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1 Introdução A coleta e o tratamento de esgotos contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida. Óleos lubrificantes e graxas, não só prejudicam a vida de nossos rios e lagos como dificultam os esforços em despoluí-los. As estações de tratamento de esgotos da Caesb trabalham com um processo biológico bastante sensível aos óleos. Sua empresa pode estar dificultando o tratamento se estiver lançando tais elementos na rede coletora. Este manual vai lhe orientar quanto a forma mais correta de instalação de caixas de areia e caixas separadoras de óleo, as quais impedirão que sua empresa lance tais elementos na rede. 2 Por que são necessários esses dispositivos? Se sua empresa trabalha direta ou indiretamente com óleos e graxas, esses elementos podem agredir ao Meio Ambiente, de diversas forma: A lavagem de veículos sempre resulta em um despejo que contém quantidades razoáveis de óleos e graxas. Esse despejo chega através de canaletas que estão ligadas às caixas de inspeção, que por

Separação de Óleos

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1 Introdução

A coleta e o tratamento de esgotos contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida. Óleos lubrificantes e graxas, não só prejudicam a vida de nossos rios e lagos como dificultam os esforços em despoluí-los. As estações de tratamento de esgotos da Caesb trabalham com um processo biológico bastante sensível aos óleos. Sua empresa pode estar dificultando o tratamento se estiver lançando tais elementos na rede coletora. Este manual vai lhe orientar quanto a forma mais correta de instalação de caixas de areia e caixas separadoras de óleo, as quais impedirão que sua empresa lance tais elementos na rede.

2 Por que são necessários esses dispositivos?

Se sua empresa trabalha direta ou indiretamente com óleos e graxas, esses elementos podem agredir ao Meio Ambiente, de diversas forma:

A lavagem de veículos sempre resulta em um despejo que contém quantidades razoáveis de óleos e graxas. Esse despejo chega através de canaletas que estão ligadas às caixas de inspeção, que por sua vez, estão conectadas aos coletores de esgotos, podendo causar a obstrução das redes e danos aos equipamentos e instalaçõesdas Estações de Tratamento de Esgotos.

Lembre-se que o óleo mineral Não é biodegradável !

Se a canaleta for destinada à água de chuva, o problema é ainda maior. O despejo com óleo, graxa e sujeira pode chegar às galerias de águas pluviais, que lançam águas sem tratamento nos nossos rios e lagos. Não deixe isto acontecer!

Nas trocas de óleo, sempre ocorrem respingos fora do recipiente de óleo usado. Com o tempo, o chão e as paredes das valas ficam encrustados de óleo e graxa. Durante a lavagem da vala, o óleo acaba chegando até a rede de esgoto.

Os serviços de oficina mecânica sempre resultam em grandes quantidades de óleos e graxas no chão e nas ferramentas utilizadas Isto significa que a limpeza da oficina e, do ferramental produz um despejo repleto de óleo, que chega até a rede de esgotos. Por isso, você deve instalar três tipos de dispositivos para reter o material prejudicial ao sistema de esgotos:

- Caixa retentora de areia

- Caixa separadora de óleo

- Caixa coletora de óleo

Caixa de areia

A caixa de areia serve para reter o material mais pesado, que é conduzido pela água da lavagem de veículos e das instalações. Essa caixa deve ter dimensões que proporcionem velocidade baixa de fluxo, que produzam a deposição de areia e outras partículas no fundo da caixa. As partículas impregnadas de óleo que serão retiradas das caixas devem ser encaminhadas para aterros sanitários. Deve ser feita limpeza periódica do fundo da caixa.

Caixa separadora de óleo

A caixa separadora de óleo tem função, como o próprio nome diz, de separar os óleos e graxas do restante do despejo. Os óleos e graxas tendem a flutuar na caixa e, através de uma tubulação como mostrada acima, são retirados do esgoto.

Caixa coletora de óleo

A caixa coletora de óleo serve para receber o óleo que vem da caixa separadora. É um depósito que deve ser esvaziado periodicamente. O óleo deve ser, então, encaminhado para a reciclagem.

3 Exigências básicas

1) As áreas destinadas à lavagem de veículos e a serviços mecânicos deverão ser cobertas, de modo a não permitir a entrada de água de chuvas nas caixas de areia e óleo.

2) As caixas de areia, separadora, coletora de óleo e de inspeção serão construídas em alvenaria ou anéis de concreto conforme detalhamento da figura acima, e distribuídas de acordo com o número de Box de lavagem, pátio de oficina, troca de óleo, etc.

3) As caixas situadas em garagens ou locais sujeitos a tráfego de veículo, deverão ser providas de tampas de ferro fundido reforçadas.

4) As caixas localizas em passeios ou área verde podem ter suas tampas tanto em concreto como em ferro fundido.

5) O fundo da caixa de inspeção deve ser feito com um enchimento de concreto e uma declividade mínima de 1% (1 cm por metro) de modo a garantir um rápido escoamento e evitar a formação de depósito.

6) Quando construídas em alvenaria, as caixas terão paredes mínimasde 20 cm, e a dimensão mínima de 60 cm sendo revestidas de argamassa de cimento e fundo em concreto.

7) As tubulações de ligação deverão ter declividade mínima de 3 % (3cm por metro).

8) A distância máxima entre as caixas de areia e de inspeção deve ser de 20 m.

9) As grelhas destinadas a coletar ou conduzir a área de lavagem de veículos ou lavagem de oficinas mecânicas não podem receber contribuição da água de chuva.

10) As caixas de inspeção terão dimensões mínimas de 60 cm, com profundidade máxima de 87 cm, ou dimensões de 1,10 cm para profundidade superior a 87 cm.

11) A profundidade da caixa de inspeção será de acordo com a declividade do terreno, de modo que a tubulação tenha a declividade mínima permitida

12) As caixas separadoras de óleo serão construídas de modo a teremuma lâmina líquida mínima de 40 cm e fecho hídrico mínimo de 35cm.

13) Poderão ser utilizadas caixas pré-fabricadas, de modo que atendam ao volume indicado para cada caso.

14) Devem ser realizadas limpezas periódicas das caixas de areia e caixas coletoras de óleo, cuja freqüência depende do volume de serviços, ou seja, do número de lavagens e trocas de óleo diárias, podendo ser semanais ou quinzenais.

15) O óleo retirado das caixas coletoras deve ser acondicionado emrecipiente próprio e encaminhado para reciclagem.

Corte A-A

Corte B-B

Legenda

CA – Caixa de AreiaCO – Caixa Separadora de ÓleoCCO – Caixa Coletora de ÓleoCI – Caixa de InspeçãoHI – Altura da Lâmina LíquidaFH – Fecho Hídrico

OBS: Os diâmetros das tubulações valem para qualquer nº de Box.

4 Esquemas de ligações

A)Para 2 box de lavagem

B) Para 3 box de lavagem

C) Para 4 box de lavagem

D) Para 6 box de lavagem

TABELA PARA DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE AREIA

Nº Nº Vútil Dint Hcaixa HLbox caixas (m3) (m) (m) (m)1 1 0,4 0,9 1 0,72 1 0,7 1 1,2 0,93 1 1 1 1,6 1,34 2 0,7 1 1,2 0,96 2 1 1 1,6 1,3

TABELA PARA DIMENSIONAMENTO DA CAIXA COLETORA DE ÓLEO

Nº Nº Vútil Dint Hcaixa FH HLbox caixas (m3) (m) (m) (m) (m)1 1 0,13 0,6 0,65 0,38 0,452 1 0,2 0,6 1 0,63 0,73 1 0,3 0,8 0,9 0,53 0,84 1 0,35 0,8 1 0,63 0,76 1 0,57 1 1 0,65 0,72

Legenda

Vútil – Volume útil da caixaDint – Diâmetro interno da caixaHcaixa – Altura da caixaHL – Altura da lâmina líquidaFH – Fecho hídrico

NOTA: No caso de número de box diferente dos apresentados na tabela, utilizar composição adequada. Por exemplo:5 box = 3 box + 2 box, ou 4 box + 1 box.

5 Legislação

Segundo o Decreto-Lei nº 20.658 de 30 de setembro de 1999 do Governo do Distrito Federal, o lançamento de óleos à rede pública sujeita o infrator a uma multa correspondente a 300 (trezentas) vezes o valor da conta mínima de água da categoria residencial e o lançamento de águas pluviais à rede pública, a uma multa de 60 (sessenta) vezes o valor da conta mínima de água da categoria residencial, podendo ainda sofrer o corte no fornecimento de água, caso o usuário não tenha adequado suas instalações dentro do prazo fixado em notificação.

I - Teoria de funcionamento:A concepção básica de um separador de água/óleo é um tanque

simples que reduz a velocidade do efluente oleoso, de forma a permitir que a gravidade separe o óleo da água. Como o óleo tem uma densidade menor que a da água, ele flutua naturalmente, se tiver tempo, para então se separar fisicamente. A lei de Stokes evidencia a taxa de separação. Os principais fatores que afetam a taxa de separação são: o tamanho da gota de óleo, a densidade do óleo e a temperatura do óleo. Os outros fatores também importantes são: vazão, turbulência e o tamanho das partículas óleo/contaminantes. De acordo com a Lei de Stokes uma gota com 100mm de diâmetro demora 12 vezes menos que uma gota de 20mm para subir a uma determinada altura em um corpo líquido. Portanto a estratégia básica é aumentar o tamanho da gota oleosa.

Normas Definição e Legislação:Associação Brasileira de Normas Técnicas - Projeto 09:403.01-015Prefácio:1 Objetivo2 Referências normativas3 Definições4 Condições específicas

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas é o Fórum Nacional de Normalização. A elaboração das Normas Brasileiras é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (CB) e Organismos de Normalização Setorial (ONS), por meio de suas Comissões de Estudo (CE), que são constituídas de representantes dos setores envolvidos, destas fazendo parte: produtores, consumidores, governo, entidades de pesquisas, laboratórios, universidades e outros. Os projetos de normas Brasileiras elaborado pelos CB e ONS circulam em votação nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.

1 Objetivo:Esta norma estabelece parâmetros para concepção, instalação e

operação de sistema de drenagem oleosa para postos de serviço.

2 - Referências normativas:As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, através de

referência neste texto, constituem prescrições válidas para a presente Norma. Na data da publicação desta Norma, as edições indicadas eram válidas. Como todas as normas estão sujeitas a revisões, as partes

envolvidas em acordos baseados nesta Norma devem investigar a possibilidade de utilização de edições mais recentes das normas indicadas. A ABNT mantém registros das normas válidas atualmente.3 – Definições:

Afluente oleoso são resíduos oriundos de abastecimento de veículos, descarga de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo e serviços gerais que possam contribuir com resíduos oleosos.

4 - Condições Específicas:O sistema de drenagem oleosa tem por funções reter os resíduos

sólidos sedimentáveis, coletar e conduzir o afluente oleoso para uma caixa separadora, onde é feita a retenção da fração oleosa livre. O efluente desta caixa deve atender aos parâmetros estabelecidos por esta Norma.

4.1 Origem do Afluente:O afluente oleoso é oriundo das operações comumente realizadas em

postos, tais como abastecimento de veículos, descarga de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo e serviços gerais que possam contribuir com resíduos oleosos.

4.2 Parâmetros:O efluente do sistema de drenagem oleosa deverá atender, no

mínimo, os padrões de lançamento estabelecidos pela Legislação Federal Resolução CONAMA 357 de 17 de março, de 2005, em substituição ao Conama 20.de 18/06/86. Óleos e graxas: £ 20 mg/L; Sólidos em suspensão: £ 20 mg/L; Material sedimentável: £ 1 ml/L

4.3 Destino:Após passagem pelo sistema, o efluente, já praticamente isento da

fração oleosa, poderá ser descartado na rede de coleta de esgoto sanitário, ou caso não exista, na rede de águas pluviais.

4.4 Características do sistema de drenagem oleosa:O sistema de drenagem oleosa deverá ser constituído de

componentes para executar as seguintes funções: captação, condução e retenção seletiva. A captação e condução devem ser feitas através de canaletas e/ou dutos. A retenção seletiva deverá ser feita para sólidos grosseiros pôr meio de cesto coletor em aço inox, para separação da porção oleosa livre por meio de caixa separadora de água e óleo SAO e para sedimentação de sólidos pesados através de caixa de areia no próprio SAO. A caixa deve atender as seguintes exigências: - Ser enterrada ou simplesmente apoiada no solo;

- Possuir tampa que resista ao peso de pedestres quando instaladas em áreas ajardinadas, ou protegidas de automóveis e caminhões de até 5 (cinco) toneladas por roda, para o caso de instalação de caixa sob a pista; - Ter fácil acesso às suas partes internas, viabilizando uma rápida manutenção (limpeza) e operação, onde e quando necessário; - Ser compacta, de modo a ocupar a menor área possível.

4.5 Concepção:O projeto de drenagem do posto deverá contemplar a coleta e destino

das águas pluviais e esgoto sanitário com linhas específicas, separado do sistema de drenagem oleosa SDO. Os canaletes do SDO devem ser dimensionados para conduzir a água contaminada gerada no local onde estiverem instalados (conf. Item 4.1). Os canaletes que receberem a contribuição da pista de abastecimento devem estar localizados internamente à projeção da cobertura. Neste caso, considera-se: a água proveniente das bicas existentes neste local e a água proveniente da chuva trazida pelo vento. O projeto do sistema de drenagem pluvial deve prever o caso de desnível do piso vizinho á pista de abastecimento para que o canalete não receba também as águas pluviais. Quando isto não for viável este volume de água pluvial deve ser considerado no dimensionamento do SDO.

Instruções de Operação

Operação NormalOs dispositivos de Entrada e Saída, dos SAO devem ser

mensalmente verificados e limpos. Deverão ser periodicamente observados e limpos a câmara de sólidos e reservatório de óleo que poderá ser até VENDIDO para RECICLAGEM. Para o Acompanhamento da eficiência do sistema, deverão ser feitas análises Laboratoriais de Óleos e Graxas que conforme o CONAMA 357 deverão ficar abaixo de 20 PPM (mg/l). Remover periodicamente os elementos coalescentes para limpeza externa à SAO com jato de água e limpar o cesto coletor antes do sistema de SAO com o objetivo de remoção de sólidos e a conseqüente preservação do sistema de tratamento, o cesto coletor deverá ser inspecionado periodicamente e os sólidos aderidos à grade removidos sempre que necessário. O óleo separado na terceira fase da SAO deverá ser drenado periodicamente (para isto a SAO vem acompanhada uma bomba manual de drenagem). Em caso de dano ou extravio do cesto coletor ou do elemento coalescente, contactar a OLEOFIL ou seus revendedores para aquisição de novos componentes.