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Sepse com informações do novo Guideline 2012 Brasília, 10 de abril de 2013 www.paulomargotto.com.br

Sepse com informações do novo Guideline 2012

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Sepse com informações do novo Guideline 2012. Brasília, 10 de abril de 2013 www.paulomargotto.com.br. Caso Clínico. VMA, 2 anos, 10 kg, febre alta há 3 dias(> 38,5) adinamia, fraqueza ao ficar de pé Nega vômitos, diarréia ou sintomas gripais Recusa alimentar nas últimas 12 horas - PowerPoint PPT Presentation

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Sepsecom informações do

novo Guideline 2012Brasília, 10 de abril de 2013

www.paulomargotto.com.br

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Caso Clínico

• VMA, 2 anos, 10 kg, febre alta há 3 dias(> 38,5) adinamia, fraqueza ao ficar de pé

• Nega vômitos, diarréia ou sintomas gripais• Recusa alimentar nas últimas 12 horas• Diagnosticada há 5 dias quadro de varicela, em

uso de anti-histamínico e paracetamol

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Caso clinico• Letárgica, responde debilmente à estímulos verbais e álgicos,

choro fraco, eupneica, pálida ++/4• FR de 60 irpm. Saturação de 90% em aa• FC de 176 bpm• Temperatura axilar de 39 ºC• PA 90/30 mmHg• MV audível em ambos HTs, sem RA• Extremidades frias • Pulsos centrais presentes de menor amplitude• Pulsos periféricos filiformes de difícil palpação• Tempo de enchimento capilar de 4 segundos• Pele mosqueada

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Exame físico• (Criança despida)• Lesões de varicela em todos os estágios • Lesão de cerca de 4 cm, concomitante a lesão de varicela, na

região glútea com aumento de partes moles, com hiperemia , dor e calor local.

• Lesão semelhante em região inguinal direita• Presença de petéquias esparsas em MMII

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Evolução• Abertura de via aérea• Fornecimento de oxigênio sob mascara com reservatório • Estabelecido acesso IV, Expansão com SF. Correr aberto, obter novo

acesso venoso ou IO• Colher exames: Hemograma, bioquímica, culturas• Iniciado antimicrobiano: ceftriaxona• Mesmo com fluidoterapia agressiva ela torna-se não responsiva a

estímulos verbais e debilmente a estímulos álgicos• Pulsos distais impalpáveis, extremidades frias• FC 170-180. PA 60/25 mmHg• Procedimentos:• C- Mantida fluidoterapia. Iniciado droga vasoativa

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DVA. Vamos prescrever?• Choque frio hipotenso• Epinefrina• 0,05-0,3 mcg/kg/min(dose beta adrenérgica)• Peso x dose x tempo(min ou hora) / concentração droga(mg

ou mcg). • Vamos começar com 0,1 mcg/kg/min• 10 x 0,1 x 1440 / 1000= 1,4 ml (correr em 24h)• Epinefrina 1,4ml+ SF 22,6 ml . Correr a 1 ml/h• MAS EQUIPO TEM CERCA DE 25 ML• Dobrar a dose• Epinefrina 2,8 ml + SF 45,2 ml. Correr a 1 ml/h

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Definições de Consenso e Características Clínicas da Sepse Pediátrica • Síndrome da Resposta Inflamatória

Sistêmica(SRIS)• Sepse• Sepse grave• Choque Séptico

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SRIS• Resposta inflamatória de caráter sistêmico a uma

variedade de agressões clínicas graves infecciosas ou não infecciosas

• *Distermia: Febre > 38,3 ou Hipotermia < 36• *Hemograma alterado para a idade (leucócitos > 12000 ou

<4000 ou bastões > 10%)• Taquipnéia > 60 lactentes e >50 crianças• Taquicardia: >180 lactentes e >150 crianças• * Obrigatoriamente um dos dois sinais

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SEPSE=SIRS+INFECÇÃO• SIRS + presença de infecção suspeita ou comprovada• É uma resposta clínica sistêmica das células do

hospedeiro e suas consequências fisiopatológicas frente a uma agressão microbiana em tecidos normalmente estéreis por estes agentes

• . Está mais relacionada a uma resposta exarcebada do hospedeiro do que uma ação agressora direta do agente invasor.

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SEPSE GRAVE• SEPSE + um dos seguintes sinais:1.Disfunção cardiovascular2.Síndrome da angústia respiratória aguda3.Duas ou mais disfunção em outros órgãos.• Assim a Sepse grave é uma sepse que tem falência de um

órgão que pode ser um só se for cardiovascular ou respiratório ou falência de dois ou mais órgãos se for em outros sítios.

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DISFUNÇÃO CARDIOVASCULAR• Hipotensão:

Necessidade de uso de droga vasoativa para manter PA dentro da normalidade

• Regra Básica (Percentil 5 da PAS):• Até 1 mês= <60 mmHg• 1 mês -1 ano= <70 mmHg• Acima de 1 ano = <70 mmHg + (2 x idade em anos)• Acima de 10 anos < 90 mmHg

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DISFUNÇÃO ORGÂNICA• Metabólica: pH <7,2 com PaCO2 normal, • BE<-5,0 • Lactato arterial > 1,5 vezes o normal• DU< 1 ml/kg/hora ou Uréia > 100 ou Creatinina > 1,2 mg/dl• Hepática: BT > 3 mg/d• Neurológica: ECG modificado < 13• Hematológica: Plaquetas < 80.000 ou queda de 50% nos

últimos 3 dias antes do diagnóstico.

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Insuficiência Respiratória como sinal de disfunção orgânica• PaCO₂ > 60 mmhg • Necessidade de FiO2 > 50% para manter saturação de O2> =

92%• PaO₂/FiO₂ < 300 sem cardiopatia

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CHOQUE SÉPTICO• Diagnóstico fisiológico: Síndrome no qual a perfusão tecidual

está reduzida de modo que o fluxo sanguíneo é inadequado para suprir a demanda metabólica celular.

• No choque séptico o miocárdio, os vasos e o sangue não conseguem transportar oxigênio adequadamente às células

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CHOQUE SÉPTICO• Choque Séptico: Hipotermia ou hipertermia, com sinais de

alteração da perfusão tecidual: • Taquicardia• Estado mental alterado(alteração do sensório)• Baixo débito urinário, • Vaso dilatação periférica(choque quente) ou extremidades

frias (choque frio).• Alteração do enchimento capilar (> 2 seg)• Alteração da amplitude dos pulsos• Pele mosqueada • Extremidades frias

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CHOQUE SÉPTICO• As vezes Pressão de pulso com grande amplitude(PAD menor

que 50% da PAS)• ATENÇÃO: Hipotensão nem sempre está presente.

Geralmente é sinal grave e tardio

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DIAGNÓSTICO• Essencialmente Clínico

• Laboratorial : • Hemograma e PCR • Culturas(sangue, urina e LCR), • Gasometria (acidose metabólica), • Glicose (Hiperglicemia pela neoglicogênese e aumento da

resistência a insulina), • Cálcio, • Lactato, • Raio X de Tórax • Punção Lombar conforme necessidade e possibilidade

• Servem para complementar a suspeita e orientar o tratamento

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TRATAMENTO• Melhorar o débito cardíaco

• DC= VS x FC (taquicardia é um sinal precoce de choque)

• VS= • Pré-Carga: DAR VOLUME• Pós-Carga:Melhorar a RVS(Vasodilatadores ou

Vasopressores) e a• Contratilidade e/ou a FC(Inotrópicos)

-Restaurar Volume intravascular efetivo-Redirecionar o volume sanguíneo para os órgãos

nobres- Melhorar a oferta de oxigênio

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TRATAMENTO• Abertura de via aérea• Administração de oxigênio (mascara com

reservatório ou CPAP)• Considerar intubação: SRI com Atropina e

Ketamina• Acesso vascular: EV ou IO imediatamente e

central assim que possível• Ressuscitação volêmica• Monitorização• Avaliação frequente• Exames complementares

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LEMBRAR QUE:

• O Choque séptico é um processo dinâmico e é necessário constante avaliação da resposta terapêutica e da necessidade de ajuste de doses das DVA. Cada paciente tem uma resposta individual. Necessário também saber a farmacodinâmica destas drogas, seus efeitos terapêuticos e adversos e o momento de concluir se o choque é responsivo ou refratário a esta droga.

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Metas• Tempo de enchimento capilar < 2 seg• PA normal para a faixa etária• Pulsos centrais e periféricos amplitude normais• Extremidades quentes e bem perfundidas• Débito urinário >1ml/kg/h• Estado mental normal• Scvo² > 70% (Acesso central)

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Tratamento• Antibioticoterapia empírica(Recomendado Ceftriaxona, mas

não obrigatório) iniciada dentro dos primeiros 15 minutos após identificação do quadro de sepse grave. Culturas devem ser obtidas mas não postergar o tratamento. Na total impossibilidade de acesso venoso aplicar antimicrobiano via IM

• O tratamento empírico deve ser mudado de acordo com casos específicos tal como H1N1, MRSA, pneumococo resistente e neutropenia febril

• Está se tornando comum a associação Ampicilina+Sulbactam/Azitromicina/Oseltamivir em UTIs pediátricas

• Clindamicina para síndrome do choque tóxico com hipotensão refratária

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Tratamento• Fluidoterapia: ênfase na fluidoterapia agressiva com solução

cristalóide ou colóide, 20 ml/kg a cada 5-10 min, no mínimo 60 ml/kg (pode fazer até 200 ml/kg ) na primeira hora, ajustando dose para reverter hipotensão, aumentar debito urinário, normalizar TEC, pulsos e nível de consciência sem induzir hepatomegalia ou creptos. Se estes sinais aparecerem, reforço no uso de inotrópicos e iniciar diuréticos

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Refratário a fluidos• Inicie mesmo em acesso periférico (até obter condições para

acesso central) drogas inotrópicas já nos primeiros 15 minutos• Obter dois acessos venosos• Pacientes com baixo DC e aumento da RVS com PA normal

pode receber vasodilatador em adição aos inotrópicos Inodilatadores (milrinona)

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Hemotransfusão• Empiricamente na emergência se não houver acesso venoso

central transfundir com Hemoglobina < 10 g/dl • Com a possibilidade de medir a saturação de oxigênio em veia

cava superior • Se <70% transfundir com Hg< 10 g/dl• Se > 70% transfundir com Hg < 7.0 g/dl• Plasma apenas em sinais de CIVD• Transfusão de plaquetas em < 10000 Abaixo de 20000 em caso de sangramento ou e < de 50000 caso necessário cirurgia ou procedimentos

invasivos

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Sedação

1. Midazolan/Fentanil/KetaminaEvitar Propofol em crianças menores de 3 anos: acidose metabólica grave

• Etomidato em crianças com sepse grave pode levar a insuficiência adrenal

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Hiperglicemia• Meta é manter Glicose < 180 mg/dl

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Diuréticos• Usados em casos de sobrecarga hídrica quando os sinais de

choque forem solucionados

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Prevenção de Ulcera de estresse• Recomenda-se uso de anti H2 ou preferencialmente

Omeprazol em pacientes com sepse grave, intubados em VM

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• Nutrição enteral e/ou parenteral o mais rapidamente possível após estabilização do quadro

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Corticóide• Hidrocortisona• Em crianças com choque refratário a volume e uso de

catecolaminas• Especial atenção a crianças com choque séptico e púrpura ou

aquelas em uso prévio de corticóide cronicamente• Hidrocortisona 50 mg para lactentes e 100-150 mg para

crianças maiores

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Tratamento• 0 minuto

• 5-15 minutos

• Reconhecer alteração do estado mental e perfusão. Iniciar alto fluxo de O₂. Estabelecer acesso IV ou IO

• 20 ml/kg de SF em 10-20 min(dois acessos se possível) até 60 ml/kg até melhora da perfusão ou aparecimento de estertores pulmonares ou Hepatomegalia. Crianças podem necessitar até 200 ml/kg para restaurar a volemia.

• Corrigir Hipoglicemia e Hipocalcemia• Colher HC , Culturas, Dx, Gasometria,

Lactato e Cálcio. Iniciar antimicrobiano imediatamente após coleta das culturas

• Avaliar melhora clínica através de parâmetros: Enchimento capilar, diurese, sensório, PA, FC, amplitude e presença de pulsos periféricos, saturação e temperatura da pele

Troster, Eduardo J, Congresso de medicina intensiva 2007 João Pessoa,PB

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Fluxograma Choque Séptico• 15-60 minutos • Choque refratário a volume?

• Iniciar Inotrópico:• Choque quente(RVS baixa, pulsos

amplos)→Noradrenalina(0,1-1,0 mcg/kg/min)• Choque frio normotenso(RVS alta, pulsos

filiformes)→Dopamina 5- 10mcg/kg/min ou• Dobutamina(5-10 mcg/kg/min) +

Noradrenalina• Choque frio hipotensivo→ Epinefrina 0,05-0,3

mcg/kg/min• Administre bolus adicionais de SF 20 ml/kg• Concentrado de hemácias se Hg< 10 g/dl

Troster, Eduardo J, Congresso de Medicina Intensiva, João Pessoa,PB 2007

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Se não estiver dando certo e a criança ainda não está na UTI• Choque quente refratário a Norepinefrina

• Bolos de fluidos adicionais• Considere associar Epinefrina. Titular dose até• 1 mcg/kg/min• Considere associar Vasopressina

• Choque frio refratário a Epinefrina• Bolos de fluidos adicionais• Considere associar Norepinefrina se hipotenso• ou Dobutamina e/ou Milrinona ou Nitroprussiato se

NORMOTENSO• Choque frio refratário a Dopamina

• Bolos de fluidos adicionais + Epinefrina ou Fluidos adicionais + Milrinona ou Nitroprussiato

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Lembrar que:• Intubação

• Insuficiência respiratória, rebaixamento de consciência, demora em estabelecer estabilidade hemodinâmica.

Interromper expansões volêmicas quando atingir metas de estabilidade, mas são necessárias com frequência novas expansões nas próximas 72 h

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Lembrar que:

• Uso de DVA em RN• Preferência a Dobutamina (catecolamina sintética)/Epinefrina

ou Norepinefrina• Dopamina: Sua ação inotrópica está relacionada com a

indução pela droga de secreção de Noradrenalina pelas terminações sinápticas, portanto seu uso em menores de 3 meses pode ser menos eficaz em razão da imaturidade dos receptores noradrenérgicos nesta faixa etária

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Finalizando

• Buscar condições não identificadas a princípio:• Derrame pericárdico;• Pneumotórax;• Hipoadrenalismo e/ou hipotireoidismo;• Hemorragia persistente;• Pressão intra-abdominal aumentada;• Presença de tecido necrótico;• Controle inadequado do foco infeccioso

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Finalizando• Principal papel do emergencista frente a uma criança com

sepse grave:

• Rápida identificação• Exames complementares essenciais que não adiem demais

tereapêuticas• Expansão agressiva• Não postergar uso de antimicrobiano e drogas vasoativas• Intubação com instabilidade hemodinâmica• Vigilância constante. Não dá para ir na Sanoli (refeitório)!• Monitorização• Enviar estável para a UTI. Dra Mércia(minha homenagem)

agradece..

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Nota do Editor do site, Dr.Paulo R. Margotto

Consultem também:

:: Abordagem terapêutica do choque no recém-nascido (XXI Congresso Brasileiro de Perinatologia, 14 a 17 de novembro de 2012, Curitiba, Paraná)Autor(es): Jaques Belik (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto

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