, onde há a eleição para cada mesa, a Mesa do CN não é propriamente eleita, mas sim, tem sua formação, a partir das Mesas do SF e da CD, respec-tivamente.

A fim de se compreender a composição da Mesa do Congresso, tem-se o presidente do Se-nado, como presidente do Congresso, e quanto aos demais cargos, são ocupados alternadamente por deputados e senadores, no mesmo plano em que ocupam seus respectivos cargos nas Mesas na Câmara dos Deputados e no Senado (CF, 57, § 5º), observe o quadro abaixo:

A Mesa Diretora do Congresso Nacional é assim constituída:

Presidente do Congresso Nacional Presidente do SF SF

1º Vice-presid. do Congresso Nacional 1º Vice-presidente da CD CD

2º Vice-presid. do Congresso Nacional 2º Vice-presidente do SF SF

1º Secretário do Congresso Nacional 1º Secretário da CD CD

2º Secretário do Congresso Nacional 2º Secretário do SF SF

3º Secretário do Congresso Nacional 3º Secretário da CD CD

4º Secretário do Congresso Nacional 4º Secretário do SF SF

Substituição do Presidente do Congresso Nacional

Quem substitui o presidente do Congresso Nacional? Ao decidir sobre a hipótese de ausência eventual do presidente do Congresso Nacional,

que é o presidente do Senado, o STF entendeu que o seu substituto natural é o 1º vice-presi-dente do Congresso Nacional, ou seja, o 1º vice-presidente da Câmara. Afastou, assim, a Corte Suprema, a possibilidade de que o presidente do Congresso seja substituído pelo 1º vice-presi-dente do Senado, que sequer possui assento à mesa do Congresso. Depreende-se, portanto, da

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Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

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decisão da Suprema Corte que o 1º vice-presidente do Senado substitui o presidente do Senado apenas nas suas ausências e impedimentos naquela Casa, ou seja, no Senado, e não perante a Mesa do Congresso Nacional.

Mesa do Congresso Nacional. Substituição do Presidente. Mandado de se-gurança. Legitimidade ativa de membro da Câmara dos Deputados em face da garantia do devido processo legislativo. História constitucional do Poder Le-gislativo desde a Assembleia Geral do Império. Análise do sistema brasileiro. Bicameralismo. Constituição de 1988. Inovação – art. 57, § 5º. Composição. Presidência do Senado e preenchimento dos demais cargos pelos equivalentes em ambas as casas, observada a alternância. Matéria de estrita interpretação constitucional. Competência deste Tribunal. Impossibilidade de aplicar nor-ma interna – Regimento do Senado Federal – para interpretar a Constituição. Segurança concedida.” (MS 24.041, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 29-8-2001, Plenário, DJ de 11-4-2003.)

TÍTULO II DOS LÍDERES

Art. 4º São reconhecidas as lideranças das representações partidárias em cada Casa, constituídas na forma dos respectivos regimentos.

§ 1º O Presidente da República poderá indicar Congressista para exercer a fun-ção de Líder do governo, com as prerrogativas constantes deste Regimento.

§ 2º O Líder do Governo poderá indicar até 10 (dez) Vice-Líderes, dentre os inte-grantes das representações partidárias que apoiem o governo.

§ 3º Os Líderes dos partidos que elegerem as duas maiores bancadas no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e que expressarem, em relação ao governo, posição diversa da maioria, indicarão Congressistas para exercer a função de Lí-der da Minoria no Congresso Nacional.

§ 4º A escolha do Líder da Minoria no Congresso Nacional será anual e se fará de forma alternada entre Senadores e Deputados Federais, de acordo com o § 3º.

§ 5º O Líder da Minoria poderá indicar cinco Vice-Líderes dentre os integrantes das representações partidárias que integrem a Minoria no Senado Federal e na Câmara dos Deputados.

§ 6º Para efeito desta Resolução, entende-se por Maioria e Minoria o disposto nos arts. 65, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do Senado Federal, e 13 do Regi-mento Interno da Câmara dos Deputados.

§ 7º A estrutura de apoio para funcionamento da liderança ficará a cargo da Ca-sa a que pertencer o parlamentar.

Art. 5º Aos Líderes, além de outras atribuições regimentais, compete a indica-ção dos representantes de seu Partido nas Comissões.

Art. 6º Ao Líder é lícito usar da palavra, uma única vez, em qualquer fase da ses-são, pelo prazo máximo de 5 (cinco) minutos, para comunicação urgente.

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Regimento Comum do Congresso Nacional

Questões Comentadas

FVG – 2008 – ADVOGADO DO SENADO

01. Assinale a afirmativa incorreta.(A) No caso de veto, a Comissão Mista tem o prazo de 20(vinte) dias, contado da data

de sua constituição, para apresentar seu relatório.

(B) Após comunicado o veto ao Presidente do Senado, este designa a Comissão Mista, e a esta incumbe relatá-lo e fixar o calendário de sua tramitação.

(C) O veto do Presidente da República é apreciado em sessão conjunta das Casas do Congresso Nacional.

(D) A Comissão Mista compõe-se de 3 (três) Senadores e 3 (três) Deputados, indicados pelos Presidentes das respectivas Câmaras.

(E) O prazo de 30 (trinta) dias para apreciação do veto é contado a partir da sessão con-vocada para conhecimento da matéria.

COMENTÁRIOS

Alternativa B – apresenta-se incorreta, haja vista o prazo não ser fixado pela comissão mista. O prazo para apreciação do veto é de 30 (trinta) dias a contar do ser recebimento (CF, art. 66, § 4º). O prazo supracitado deverá ser contato a partir da convocação da sessão para o conheci-mento do veto (RCCN, art. 106, § 1 º).

02. No que tange à votação em sessão conjunta das Casas do Congresso Nacional, assinale a afirmativa incorreta.

(A) As emendas com subemendas serão votadas uma a uma, salvo deliberação em con-trário, sendo que as subemendas substitutivas ou supressivas serão votadas antes das respectivas emendas.

(B) As votações poderão ser realizadas pelos processos simbólico, nominal e secreto.

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Constituição da República Federativa

do Brasil de 1988

TÍTULO IV DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I DO PODER LEGISLATIVO

Seção I DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

COMENTÁRIO

Bicameralismo

O Poder Legislativo da União é considerado bicameral, haja vista ser representado por duas Casas, a saber: Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Quanto a Câmara dos Deputados, é constituída por representantes do povo, tanto dos Estados-membros, como do Distrito Federal e, se for o caso, também o povo dos Territórios Federais. De outra forma, o Senado Federal, ou “Câmara Alta” constitui-se representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.

Nesse sistema, em regra, a produção legislativa se dá necessariamente com a participação das duas Casas, que embora funcionem separadamente e sem qualquer vínculo de subordinação entre si, são igualmente imprescindíveis para a apreciação e aprovação de um mesmo projeto.

Quando a Câmara funcionar como Casa iniciadora, o Senado será a Casa revisora (situação mais comum), de outra sorte, quando o Senado for à casa iniciadora, a Câmara funcionará como casa revisora.

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Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

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Em outras palavras, as emendas à Constituição, as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias e os decretos legislativos na fase de proposições são discutidos e votados tanto por deputados como por senadores, excetuam-se apenas as resoluções, uma vez que são deliberadas em somente uma casa.

Há de se observar também à possibilidade constitucional de “sessão conjunta do Congresso Nacional”, que se caracteriza pela reunião de deputados e senadores em um mesmo plenário, em um mesmo momento, para discutir e votar uma mesma matéria.

Não obstante haver essa reunião conjunta, observa-se que as autonomias de cada casa são necessariamente preservadas, uma vez que deputados e senadores votam separadamente, ou seja, decidem cada qual a sua vez, conquanto a sessão seja uma só. Nesse caso, o voto contrário de uma das Casas importará na rejeição da matéria. De relevo mencionar que muito embora haja a expressão “sessão conjunta do Congresso Nacional”, no âmbito federal, o sistema é irrefutavelmente bicameralista, posição pacificada na jurisprudência e na doutrina.

A propósito, a partir da compreensão do sistema bicameral, onde tanto os deputados federais, como os senadores são membros do Congresso Nacional, é que o STF concedeu a ordem em mandado de segurança, impetrado por deputados federais para terem o direito de acesso a uma sessão secreta do Senado, em que se deliberaria pela perda do mandado do então presidente do Senado.

A decisão se fundou no fato que a sessão iria determinar não apenas o destino de um membro comum do Senado, mas também daquele á época presidente do Congresso Nacional. Observe a ementa do acórdão:

MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA PREVEN-TIVO. SESSÃO DELIBERATIVA EXTRAORDINÁRIA DO SENADO FE-DERAL. PROJETO DE RESOLUÇÃO 53/2007. PARECER 739/2007 DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR SOBRE A RE-PRESENTAÇÃO 1/2007 QUE RECOMENDA A PERDA DO MANDATO DO PRESIDENTE DO CONGRESSO NACIONAL. ACESSO AOS DE-PUTADOS FEDERAIS IMPETRANTES. POSSIBILIDADE. LIMINAR DEFERIDA E REFERENDADA. I - A Sessão Deliberativa Extraordiná-ria do Senado Federal que decide sobre a perda de mandato do Presidente do Congresso Nacional, faz com que todos os parlamentares, sejam eles membros da Câmara ou do Senado Federal, tenham legítimo interesse no desfecho da Ses-são, visto que, somados, compõem o Poder Legislativo, que é exercido pelo Congresso Nacional (art. 44 da CF). II - Liminar deferida e referendada. (MS 26.900-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 12-9-2007, Plenário, DJE de 4-4-2008.) (grifo nosso)

É possível também encontrar no país o unicameralismo, sistema onde uma única Casa se manifesta sobre a elaboração das leis, todavia, esse sistema somente se apresenta nos Estados-membros, no Distrito Federal e nos municípios, em decorrência da autonomia político-administrativa conferida pela Carta Magna a esses entes federados, o que torna obrigatória a existência de um Poder Legislativo próprio

Os Estados-membros possuem Assembleias Legislativas, formadas por deputados estaduais, o Distrito Federal possui a Câmara Legislativa, formada por deputados distritais e finalmente os municípios possuem as Câmaras Municipais, formadas pelos vereadores.

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369ART. 45

TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, elei-tos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distri-to Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pe-lo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às elei-ções, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distri-to Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de qua-tro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

COMENTÁRIO

A CÂMARA DOS DEPUTADOSA Câmara dos Deputados, também conhecida como “Câmara Baixa” é uma das Casas

integrantes do Congresso Nacional. Essa Casa é constituída por representantes do povo em ra-zão da representação demográfica dos Estados-membros e do Distrito Federal.

Em resumo, de acordo com o tamanho da população é que se estabelece a representação na Câmara dos Deputados. Destaca-se ainda que por imposição da Carta Magna, há um li-mite máximo de 70 (setenta) membros, bem como há um limite mínimo 8 (oito) membros por unidade federada, independentemente de sua população.

O número máximo de deputados (setenta), conforme dispõe a Constituição Federal, es-tá definido por lei complementar (LC 78/93) levando-se em conta dados estatísticos fornecidos pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa é a representação de São Paulo, o Estado mais populoso da Federação.

Caso haja no país a existência de Territórios Federais, estes serão representados na Câma-ra Federal por exatos (4) quatro deputados, independentemente de sua população.

A título de curiosidade, segue abaixo, a distribuição de deputados federais pelos Estados e Distrito Federal, lembrando que hoje, não há Territórios Federais.

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Senado Federal e Congresso Nacional – Regimentos Comentados

Mário Elesbão Lima da Silva

370

Número de Deputados por Estado

· Acre 8

· Alagoas 9

· Amazonas 8

· Amapá 8

· Bahia 39

· Ceará 22

· Distrito Federal 8

· Espírito Santo 10

· Goiás 17

· Maranhao 18

· Minas Gerais 53

· Mato Grossso do Sul 8

· Mato Grosso 8

· Pará 17

· Paraíba 12

· Pernambuco 25

· Piauí 10

· Paraná 30

· Rio de Janeiro 46

· Rio Grande do Norte 8

· Rondônia 8

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Poder LegislativoQuestões Comentadas

1. (IADES – AL-GO/2019 – Policial Legislativo). A respeito do disposto na Cons-tituição Federal, assinale a alternativa correta.

A) O presidente da República não poderá editar medida provisória.

B) Emendas constitucionais que revoguem direitos e garantias individuais não serão admitidas.

C) O presidente do Senado tem competência para editar lei complementar.

D) O presidente da Câmara pode revogar emenda constitucional.

E) O decreto legislativo depende de análise prévia do Supremo Tribunal Federal.

COMENTÁRIO

É dado ao presidente da República a capacidade para editar medidas provisórias, nos termos dos artigos 62 e 84, XXVI da CF; as leis complementares são fruto de um devido processo de formação legislativa, assim sendo, o presidente do SF não poderão unilateralmente editá-las; evidentemen-te não há previsão para que o presidente da CD possa unilateralmente revogar emendas à CF e o decreto legislativo, como ato legislativo primário não se submete a análise prévia do STF. Por-tanto, a assertiva correta é a letra B, uma vez que as emendas à CF, não poderão revogar direitos e garantias individuais, uma vez que são Cláusulas Pétreas, nos termos do artigo 60, § 4º, IV.

2. (MPE-SC/ 2019 – Promotor de Justiça) compete privativamente ao Senado Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do controle difuso-abstrato. 

COMENTÁRIO

Dentre as competências privativas do Senado, está a de suspender no todo ou em parte lei de-clarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, nos termos

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Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de 1998

Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA  Faço saber  que  o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar.

Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos normativos referidos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo.

Art. 2o (VETADO)

§ 1o (VETADO)

§ 2o Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios:

I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da Constituição;

II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração seqüencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.

CAPÍTULO II DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS

Seção I Da Estruturação das Leis

Art. 3o A lei será estruturada em três partes básicas: