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1 UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE DIREITO, CIENCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONOMICAS- FADE CURSO DE DIREITO ANDRÉ LUIZ DE SOUZA SENSORIAMENTO REMOTO E O DIREITO ESPACIAL Governador Valadares - MG 2009

SENSORIAMENTO REMOTO E O DIREITO ESPACIAL · entre o chamado Direito ao relacionamento e as implicações existentes entre o chamado Direito ao ... o espaço pode ser dividido

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE

FACULDADE DE DIREITO, CIENCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONOMICAS-

FADE

CURSO DE DIREITO

ANDRÉ LUIZ DE SOUZA

SENSORIAMENTO REMOTO E O DIREITO ESPACIAL

Governador Valadares - MG 2009

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ANDRÉ LUIZ DE SOUZA

SENSORIAMENTO REMOTO E O DIREITO ESPACIAL

Monografia apresentada ao curso de Direito da Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE, como requisito indispensável para a graduação em Direito.

Governador Valadares, 04 de novembro 2009

Banca Examinadora:

Prof. Afrânio Hilel Terra Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE

Profª Sônia Maria Queiroz de Oliveira...................... Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE

Profª Sara Edwirges Barros Silva Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE

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Dedico este trabalho aos tantos que contribuíram com meu crescimento, e principalmente as inúmeras dificuldades e provações que passei desde a minha

origem aqui nesta terra até os dias de hoje.

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AGRADECIMENTO

Tamanha a estima que se firmou em meus sentimentos por esta Instituição, Universidade Vale do Rio Doce, que tanto me acolheu, ensinando passos fundamentais para o meu crescimento, não somente como acadêmico, mas como ser humano. Aos meus familiares que sempre me incentivaram a buscar os meus ideais, prosseguindo sobre as derrotas e me amparando para o recomeço, demonstrando para mim que homens erram, mas poucos são capazes de dar a volta por cima. Aos meus mestres educadores, que foram e são os meus exemplos de vida e motivação para prosseguir persistindo como um Espartano, não recuando, não se rendendo às tormentas da batalha em busca da vitória e da acepção do meu motivo de estar aqui. E principalmente, sobre todas as coisas, o meu SENHOR JESUS CRISTO, que me carregou por diversas vezes nos braços, quando as minhas pernas fraquejaram e a vida me sufocara, Ele estava lá presente, ao meu lado, me dizendo, vamos lá rapaz, não temas, eu estou contigo.

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RESUMO Este trabalho é uma análise da presença e a carência, bem como o significado dos conceitos da cooperação para o desenvolvimento dos tratados, acordos, declarações e outros documentos que compõem o Direito Espacial Internacional. Observa também as opiniões de renomados juristas e cientistas políticos sobre o relacionamento e as implicações existentes entre o chamado Direito ao relacionamento e as implicações existentes entre o chamado Direito ao Desenvolvimento, de um lado, e a regulamentação das atividades espaciais e o regime jurídico, do espaço exterior, inclusive a Lua e outros corpos celestes, de “conquista espacial”, desde antes e depois do início da Era Espacial, em outubro de 1957, quando predominavam preocupações estratégico-militares, até a última década do século XX e este começo do0 século XXI, em que ganharam ímpeto e se intensificam projetos de comercialização e privatização das atividades espaciais. Palavras-chave: Acordos, Tratados, Direito Espacial Internacional, Exterior, Atividades

Espaciais.

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ABSTRACT This work is an analysis of the presence and the lack, as well as the meaning of the concepts of the cooperation for the development of the treated ones, agreements, declaration and other documents that compose International the Space Right. It also observes the opinions of famous jurists and scientists politicians on the relationship and the existing implications between the Right call to the relationship and the existing implications between the Right call to the Development, of a side, and the regulation of the space activities and the legal regimen, of the exterior space, also the celestial Moon and other bodies, of “space conquest”, since before and after the beginning of the Space Age, in October of 1957, when concerns predominated strategical-military, until the last decade of century XX and this the 0 start of century XXI, where they had gained impetus and if they intensify commercialization projects and privatization of the space activities. Word-key: Agreements, Treated, Right the Space International, Space Exterior, Activities.

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SUMÁRIO

01 INTRODUÇÃO............................................................................................... 08

02 O ESPAÇO E AS NORMAS......................................................................... 15

2.1 ORIGEM E FUNDAMENTOS........................................................................ 15

2.2 PRINCÍPIOS RELATIVOS AO SENSORIAMENTO REMOTO DA TERRA A PARTIR DO ESPAÇO EXTERIOR..............................................

16

03 DENOMINAÇÃO DO NOVO RAMO.......................................................... 23

04 LIMITAÇÃO DO ESPAÇO........................................................................... 25

05 EFICÁCIA DA NORMA................................................................................ 27

06 FASES DO DIREITO ESPACIAL............................................................... 29

07 A FASED BIPOLAR....................................................................................... 30

08 FASE UNIPOLAR.......................................................................................... 32

09 SENSORIAMENTO REMOTO.................................................................... 36

10 O PODER DO DOMINÓ ESPACIAL......................................................... 37

10.1 DESEJO DOS PAÍSES EMERGENTES EM RELAÇÃO AO SRTS............ 38

10.2 POSIÇÃO DO BRASIL AO SENSORIADORES.......................................... 40

11 INTERPRETAÇÃO VIGENTE................................................................... 42

12 CONCLUSÃO................................................................................................ 43

13 REFERÊNCIAS............................................................................................. 44

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INTRODUÇÃO

Há muitos anos a humanidade vem em busca da compreensão do cosmo,

procurando através de pesquisas, desbravar este local desconhecido. O cosmo sempre foi alvo

de questionamento desde o tempo da Grécia antiga (século VIII a.C.) passando pela idade

media (século XI), até os dias atuais (século XXl).

Jamais o homem em toda sua história evoluiu como nos últimos 100 anos (1909 a

2009). Podemos nos considerar privilegiados, neste lapso de tempo no qual existimos e

podemos indiscutivelmente observar tamanhas conquistas em todos os ramos de pesquisas,

sejam elas: física, química, biológica, industrial e diversas outras que tamanha infinidade não

tem como citar. Basta o leitor utilizar da imaginação e do raciocínio lógico que vai

compreender quais e que tipos de evolução se trata uma pesquisa relacionada com o espaço

cósmico e, no que trata a evolução da ciência jurídica.

Ciência jurídica, esta que, vem acompanhando a evolução humana passo a passo

desde os tempos romanos (século VIII a.C.), até os dias de hoje, (século XXl), em que esta

ciência torna se necessário entrelaçar-se a com a tecnologia física, a química e a biologia. Tal

entreleçamento se faz necessário, para regulamentar os passos do homem nas conquistas

advindas da criatividade sabedoria e inteligência que nos faz cada dia mais, donos de um

poder supremo e ao mesmo tempo frágeis. Os objetos sejam eles quais forem, advindos da

criação humana, podem ser fontes para nossa destruição. Assim sendo, a humanidade tem que

se auto policiar e esta se faz através das normas jurídicas.

Nesse contexto, operadores do direito, se mantêm fixados apenas naquilo que os

circunda, aparentemente, na prática do dia-a-dia. Ainda percebe-se, aqueles que acham que já

são o suficiente, aventurando-se em subestimar, rotular e discriminar idéias que fogem do

contexto costumeiro. Destarte, desprezam a vontade do saber abrangente e do aprendizado

daquilo que não os interessa, por achar que são alcançados por tais utopias aparentes. E ao

final, do contexto, acabam por perceber que são coisas utópicas, que mesmo assim, fazem

parte de vida deles.

Desta forma, através deste trabalho, perante o infinito desconhecido, abraçar uma

das peças importantes para a humanidade que, hoje é regida do alto e poucos observam; mas

são dependentes diretos desta evolução, pelos meios de comunicação tanto na imagem quanto

nas telecomunicações.

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Houve um tempo no período feudal (século XIV – XVI), época em que a

economia se fazia através do escambo e o homem nem sonhava que o espaço e o cosmo

poderiam um dia ser objeto financeiro da humanidade, e através dele o homem coordenar

economia. Neste momento deve-se estar perguntando onde quero chegar, a resposta anda nas

carteiras, no bolso e bolsas de pessoas do mundo todo. São seus cartões de créditos, tais

movimentações regidas por satélites, e, além disso, vem a telefonia móvel e fixa, também a

Internet que hoje é um mecanismo importante para a comunicação entre as pessoas de um

mundo globalizado.

Por este motivo busco aqui a idéia do direito frente à prevenção de um colapso

mundial, caso tudo isso acabe da noite para o dia, seja por uma guerra ou mesmo que esta

tecnologia torne em si um mecanismo para promover a escravidão em uma espécie nova de

sistema absolutista que pode dominar o mundo através de um piscar de olhos.

Falarei sobre a origem e fase desta corrida espacial, pontos que o Direito atua

nela. Examinarei aspectos centrais do papel exercido pelas potências hegemônicas mundiais

nos processos de criação e desenvolvimento do Direito Espacial desde o início da Era

Espacial anos 60 do século XX e acompanhar a trajetória que vai de experiências muito ricas,

mas cheias de falhas desde o início do sistema de hegemonia bilateral, até o sistema unipolar

de hoje, marcado por perturbadora paralisia no trabalho de elaboração do Direito Espacial. A

conclusão salienta a necessidade e a importância de se insistir na busca de um mundo

multipolar que, seguramente, terá impacto inovador e salutar também na área espacial, mundo

este que promove a idéia da globalização e igualdades de todos os povos da humanidade .

Problemática

A Federação Internacional de Astronáutica, assim como os textos internacionais

aprovados pela ONU, adotam a expressão Direito do Espaço Exterior, que por sua vez é

considerada pela majoritária doutrina como a mais próxima da adequada. Sob esta visão, a referida

expressão realmente é a mais próxima do ideal. Entretanto, o próprio Direito Internacional Público

ainda não conseguiu estabelecer uma definição física para a palavra "exterior", pois não há um

consenso a respeito do limite espacial entre o espaço aéreo e o exterior. Beirando estas linhas,

mesmo sem uma definição internacional consensual de onde começa e termina cada espaço,

acredita-se que a melhor definição seja a de Direito Espacial Exterior, a qual difere apenas no que

tange à forma em relação a anterior.

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Ocorre que por diversas vezes este desacordo reflete sobre a relação sensoriamento e

soberania dos Estados foram alvos de debates, existindo duas vertentes: alguns entendiam

que o fato que os sensoriadores infringiam a soberania e privacidade dos sensoriados, nesta

forma violando tais direitos relativos a informações sigilosa das nações sensoriadas .

A outra vertente defendia que tais limites são predeterminados como nas linhas de

demarcações marítimas, que o simples fato de sensoriar não violava qualquer preceitos

relativos a soberania e privacidade dos países sensoriados .

Nestes termos, um grande problema foi debatido por diversos estudiosos deste

ramo do Direito. Segue assim a problematização do sensoriamento remoto.

Conforme a ótica de Celso D. De Albuquerque Mello (2002), o espaço pode ser dividido

em aéreo e exterior, sendo este segundo ainda denominado de várias maneiras, dentre elas:

epi-atmosférico, extra-atmosférico ou até ultra-atmosférico, porém, neste momento,

dispensável se faz a exegese ou definição dos termos mencionados. Entretanto, é

indispensável para este estudo a definição "teórica" exata da limitação entre o espaço aéreo e

exterior, pois é a partir de um ou de outro que serão aplicadas às normas do Direito

Internacional direcionadas a cada caso. Assim como a delimitação da soberania vertical de

cada Estado. Diz-se "teórica" porque, na prática, se torna impossível definir com exatidão o

momento limítrofe entre um e outro espaço, cabendo à Ciência lograr fazê-lo em momento

oportuno. Juridicamente falando, vários autores, cada qual à sua convicção, limita a linha

imaginária entre o espaço aéreo e exterior. Alguns juristas fixam como limite entre os dois

espaços a convencional linha Karman, que toma por base o ponto colocado a 300 milhas de

altura em relação ao nível do mar. Enquanto isso, o professor Ming-Min-Peng, citado por

Amorin Araújo, entende que o espaço aéreo (interior) finda a partir do momento em que o

homem não consegue mais utilizá-lo, sendo, desta forma, indispensável qualquer tipo de

delimitação científica exata, reforçando ainda, sob o enfoque jurídico, que a Convenção de

Chicago abarca como espaço aéreo "todo o espaço acessível ao homem, muito além da

Terra.

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José Cretella Júnior e José Cretella Neto (1999), mencionam o Congresso da

Federação Aeronáutica Internacional, realizado em 1960, o qual definiu espaçonave como

todo aparelho que ultrapassa 62 milhas de altura em relação ao nível do mar. Porém, a maioria

dos projetos americanos tem usado como referência o valor de 90 milhas.

Outros autores ainda sustentam a teoria da soberania vertical infinita dos Estados, ou,

até mesmo, uma delimitação entre os espaços aéreo e exterior pelo limite de poder efetivo dos

Estados. Palavras estas que soam insanas frente a alguns estudiosos dos direitos humanos.

Não obstante, estas teorias também se tornam inaceitáveis sob a ótica de Mateesco, citado por

Celso Mello, tendo em vista que "pela rotação da Terra os Estados perderiam

continuamente sua soberania sobre porções do espaço, conforme as diversas posições

que nosso astro tomaria no tempo e na sua trajetória cósmica".Celso Mello, 2002, p.

1282.

Em 1979, no Comitê do Espaço Extra-atmosférico, a Rússia ainda teria tentado

estabelecer como fronteira entre os dois espaços na altitude de 110 km, a contar do nível do

mar, sendo que ainda seria permitido o sobrevôo de engenhos espaciais, abaixo da

mencionada altitude, quando estes estivessem sendo colocados em órbita ou retornando desta.

Sob o ponto de vista deste estudo, o que soaria mais plausível na aplicação do Direito

Espacial Exterior atual, seria a teoria das zonas defendida por Cooper e citada pelo professor

Celso D. De Albuquerque Mello, na qual o Estado teria uma soberania até certa altura;

posteriormente, haveria uma zona contígua onde o Estado teria direitos visando a sua

segurança e seria dado um direito de passagem aos engenhos não militares. Posteriormente,

então, viria uma zona inteiramente livre. (CELSO MELLO, Id. Ib., pg. 1282).

Todavia, embora raciocine em uma linha quase perfeita, Cooper ainda não se atreve

a mencionar valores para a delimitação de uma linha limítrofe entre os espaços. Sendo que, a

partir deste momento, poderiam se emprestar tais valores da teoria de Schachter, citado por

Celso Mello (Id. Ib., pg. 1282), pelo qual se entende como espaço aéreo a área acima de

20/25 milhas de altitude, contando-se do nível do mar, pois este é o limite científico pelo qual

a densidade do ar é considerada suficiente para suportar aviões, ou seja, o espaço acima

deste limite só poderia ser atingido pelos engenhos espaciais, onde justamente começaria a

área de estudo do Direito Espacial Exterior, embora este limite ainda esteja localizado na zona

atmosférica.

No tratado dos Estados ficou determinado no Art.6º o seguinte texto:

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Os Estados que operam satélites de sensoriamento remoto arcam com a responsabilidade internacional por tais atividades e devem assegurar sua condução em conformidade com estes princípios e com as normas do Direito Internacional, independente de serem elas realizada por entidades governamentais ou não governamentais, ou ainda por organizações internacionais de que os referidos Estados são membros. Este princípio não afeta a aplicabilidade das normas do Direito Internacional sobre a responsabilidade dos Estados pelas atividades de sensoriamento remoto.

A jurista francesa Mireille Couston também viu nos Princípios "importante etapa no

sentido de se criar verdadeiro regime jurídico para o sensoriamento remoto". Este

“verdadeiro regime jurídico” resguardando o uso dos SRTS, no entanto, não foi elaborado.

Para o francês Leopold Peyrefitte, já se formou um costume internacional que

permite a tomada de imagens por SRTS, porque muitos países se dedicam a essa atividade e

os demais nunca protestaram.

A existência de concordância geral em torno de tal costume foi ratificada pela II

Unispace, a II Conferência das Nações Unidas sobre a Exploração e o Uso do Espaço

Exterior, realizada na cidade de Viena, em agosto de 1982, quando a liberdade de coletar

dados por meio do SRTS não foi contestada e tendo uma expectativa por alguns países em

desenvolvimento, interessados em seguir recebendo dados de satélites.

Os países em desenvolvimento, inclusive o Brasil defendiam, de início, o princípio

da autorização prévia, tanto para o sensoriamento de seus territórios quanto para a divulgação

dos dados obtidos.

Ou seja, antes de sensoriar um país, o país sensoriador deveria pedir licença a este

país. E também, antes de divulgar ou vender imagens tiradas de um país, o país sensoriador,

dona das imagens sobre o outro país, deveria consultar este país a respeito.

Já os países desenvolvidos sempre defenderam dois princípios: o da liberdade de

sensoriar qualquer ponto da Terra e o da livre circulação de informações. Em ambos os casos,

sem prévia autorização do país sensoriado.

No entanto os países em desenvolvimento argumentavam que o direito à soberania

permanente dos países sobre seus recursos naturais, consagrado na Declaração da Assembléia

Geral da ONU de 1962 . Para os países em desenvolvimento, este direito abarcaria não só os

próprios recursos naturais, como também os dados e informações a respeito destes recursos.

Logo, o país que se apropriasse, via SRTS, de informações sobre os recursos naturais de outro

país estaria violando a soberania deste país. A única forma de evitar esta violação seria o

pedido de autorização prévia do país para sensoriá-lo.

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O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a renunciar, no Copuos, em 1982, ao

princípio da autorização prévia do país a ser sensoriado.

Ele passou a propor os princípios do acesso prioritário e do acesso em base não

discriminatória do país sensoriado aos dados obtidos a seu respeito pelos países

sensoriadores. Assim outros países apoiaram a mudança, mas como não e possível agradar a

todos, o acesso prioritário foi recusado pelos países desenvolvidos. Estes países só admitiram

o princípio do acesso em base não discriminatória.

Questionados sobe o assunto os países desenvolvidos relataram sete diferentes

motivos que fundamentava o uso sem censura dos sensores:

1) Para eles, os direitos de soberania de um país vigoram só no chamado "espaço aéreo" de

cada país e não se estendem ao espaço exterior, que pode ser usado livremente por todos os

países. Como o sensoriamento remoto é feito a partir do espaço exterior, ela é atividade lícita

e não requer autorização do país sensoriado.

2) Os direitos de soberania de um país materializam-se, sobretudo, na liberdade de ação.

Como o SRTS dos recursos naturais de um país não afeta o direito e a liberdade deste país de

possuir e gerir como quiser seus recursos e riquezas naturais, a coleta de informações por

satélite não fere seus direitos soberanos.

3) O SRTS é passivo. Capta as ondas eletromagnéticas refletidas ou emitidas pelos objetos na

Terra. Quando, porém, usa-se técnica ativa, como a de radar que transmite raios, há, sim, certa

invasão do território nacional e o caso então pode ser avaliado de outro modo.

4) Nenhum país, nem seu povo como coletividade, têm o direito à 'privacidade' em virtude de

sua soberania. O livre intercâmbio de informações e idéias é a melhor garantia de manutenção

da paz e da segurança internacionais e de desenvolvimento de relações de amizade e da

cooperação entre as nações.

5) É difícil, senão impossível, ligar e desligar um satélite de sensoriamento remoto, conforme

o país que ele esteja focalizando e que permita ou não ser sensoriado.

6) A exigência de autorização prévia levantaria barreiras burocráticas muito prejudiciais ao

desenvolvimento do SRTS.

7) Os países dispostos a não autorizar o sensoriamento por satélite de seu território,

seguramente, não teriam meios técnicos para impedir essa operação.

Depois de tanto debate questionamento, novamente nesta guerra de direitos

prevaleceu o do mais forte como sempre foi na história da humanidade O princípio da

autorização prévia não foi incorporado aos Princípios da ONU. Prevaleceu o princípio da

liberdade de sensoriar, como queriam os países desenvolvidos.

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A redação final dos Princípios deu clara vantagem aos países desenvolvidos, detentores

das tecnologias de SRTS.

É preciso notar que estes países têm meios e recursos para garantir a si o usufruto da

liberdade de sensoriar. Já os países em desenvolvimento, para garantir o usufruto de seus

direitos no caso, dependem inteiramente de negociações a serem realizadas com os países

desenvolvidos.

A situação é de desigualdade entre as partes questão complexa e de difícil solução. Mas,

em princípio, parece óbvio que seria necessário criar um mecanismo internacional

compensatório, capaz de garantir acesso, oportunidades e possibilidades aos países

sensoriados em níveis equiparáveis à liberdade que os países sensoriadores têm de sensoriar o

mundo inteiro sem restrições.

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2 O ESPAÇO E AS NORMAS

2.1 ORIGEM E FUNDAMENTOS

Este ramo do Direito Internacional Público que se relaciona com o espaço, foi

elaborado visando, sobretudo, resguardar a Terra. Vale lembrar que ele surgiu, junto com o

início das atividades espaciais, no inicio da Guerra Fria, nos anos 1950.

O confronto nuclear entre as superpotências dos Estados Unidos e União Soviética, teria

destruído a vida no Planeta.

No entanto, tais rivais tiveram o bom senso de deixar o espaço cósmico fora da

briga como fizeram, aliás, com a Antártida tornando-a área de uso comum, totalmente

desmilitarizada.

O Direito Espacial de fato reúne os tratados, acordos, resoluções criadas para

estabelecer o status jurídico do espaço exterior e dos corpos celestes, e para regular as

atividades dos Estados, e de suas entidades públicas e privadas, destinadas a estudar e usar o

novo meio. Amparo legal é o Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos

Estados na exploração e uso do espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes.

Conhecido como o Tratado do Espaço, foi adotado em 1967 dez anos após a

inauguração da Era Espacial pelo Sputnik I, em 1957 sendo que agora em 2009

comemoraram-se seus 42 anos de vigência.

É considerado o código, a "Carta Magna do Espaço". Dele derivaram quatro

acordos: sobre salvamento e restituição de astronautas e Objetos Espaciais, de 1968, versando

também sobre Responsabilidade por Danos Causados por Objetos Espaciais em 1972,

também sobre os registros de Objetos Espaciais em 1976; também sobre as Atividades dos

Estados na Lua e outros Corpos Celestes, em 1979, e mais cinco declarações de princípios

aprovadas pela Assembléia-Geral da ONU sobre uso de satélites para transmissão direta de

TV internacional.

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2.2 PRINCÍPIOS RELATIVOS AO SENSORIAMENTO REMOTO DA TERRA A PARTIR

DO ESPAÇO EXTERIOR

Previsto na Resolução 41/65 da Assembléia Geral da ONU, de 09 de dezembro de

1986.

PRINCÍPIO I

Para os fins destes Princípios relativos às atividades de sensoriamento remoto:

a) O termo «sensoriamento remoto» significa o sensoriamento remoto da

superfície da Terra a partir do espaço que utiliza as propriedades das ondas eletromagnéticas

emitidas, refletidas ou difracionadas pelos objetos sensoriados, para melhorar a gestão dos

recursos naturais, o uso da terra e a proteção do meio ambiente;

b) o termo «dados primários» refere-se às informações brutas colhidas pelos

sensores remotos transportados por um objeto espacial e transmitidos ou enviados do espaço à

Terra por telemetria na forma de sinais eletromagnéticos, filme fotográfico, fita magnética ou

qualquer outro meio;

c) o termo «dados processados» compreende os resultados obtidos com o

processamento dos dados primários, necessários para torná-los utilizáveis;

d) o termo «informação analisada» significa a informação resultante do tratamento

dos dados processados, relacionados com dados e conhecimentos de outras fontes;

e) o termo «atividades de sensoriamento remoto» refere-se às operações dos

sistemas espaciais de sensoriamento remoto, das estações de coleta e armazenamento de

dados primários e dos centros de processamento, tratamento e difusão dos dados processados.

PRINCÍPIO II

As atividades de sensoriamento remoto deverão ter em mira o bem e o interesse

de todos os Estados, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico, social,

científico e tecnológico, levando em especial consideração as necessidades dos países em

desenvolvimento.

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PRINCÍPIO III

As atividades de sensoriamento remoto deverão efetuar-se em conformidade com

o Direito Internacional, inclusive com a Carta das Nações Unidas, o Tratado sobre Princípios

Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a

Lua e demais Corpos Celestes, e os documentos pertinentes da União Internacional de

Telecomunicações.

PRINCÍPIO IV

As atividades de sensoriamento remoto deverão efetuar-se em conformidade com

os princípios enunciados no artigo 1º do Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades

dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos

Celestes, o qual estabelece, em particular, que a exploração e o uso do espaço cósmico

deverão ter em mira o bem e o interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu

desenvolvimento econômico e científico, e fixa o princípio da liberdade de exploração e uso

do espaço cósmico em condições de igualdade. Tais atividades deverão efetuar-se com base

no respeito ao princípio da soberania plena e permanente de todos os Estados e povos sobre

suas riquezas e recursos naturais, com a devida consideração aos direitos e interesses de todos

os Estados e entidades sob sua jurisdição, em conformidade com o Direito Internacional.

Estas atividades não poderão ser efetuadas de modo a prejudicar os direitos e interesses dos

Estados sensoriados.

PRINCÍPIO V

Os Estados que realizam atividades de sensoriamento remoto deverão promover a

cooperação internacional nestas atividades. Para isso, deverão possibilitar a participação nelas

de outros Estados. Tal participação será sempre baseada em condições eqüitativas e

mutuamente aceitáveis.

PRINCÍPIO VI

Para permitir o máximo acesso aos benefícios das atividades de sensoriamento

remoto, os Estados deverão ser estimulados, sempre que viável, a estabelecer e operar, através

de acordos e outros entendimentos, estações de coleta e armazenamento de dados, bem como

centros de processamento e tratamento de dados, especialmente no marco de acordos ou

entendimentos regionais.

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PRINCÍPIO VII

Os Estados que realizam atividades de sensoriamento remoto deverão colocar

assistência técnica à disposição dos outros Estados interessados, em condições mutuamente

aceitáveis.

PRINCÍPIO VIII

A Organização das Nações Unidas e os organismos competentes das Nações

Unidas deverão promover a cooperação internacional, incluindo assistência técnica e

coordenação, na área de sensoriamento remoto.

PRINCÍPIO IX

Em conformidade com o artigo 4º da Convenção sobre o Registro de Objetos

Lançados ao Espaço Cósmico e com o artigo 11 do Tratado sobre Princípios Reguladores das

Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais

Corpos Celestes, o Estado que realiza um programa de sensoriamento remoto deverá informar

a respeito ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. Ele deverá, também, na

medida mais ampla e viável possível, tornar acessível qualquer outra informação pertinente a

qualquer outro Estado que o solicitar, especialmente a qualquer país em desenvolvimento

atingido pelo programa.

PRINCÍPIO X

O sensoriamento remoto deverá promover a proteção do meio ambiente natural da

Terra. Para esse fim, os Estados participantes de atividades de sensoriamento remoto que

tenham identificado, em seus domínios, informações capazes de prevenir qualquer fenômeno

nocivo ao meio ambiente natural da Terra deverão transmiti-las aos Estados interessados.

PRINCÍPIO XI

O sensoriamento remoto deverá promover a proteção da humanidade contra as

catástrofes naturais. Para esse fim, os Estados participantes de atividades de sensoriamento

remoto que tenham identificado, em seus domínios, dados processados e informações

analisadas capazes de serem úteis a Estados vítimas de catástrofes naturais, ou que

provavelmente serão atingidos por catástrofes naturais, deverão transmitir estes dados e

informações aos Estados concernentes, o mais rapidamente possível.

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PRINCÍPIO XII

O Estado sensoriado deverá ter acesso aos dados primários e processados relativos

ao território sob sua jurisdição, assim que forem produzidos, em base não discriminatória e a

um custo razoável. O Estado sensoriado deverá ter acesso, também, em base não

discriminatória e nas mesmas condições e termos, à informação analisada relativa ao território

sob sua jurisdição, disponível nos domínios de qualquer outro Estado participante de

atividades de sensoriamento remoto, levando-se em especial consideração as necessidades e

interesses dos países em desenvolvimento.

PRINCÍPIO XIII

Para promover e intensificar a cooperação internacional, especialmente tendo em

vista as necessidades dos países em desenvolvimento, o Estado que realiza sensoriamento

remoto e partir do espaço exterior deverá, quando solicitado, iniciar consultas com o Estado,

cujo território é sensoriado, para permitir sua participação nessas atividades e ampliar os

benefícios mútuos delas decorrentes.

PRINCÍPIO XIV

Em conformidade com o artigo 6º do Tratado sobre Princípios Reguladores das

Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais

Corpos Celestes, os Estados que operam satélites de sensoriamento remoto deverão assumir a

responsabilidade internacional por tais atividades e assegurar sua realização de acordo com as

normas do Direito Internacional, sejam essas atividades efetuadas por entidades

governamentais ou não-governamentais ou ainda por organizações internacionais de que os

referidos Estados sejam membros. Este Princípio não afeta a aplicação das normas de Direito

Internacional sobre a responsabilidade dos Estados por atividades de sensoriamento remoto.

PRINCÍPIO XV

Qualquer controvérsia resultante da aplicação destes Princípios deverá ser

resolvida por meio dos procedimentos estabelecidos para a solução pacífica das

controvérsias.

Em 1982 sensoriamento remoto da Terra por satélite, de 1986 uso da energia

nuclear no espaço, de 1992; cooperação internacional, de 1996; e conceito de Estado

Lançador, de 2004.

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Desta forma o Direito Espacial trata assim do espaço, da Lua, Marte e outros

planetas, satélites naturais e asteróides. Onde quer que seja o alcance destas odisséias, a

espécie humana estará amparada legalmente, não importa a órbita ou o ponto do Universo,

junto vai também o Direito Espacial, lavrado aqui na Terra base de todos os acordos e

desacordos, mesa de paz e arena de luta. Zelar pela Terra pode não ser a matéria especifica do

Direito Espacial, mas é sem dúvida, sua missão política maior, é sua própria sobrevivência.

Os princípios fundamentais do Direito Espacial como em todos os ramos do direito é a base

para organização destas normas. O Tratado do Espaço foi ratificado por 1998 e firmado por

27 dos 192 países membros da ONU.

O artigo 1º do tratado do Espaço reza: A exploração e o uso do espaço cósmico,

inclusive da Lua e demais corpos celestes, deverão ter em mira o bem e interesse de todos os

países, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico e cientifico, e é

incumbência de toda a humanidade.

E pelo artigo 3º, as atividades espaciais deverão efetuar-se em conformidade com

o Direito Internacional, inclusive a Carta das Nações Unidas, com a finalidade de manter a

paz e a segurança internacional e de favorecer a cooperação e a compreensão internacionais.

A meta é beneficiar incondicionalmente todos os países e toda a humanidade

garantindo a paz, segurança, cooperação e compreensão entre as nações da Terra.

E quando o Artigo 4º proíbe a colocação em órbita de armas de destruição em

massa nuclear, químicas e biológicas, a idéia é evitar a poluição espacial, claro, mas acima de

tudo, proteger a Terra e seus habitantes de uma catástrofe muito pior que a de Hiroxima e

Nagasaki.

O mesmo artigo, a seguir, desmilitariza por completo a Lua, Marte e todos os

outros corpos celestes, destinando-os para uso exclusivamente pacífico vedando ali bases,

fortificações e manobras militares, além de testes com armas.

É defeso o uso de armas na órbita de tais locais, contrário da Terra, eles poderão

ter uma história sem guerras.

Dentro de 20-30 anos, chegarmos ao solo da Lua e em Marte, deveremos,

obrigatoriamente, estar desarmados uma novidade na trajetória de nossa civilização.

O Artigo 9º, por seu turno, manda que o espaço e os corpos celestes sejam

estudados e usados de modo "a evitar os efeitos prejudiciais de sua contaminação, assim como

as modificações nocivas no meio ambiente da Terra, resultantes da introdução de substâncias

extraterrestres". A ordem, pois, é não contaminar o espaço e os corpos celestes, nem permitir

a contaminação da Terra. Ocorre que neste Ano 50 da Era Espacial, graças a pesquisas da

21

ONU, da qual participaram 600 especialistas de 40 países, ficamos sabendo com absoluta

certeza que, devido à mudança do clima e ao aquecimento global provocados pela ação

humana, a Terra corre gravíssimos perigos. Assim sendo, versa em tomar todas as medidas

possíveis para reduzir os efeitos das calamidades que já nos maltratam e que devem se

intensificar cada vez mais.

O Direito Espacial tem relevante papel a desempenhar nesta jornada. Quatro

grandes desafios, hora que, a prioridade maior é defender a Terra. Desafios estes:

Aperfeiçoar, ampliar e dar a maior efetividade possível a todos os acordos, e produzir

princípios, normas e recomendações dirigidos a proteger o Planeta. Vários Princípios do

Sensoriamento Remoto da Terra por Satélite, de 1986, precisam ser modernizados e

detalhados, para se tornarem mais eficientes e consistentes com as necessidades atuais do

mundo.

As atividades de sensoriamento remoto são hoje vitais. Logo, já não basta dizer,

como faz o Principio V, que os paises que realizam tais atividades deverão possibilitar a

participação nelas de outros Estados e que tal participação será sempre fundada em condições

eqüitativas e mutuamente aceitáveis. É imperioso criar todo um programa de cooperação pró-

ativa para equipar e estimular os países a se beneficiarem o máximo possível do

sensoriamento remoto.

Também já não é suficiente estabelecer que os Estados participantes de atividades

de sensoriamento remoto que tenham identificado, em seus domínios, informações capazes de

prevenir qualquer fenômeno nocivo ao meio ambiente natural da Terra deverão transmiti-los

aos Estados interessados, como reza o Principio X. Ou afirmar, como faz o Princípio XI, que

"O sensoriamento remoto deverá promover a proteção da Humanidade contra as catástrofes

naturais. Para esse fim os Estados participantes de atividades de sensoriamento remoto que

tenham identificado, em seus domínios, dados processados e informações analisadas capazes

de serem úteis a Estados vítimas de catástrofes naturais, ou que provavelmente serão atingidos

por catástrofes naturais, deverão transmitir estes dados e informações aos Estados

concernentes, o mais rapidamente possível".

Desta forma, existe uma ação coletiva, coordenada, permanente e constantemente

renovada para estudar, prevenir, impedir, evitar e enfrentar em escala global – as cadeias de

fenômenos nocivos e catástrofes naturais.

O plano de criação, em dez anos, dos Sistemas de Observação Global da Terra,

adotado em 16 de Fevereiro de 2005 e hoje apoiado por 66 países, inclusive o Brasil e a União

Européia, é prova cabal da necessidade de um trabalho com a comunidade mundial para

22

entender como a Terra funciona em seu todo. Tempo, clima, oceanos, atmosfera, água, solo,

geodinâmica, recursos naturais, ecossistemas e desastres induzidos ou naturais. Isso é tão

importante que, ante a nova emergência planetária, a implantação do Sistema dos Sistemas

deveria ser acelerada, protelando assim, o prazo temporal destes fenômenos com a prevenção

desocupação de áreas e outros meios para vencer esta batalha.

Conceber novos princípios e regras práticas de fomento a cooperação para equipar

todos os paises com a infra-estrutura indispensável para receber, processar, analisar usar

dados de satélite em planos nacionais de desenvolvimento sustentável.

Regulamentar a questão dos dejetos espaciais, cujo volume aumenta

sistematicamente e pode causar danos inestimáveis não apenas aos satélites ativos em órbitas

do nosso Planeta, mas também aos serviços essenciais que eles prestam a Terra, inclusive os

de monitoramento e proteção ambiental.

Barrar a instalação de armas exorbita enquanto há tempo e impedir a conversão do

espaço em campo de batalha. Guerra no espaço era só o que faltava para coroar o tempo das

catástrofes já visíveis e previsíveis na Terra. Mas o avanço e a eficácia do Direito Espacial,

como de todo Direito, dependem da vontade e determinação política dos governos e da

opinião publica. Sem essa força propulsora, ele ate poderá ser uma conquista cultural valiosa

e imperecível, mas não passará de uma norma escrita sem eficácia plena.

23

3 DENOMINAÇÃO DO NOVO RAMO

Primeiramente, este novo ramo do Direito Internacional que será exposto nas

próximas páginas, tem sua definição confeccionada pelo mestre, citado por Oliveiros Litrento

(2003), como “o conjunto de regras jurídicas que regem as relações internacionais decorrentes

da exploração e das diferentes formas de utilização do espaço ‘‘ portanto, nestas linhas,

entende-se que este novo ramo poderia ser denominado de Direito Espacial Exterior”.

Entretanto, encontram-se facilmente mais de dez denominações a respeito do tema, dentre

elas, algumas merecem destacada exegese, tendo em vista que ainda não se chegou a um

consenso em relação à definição do nome a se utilizar.

Direito interplanetário, é um dos termos aplicados por doutrinas que abordam tal

direito. Exemplo: José Monserrat Filho (1998), que tem desempenhado um importante papel

no estudo jurídico relacionado ao Espaço.

Entretanto, ao observar a definição da palavra interplanetária, que é: situado entre

planetas, verifica-se que o objeto de estudo a que pretende o ramo do direito em questão é

demasiadamente amplo, no qual aborda outros corpos celestes além dos planetas, como os

asteróides, cometas, estrelas e o próprio espaço utilizado pelos satélites.

É de fato que a humanidade sempre em suas histórias desde as primícias do

homem sempre ocorrera a questão do espaço e neste contexto estava o homem nas mesmas

condições atuais sem saber praticamente nada, entre todas estas questões o que fascina o

espírito humano, são aquelas sobre nossa origem, de onde viemos e para onde vamos, estão

certamente entre as mais presentes no nosso pensamento. Quando Nicolau Copérnico,

Johannes Kepler e Galileo Galilei, mostraram que, na realidade, é nosso planeta Terra que

gravita e não o Cosmos, o ser humano descobriu a existência de um espaço infinito em torno

de si. Esta cruciante verdade nos levou o entender que somos apenas um ponto no meio do

infinito assim das descobertas humanas, esta provavelmente foi a maior revolução no

pensamento humano em que somos praticamente obrigados a tomar conhecimento do que é

infinitamente grande e do que é infinitamente pequeno, em meio a átomos e o Universo está o

Ser Humano, dentre uma partícula elementar e a galáxia encontra se o planeta Terra.

Direito Cósmico, também depara com algumas limitações, pois a definição de

cosmos é: o Universo, e não oponente, verifica-se o sentido de "Universo" como: anexo de

tudo quanto existir; todo o espaço e a matéria nele contida galáxias, estrelas, planetas,

24

cometas, satélites, quasares e buracos negros, se consideramos a Terra como um dos planetas,

sendo que os planetas existem dentro da definição de Universo, ainda, tem o mesmo valor

conceitual de Cosmos, tornaríamos impróprio o escopo jurídico dado pela expressão Direito

Cósmico. O planeta Terra não poderia fazer parte de tal ordenamento, pois este novo ramo do

direito tem por objetivo estudar precisamente as relações internacionais advindas da

exploração e das distintas formas de utilização do espaço exterior. Tendo por baseamento a

definição da palavra espaço como extensão indefinida; vácuo situado além da atmosfera da

Terra, onde se encontram todos os corpos celestes do Universo, não seria correspondente

denominar este ramo do direito por Cósmico. Nesta via, não poderíamos incluir o planeta

Terra nesta definição, pois este já possui seu próprio ordenamento jurídico. Tendo que focar a

definição apenas no que se refere ao espaço situado além de nossa atmosfera.

25

4 LIMITAÇÃO DO ESPAÇO

Conforme a ótica de Celso D. de Albuquerque Mello (1998)

O espaço pode ser dividido em aéreo e exterior, sendo este segundo ainda denominado de várias maneiras, dentre elas: epi-atmosférico, extra-atmosférico ou até ultra-atmosférico, porém, neste momento, dispensável se faz a exegese ou definição dos termos mencionados. (MELLO, 1998)

Entretanto, é indispensável para este estudo a definição "teórica" exata da

limitação entre o espaço aéreo e exterior, pois é a partir de um ou de outro que serão aplicadas

às normas do Direito Internacional direcionadas a cada caso. Assim como a delimitação da

soberania vertical de cada Estado. Diz-se "teórica" porque, na prática, se torna impossível

definir com exatidão o momento limítrofe entre um e outro espaço, cabendo à Ciência lograr

fazê-lo em momento oportuno. Juridicamente falando, vários autores, cada qual à sua

convicção, limitam a linha imaginária entre o espaço aéreo e exterior.

Alguns juristas fixam como limite entre os dois espaços a convencional linha

Karman, que toma por base o ponto colocado a 300 milhas de altura em relação ao nível do

mar.

Enquanto isso, o professor Ming-Min-Peng, citado por Amorim Araújo ( 1992),

entende que:

O espaço aéreo (interior) finda a partir do momento em que o homem não consegue mais utilizá-lo, sendo, desta forma, indispensável qualquer tipo de delimitação científica exata, reforçando ainda, sob o enfoque jurídico, que a Convenção de Chicago abarca como espaço aéreo todo o espaço acessível ao homem, muito além da Terra. (Peng 1992, ARAÚJO)

José Cretella Júnior (1960), menciona o Congresso da Federação Aeronáutica

Internacional, realizado em 1960, o qual definiu espaçonave como todo aparelho que

ultrapassa 62 milhas de altura em relação ao nível do mar, porém, a maioria dos projetos

americanos tem usado como referência o valor de 90 milhas. Outros autores ainda sustentam a

teoria da soberania vertical infinita dos Estados, ou, até mesmo, uma delimitação entre os

espaços aéreo e exterior pelo limite de poder efetivo dos Estados. Em 1979, no Comitê do

Espaço Extra-atmosférico, a Rússia ainda teria tentado estabelecer como fronteira entre os

dois espaços na altitude de 110 km, a contar do nível do mar, sendo que ainda seria permitido

26

o sobrevôo de engenhos espaciais, abaixo da mencionada altitude, quando estes estivessem

sendo colocados em órbita ou retornando desta. Sob o ponto de vista deste estudo, o que

soaria mais plausível na aplicação do Direito Espacial Exterior atual, seria a teoria das zonas

defendida por Cooper e citada pelo professor Celso D. de Albuquerque Mello, na qual o

Estado teria uma soberania até uma certa altura; posteriormente, haveria uma zona contígua

onde o Estado teria direitos visando a sua segurança e seria dado um direito de passagem aos

engenhos não militares. Posteriormente, então, viria uma zona inteiramente livre.

Entretanto, embora raciocine em uma linha quase perfeita, a partir deste momento,

poderia se emprestar tais valores, pela qual entende-se como espaço aéreo a área acima de

20/25 milhas de altitude, contando-se do nível do mar, pois este é o limite científico pelo qual

a densidade do ar é considerada suficiente para suportar aviões. Define assim, o espaço acima

deste limite só poderia ser atingido pelos engenhos espaciais, onde justamente começaria a

área de estudo do Direito Espacial Exterior, embora este limite ainda esteja localizado na zona

atmosférica.

27

5 EFICACIA DA NORMA

O exame feito a partir da apreciação do texto de uma série de documentos: 1)

Carta da Organização das Nações Unidas; 2) instrumentos internacionais que abordam,

direta ou indiretamente, questões jurídicas atinente ao desenvolvimento nacional; 3) tratados

em vigor e declarações aprovadas pela Assembléia Geral da ONU sobre matéria espacial; 4)

acordos bilaterais e regionais sobre programas espaciais relevantes; 5) leis, estatutos e

programas de agências espaciais nacionais, inclusive o Plano Nacional de Atividades

Espaciais do Brasil. São também escolhidas classificadas e analisadas manifestações

expressas por estudiosos a respeito das idéias de desenvolvimento e, exclusivo, de

desenvolvimento sustentado, no âmbito dos empreendimentos espaciais e da cooperação

internacional no setor. Entre os resultados do trabalho estão algumas comprovações

marcantes: as atividades espaciais, sobretudo com o fim da Guerra Fria a partir da segunda

metade dos anos 80, evoluíram com especial rapidez para se tornarem absolutamente

indispensáveis a qualquer esforço efetivo de desenvolvimento sustentável nos países, não

obstante, a idéia de desenvolvimento nacional vinculado aos benefícios e atividades espaciais

é relativamente nova. Assim que as implicações das atividades espaciais sobre o

desenvolvimento nacional dos mais distintos países, necessitam ser estudadas de maneira

ampla e profunda, para que se possa e possibilite perfeita suas experiências e formas mais

eficazes, bem sucedidas e justas, já acumuladas.

Evidencia-se ainda que o uso militar do espaço cósmico e a instalação de armas

em órbitas da Terra, com o fim de estabelecer autoridade ou dominação unilateral no espaço e

condicionar de modo despótico o direito de acesso a ele para outros países, são conflitantes

com o direito de todos os países ao incremento na área espacial.

Percebe-se então que a comunidade internacional de países já aceita um princípio

de relações efetivo entre o Direito Espacial e o Direito ao Desenvolvimento, mas que esta

posição ainda não dispõe de consistente amparo legal e terá que se fortalecer ainda mais, para

ganhar autoridade jurídica e política, podendo assim influenciar positivamente o andamento

das atividades espaciais de maior impacto na vida de todas as nações, no sentido da

consagração determinante do princípio da exploração e uso do espaço excepcionalmente para

fins pacíficos e construtivos.

28

Tendo que ressaltar e estudar aspectos centrais do papel exercido pelas potências

hegemônicas mundiais nos processos de criação e desenvolvimento do Direito Espacial desde

o início da Era Espacial. Acompanha o andamento que vai das experiências abrangentes, mas

existe um vazio, do sistema de hegemonia bilateral, até o sistema unipolar de hoje. A

conclusão salienta a necessidade de insistir na procura de um mundo multipolar que,

certamente, terá impacto inovador e saudável também na área espacial.

29

6 FASES DO DIREITO ESPACIAL

Este ramo do Direito dispõe duas fases: a bipolar que se enfoca muito pela ordem

jurídica, e a unipolar, que é o presente dos dias de hoje, ocasião essa que formam

fundamentos para o crescimento do direito quanto ao espaço.

O sistema bipolar trouxe ao mundo a possibilidade de regulamentação das normas

referidas nos tratados referente a este tema tendo o mundo a oportunidade de não observar a

corrida espacial tornar uma batalha cinematografia.

30

7 A FASE BIPOLAR

O lançamento do Sputnik I, em 04 de outubro de 1957, inaugura a era espacial há

45 anos, atrás dando início a dois distintos sistemas de hegemonia mundial, sendo eles o

bipolar, em que se confrontaram as lideranças União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a

dos Estados Unidos da América; e o unipolaridade vigorante atualmente, sob a hegemonia

incontrastável é a dos EUA, um domínio imperial como nunca foi visto. Os dois sistemas se

caracterizam por impactos bem distintos sobre o processo de criação do Direito Espacial.

Quase todo o Corpus Iuris Spatialis é criado sob o primeiro sistema, que se romper com a

falência da URSS, em 1991. Nos anos de 1960 e de 1970, em especial, surge e avança um

intenso trabalho de elaboração de acordos que gera resultados acentuados, a uma velocidade

extraordinária. Passando por um único plenário legislativo, o Comitê das Nações Unidas para

o Uso Pacífico do Espaço Exterior, com seus dois subcomitês, o Jurídico e o Científico-

Técnico. Órgão este que é moldado e regulamentado no efetivo pela imprescindível

convenção entre os EUA e a URSS.

Bem sucedidos na Segunda Guerra Mundial, as duas superpotências, separadas

por intensa competitividade política e estratégica, adversárias desde os anos de 1940 numa

guerra fria, capaz de aquecer a qualquer momento, com a utilização de armas de destruição

em massa, armas que são inicialmente transportadas por aviões, exemplo do ataques dos EUA

a Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, Conclui se que o melhor seria lançá-las por meio

de mísseis balísticos intercontinentais. Os EUA e a URSS se lançam, então, impetuosos, à

corrida pela criação do primeiro míssil balístico intercontinental. O desígnio de ambos é

tornar-se a primeira potência espacial do mundo. Tornado o espaço a única fronteira para a

ostentação de autoridade nacional e poderio. Os EUA e a URSS evidenciaram sua liderança

perante outros Estados fazendo a guerra das propagandas, adotando sua superioridade

tecnológica e militar, mostrar-se a elevação e a excelência essencial a seus atinentes regimes,

o liberal democrático e o comunista, época esta que também desvenda enorme empenho civil

pela pesquisa científica espacial. No entanto, embora o lançamento do Sputnik integre o

histórico evento, o início da Era Espacial não se deve ao primeiro satélite artificial, mas aos

planos estratégico-militares de cada superpotência com inclusão à outra. Mil vezes mais

importante que o satélite posto em órbita. Mas sim o importante para eles foi a criação do

31

primeiro míssil balístico intercontinental, devidamente testado e qualificado 8 de novembro

de 1957, o governo soviético anuncia o teste de nova bomba de hidrogênio.

Obviamente que, se a Rússia tinha potencial para lançar um satélite no espaço,

dominava também lançamento de um dispositivo equipado com bomba atômica ou de

hidrogênio. Assim, diante isso, os americanos perceberam, como nunca antes, que o país deles

encontrava-se agora ao alcance dos foguetes russos, foguetes estes que poderiam transportar

armas nucleares terrivelmente destrutivas, de continente ao outro. Este foi o clima em que se

inaugurou a Era Espacial, começando assim a base do Direito Espacial, das regulamentações

das atividades espaciais. O Direito Espacial é fruto da Guerra Fria.

Iniciaram com a seguinte decisão: ambos concordam em que a novas questões

espaciais sejam debatidas e regulamentadas pela Organização das Nações Unidas, criando-se,

no ano de 1959, o Comitê das Nações Unidas determinando o uso Pacífico do Espaço

Exterior, sua composição elaborada por 24 países na época hoje são 65. Isso proporcionou o

tratamento transparente e amplo possível à época ligada às tensões e à corrida armamentista

das superpotências, porém, problemas militares com sérias implicações espaciais foram

resolvidos por entendimentos bilaterais entre as duas superpotências. Nascendo assim o

Tratado de Proscrição das Experiências com Armas Nucleares na Atmosfera, no Espaço

Cósmico e sob a Água, concretizado em Moscou, em 1963. Tratado sobre Limitação dos

Sistemas de Defesa Antimíssil firmado em 1972 apenas pela URSS e pelos EUA e a

Convenção que trata a Proibição do uso de técnicas de modificação do Meio Ambiente com

fins militares ou quaisquer outros fins ameaçadores à humanidade em 1977, aplicando-se

também ao ambiente espacial. Decidindo se assim por ambas as partes retirar as questões

militares espaciais do Copuos, transferindo-as à Comissão de Desarmamento e depois para a

Conferência de Desarmamento da ONU, privando o Copuos da mais categórica das pautas,

da qual depende o uso pacífico do espaço que consta no próprio nome do Comitê o Governo

dos EUA, percebe que o regime jurídico internacional mais conveniente para o espaço é

aquele que o deixasse livre e aberto a todos os países, com intuito de usar satélites para

observar os inimigos, a começar pela URSS.

32

8 FASE UNIPOLAR

Esta fase posso dizer ser uma fase de dominações tecnológicas; um monopólio

onde os Estados mais desenvolvidos sobrelevam sua tecnologia sobre os paises emergentes,

fazendo muito pelo Direito Espacial, mas também deixa sérias lacunas e neste momento da

monografia que começa a deliberação a contradição na qual se torna demagógica a posição

dos países, sobrepondo os outros. Por exemplo, não versa desmilitarizar o espaço na mesma

extensão em que desmilitarizou a Antártida. Pelo Artigo 1º do Tratado de 1959, a Antártida só

pode ser utilizada para fins pacíficos, estando proibidas medidas de natureza militar, como o

estabelecimento de bases e fortificações, a realização de manobras militares, bem como as

experiências com armas. Em contra partida o condomínio EUA-URSS produziu muito mais

pelo desenvolvimento da ordem jurídica espacial do que o presente sistema unipolar, pelo que

se observa desde dos anos de 1990 até hoje, e pelas perspectivas que se desenham visando o

futuro nada de concreto . Com efeito, o que parece caracterizar melhor o sistema unipolar é a

impossibilidade de se promover esforço e acordo para o desenvolvimento do Direito Espacial,

segundo as exigências dos novos tempos, o entendimento de hoje têm se manifestado,

sucessivas vezes, em desfavor de qualquer proposta de emenda aos tratados vigentes. Não

importa evidenciar-se cada vez mais a necessidade de se preencherem espaços vazios que, se

no passado podiam ser relevadas, hoje impedem aprimoramentos e avanços imprescindíveis.

As atividades espaciais, tanto militares como civis, estão agora num estágio muito distinto do

existente, quando as principais fontes do Direito Espacial foram elaboradas. O contexto sócio-

político e científico-tecnológico de nossos dias supera em muito o marco jurídico vigente.

Atualizá-lo é demanda certa urgente que só faz crescer a propagação do direito nos passos da

humanidade. A busca de uma concordância entre os paises é indispensável para se iniciar

uma discussão sobre a viabilidade e a necessidade de uma convenção geral única sobre o

Direito Espacial Internacional, a exemplo do alcançado, de forma tão frutuoso, no Direito do

Mar, com a Convenção de 1982. Também a necessidade de uma convenção sobre o

sensoriamento remoto da Terra por satélite, a partir do conjunto de princípios. O debate

certamente abriria novos caminhos e soluções para aproximar procedimentos coerentes para

consolidar os princípios centrais e as mais valiosas conquistas do Direito Espacial

Internacional constante no texto já abraçado, além de completar as lacunas existentes e

designar novas normas adequadas frente aos diversos problemas espaciais ainda não

regulamentados. Unipolaridade revela-se inapto para admitir para habituar-se-a com uma

33

tarefa de tamanha amplidão. É como se ele perdesse o domínio do processo legislativo sendo

obrigado a descer de sua posição predominante para negociar, em termos de igualdade

jurídica, com países com nível peculiares e tecnológicos inferiores. O Copuos parece não ter

mais a mesma relevância de tempos passados, a observando de fato que as atividades

espaciais hoje são, efetivamente, muito mais intensas e de supra importância para toda a

humanidade, pois existe uma dependência do ser humano com fatores tecnológicos advindos

de tal atividade, como por exemplo, trabalho a questão da comunicação da internet, sistemas

de rádio, telefonia, sistema de GPS, televisão, sistema de valores como bolsa de valores e a

conduta inclusive dos cidadãos de toda a terra na sua maioria com a utilização dos cartões de

crédito, na previsão do tempo e na proteção da natureza, através do monitoramento remoto

produzindo identificação localização de mapa para aqueles que buscam se localizar. Enfim, o

homem de hoje é altamente dependente dessa tecnologia. A unipolaridade, por sua própria

natureza, não precisa, necessariamente, opor-se à continuidade de fóruns deste tipo, quando

ela começou na corrida espacial, os sonhos destes Estados eram justamente chegarmos onde

estamos obviamente que naquele momento existia um interesse comum de uma competição

para definir quem seria a maior potência do mundo. Bastando não atribuir a eles um papel

realmente criativo e produtivo. Quando muito, abre-lhes a possibilidade de ratificar algum

projeto já previamente articulado no essencial, para que ele possa exibir uma base de apoio

mais ampla. No geral, porém, não vê conveniência nem interesse verdadeiro no debate e na

busca multilateral de soluções. Essa abertura, a seu ver, envolve o risco de complicações e

dissabores desnecessários. A hegemonia única repousa e se resguarda no poder de rejeitar

qualquer iniciativa que ela julgue afetar de algum modo seus interesses e diretrizes, sem que

seja preciso contrapor uma argumentação convincente e bem fundamentada. É o frio e

renovado direito de veto, em que, não raro, se converteu a regra da aprovação por consenso.

A unipolaridade tende irresistivelmente cair no desrespeito pela opinião alheia e

na recusa a agrupar uma ampla concepção de justiça. O risco que representam os grandes

líderes desta hegemonia é que sua política externa é toda feita de forma acelerada, mas sem

freio. Não contribuindo assim para a resolução dos crescentes conflitos entre o interesse

nacional da superpotência hegemônica e os interesses da comunidade internacional, que se

pretende minimizar taxando-a de superficial.

Resultando isso em uma dificuldade de compreensão dos "bens públicos globais",

entre os quais estão a ordem pública internacional e o uso do espaço exterior. Devendo ser

observado também que os poderosos, em um apelo demasiado estreito aos bens públicos

globais arriscam converter-se numa ideologia do interesse próprio, obtendo a propriedade

34

podendo gerar conseqüências disso na prática espacial, na medida em que as políticas

americanas baseadas na segurança nacional mantêm uma distância entre o ter espacial dos

Estados Unidos da América e o não ter de outros países e, assim, amplia o alcance

tecnológico e econômico entre as duas partes, políticas estas que geram, simultaneamente,

efeitos ameaçadores à paz, à segurança e estabilidade afetando não somente os interesses

econômicos, políticos e de segurança, mas também os interesses correspondentes da

comunidade mundial como um todo. Examinando mais especificamente as obstruções

unilaterais na indústria e na transferência de tecnologia de lançamentos espaciais, conclui-se

que leis, diretrizes e práticas que virtualmente excluem a cooperação, neste setor fundamental

das atividades espaciais, infringem o espírito do Tratado do Espaço de 1967 e a Declaração da

Assembléia Geral da ONU, de 1996, sobre os Benefícios do Espaço Exterior, na qual requer

que todos os Estados se empenhem, na máxima extensão possível, na cooperação

internacional no que se trata exploração e uso do espaço. Mas a maior ameaça da

unipolaridade está no propósito, nunca antes tão determinado e de certa maneira já em

marcha, de militarizar totalmente o espaço exterior, com inclusão do uso de armas nucleares.

Já não bastam a exploração e o uso do espaço para ações militares, consideradas passivas,

auxiliares e não agressivas – inter alia - de observação, telecomunicações, reconhecimento,

localização e exatidão de tiro, profundamente desenvolvidas na fase da bipolaridade. Estas

acepções são visivelmente controversas. Certo modo, todas essas atividades já não são

consideradas suficientes. A unipolaridade em sua formulação contemporânea, vai

arriscadamente além. Admite o princípio de o uso militar ativo do espaço e vê como

necessário a concepção de um sistema de defesa que compreenda a instalação de armas no

espaço exterior, e também sustenta armas instaladas em solo adequadas para destruir objetos

espaciais. E para justificar esta política, um grande número de juristas militares é mobilizado

atarefando se de produzir uma interpretação das lacunas existentes nos tratados do Direito

Espacial, no intuito de fundamentar uma base legal para o uso militar do espaço sem

restrições. Atualmente vivemos episódios de paz mesclados a guerras esporádicas por justo

interesse de agir da soberania, sobrepondo interesses econômicos e sim de demonstração de

domínio a idéia é imaginar uma guerra sanguinária ou coisa parecida, mas, no entanto, foge

do contexto. Seria um silêncio ao mundo caso todos os satélites em órbita fossem abatidos,

provavelmente o homem voltaria no mínimo 30 anos na forma de vivência, isso também é

uma forma de guerra, a importância das normas jurídicas espaciais vão além do que a grande

maioria dos juristas atuais si quer preocupariam em pensar, só seria pensado no momento em

que não mais obtivessem seus aparelhos celulares, not books, siscon acompanhamento on line

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dos processos nos precatórios aguardarem os correios, sem notícias de decisões STF, STJ etc.

Digo isto pois é questionável o porque de todas estas palavras e um tema tão distante

aparentemente tão irrelevante, mas que vive dentro das nossas casas, e um grande detalhe

ultrapassa fronteira e legislações este trabalho cientifico, visa a população mundial não está

pré limitado a uma pequena parte da humanidade engloba um todo.

36

9 SENSORIAMENTO REMOTO

Sensoriamento Remoto - conceitos básicos:

O que é Sensoriamento Remoto; Comportamento espectral de alvos naturais;

Tipos de sensores remotos; Resolução de um sistema sensor; Características das imagens de

satélite; Níveis de coleta de dados; Mapas de órbita; Elementos de interpretação.

37

10 PODER DO DOMINIO ESPACIAL

Esta idéia de conquista espacial trás ao todos nos uma compreensão existente em a

prevalência do sistema unipolar observando que ao longo destas décadas de pesquisas e

investimentos esta nação desbravadora do espaço se viu sem qualquer rejeição mundial a

posse do espaço lunar e o envio de vários astronautas a em diversas expedições da NASA,

fato em que muitos sinistros ocorreram e astronautas perderam suas vidas em busca desta

conquista tão sonhada tanto dos lideres quanto da população daquele pais .

Pertencemos a um território, não o possuímos, guardamo-lo, habitamo-lo, impregnamo-nos dele. Além disso, os viventes não são os únicos a ocupar o território, a presença dos mortos marca-o mais do que nunca com o signo do sagrado. Enfim, o território não diz respeito penas à função ou ao ‘ter’, mas ao ‘ser’. Esquecer este princípio espiritual e não material é se sujeitar a não compreender a violência trágica de muitas lutas e conflitos que afetam o mundo de hoje: perder seu território é desaparecer. (Bonnemaison e Cambrèzy, 1996. apud: Haesbaert, 2002)

Esta expansão espacial transforma o dia-a-dia de todos os terráqueos, com este

avanço da tecnologia, possibilitando observação por satélites, elaborando imagens de diversos

locais do planeta, fato este que vem criando muitos questionamentos baseado na soberania de

cada Estado.

Temos as normas estabelecidas no tratado dos Estados na qual versa sobre este

tema em seu art 6º relatando a seguinte norma: "os Estados que operam satélites de

sensoriamento remoto arcam com a responsabilidade internacional por tais atividades e devem

assegurar sua condução em conformidade com estes princípios e com as normas do Direito

Internacional, independente de serem elas realizada por entidades governamentais ou não

governamentais, ou ainda por organizações internacionais de que os referidos Estados são

membros. Este princípio não afeta a aplicabilidade das normas do Direito Internacional sobre

a responsabilidade dos Estados pelas atividades de sensoriamento remoto". Norma esta de

eficácia limitada, pois não possui eficácia perante as sanções imposta fato que causa violações

quanto a imagem e soberania sendo utilizados por meios de espionagem.

Não há qualquer alusão ao uso militar do SRTS. A Convenção de Moscou

tampouco mencionava este uso, Fazer de conta que as questões militares não existiam era

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comum durante o período da Guerra Fria. Estes assuntos eram considerados segredos de

Estado.

Hoje, a comunidade de países em geral admite os satélites de reconhecimento

militar. A eles é atribuído, em princípio, caráter defensivo, não agressivo. Nenhum satélite de

reconhecimento jamais foi destruído por um Estado.

O consenso geral que se dispõe sobre sensioramento foi confirmado pela II

Unispace, a II Conferência das Nações Unidas sobre a Exploração e o Uso do Espaço

Exterior, reunida em Viena, em agosto de 1982, quando a liberdade de coletar dados por meio

do SRTS não foi contestada e ao contrário, foi ate estimulada por países em

desenvolvimento, com interesse em continuar recebendo tais dados de satélites. No início

omitiram as atividades militares de SRTS, mas é racional supor que a matéria que relata sobre

estas atividades deverão ser regulamentadas, dada sua importância para a garantia de todos os

Estados e principalmente para a paz mundial.

10.1 DESEJO DOS PAISES EMERGENTES EM RELAÇÃO AO SRTS

Seria inevitável as conseqüências dos países em desenvolvimento, inclusive o

Brasil, que defendiam, de começo, o princípio da autorização prévia, para o sensoriamento

dos territórios pertinentes a eles e também para a divulgação dos dados obtidos nos mesmos,

obviamente com intuito de resguardar a sua soberania. No princípio, antes de sensoriar um

país, o país sensoriador necessitava da concessão de licença a este país. E também, antes de

propalar ou comercializar imagens extraídas de um país, o sensoriador, proprietário das

imagens obtidas sobre o outro país, deveria consultar este país a respeito de futuras

divulgações e comercialização das mesmas.

No entanto os Estados desenvolvidos sucessivamente defenderam dois princípios

que são; o da liberdade de sensoriar qualquer ponto da Terra e o da livre circulação de

informações, ambos os casos, sem prévia autorização do país sensoriado.

Portanto os Estados em desenvolvimento argumentavam que o direito à soberania

inflexível dos países sobre seus recursos naturais, consagrado na Declaração da Assembléia

Geral da ONU de 1962. Para estes Estados em desenvolvimento, direito esse usurparia não só

os próprios recursos naturais, como também os dados e informações a respeito destes

recursos. Entende que, tais países que se apropriassem, via SRTS, de informações sobre os

recursos naturais de outro país estaria violando a soberania deste país. A única forma de evitar

esta violação seria o pedido de autorização prévia do país para sensoriá-lo. Argüidos sobre o

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contexto os Estados desenvolvidos exporão sete diferentes motivos que fundamentava o uso

sem censura dos sensores:

1) na concepção deles os direitos de soberania de um país vigoram só no espaço

aéreo de cada um , não se estendendo ao espaço exterior, que poderia ser utilizado de forma

livre por todos os países.

Observando que o sensoriamento remoto é realizado a partir do espaço exterior,

ela assim se torna atividade lícita e não requerendo assim previa autorização do país

sensoriado.

2) As soberanias dos Estados materializam-se, sobretudo, na liberdade de ação.

Como o SRTS dos recursos naturais de um país não afeta o direito e a liberdade deste país de

possuir e gerir como quiser seus recursos e riquezas naturais, a coleta de informações por

satélite não fere seus direitos soberanos.

3) A utilização do SRTS é passiva captando as ondas eletromagnéticas refletidas

ou emitidas pelos objetos na Terra. Porém, usa-se técnica ativa, por exemplo, a de radar que

transmite raios, ocorrendo sim, certa invasão do território nacional e o caso então podendo ser

avaliado de outro modo.

4) Nenhum Estado, nem sua população na coletividade, possui direitos à

privacidade em virtude de sua soberania. livre intercâmbio de informações e idéias é o melhor

garantidor de manutenção da paz e de segurança internacionais do desenvolvimento de

relações de amizade e da cooperação entre as nações.

5) É complexo, senão impraticável, ligar e desligar um satélite de sensoriamento

remoto, conforme o país que ele esteja focalizando e que permita ou não ser sensoriado seria

uma aberração.

6) A reivindicação de autorização prévia levantaria empecilhos burocráticos

prejudiciais ao desenvolvimento do SRTS, pois tais exigências poderia criar diversos

embaraços diplomáticos.

7) Estados dispostos a não autorização do sensoriamento por satélite de seus

territórios, certamente, não teriam meios técnicos para prevenir essa operação.

Depois de tanto debate questionamento e novamente nesta guerra de direitos

prevaleceu o do mais forte como sempre foi na história da humanidade O princípio da

autorização prévia não foi incorporado aos Princípios da ONU. Prevaleceu o princípio da

liberdade de sensoriar, como queriam os países desenvolvidos.

A redação final dos Princípios deu clara vantagem aos países desenvolvidos,

detentores das tecnologias de SRTS.

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Percebe se que estes países têm meios e recursos para garantir a si o usufruto da

liberdade de sensoriar. Já os demais em desenvolvimento, para garantir o usufruto de seus

direitos no caso, dependem absolutamente de negociações a serem realizadas com os países

desenvolvidos. A situação é de clara desigualdade entre as partes tendo que observar o quanto

pode ser feito na área da saúde da humanidade através das imagens sensoriadas, mas, no

entanto, essa soberania sobrepõe as normas de igualdade e encontra-se no sistema absolutista

da tecnologia espacial dos EUA . A questão é complexa e de difícil solução. Mas, em

princípio, parece claro que seria necessário criar um mecanismo internacional compensatório,

capaz de assegurar acesso, oportunidades e possibilidades aos países sensoriados em níveis

equiparáveis à liberdade que os países sensoriadores têm de sensoriar o mundo inteiro sem

restrições. Segundo Florenzano (2002), os novos parâmetros curriculares reforçam a

importância do uso de novas tecnologias, como a do sensoriamento remoto que se destaca da

maioria dos recursos educacionais, pela possibilidade de se extraírem informações

multidisciplinares, uma vez que dados contidos em uma única imagem podem ser utilizados

para multifinalidades.

Imagens de satélite podem contribuir para o estudo dos problemas de saúde pública, relacionados com a contaminação das águas, como a cólera e a leptospirose, e a poluição atmosférica, como as doenças respiratórias. A partir da interpretação desses dados e com o auxílio da Biologia, Química, Geografia e História, é possível relacionar a distribuição dessas doenças e das condições que as favorecem com as características ambientais, econômicas e sociais da área em estudo. Florenzano, (2002, p. 87)

10.2 POSIÇÃO DO BRASIL AO SENSORIADORES

O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a renunciar, no Copuos, em

1982, ao princípio da autorização prévia, ele passou a propor os princípios do acesso

prioritário e do acesso em base não discriminatória do país sensoriado aos dados obtidos a seu

respeito pelo país sensoriador. Muitos países apoiaram a mudança, mas como não e possível

agradar a todos. O princípio do acesso prioritário foi recusado pelos países desenvolvidos.

Estes países só admitiram o princípio do acesso em base não discriminatória, lavrado no

Princípio XII. Atualmente existe o SERFA (Sensoriamento Remoto das Forças Armadas) é

organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv) desde sua primeira edição, em 1997,

e tem colaborado para a exposição e a sinergia das atividades de sensoriamento remoto

ligadas à Defesa no país, observando assim que o Brasil alem de aceitar se organiza para a

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defesa da sua soberania apoiado por tratados amparando assim com a tecnologia a defesa da

nação .

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11 INTERPRETAÇÃO VIGENTE

Pela interpretação vigente, o acesso não discriminatório aos dados de SRTS

significa que estes dados:

1) devem estar sempre disponíveis, nem que seja à venda e neste caso não podem

ser retirados arbitrariamente de mercado;

2) devem estar sempre disponíveis em condições iguais a todos os interessados,

em direito de uso e em preço;

3) não podem se tornar exclusivos de um único comprador;

4) não podem ser vendidos a preços que dificultem sua compra pelos países

menos desenvolvidos.

Porém esses princípios não são absolutamente respeitados, nem todos os dados e

imagens de satélite são sempre e livremente disponibilizados a qualquer país, pelos países

sensoreadores. Interesses estratégicos e políticos não raro suplantam os comerciais.

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12 CONCLUSÃO

Diante o exposto neste trabalho cientifico, podemos observar em um pequeno

instante a grandeza de coisas desconhecidas para muitos e estudadas por poucos, praticada por

uma minoria. Quando falo de coisas, digo fatores gerais que envolvem o homem e sua

evolução.

O direito hoje versa por vários ramos e cada vez mais sobrepõe a sua capacidade

de absorver todos aqueles atos que possam gerar motivação para amparo legal, não estamos

mais naqueles tempos em que juristas poderiam se dar o gosto de entender apenas de

processo, ou que sua inteligência fosse abrigada conforme a quantidade de artigos que

decoravam.

Hoje o mundo quer mais, a vida pede muito mais, além de bons advogados,

deveremos ser bons cientistas. O mundo caminha com passos rápidos, no oculto acabamos

por demais ignorando assuntos que não nos interessa deliberar, mergulhando fundo na

ignorância, ao ignorarmos, e por demais vezes chegamos a ridicularizar certos meios por

acharmos que nossa vida não esta interligada a um todo. Mas, os cientistas do direito não

devem se embasar na deficiência do achar, na prepotência do saber e tão pouco acreditar que

sua vivencia aqui é um lapso temporal significativo. Acredito existir dois tipos de homens,

aqueles que vieram ao mundo para perder a viagem e aqueles que vieram aqui para consagrar

sua permanência por gerações, tanto para o uso do bem quanto para o mau, todos podemos ser

como grandes pensadores filósofos cientistas, enfim quem conhece a história do mundo

estuda e busca esse conhecimento, numa simples citação sabe bem claro quando se relaciona

sobre por ex: Leônidas de Esparta, Julio Cezar de Roma, Aquiles da Grécia, Alexandre o

Grande Rei da Macedônia, Napoleão líder do exército Francês, Hitler ditador nazista da

Alemanha, Einstein grande cientista criador dos estudos sobre os átomos, Mandela líder negro da áfrica, Virgulino cangaceiro do sertão conhecido como

cabra macho, Lampião, Isabel princesa portuguesa que aboliu a escravidão com a lei áurea em 1888. Enfim, relatei tais nomes, pois, na sua grande maioria os

mesmos não se encontram mais aqui, no entanto, sobreporão a barreira do tempo para deixar na memória os atos praticados pelas vontades sonhadas. Assim

empenhado neste tema que aparentemente é tão superficial venho apreciar idéias de anos passados como a curiosidade sobre o espaço que existia para grandes

nomes da Grécia antiga como Sócrates, Aristóteles, Epicuro, Platão, Plutarco, Tales, Antístenes,

Parmênides, Heráclito, Empédocles, Anaxágoras. Enfim tamanhos foram os questionamentos

deles, óbvio que a busca era a mesma mas, no entanto, o homem e a tecnologia sobrepôs os

tempos e nos últimos 60 anos mudamos os caminhos sonhados por muitos no passado,

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atualmente quando precisamos de provar matéria na âmbito cível ou criminal e demais ramos

das ciências jurídicas buscamos as provas, e os meios utilizando do mais simples como os

mais sofisticados.

O ministério público do Estado do Pará, que através do sensoreamento, obtém

fotos que provam crimes ambientais praticados naquela região. Assim vemos que o direito de

uma coisa deriva outra que busca outra e assim vai sem freios nas cabeças pensantes em busca

da justiça, quando pensamos em soberania buscamos principalmente a capacidade do saber

dos cidadãos e o raciocínio destes que formam grandes nações. O saber é a base de tudo e a

humildade de poder buscar compreensão em tudo que exista relacionando o homem e sua

vivencia neste planeta, é a grandeza de quem ainda tem muito a aprender .

A experiência adquirida ao fim deste trabalho foi de extraordinário potencial de

aprendizado não somente no saber literário quanto na reflexão da escola da vida e o que ela

pode nos mostrar quando buscamos ser aquilo que sonhamos.

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REFERÊNCIAS

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