sequencia didática missa do galo

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  • 7/29/2019 sequencia didtica missa do galo

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    SEQUNCIA DIDTICA: Missa do GaloAdriana Carrion de Oliveira

    Leitura do conto A missa do galo de Machado de Assis

    Objetivos1. Vivenciar um processo de leitura com uma obra clssica atravs das estratgias de leitura;2. Apontar para a uma desejvel e necessria proximidade do jovem leitor com a obra machadiana,

    comeando com os contos do autor.

    Desenvolvimento do trabalho de acordo com o Mtodo Recepcional

    Antes da leitura

    Objetivo:. Trazer o repertrio do leitor para a compreenso do texto e indicar elementoscontextualizadores do texto.O que : levantamento dos conhecimentos prvios do leitor ou levantamento das hiptesesdo leitor (que sero retomadas no momento depois da leitura)Procedimentos:1 discutir com os leitores, como forma de explicitar que as condies de produo de umtexto constituem tambm seus sentidos:

    O portador :o ttulo, sumrio, prefcio, capas O assunto/tema O gnero

    O autor

    A - O portador

    O contoMissa do Galo de Machado de Assis, publicado pela primeira vez em 1893, tendo sidoincludo na primeira edio dePginas Recolhidas, em 1899.

    Conto destacado na narrativa machadiana, os crticos e antologistas fazem questo de o incluir na maiorparte das coletneas de contos do prncipe da narrativa brasileira. No contoMissa do galo, Machado deAssis substitui a amargura por uma doce melancolia.

    As caractersticas mais presentes em Machado de Assis tais como: o tema do adultrio e, maisespecialmente na personagem Conceio, a anlise psicolgica e a ambiguidade de comportamento.

    B - O tema amorUma boa aproximao do tema pode ser feita com a ajuda da intertextualidade presente em outros contos .

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    Livro: Missa do galo variaes sobre o mesmo temaEm "Missa do Galo: Variaes sobre o mesmo tema", um dos mais clebres contos de Machado de Assis recontado por seis grandes escritores brasileiros: Antonio Callado, Autran Dourado, Julieta de Godoy LadeirLygia Fagundes Telles, Nlida Pion e Osman Lins. O volume, idealizado por Osman Lins em 1964 e posto prtica 13 anos depois, retorna s livrarias neste ano em que lembrado o centenrio da morte de Machado.

    O conto original o relato de um rapaz que, retomando um momento do passado, tenta compreender o que spassou, na rapidez cronolgica de pouco mais de uma hora, entre ele, ento com dezesseis anos, e Conceioj na casa dos trinta.

    Nas releituras, os seis autores jogam com o tempo e o espao, alm de dividirem os pontos de vista. Julieta dGodoy privilegia simpaticamente a figura de Conceio; Osman Lins mantm a estrutura apoiada em Noguerapaz; Nlida Pion centra-se em Meneses, o marido; Antonio Callado volta- se a dona Incia, a sogra; AutraDourado amplia traos configuradores de Conceio; e Lygia Fagundes Telles, por sua vez, destaca a mobilidos sentimentos."As variaes do texto-origens ora relanadas possibilitaro, alm do prazer da leitura, comparar o tratamentdiversificado da histria inicial, revisitar os meandros da estruturas ficcional, as mltiplas feies do estilo",escreve o acadmico Domcio Proena Filho, especialista na obra de Machado, nas orelhas. "Um desafio abr

    por outro lado, argcia dos leitores: verificar os aspectos evidenciados no conto machadiano que seguempresentes nas recriaes e os que acrescentam a cada uma delas, em funo da arte dos seis ficcionistas que oreescreveram. E, ludicamente, outro mais, especialmente no mbito das atividades didticos-pedaggicas:reescrever a sua prpria verso de 'Missa do Galo'".

    C O gneroRecomenda-se a leitura de: Teses sobre o contohttp://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1628605

    Segundo Piglia, um conto sempre conta duas histrias; e cada histria contada de maneira diferente.Sendo assim, a definio do conto muito mais complexa que a definio tradicional.Definio tradicional: narrao breve, oral ou escrita, de um sucesso imaginrio e que tem um nmeroreduzido de personagens que participam de uma s ao, em um foco temtico.

    Missa do Galo pertence ao grupo narrativo da linha tsheckoviana, onde o enredo apenas esboado e odesenrolar da ao se baseia em pequenos episdios quotidianos, com algum significado humano.

    D - O autor do conto selecionado

    BIOGRAFIA

    JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS

    Foi poeta, cronista, contista, ensasta, contador de histrias, dramaturgo,jornalista poltico, reprter, polemista, novelista, romancista, epistolgrafoe crtico de literatura e de teatro.Nasceu em 21 de Junho de 1839 na cidade do Rio de Janeiro. Filho de um operrio mestio, FranciscoJos de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Perdeu a sua me muito cedo e foi criado

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    pela madrasta, Maria Ins, tambm mulata, que se dedicou ao menino e o matriculou na escola pblica.Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em So Cristvo,conheceu uma senhora francesa, proprietria de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lies deFrancs.

    Aos 16 anos, publicou o seu primeiro trabalho literrio, o poema "Ela", na revista Marmota

    Fluminense. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da poca, tendopublicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.Aos 17 anos, conseguiu emprego como aprendiz de tipgrafo na Imprensa Nacional,e comeou a escrever durante o tempo livre. Conheceu o ento diretor do rgo,Manuel Antnio de Almeida, autor de Memrias de um sargento de milcias, que setornou seu protetor. Passados no muitos anos,em 1860,a convite de Quintino Bocaiva passou a fazer parte da redao do jornal Diriodo Rio de Janeiro. Alm desse, escrevia tambm para a revista O Espelho, ASemana Ilustrada e Jornal das Famlias. Mas o seu primeiro livro s foiimpresso em 1861, com o ttulo Queda que as mulheres tm para os tolos, ondeaparece como tradutor.

    Em 1867, foi nomeado ajudante do diretor de publicao do Dirio Oficial e em 12 de novembrode 1869, casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. O escritor era um tpico homem de letrasbrasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo pblico e por um casamento felizque durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresentouMachado aos clssicos portugueses e a vrios autores da lngua inglesa.Talvez por essa razo, tornou-se um grande amigo do escritor Jos Verssimo, que dirigia a RevistaBrasileira, com quem teve a ideia de fundar a Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princpioapoiou a ideia e compareceu s reunies preparatrias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando seinstalou a Academia, foi eleito presidente dainstituio, cargo que ocupou at sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29de setembro de 1908. Sua orao fnebre foi proferida pelo acadmico RuiBarbosa.Diziam os crticos que Machado era urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cnico, ignorouquestes sociais como a independncia do Brasil e a abolio da escravatura.Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histrias sempre no Rio,como se no houvesse outro lugar.Sua obra divide-se em duas fases, uma Romntica e outra Parnasiana, quando desenvolveuinconfundvel estilo desiludido, sarcstico e amargo. O domnio da linguagem sutil e o estilo preciso,reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, alm dadesconfiana na razo, fizeram com que se afastasse de seus contemporneos.

    O que falar de Machado, o bruxo do Cosme Velho? Podemos falar de Machado e sua investigao sobrea condio humana. Sua viso ctica e desencantada da vida. Do seu pessimismo e ironia. Do seu humorque se converte em desconforto, que desacomoda, que faz refletir. Da sua ironia sutil. Da sua anlise daalma humana, tratando do contraste dos caracteres, a sondagem dos sentimentos, a ruptura entre aessncia e a aparncia, o mergulho nas sombras

    Falar de Machado e seus contos? A cartomante. A Missa do galo. O Conto de Escola.

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    Um homem clebre, Cantiga de esponsais, O espelho. O alienista. Teoria do medalho, O caso da vara, Pai contra me.

    ESTRATGIAS DE LEITURA

    1- Antes da leitura

    Expectativas em funo da formatao do gnero (conto) Expectativas em funo do autor Machado de Assis. Antecipao do tema ou ideia principal a partir dos elementos paratextuais como

    ttulo.

    Antecipao do tema ou ideia principal a partir do exame de imagens.

    A que remete o leitor um ttulo como esse? Voc j assistiu missa do galo? A missa do galo tradicional em que poca do ano?

    Conhecer os costumes e valores da poca auxiliam a compreender o ttulo?

    O tema de Missa do Galo na obra de Machado de Assis aparece vrias vezes:-Uns Braos - Dona Severina-Quincas Borba -Sofia-Dom Casmurro- Capitu

    A temtica intensamente psicolgica, porque toda a trama est centrada nas sensaes interiores daspersonagens.

    Voc j leu ou ouviu sobre alguns destes personagens?

    O que o professor precisa saber sobre a Missa do Galo

    http://www.brasilescola.com/natal/missa-galo.htm

    II Durante a leitura

    Objetivo: apresentar alguns objetivos orientadores da leitura.O que : levantamento de aspectos que auxiliem a construo dos sentidos do textoProcedimentos:1 Leitura global do texto

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    http://www.brasilescola.com/natal/missa-galo.htmhttp://www.brasilescola.com/natal/missa-galo.htm
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    2 _ Destaque para elementos do gnero e do texto especfico:-Personagens e suas caractersticas, narrador3_ Identificao de articulao temporais, espaciais e lgicas do texto= coeso textual4_ Identificao de recursos expressivos empregados pelo autor5_ Discusso sobre os temas do texto

    Ler o conto, atentando para:

    NARRADORFoco narrativo em primeira pessoa, homdiegtico. um conto retrospectivo, pois o Sr. Nogueira

    j adulto relatou um acontecimento do passado. O narrador no onisciente.

    Percebe-se que, desde a frase inicial h existncia de ambiguidades: "Nunca pude entender a

    conversao que tive com uma senhora, h muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta." Comopoderemos entender se nem mesmo o narrador entende? a marca e a tcnica que Machado usa em sua narrativa. Tem-se que tentar elucidar o mistrio da almahumana.ENREDO

    Missa do galo um conto de Machado de Assis, que no nos traz revelaes surpreendentes,porm, como prprio do autor, est carregado de reflexes do fundo da alma mostrando-nos as vriasfaces do comportamento humano. um trao doce e melanclico sobre a relao homem mulher. Elefaz questo de mostrar o cenrio e atravs dele nos envolve. Ele no faz questo de descrever as suaspersonagens e umacaracterstica do Naturalismo. Ele prefere descrever o lado psicolgico delas e isso faz uma ruptura entreo que real e o que psicolgico. considerado moderno por justamente criar essa atmosfera de umflagrante do nosso dia-a-dia.

    ESTRUTURAToda a trama acontece na sala da frente, de uma casa mal assombrada, localizada na Rua do

    Senado, Rio de Janeiro. Havia uma mesa no centro da sala, algumas cadeiras, cortina na janela, umcanap e um espelho. Nas paredes, dois quadros completavam aquela atmosfera de cumplicidade entre

    Conceio e Nogueira.O conto mostra o encontro e o tmido dilogo entre um jovem e uma senhora casada numa noite

    de Natal. Praticamente nada acontece entre os dois. Mas Machado parece dizer que, onde nada acontece,tudo pode acontecer e para que o percebamos, preciso ler nas entrelinhas as marcas do desejo noexplcito.

    A complicao comea quando Conceio entra na sala onde Nogueira estava

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    lendo um romance, fazendo hora e esperando pela meia-noite. O enredo seguedescrevendo o inesperado encontro, numa noite de natal, entre um rapaz comdezesseis anos e uma mulher madura detrinta, que se mostrava camarada e compreensiva. Nogueira no acreditou na

    explicao e verificou que os olhos de Conceio "No eram de pessoa queacabasse de dormir. Pareciam no ter ainda pegado sono".O clmax da narrativa ocorre quando Conceio fica inquieta, andando deum lado para o outro e, quando se senta, cruza as pernas de uma maneirasensual, despertando a libido deNogueira, que via em Conceio uma mulher linda, lindssima ().

    O desfecho, o encanto daquele momentotermina quando o vizinho bate na janela, chamando Nogueira Missa do Galo.

    Daquele dia em diante, nunca mais Nogueira conversou ou escreveu paraConceio. Restou-lhe somente a imagem do balano do corpo de Conceio,enfiando-se pelo corredor, pisando mansinho, e sumindo de sua vida, deixando nalembrana de Nogueira, a incompreenso daquela conversao que teve com umasenhora, h muitos anos atrs.

    O prprio narrador no consegue entender o que aconteceu naquela noite :"H impresses dessanoite que me aparecem truncadas ou confusas", chegando at mesmo a mudar seus relatos a respeito deConceio, que no incio era somente simptica e se transforma em uma linda, belssima mulher.

    Comeamos a mudar nossas formas de enxergar tambm, somos conduzidos, levados pela narrativa.Seduzindo-nos sutilmente at chegar ao clmax seco, caracterstica de Machado de Assis. Aspersonagens se revelam e a sesso de anlise chega ao fim. o chamado que vem de fora : "Missado Galo! repetiram de fora batendo". o momento do nosso despertar, e o galo canta.

    LINGUAGEM

    Machado usa um vocabulrio e algumas construes sintticas que s vezes parecem antigas,mas a pura modernidade estilstica.

    FOCO NARRATIVOConto narrado em primeira pessoa: eu repeti-lhe o que ela sabia, isto

    , que nunca ouvira missa do galo na Corte e no queria perd-la. E uma conversa inesperada vaiacontecendo misturando-se sensualidade, que marca nos contosMachadianos.

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    ESTILO LITERRIO

    Embora seja realista, Machado extrapolou os pressupostos mais caros esttica.Seu realismo se configura na abordagem de situaes que guardam estreita relao com a realidade.

    A maneira, entretanto, como aborda aponta para uma estrutura que foge s caractersticas realistas-naturalistas.Machado enceta vrias inovaes estruturais que, em alguns casos, chegam antecipar caractersticasmodernistas.

    TEMPO

    O tempo enleia e passa por dimenses por assim dizer elsticas, pois temos a sensao demergulharmosnaqueles momentos eternos e as horas no passam e nem temos a vontade de deix-las passar, pois

    nosso sentimento, nosso lado psicolgico foi afetado, ficamos hipnotizados at o desfecho.

    ANLISE DAS PERSONAGENS

    D. Conceio a personagem que d espao esta viagem ao psique humano.O narrador, seu Nogueira naquela ocasio com seus 17 anos de idade, um personagem

    que participa da histria e d pistas ao leitor sobre a noite de Natal que tanto o intrigou. D. Conceio uma personagem que vai crescendo ao longo da narrativa e torna-se uma mulher envolvente, sedutora. Ojovem cheio de vigor vai percebendo D. Conceio e nos retrata-a.

    As feies de Conceio, no so reveladas, mas deixa pistas para que o leitor observe seusmovimentos sutis, como descreve em certos trechos: De vez em quanto passava a lngua pelos beios,para umedec-los. Em seguida, vi-a endireitar a cabea, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo,tendo os cotovelos nos braos da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos. Em outracena, a sensualidade de Conceio latente quando o narrador observa que as mangas do roupo branco,que Conceio usava, no estavam abotoados e deixava metade dos braos aos olhos de Nogueira.

    Alm do jovem Nogueira e Dona Conceio, outras personagens so citadas durante a narrativa;Dona Incia, me de Conceio e duas escravas. H ainda um vizinho, o qual era esperado pelonarrador, para juntos, irem Missa do Galo.

    ESPAODescrevendo o perfil fsico de Conceio, o narrador, atravs de seu olhar, abre as possibilidades

    de visualizao de cenas e de leitura ao leitor, que vai desvendando, analisando a personagem principal,

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    o ambiente, as situaes, como se estivesse em um consultrio de psicanlise. Tudo elaborado paraque aquele que l no tenha pressa de encontrar o desfecho. A sala pouco iluminada, a conversa entreNogueira e Conceio meio interrompida pelos silncios que se formavam o espao adequado para quese reconstrua, pouco a pouco, o cenrio realizado pela narrativa.

    CONVERSAS ENTRE AS PERSONAGENSA narrativa mostra a realidade social da poca e o autor deixa claro quando fala da

    escravido que citada pelo narrador personagem: A famlia era pequena, o escrivo, a mulher, asogra e duasescravas. E as usa como figura de linguagem para mostrar a escravido da mulher, submissas aosmaridos, pois D. Conceio mesmo sendo trada pelo marido permanecia passiva aceita a outra queera tida pela sociedade como mulher avanada: mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabouachando que era muito direito.

    H segundas intenes nas aes de D. Conceio. Percebe-se que se sente perturbada e vai at a

    sala: Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Conceio entrou nasala, arrastando as chinelinhas da alcova. Tinha um ar de viso romntica, no disparatava com meulivro de aventuras.

    Nogueira tambm tem segundas intenes em suas palavras "J disse que ela era boa, muitoboa"usa o advrbio boa com dois significados diferentes.

    As mulheres daquela poca liam romances superficiais como o caso de A moreninha,citado na obra, em que a mulher era apenas uma sinhazinha, dominada pelo pai.

    A narrativa segue e naquela noite de Natal, a clima que envolve as personagens sedutora e misteriosa.

    So olhares que se fixam" pert ficavam nossas caras" "sem desviar de mim os grandesolhosespertos gestos, uma aproximao do outro, so as partes do corpo quese mostram sutilmente " e eu vi-lhe metade dos braos muito claros, e menos magros" o toque" ps as mos no meu ombro, so as sensaes e percepes que se fazem sentir como setivesse um arrepio de frio" . Enfim, nada revelado, os vazios vo se formando e maisuma vez o leitor participa da histria, preenche os vazios ou no: tudo depender de seu repertrio, porsso uma narrativa aberta.

    Existem momentos em que parece que tudo ir ser revelado, mas no consegue-se percebernitidamente o que acontece, pois o conto passa-se no interior da imaginao do leitor. E o interior do serhumano inesperado.

    VOCABULRIOAjustado com combinado com

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    A casa dormia fig. na casa as pessoas dormiamRiam socapa riam disfarando, disfaradamenteCombora concubina, amante de homem casadoMaometana relativo a Maom ou sua religio

    Assomar porta aparecer, surgir portaCanap espcie de sof com estrutura de madeira visvelEspaldar costa da cadeiraDesalinho sair da linhaPermeio no meioEpistolgrafo autor de epstolas, pessoa que escreve cartas

    III -Depois da leitura:

    Objetivo: ampliar as referncias culturais dos leitores

    O que : relao entre as vrias reas do conhecimento implicadas no textoProcedimentos:1 Retomada das hipteses dos leitores (momento I)2 _ Reflexo sobre os temas apresentados no texto + problematizaro de aspectospolmicos3 _ Discusso sobre o ponto de vista do autor e dos leitores4_ Produo de outros textos nas diferentes linguagens

    Algumas possibilidades de trabalho com alunos, em relao ao depois da leitura:

    1. Discutir com os alunos a relao entre Nogueira e D.Conceio: a diferena de idade, a situao decada um, a represso moral.2. Refletir sobre o fato do narrador no ser confivel, visto que j se passaram muitos anos; alm deNogueira, no entender uma conversa ocorrida no passado, pois no consegue entender as mulheres.3. Destacar o comportamento ambguo de Conceio: noite, mulher sedutora; no outro dia, discreta eindiferente aos acontecimentos anteriores.4- Ressaltar a atmosfera de seduo e erotismo: noite, os dois sozinhos, e as situaes que levam aeste ambiente: o marido possui amante, deixa a esposa sozinha na noite de Natal. A ingenuidade dorapaz tambm nos chama bastante a ateno, pois contrasta com a experincia da mulher que quemdomina as aes.

    3.Fazer comentrios sobre as relaes entre conhecimentos prvios dos leitores, suas hipteses e aanlise dos elementos contextualizadores discutidos no momento I:antes da leitura e a leituraglobal do texto que foi feita no momento durante a leitura.

    4. Discutir de que forma, os objetivos de leitura levantados para o durante a leitura auxiliaram aconstruo dos sentidos do conto.

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    5. Solicitar que os alunos faam oralmente o resumo do conto lido. O professor deve auxiliar nessaretomada, garantindo aspectos importantes que possam no ser retomados pelos alunos.

    6- Pesquisar a intertextualidade presente no texto:a) A Moreninha

    b) Os trs Mosqueteirosc) Clepatra

    7- Sugestes de Leitura dos contos:

    Missa do galo Lygia Fagundes TellesLembranas de Dona Incia Antnio CalladoMissa do galo Julieta de Godoy LadeiraMissa do galo Osman LinsMissa do Galo Nlida Pion

    BIBLIOGRAFIASITES:

    http://www.brasilescola.com/natal/missa-galo.htm

    http://jpsmay27.wordpress.com/2010/06/14/analise-da-obra-missa-do-galo-de-machado-de-assis/

    COORDENADORIA DE ESTUDOS E NORMAS PEDAGGICAS,TECENDO LEITURAS:primeiros fios... SO PAULO - setembro/2004 . Elaborao de orientaes didticas para as obras queintegram o acervo do Mdulos Clssicos 2005

    http://143.107.31.231/Acervo_Imagens/Revista/REV034/Media/REV34-10.pdfMACHADO DE ASSISLEITOR DE ALEXANDRE DUMAS E VICTOR HUGO

    http://www.nead.uncnet.br/2009/revistas/letras/8/82.pdf CONTO MACHADIANO MISSA DO GALO

    OBRASASSIS, Machado. Missa do Galo: Variaes sobre o mesmo tema (por Antnio Callado, Autran

    Dourado, Lygia Fagundes Telles, Nelida Pinn e Osman Lins). So Paulo, SUMMUS, 1997.BORDINI, Maria da Glria; AGUIAR, Vera Teixeira de.Literatura: a formao do leitor:alternativas metodolgicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

    KLEIMAN, ngela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 12. ed.Campinas:Pontes, 2008.

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