12
1 JORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ANO 03 Nº 17 ‐ AGOSTO ‐ SETEMBRO/2013 j j o o g g o o s s v v i i r r t t u u a a i i s s 3 c c u u r r s s o o s s g g r r a a t t u u i i t t o o s s m m a a i i s s m m é é d d i i c c o o s s 8 r r a a p p 9 5

Senso incomum 017 - ago/set 2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

DIREITOS BÁSICOS Alimentação e transporte são direitos de todo cidadão, afirma a Constituição Brasileira. Os estudantes conhecem tais direitos. Mas a ampliação do número de vagas no ensino superior público, propiciada pelo Reuni resultou no aumento de demanda por esses serviços básicos. Na UFU, dois serviços, em especial, revelam essa urgência. O primeiro é o Restaurante Universitário, RU, foco de reclamação diária, especialmente pelo tempo gasto nas filas. O outro gargalo é o transporte intercampi. O estudante é a razão de ser de uma instituição educacional e garantir condições básicas, como alimentação e transporte, oferecerá condições para construção de uma formação cada vez mais sólida.

Citation preview

Page 1: Senso incomum 017 - ago/set 2013

1 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

JORN

AL‐L

ABO

RATÓ

RIO

DO

CURS

ODE

JORN

ALIS

MO

UFU

ANO

03Nº

17‐A

GOST

O‐S

ETEM

BRO/

2013

jjooggooss vviirrttuuaaiiss3ccuurrssooss ggrraattuuiittooss

mmaaiiss mmééddiiccooss8rraapp 95

Page 2: Senso incomum 017 - ago/set 2013

2 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Direitosbásicos

Novas ideias e novosares nos CampiEmílio de Sá

Democracia. Uma palavra queparece trazer uma definição clara ede simples entendimento, mas quetraz consigo um leque de significa-dos e interpretações políticas dasmais variadas. Os conceitos de de-mocracia se distinguem conforme aorientação política de cada indiví-duo. A medida mais democrática pa-ra um grupo pode ser vista comoabsurda para outro. Para mim, creioque uma palavra seja essencial para acompreensão de todo processo de-mocrático: o diálogo.

Com temas importantes sendodiscutidos na universidade, como otransporte intercampi e a ampliaçãodo Restaurante Universitário, perce-bemos um novo contexto político naUFU. Pautas que há tempos eramreivindicadas pelo movimento estu-dantil e pelo estudante comum rea-parecem com força. Porém, agora,sentimos uma disposição política dediretores e pró-reitores em escutar oaluno e dialogar. Esta é a diferençacrucial entre o que acontece hojenos campi e o que acontecia há tem-pos atrás.

Toda universidade deveriafuncionar como um laboratório parauma sociedade melhor, inclusivequando o assunto é democracia. Masnão é isso que víamos na UFU e nemque o vemos em várias faculdadespelo país, onde reitores, que mais pa-recem proprietários das instituições,agem de forma unilateral, ignorandoas pautas estudantis. Ignorar a vozdo estudante é incoerente por si só,pois esta é a principal e maior engre-nagem que move uma universidadepública. Não ouvir o que o alunotem a dizer é se isolar da instituiçãocomo um todo.

O transporte intercampi vemsendo discutido com as entidades re-presentativas dos estudantes naUFU, assim como a ampliação doRU e medidas provisórias para ame-nizar o problema das filas. Enquetese mapeamentos foram feitos com ofim de escutar o que o aluno deseja.Se os projetos vão sair do papel ounão, só o tempo dirá. Mas a conversae a abertura política, que não víamoshá certo tempo, está acontecendo.

O interesse em chamar os re-

presentantes estudantis em uma me-sa para conversar, escutar e tentarchegar a soluções de uma forma mi-nimamente coletiva é um passo bá-sico, porém, importantíssimo paraqualquer administração de universi-dade pública. Felizmente, a UFUavançou nesse aspecto. Não é umaquestão de defesa de setores, gruposou gestões. É uma defesa à parte doprocesso democrático tão negligen-ciado na nossa política: o diálogo.

Alimentação e transporte sãodireitos de todo cidadão, afirma aConstituição Brasileira. Os estudan-tes conhecem tais direitos e, no es-paço das universidades públicas, hámuito reivindicam que eles sejamgarantidos plenamente. Mas a am-pliação do número de vagas no ensi-no superior público, propiciada peloPrograma de Apoio a Planos de Re-estruturação e Expansão das Uni-versidades Federais (Reuni)resultou no aumento de demandapor esses serviços básicos e, conse-quentemente, deixou explícitas asnecessidades urgentes por melhoriasestruturais, algumas há décadas semalteração. Na Universidade Federalde Uberlândia, dois serviços, em es-pecial, revelam essa urgência. O pri-meiro é o Restaurante Universitário(RU), utilizado por centenas de es-tudantes diariamente para uma ali-mentação que se adeque aoshorários apertados entre dois turnosde aula e aos recursos financeiros li-mitados. Atualmente, o RU é focode reclamação diária, especialmentepelo tempo gasto nas filas, que re-sulta no efeito contrário do preten-dido, ou seja, não ajuda ouniversitário a “poupar” tempo, aocontrário, acaba gerando atrasos en-tre uma matéria e outra. O outrogargalo é o transporte intercampi,um serviço gratuito para desloca-mento de estudantes entre os atuaistrês (em breve, quatro) campi daUFU na cidade de Uberlândia. Mui-tas vezes, estudantes cursam disci-plinas em campi diferentes em ummesmo dia e o deslocamento atravésdo transporte público municipal nãogarante o cumprimento dos seushorários adequadamente. Tais de-mandas exigem posicionamentosrápidos para implementação de me-didas a curto e médio prazo no sen-tido de solucionar os problemas epermitir aos estudantes concentrar-se no essencial, sua formação. O es-tudante é a razão de ser de uma ins-tituição educacional e garantircondições básicas, como alimenta-ção e transporte, oferecerá condi-ções para construção de umaformação cada vez mais sólida.

Bazinga!EDITORIALExpediente

O jornal-laboratório Senso(in)Comum é produzido pordiscentes, docentes e técnicos docurso de Comunicação Social –habilitação em Jornalismo daUniversidade Federal deUberlândia, como projeto degraduação e atividade curricular.

instituiçãoReitor: Elmiro Santos ResendeDiretor da FACED: MarceloSoares Pereira da SilvaCoordenador do curso de

Jornalismo: Gerson de Souza

equipeEditora-chefe: Ana Spannenberg(MTb 9453)Reportagem, redação e edição:Emílio Lins de Sá Vieira, LauraMáximo e Marcos Vinícius ReisArte e Diagramação: DanielleBuiatti

colaboraçãoReportagem e redação: NeimarAlves e Taís BittencourtOpinião: Daniela Malagoli,Guilherme Gonçalves, Isley Borgese Neimar Alves

Fotografia: Emílio Lins de SáVieira, Marcos Vinícius Reis,Neimar Alves e Paula Nascimento

Tiragem: 2000 exemplaresImpressão: ImprensaUniversit./Gráfica UFUE-mail:

[email protected]:

sensoincomumufu.blogspot.comTwitter: @_sensoincomumTelefone: (34) 3239-4163

opinião

VOZES

Page 3: Senso incomum 017 - ago/set 2013

3 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17ciência e tecnologia

Projeto usa musicoterapia e fonoaudiologia para melhorar fala e cognição

TECNOLOGIA

Os cursos de Engenharia Biomédi-ca e Engenharia Elétrica da UFU de-senvolvem um projeto de pesquisa quecria jogos virtuais pedagógicos volta-dos para a reabilitação psicomotora ede fala de pacientes da Associação deAssistência à Criança Deficiente(AACD) da cidade. A pesquisa come-çou em 2012 e tem financiamento daFundação de Amparo à Pesquisa doEstado de Minas Gerais (FAPEMIG) .O custeio com equipamentos e bolsasde pesquisa é de pouco mais de R$ 33mil.

A Faculdade de Engenharia Elétrica(FEELT) possui um grupo que desen-volve ambientes virtuais e jogos utili-zando realidade virtual e realidadeaumentada. O Laboratório de Enge-nharia Biomédica (BIOLAB) , por suavez, trabalha com a reabilitação moto-ra e aquisição e processamento de si-nais. Os pesquisadores da UFU e osprofissionais da área de saúde daAACD, que incluem fisioterapeutas,fonoaudiólogos, médicos, entre ou-tros, aprofundaram as possibilidadesde projetos aplicando o know-howteórico da UFU em situações práticasna AACD.

Brincar e tratar

Ao contrário do puro entreteni-mento dos jogos tradicionais, os seri-

ous games desenvolvidos (“jogossérios”, na tradução literal do inglês)prezam pela qualidade de vida dosusuários. Um desses games é desen-volvido pela estudante de EngenhariaBiomédica Natália Silva, sob orienta-ção de fonoaudiólogos da AACD noqual, com técnicas de realidade au-mentada, a criança treina o aprendiza-do de sons e voz e a memória auditiva(ver box) .

O setor de Musicoterapia na AACDde Uberlândia restringe o tratamentode acordo com o comprometimentomotor das mãos dos pacientes, alémde haver quantidade limitada de ins-trumentos musicais disponíveis. Asteclas de um teclado convencionalsão, por vezes, muito estreitas e al-guém com deficiências motoras nãoconseguiria manuseá-lo usando so-mente os dedos. Já os jogos virtuaispermitem a sua utilização por um nú-mero quase infinito de pessoas e po-dem ser acessados também em casa.Os pesquisadores desejam que, embreve, os sistemas sejam disponibiliza-dos via internet.

“Participar desse projeto tem sidoalgo desafiador, mas também muitogratificante, pois o intuito é que a fer-ramenta que está sendo desenvolvidaseja realmente utilizada pelo nosso pú-blico-alvo, que são pacientes com dis-funções motoras e cognitivas”, afirmaSilva que desenvolveu o serious gamemusical. Os pacientes ainda não testa-

ram a ferramenta. Os pesquisadores eos profissionais da AACD estão mani-pulando os dispositivos para sugerirmelhorias. A previsão é iniciar os testesem outubro deste ano, após autoriza-ção do Comitê de Ética da UFU.

A também estudante de EngenhariaBiomédica, Taciana Abdala, trabalhacom um jogo na área de fonoaudiolo-gia. Os profissionais desenham umasérie de atividades, verbos, substanti-vos e complementos ligados ao coti-diano das crianças e criam umquadro. O fonoaudiólogo realiza umaentrevista para levantar o que é maisimportante para o dia a dia da criançae, a partir disso, as imagens são im-pressas. O paciente deverá carregar oquadro para poder se comunicar emostrar as figuras que correspondemao seu pensamento ou vontade. Esseequipamento beneficiará algumas cri-anças atendidas pela AACD que nãose comunicam por diferentes razões.“Elas têm capacidade de comunica-ção, mas não têm a voz”, esclarece odoutorando em Engenharia ElétricaKenedy Nogueira.

O princípio de funcionamento émuito parecido com o do jogo musical.Algumas situações cotidianas foramimpressas em papel (marcadores) e ca-dastradas no software. Por exemplo,no caso das ações de comer e beber,existem marcadores cadastrados comosujeitos da frase (o desenho de um ga-roto e o desenho de uma garota) , mar-

cadores para verbos (comer e beber)além dos complementos das frases(suco, leite, bolo, etc) . Basta a criançaselecionar os desenhos que preferir ecolocá-los em frente a webcam. Ocomputador vai ler os desenhos e umavoz irá dizer a frase da maneira correta.Por exemplo, “Eu quero comer bolo”.Não importa a ordem que os marca-dores forem colocados, pois existemcrianças não-alfabetizadas e que nãoconhecem regras de construção de fra-ses. “O protótipo está com a voz daTaciana, contudo, a gente quer permi-tir que a mãe ou o pai ou o responsávelpela criança grave a própria voz porqueassim, a criança vai ter uma voz maisfamiliar”, destaca Nogueira.

Futuro da pesquisa

Os pesquisadores pretendem levaro projeto a diante. “Podemos pegar asferramentas e aplicar em outras insti-tuições, tem a possibilidade de surgi-rem outros projetos baseados nos quejá existem. Sempre aparecem maisperguntas e você tem um campo aber-to para outras pesquisas”, relata Ed-gard Lamounier, professor deEngenharia Biomédica e um dos coor-denadores da pesquisa. “A tecnologia ébarata, é open source [livre e gratuita]e os materiais são recicláveis como nocaso do papelão. A ideia é incentivar ainiciação científica”, reforça KenedyNogueira.

Laura Máximo e Neimar AlvesRepórteres

Jogos virtuais podem auxiliar criançasdeficientes

Marcadores, ou seja,símbolos codificados naforma de imagensimpressas em pa‐pel são posicio‐nados em umamesa, as ima‐gens são capta‐das por umawebcam conectadaao computador como software desenvolvidopelos pesquisadores.

EEnntteennddaa oo sseerriioouuss ggaammee mmuussiiccaallPapel, computador e webcam ajudam crianças a se comunicar melhor

O software interpreta cada marcador comouma nota musical diferente e o paciente visu‐aliza animações coloridas na tela no lugar demeros papéis impressos. A criança, ao tocarcada um dos marcadores, ouve o som da notacorrespondente a ele.

O papel é a superfície es‐colhida pois as crianças

podem mexer semriscos de se ma‐

chucarem. Comoos marcadorespodem ser feitosem diferentestamanhos, mini‐

mizam a dificul‐dade de alguém com

coordenação motoradeficitária.

Page 4: Senso incomum 017 - ago/set 2013

4 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

SAÚDE

Dispositivo é capaz de detectar quando um cabo de transmissão de energia se rompe e cai no chão

Pesquisa mapeia sabedoria popular sobreplantasTrabalho envolveu troca de saberes entre moradores e pesquisadores nos distritos de Uberlândia

O Projeto de pesquisa e extensãofeito por professores e estudantes doInstituto de Biologia da UFU foi atédistritos rurais de Uberlândia para es-tudar o conhecimento popular dosmoradores sobre plantas. Os habitan-tes se propuseram a colaborar e, aomesmo tempo, desejavam um retornode saberes por parte da Universidadeatravés da educação ambiental. O le-vantamento etnobotânico teve financi-amento da Fundação de Apoio àPesquisa do Estado de Minas Gerais(FAPEMIG) .

Em 2007, os pesquisadores come-çaram a colher informações sobre cul-tura popular a respeito de plantas,tanto no ambiente rural como nosquintais dos moradores. Nas fazendase sítios da região foram catalogadas128 espécies sendo 110 nativas do cer-

rado. Já nos quintais, observou-se mai-or número de plantas exóticas. “Nosquintais, basicamente o conhecimentopopular é sobre plantas de fim alimen-tar e para uso medicinal. No ambienterural, a gente encontra conhecimentosobre plantas de uso alimentício e me-dicinal, mas também para a construçãode utensílios e cercas”, esclarece a pro-fessora de Ciências Biológicas daUFU, Lúcia Guido.

Os pesquisadores aplicaram questio-nários nos distritos, caminhavam direta-mente com moradores enquantoobservavam as explicações e realizavamcoletas de amostras. As espécies eramdepositadas no herbário da Universidade– o Herbário Uberlandense – e passa-vam por um processo de identificação.Os conhecimentos populares relatadostambém eram comparados com os regis-tros de nomes científicos e populares jácatalogados pelo herbário.

O projeto também deu origem atrabalhos acadêmicos, monografias euma dissertação de mestrado. Estu-dantes e professores se mobilizarampara retornar conhecimento para ascomunidades na forma de educaçãoambiental. Em Martinésia, os alunoslevavam uma planta de casa para serestudada toda semana. Ao final, foi ela-borada uma cartilha. Em Cruzeiro dosPeixotos, os estudantes foram a quin-tais para conversar com os conhecedo-res de plantas. Havia ainda atividadeslúdicas para associar as plantas às suascaracterísticas corretas.

Por fim, em 2010, a pesquisadoraLúcia Guido coordenou o documentá-rio “Causos do Cerrado”. Um profissi-onal de cinema foi convidado paraconduzir o processo de gravações emCruzeiro dos Peixotos e Tapuiramadurante uma semana, sendo auxiliadopor alunos, professores e os conhece-

dores de plantas. Para assistir ao “Cau-sos do Cerrado”, acesse o blog doSenso (in)comum.

Marcos Vinícius Reis e Neimar AlvesRepórteres

Lúcia Guido relata que a equipe tentouretornar o conhecimento para a populaçãona forma de educação ambiental

FOTO: Marcos Vinícius Reis

Equipamento inédito pode evitar acidentes com rede elétrica

Rompimentos de cabos de energiaelétrica são muito perigosos. O conta-to com um ser vivo causa a morte nagrande maioria dos casos, devido à al-ta tensão das linhas de transmissão.Outro efeito causado pela queda de

um cabo é o faiscamento que podeprovocar incêndios, muito comuns nazona rural. As empresas de energiaelétrica normalmente são obrigadas apagar indenizações em casos de inci-dentes como esses.

Um projeto da Faculdade de Enge-nharia Elétrica(FEELT) da UFU,feito a pedido daCompanhia Ener-gética de MinasGerias (CEMIG) ,está aprimorandoas técnicas atuaisde detecção derompimento decabos. “O cabo caie a corrente tendea ser muito peque-na e o detectorconvencional nãovai identificar quehouve um defeito.

O diferencial dessa nossa pesquisa es-tá na forma com que vamos detectarque tem algo errado”, afirma José Wil-son Resende, professor de EngenhariaElétrica da UFU.

Na rede elétrica existem grandesfusíveis chamados de religadores queagem em caso de sobrecarga, mas elesnão têm atuação quando ocorre orompimento de cabos, já que dificil-mente há alteração significativa detensão. Os pesquisadores criaram umcircuito que, quando implantado nosreligadores tradicionais, identifica orompimento de cabos independenteda tensão, ou seja, mesmo quando nãohá sobrecarga.

Uma empresa de Uberlândia utili-zou os estudos da equipe da UFU paraa fabricação do circuito. “Quando umcabo cai e toca o solo, a forma de ondadesse sinal é alterada. É uma alteraçãomuito sutil, porém, com as técnicascomputacionais e matemáticas é pos-

sível detectar essa alteração. O equi-pamento é que vai detectar essaocorrência do tipo que exige a inter-rupção e vai enviar um sinal para queo religador possa interromper o cir-cuito”, explica Fernando de Castro,Engenheiro de Sistemas Embarcadosda empresa envolvida.

O dispositivo e a pesquisa são iné-ditos uma vez que o problema aindanão havia sido solucionado a nívelmundial. O investimento total para aconstrução do equipamento foi de R$1 ,3 milhões, a UFU e a CEMIG de-vem compartilhar a sua patente. Ostestes realizados na concessionáriacomprovam a eficácia da pesquisa. Emum ambiente controlado, técnicosrompem cabos sobre diferentes su-perfícies como grama, asfalto e terrapara analisar o desempenho do siste-ma. Até o fim do ano, o estudo deveser encerrado e a inovação poderá sercomercializada.

Neimar AlvesRepórter

Incêndios por faiscamento de cabos são comuns na zona rural

FOTO: Arquivo pessoal

ciência e tecnologia

Page 5: Senso incomum 017 - ago/set 2013

5 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Diversas universidades ao redor domundo estão oferecendo cursos a dis-tância gratuitos, com emissão de certi-ficados, por meio de plataformasonline. As disciplinas são as mais vari-adas possíveis: vão de Introdução àAerodinâmica a Misticismo EuropeuModerno, passando por categorias doconhecimento humano como artes,educação, engenharia, negócios e nu-trição, entre muitas outras. A Univer-sidade de Harvard e o Instituto deTecnologia de Massachusetts são ape-nas duas das instituições pioneiras queestão apostando nesse novo modelode ensino.

Mais conhecidos como MOOCs(sigla em inglês para Curso OnlineMassivo e Aberto) , os cursos nesseformato tiveram seu início em 2008,com o oferecimento da disciplina“Connectivism and Connective Kno-wledge” (em tradução livre, Conecti-vismo e Conhecimento Conectivo)pela Universidade de Manitoba, Ca-nadá. Mas foi em 2012 que a novamodalidade de ensino à distância seexpandiu.

Os MOOCs são caracterizados pe-la gratuidade e pela coletividade. Co-mo qualquer um pode se inscrever, é

comum que eles reúnam inúmeraspessoas de todas as partes do mundo. Ametodologia de aplicação das discipli-nas pode diferir entre um e outro, mascostuma contemplar recursos própriosaos ambientes digitais, como vídeos,fóruns, formulários e textos, além depoderem incluir avaliação interativaentre os participantes.

Rogério Justino, graduado em His-tória e estudante do primeiro ano dePedagogia da UFU, realizou dois cur-sos no Coursera, um sobre História doRock, pela Universidade de Roches-ter, e outro sobre Tecnologias da In-

formação e Comunicação Aplicadas àEducação, pela Universidade NacionalAutônoma do México. Ele conta queas disciplinas resultaram em uma boaexperiência, tendo sido bem pensadase estruturadas. Elas, contudo, não po-dem ser realizadas a qualquer momen-to. “O curso não fica aberto. Ele temuma data de início e uma data de fim.Você tem que se matricular naqueleperíodo”, comenta.

Vinícius Vieira, estudante do ter-ceiro ano do curso de Pedagogia daUFU, acredita que os impactos ocasi-onados pela realização das disciplinas

online são positivos, justamente poressa característica de complementari-edade. “Todos [os cursos] que eu rea-lizei foram relacionados com atemática do curso e me ajudaram bas-tante nas aulas presenciais da univer-sidade”, ressalta.

Imperfeições

Apesar de serem gratuitos e aces-síveis, a prevalência de cursos em lín-gua inglesa pode ser um empecilhopara estudantes que não tenhamfluência no idioma. Estão surgindo,contudo, plataformas em outras lín-guas, como a brasileira Veduca. Estajá oferece três disciplinas com certifi-cação: Bioenergética (UnB) , FísicaBásica (USP) e Probabilidade e Esta-tística (USP) . Outra questão em dis-cussão se refere aos baixos índices deconclusão e aprovação nos MOOCs.Mas o assunto ainda depende de pes-quisas aprofundadas para ser melhordelineado.

Plataformas online oferecem cursos gratuitosOs chamados MOOCs já chegaram ao Brasil com disciplinas em língua portuguesa

EDUCAÇÃO

CCoonnhheeççaa::Acesse o blog http://sensoin-

comumufu.blogspot.com.br/ e

conheça algumas das platafor-

mas dedicadas a MOOCs.

Marcos Vinícius ReisRepórter

Reestruturações em bibliotecas da UFU beneficiam acadêmicosNovos armários e sistemas de autoatendimento podem facilitar a rotina de usuários do acervo

As bibliotecas da UFU têm passadopor reformas que visam otimizar oatendimento à comunidade acadêmica.As medidas, que incluem a reestrutura-ção dos armários e a utilização de siste-mas de autoatendimento, garantemmais segurança aos objetos dos estu-dantes, diminuem as filas e reduzem acirculação de pessoas nos saguões. Asmudanças já foram materializadas noscampi Santa Mônica e Umuarama, eexistem planos para a extensão das me-lhorias nas demais bibliotecas.

Uma das modificações implemen-tadas foi a substituição dos antigos es-caninhos. Conforme Kelma Patrícia deSouza, diretora do Sistema de Biblio-tecas, os armários estavam saturados enão ofereciam segurança ao usuário.

“Nós chegamos ao número de 29 ca-deados roubados em dois dias”, afirma.Com a reforma, os cadeados foramtrocados por fichas e o espaço disponí-vel para o armazenamento de volumesquase duplicou. Além disso, foram ins-talados escaninhos de diferentes tama-nhos, de modo que possam atender àsnecessidades dos acadêmicos.

Autoatendimento

Com os serviços de autoemprésti-mo e auto-devolução é possível retirare entregar materiais bibliográficos pormeio de máquinas, sem a intermedia-ção dos servidores. O recurso viabilizaa redução de filas e diminui a circula-ção de pessoas no interior das bibliote-

cas. Os funcionários podem, assim,atender outras demandas dos estudan-tes, como dificuldades para a renova-ção de livros e impressão dos Guiaspara pagamento de multas. O sistema,que ainda está em fase de testes, deve-rá ser estendido às bibliotecas doscampi de Monte Carmelo, Patos deMinas e Ituiutaba, além do campusGlória.

Paula Raquel Viegas, estudante doúltimo ano do curso de Direito da UFU,diz que gostou do serviço, visto que elepossibilita a devolução do material emqualquer horário. Apesar de acreditarque o saldo final das mudanças é positi-vo, a aluna critica a ausência de orienta-ção por parte dos servidores: “faltouensinar a usar o sistema”.

Marcos Vinícius ReisRepórter

atualidades

Muitos MOOCs oferecem certificados digitais de conclusão de curso aos estudantes aprovados

FOTO: Marcos Vinícius Reis

Engenhoca: Máquina de auto‐devoluçãosepara livros pela área do conhecimento

FOTO: Marcos Vinícius Reis

Page 6: Senso incomum 017 - ago/set 2013

6 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Antigas pautas dos estudantes na UFU, aampliação das instalações do RestauranteUniversitário e a implantação de um sistema detransporte intercampi, tornam‐se cada vez maisurgentes com o crescimento da instituição e donúmero de estudantes.

Fim das aulas da manhã ao meio-dia. Quarenta minutos, ou mais,esperando na fila do RU. Se servir eengolir a comida em vinte minutos.Início das disciplinas da tarde às 13h10.Nas frases anteriores está descrita arotina de muitos estudantes da UFUque sofrem diariamente com asdeficiências dos RestaurantesUniversitários, principalmente nocampus Santa Mônica, gastando grandeparte de um tempo de descanso, ou atémesmo estudo, em filas lentas esuperlotadas.

A estudante do terceiro períodode Psicologia, Lorrayne Martins, ébolsista do RU e conhece bem essarealidade: “dependendo do tamanho dafila eu chego atrasada na aula à tarde eainda como muito rápido, o que éincomodo”, diz. A aluna tem a maioriadas suas aulas no Umuarama, mascursou algumas disciplinas no SantaMônica e reconhece que a ampliaçãoou a construção de um novorestaurante no campus é urgente, pois asfilas do mesmo são bem maiores e mais

demoradas.Construído em 1995 e com uma

estrutura que não suporta grandesreformas, o RU Santa Mônica deixa adesejar em produtividade e emtamanho, por isso, sua reforma é umadas reivindicações históricas domovimento estudantil da universidade.Com a adesão da UFU ao Programa deApoio a Planos de Reestruturação eExpansão das Universidades Federais(REUNI) , o problema se agravou.Foram criados 14 novos cursos degraduação em Uberlândia e seampliaram vagas em graduações jáexistentes. Em quatro anos, o númerode estudantes da universidade saltou de11 mil para cerca de 24 mil alunos e,mesmo com a demanda duplicada, aprodução e distribuição de alimentosnos campi não se modificou quasenada.

A situação se tornouinsustentável. Frente a esta realidade, aDiretoria de Assuntos Estudantis(DIRES) lançou um comunicado aosusuários do serviço, afirmando estarciente da delicadeza da questão epropondo medidas alternativas a curto-

prazo até que seja possível a ampliaçãodo RU Umuarama e a construção deum novo restaurante no Santa Mônica.

Uma das soluções imediataspropostas pela diretoria foidisponibilizar marmitas com o preçomenor que o almoço completo no RU,mas essa não foi aceita pelo movimentoestudantil. “Além da questão doimpacto ambiental, a gente se preocupacom a saúde do estudante. Porque osriscos de contaminação que o alunocorre por essa medida são muitograndes”, esclarece a membro da atualgestão do DCE/UFU, AlecildaOliveira. Em um plebiscito realizadoem dois de setembro, os estudantes dauniversidade também disseram não àcomida embalada: 42% dos quevotaram preferiram o convênio comrestaurantes em volta do campus aadaptação de espaços como os saguõesdos blocos 5O e 5R para que setransformem em refeitórios, mesmoque essa providência demore oitomeses para ser implantada. As trêsopções disponíveis para votação seriammedidas paliativas utilizadas somentedurante a construção e reforma dos

RUs.A universidade tem contrato com

empresa terceirizada, em que nele estáprevista a produção de quatro milrefeições diárias, mas a necessidadeobriga os restaurantes a extrapolaremeste número. “Nós estamos fabricando4.300, 4.500 e já tivemos pico de 4.900refeições”, afirma o diretor da DIRES,Leonardo Barbosa. Segundo ele, a ideiaé construir dois novos restaurantes emUberlândia. Um no campus SantaMonica para seis mil refeições e outrono Umuarama, para duas mil refeições,ampliando consideravelmente acapacidade de atendimento nos campi.A proposta, mais sólida que as de curto-prazo, demoraria cerca de dois anospara ser concluída e está sendoestudada por arquitetos da UFU.

Além das mudanças nos campi deUberlândia, a construção do RU deItuiutaba já foi licitada e o projeto dorestaurante de Monte Carmelo estásendo feito. Barbosa pede paciência àcomunidade universitária: “essa gestãorecebeu uma herança muito dura praadministrar em quatro anos. E sem osrecursos do REUNI”, explica.

Emílio de Sá, Laura Máximo e Marcos ReisRepórteres

FOTO: Emílio de Sá

senso

comum

agosto/setembro de 2013 n°17

6

Construção de novo RU deve ser iniciada em breve

Urgências

Page 7: Senso incomum 017 - ago/set 2013

7 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Antigas pautas dos estudantes na UFU, aampliação das instalações do RestauranteUniversitário e a implantação de um sistema detransporte intercampi, tornam‐se cada vez maisurgentes com o crescimento da instituição e donúmero de estudantes.

É comum ver cartazes com pro-messas de implantação do transporteintercampi na UFU há alguns anos,principalmente em períodos de elei-ções para a Reitoria ou para o Diretó-rio Central dos Estudantes (DCE) .Mas, mesmo prometido e estudadopor gestões da administração superiorda universidade, essa mobilidade setornou quase um mito, por nunca tersido concretizada efetivamente. Seráque dessa vez o projeto sairá do papel?

Comum em diversas universidades,o transporte intercampi consiste naoferta de ônibus exclusivo e gratuitopara os estudantes. Circulando entreos campi, ele permitiria maior agilida-de no acesso às atividades acadêmicasde diversos cursos. A condução é im-portante, ainda, para garantir assistên-cia aos discentes, sendo integrante demedidas de auxílio à permanência es-tudantil.

Alunos como Guilherme Sousa, do4º período de Engenharia Biomédica,seriam beneficiados com essa medida.O estudante tem cinco disciplinascom aulas no campus Santa Mônica eduas no Umuarama e conta que, mui-tas vezes, chega a demorar 50 minutospara ir de um ponto a outro. “Algumas

matérias têm os horários muito próxi-mos, então o transporte ia ajudar aeconomizar tempo. Às vezes nem dápra almoçar, o horário de almoço é otempo que leva pra chegar ao outrocampus”, afirma o estudante.

Planejamento

Devido a sua importância para acomunidade estudantil, a medida deimplantação dessa mobilidade foi am-plamente discutida durante a paralisa-ção dos professores e alunos no anopassado, junto a outras propostas re-correntes, como a ampliação do Res-taurante Universitário. "Essa foi aoportunidade que o comando de gre-ve nos deu, fazer algumas reuniõescom a reitoria, colocar essas necessi-dades e poder discuti-las", afirma a es-tudante Flávia Franco, do nonoperíodo de História e integrante domovimento estudantil.

Depois de muitas negociações en-tre o Comando Local de Greve Estu-dantil e a Reitoria, foi definido queônibus facilitadores do trajeto entrelocais de aulas distantes seriam dispo-nibilizados a partir do primeiro se-mestre letivo de 2013. Isto seriapossível pois, segundo a administra-ção anterior, um estudo sobre essa

mobilidade já estava sendo realizado.No mês de março, o Senso (in)co-

mum procurou a atual equipe da Rei-toria, que também apresentou comoproposta o transporte intercampi. Naépoca, o diretor de logística da UFU,Wesley Marques, relatou não ter tidoacesso aos estudos supostamente rea-lizados na gestão anterior e afirmouque a nova diretoria já estava encami-nhando análises sobre diversos aspec-tos cruciais para o sucesso dacondução. Avaliações sobre a quanti-dade de veículos disponíveis na uni-versidade, contratos de manutenção,rotas a serem feitas, horários e tiposde automóveis são necessárias.

Usando inicialmente apenas umveículo, Wesley afirma que "a princí-pio nossa ideia seria sair do Umuara-ma, pegar os meninos na moradiaestudantil, fazer o trajeto passando pe-lo campus Educação Física e vindo atéo Santa Mônica. Esse seria o meiomais viável". Com o tempo, a frota deônibus ou microônibus cresceria eabrangeria também o campus Glória ecidades vizinhas.

Perspectivas

O Diretório Central dos Estudan-tes foi consultado sobre a questão em

reuniões com a administração da Uni-versidade. O contato com o movimen-to estudantil e as entidadesrepresentativas dos discentes foi feitocom o fim de ouvir as demandas dosalunos sobre o transporte. Por meio desua página no Facebook, o DCE tam-bém disponibilizou um questionáriopara que os estudantes opinassem arespeito das melhores rotas e horários.

Mais recentemente, o Coordena-dor da Diretoria de Assuntos Estu-dantis (DIRES) , Leonardo Barbosa,mostrou confiança no projeto. Segun-do ele, o planejamento do transporteintercampi já está pronto, mas aindanão saiu do papel devido à intenção daReitoria de institucionalizar a propos-ta. “O professor Elmiro entendeu queseria importante que nós instituciona-lizássemos o transporte intercampi.Ou seja, transformar o transporte emuma resolução da UFU de modo queesse ficasse no tempo para além dessagestão. Se ele fosse somente uma polí-tica, correríamos o risco, havendomudança da gestão, de perder o trans-porte intercampi”, explica o diretor.“Nós não temos nenhuma dúvida deque muito breve esse transporte vaiestar rodando, vai estar funcionando,facilitando a vida dos três campi”,afirma.

Transporte intercampi à vista?Emílio de Sá e Laura MáximoRepórteres

senso

comum

agosto/setembro de 2013 n°17

7

Urgências

FOTO

:Em

ílio

deSá

Page 8: Senso incomum 017 - ago/set 2013

8 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Qual é o seu posicionamento so-bre o programa Mais Médicos doGoverno Federal?

Não é a única forma de resolver oproblema de saúde do nosso país. Issotambém depende de investimentos eminfraestrutura, em outros recursos hu-manos para compor uma equipe multi-profissional, equipamentos, materiaispermanentes e materiais de consumo.Nós temos 1700 municípios com umarelação de médicos por habitante muitobaixa, menor que um para mil habitan-tes, e temos 900 municípios que nãotêm médico nenhum. Priorizando aten-der essas regiões, que são regiões maisvulneráveis, precisaremos, sim, de maismédicos. Mas nós também precisamosde uma série de outros recursos pracompor mais saúde.

O Brasil tem quantidade de médi-cos proporcionalmente menorque países desenvolvidos. O go-verno apresenta a importação demédicos estrangeiros como umadas soluções para este problema.Qual é a sua opinião sobre esta re-solução?

Como ficou claro na proposta doprojeto, não precisaríamos de tantosmédicos estrangeiros, inicialmente.Nosso maior problema é a distribuição.Nós temos, no país, uma relação de 1 ,8médicos por mil habitantes, mas exis-tem regiões no nosso país em que existeuma relação muito acima disso e outrasque possuem uma relação bem baixa,como o Norte e o Nordeste. Houve umestudo do Conselho Federal de Medici-na que mostrou que mesmo os médicosestrangeiros, ao validarem seus diplo-mas no Brasil, se direcionavam para asregiões metropolitanas. Eu creio quenão resolve só aumentar o número demédicos. Nós teremos, sim, que pensaruma política que garanta a fixação des-ses médicos no interior.

O governo voltou atrás da decisãode aumentar o curso de Medicinaem dois anos, mas manteve a pro-posta de residência no SUS. Foi aatitude certa a se fazer ou essaproposta ainda não contempla aclasse médica?

A gente considera essa uma decisãomais viável, até porque a Escola de Me-dicina da UFU passa, hoje, por um mo-mento de reformulação curricular.Existe um novo currículo, um novo pro-jeto pedagógico, com proposta de im-plementação pra outubro. Nósconsideramos desnecessária a extensãodo curso de graduação de Medicina,que já é um curso com uma carga horá-ria muito intensa. Também considera-mos mais viável a formação doespecialista em áreas básicas, uma for-mação inicial na atenção primária à saú-de.

Em relação às melhorias na saúde,muito se fala em programas a lon-go prazo. Mas, em relação ao cur-to prazo, qual é a melhor atitudepara se resolver os problemasemergenciais?

Eu penso que nós temos que, de fa-to, olhar com mais cuidado pra atençãoprimária à saúde, que é onde mais de80% dos problemas serão resolvidos. Eé claro que não pode faltar melhoria derecursos. Recursos financeiros e recur-sos, porque o médico sozinho não traz

saúde. Nós precisamos trabalhar dentrode uma equipe multiprofissional, deequipamento, de materiais, de medica-mentos, de um sistema funcionante. Praque o médico consiga ficar no interior, épreciso que esse sistema funcione nointerior também.

Como esse programa federal estásendo discutido na FAMED? Exis-te muita divergência no debate ouhá uma opinião majoritária?

Não existe um consenso, até porquesão questões muito polêmicas. Temosrealizado debates abertos com comuni-dade a cada 15 dias. Isso tem aconteci-do desde a implementação da medidaprovisória. As diferenças de opiniõessão muito bem-vindas nesse momento.Dentro da FAMED existe uma tendên-cia à confirmação de uma adesão aoprojeto Mais Médicos, entendendo opapel da escola como apoiadora de po-líticas públicas de saúde diante de umaflexibilização do governo em relação à

proposta inicial da medida provisória.Nós temos acompanhado de perto omovimento nacional e tentado trazer,pra dentro do curso de Medicina, aoportunidade de debate junto à comu-nidade acadêmica.

Qual é a sua visão sobre o posicio-namento dos médicos e as críticasfeitas a isso?

Eu acho que existe uma preocupa-ção real por parte de muitos médicosem relação a essa política. São preocu-pações que não surgiram agora. Sãopreocupações que nos acompanham hávários anos na área da saúde. E é opor-tuna a movimentação diante dessa me-dida provisória. Esses posicionamentos,mesmo que divergentes, trazem a opor-tunidade de debater grandes assuntosda saúde do nosso país. Esse é mais umdos momentos de quebra de grandesparadigmas na saúde e na educaçãomédica, e quebrar um paradigma não éfácil.

“Não resolve só aumentar médicos, teremos quepensar uma política de fixação no interior”Emílio de SáRepórter

FOTO: Paula Nascimento

Para Alessandra Ribeiro, coordenadora do curso de Medicina/UFU, é preciso priorizar a atençãoprimária à saúde

ENTREVISTA

O programa Mais Médicos doGoverno Federal vem cau‐sando polêmicas junto aosprofissionais do país. O pro‐jeto anuncia medidas quevisam melhorias na saúde,como a importação de pro‐fissionais estrangeiros e aresidência de alunos do cur‐so de Medicina no SUS. Aprofessora Alessandra Ribei‐ro, doutora em Imunologia eParasitologia e atual coor‐denadora do curso de Medi‐cina da UFU, falou sobre oassunto ao Senso (in)co‐mum.

atualidades

Page 9: Senso incomum 017 - ago/set 2013

9senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Dr. Dre, 2pac, Racionais MCs e MVBill. É provável que você já tenha ouvi-do esses nomes e saiba que eles são po-tências em âmbito internacional ounacional de um ritmo nascido nas ruas:o rap. A sigla, que significa rhythm and

poetry, em português, ritmo em poesia,tem batidas pesadas e letras fortes, ge-ralmente denunciando a realidade po-bre e violenta da vida na periferia. Asrimas e o estilo questionador do hip-hop, antes vistos com grande precon-ceito, ganharam o mundo e se populari-zaram no Brasil. Em nossa cidade nãopoderia ser diferente. Hoje, a cena rapuberlandense conta com vários grupos,duplas e rappers solo, acompanhando a

tendência impulsionada por novas fu-sões do ritmo.

Segundo pesquisa realizada pelomestre em História e Cultura, EdmilsonAnastácio, a produção de rap em Uber-lândia se fortaleceu na década de 1990.Os primeiros MCs (mestres decerimônia) foram influenciados pelosfestivais de dança da cidade, que sempreenvolviam o break e o street dance entresuas apresentações. Original C e FatorRH, ambos nascidos em bairros da peri-feria por volta de 1995, são conhecidoscomo os primeiros grupos do estilo a al-cançarem o interesse do público.

De lá pra cá, o número de conjuntosna cidade cresceu bastante, mas os in-centivos e a quantidade de eventos con-tinuaram limitados. “É complicadoporque ainda existe uma resistência

com o rap aqui em Uberlândia. Aindaestá bem restrito. Os próprios rappersorganizam os shows e chamam os ou-tros para participar. Apoio é zero, se vo-cê não fizer com suas próprias mãos,não sai nada”, diz o músico e produtorDiorge Santos.

Dono da Dy Assalto Produções eacostumado a gerenciar artistas de di-versos estilos de segmentos musicais,do funk ao new metal, Diorge diz queainda há preconceito e defende que orap denunciativo e questionador nãovende. Ele acredita que o investimentoem batidas mais animadas e a mesclade ritmos tende a ajudar o artista nadivulgação de seu trabalho e na quebrade estereótipos. Pare ele, falta uma vi-são empresarial nos artistas de Uber-lândia: “O funk antes era mais

discriminado que o rap, mas hoje eleestá mais difundido, porque o funkeirohoje tem uma visão de mercado, de ar-tista”. MC Robinho, da dupla Orga-nismo Rap, acredita que o que falta éprodução concreta. Segundo ele, pou-cos grupos de Uberlândia têm traba-lhos gravados. “Tem que ter materialpara o público ouvir”, analisa.

Devido ao pequeno número deeventos na cidade, os integrantes dogrupo Família Elementos, criado em2012, ainda não conseguem extrair ren-da da música e têm empregos formaisparalelamente ao trabalho com o rap. Oprodutor Diorge Santos também recla-ma da dificuldade de se sustentar commúsica na cidade, pois mesmo sendoproprietário de estúdio ainda precisaencontrar outras fontes de renda.

Laura MáximoRepórter

FOTO: Arquivo Diorge Santos

Rappers uberlandenses são responsáveis por criar eventos na cidade

cultura e lazer

HHiissttóórriiaa ddoo rraapp

O rap como conhecemos hojederiva de uma fusão de ritmos originá-rios de diversos cantos do mundo,principalmente da música porto-rique-nha, jamaicana e afro-americana emgeral. Este gênero musical foi levadopelos jamaicanos para os Estados Uni-dos e, no começo da década de 1970,bairros pobres de Nova Iorque conhe-ceram a mensagem dos primeiros rap-

pers ou MCs.Originário da periferia e inter-

pretado por negros pobres, o rap sem-pre sofreu preconceito e, por muitotempo, foi considerado como a músicados marginais. Na década de 1980, ogangsta rap ganhou a mídia estaduni-dense com letras marcadas pela violên-cia e crítica às autoridades. Nomescomo Ice-T e LL Cool J ganharam omundo e influenciam gerações de fãsde hip-hop até hoje.

As origens do rap no Brasil sãoincertas. Alguns acreditam que os re-pentistas nordestinos sejam os percur-sores do ritmo, outros consideram osucesso “Deixe isso pra lá” (1964) , deJair Rodrigues, como o primeiro rapbrasileiro. O certo é que a música co-mo integrante da cultura hip-hop che-gou ao país no fim da década de 1980em bairros da periferia de São Paulo.Thaíde, Rapin Hood e Racionais MCsfizeram o sucesso do ritmo com letras

questionadoras e carregadas de denún-cias.

Até os anos 2010, o rap brasilei-ro se consagrou e conquistou fãs àmargem da grande mídia, tocandoocasionalmente em algumas rádios eem canais especializados em música.Apenas nos últimos anos, principal-mente a partir de 2011 , rappers comoCriolo e Emicida ganharam espaço emrádios e em eventos de maior porte. Ohip-hop entrou na moda.

Esse é o rap deUberlândia em ação

Page 10: Senso incomum 017 - ago/set 2013

10 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

As olimpíadas universitárias da UFUestão acontecendo em todos os finaisde semana, desde o dia 9 de agosto até15 de setembro. Os jogos contam com11 modalidades: atletismo, basquete,

futebol de campo, futsal, handebol,judô, natação, tênis de mesa, peteca, vo-leibol e xadrez.

Segundo o gerente da Divisão de Es-portes e Lazer Universitário (DIESU)Sérgio Inácio, o número de entidades ins-critas passou de cerca de 25 em 2011 para32 este ano. “São cerca de 2 mil atletas. A

universidade está crescendo, então isso équase que natural. A tendência é que issoaumente cada ano”, explica.

Sobre a continuidade das Olimpía-das, Sérgio se mostra convicto da posi-ção favorável. “A olimpíada nãopertence a uma gestão, ela pertence àuniversidade. Faz parte da tradição. O

entendimento que essa gestão tem éque é uma obrigação nossa continuar”,afirma.

As disputas acontecem, em sua mai-oria, no Campus Educação Física, mastambém há modalidades que utilizam apista de atletismo do SESI Gravatás e apiscina olímpica do UTC.

Trilha educativareproduzdistâncias entreplanetas

cultura e lazer

Olímpíadas Universitárias têm mais inscrições em 2013

O Museu Diversão com Ciência eArte (DICA) do Instituto de Física(Infis/UFU) implementou o projeto“Sistema Solar” no Parque Municipalda Gávea. A atividade, que consiste emuma trilha com as proporçõesaproximadas dos planetas e das

distâncias entre eles, pode ser realizadapor qualquer pessoa que desejeconhecer um pouco mais sobreastronomia desde o dia 6 de junhodeste ano. A iniciativa é financiadapela Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de Minas Gerais(FAPEMIG) e pôde se concretizardevido a uma parceria entre o museue a Prefeitura Municipal deUberlândia (PMU) , que viabilizou oParque da zona sul da cidade para asua execução.

A coordenadora do DICA, SílviaMartins, conta que livros didáticos eoutros materiais de divulgaçãocientífica não dão a exata noção dasdimensões astronômicas. “É muitodifícil a gente ter uma ideia do que éescala, de que tamanho os planetas são,como é que eles se distribuem noespaço. E aí surgiu essa ideia de criarum espaço com uma maquete dosistema solar, com escalas de distância ecom escalas de tamanho”, explica.Assim, esculturas do sol e dos planetasdo sistema solar foram instaladas aolongo de cerca de um quilômetro emeio da pista de caminhada do parque.As representações dos astros foramconstruídas artesanalmente por umartista plástico.

Alguns impactos já podem ser

observados junto aos frequentadores doparque. Além daqueles que participamda atividade por meio de visitas guiadas,as quais devem ser agendadas comantecedência (ver box) , existempessoas que realizam a trilha por contaprópria e em horários alternativos.

Popularização da ciência

O projeto “Sistema Solar”contempla a divulgação científica a quese propõe o Museu DICA. Asatividades do órgão visam apopularização da ciência, mostrando àspessoas que esse tipo de conhecimentose faz presente no cotidiano e afeta avida de todos. Além de incentivar odesenvolvimento de senso crítico emrelação a tais questões, o museutambém intenciona despertar vocações.Segundo Sílvia, os indivíduos nãoconsideram a possibilidade de uma vidacientífica por não conhecerem essarealidade: “O cientista não é um caraque vive de língua de fora e mora nosEstados Unidos. Ele é um cara quemora ali do lado, um vizinho nosso”,finaliza.

A equipe do museu planeja,atualmente, a transferência completadas instalações e dos equipamentospara o Parque Gávea. Esta mudança

propiciará a execução de maisatividades e a aproximação com outrasáreas do conhecimento, como aquímica. As perspectivas para o futurotambém incluem a ampliação do setorde astronomia, visto que o expressivointeresse em relação a esse campo, porparte da população, tem sido umaconstante nas atividades do DICA. Opúblico pode visitar o ParqueMunicipal da Gávea em qualquer dia dasemana, das 8h às 17h30. O parquepossui área total de 182 mil metrosquadrados e uma pista de caminhada de3 km.

Atividade do Museu DICA possibilitaráa visualização das proporções doSistema Solar

IInnffoorrmmaaççõõeess eeAAggeennddaammeennttooss::Para obter mais informa-

ções acerca do Museu DICA, en-tre em contato pelo telefone (34)3230-9517. O agendamento devisitas guiadas à trilha do “Siste-ma Solar”, no Parque Gávea, po-de ser realizado por meio domesmo número, de segunda asexta-feira, das 8h às 12h. O DI-CA atende, atualmente, no bloco3E do campus Santa Mônica daUFU.

Esculturas estão distribuídas em 1,5 km de caminhada

FOTO: Arquivo do Museu DICA

Sílvia Martins: "É importante que apopulação entenda que a ciência é um canalde comunicação com o mundo"

FOTO: Marcos Vinícius Reis

Emílio de SáRepórter

Marcos Vinícius ReisRepórter

Page 11: Senso incomum 017 - ago/set 2013

11senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

A Invenção do CinemaNeimar Alves

Martin Scorsese dirige uma produçãopara todas as idades que mistura fatos his-tóricos reais e fantasia. As Aventuras deHugo Cabret (Hugo) é a adaptação paraas telas da obra homônima de Brian Selz-

nick e prima pela fotografia impecável eefeitos especiais que recriam a Paris de1930, o que rendeu cinco estatuetas doOscar ao filme. Hugo é um órfão que viveem uma estação de trem e possuiu a habi-lidade de consertar coisas e o acaso o fazaproximar-se de um dos mais admiradosprecursores do cinema: Georges Méliès.A trama apresenta diversas intertextuali-dades ao tratar da história da vida de Mé-liès recriando, inclusive, a antológica Le

voyage dans la lune (Viagem à lua), de1902. O filme agrada pela narrativa fluidae pela divertida homenagem ao cinema.

Divulgação

cultura e lazerMeninas de rosa e meninos de azulIsley Borges

Inventaram uma escola de princesas.Vê se pode. Sonha quem acha que os anti-gos papéis destinados aos gêneros femini-no e masculino já teriam sucumbido.Num sentido oposto, lá as menininhasaprendem a se maquiar, a se portar ele-gantemente à mesa, a não borrar o batom.E quando eu digo menininhas, é de verda-de: o local recebe clientes de cinco a dezanos.

A empresária, dona da escola, Natháliade Mesquita, não deve estar se dandoconta de duas questões importantes: aprimeira trata-se da adultização de crian-ças; a segunda perpassa o que se conside-ra natural do gênero feminino. As pobrescoitadas já chegam à escola – se é queposso chamar um local como esse de es-cola – tendo que suportar o peso de lon-gos vestidos, os poros entupidos de

pó-de-arroz e os cabelos ensebados delaquê. E precisam passar pelo tormentofelizes e contentes porque, afinal, estão alipara se tornarem princesas e aprenderemtodos aqueles desdobramentos do que éfeminino instituídos por volta de 1837, noinício da Era Vitoriana – ou até antes dis-so.

E aí homem precisa vestir azul e mu-lher, rosa. Mulher com cabelo comprido ehomem com cabelo curto. Homem con-segue o sustento para a casa e a mulher fazcomida e lava roupas. Neste ponto, Simo-ne de Beauvoir já não deve estar se agüen-tando sete palmos abaixo. Maisinconseqüente ainda são os pais, que nãodevem ter lido Beauvoir, e compactuamcom tamanho absurdo.

Já que a escola é de princesas, devemensiná-las a esperar por um príncipe. Um

príncipe daqueles que montam em cava-los brancos, e são altivos e másculos. Sónão podem se esquecer de avisá-las deque não merecem nada. O que estão fa-zendo é iludindo essas crianças de que afelicidade é um direito, de que existemregras, um caminho claro a se seguir paraa obtenção da plena felicidade. E, bemsabemos, as coisas não são assim. A gera-ção que cresceu com muito mais do queseus pais (financeiramente, talvez e, comtoda certeza, tecnologicamente) estásendo moldada na crença de que as coi-sas precisam – a todo custo – darem cer-to: porque estudaram nos melhorescolégios, porque falam francês e porqueaprenderam a ser nobres no início da in-fância.

Essas crianças crescerão, prevejo, ma-chistas. E nunca hesitarão em encher o

peito para dizerem que foram, algum dia,educadas em uma escola de princesas. Esofrerão muito, já que terão que lidar como diverso, que incomoda. Talvez precisemconviver com um chefe mais “princesa”do que elas – e que nunca fora educadopara isso. Talvez precisem dar satisfaçõesa uma tia que mora distante e que sequermastiga com a boca fechada. Porque vivercercada de regras e com a felicidade pro-metida, em algum saculejo que a vida der,pode doer muito.

Deviam criar uma escola que ensinassea todo ser humano que a diversidade émais comum e natural do que se imagina.E que ela pode se expressar onde menosimaginamos. Seguir regras e condicionar-se a papéis socialmente aceitáveis sem serefletir sobre eles é, no mínimo, grave.Coitadinhas dessas “princesas”.

Bons “causos”Daniela Malagoli

O livro“Ostra feliznão faz pé-rola” (Ed.Planeta doBrasil,2008) apre-senta oconjuntode narrati-vas de Ru-bem Alves,

um dos maiores intelectuais do nossopaís. É dividido em partes intituladas:Caleidoscópio, Amor, Beleza, Crian-ças, Educação, Natureza, Política,

Saúde mental, Religião, Velhice eMorte, nas quais o autor reúne histó-rias simples, no entanto, desprovidasde superficialidade e que, despreten-siosamente, vêm nos proporcionarboas reflexões.

No livro, de título instigante, “cau-sos” são compartilhados de uma ma-neira tão leve e espontânea que nosfaz sentir como se estivéssemos ao la-do do autor. As ideias que foram apa-recendo seriam textos, mas RubemAlves decidiu colocá-las do jeito queapareceram, soltas e simples, comopássaros. Não dá para não ler. Não dápara não gostar.

Divulgação

Um problema sério e preocupanteEmílio de Sá

A obesidade infantil vem se tornan-do um problema grave e preocupantenão só nos países desenvolvidos, mastambém no Brasil. Esse é o principal te-

ma do documentário “Muito além dopeso”, que retrata como nossa juventu-de se alimenta mal e de forma errada. Oseu diferencial é mostrar vários aspectosque influenciam esse atual contexto,analisando tanto a praticidade das “co-midas rápidas” quanto a feroz publici-dade do setor alimentício direcionadaao público infantil. O filme pode servisto gratuitamente no site www.muito-alemdopeso.com.br.

Divulgação

No corredor da morteGuilherme Gonçalves

Na serie de TV Prison Break, MichaelScofield assalta um banco para ir para amesma prisão onde seu irmão, Lincoln

Burrows, está preso e será executado, porsupostamente ter matado o irmão da vi-ce-presidente dos Estados Unidos, umcrime que diz não ter cometido. Váriossão os problemas encontrados pelos ir-mãos para escapar da penitenciária. PrisonBreak mescla ação, suspense e inteligênciaem uma trama em que o assassinato éapenas a ponta de um “iceberg” de váriasoutras complicações. A serie é tão emoci-onante que prende o espectador do inícioao fim com uma história muito bemmontada e contada.

Divulgação

Page 12: Senso incomum 017 - ago/set 2013

12 senso

comum

Agosto/Setembro de 2013 n°17

Créd

itos

:Em

ilio

deSáfotorreportagem

Em uma universidade federal dequalidade, a educação com o espaço

público ainda engatinha

Desrespeito

sobre rodas