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O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios O q O q ue é ue é ser igreja ser igreja à lu à lu B ÍBLICAS LIÇÕES 2º TRIMESTRE • 2013 • Nº 303 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS

ser igreja da Carta aos Efésios - Portal IAP · 2019-03-07 · -nos ao estudo da Carta aos Efésios para entendermos quem somos, de fato, e descobrirmos o que nosso Senhor espera

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O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios

O que é O que é O que é O que é ser igrejaser igreja, à luz , à luz

BÍBLICASLIÇÕES

2º TRIMESTRE • 2013 • Nº 303

REV ISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS B ÍBL ICAS

MISSÃO DAESCOLA BÍBLICA

Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através

do ensino e da prática da palavra de Deus.

Copyright © 2013 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Jr.

EXPEDIENTE

RedaçãoRua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – CentroFone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544www.portaliap.com.br • [email protected]

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)

Redação e preparação Alan Pereira Rochade originais Alex S.C. Rodrigues Andrei Sampaio Soares Eleilton William de Souza Freitas Genésio Mendes Jr. Jailton Sousa Silva Kassio Passos Lopes Márcio Roberto Guimarães Virginia Ronchete David Perez Willian Robson de Souza

Revisão de textos Eudoxiana Canto MeloSeleção de hinos Silvana A. de Matos Rochae ordem do culto Leituras diárias Andrei Sampaio Soares

Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro MurtaEditoração Farol EditoraCapa Roberta Bassanetto

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141Assinaturas Informações na página 108

Impressão Gráfica Regente – Maringá, PR

SUMÁRIO

Apresentação ................................................... 5

1 Ser igreja é... Participar da comunidade local ...... 8

2 Ser igreja é... Desfrutar de bênçãos espitituais ... 15

3 Ser igreja é... Existir para a glória de Deus ......... 22

4 Ser igreja é... Viver a salvação pela graça .......... 29

5 Ser igreja é... Desfazer muros e construir pontes .. 36

6 Ser igreja é... Engajar-se no projeto de Deus ..... 43

7 Ser igreja é... Recusar a superficialidade da fé ... 49

8 Ser igreja é... Lutar pela unidade do corpo ........ 56

9 Ser igreja é... Abandonar a velha vida ............... 63

10 Ser igreja é... Andar como filhos da luz ............. 70

11 Ser igreja é... Cultivar relacionamentos santos ... 77

12 Ser igreja é... Saber que há uma guerra ............ 83

13 Projeto Proclamar: 130 sábado ......................... 90

Lição Bíblica especial: Quando os cativos são libertos .......................... 91

Sugestão para programa de culto ..................... 97 Sermão: Deixe Deus usar a sua vida .................. 99

O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios

Somosigreja

4 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

ANTIGO TESTAMENTOGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros Nm Deuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Rs2 Reis 2 Rs1 Crônicas 1 Cr 2 Crônicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel Ez Daniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias Ob Jonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

NOVO TESTAMENTOMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos Rm1 Coríntios 1 Co2 Coríntios 2 CoGálatas GlEfésios EfFilipenses FpColossenses Cl1 Tessalonicenses 1 Ts2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timóteo 1 Tm2 Timóteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 João 1 Jo2 João 2 Jo3 João 3 JoJudas JdApocalipse Ap

ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

AM A MensagemARA Almeida Revista e AtualizadaARC Almeida Revista e CorrigidaAS21 Almeida Século 21ECA Edição Contemporânea de AlmeidaEP Edição PastoralNVI Nova Versão InternacionalKJA Tradução King James AtualizadaBV Bíblia VivaNBV Nova Bíblia VivaBJ Bíblia de JerusalémTEB Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

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APRESENTAÇÃO

Todos estão a sua espera. Quando ela chega, faz com que todas as pessoas presentes se levantem. As cabeças e os olhares se voltam para o corredor central do templo para vê-la passar. É assim com toda noiva! Ela passa o dia todo se preparando para aquele momento. Fica escondida dos amigos e parentes, até que se ouça o som da marcha nupcial. Então ela surge, bela e graciosa!

O encanto de uma “noiva mexe com todos. Ela é o centro da cerimônia nupcial e irradia toda esperança e sonho naquele dia”.1 Cremos que essa seja uma das razões de o Senhor ter escolhido essa figura para representar a igreja. Ele queria que ela atraísse a atenção, sendo um lugar de esperan-ça e fé num mundo cheio de desilusões. Ele desejava que as cabeças e os olhares do mundo inteiro se voltassem para vê-la passar. A igreja é a noiva mais linda do universo!

Nós somos a igreja; somos a amada do Senhor e estamos no centro dos planos eternos dele. Infelizmente, muitas vezes, nós nos esquecemos disso e perdemos de vista o que de fato é ser igreja e, assim, ignoramos as coisas magníficas que podemos fazer ao lado do nosso noivo onipotente.

Sabemos que o Senhor edificou a sua igreja, aqui na terra, e trabalha para conservá-la e expandi-la. Isso nos leva a uma reflexão: Qual é a razão de Cris-to ter edificado a igreja e trabalhado por ela? O que significa ser a igreja de Cristo? O que há de tão especial nessa noiva? Na Carta de Paulo aos Efésios, encontramos as respostas.

Efésios é uma das várias cartas que Paulo escreveu enquanto estava preso em Roma, por causa de Cristo (cf. At 28:30). Essa é considerada por muitos a Rainha das Epístolas, e é também chamada de a coroa dos escritos de Paulo,2 devido à profundidade de seu conteúdo. Isso porque ela não foi escrita em

1. Swindoll (2006:9).

2. Lopes (2009:24).

6 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

resposta a alguma circunstância específica ou controversa, como a maioria das cartas paulinas; de modo que Paulo se deu o luxo de apenas expor o conhecimento espiritual que havia acumulado, ao longo de quase trinta anos de ministério e de caminhada com Jesus.

Stott, em sua introdução a essa epístola, afirma: “A carta aos Efésios é um resumo, muito bem elaborado das boas novas do cristianismo e de suas implicações. Ninguém pode lê-la sem ser compelido a adorar a Deus e a ser desafiado a melhorar a sua vida cristã”. 3

O tema central desta carta é o mistério da gloriosa igreja de Cristo. O apóstolo nos apresenta a essência do Evangelho de Cristo aplicada à prática de vida da igreja. É impossível sair de uma leitura cuidadosa de Efésios com o conceito de um evangelho privado ou individualista. Efésios é o evangelho da igreja, pois “estabelece o propósito eterno de Deus de criar através de Jesus Cristo um povo que se destaca em relevo brilhante contra o fundo sombrio do velho mundo”.4

Nesta carta, o apóstolo usa algumas figuras para representar a igreja, entre as quais se destacam três: a de corpo, do qual Cristo é cabeça (1:22-23); a de um edifício, do qual Cristo é pedra fundamental (2:20-21), e a de um casal, em que a igreja é a esposa e Cristo é o marido (5:25-32). Neste sentido, a igreja é uma noiva que está sendo preparada para se encontrar com o seu amado noivo. Logo, é imprescindível que nós, igreja de Cristo, dediquemo--nos ao estudo da Carta aos Efésios para entendermos quem somos, de fato, e descobrirmos o que nosso Senhor espera de nós.

Por estas razões, apresentamos a vocês, com uma satisfação imensa, esta série de lições bíblicas, intitulada: Somos igreja: o que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios. Ao longo deste trimestre, vamos aprender que ser igreja é participar da comunidade local, desfrutar de bênçãos espi-rituais, existir para a glória de Deus e viver a salvação pela graça; é, ainda, desfazer muros e construir pontes, engajar-se no projeto de Deus, recu-sar a superficialidade da fé; é, igualmente, lutar pela unidade do corpo, abandonar a velha vida e andar como filhos da luz; além disso, é cultivar relacionamentos santos, e, por fim, saber que há uma guerra espiritual e que estamos nela.

3. Stott (2007:7).

4. Idem, p.10.

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Que o Senhor ilumine cada aluno no aprendizado. Que ele inspire cada professor nas ministrações das aulas, e que, neste trimestre, tenhamos uma Escola Bíblica ainda mais abençoada.

Ao Senhor Jesus, a pedra fundamental do edifício, a cabeça do corpo e noivo da igreja, sejam dadas a glória e a honra devidas ao seu nome. Amém!

Pr. Alan Pereira RochaDiretor do Departamento de Educação Cristã

8 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 108

1 Participar da comunidade local

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OBJETIVO

Apresentar ao aluno da Escola Bíblica uma breve introdução à Carta aos Efésios e mostrar o quanto é precioso o papel das comunidades locais, no conceito bíblico de igreja de Cristo.

TEXTO BÁSICO

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso: A vocês, graça e paz. (Ef 1:1-2)

INTRODUÇÃOPela graça de Deus, estamos iniciando

mais uma série de Lições Bíblicas. Desta vez, estudaremos a Carta aos Efésios. Esta é uma das várias cartas que Paulo escreveu, quando estava aprisionado em Roma (cf. At 28:30). É considerada por muitos a “Rainha das Epístolas”, devido à profundidade de seu conteúdo, pois nos apresenta a essência do evangelho de Cristo aplicada à prática de vida da igreja.

É também considerada uma carta gêmea de Colossenses, pois ambas foram escritas no mesmo lugar e na mesma época e tra-tam basicamente das mesmas questões. O que muda é o enfoque central de cada uma. Colossenses apresenta o glorioso Cristo da igreja, enquanto Efésios apresenta a glorio-sa igreja de Cristo. Aquela trata a respeito de Cristo como cabeça da igreja, enquanto esta, da igreja como o corpo de Cristo. Quer entender o que é ser igreja? Basta estudar Efésios, e, assim, conhecerá mais de perto a noiva do Cordeiro.

6 DE ABRIL DE 2013

LEITURA DIÁRIA

D 31/03 Ef 1:1-2

S 01/04 Ef 1:3-6

T 02/04 Ef 1:7-10

Q 03/04 Ef 1:11-14

Q 04/04 Ef 1:15-17

S 05/04 Ef 1:18-21

S 06/04 Ef 1:22-23

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

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No presente estudo, que tem como título “Ser igreja é participar da comunidade local”, vamos apren-der o quanto são importantes as igrejas locais, no plano eterno de Deus. Para tanto, precisamos apre-ciar algumas questões fundamen-tais, que estão por trás da Carta aos Efésios, tais como: o seu escritor, a ocasião da escrita, os destinatários e a sua mensagem.

1. O escritor da carta: Há certos personagens da história que dispen-sam apresentações, e Paulo é um desses. Mas vale a pena relembrar. Antes de se converter, ele era um fa-riseu tão devoto e dedicado que se tornou o líder do movimento anticris-tão, em Jerusalém (cf. Gl 1:13-14). Era o perseguidor implacável da igre-ja de Cristo. Mas, um dia, quando saiu para capturar os crentes, Paulo foi “capturado” por Jesus e transfor-mado num cristão (At 9:1-23). O per-seguidor tornou-se perseguido.

Outrora, ele tinha a função de aca-bar com a igreja, mas, agora, Cristo o transformara em um plantador de igrejas pelo mundo. A Bíblia diz que, enquanto ele servia a Deus, em An-tioquia, o Espírito Santo o chamou para levar o evangelho aos gentios (At 13:1-4). Em obediência ao cha-mado, ele saiu pelo Império Romano pregando a palavra. Fez três viagens missionárias, passando por várias ci-

dades, nessa que foi uma das maio-res ações evangelísticas da história.

Entre aquelas cidades visitadas por Paulo estava Éfeso. A primeira vez em que ele ministrou ali foi ao fim da segunda viagem missionária, por volta do ano 53,1 mas não ficou muito tempo na cidade (At 18:18-21). Dois anos mais tarde, já em sua terceira viagem, o pastor dos gentios voltou àquele lugar e dedicou dois anos de sua vida à evangelização de toda a região (At 19).

Foi nessa época que Paulo fundou uma forte igreja ali, numa cidade idólatra, dedicada ao culto à deusa Diana. Na visão dele, a plantação de igrejas locais era essencial “para o enraizamento do evangelho”,2 nas cidades e nos corações. Estrategica-mente, por onde passava, discipulava pessoas, treinava líderes e estabelecia comunidades cristãs locais. Em Éfeso, não foi diferente.3 Por isso, Paulo co-nhecia muito bem os cristãos dali e os amava como pastor e amigo.

2. A ocasião da carta: Qua-se dez anos após ter fundado essa igreja, Paulo escreveu aos seus ami-gos efésios. Na ocasião, estava pre-so em Roma, por causa de Cristo

1. Wiersbe (2006:8).

2. Lidório (2007:11).

3. Para compreender melhor o ministério de Paulo em Éfeso, leia os capítulos 19 e 20 do Livro de Atos.

I PARA A IGREJA SABER

10 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

(Ef 3:1, 4:1, 6:20). Com saudade, deseja compartilhar algumas revela-ções que o Espírito Santo lhe havia dado acerca de Cristo e da igreja. Se você quiser entender um pouco melhor esse contexto histórico, leia Ef 6:21-22, compare com Cl 4:7-9 e com a Carta a Filemom.

Em resumo, sabe-se que um es-cravo chamado Onésimo havia fugi-do da casa de seu senhor, um cristão chamado Filemom, que morava em Colossos, cidade vizinha de Éfeso. Lá em Roma, Paulo encontrou Onési-mo, evangelizou-o e convenceu-o a voltar para casa. Na mesma época, Tíquico, colaborador de Paulo na igreja em Colossos, foi visitar o após-tolo na prisão.

Desse modo, Paulo aproveitou a visita de seu amigo e enviou, pelas mãos deste, três cartas: a Carta aos Efésios, a Carta aos Colossenses e a Carta a Filemom. Mandou também com ele o servo fugitivo de volta. Portanto, a epístola que estamos es-tudando foi escrita em Roma, apro-ximadamente, no ano 62 d.C., pelas mãos de um pastor amoroso, que, mesmo na prisão e em pleno julga-mento, estava preocupado com as igrejas que havia plantado.

Em Efésios 1:1, ele se apresenta: Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus. O termo apóstolo significa: “enviado em missão”. Era assim que ele se via. Sentia-se in-cumbido de ensinar a palavra e de edificar aquelas igrejas (cf. Ef 4:11-

12). Por sua vez, a expressão “pela vontade de Deus” mostra que ele sa-bia muito bem quem lhe havia dado tal incumbência.

3. O destino da carta: O início da carta aos Efésios segue o padrão das cartas paulinas, que, geralmen-te, tinham três partes: 1) A apre-sentação do remetente (escritor); 2) A descrição dos destinatários, e 3) A saudação.4 Sendo assim, após se apresentar com alguns detalhes, Paulo, agora, se volta para os des-tinatários. Ele está escrevendo aos santos e fiéis em Cristo Jesus que es-tão em Éfeso (Ef 1:1b).

Nessa bela descrição, vemos algu-mas características daqueles irmãos. Em primeiro lugar, eram santos. Na Bíblia, os “santos” não são pessoas mortas que foram canonizadas, mas pessoas vivas que creem em Jesus como Salvador. Os cristãos efésios eram “santos” vivos. Esse termo “san-tos” (gr. hagioi) significa “separados” ou “consagrados”. Os efésios eram separados para posse e uso de Deus. Em segundo lugar, eles eram fiéis. Esse termo (gr. pistoi) tem duas ideias em seu significado: crença e fidelidade. Aqueles cristã os tinham fé em Jesus e eram obedientes a ele. Como bem afirmou Taylor: “O ato de crer resulta em fidelidade”. 5

Quanto à situação em que se en-contravam os destinatários da carta,

4. Taylor et al. (2009:115).

5. Idem.

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também temos algumas informa-ções. Em primeiro lugar, estavam em Cristo. Essa expressão aparece quinze vezes em Efésios e mostra a posição ou situação espiritual daque-les que estão unidos a Jesus pela fé, que vivem e subsistem por meio de Cristo, que têm comunhão com Cris-to e se identificam com ele. E, como escreveu Paulo, quem está em Cris-to, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo (2 Co 5:17 – grifo nosso).

Em segundo lugar, eles participa-vam de uma igreja local, em Éfeso; pertenciam a uma comunidade cris-tã localizada no tempo e no espaço; eram cidadãos do mundo (estavam em Éfeso) e cidadãos do céu (esta-vam em Cristo). No Novo Testamen-to, a igreja é o corpo de Cristo. Por-tanto, é impossível estar em Cristo sem estar na igreja. No cristianismo, não há lugar para o individualismo.

4. O assunto da carta: Em nossos dias, temos visto um número cres-cente de crentes cujo lema é: “Cris-to, sim; igreja, não!”. Obviamente, isso é uma grande contradição. Na Bíblia, sobretudo, em Efésios, estar em Cristo é sinônimo de ser igreja. Ninguém pode pertencer a Cristo, sem pertencer à igreja. Para Paulo, a igreja é o grande projeto de Jesus Cristo, a partir da cruz. Ser cristão ou pertencer a Cristo é, naturalmente, fazer parte desse projeto. Por isso, em sua carta, o apóstolo tem como propósito “ensinar aos cristãos em

Éfeso a maravilha e as implicações práticas de ser a igreja em Cristo”.6

O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios? É desfrutar de bênçãos espi-rituais; é existir em comunidade, para a glória de Deus; é viver a salvação pela graça; é ser um corpo em Cristo; é lutar por esta unidade; é andar nos caminhos de Cristo, sem retornar aos caminhos do mundo de pecado; é ser a noiva de Cristo; é buscar forças para o combate espiritual. Esses conceitos serão tratados nos próximos estudos desta série.

Contudo, cabe aqui uma pergunta: Na prática, o que é ser ou pertencer à igreja? A resposta é simples: das 109 vezes em que a palavra eklesia apare-ce no Novo Testamento referindo-se à igreja de Cristo, apenas 5 vezes é usada restritamente para referir-se à igreja em geral, composta por crentes de todos lugares e de todos os tempos, chamada pelos teólogos de igreja universal.

Em 9 ocasiões, todas em Efésios, essa palavra tem duplo sentido: refe-re-se tanto à igreja universal quanto à igreja local. Todavia, as 95 vezes res-tantes refere-se diretamente a igrejas locais, ou seja, na Bíblia, principal-mente nas cartas de Paulo, o conceito de igreja é ligado ao de igreja local.7 Ser igreja ou pertencer à igreja, indis-cutivelmente, significa envolver-se e participar ativamente da vida de uma comunidade cristã local.

6. Bíblia de Estudo de Genebra (2009:1566).

7. Douglas (1995:735).

12 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

01. Quem foi o escritor da Carta aos Efésios? Que ligação ele tinha com a comunidade cristã de Éfeso? Fale também sobre o valor que ele dava às igrejas locais. Baseie-se em Gl 1:13-14; At 18:18-21, 19:1-10.

02. Leia Ef 6:20-22; Cl 4:7-9; Fm 1-17, e responda: Onde Paulo estava, quando escreveu a Carta aos Efésios? Como esta chegou ao seu destino? Comente sobre o contexto histórico.

03. Com base no item 3 e em Ef 1:1, responda: Como Paulo descreveu os destinatários de sua carta? Quem eles eram e qual a sua situação?

04. De acordo com o item 4, há um número crescente de crentes cujo lema é: “Cristo, sim; igreja, não!”. Qual é a contradição dessa frase? Para responder, leia Ef 1:1-3 e o item 4.

Na carta aos Efésios, podemos ver isso, quando lemos: ... aos san-tos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso: A vocês, graça e paz (Ef 1:1-2a – grifo nosso). Depois desta saudação, o apóstolo começa dis-correr sobre bênçãos espirituais que são dadas à igreja e sobre práticas

cristãs, como: comunhão, uso dos dons, relacionamentos etc. Onde aprendemos e vivenciamos essas bênçãos e práticas? Na igreja local! De fato, é nela que as coisas acon-tecem. Ser igreja é, entre outras coi-sas, estar e participar de uma comu-nidade cristã local.

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05. O assunto principal da Carta aos Efésios é a “igreja de Cristo”. Mas, na prática, o que é ser ou pertencer a essa igreja? O que nossa participação na igreja local tem a ver com isso?

II PARA A IGREJA VIVER

1. A igreja local é preciosa: par-ticipe ativamente dela! A igreja local é preciosa, porque

é nela que nos relacionamos e mi-nistramos uns aos outros, através dos dons espirituais. É através dela que nos tornamos agentes trans-formadores da sociedade. Aqui, na comunidade, vivemos e cumprimos a nossa missão proclamadora. Nela, os pecadores vivenciam a salvação em Cristo, são inseridos na unidade e acolhidos na comunhão.

Na comunidade cristã, aprende-mos a viver o evangelho, a cumprir os mandamentos da mutualidade. É aqui que amamos e somos amados, que aceitamos e somos aceitos, que perdoamos e somos perdoados, que encorajamos e somos encora-jados, que edificamos e somos edi-ficados. É aqui que nos preparamos para encontrar o nosso noivo: Je-sus. Portanto, participe ativamente da igreja local em que o Senhor lhe deu a honra de congregar.

06. Qual é a importância da igreja local em sua vida? O que significa participar ativamente da igreja local?

2. A igreja local é preciosa: cui-de firmemente dela!Qual é o endereço do templo onde

você congrega? Há quanto tempo você está congregando neste lugar? Esta é a comunidade cristã local em que o Senhor Jesus lhe permitiu congregar.

Esta igreja, que está neste bairro, é es-tratégica e preciosa aos olhos de Deus, pois nela se vê a face da incomparável noiva de Jesus. É isso mesmo. Apesar de suas fragilidades e falhas, Deus a vê assim. Além disso, ela está neste endereço para que outras pessoas des-

14 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

DESAFIO DA SEMANA

A noiva de Cristo tem sua face mais bem revelada na igreja lo-cal. Como afirma Barclay, a ekklesia, em essência, é um grupo de pessoas que se reúnem, não tanto por que decidiram agir assim, “mas porque Deus as chamou para Si; não se reúnem tanto para compartilharem dos seus próprios pensamentos e opiniões, mas para escutarem a voz de Deus”. 8 Podemos vivenciar isso nas nos-sas comunidades cristãs locais.

É na igreja local da qual participamos que aprendemos o evan-gelho e é dela que saímos para praticá-lo. Ela é preciosa! Se você quer, de fato, ser igreja de Cristo, faça parte ativamente da sua igreja local. Quer um exemplo? Envolva-se em algum ministério dentro dela. Escolha uma área em que você tem aptidão e dedi-que-se com fidelidade, usando seus dons para edificar os demais irmãos. Pense nisso!

8. Barclay (1985:46).

ta região tenham a oportunidade de ouvir o evangelho e ser salvas.

Sendo assim, é papel de cada membro da igreja local valorizá-la e zelar por ela. Faça algo por sua igre-ja: doe-se mais pelo fortalecimento do corpo de Cristo; comprometa-se

financeiramente; respeite as autori-dades eclesiásticas constituídas; es-teja presente nos cultos; lute pela a unidade; trabalhe para que sua igre-ja local cresça; faça tudo que tiver ao seu alcance, para que ela seja cada vez mais santa.

07. Dê exemplos de como podemos cuidar da igreja local onde congregamos.

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Hinos sugeridos – BJ 2 • BJ 293

213 DE ABRIL DE 2013

Desfrutar de bênçãos espirituais

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OBJETIVO

Levar o estudante da Bíblia a refletir sobre as bênçãos espirituais desfrutadas por aqueles que estão em Cristo Jesus, e motivá-lo a desfrutar dessas bênçãos com gratidão e santidade.

TEXTO BÁSICO

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. (Ef 1:3)

LEITURA DIÁRIA

D 07/04 Ef 2:1-3

S 08/04 Ef 2:4-5

T 09/04 Ef 2:6-7

Q 10/04 Ef 2:8-9

Q 11/04 Ef 2:10-11

S 12/04 Ef 2:12-13

S 13/04 Ef 2:14-15

INTRODUÇÃOEsta é a segunda lição desta nova série de

estudos na carta aos Efésios, e tem por título “Ser igreja é desfrutar de bênçãos espiritu-ais!”. Este estudo abrange os versículos 3 a 14 do primeiro capítulo dessa carta considerada como a “coroa” dos escritos de Paulo.

O texto em estudo é extremamente relevan-te para nossos dias, pois nos traz um conceito bíblico, próprio do Novo Testamento, acerca das bênçãos de Deus. Ao longo do estudo, aprenderemos sobre a origem das bênçãos, sua natureza, sua abrangência e seus propósitos. Isso nos ajudará a não apenas conhecermos as bênçãos espirituais que o Deus Triúno nos con-cede, mas a desfrutá-las de modo apropriado.

Paulo estava preso em Roma e tinha todos os motivos do mundo para estar triste, abatido e frustrado com Deus. No entanto, ele o esta-va glorificando e afirmando ser alvo das bên-

I PARA A IGREJA SABER

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

16 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

çãos divinas. A pergunta é: Qual era a sua concepção de bênção? Será que era a mesma de alguns pregado-res modernos televisivos? Vejamos o que podemos aprender, durante o estudo desta lição.

1. Fomos eleitos por Deus: É assim que Paulo inicia o trecho que estamos analisando: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3). Aqui, vemos a triunidade divina em ação. O apóstolo mostra que toda bênção que desfrutamos tem como origem o Pai, e o louva por isso. Paulo não tem dúvida de que todo cristão é abençoado com “todas as bênçãos espirituais”, uma possível referência à ação do Espírito, que aplica a obra de Cristo em nós.

Na continuação, lemos: Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo (v.4a). A partir da-qui, Paulo inicia sua exposição sobre as bênçãos espirituais desfrutadas pela igreja a partir da eleição. Eleger significa tomar ou escolher algo para si. De acordo com esse texto, Deus Pai, em sua multiforme sabedoria e presciência, antes mesmo que hou-vesse mundo, formou um propósito em sua mente. Esse propósito dizia respeito tanto a Cristo quanto a nós. Ele colocou “a nós e a Cristo juntos na sua mente”.1

1.Stott (2007:16).

Deus resolveu tornar-nos seus fi-lhos, quando ainda nem existíamos, através da obra de Cristo, mesmo quando esta nem havia sido realiza-da. Segundo as palavras de Pedro, essa eleição aconteceu segundo a presciência de Deus Pai (1 Pd 1: 2), isto é, segundo o seu conhecimento prévio sobre a nossa resposta à salva-ção. A eleição em Cristo deve levar--nos a louvar a Deus, que, sabendo de antemão que o ser humano cairia em pecado, decidiu, sem qualquer in-fluência externa, estabelecer o meio para a salvação da humanidade: a fé em seu filho Jesus. Isso se chama gra-ça, no mais puro sentido da palavra.

No entanto, o próprio texto ensi-na-nos que ele nos elegeu para a sal-vação em Cristo, para sermos santos e irrepreensíveis (Ef 1:4b). Hagios é a palavra grega traduzida por “san-tos”, e significa ser diferente, sepa-rado. A palavra “irrepreensível” é a tradução para a palavra grega amo-mos, que significa “sem qualquer espécie de mancha”.2 A santificação não é a causa, mas a prova da nos-sa eleição em Cristo.3 Os que foram eleitos na eternidade, com base no prévio conhecimento de Deus de que aceitariam a oferta da salvação, vão viver em santidade. Ser igreja é ser eleito em Cristo.

2. Fomos adotados pelo Pai: A eleição não é a única bênção que Pau-

2. Lopes (2009:24).

3. Idem, p. 22.

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lo menciona. Ele continua: Em amor nos predestinou para sermos adota-dos como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade (v. 5-6 – NVI). Aqui, pre-destinar (gr. proorizo) significa “deci-dir de antemão”. Paulo quer explicar, nesse texto, que, na eternidade, Deus decidiu, por amor, que os eleitos, isto é, os que creriam (v.19), seriam seus filhos, através de Jesus Cristo.

A Bíblia Viva traduz assim esse versículo: Seu plano imutável sempre foi adotar-nos em sua própria famí-lia (BV). Deus quis que fosse assim! A adoção é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores bênçãos espirituais desfrutadas por nós, crentes em Je-sus. O Novo Testamento está cheio de referências a essa graça que Deus nos outorgou em Cristo: Mas, a to-dos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome (Jo 1:12).

A igreja é formada por aqueles que receberam Jesus como Senhor e Salvador, que creram em seu nome. Ou seja, todo cristão autêntico é um filho adotivo de Deus: Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus (Gl 3:26). Paulo nos ensina que em Cristo recebemos o privilégio de nos tornarmos participantes da sua herança (Rm.8: 17).

Essa filiação também subentende responsabilidade.4 A responsabilida-de de nos parecermos com o nosso

4. Stott (2007:19).

“irmão mais velho” (Rm 8: 29), pois, o interesse divino é que sejamos transformados em réplicas, imagens de Jesus Cristo e retratos vivos dele.5 Se nos parecermos com Jesus, sere-mos “a cara do nosso Pai”: Vocês são filhos queridos de Deus e por isso devem ser como ele (Ef 5:1). Ser igreja é fazer parte de um povo ado-tado por Deus.

3. Fomos redimidos pelo Fi-lho: As bênçãos continuam: Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual ele derramou sobre nós (Ef 1:7-8 – NVI). Paulo explica que, em Cristo, o cristão é redimido e perdoado. A palavra “redenção”, que aparece no texto, significa comprar e libertar mediante o pa-gamento de um preço,6 ou seja, so-mos abençoados porque Cristo nos comprou para a liberdade (Hb 9:11-12). De acordo com as Escrituras, não há condenação alguma para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8:1). Através de seu sacrifício vicário, Jesus cancelou a cédula que era contra nós (Cl 2: 14).

Por sua vez, “perdão” (Ef 1:7) significa “levar embora”. Não há qualquer acusação registrada contra nós, pois os nossos pecados foram levados embora através da morte de

5. Lopes (2009:25).

6. Wiersbe (2006:13).

18 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Cristo.7 Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). A Escritura diz que Cristo se entregou para ser morto, a fim de ti-rar nossos pecados e assim nos livrar deste mundo mau (Gl 1:4 – NTLH).

Além disso, nós, crentes em Jesus, recebemos a iluminação da parte de Deus para compreendermos a sua vontade, que é fazer com que todas as coisas sejam reunidas sob o do-mínio de Cristo (Ef 1:9-10). Na ple-nitude dos tempos, as duas criações de Deus, todo o seu universo e a sua igreja por completo, serão unificadas sob Cristo, que é o cabeça supremo das duas8 (Rm 8:17-23). Ser igreja é fazer parte de um povo redimido e perdoado por Jesus.

4. Fomos selados com o Espíri-to: No final do trecho, que estamos estudando, Paulo apresenta mais uma bênção espiritual: o selo com o Espírito Santo: Nele, quando vo-cês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espí-rito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança (vv.13--14a – grifo nosso).

Paulo está lembrando os irmãos da cidade de Éfeso que, quando re-ceberam o evangelho e creram que Jesus era o Cristo, foram selados com o Espírito Santo. Na antiguidade, um selo era usado para três finalidades:

7. Idem.

8. Stott (2007:23).

garantir a autenticidade de um do-cumento, marcar uma propriedade e proteger contra violação e dano.9

De acordo com o texto, os cristãos recebem o Espírito Santo quando cre-em em Cristo, e são “selados” para o dia da redenção. Ser selado com o Es-pírito Santo significa recebê-lo, tornar--se habitação dele: Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, provenien-te de Deus, e que não sois de vós mes-mos? (1 Co 6: 19). O selo, então, é a presença do Espírito na pessoa salva.

Por haver alguns equívocos teoló-gicos acerca desse texto, vale ratificar: Todo cristão autêntico, no momento da sua conversão, foi selado com o Espírito Santo prometido pelos profe-tas. O Espírito Santo é a sua garantia de que o cristão foi aceito por Deus, de que agora lhe pertence e receberá seus cuidados, até o dia da redenção. Ser parte da igreja é ser selado pelo Espírito e ter garantida a herança final.

Somos a igreja de Cristo, o povo mais rico da terra. Portanto, louvemos ao nosso Deus, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos espiritu-ais em Cristo Jesus. Louvemos-lhe por nos eleger para a salvação em Cristo, antes mesmo da criação do mundo. Louvemos-lhe por nos ter feito mem-bros de sua família. Louvemos-lhe por nos ter redimido e levado nossos pe-cados embora. Louvemos-lhe por nos ter selado com o Espírito Santo.

9. Hendriksen (2005:109).

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01. Leia o texto de Ef 1:3 e responda: O verdadeiro cristão tem motivos para se alegrar em Deus? Qual a fonte das bênçãos que recebemos?

02. Leia Ef 1:4-6; 1 Pd 1:2; o item 1, e comente sobre o significado da eleição e a sua base.

03. Leia Ef 1:7-10; o item 2, e comente sobre os diversos textos bíblicos apresentados que tratam sobre a nossa adoção, especialmente o de Efésios.

04. Leia Ef 1:11-12; o item 3, e explique, de acordo com o texto, o significado de ser redimido e perdoado.

05. Leia Ef 1:13-14, o item 4, e responda: O que significa ser selado com o Espírito Santo? Em que momento da vida do cristão isso acontece?

II PARA A IGREJA VIVER

1. Desfrute das bênçãos espiri-tuais com gratidão. O texto em estudo transmite-nos

a clara ideia de que Paulo era extre-

mamente grato a Deus por poder desfrutar de todas as suas bênçãos espirituais. Suas palavras, em Efésios 1:3-14, dão-nos a entender que ele

20 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

pretendia despertar em seus leitores a consciência do quanto eram aben-çoados espiritualmente, a fim de que fossem gratos a Deus por tudo.

É muito comum, hoje em dia, ver-mos, na igreja, pessoas aborrecidas, descontentes e infelizes, por não perce-

berem o quanto são abençoadas espiri-tualmente em Cristo. Elas se esquecem de que Deus, por sua graça, fez-nos co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17). Cientes dessa verdade, agradeçamos ao Senhor; afinal, ser igreja é desfrutar das bênçãos de Deus com gratidão.

06. Após ler a primeira aplicação, discuta com a classe sobre a importância de encontrarmos significado nas bênçãos espirituais para vivermos com gratidão.

2. Desfrute das bênçãos espiri-tuais com santidade. Até aqui, pudemos ver o quanto

Deus foi e é generoso para conos-co. Ele nos abençoou plenamente em Cristo, elegendo-nos para a sal-vação, adotando-nos como filhos, redimindo-nos, perdoando-nos e selando-nos com o seu Espírito. Tudo isso Deus fez por nós. Mas como lidar com isso, agora? Qual deve ser a nos-sa postura, diante de tamanha graça?

A resposta está no texto: Deus nos elegeu para sermos santos e irrepre-ensíveis; adotou-nos para o imitar-mos, como filhos amados (Ef 5:1); redimiu-nos e perdoou-nos para vivermos debaixo da autoridade de Cristo; selou-nos com o Espírito San-to para sermos identificados como sua propriedade particular. Agora que você já sabe disso, desfrute des-sas bênçãos com santidade.

07. Leia a segunda aplicação e discuta com a classe sobre os privilégios e as responsabilidades dos cristãos.

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DESAFIO DA SEMANA

Chegamos ao final deste estudo com a certeza de que somos as pessoas mais abençoadas e bem-aventuradas deste mundo. Aprendemos que as maiores e mais importantes bênçãos na vida de um cristão não são materiais, mas, sim, espirituais. Aprendemos que, por estarmos unidos com Cristo, podemos desfrutar do me-lhor de Deus para a nossa vida.

Agora, quanto ao desafio semanal, a proposta é que estudemos essa lição com um amigo, parente ou vizinho, com a finalidade de lhes mostrar o quanto são abençoados os que se entregam a Cristo. Mostre a essa pessoa o que é ser abençoado, segundo a Bíblia. Feito isso, convide-a a participar da próxima lição, na igreja. Aceita o desafio?

22 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 187 • BJ 315

320 DE ABRIL DE 2013

Existir para a glória de Deus

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus que precisamos, cada vez mais, entender precisamente o nosso chamado e vivenciar responsavelmente a nossa missão, a fim de glorificarmos a Deus.

TEXTO BÁSICO

Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos. (Ef 1:18 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 14/04 Ef 2:16-18

S 15/04 Ef 2:19-20

T 16/04 Ef 2:21-22

Q 17/04 Ef 3:1-2

Q 18/04 Ef 3:3-7

S 19/04 Ef 3:8-10

S 20/04 Ef 3:11-13

INTRODUÇÃOAlguém já disse que “a oração é o es-

pelho da vida interior”.1 Observe alguém, quando estiver orando, e preste atenção ao conteúdo da oração. Essa é uma das me-lhores maneiras de descobrir as ambições e as principais ansiedades de alguém. Afinal, nós oramos por aquilo que é importante para nós, e estas coisas estão presentes em nossas orações.

Se alguém parasse para analisar as orações de Paulo, chegaria à conclusão de que ele era um cristão maduro. Dificilmente o veriam orando por coisas materiais. De modo cons-tante e objetivo, o apóstolo estava suplicando pela igreja em favor de bênçãos espirituais. Efésios 1:15-23 é uma dessas orações. Através dela, temos muito a aprender sobre a razão da existência da igreja.

1. Vaughan apud Lopes (2009:37).

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

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O trecho de Efésios 1:15-23, na NVI, começa com a expressão: “Por essa razão”. Esta expressão faz referência a toda a descrição dos propósitos de Deus aludida nos versículos anteriores (vv. 3-14). Paulo louva a Deus por ter abençoado a igreja e, depois, ora pe-dindo ao Senhor que a ajude a enten-der todas essas bênçãos (vv. 15-23). Quais, exatamente, são esses pedidos e o que isso tem a ver com existir para a glória de Deus? É o que veremos agora.

1. Uma igreja em progresso con-tínuo: O ser humano foi criado para a glória de Deus, para agradar-lhe e ale-grar-se nele. Mas, depois da queda no Éden, a humanidade afastou-se desse propósito. Todavia, a Carta aos Efé-sios revela que a igreja é a retomada, através de Jesus, do propósito eterno de Deus para os seres humanos, e cumpre o seu papel, quando contri-bui para que seus membros obede-çam a Deus e vivam a razão máxima de sua existência, isto é, vivam para o louvor e glória de Deus.

Na igreja, os cristãos precisam ser ensinados sobre a adoração a Deus, o amor mútuo, o amor para com os de fora e a proclamação do evange-lho. Na igreja de Éfeso, os crentes fo-ram ensinados a esse respeito, e, por isso, Paulo pode louvar a Deus pelo testemunho deles (1:17). Os cristãos de Éfeso tinham uma fé verdadeira em Jesus e um amor profundo uns

pelos outros (1:16). A caminhada de fé dessa igreja glorificava a Deus. As-sim, em sua oração, Paulo pede que ela continue progredindo na fé.

Paulo pede a Deus que dê “espírito de sabedoria e de revelação” àquela igreja (v. 17). De acordo com Stott,2 embora o texto traga espírito com “e” minúsculo, é provável que a refe-rência seja ao Espírito Santo, o mestre do povo de Deus.3 Neste caso, então, Paulo estaria orando pelo ministério de iluminação do Espírito na vida dos crentes, que já são a sua morada.

É somente através da atuação e da iluminação do Espírito Santo que nós, crentes em Jesus, podemos nos tornar sábios e conhecer a Deus mais plena-mente. É bom lembrar que “Espírito de revelação” não tem a ver com revelação além daquilo que já está revelado na Escritura, mas com uma iluminação da parte do Espírito Santo na vida do crente, para que este pos-sa entender com clareza as verdades espirituais,4 e realmente compreender quem é Cristo (v.17b – BV).

2. Uma igreja com entendi-mento claro: Na continuação de sua oração, o apóstolo faz um pedido a Deus para que a igreja de Éfeso te-nha os olhos do coração (...) ilumina-

2. Stott (2007:31).

3. A NTLH diz: ... dê a vocês o seu Espírito.

4. Cabral (1999:18).

I PARA A IGREJA SABER

24 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

dos (v.18a). A expressão “iluminar os olhos do coração” deve ser entendida como uma referência a “abrir a men-te” para a compreensão das verdades de Deus. Se uma igreja quer glorificar a Deus, em sua existência e atuação, precisa entender essas verdades. E que verdades são essas? Enumerare-mos, pelo menos, três delas.

Em primeiro lugar, a igreja precisa compreender a esperança do chamado de Deus. A compreensão da “esperan-ça do chamamento” (Ef 1:18b) diz res-peito à expectativa que os cristãos pos-suem diante do chamado divino. Deus os chamou a algo, e eles precisam en-tender isso claramente. Todo cristão é alguém chamado para uma vida total-mente nova (cf. Rm 1:6-7; 1 Co 1:2,9; 2 Tm 1:9; 1 Pd 1:15; Gl 5:13).

Em segundo lugar, a igreja preci-sa compreender o valor da herança de Deus. Efésios 1:18c pode ser uma referência à “herança” que Deus recebe, como a tradução da Bíblia Viva sugere: Quero que vocês com-preendam que Deus enriqueceu por-que nós, que somos de Cristo fomos dados a Ele!. Neste caso, Paulo está dizendo que os crentes são a heran-ça de Deus e está orando para que entendam o quanto são preciosos.

Contudo, é também possível en-tender que se trata de uma “heran-ça” que D eus outorga, como a tra-dução da Bíblia de Jerusalém sugere: ... para que entendam como é rica e gloriosa a herança destinada ao seu povo. Neste segundo caso, Paulo está

orando para que os crentes entendam o quanto é gloriosa a herança que Deus lhes dará. Entendemos que esta segunda interpretação é melhor, tan-to pelo contexto (Ef 1:13-14) quanto pelo texto paralelo de Cl 1:12.

Em terceiro lugar, a igreja precisa compreender o incomparável poder de Deus. Paulo também ora para que os cristãos de Éfeso compreendam o poder de Deus. É assim que a Nova Tradução na Linguagem de Hoje anuncia este pedido do apóstolo: Peço que Deus abra a mente de vocês para que vejam (...) como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos nele (Ef 1:19). Você já parou para pensar o quanto o Deus que servimos é poderoso? Esse “poder é como um caudal impetuoso que ar-rasta com sua força os obstáculos que encontra pelo caminho”.5 O apóstolo quer que os crentes entendam isso.

3. Uma igreja com chefia cor-reta: Na sequência, Paulo apresenta duas situações em que o grande po-der de Deus atuou: na ressurreição e na ascensão de Cristo. Por seu po-der, Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos (v.20a) e o fez assentar a sua direita, nas regiões celestiais (v.20b), isto é, deu autoridade a Cristo para que administrasse o go-verno do céu e da terra.6 A metá-fora emprestada é a dos príncipes terrenos, que conferem aos seus ge-

5. Lopes (2009:43).

6. Calvino (2010:228-229).

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nerais a honra de sentarem ao seu lado,7 posição esta de autoridade.

Logo em seguida, no v. 21, temos uma referência aos anjos. Eles são cha-mados de “principados”, “autorida-des”, “domínios” e “poder”. Não se trata de diferentes tipos de anjos, mas de uma possível hierarquia que existe entre eles. Investigar tal hierarquia não é importante para nós, nem era para Paulo. Ficamos com o que o evangelho diz sobre eles, isto é, que são podero-sos, mas não podem ser comparados a Cristo, em sublimidade e glória. Jesus é superior a tudo e a todos.

Por mais famosa que uma pessoa seja, não pode ser comparada a Cris-to. Seu poder não tem limites e não é passageiro. Ele vai desde esta era até a que há de vir. Por isso mesmo, Deus colocou todas as coisas debai-xo de seus pés e o designou cabeça de todas as coisas para a igreja (v.22 – NVI). Jesus é chefe sobre todo o uni-verso e sobre a igreja. Ele é chamado de “cabeça” da igreja, porque tem autoridade suprema sobre ela, assim como tem sobre o universo. Assim, se quiser agradar a Deus, a igreja precisa entender o quanto ele é poderoso e submeter-se ao seu senhorio.

4. Uma igreja com um encargo solene: No último versículo de Ef 1, temos verdades importantíssimas so-bre a igreja de Cristo. Paulo usa uma metáfora para ensinar algo sobre ela: Cristo e sua igreja são um corpo, do

7. Idem.

qual ele é a cabeça. O bem-estar de um corpo humano depende de seu bom funcionamento: a dependência das demais partes de um bom co-mando que procede da cabeça.8

Essa metáfora mostra que existe uma união íntima e vital entre Cristo e a igreja. De Cristo, a “igreja deriva sua vida, seu poder e tudo quanto é neces-sário à sua existência”.9 Isto é fantásti-co: Jesus ascendeu ao céu, mas deixou seu “corpo” na terra. A igreja é, de alguma maneira, o prolongamento da encarnação de Cristo; “é o seu corpo em ação na terra”.10 Neste sentido, deve acontecer em torno dela o que acontecia em torno de Jesus.

A igreja, como corpo de Cristo, chefiada por ele, continua amando as pessoas como ele amou e anun-ciando a mesma mensagem que ele anunciou: as boas notícias aos povos, de que o reino de Deus chegou, de que as pessoas precisam arrepender--se e depositar sua confiança inteira-mente no Filho de Deus. Ela é o corpo de Cristo, o instrumento através do qual Jesus age. Sua capacitação para essa missão vem do próprio Cristo, que enche todas as coisas (Ef 1:23b).

A igreja é chamada, nesse texto, de “plenitude de Cristo” (v.23). Existem duas explicações para essa expressão. A palavra grega pleroma, traduzida por “plenitude”, pode ser entendida

8. Davidson (1995:1666).

9. Lopes (2009:44).

10. Idem.

26 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

no sentido ativo, como “aquilo que preenche”, ou no sentido passivo, como “aquilo que é preenchido”. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje entende que o primeiro sentido é o correto: A igreja (...) completa Cristo, o qual completa todas as coisas. A Bí-blia Viva, por sua vez, entende que o segundo sentido é o correto: ... [a igre-ja] é o seu corpo, repleto dele mesmo.

Entendemos que o segundo sen-tido é o correto, ou seja, a igreja é a plenitude de Cristo, porque ele a enche. Ela recebe força dele e é pleni-ficada por ele. Segundo Stott, o con-

texto confirma essa interpretação; afinal, nos vv. 20-22, Paulo mostra o senhorio e a soberania de Jesus so-bre tudo.11 Dizer que a igreja, de al-guma maneira, completa esse Cristo supremo seria, no mínimo, incoeren-te. A igreja é a plenitude de Cristo; porém, “é Cristo quem a enche e a torna plena com a sua glória e a sua presença”.12 Ela é a sua representan-te, mas é ele quem a capacita.

11. Stott (2007:40).

12. Cabral (1999:21).

01. Leia Ef 1:15-17; o item 1, e comente sobre as notícias que Paulo tem a respeito da igreja de Éfeso e sobre o pedido que faz a Deus em favor dela. O que ele está pedindo?

02. Em Ef 1:18, Paulo trata sobre duas verdades que a igreja de Éfeso precisava compreender. Que verdades são essas? Baseie-se no item 2.

03. Leia Ef 1:19-21 e responda: Qual a terceira verdade que os efésios precisavam compreender? O que Paulo diz sobre essa verdade, a fim de que eles a aceitassem?

04. Em Ef 1:22-23, Paulo usa uma metáfora para se referir a Jesus e a sua igreja. O que ele quis ensinar? Baseie-se nos três primeiros parágrafos do item 4.

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05. Paulo chama a igreja de “plenitude de Cristo”, em Ef 1:23. Cite as duas explicações possíveis para essa expressão, com base nos dois últimos parágrafos do item 4.

II PARA A IGREJA VIVER

1. Prossigamos em entender precisamente o nosso chamado. Fé e razão não são dois temas ir-

reconciliáveis. Viver pela fé não sig-nifica viver sem saber o que pode acontecer amanhã. Viver pela fé não é sinônimo de ignorância intelectu-al. Não cometemos pecado, quando buscamos entender mais profunda-mente a nossa fé, com base na reve-lação de Deus em sua palavra. Paulo ora para que o Espírito, mediante a palavra, dê um conhecimento mais amplo de Deus à igreja.

Em Ef 1:17, ele não usa a palavra gnosis (conhecimento), mas epigno-sis, que denota um conhecimento mais amplo e mais preciso. No v.18 Paulo suplica por entendimento do chamado, da herança e do poder de Deus, e mostra reconhecer a im-portância de a igreja pensar, racioci-nar, meditar mais sobre o Deus em quem crê e sobre o que ele quer. Se ela não fizer isso, corre o risco de adorá-lo de forma inadequada e não atuar naquilo a que foi chamada. Pensemos nisso seriamente.

06. Todos nós sabemos exatamente quem é o Deus que nos chamou, de onde ele nos chamou, para que nos chamou e para onde nos chamou? A igreja consegue viver para a sua glória, sem saber essas respostas?

28 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

2. Prossigamos em vivenciar res-ponsavelmente a nossa missão.De acordo com Efésios 1:22-23, a

igreja tem uma grande responsabili-dade. Ela é o corpo de Cristo e sua representante na terra. Precisamos questionar se estamos vivenciando responsavelmente a nossa missão. Nesse corpo, cada parte é importan-te e precisa agir como Jesus, em obe-diência a ele, que é a cabeça.

A igreja é a mão que realiza a obra de Cristo, os pés que vão aos mais diferentes lugares, a voz que pronuncia palavras de ânimo e es-perança aos que estão desespe-rados. Quando as pessoas olham para as ações de nossas igrejas lo-cais, podem enxergar Jesus? Se a resposta for sim, com toda certeza, essas igrejas estão vivendo para a glória de Deus.

DESAFIO DA SEMANA

Gostaríamos de desafiar a liderança local da igreja a reunir-se, nesta semana, para conversar a respeito da igreja e perguntar se ela está existindo para glória de Deus. Como descobrir isso? Re-fletindo sobre o conhecimento que essa igreja tem a respeito de Deus e como se relaciona com ele; refletindo sobre o amor que ela, como um todo, demonstra em seu dia-a-dia e sobre o quanto ela ama Jesus.

Que, nessa reunião, também se reflita sobre o chamado de Deus. Porque ele permitiu que a igreja se estabelecesse no bairro em que ela está? Ela tem sido um sinal de Deus, nessa comuni-dade? Tem servido as pessoas como Jesus serviria? Nós oramos a Deus para que cada igreja local entenda essas questões e não viva apenas para si mesma, para sua própria glória, mas, sim, para a glória de Deus. Façamos todos nós essa reflexão.

07. Cite ações práticas realizadas por Jesus que devem estar presentes na vida cotidiana de uma igreja local.

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Hinos sugeridos – BJ 24 • BJ 371

427 DE ABRIL DE 2013

Viver a salvação pela graça

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OBJETIVO

Mostrar à igreja que a salvação que recebemos é pela graça e que esta nos capacita a viver para o Senhor com gratidão, devoção, humildade e santidade.

TEXTO BÁSICO

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. (Ef 2:8-9)

LEITURA DIÁRIA

D 21/04 Ef 3:14-15

S 22/04 Ef 3:16-17

T 23/04 Ef 3:18-19

Q 24/04 Ef 3:20-21

Q 25/04 Ef 4:1-3

S 26/04 Ef 4:4-6

S 27/04 Ef 4:7-8

INTRODUÇÃOChegamos, hoje, ao capítulo 2 da carta que

Paulo escreveu aos Efésios. Neste trecho das Es-crituras, o apóstolo dá ênfase à salvação recebi-da pela igreja de forma tão graciosa e imerecida. O objetivo de Paulo, nesta carta, não é dizer à igreja como poderia ser salva, mas, sim, lembrar--lhe como já havia sido salva pela graça de Jesus.

Relembrar esse glorioso fato é extremamente benéfico. Trazer à memória tão grande salvação é injetar no coração humano doses altíssimas de louvor a Deus e reconhecimento por sua infinita misericórdia. A lição de hoje tem esse propósito. Aprenderemos, então, como podemos, como comunidade cristã, viver a salvação pela graça; afinal, ser igreja é viver essa salvação. Com a Bíblia aberta, vamos ao estudo.

Não basta saber que a salvação é pela gra-ça: é preciso vivê-la do mesmo modo. Em nos-sos dias, infelizmente, existe um abismo entre o que se crê e o que se vive; entre teoria e prá-tica. Há muito, somos conscientes do fato de

I PARA A IGREJA SABER

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

30 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

que somos salvos pela graça de Je-sus. A questão é: o que é necessário à igreja para que viva a salvação pela graça? Vejamos o que Paulo nos diz.

1. Gratidão: Muitos não gostam de recordar o que ficou para trás. Paulo não sofria desse problema. Nos primeiros três versículos do capítulo 2, o apóstolo está claramente evo-cando o passado, fazendo-nos lem-brar do caminho no qual “andáva-mos” sem Jesus e de como “éramos”, antes de conhecê-lo (v.3).

Segundo ele, éramos escravos da carne, do mundo e do diabo. Da carne, porque andávamos em seus desejos, fazendo sua a vontade (v.3); do mundo, porque seguíamos o seu curso (v.2), e do diabo, porque éra-mos guiados pelo príncipe da po-testade do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência (v.2). Não importa se nascemos na igreja ou não: todos fomos achados por Cristo nesse estado lamentável.

Nesse mau caminho, “todos nós andávamos outrora”, afirmou o apóstolo. Mas por que Paulo de-seja relembrar-nos desse passado tão tenebroso? A razão é simples: lembrar esse passado produz em nós gratidão. Quanto “mais os homens aprendem a ver a dimen-são real de sua profunda condição perdida, tanto mais apreciarão também, pela graça de Deus, sua maravilhosa libertação”.1

1. Hendriksen (2005:132).

Olhar para trás e recordar o triste estado em que nos encontrávamos sem Cristo produz gratidão em nos-sos corações. Paulo desejava ver uma igreja cheia de gratidão a Deus. Por isso, evoca o seu triste passado. Uma igreja que não olha para trás tem imensa dificuldade de viver a salva-ção que recebeu pela graça do Se-nhor. Ser igreja é viver com gratidão pela salvação recebida.

2. Devoção: Nesta carta, Paulo leva a igreja não somente a visitar o lugar de onde viera, a sepultura espiritual onde se encontrara morta em seus pecados, mas também a vis-lumbrar o amor de Deus. Ele afirma: Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou junta-mente com Cristo (Ef 2:5).

O apóstolo está embasbaca-do com tamanho amor. Faltam--lhe adjetivo s para descrevê-lo. Por isso, utiliza a expressão “muito nos amou”. Tal amor é inigualável. É tão imenso que desafia toda e qual-quer definição.2 Aqueles, e somente aqueles, que o experimentam sa-bem o que ele é, ainda que nunca possam compreendê-lo em toda a sua plenitude.3

Paulo deseja estimular a devo-ção da igreja por Jesus. A melhor maneira que existe de fazer isso

2. Idem, p. 139.

3. Idem, p. 140.

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é levá-la a vislumbrar o amor de Deus, a visitar o Calvário. Tal con-templação do amor divino é extre-mamente importante para a vitali-dade espiritual da igreja. Sem isso, sua devoção por seu Senhor corre o sério risco de desaparecer.

Aqueles que não conseguem en-xergar o amor de Deus têm sua de-voção por Cristo afetada para pior, com o passar do tempo. Infelizmen-te, muitos dizem que a mensagem do amor de Deus é apenas para “não cristãos”. É obvio que não. O após-tolo está escrevendo para crentes. Essas palavras são dirigidas a todos nós. É imprescindível que os cristãos vislumbrem sempre o amor de Deus. Ser igreja é viver com devoção.

3. Humildade: Após discorrer sobre o estado lamentável em que nos encontrávamos sem Jesus – es-cravizados pela carne, pelo mundo e pelo diabo – e sobre como Deus nos encontrou e nos amou, quando estávamos mortos espiritualmen-te na sepultura de nossos pecados, o apóstolo só poderia concluir que nossa salvação é somente por graça.

Sendo assim, ele afirma categori-camente: Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus (v.8). A fonte da sal-vação é a graça, o favor divino, sem qualquer obra ou mérito humano; é a amorosa gentileza de Deus para com os que nada merecem,4 ou seja,

4. Dudley (2006:243).

todos nós. Trata-se de um presente, não de uma recompensa.5

Jamais podemos conquistar a sal-vação. Se Deus não nos oferecesse essa dádiva, não seríamos salvos. Tampouco podemos merecê-la, pois não é concedida por obras. Isso é para que ninguém se glorie (v.9), como explica o apóstolo Paulo. Ora, não havendo, então, lugar para o mérito humano, também não há lu-gar para a arrogância humana.6

Lamentavelmente, muitas igrejas tornam-se arrogantes. Pensam que são as melhores, que são salvas por-que possuem méritos, que são dig-nas da salvação porque obedecem aos mandamentos. Não há nada mais deplorável do que a arrogân-cia e nada é mais atraente do que a humildade.7 Por isso, uma igreja que reconhece a graça de Deus será sem-pre humilde, diante dos outros e de seu Senhor. Ser igreja é fazer parte de um povo humilde, que entende a salvação que recebeu.

4. Santidade: Para que a igreja viva a salvação que recebeu pela gra-ça de Jesus precisa manifestar grati-dão, devoção e humildade. Mas ain-da falta outro elemento igualmente importante: a santidade. Para viver a salvação pela graça, a igreja precisa vivê-la em santidade; precisa ter boas obras; afinal, de acordo com Paulo,

5. Lopes (2009:56).

6. Stott (2007:56).

7. Dudley (2006:317).

32 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

fomos criados em Cristo para as boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas (v.10).

Precisamos entender que fomos salvos para as boas obras, não por elas (v.9). A santidade, que se revela em uma vida de boas obras, é o re-sultado da salvação, não o seu meio. A única obra capaz de nos salvar foi aquela realizada por Jesus, no Calvá-rio. No entanto, uma vez que fomos salvos por ele, certamente evidencia-remos isso através da santidade.

Quem é salvo pela graça, demons-tra isso através de uma vida santa. As boas obras são indispensáveis para a salvação – não como sua base ou meio, mas, sim, como sua consequência e evi-dência.8 Afinal, a fé sem obras é morta (Tg 2:26). Uma igreja que persiste em obedecer aos mandamentos de Deus e a praticar boas obras mostra que en-tende e valoriza a graça de Deus.

8. Stott (2007:57).

É interessante notarmos que o apóstolo conclui essa parte do capí-tulo 2 usando o mesmo verbo “an-dar” que usou no início deste capí-tulo; mas apresenta um contraste glorioso: antes, andávamos em nos-sos delitos e pecados, escravizados pela carne, pelo mundo e pelo diabo (v.1-3); mas, depois de alcançados pelo amor de Deus e salvos por sua graça (v.4-9), andamos em santidade (v.10). Ser igreja é viver em santida-de e reconhecer que esta provém da salvação recebida pela graça.

Que glorioso é sabermos que fomos salvos pela graça de Jesus! Não fizemos nada para merecer tão grande salvação. O que podemos fazer agora é vivê-la com profunda gratidão, devoção, humildade e san-tidade. Era assim que Paulo desejava que a igreja de Éfeso vivesse. É assim que Deus deseja que a igreja de hoje viva. Vejamos, a seguir, duas lições que nos ajudam a viver dessa forma.

01. Com base em Ef 2:1-3 e no item 1, responda: Por que Paulo desejava relembrar à igreja de Éfeso o seu passado tenebroso? Isso é importante para a igreja, hoje?

02. Leia Ef 2:5; o item 2, e responda: Qual o objetivo do apóstolo, ao escrever à igreja sobre o amor de Deus?

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03. Ainda com base no item 2, responda: Muitos crentes pensam que a mensagem do amor de Deus é apenas para “não cristãos”. Você concorda?

04. A salvação pode ser conquistada ou merecida? A igreja pode se orgulhar ou tornar-se arrogante por ter sido salva pela graça de Deus? Baseie-se em Ef 2:8-9 e no item 3.

05. Responda, com base em Ef 2:10 e no item 4: A santidade é o meio pelo qual podemos ser salvos ou é o resultado da salvação? Como devemos viver, uma vez que fomos salvos pela graça?

1. Uma vez salvos pela graça, demonstremos sempre devo-ção a Deus. Nada estimula mais a nossa devoção

por Cristo do que vislumbrarmos seu grande amor por nós. Por saber disso, Paulo escreveu acerca do Deus que muito nos amou (v.5). Quando uma igreja deixa de vislumbrar o amor de Deus, sua devoção se esvai, com o pas-sar do tempo. Foi isso que aconteceu à igreja de Éfeso. Anos depois, Jesus escreveu-lhe uma carta alertando-a a voltar ao seu primeiro amor (Ap 2:1-4).

Conquanto religiosa em sua prá-tica, com o passar do tempo, aquela igreja havia esfriado em seu amor por Jesus. É assim que muitas igrejas e cristãos se encontram hoje: religio-sos; porém, secos e vazios de amor por Cristo. Frequentam a igreja, con-tribuem, estudam a lição, escutam a pregação da palavra, oram, mas já não amam a Cristo como outrora. Não podemos incorrer nesse mesmo erro. Em nossos corações, deve ha-ver sempre devoção. É assim que a igreja deve viver.

II PARA A IGREJA VIVER

34 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

06. Com base nesta primeira aplicação, reflita: Muitas igrejas se encontram neste estado: religiosas em sua prática, mas destituídas de amor e devoção por Cristo. E você? Como anda a sua devoção por Jesus?

2. Uma vez salvos pela graça, demonstremos sempre grati-dão a Deus.Lembrar os erros do passado com

saudade é um erro, mas recordar de como éramos, antes de Cristo nos en-contrar, é extremamente salutar. Ele nos achou no túmulo de nossos peca-dos, onde nos encontrávamos sepul-tados. Ele nos encontrou atolados na lama de nossas iniquidades. Lembrar isso traz ao coração um poderoso e belo sentimento: gratidão.

A gratidão é essencial para vi-vermos a salvação que recebemos pela graça, pois aqueles que não são gratos a Deus desprezam-na facilmente. Igrejas ingratas nunca se lembram do que Cristo lhes fez; cantam músicas que não expressam gratidão; vivem pedindo, sem agra-decer; exigem sempre de Deus, ao invés de agradecer-lhe por tudo que já lhes fez. Pensemos nisto: fomos salvos pela graça. Demonstremos gratidão a Deus.

07. Com base na segunda aplicação, pense: Temos expressado gratidão ao Senhor por tudo o que ele já fez? Qual o conteúdo de nossas orações e canções na igreja? Temos realmente vivido de maneira grata?

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DESAFIO DA SEMANA

Aprendemos, neste estudo, como podemos viver a salvação pela graça. Vimos que, para isso, é necessário que a igreja tenha gratidão, devoção, humildade e santidade. Nosso desafio, nesta semana, é aferirmos esses elementos em nossa vida pessoal e tam-bém comunitária. Temos sido gratos a Deus? As músicas que can-tamos expressam isso? E a pregação? E a oração?

Com relação à devoção, como anda seu coração, diante do Se-nhor? Quando vai à igreja, canta, oferta, serve, ora, você o faz por causa do amor de Cristo e com amor a Cristo? E a humildade? Você se acha mais santo e melhor do que outros? Você tem vivido em santidade? Como andam seus pensamentos? E o namoro ou o casamento? Reflita em oração nessas perguntas, durante esta semana. Permita que a palavra de Deus o transforme.

36 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 6 • BJ 104

54 DE MAIO DE 2013

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OBJETIVO

Explicar que Cristo, através da cruz, uniu judeus e gentios num só corpo e os reconciliou com Deus, o que resultou no que chamamos de igreja.

TEXTO BÁSICO

Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade. (Ef 2:14)

LEITURA DIÁRIA

D 28/04 Ef 4:9-10

S 29/04 Ef 4:11

T 30/04 Ef 4:12-13

Q 01/05 Ef 4:14

Q 02/05 Ef 4:15-16

S 03/05 Ef 4:17

S 04/05 Ef 4:18-19

INTRODUÇÃOO apartheid, “vidas separadas”, era o

nome dado ao regime político de segregação racial implantado na África do Sul, de 1948 a 1990, que consistiu na negação de direi-tos fundamentais à maior parte da popula-ção, pelo governo, formado por uma minoria branca. As pessoas eram divididas em grupos raciais (brancos, negros, mestiços etc.) e sepa-radas em áreas residenciais distintas.

Os negros, os mais prejudicados, foram privados de sua cidadania: não tinham direi-to à saúde, nem à educação. Esse regime, marcado pela violência, foi derrubado por um grupo de oposição e de resistência li-derado por Nelson Mandela, que foi eleito presidente daquele país, em 1994. Pois bem, Efésios 2 trata de um outro “apartheid”, ain-da pior. Por causa do pecado, os seres hu-manos foram afastados de Deus e separados uns dos outros.

Desfazer muros e construir pontes

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

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Enquanto os versículos:1-10 de Efé-sios 2 tratam do ser humano separado de Deus, os versículos 11-22 tratam, de forma especial, da situação dos gentios, que, antes de Cristo, eram to-talmente separados da comunidade de Israel (v. 14). Gentio é quem não faz parte do povo judeu. É o não-israelita. A maioria dos cristãos em Éfeso era for-mada por gentios. Nesse texto, o após-tolo aponta o nosso triste passado, por não fazermos parte do povo da alian-ça, e mostra o que Cristo fez por nós.

1. A separação: O apóstolo começa dizendo: Portanto, lem-brem-se (Ef 2:11). Ele assinala dois fatos importantes que os efésios não deveriam esquecer a respeito de seu passado como gentios: Em primeiro lugar, os gentios eram socialmente desprezados. Os judeus, o povo da aliança, olhavam-nos com desdém. Entre esses dois povos havia uma barreira racial intransponível.

Os judeus diziam que os gentios haviam sido criados por Deus para serem combustível para o fogo do inferno. Era realizado o enterro sim-bólico de um rapaz judeu que casas-se com uma moça gentia. Não era lícito a um judeu ajudar uma mulher gentia que estivesse dando à luz, pois isso contribuiria para que outro miserável gentio viesse ao mundo.1

1. Stott (2007:23).

Em segundo lugar, os gentios eram espiritualmente falidos. Sobre isso, Paulo escreve: ... naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da co-munidade de Israel, sendo estrangei-ros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2:12). A palavra mais apropriada para os não-judeus era “sem”.2 Esta-vam sem Cristo, sem cidadania, sem alianças, sem esperança e sem Deus. Assim era a vida dos efésios, antes de encontrarem a Cristo.

Note que Paulo iniciou o trecho com a expressão lembrem-se (v.11). Há algumas coisas que a Bíblia nos manda esquecer, tais como as afron-tas de outras pessoas contra nós; mas essa questão, em particular, ja-mais deve ser esquecida. Não deve-mos nos esquecer de quem éramos, no passado, para percebermos a gra-ça do Deus que nos perdoou.3

2. O reconciliador: Depois de fazer os efésios olharem para o passado, Paulo os faz olhar para o presente: Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados median-te o sangue de Cristo (Ef 2:13). As palavras “mas agora” contrastam com a expressão “antigamente”, do versículo 11, e apontam para a i

2. Wiersbe (2006:27).

3. Stott (2007:23).

I PARA A IGREJA SABER

38 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

ntervenção de Deus, pela graça, em favor dos pecadores.

Se quisermos entender essas questões mais a fundo, precisamos fazer, aqui, uma pausa e voltar ao início de tudo: Deus criou o ser hu-mano para o louvor de sua glória. Criou-o como expressão de si mes-mo. Disse: Façamos o homem à nos-sa imagem, conforme a nossa seme-lhança (Gn 1:26-27). Quem é esse Deus? É o Deus Triúno. Trata-se de três pessoas distintas que se relacio-nam. É essa unidade de três pesso-as que nós chamamos de Deus. Por isso, a palavra “unidade” descreve bem o nosso criador.

Então, reflita: o ser humano, ima-gem e semelhança de um Deus que, em essência, é unidade, obviamente, foi criado para viver em unidade e em paz. De fato, no início, o Criador olhava para a humanidade unida e via um só homem (cf. Gn 5:2). Esse era o projeto original. Fomos criados para viver em paz com os semelhan-tes e em comunhão com o Criador.

Era assim no Éden. Mas, infeliz-mente, o pecado entrou na história e arruinou os relacionamentos. A inimizade entre Deus e os homens, entre os judeus e os gentios é conse-quência disso. Ainda bem que Jesus veio a este mundo para colocar as coisas em seus devidos lugares. Ele esteve entre nós em missão de paz. Assim, os afastados foram aproxima-dos mediante o sangue de Cristo (Ef 2:13), pois, o castigo que nos trouxe

paz estava sobre ele, e pelas suas fe-ridas fomos curados (Is 53:5).

3. A reconciliação: Na sequência, Paulo começa a descrever o que Je-sus fez e como fez. Em primeiro lu-gar, ele derrubou o muro da separa-ção. O texto afirma: Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e des-truiu a barreira, o muro de inimizade (Ef 2:14). Esta figura do muro tem base em algo que os crentes gentios conheciam: em Jerusalém, havia, de fato, um muro que impedia os gen-tios de se aproximarem do templo. O forasteiro que infringisse a regra poderia ser morto. A partir do conhe-cimento desse fato, Paulo lhes ensina que, agora, todos têm acesso a Deus.

Em segundo lugar, Jesus anulou as ordenanças segregadoras. O apósto-lo escreve: ... anulando em seu cor-po a lei dos mandamentos expressa em ordenanças (Ef 2:15). A partir de Cl 3:11-16, entendemos que, aqui, Paulo se refere às leis sobre rituais, tais como a circuncisão e os sacrifí-cios, que levantavam barreiras entre os judeus e outros povos.

Em terceiro lugar, Jesus criou uma nova humanidade. Paulo segue dizendo: O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz (Ef 2:15b – grifo nosso). Essa expressão “novo homem” significa “uma nova hu-manidade”. Segundo Stott,4 a igreja é essa “nova humanidade”.

4. Idem, p.58.

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De acordo com o versículo 14, Je-sus evangelizou a paz entre judeu e gentio (representantes de toda a raça humana), e fez destes um só homem (v. 15). Logo, a igreja é “a retoma-da, em Jesus, do propósito eterno de Deus para a raça humana”.5 Esse seu propósito era restabelecer a unidade entre os seres humanos e estabele-cer a sua igreja.

Em quarto lugar, Jesus desfez a inimizade entre Deus e os homens. Paulo completa, dizendo: ... e recon-ciliar com Deus os dois em um cor-po, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade (v.16). O termo “reconciliar”, aqui, significa “estabe-lecer paz entre”. 6 Nesse sentido, o apóstolo está ensinado que o grande objetivo de Jesus, ao ir à cruz, era res-taurar a comunhão, perdida no Éden, entre Deus e os seres humanos.

4. O resultado: Por causa do sa-crifício de Cristo na cruz, hoje, temos paz com Deus. É claro que o Deus de amor deseja reconciliar consigo os pecadores; mas, por ser santo e justo, não pode deixar o pecado impune. Todavia, esse problema foi resolvido, quando o Filho veio para ser o sacrifício pelos nossos pecados. Ele tomou o nosso lugar e pagou o nosso débito com Deus. A dívida foi paga e a inimizade, desfeita.

5. Kivitz, Ed René. Igreja: ser e pertencer. Dispo-nível em: <http://edrenekivitz.com/blog/tag/ igreja>. Acesso em: 6 de agosto de 2012.

6. Wiersbe (2006:28).

Realmente, Jesus Cristo é a nossa paz (v.14). Ele fez a paz (Ef 2:15) e evangelizou a paz (v.17). Wiersbe7 afirma que, como Santo Juiz, ele poderia ter vindo declarar guerra contra os rebeldes seres humanos; contudo, graciosamente, veio em missão de paz. Chegou para aca-bar com o apartheid espiritual. Em Cristo, judeus e gentios têm paz en-tre si e o livre acesso a Deus (v.18), pois o véu foi rasgado, quando o Cordeiro morreu. A reconciliação está consumada.

Chamamos de igreja de Cristo ao resultado dessa reconciliação. A uni-ficação de judeus e não-judeus, em Cristo, é a Noiva do Cordeiro. Em Efésios 2:19-22, encontramos três figuras que o apóstolo usou para ilustrar essa unidade da igreja. Em primeiro lugar, Paulo se refere a um só povo. O texto diz: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem foras-teiros, mas concidadãos dos santos (v.19a). Por sua vez, o apóstolo Pe-dro nos ajuda a entender essa con-dição da igreja, ao afirmar que ela é o novo povo de Deus, raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus (1 Pd 2:9).

Em segundo lugar, Paulo se refere a uma só família: ... sois da família de Deus (Ef 2:20). Na igreja, somos todos irmãos e, por causa de Jesus, temos o privilégio de chamar Deus de Pai, pois aos que creram em seu

7. Idem, p.30.

40 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

nome, deu-lhes o direito de se torna-rem filhos de Deus (Jo 1:12 – NVI).

Em terceiro lugar, Paulo se refere a um só templo. O apóstolo conclui seu ensino dizendo que os crentes foram edificados sobre o fundamen-to dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo

santo no Senhor (Ef 2:20-21). Uni-da em Cristo, a igreja é um santo templo em construção, uma habita-ção de Deus, no Espírito (v.22). Nós, igreja de Jesus, somos, individual e coletivamente, casa de Deus. Antes, nós, os gentios, estávamos aliena-dos, longe do Pai e dos irmãos, mas fomos reconciliados. Cristo nos trou-xe de volta para casa.

01. Leia Ef 2:11, 3:8; At 9:15-17, e responda: O que é um gentio? Nós somos gentios? Como os judeus viam as pessoas gentias?

02. Com base no comentário e em Ef 2:11-12, comente sobre a situação social e espiritual dos gentios, antes de conhecerem a Cristo. Quais os dois fatos importantes que os efésios não deveriam esquecer? Aponte a razão para não esquecerem.

03. Em Ef 2:13, aprendemos que Jesus reconciliou os homens entre si e os reaproximou de Deus. Comente sobre o acontecimento, lá no Éden, que tornou necessária essa reconciliação.

04. Após ler Ef 2:14-16 e o item 3, responda: Quais foram as quatro ações que Cristo fez, através da cruz?

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05. Por que podemos afirmar que a igreja é “a retomada, em Jesus, do propósito eterno de Deus para a raça humana”? Leia Ef 2:17-22 e comente as três figuras que Paulo usou para ilustrar a unidade da igreja em Cristo.

II PARA A IGREJA VIVER

1. Ser igreja é desfazer muros.O que é a igreja? É o grupo daque-

les que foram alcançados pela graça. É o novo povo de Deus, uma comuni-dade (At 2:42-47): a comunidade do reino; é uma família (Ef 2:11-19): a família de Deus; é também um corpo (Rm 12:5): o corpo de Cristo. Nesse grupo, família, comunidade ou cor-po, todas as pessoas devem ser gra-ciosamente acolhidas, sem distinção e preconceito. Ao edificar a igreja, Jesus demoliu “os muros”. Mas, in-felizmente, em certas situações, nós, cristãos, levantamos outros “muros”, no lugar dos que ele demoliu.

Estamos construindo muros que afastam as pessoas, quando nos isolamos dentro das “quatro pa-redes”; quando pensamos apenas no bem-estar dos que estão den-tro e esquecemos aqueles que es-tão lá fora; quando, por falta de sabedoria, perdemos os jovens para o mundo; quando agimos sem paciência com os novos con-vertidos; quando, por preconceito, não evangelizamos viciados, pros-titutas, alcoólatras, descamisados etc. Acorda, igreja! Nosso exem-plo é Jesus. Devemos derrubar es-ses muros.

06. Com base na primeira aplicação, tente identificar alguns “muros” que acabamos erguendo.

42 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

2. Ser igreja é construir pontes.Através da cruz, Cristo uniu os

cristãos judeus e os cristãos gentios num só corpo, chamado igreja, e aproximou-os de Deus. Ele entregou sua vida para promover essa recon-ciliação. O que se espera daqueles que foram alcançados por essa gra-ça? Espera-se que compartilhem a mensagem de paz com os que ainda estão em guerra com Deus.

A palavra de Deus nos afirma: Isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconci-liação (2 Co 5:18). Como membros da igreja de Cristo, devemos ser “construtores de pontes”, embai-xadores da paz (2 Co 5:20). A igre-ja deve promover a união entre as pessoas e aproximá-las do Pai, por meio de Cristo.

07. Com base em 2 Co 5:17-21 e na segunda aplicação, comente a frase “Ser igreja é construir pontes”. De que maneira podemos exercer esse ministério da reconciliação?

DESAFIO DA SEMANA

Aprendemos, hoje, que a igreja é a retomada, em Jesus, do propósito eterno de Deus para a raça humana. Fomos recriados, por meio da cruz, para vivermos a comunhão do Éden, que fora perdida. Cristo uniu todos nós (judeus e gentios) em um só corpo, que ele chamou de igreja. De fato, “o grande objetivo de Jesus é ter um corpo de pessoas, como igreja, que não apenas se amem, mas que por tanto se amarem, tornam-se um só homem”.8

Que privilégio magnífico fazer parte desse plano eterno de Deus! O nosso desafio é compreender a verdade bíblica de que ser igreja é desfazer muros e construir pontes. Precisamos saber que, uma vez reconciliados com o Pai e unidos uns aos outros num só corpo, somos embaixadores dessa verdade. Foi-nos dado o minis-tério da reconciliação. Devemos promover a paz.

8. Ramos (2000:41).

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Hinos sugeridos – BJ 286 • BJ 165

611 DE MAIO DE 2013

Engajar-se no projeto de Deus

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OBJETIVO

Ajudar o estudante da Bíblia a compreender que o projeto de Deus é tornar pessoas, de todos os povos, membros do corpo de Cristo e que nós nos engajaremos neste projeto evitando o preconceito e suportando a aflição.

TEXTO BÁSICO

O segredo é este: por meio do evangelho os não-judeus participam com os judeus das bênçãos divinas. Eles são membros do mesmo corpo e participam da promessa que Deus fez por meio de Cristo Jesus. (Ef 3:6 – NTLH)

LEITURA DIÁRIA

D 05/05 Ef 4:20-21

S 06/05 Ef 4:22-23

T 07/05 Ef 4:24

Q 08/05 Ef 4:25

Q 09/05 Ef 4:26

S 10/05 Ef 4:27

S 11/05 Ef 4:28

INTRODUÇÃOSer igreja é, acima de tudo, viver no centro

da vontade de Deus. Isso implica envolvimen-to no projeto dele e submissão à sua palavra. Paulo, servo de Deus, entendia isso, na prá-tica. Após sua conversão, dedicou sua vida à obra do Senhor. Dizia ele: ... já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gl 2:20a).

O referido apóstolo se tornou um proemi-nente pregador dos conselhos de Deus. Paulo era uma peça essencial do projeto divino. Deus o usaria para a revelação de seu mistério, que, até então, não havia sido compreendido pela mente humana (Ef 3:5). Por trás da revelação desse mistério, está a realização do projeto de Deus relacionado aos gentios. É sobre isso que trataremos neste estudo.

Na antiguidade, Deus escolheu para si um povo. Deste, ele fez a sua própria herança pe-culiar entre todos os povos, reino de sacerdo-

I PARA A IGREJA SABER

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

44 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

tes e nação santa (Ex 19:5, 6). Israel, no entanto, “rejeitou tanto a Jesus como a sua mensagem a respeito do Reino”.1 Por isso, perdeu todos esses privilégios, sendo que “seu lugar se-ria assumido por outros que se pro-vassem dignos de tal participação”2 (Mt 21:43; Mc 12:1-9). Essa informa-ção nos ajudará a entender o concei-to, os obstáculos, a relevância e os despenseiros do projeto divino.

1. O projeto divino e seu con-ceito: Por mais sábio que seja, o ser humano não é detentor de toda a sa-bedoria. Muitas coisas ainda lhe estão ocultas, e assim permanecerão, até que Deus decida revelá-las (Dt 29:29). Desse modo, no Novo Testamento, Deus revela um mistério antes oculto, e o faz por intermédio do apóstolo Paulo: ... segundo a revelação, me foi dado a conhecer o mistério (Ef 3:3).

De fato, nesse texto, a palavra traduzida por mistério (gr. mistérion) “não inclui a ideia de doutrina in-compreensível, mas é uma verdade anteriormente oculta, que agora foi divinamente revelada”.3 As coisas es-pirituais não podem ser compreendi-das por pessoas carnais, que não têm o conhecimento de Deus. Por isso, por meio de Paulo, o segredo divino foi revelado aos seus santos apósto-los e profetas, no Espírito. (Ef 3:5)

1. Ladd (2001:101).

2. Idem, p.107.

3. Lopes (2008:112-113).

O que vem a ser o mistério revela-do ao sábio apóstolo? O projeto de Deus relacionado aos povos gentios, como está escrito: ... os gentios são co-herdeiros, membros do corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho (v.6). Em outras palavras, os gentios, isto é, os não judeus, têm direito aos privilégios espirituais por meio do evangelho, tanto quanto tinham os judeus como povo eleito. Isso mes-mo. A igreja, formada por gente de todas as tribos, línguas e nações, é o povo de Deus na terra (1 Pd 2:9-10).

Portanto, agora faz sentido pre-gar o evangelho a esses povos, pois este é poder de Deus para salvação tanto do judeu quanto do grego (Rm 1:16), do etíope (At 8:27-38) etc. Não foi à toa que o próprio Senhor comissionou Paulo a pregar o evan-gelho a todos os homens (At 9:15, 26:13-18). Cristo morreu para que todo o que nele crê (independente-mente de etnia, língua, escolaridade etc.) não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).

2. O projeto divino e seus obs-táculos: Engajar-se no projeto de Deus não é isentar-se de sofrimento, mas é servir, apesar do sofrimento. Paulo se propôs a enfrentar os mais cruéis obstáculos, quando resolveu, a mando de Deus, descortinar o evangelho aos gentios. A oposição que enfrentou foi violenta e covarde. Pelo menos, dois grandes obstáculos merecem ser observados aqui.

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Em primeiro lugar, por se engajar no projeto de Deus, Paulo enfrentou o preconceito. Unir judeus e gentios numa mesma comunidade era algo inaceitável pela liderança judaica. Não havia união entre esses povos. Para ter-mos uma ideia, segundo “os judeus or-todoxos do tempo de Paulo, os gentios não passavam de ‘cães’, e a atitude de alguns dos judeus cristãos para com os gentios não era muito melhor”.4

A princípio, até o apóstolo Pedro teve dificuldade em aceitar os gentios na comunidade cristã, mas logo en-tendeu que Deus não faz acepção de pessoas (At 10:28,34-36). Deus não aprova o preconceito em sua comu-nidade. Ele não nos ama pela cor que temos, pela profissão que escolhe-mos ou pela pátria em que nascemos. O seu amor é incondicional. Sabendo disso, Paulo continuou a pregar o evangelho entre os gentios (Ef 3:8).

Em segundo lugar, por se engajar no projeto de Deus, Paulo enfrentou a per-seguição. Dizer que os gentios tinham os mesmos direitos espirituais que os judeus era uma afronta. Por isso, Paulo foi lançado na prisão e açoitado, sob a acusação de disseminar o preconceito contra os judeus (At 21:28-33). Porém, o apóstolo não murmurava; antes, agradecia a Deus pelo privilégio de so-frer por amor a Cristo (Cl 1:24).

3. O projeto divino e sua rele-vância: Até aqui, estudamos sobre o conceito do projeto divino e seus obs-

4. Wiersbe (2006:33).

táculos. Agora, porém, passaremos a analisar outro aspecto desse projeto: a sua relevância. Por ser relevante, foi revelado por Deus no tempo apro-priado. Alguns motivos atestam a re-levância do projeto divino, dentre os quais, destacaremos três.

O primeiro motivo refere-se a uma reconciliação completa. Por meio de Jesus, os cristãos gentios foram re-conciliados com os cristãos judeus (Ef 2:12-13). Sendo assim, as desaven-ças entre ambos os povos não fazem sentido, pois pertencem ao mesmo Deus (Rm 3:29). Além disso, por meio de Cristo, os gentios também foram aproximados de Deus (Ef 2:16).

O segundo motivo refere-se a uma inclusão eclesial. A igreja não é com-posta somente de judeus, pois, em Cristo, os gentios também foram nela incluídos pelo próprio Deus. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus (Gl 3:28).

O terceiro motivo refere-se a uma herança espiritual. Além de membros do mesmo corpo, os cristãos gentios são também co-herdeiros e co-parti-cipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho (Ef 3:6). Não há privilégios no corpo de Jesus. Tanto judeus quanto gentios, ricos e pobres, altos e baixos, brancos e negros, inte-lectuais e leigos, têm parte nas bên-çãos espirituais. Glória a Deus por isso!

4. O projeto divino e seus des-penseiros: Paulo se considerava

46 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

um despenseiro do mistério divino (Ef 3:2). O “termo dispensação, oi-konomia, indica uma pessoa encar-regada de administrar os bens do seu senhor (Lc 16.1-8)”.5 Em outras pala-vras, o despenseiro assemelha-se ao mordomo. Paulo, como despenseiro ou mordomo, não tinha o “dever de providenciar o alimento, mas de prepará-lo e servi-lo. Não lhe cabia colocar o alimento na despensa, mas prepará-lo e levá-lo à mesa”.6 Assim sendo, duas importantes atitudes fo-ram por ele adotadas no sentido de levar adiante o projeto divino.

A primeira delas foi a procla-mação. Disse ele: ... me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3:8). Tanto os gentios quanto os judeus precisavam ouvir o evangelho e aceitar a sua propos-ta. Como despenseiros das verdades divinas, devemos imitar Paulo nes-

5. Lopes (2008:112).

6. Idem 5.

se sentido. Sem hesitar, precisamos apresentar Jesus e a sua obra de sal-vação a todos os pecadores.

A segunda atitude de Paulo, no sentido de promover o projeto divi-no, foi o discipulado (Ef 3:4). A pro-clamação era apenas uma parte de sua responsabilidade como despen-seiro. Além de pregar aos gentios, ele “também deveria ensinar-lhes sobre sua posição maravilhosa em Cristo como membros do corpo, par-ticipando da graça de Deus em pé de igualdade com os judeus”.7

Com base no que aprendemos até aqui, cabe uma importante reflexão: Como despenseiros do evangelho, qual tem sido a nossa atitude em relação à proclamação? E o disci-pulado, como tem sido encarado em nossas ações? A proclamação e o ensino bíblico se complementam. Mais do que trabalhar para que o evangelho seja aceito, precisamos nos preocupar em fazê-lo entendido.

7. Wiersbe (2006:34).

01. O que é o mistério revelado ao apóstolo Paulo, de acordo com Ef 3:3,5? Baseie-se também no item 1.

02. Com base no item 2, fale sobre os obstáculos enfrentados por Paulo, depois que este passou a se envolver no projeto de Deus.

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03. Por que o projeto divino é relevante? Comente baseando-se em Ef 2:12, 3:6; Gl 3:28, e no item 3.

04. Leia Ef 3:8; o item 4, e comente sobre a primeira atitude adotada por Paulo como despenseiro do projeto divino.

05. Leia Ef 3:4; o item 4, e comente sobre a segunda atitude adotada por Paulo como despenseiro do projeto divino.

1. Para envolver-se no projeto de Deus, evite a acepção. Os gentios ou não judeus, por

muito tempo, ficaram separados da comunidade de Israel e estranhos à aliança da promessa (Ef 2:12). Eram chamados, ironicamente, de incircun-cisos pelos judeus (v.11). Porém, o sacrifício de Jesus tornou-os filhos de Deus, quando aceitaram o Salvador (Jo 1:12). O evangelho chegou até eles!

Para engajar-se no projeto de Deus, Paulo não podia ter acepção de pessoas; precisava estar perto dos gentios, comer com eles, falar com eles. Nós, também, não podemos cair no erro de elitizar o evangelho. O rico e o pobre, o branco e o negro, o europeu e o africano, o jovem e o ancião precisam ser alcançados pela mensagem do evangelho. Foi por to-dos que Cristo morreu.

II PARA A IGREJA VIVER

06. Por que é tão importante evitarmos a acepção de pessoas, ao nos envolvermos no projeto de Deus?

48 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

07. Por que é tão importante suportarmos a aflição, ao nos envolvermos no projeto de Deus?

2. Para envolver-se no projeto de Deus, suporte a aflição. Tendo Paulo desenvolvido o

seu ministério entre os gentios (At 21:19), foi alvo de violenta oposição, por parte dos judeus. Como um ban-dido perigoso, foi lançado na prisão. Lá, além de ter sido algemado, foi espancado como um fora da lei e ameaçado de morte (vv. 31-33). Por tudo isso ele passou, ao se envolver no projeto de Deus.

Não pensemos que, pelo fato de sermos cristãos, as aflições não ba-terão em nossa porta. Neste mundo, teremos aflições (Jo 16:33). Mas, se quisermos estar envolvidos com o pro-jeto de Deus, precisamos suportá-las. Portanto, estejamos conscientes de que, como despenseiros, serviremos ao mundo com o evangelho como ove-lhas no meio de lobos (Mt 10:16). Con-tudo, faremos isso com alegria, porque até morrer por Jesus é lucro (Fp 1:21).

DESAFIO DA SEMANA

No estudo de hoje, aprendemos que o projeto de Deus foi re-velado a Paulo, que o transmitiu aos demais apóstolos e também aos gentios. Esse projeto ou mistério consiste em unir os cristãos judeus e gentios em um só corpo, a igreja (Ef 3:6).8 Por isso, Paulo lhes pregou a palavra, mesmo diante da oposição de muita gente.

Isso nos leva a um importante desafio: Que tal, nesta semana, superarmos os nossos medos e preconceitos e falarmos de Cristo àquele tipo de pessoa que, até agora, temos receio de evangelizar? Que tal visitarmos uma favela, uma prisão, uma clínica de dependen-tes químicos, ou, quem sabe, conversar com um homossexual sobre a verdade do evangelho? A salvação é também para essas pessoas.

8. Idem, p.33.

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Hinos sugeridos – BJ 79 • BJ 68

718 DE MAIO DE 2013

Recusar a superficialidade da fé

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OBJETIVO

Levar o estudante a compreender que, com o poder fortalecedor do Espírito e com a presença de Cristo, a igreja pode aprofundar-se na compreensão e na prática do amor de Deus, e, assim, viver uma vida cristã robusta.

TEXTO BÁSICO

Oro para que, estando arraigados e alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus. (Ef 3:18-19 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 12/05 Ef 4:29

S 13/05 Ef 4:30

T 14/05 Ef 4:31

Q 15/05 Ef 4:32

Q 16/05 Ef 5:1

S 17/05 Ef 5:2

S 18/05 Ef 5:3

INTRODUÇÃOA vida na superfície é cômoda. Aliás, como

seres humanos, é assim que vivemos: sobre a su-perfície terrestre. Nela, temos ar em condições ideais, desfrutamos de mananciais de águas e locomovemo-nos com facilidade. Excluindo esse aspecto, as demais referências ao que está na superfície, ao que é superficial ou a quem vive na superficialidade são negativas. Nesta lição, faremos o contraponto entre superficialidade e profundidade, para tratar sobre a fé cristã.

A fé necessita de profundidade para ama-durecer. Vivê-la na superfície é permanecer na imaturidade, sem raízes ou alicerces profun-dos. Como igreja de Cristo, devemos recusar viver a nossa fé superficialmente, pois sabe-mos que temos um Deus riquíssimo em graça e misericórdia. Por saber disso, Paulo expres-sou, em oração, seu desejo de que os crentes em Éfeso tivessem uma fé profunda. Ser igreja é recusar a superficialidade da fé.

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

50 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

A lição desta semana tem por base Efésios 3:14-21, trecho em que Pau-lo escreve uma oração considerada por muitos a mais sublime de toda a Bíblia Sagrada. Nela, o apóstolo suplica a Deus, em favor da igreja, por maturidade. Ele se expressa por meio de uma oração porque rejeitar a superficialidade da fé não é algo fácil. Viver na superfície é cômodo. Rejeitar esse estado de conforto é um desafio. Analisemos, então, a oração do apóstolo. Vamos dividi-la em duas partes.

1. Um pedido por poder, para que a superficialidade da fé seja rejeitada: Paulo inicia sua oração dizendo: Por essa razão (v.14). A ra-zão em questão foi vista na última lição: o projeto de Deus relacionado aos povos gentios de que fossem co-herdeiros, membros do corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho (v.6). Em outras palavras, os gentios têm direito aos privilégios espiritu-ais, por meio do evangelho, tanto quanto o tinham os judeus, como povo eleito.

A cruz igualou todas as pessoas: todos têm acesso a Deus, por meio do Espírito. Depois de anunciar essa verdade, Paulo ora para que a igreja, composta por gente de todas as tribos, línguas e nações, seja madura e desfrute das glorio-

sas riquezas em Cristo. Em primei-ro lugar, o apóstolo pede por for-talecimento, através do poder do Espírito: Oro para que sejais inte-riormente fortalecidos com poder pelo seu Espírito (v. 16). É o poder do Espírito que dá a capacitação necessária à vida cristã.

Note que esse poder precisa agir no íntimo. No texto grego, temos a expressão éso anthropon, que sig-nifica “dentro do homem” ou no “interior da pessoa humana”, e, na época, era usada para descrever o centro da personalidade humana; era o oposto de “homem exterior”, que se referia à aparência humana. O homem interior “era o centro da vontade, da inteligência, dos valo-res da pessoa humana”.1 Podemos dizer que essa expressão é sinônima de “coração”, que aparece no v.17.

O Espírito Santo opera no inte-rior do ser humano, que o visível e o aparente não alcançam. É pelo poder da presença do Espírito em nós que Cristo habita em nossos corações, em nosso “homem inte-rior”, em nossas mentes. Stott afir-ma que “é precisamente mediante o Espírito que Cristo habita em nosso coração”.2 Cristãos, por natureza, são templos do Espírito Santo.

1. Monteiro (2004:62).

2. Stott (2007:96).

I PARA A IGREJA SABER

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Ainda que essa seja uma verda-de, aqui está em jogo não a habi-tação propriamente dita, mas sua qualidade. Como diz Hodge,3 a questão é de intensidade. Lopes4 tem uma expressão muito inte-ressante para isso: “... uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente”. Além de consolar e animar, o Espírito preci-sa reinar no coração do crente. E como ele faz isso? Fazendo Cristo habitar em nós mais plenamente. A escolha da palavra para a ideia da “habitação” só vem a confirmar a noção da intensidade.

Dois verbos gregos são traduzidos por “habitar”: paroikeo e katoikeo. O primeiro significa habitar como es-trangeiro. Trata-se de uma habitação temporária, da qual não temos posse completa. O segundo foi utilizado no texto de Paulo e significa “estabele-cer-se em algum lugar”; também traz a ideia de permanência, proprie-dade.5 O primeiro verbo refere-se a estar em uma morada com restrições e sem intimidade; o segundo, a estar confortavelmente em um ambiente e sentir-se verdadeiramente em casa. Paulo deseja que Cristo, por meio do Espírito, sinta-se em casa em nosso coração; afinal, trata-se da casa dele, definitiva e totalmente, não somente na sala de visitas.

3. Idem.

4. Lopes (2009: 91).

5. Stott (2007: 97).

Só poderemos romper com a su-perficialidade quando nosso ser in-terior, nossas mentes e nossa perso-nalidade forem controlados por Cris-to.6 Oremos para que o Espírito, que habita em nós, nos encha de Cristo, cada dia mais, para que este tenha acesso e controle sobre o íntimo de cada um de nós.

2. Um pedido por entendi-mento, para que a profundi-dade da fé seja alcançada: Na continuidade de sua oração, o apóstolo roga a Deus que a igre-ja tenha um amor, não superficial, sem raízes, sem fundamento, mas profundo. Paulo sabia que, para exercitar o amor, a “igreja neces-sita do poder do Espírito Santo e precisa de Cristo habitando nela”. Depois, ele suplica: Oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor (v. 17b – NTLH).

O apóstolo utiliza duas metáforas para se referir ao alcance da profun-didade: “arraigar”, como uma árvo-re, e “alicerçar”, como um edifício. A árvore e o edifício são a aparência, mas sua saúde e firmeza encontram--se, respectivamente, na profundida-de das raízes e na forte estrutura dos alicerces fincados profundamente na terra. Em se tratando da fé cristã, precisamos ter raízes e alicerces no amor. Este deve “ser a base na qual a vida é edificada”.7

6. Idem, p.40.

7. Lopes (2009:99).

52 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Prosseguindo, Paulo, em oração, apresenta a razão pela qual pediu que os cristãos estivessem arrai-gados e alicerçados no amor: ... a fim de que vos seja possível com-preender, juntamente com todos os santos, a largura, o comprimen-to, altura e a profundidade (v.18) do amor de Cristo. Essas quatro medidas matemáticas referem--se ao todo da sabedoria de Deus demonstrada no seu infinito amor para a salvação da humanidade.8

Segundo Stott, parece legítimo di-zer que o amor de Cristo é suficien-temente largo para abranger a to-talidade da humanidade, suficiente-mente comprido para durar por toda a eternidade, suficientemente pro-fundo para alcançar o pecador mais degradado e suficientemente alto para levá-lo ao céu.9 Veja com que grande amor Deus nos amou! Paulo quer que os cristãos compreendam essas questões, apesar de reconhe-cer que o amor de Deus excede todo entendimento (v.19).

Um detalhe importante da oração é que a compreensão dessa grandio-sidade do amor de Deus ocorre so-mente com todos os santos (v.18a). É impossível alguém se aprofundar na compreensão do amor de Deus sozinho. É na comunidade, com nos-sos irmãos, com a troca de experiên-cias, que caminhamos para entendi-

8. Calvino (2010:280).

9. Stott (2007:98).

mentos mais claros e elevados sobre o amor de Deus.

Romper com a superficialidade da fé implica também crescer em comunhão; afinal, Paulo não ora só para que os cristãos compreendam o amor, mas para que o conheçam (v. 19a). O verbo “conhecer”, que apa-rece no v.19, refere-se a um conhe-cimento alcançado pela experiência. Por isso, a Bíblia Viva apresenta a seguinte tradução: ... e por si mes-mos experimentar este amor. Estar “arraigado” e “alicerçado” em amor implica relacionar-se em amor de maneira racional e prática.

É isto que o Senhor espera: cren-tes frutíferos, que atinjam a maio-ridade da fé. Juntemos, então, as partes da oração até aqui: o fortale-cimento e o poder operam no íntimo do ser humano para que Cristo te-nha residência permanente nele, de tal maneira que ele se aprofunde no conhecimento e na prática do amor. Só assim pode caminhar para a in-tensificação da plenitude de Deus (v. 19c). Esse talvez seja o pedido mais ousado de Paulo.

A plenitude ou perfeição de Deus é o padrão que devemos desejar. Ca-minhamos, querendo ser, cada dia, mais parecidos com ele. Assim, ao fazermos comparações, na vida cris-tã, olhamos para Cristo. Por isso, en-chamo-nos de humildade, na busca constante por nos parecermos mais e mais com o Salvador e Senhor de nossas vidas.

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01. Leia Ef 3:14-16 e comente com a classe sobre o primeiro pedido de Paulo aos cristãos de Éfeso.

02. Por que Paulo ora pedindo a Cristo que habite nos corações dos crentes efésios? Leia Ef 3:17a e explique o sentido da palavra “habitar” e o que ela ensina.

03. Quais as duas metáforas para o crescimento profundo utilizadas por Paulo e o que elas nos ensinam? Leia Ef 3:17b.

04. Uma vez que os crentes estão “arraigados” e “alicerçados” no amor, podem “compreender” e “conhecer” o amor de Cristo. Como é isso, na prática? Como entender Ef 3:18-19a? Baseie-se no item 2.

05. O que é a “plenitude de Deus”? Como o cristão caminha para essa plenitude? Leia Ef 3:19 e os últimos parágrafos do item 2.

Por essas e outras razões, essa é considerada a mais sublime oração da Bíblia, feita por um homem em prisão, que não foca suas petições em necessidades materiais, mas no sublime aprofundamento do conhe-

cimento de Deus. A plenitude a que Paulo se refere é um alvo, o estado final de perfeição. Como vimos, isso só é possível por meio da abertura para um relacionamento mais pro-fundo com o Senhor.

54 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

1. Recusar a superficialidade da fé pode ser difícil, mas é fun-damental.

Um judeu costuma orar de pé. Ao colocar-se de joelhos, para fazer a oração estudada por nós, nesta lição, Paulo demonstra a importância do conteúdo de sua súplica (Ef 3:4). Aprofundar-se é uma necessidade fundamental da igreja, porque somos “família do Pai”, isto é, carregamos o nome dele, como igreja. Assim, não po-

demos rejeitar as “riquezas de sua glória” e aceitar uma vida cris-tã superficial.

Não é natural do ser humano re-cusar a superficialidade; essa é uma tarefa difícil, que requer o podero-so fortalecimento do Espírito Santo. É de suma importância que a igre-ja assuma sua condição de habi-tação do Espírito, através de seus membros. Da mesma forma, cada um precisa buscar ser cheio do Espí-rito, constantemente.

06. Leia a primeira aplicação e responda: Apesar de difícil, por que é fundamental recusarmos a superficialidade da fé?

II PARA A IGREJA VIVER

2. Recusar a superficialida-de da fé pode ser difícil, mas é possível.

Conhecer racionalmente algo não significa saber praticar o que se conhece. Talvez você conheça toda a teoria da natação, mas nunca te-nha nadado. Somente a prática tra-rá o verdadeiro conhecimento dessa atividade. Quanto ao amor, além de conhecermos sua profundidade em Cristo, precisamos praticá-lo. Ser igreja é amar uns aos outros, amar o pecador e amar a Deus profunda-

mente. Sem amor, é vã a nossa fé. Por mais que seja difícil vivenciar-

mos esse amor, podemos fazê-lo e ter uma vida cristã robusta. Paulo ora sabendo que serve a um Deus capaz de fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, de acordo com seu poder que atua em nós (Ef 3:20). Peçamos a esse Deus que nos fortaleça com o seu Espírito e que Cristo habite em nós intensamente. Quanto mais isso acontecer, mais entenderemos e vi-venciaremos o amor.

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07. Leia a segunda aplicação e responda: Apesar de difícil, por que é possível recusarmos a superficialidade da fé?

DESAFIO DA SEMANA

Estudamos sobre recusar a superficialidade da fé. Consegue perceber isso em você? Será que está em sintonia com “todos os santos”, para compreender o amor de Cristo? Será que você tem aceitado o desafio de aprofundar-se no conhecimento de Cristo, permitindo a ação poderosa do Espírito Santo em sua vida? Veja que esse conhecimento profundo não conduz ao orgulho do sá-bio, mas ao amor de Cristo. É na prática do amor que você pode conhecê-lo mais e mais.

Para quem e em que circunstâncias você precisa demonstrar mais amor? Que tal aproveitar os próximos dias para viver essas verdades, orando para que isso se torne seu alicerce e fundamen-to? Nesta semana, marque um encontro com outro cristão para partilhar com ele o que Deus fez em sua vida, e peça-lhe que faça o mesmo. Depois, na troca de experiências, louvem a Deus, pois, assim, vocês verão o quanto o amor de Deus é grandioso.

56 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 21 • BJ 272

825 DE MAIO DE 2013

Lutar pela unidade do corpo

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OBJETIVO

Levar o estudante a entender quais são as virtudes, as colunas, os dons e os resultados da unidade, a fim de que lute pela unidade da igreja, usando seus dons e ensinando a verdade.

TEXTO BÁSICO

Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função. (Ef 4:16)

LEITURA DIÁRIA

D 19/05 Ef 5:4

S 20/05 Ef 5:5

T 21/05 Ef 5:6

Q 22/05 Ef 5:7-8

Q 23/05 Ef 5:9-10

S 24/05 Ef 5:11

S 25/05 Ef 5:12-13

INTRODUÇÃOA unidade é proporcionada por Deus, ne-

cessária à igreja e um desejo de todo mem-bro. Muito se fala sobre o assunto, muito se lê, muito se estuda, muito se prega; entretan-to, pouco se vive, de fato. Como a unidade é uma marca significativa da igreja de Cristo, esta precisa vivê-la plenamente.

Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escre-veu o texto de Efésios 4:1-16, a fim de revelar questões imprescindíveis à unidade, que serão analisadas na presente lição. Que você, estu-dante, se dedique ao estudo deste assunto, não apenas com o intuito de somar conheci-mento ou criticar a realidade, mas com o em-penho para promover a unidade.

Nos primeiros três capítulos de Efésios, Paulo trata de doutrina e benefícios obtidos por meio do sacrifício e da ressurreição de Cristo. Na sequência, trata dos deveres – os

I PARA A IGREJA SABER

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

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que desfrutam das bênçãos pre-cisam portar-se como verdadeiros filhos de Deus – e faz uma convo-cação: se alguém é cristão, que viva como tal.1 Seu primeiro ensino, nes-ta parte de Efésios, é sobre a unida-de da igreja.

1. Virtudes necessárias à pre-servação da unidade: Paulo lista virtudes necessárias para vivermos de modo digno do nosso chamado (Ef 4:1-3). Essas virtudes são essen-ciais para a vida em unidade. A pri-meira delas é a humildade (v.2a), que nada mais é do que o realismo acerca de nós mesmos, ou seja, não nos con-siderarmos além, nem aquém do que, de fato, somos.

Jesus foi um modelo perfeito de humildade.2 Não considerou toda a sua glória, ao rebaixar-se à forma humana. Quem somos nós para não o imitarmos? Pessoas humildes rela-cionam-se facilmente, ao passo que as orgulhosas vivem promovendo discórdia e maculando a união.

A segunda virtude é a mansidão (v.2b), que é a qualidade da mode-ração.3 A palavra grega traduzida por “mansidão” servia para desig-nar um animal submetido à disci-plina. Isso pode indicar que preci-samos ter todo o nosso corpo sob o controle de Deus. Pessoas mansas são mais acessíveis.

1. Wiersbe (2006:44).

2. Foulkes (1983:90).

3. Stott (2007:105).

A terceira virtude é a longanimi-dade (v.2c), que é a capacidade de se ter longo ânimo e tolerar provo-cação, sem revidar. A palavra grega traduzida por “longanimidade” dá o sentido de não se apressar em re-taliar.4 A quarta virtude necessária à preservação da unidade é a tolerân-cia (v.2d), que está implícita na ex-pressão “suportando-vos”. Suportar transmite a ideia de saber tolerar as fraquezas alheias em amor. Não exis-te, nesta terra, ser humano perfeito. Por isso, essa virtude é essencial nos relacionamentos humanos.

Paulo incentiva os cristãos a se es-forçarem constantemente para man-ter a unidade: Façam todo esforço para manter a unidade do Espírito (v.3a). As virtudes anteriormente mencionadas não podem “criar” a unidade entre os crentes: ela é criada pelo “Espírito”; por isso, é chamada de “unidade do Espírito”. Paulo ain-da diz que a ligadura que a mantém é a paz (v.3b). Nosso desafio é pre-servar tanto uma quanto outra, pois são constantemente ameaçadas; daí a necessidade de cultivarmos as vir-tudes tratadas aqui.

2. Colunas indispensáveis na unidade: Paulo passa a tratar sobre algo que sustenta a unidade da igre-ja. Ele menciona sete colunas (Ef 4:4-6). Destas, três se referem à triunida-de: “um Espírito”, “um só Senhor”, “um só Deus e Pai”. As demais se

4. Foulkes (1983:91).

58 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

referem à “experiência cristã com re-lação às três pessoas da Trindade”.5 Então, vamos lá:

Em primeiro lugar, há um só corpo (Ef 4:4), que é a igreja (1 Co 12:12-31), composta por todos os tipos de pessoas, que divergem em termos de origem, posição social, temperamentos; contudo, consti-tuem apenas um corpo (Rm 12:5). Em segundo lugar, há um só Espíri-to (v.4b), porque o corpo de Cristo, composto por pessoas de todas as tribos, raças e nações, só é unificado pelo Espírito Santo (cf. 1 Co 12:13).

Em terceiro lugar, há uma só espe-rança (v.4c), que é a volta do Senhor Jesus e a vida eterna ao seu lado. Em quarto lugar, há um só Senhor. Quem é ele? É o Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, vive por nós e voltará para nos buscar.

Em quinto lugar, há uma só fé (v.5a). A fé a que o texto se re-fere é a que uma vez foi entregue aos santos (Jd 3), o conjunto de verdades que Cristo confiou a sua igreja. Os cristãos verdadeiros po-dem até discordar de alguns pontos de interpretação secundários, mas todos concordam nos assuntos fun-damentais da fé.

Em sexto lugar, há um só ba-tismo (Ef 4:5b), porque todos nós apresentamos o mesmo testemu-nho público da nossa fé. O batismo é a demonstração pública da crença

5. Stott (2007:15).

no evangelho de Jesus e é feito em nome da Trindade.

Em sétimo lugar, há um só Pai (v.6). A igreja possui um Pai; por-tanto, é uma só família. Deus é so-bre todos, porque governa a igreja; é por todos, pois a sustenta, e em todos, porque preenche ou habita os seus. O pronome todos indica que o relacionamento com Deus se faz não apenas na singularidade, mas tam-bém na unidade.

3. Dons ministeriais e a unida-de: O apóstolo Paulo deixa de lado os elementos comuns aos cristãos e passa a enfocar o que lhes é distin-to: os dons espirituais (Ef 4:7-11).6 A unidade na igreja não significa uni-formidade, pois o corpo de Cristo é composto por variados membros. Portanto, a diversidade é sua carac-terística, já que as pessoas possuem diferentes dons. Sabe a razão? Ele, em sua maravilhosa sabedoria, quer que dependamos uns dos outros.7 Assim, por mais simples que seja a sua função ou por mais humilde que seja o membro, ele é fundamental ao bom andamento da igreja.8

Em Efésios, não temos menciona-dos todos os dons; apenas alguns. Lemos que Deus constituiu uns para apóstolos, outros para profetas, ou-tros para evangelistas e outros para pastores e mestres (4:11). Apóstolos

6. Wiersbe (2006:46).

7. Foulkes (1983: 95).

8. Wiersbe (2006: 47).

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foram somente os doze; não nome-amos ninguém assim atualmente. Contudo, a palavra grega para após-tolo traz a ideia de alguém que é en-viado. Os dotados deste dom são en-viados a implantar igrejas onde ainda não há. Profetas são aquelas pessoas que recebem uma capacitação divina para expor a palavra de Deus à igreja num grau incomum. O dom de pro-feta é diferente do dom de profecia.

Evangelistas são os dotados de ha-bilidade para expor o evangelho de modo bastante acessível aos não cren-tes. Claro que um dom especial para pregar não isenta os demais cristãos de fazê-lo. Por fim, temos pastores e mestres, que sãos dois dons em uma função. Pastor é aquele que apascen-ta, ou seja, orienta e lidera os cristãos. Todo pastor é mestre; porém, nem todo mestre é pastor. Mestres são ca-pacitados a ensinar com maestria os demais cristãos acerca da Bíblia.9

No versículo 12, de Efésios 4, Pau-lo mostra que o alvo de Deus com os dons é, em primeiro lugar, o aper-feiçoamento dos santos. Essa expres-são traz a ideia de remendar redes (cf. Mt 4:21), ou, ainda, de restaurar um osso partido. Em segundo lugar, Deus visa ao desempenho do ser-viço. Aqui, o apóstolo mostra mais uma vez que cada crente tem uma função a desempenhar na igreja. Em terceiro lugar, Deus visa à edificação do corpo de Cristo. À medida que os

9. O Doutrinal (2012:118).

membros usam os seus dons, todos são edificados e fortalecidos na uni-dade da fé (Ef 4:13).

4. Resultados esperados na unidade: Em Efésios 4:13-16, Pau-lo mostra que o resultado básico da unidade da igreja é seu crescimento espiritual. Esse crescimento pode ser confirmado em três aspectos. O pri-meiro é a maturidade espiritual (v. 13). Uma igreja que se esforça dili-gentemente para manter a unidade está caminhando para a maturidade, isto é, tem Cristo como referencial e caminha para se parecer com ele cada dia mais.

O segundo aspecto que confirma o crescimento espiritual da igreja é a estabilidade espiritual. Uma igreja que se esforça diligentemente para manter a unidade não é levada por ventos de doutrinas: O propósito é que não sejamos mais como crian-ças, levados de um lado para o outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo o vento de doutri-nas (v.14). A palavra grega traduzida por levados (v.14b) sugere a imagem de um barco sendo levado violenta-mente pelas águas.

Há charlatões no meio evangélico, há falsas doutrinas sendo difundidas. Somente uma igreja madura é capaz de rejeitá-los. Esses impostores usam de artimanha e astúcia (v. 14c). “Ar-timanha” é a tradução para a palavra grega kubeia, usada em referência a jogadores de dados trapaceiros. “As-túcia” é a tradução para panourgia,

60 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

que indica a habilidade de ludibriar. Infelizmente, há crentes oscilantes, sem convicção, que aceitam qual-quer novidade, por não serem firma-dos na verdade.

O terceiro e último aspecto que confirma o crescimento espiritual da igreja é a cooperação espiritual. Aju-damos uns aos outros em verdade e amor (v.15-16). Vimos que alguns enganam (os charlatões); mas a igreja de Cristo transmite a verdade, movida pelo amor, visando ao bene-fício de outros (v. 15).

O crescimento que há na igreja é proporcionado por Cristo e tem como objetivo glorificá-lo. Paulo en-cerra o v. 16 afirmando que a saú-de do corpo provém de um cresci-mento que emana da cabeça, ou seja, de Cristo; contudo, não isenta cada membro de uma postura ativa e altruísta em busca da edificação de todo o corpo.10

10. Calvino (2010:306).

01. Leia Ef 4:1-3, o item 1 do comentário e responda: Por que as virtudes exigidas aos cristãos são fundamentais para a vida em unidade? Fale sobre cada uma delas.

02. O item 2 do comentário trata sobre as colunas da unidade. Quais são elas? Leia Ef 4:4-6.

03. Leia Ef 4:7-11; o item 3, e fale sobre os dons. Quais as razões de termos dons diferentes?

04. Leia Ef 4:12; o último parágrafo do item 3, e comente sobre os propósitos de Deus, ao conceder dons à sua igreja.

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1. A igreja luta pela unidade, quando usa seus dons com esmero.

Dom é a tradução para a palavra charismata, e tem sua origem na pala-vra charis, que significa graça. Dom é um presente recebido do Espírito San-to. Se é presente, não é recebido por mérito, não é resultado de habilida-des humanas. Sendo assim, deve ser usado como requer aquele que o deu.

Não podemos nos envaidecer por receber os dons, mas, sim, entender

que trazem responsabilidades.11 Os dons são para o serviço, e isso signifi-ca que os usamos para servirmos aos outros, não para nos destacarmos ou sermos servidos. Se não forem usa-dos para o benefício do corpo e para promover a unidade deste, os dons não têm valor.

11. Idem p.289.

II PARA A IGREJA VIVER

05. Leia Ef 4:13-16; o item 4, e comente com a classe sobre os resultados produzidos pela unidade da igreja.

06. Qual a forma correta de usarmos os dons? Por que o cristão não deve se envaidecer por ter algum dom?

2. A igreja luta pela unida-de, quando ensina a verdade com amor.

A igreja precisa ser guiada pela verdade, que costumamos entender como um conjunto de normas bíbli-cas a serem cumpridas. Isto está cer-to; contudo, podemos ampliar esse

conceito, entendendo que, mais do que regras, a verdade é uma pessoa, o próprio Jesus (Jo 14:6). Sendo as-sim, nossa conduta deve ser guiada por ele, de modo que evidenciemos o amor.

Alguns cristãos estão dispostos a digladiar entre si, pois desejam

62 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

07. Como pode a igreja ensinar e viver a verdade com amor? Como é possível manter uma postura amorosa e, ao mesmo tempo, não permissiva?

DESAFIO DA SEMANA

O desafio para esta semana não é simples, mas é possível em Cristo, o cabeça da igreja. Você verificou, na palavra de Deus, que, sendo um cristão, precisa viver como tal. Cristãos que vivem de modo digno são humildes, mansos, longânimes, tolerantes, amo-rosos e pacíficos. Desafie-se a desenvolver essas virtudes, pois, as-sim, estará promovendo a unidade.

Use os dons espirituais que você tem para a edificação do corpo de Cristo. Não se considere superior a ninguém, por ter um dom que lhe confere evidência. Se ainda não descobriu seu dom, peça ao Espírito que o ajude a assumi-lo e usá-lo para o reino de Deus. Seu pastor pode ajudá-lo a descobrir seu dom e a desenvolvê-lo. Cuidado com os impostores no meio evangélico. Não se deixe le-var por ventos de doutrina, mas se firme na palavra.

manter a verdade, custe o que cus-tar. Costumam não refletir sobre suas exigências, e, às vezes, con-tendem por questões supérfluas ou tradicionalismos que não valem a dissolução da unidade. O contrário

também acontece, quando, visan-do ao amor, os cristãos tornam-se permissivos. Verdade e amor pre-cisam ser equilibrados. Isso só será possível quando formos cheios do Espírito Santo.

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Hinos sugeridos – BJ 138 • BJ 56

91 DE JUNHO DE 2013

Abandonar a velha vida

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OBJETIVO

Refletir a respeito de que, como igreja, não podemos viver de forma pagã; an-tes, devemos nos “despir” do “velho homem” e nos “revestir” da “nova nature-za”, criada por Deus.

TEXTO BÁSICO

... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo a concupiscência do engano, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. (Ef 4:22-24)

LEITURA DIÁRIA

D 26/05 Ef 5:14

S 27/05 Ef 5:15

T 28/05 Ef 5:16

Q 29/05 Ef 5:17

Q 30/05 Ef 5:18

S 31/05 Ef 5:19

S 01/06 Ef 5:20

INTRODUÇÃOImagine que você é convidado para um

casamento, e recebe o convite dos noivos quando está voltando para casa, após um dia cheio de trabalho. Então, além de pensar no presente, certamente você irá pensar no que vestirá. Se possível, é claro, não irá com uma roupa velha: vestirá roupas novas. A lição de hoje trata, não de um convite para uma fes-ta, mas de um mandamento (Ef 4:17) para “abandonarmos a velha vida” e nos “ves-tirmos” com a nova roupa que ganhamos: nossa nova natureza.

Viver de maneira nova é um dos quesitos para o corpo de Cristo viver unido, como vi-mos na lição da semana passada. Já que so-mos igreja, temos, pela graça, o poder de Deus para viver de acordo com sua lei, da maneira que o agrada (Rm 8:7-10). Devemos aceitar esse desafio da Bíblia; afinal, ser igreja é fazer parte de um povo que abandonou a velha vida.

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

64 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Que tal se desfazer de algumas coisas velhas? Como o ser humano gosta de juntar coisas desnecessá-rias! Quase todo mundo tem o seu “quartinho da bagunça”. No que se refere a nossa vida cristã, isso não pode acontecer, de maneira alguma. Paulo diz aos cristãos de Éfeso que precisam abandonar tudo o que faz parte da “velha vida” e devem ser controlados pela “nova natureza”. Vamos ao estudo.

1. Um apelo incisivo: O trecho de Efésios em que se baseia esta lição começa da seguinte maneira: Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios (Ef 4:17 – NVI). O apóstolo conclama os cristãos de Éfeso a um novo andar. Viver como os gentios está em con-traste com o que ele diz no v.1 do mesmo capítulo: ... vivam da maneira digna da vocação que receberam.

Esse apelo de Paulo está basea-do na certeza que ele tinha de que essa era a vontade de Deus para seu povo. Tal certeza torna-se clara na expressão no Senhor insisto (NVI). A tradução Almeida Revista e Atualiza-da traz a expressão no Senhor testi-fico. A palavra grega traduzida por “insisto” e “testifico” é marturomai, que poderia também ser traduzida por “declaro solenemente”.

Paulo tinha, então, absoluta cer-teza de que a exortação para um

novo andar não era uma vontade apenas sua para os crentes (eu lhes digo), mas era, também, do Senhor (no Senhor insisto). É na autoridade de Deus que o apóstolo insiste, e, na autoridade de Deus, ele apresenta todas as recomendações do restante do capítulo 4.

Paulo não está se dirigindo a pa-gãos, mas a crentes em Jesus. Deve-ria ser óbvio que estes não poderiam mais viver como os gentios (v.18c). A palavra “gentios” é usada, aqui, para se referir aos incrédulos, os que não pertencem a Cristo. Paulo faz o apelo solene porque sabe que, se não to-massem cuidado, até mesmo os con-vertidos poderiam continuar repro-duzindo, em certa medida, valores e comportamentos da velha vida.

2. Recapitulando a velha vida: Para que fique clara a sua admoes-tação do início do v. 17 de Efésios 4, Paulo apresenta algumas caracterís-ticas da vida do mundano incrédulo, para contrastá-las com a nova vida que os crentes receberam em Cristo. Vejamos como era a vida daqueles pagãos, conforme Efésios 4:17-19.

Paulo começa dizendo que os pa-gãos vivem na vaidade dos pensa-mentos (v.17), ou seja, suas mentes estão corrompidas. Sendo assim, tudo que estas produzem é manchado pelo pecado. Por isso, seus pensamentos são obscuros, o que os leva a viverem

I PARA A IGREJA SABER

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como se Deus não existisse. Na con-tinuação, Paulo mostra que tudo isso nasce de um coração duro (v.18).

Esse “coração”, aqui, é uma re-ferência à mente, e o termo “duro” é a tradução para uma palavra que “podia ser usada num sentido médi-co para o endurecimento caloso”.1 Por causa disso, eles são insensíveis, sem nenhuma tristeza pelo peca-do. A análise da velha vida mostra que, devido a sua insensibilidade, os pagãos praticam todas as impure-zas imagináveis. Suas mentes estão cheias de calos.

O apóstolo mostra, ainda, em Efésios, que os pagãos se entrega-ram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza (v.19). Por não “sentirem” que estão errados, fazem tudo que lhes vem à mente. Aqui, “dissolução” significa disposição para todo tipo de prazer, e “avidez”, o desejo de alguém por possuir tudo o que não lhe perten-ce.2 Assim vivem os incrédulos: afas-tados de Deus, sem direção de vida, mortos em seus pecados (Ef 2:1). Como veremos na sequência, ser igreja é viver na contramão da vida que eles levam.

3. Tirando as roupas velhas e vestindo roupas novas: Em Ef 4:20-24, entendemos que os cren-tes em Jesus vivem de maneira dife-rente, pois “aprenderam a Cristo”

1. Rienecker (1995: 395).

2. Lopes (2009:118).

(v.20), ou aprenderam a conhecer Cristo (BJ), e isso “significa ter um relacionamento pessoal com ele de modo a conhecê-lo melhor a cada dia”.3 Uma coisa é aprender sobre Cristo, ter informações sobre ele, ouvir falar dele, num filme, numa classe batismal ou num estudo bíbli-co; outra, bem diferente, é apren-der com Cristo, ter um encontro com ele e tê-lo como parceiro na caminhada cristã.

O que aprendemos, nessa cami-nhada? Em primeiro lugar, apren-demos a nos “despojar do velho homem” (v.22). Esse “despojar” é como se chegássemos da rua e ti-rássemos, de uma vez, toda a rou-pa suja. Segundo o texto, o “velho homem”, que é a velha natureza, é corrompida por desejos enganosos (concupiscência), ou seja, desejos passageiros, falsos, que levam ape-nas à destruição.

Precisamos, então, de renova-ção! É por isso que, em segundo lugar, na caminhada com Cristo, aprendemos a renovar o nosso modo de pensar, revestindo-nos do novo homem. Essa renovação começa na mente. É o que lemos no v. 23, na tradução Almeida Re-vista e Atualizada: ... e vos renoveis no espírito do vosso entendimento. Espírito, aqui, é uma referência ao “homem espiritual”, ao cristão que tem a mente de Cristo (1 Co 2:16).

3. Wiersbe (2006:51).

66 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

O homem e a mulher salvos preci-sam revestir-se do “novo homem”.

Mas como sabemos se estamos revestidos desse novo homem? Pau-lo diz que esse novo ser é criado por Deus, para uma vida justa e reta (Ed 4:24b). Entendemos essa “justi-ça” como uma referência ao homem que cumpre seus deveres para com o seu próximo, e “retidão” como uma referência aos seus deveres para com Deus.4 Isso vem da verdade do evan-gelho de Cristo, através da pregação e do estudo da palavra de Deus. Ser igreja é fazer parte de um povo que passou por essa transformação.

4. Mudando de vida: Em Ef 4:25-32, Paulo apresenta pecados e virtudes. Ele começa pela mentira, que deve ser deixada (v.25); em se-guida, apresenta a ira (v.26) como uma possibilidade ao cristão (a “ira justa”), como indignação contra o pecado (cf. Mt 21:12), mas alerta quanto ao perigo de ela se trans-formar em algo perpétuo, que abri-rá uma “porta” para o diabo agir (v.27); por isso, orienta os crentes a abandoná-la, antes de o dia acabar, no pôr-do-sol.

Paulo também trata sobre o rou-bo, que deve ser combatido com tra-balho honesto, para sustento tanto de quem trabalha quanto de quem necessita (v.28). No v.29, ele orien-ta os crentes a não falarem o que é “torpe” ou “inconveniente” (EP),

4. Foulkes (1983:109).

mas, sim, o que traz edificação. Tam-bém os orienta a falarem apenas o necessário (Tg 1:19), para o bem dos que ouvem (v.29).

Paulo também ensina que o es-tilo de vida do cristão pode ale-grar ou entristecer o Espírito Santo (v.30). Este é “o Autor de toda vir-tude cristã e de todo bom fruto”,5 uma pessoa divina. Sendo assim, em Efésios, Paulo orienta os cren-tes a não entristecerem o Espírito de Deus, que, sendo “Santo”, abo-mina todo tipo de pecado e se en-tristece pela falta de santidade dos filhos de Deus, inclusive quando estes falam palavras torpes.

Após alertar os cristãos efésios a não entristecerem o Espírito, Paulo combate a amargura, manifestada por quem guarda ressentimentos; a cólera, que é um sentimento de fú-ria; a ira, que é um coração ardendo de raiva; a gritaria, que é o descon-trole total; as blasfêmias, que são in-sultos contra Deus e o próximo, e as malícias, que são a vontade de fazer mal ao próximo (v.31).6

Em seguida, o apóstolo encora-ja os crentes em Jesus à pratica das boas atitudes. Paulo apresenta, no v. 32, três virtudes que eles deveriam cultivar: a primeira é a benignidade, que é a disposição mental para de-monstrar amor pelos outros; a se-gunda é a compaixão, que é a dis-

5. Hendriksen (2005:263).

6. Idem (2005:265).

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posição para ajudar o próximo com amor verdadeiro;7 a terceira e última virtude é o perdão, que é a atitude de não levar em conta a falta come-

7. Foulkes (1983:114).

tida por alguém e imitar Deus Pai, que, através da morte de Cristo, na cruz, perdoa quem não merece per-dão (v.32; 5:1). Ser igreja é viver essa vida transformada. A seguir, veremos duas lições práticas para a igreja.

01. Lendo Ef 4:17-19 e a argumentação presente nos itens 1 e 2, faça uma recapitulação da vida dos pagãos. Como era a nossa vida, antes de conhecermos a Cristo? Que incisivo apelo temos nesse texto?

02. Explique a expressão bíblica “aprendes tes a Cristo”. O que ela quer dizer? Baseie-se no primeiro parágrafo do item 3 e em Ef 4:20-21.

03. Com base em Ef 4:22, comente com a classe a expressão “despir-se do velho homem”. Baseie-se no segundo parágrafo do item 3.

04. O que é o “revestir-se do novo homem”? Qual a maior dificuldade que a nova vida nos traz? Baseie-se no último parágrafo do item 3 e em Ef 4:23-24.

05. Confira Ef 4:25-32; o item 4, e fale sobre a prática da nova vida.

68 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

1. Abandonemos a velha vida: Tiremos essa roupa velha logo!Você já foi arrancado do reino das

trevas e foi transportado para o reino de Cristo (Cl 1:13); por isso, as tre-vas que existiam em seu coração já foram dissipadas pelo evangelho (2 Pd 1:19). Agora, falta-lhe a coragem para se despir do “velho homem”. Você precisa, com a ajuda do Espíri-to, tirar logo o que está corrompido.

Viva a vida liberto das velhas prá-ticas! Vença o alcoolismo, a homos-sexualidade, a pedofilia, as drogas, a fofoca, a mentira, o adultério, o crime, os vícios, com o poder de Cristo. Lembre-se de que você já o conhece e já está livre da velha na-tureza humana com seus pecados (Rm 6:6; Cl 3:9). Peça a Deus, dia-riamente, que o fortaleça.

06. Quais as atitudes práticas que nos mostram que nos “despimos” do “velho homem”? Você tem conseguido se desfazer dos pecados da velha vida?

II PARA A IGREJA VIVER

2. Abandonemos a velha vida: Vistamos essa roupa nova logo!Sendo nova criação de Deus (Rm

8:1), já podemos viver de maneira di-ferente. Porém, precisamos revestir--nos do “novo homem”. A cada dia, precisamos renovar a nossa mente com o que é bom (Rm 12:2; Fp 4:8). Isso certamente nos levará à prática das coisas que alegram o Espírito Santo. Vamos progredir, pois somos

como a luz do sol, que cresce até o seu momento mais claro (Pv 4:18).

Cresça na nova vida em Jesus. Leia a Bíblia; leia bons livros; seja mode-rado em tudo que fizer; fale coisas boas e edificantes; ajude quem pre-cisa; esqueça o mal que lhe fizeram; faça o bem a todas as pessoas; viva a nova vida, diariamente; vista-se com a nova natureza de Deus.

07. Fale sobre atitudes práticas que mostram a nova natureza criada segundo Deus. Como isso tem se desenvolvido em seu dia-a-dia?

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DESAFIO DA SEMANA

Diante de tudo que estudamos hoje, você deve estar pensando em sua vida. No que tem pensado, vivido e no que tem melhorado, no que de bom você tem feito. Deus deseja que troquemos nossa velha vida pela nova vida, segundo a sua graça. Essa nova vida é demonstrada numa nova maneira de viver, com Deus, a família, a igreja e os amigos.

Nesta semana, procure desafiar-se a não mais cometer os erros de outrora; substitua a prática errada por uma nova prática (por exemplo: se você fofocava, procure falar mais de Jesus). Peça po-der de Deus, e veja que, de pouco em pouco, você se parecerá mais com o próprio Deus. Cresça na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.

70 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Hinos sugeridos – BJ 317 • BJ 34

108 DE JUNHO DE 2013

Andar como filhos da luz

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OBJETIVO

Ensinar ao estudante da palavra de Deus, com base em Efésios, que a igreja é constituída por aqueles que foram chamados a andar como filhos da luz.

TEXTO BÁSICO

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. (Ef 5:1-2)

LEITURA DIÁRIA

D 02/06 Ef 5:21-22

S 03/06 Ef 5:23

T 04/06 Ef 5:24-25

Q 05/06 Ef 5:26-27

Q 06/06 Ef 5:28

S 07/06 Ef 5:29-30

S 08/06 Ef 5:31-32

INTRODUÇÃOUma das coisas que caracterizam o ser

igreja é o abandono da velha vida, que, com certeza, demonstra a distância do ser humano em relação a Deus (Ef 4:18). No presente estu-do, veremos que, como filhos de Deus, somos não somente herdeiros de uma nova vida, no porvir, mas representantes, aqui e agora, de um Pai amoroso, santo e verdadeiro, a quem devemos imitar.

Existe um velho ditado, que diz: Tal pai, tal filho. A ideia presente, neste provérbio popular, é que, assim como é o pai, o filho é ou será. Sabemos, entretanto, que nem sem-pre as coisas são assim: nem todos os filhos são iguais aos pais. Contudo, com relação à igreja, que é o ajuntamento de pessoas fei-tas, em Cristo, filhas de Deus, essa deve ser uma verdade comum a todos. Aliás, uma exi-gência das Escrituras é que os filhos de Deus exprimam o santo caráter de seu Pai em suas condutas (Mt 5:43-48; Lc 6:35; 1 Jo 4:10-11).

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

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Paulo é muito claro ao dizer que nosso comportamento deve refletir a santidade e pureza de Deus, vis-to que, em Cristo, nós nos torna-mos seus filhos; filhos imitam seus pais; por isso, como filhos de Deus devemos imitá-lo. Paulo argumenta que os filhos são como seus pais; eles aprendem pela imitação. Deus é amor (1Jo 4.8); por isso, os crentes devem andar em amor. Deus é luz (1Jo 5.8); portanto, os crentes de-vem andar como filhos da luz. Deus é verdade ( 1 Jo 5.6); por isso, os crentes devem andar em sabedoria1.

1. Imitadores de Deus: Assim começa o trecho de Efésios que va-mos analisar: Portanto, sejam imita-dores de Deus (5:1 – NVI). A palavra “imitadores” é a tradução da expres-são grega mimetai. Aparece inúme-ras vezes no Novo Testamento, para indicar o ato de seguir um exemplo humano; mas só aqui aparece com o sentido de imitar o próprio Deus. Ela tem a mesma origem da palavra “mímica”. Os grandes oradores do passado faziam uso da mímica para serem eficientes em suas exposições.

Se você quiser ser um grande orador, então imite os oradores do passado. Mas, se você quiser ser santo, então imite Deus.2 Certa-

1. Lopes (2009:128).

2. Idem.

mente, não podemos imitar a Deus criando um universo ou inventando um método de satisfação das exi-gências da justiça e da misericórdia para salvar os seres humanos do abismo em que haviam se lançado. Mas é surpreendente como Jesus, por exemplo, é enfático em ensi-nar sobre a necessidade de sermos semelhantes a ele (Mt 5:43-48; Lc 6:35-36; Jo 13:34). Por ser Deus, Jesus deve ser imitado. Os apósto-los também enfatizaram esse ensi-no (Rm 15:2-3, 7; Fp 2:3-8).

Deus é infinito; nós, não. Porém, em nossa própria forma finita, po-demos e devemos imitá-lo, ou seja, devemos copiar seu amor,3 e sua santidade deve nos inspirar a sermos santos. A igreja é a nova criação de Deus. Dela fazem parte pessoas que já passaram pela restauração divina, gente que em nada se parecia com o criador, pois vivia conforme o curso deste mundo (Ef 2:1-3), mas, agora, compõe um ajuntamento em que Deus pode ser visto.

Portanto, o modelo de vida dos crentes em Deus deve expressar se-melhança com o Senhor. Imitar é a palavra de ordem, e a razão para isso, segundo Paulo, é que somos filhos amados (Ef 5:1b). Este fato acrescen-

3. Hendriksen (2005:268).

I PARA A IGREJA SABER

72 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

ta ainda maior peso à admoestação. Nossos costumes e ações devem evi-denciar quem é nosso Pai. Ser igreja é viver imitando Deus.

2. Andando em amor: Na se-quência do capítulo 5, Paulo diz: ... e andai em amor (v.2). O verbo “andar” aparece cerca de cinco ve-zes em toda a carta (2:10, 4:1,17, 5:8,15). É a tradução para a palavra grega peripateo, que, dentre tantas coisas, significa pisar ao redor, isto é, andar de maneira irrestrita, especial-mente como prova de habilidade; no sentido figurado, significa viver; comportar-se ou acompanhar, ou, ainda, estar ocupado com4 alguma coisa; neste caso, estar ocupado com o amor.

A exortação de Paulo aos seus lei-tores é que façam do amor a prin-cipal regra de suas vidas, a fim de que tenham habilidade para andar em amor. Para encorajar a igreja de Éfeso a essa prática, Paulo evoca o exemplo do Senhor, cujo amor tem duas características distintas dignas de imitação. A primeira é que o amor de Cristo é perdoador (Ef 4:32). Ele nos ama e, por isso, nos perdoa. Seu amor é benevolente, capaz de eli-minar toda e qualquer culpa. Assim também devemos amar, a ponto de desconsiderar as ofensas.

A segunda característica do amor de Cristo é que é sacrificial (5:2b). O

4. Bíblia de Estudo Palavras-chave Hebraico e Grego (2011:2351).

amor de Cristo o levou para o Calvá-rio. O seu sacrifício prova, de modo contundente, seu amor por nós. Paulo diz que esse sacrifício é uma oferta de cheiro suave (5:2), numa comparação com os sacrifícios do Antigo Testamento, descritos como de “aroma agradável” para expres-sar sua aceitabilidade perante Deus. Aos nossos olhos, a cruz pode pare-cer apenas uma cena de horror, mas foi uma ação tão sublime e aceitável, perante o Pai, que encheu o céu de fragrância agradável, pois atendeu à justiça divina. Andemos em amor como Cristo andou.

3. Luz e não trevas: Chegamos a Efésios 5:2, e é interessante notar-mos como Paulo nos tira repentina-mente da contemplação do amor sa-crificial de Cristo para a perversão do amor, no adultério e no abuso sexu-al. Ele tinha consciência dos perigos que rondavam as igrejas, naquela re-gião: a imoralidade sexual grassava nos templos de Afrodite, em Corin-to, e de Diana, em Éfeso; era uma prática comum naquele tempo.5

O Apóstolo não perde a opor-tunidade de ser direto e específi-co. Numa sociedade que louvava a promiscuidade e a perversão, ele precisava ser contundente, e a igre-ja precisava ser radicalmente san-ta. A prostituição e toda impureza não deveriam ser nomeadas, isto é, não deveriam ser assunto entre os

5. Lopes (2009:129).

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santos (v.3). A palavra prostituição, ou imoralidade, é a tradução para porneia, que significa perversão se-xual de quase todos os tipos e envol-ve, também, tudo que opera contra a santidade dos laços matrimoniais. Isso não deve existir na igreja.

Não apenas os pecados sexuais deveriam ser erradicados da igreja: os pecados da língua também não deveriam estar presentes na vida dos crentes6 (v.4). Conversas tolas, gra-cejos obscenos, piadas com assun-tos imorais e coisas tais como estas não devem existir no vocabulário dos santos; ao invés disso, ações de graças, como diz Paulo (v.4 – NVI), que também alerta sobre a certeza do julgamento: ... os devassos e in-continentes não herdarão o Reino de Deus; (...) porque por essas coisas vem a ira de Deus (vv.5-6).

A igreja é a nova sociedade, a nova criação de Deus. Por essa razão, deve adotar padrões novos e san-tos (5.26-27). Os salvos, que, antes, não apenas andavam em trevas, mas eram trevas, agora, não só estão na luz, mas são luz (5:8). A luz purifica, ilumina, aquece, aponta a direção, avisa sobre os perigos e produz vida.7

4. Andando em sabedoria: A expressão vede prudentemente como andais (v.15) significa “an-dem com cuidado e exatidão”. O oposto seria andar de modo des-

6. Idem.

7. Idem.

cuidado, sem a devida orientação e prudência.8 A ideia de Paulo é que seus leitores deveriam andar de modo preciso e cuidadoso.

Há uma relação interessante en-tre os vv. 14 e 15. O resultado seria: “Não andem enquanto dormem! Despertem e vejam com prudência por onde andam”. Como imitadores de Deus e filhos da luz, os crentes precisam andar em sabedoria.

Andar como sábio não significa, necessariamente, ser genial ou aca-demicamente treinado, mas, sim, ser capaz de aplicar com habilidade o que se conhece ou sabe. Andar com sabedoria é andar compreendendo o caminho e sabendo para onde vai. Quando um piloto não sabe para onde está rumando, nenhum vento é o certo.

Paulo nos ensina que, além de andarmos com sabedoria, precisa-mos andar com o aproveitamen-to do tempo: Remindo o tempo (v.16). “Remir” significa “resgatar de perda ou prejuízo”, mas pode significar, também, “aproveitar oportunidade”.9 Oportunidade é um termo que vem do latim e significa “em direção ao porto”. Indica um navio aproveitando o vento e a maré para chegar ao ancoradouro em se-gurança.10 A igreja deveria aproveitar

8. Wiersbe (2006:60).

9. Bíblia de Estudo Palavras-chave Hebraico e Grego (2011:2193).

10. Wiersbe (2006:60).

74 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

bem seu tempo, porque os dias eram maus: de perseguição e hostilidade. Se os dias de Paulo eram maus, o que dizer dos nossos dias?

Entretanto, tudo isso seria inútil, se a igreja não entendesse a vontade do Senhor (v.17). Entender a vonta-de de Deus é essencial para andar com sabedoria e enfrentar dias hos-

tis. Em tempos como o nosso, nada é mais importante do que estarmos no centro da vontade do Senhor. Descobrimos Deus e entendemos sua vontade, à medida que nossa mente é transformada (Rm 12:1-2). Essa transformação só é possível por meio da Palavra de Deus, da oração, da meditação e da adoração.

01. Leia Ef 5:1,8; o item 1, e responda: Como devemos viver, segundo a palavra de Deus? O que significa ser um imitador?

02. Leia Ef 4:32, 5:2; o item 2, e comente com a classe sobre o significado de andar em amor. Fale sobre as características do amor de Cristo.

03. Leia Ef 5:3-6; o item 3, e responda: Que tipos de pecados assediavam a igreja de Éfeso? Como filhos da luz, qual deve ser nossa postura, frente a essas coisas?

04. Leia Ef 5:15 e responda: Que cuidados a igreja deve ter nestes dias maus?

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1. As práticas antigas devem ser banidas.

A igreja de Jesus Cristo é forma-da por pessoas de todas as raças e nações que amam a Cristo e se com-prometem a servi-lo. São pessoas que, um dia, pertenceram às trevas (Ef 5:8), mas, agora, são luz. Quando éramos trevas, vivíamos segundo o curso deste mundo, mas, agora que somos filhos da luz e imitadores de

Deus, devemos abandonar as práti-cas das trevas.

Não deve haver, no meio do reba-nho do santo Deus, nenhum tipo de conduta que quebre a comunhão, que manche a pureza da igreja ou perverta a moral. A ordem é que se-jamos santos, imitadores de Deus; que sejamos sóbrios, andemos em sabedoria, reflitamos a luz de Cristo e abandonemos as práticas antigas.

05. Leia Ef 5:16-17 e explique a expressão “remindo o tempo”. Fale também sobre a importância de a igreja entender a vontade do Senhor.

II PARA A IGREJA VIVER

06. Como, na prática, os costumes antigos podem ser banidos de nosso modo de viver?

2. As práticas novas devem ser vividas.

Paulo desafia a igreja a andar em pureza. Sua ênfase é sobre a nova vida contrastada com a velha vida. No versículo 2, lemos: ... andai em

amor. No versículo 12, também le-mos: ... andai como filhos da luz. No versículo 15, ainda lemos: ... vede prudentemente como andais. A maneira de viver da igreja deve ser coerente e deve refletir a pureza da-

76 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

DESAFIO DA SEMANA

Ser igreja, como vimos, é andar como filhos da luz. Em Cristo, fomos libertos das trevas; tivemos nossa vida iluminada. Agora, somos representantes de Deus e nossa vida deve evidenciar quem é o nosso Pai. Uma igreja de verdade não compactua com as im-purezas de seu tempo. A verdadeira igreja não se mancha com as sujeiras deste mundo. O verdadeiro filho de Deus anda na luz, não nas trevas.

O desafio desta semana é que você faça um autoexame, reflita sobre sua conduta e conclua se você tem andado como filho da luz ou se ainda há muito da velha vida a ser erradicado de sua alma. Faça isso nesta semana, e, na próxima semana, antes do próximo desafio, tente identificar o quanto você mudou. Que Deus o ajude e que sua vida resplandeça a luz de Cristo.

quele que a chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

É triste sabermos de pessoas, na igreja, que ainda não conseguiram desvencilhar-se das velhas práti-cas. Andam como que dormindo. A esses, diz Paulo: Desperta, tu que

dormes (Ef 5:14). Por outro lado, é animador ver a luz daqueles que, de fato, se tornaram filhos da luz: gen-te que expressa, em sua vida, a vida de Cristo. É isso que glorifica a Deus. Portanto, vivamos essa nova vida que ele nos deu.

07. Comente com a classe sobre nossa responsabilidade de vivermos a nova vida em Cristo.

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Hinos sugeridos – BJ 33 • BJ 48

1115 DE JUNHO DE 2013

Cultivar relaciona-mentos santos

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OBJETIVO

Ajudar o estudante da Escola Bíblica a cultivar relacionamentos santos, ensinando-lhe que, para alcançar esse propósito, é necessário ser submisso e respeitador para como próximo.

TEXTO BÁSICO

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais. (Ef 5:18-19)

LEITURA DIÁRIA

D 09/06 Ef 5:33

S 10/06 Ef 6:1

T 11/06 Ef 6:2-3

Q 12/06 Ef 6:4

Q 13/06 Ef 6:5-8

S 14/06 Ef 6:9

S 15/06 Ef 6:10

INTRODUÇÃONão é bom que o homem esteja só

(Gn 2:18) é uma importante declaração divina, no princípio, pouco antes da criação da mu-lher. De fato, nós, seres humanos, não fomos criados para a solidão. Somos completamente relacionais. Por isso, Deus instituiu a família, ao juntar homem e mulher. Ambos supririam as necessidades relacionais um do outro.

Os relacionamentos, no entanto, não se limi-tam à esfera familiar. Nós nos aproximamos das pessoas e nos relacionamos com elas em outros ambientes, tais como igreja, trabalho, escola etc. É importante cultivarmos boas relações com as pessoas; porém, mais que isso, precisamos aprender a fazê-lo. A Bíblia, a palavra de Deus, tem muito a nos ensinar a respeito.

Santidade é o propósito de Deus para os nos-sos relacionamentos. Cristo morreu pela igreja, a fim de santificá-la (Hb 13:12). Por isso, sede vós

I PARA A IGREJA SABER

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

78 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

também santos em toda a vossa ma-neira de viver (1 Pd 1:15), diz a Bíblia. E é assim que devem ser os relaciona-mentos entre irmãos em Cristo, entre marido e esposa, pais e filhos, patrões e empregados. No tocante a isso, ana-lisemos o ensino bíblico a seguir.

1. Irmãos em Cristo: Paulo ob-serva que, entre os membros do cor-po de Cristo, deve haver celebração de louvor e gratidão a Deus (Ef 5:19-20). Em seguida, ele completa: ... sujeitando-vos uns aos outros no te-mor de Cristo (Ef 5:21). O verbo “su-jeitar” é a tradução para a palavra grega hupotasso, “que, na voz ativa, significa ‘sujeitar’, ‘subordinar’ e, na voz passiva, tem o sentido de ‘ficar subordinado’, ‘ser submetido’”.1

Nesse texto, trata-se do uso da voz passiva. Isso implica que a expressão de Paulo sujeitando-vos uns aos ou-tros significa que o cristão não apenas obedece a alguém, mas também abre mão dos próprios direitos em prol do próximo, com humildade e amor; sacrifica-se para fazer que o relacio-namento com o outro seja saudável.2 Assim sendo, no corpo de Cristo, o cristão honra as autoridades, mas es-tas lhe fazem o bem. (Rm 13:1,4)

A submissão não ignora o valor pes-soal dos membros do corpo de Cristo. Quem é submisso não é inferior àquele que está numa escala maior de hierar-quia, na igreja do Senhor. Além disso,

1. Champlin (1983:627).

2. Lopes (2007:32).

a submissão não ignora o valor da Pa-lavra. Nenhuma autoridade está acima dos princípios da Bíblia (At 5:29). Por-tanto, a sujeição só será santa e agra-dável quando praticada dentro dos pa-râmetros estabelecidos por Deus.

Cuidado com os empecilhos à submissão! O orgulho e o egoísmo são obstáculos fortíssimos a essa prática santa. O orgulhoso acha-se grande demais para se sujeitar a al-guém. O egoísta não se sujeita aos outros porque só pensa em si. Logo, para vencermos tais obstáculos, pre-cisamos ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fp 2:5). Como Jesus, os cristãos devem sujeitar-se e respeitar uns aos outros.

2. Marido e esposa: O casamento foi feito para durar e para ser bênção na vida dos cônjuges. Para que isso aconteça, necessário é que o relacio-namento entre esposo e esposa seja saudável. Isso acontecerá se cada qual fizer a sua parte. Quanto ao papel da esposa, a Bíblia destaca: As mulheres sejam submissas ao seu próprio mari-do, como ao Senhor (Ef 5:22).

Submissão é obediência sob a li-derança de alguém. Todo lar precisa de um líder. A liderança do lar cristão foi confiada ao marido, o cabeça da mulher (Ef 5:23). Essa é a vontade de Deus. Ao ser submissa, a esposa agra-da, acima de tudo, ao Senhor. Portan-to, submissão não é sinal de inferiori-dade, mas de fidelidade. É um item de fundamental importância para o bom relacionamento entre os cônjuges. Se

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isso não for levado a sério, o relacio-namento conjugal poderá desestabili-zar-se e a santidade inexistir no lar.

A submissão não é o único papel da mulher em sua vida conjugal (Pv 31:10-31); porém, é de muita rele-vância. No que se refere ao papel do marido, a Bíblia diz: Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se en-tregou por ela (Ef 5:25). O amor do marido para com sua esposa deve ser constante. A “expressão amai é um imperativo presente (agapate) e significa ‘continuai amando’”.3 O tempo passa, mas o amor, jamais.

Além de constante, o amor do ma-rido para com a sua esposa deve ser sacrificial. O exemplo que ele deve seguir é o de Cristo, que entregou a própria vida pela igreja. O marido não pode hesitar em se sacrificar pelo bem-estar de sua esposa. Não deve desampará-la, tampouco maltratá-la; antes, deve sustentá-la e protegê-la, lembrando que se tornou, no Senhor, uma só carne com ela (Gn 2:24).

3. Pais e filhos: Além dos cônju-ges, o lar é, também, composto pe-los filhos. A Bíblia observa que estes são herança do Senhor (Sl 127:3). Por isso, o cuidado para com os fi-lhos é muito importante. Para que o relacionamento entre pais e filhos seja santo, a Bíblia adverte tanto a estes quanto aqueles a adotar algu-mas atitudes fundamentais.

3. Howard (2006:183).

Quanto aos filhos, a Bíblia orienta: Filhos, obedecei a vossos pais no Se-nhor (Ef 6:1). Em outras palavras, é papel do filho atender as ordens dos seus pais, de acordo com a vontade do Senhor. O contrário disso é rebe-lião contra Deus. Além de obedecer, o filho também deve honrar aos pais (v.2). Honrar aos pais significa “mos-trar respeito e amor por eles, cuidar deles enquanto precisarem de nós e procurar honrá-los pela maneira como vivemos”.4 Vida longa têm os que procedem dessa maneira (v.3).

Quanto aos pais, o texto sagrado diz: E vós, pais, não provoqueis vos-sos filhos à ira, mas criai-os na disci-plina e na admoestação do Senhor (Ef 6:4). Aqui, Paulo “exorta os pais a não ‘excitarem as paixões ruins dos filhos por severidade, injustiça, par-cialidade ou exercício irracional de autoridade’”.5 A disciplina é neces-sária, mas não deve ser exagerada. Não pode ser aplicada pela raiva, mas mediante o amor, até porque o seu objetivo é restaurar.

Além de disciplinar, é dever dos pais admoestar os filhos, ou seja, instruir, ensinar. Não pode haver negligência quanto a isso. É dos pais essa respon-sabilidade, não da escola, da igreja, muito menos da TV. É no lar que a criança aprende a palavra de Deus, ca-minhando, deitando-se e levantando--se (Dt 6:7). Na admoestação, os pais

4. Wiersbe (2006:69).

5. Howard (2006:188).

80 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

devem portar-se de maneira exemplar: nada de falar uma coisa e fazer outra.

4. Patrões e empregados: Após dar orientações relacionadas à san-tidade nos relacionamentos entre os irmãos em Cristo, marido e esposa e pais e filhos, Paulo passa a tratar do relacionamento entre servos e senho-res. Os termos servos e senhores, de Ef 6:4-9, referem-se a escravos cristãos e a senhores cristãos, donos de escra-vos. A escravatura era comum no im-pério romano e resultava “de pessoas capturadas em guerra, culpados de cri-me, alguém vendido pelo pai quando criança, ou alguém desesperadamente endividado a um credor”.6

A nossa cultura, porém, não é escra-vagista. Contudo, os princípios relacio-nados aos escravos e senhores podem ser utilizados aos empregados e pa-trões de hoje. É isso que faremos ago-ra. Aos servos, Paulo escreve: ... obe-decei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo (Ef 6:5).

Os empregados, portanto, de-vem manter, para com os patrões, uma atitude de respeito. Não devem se aproveitar deles, mas trabalhar diligentemente, sem fazer “corpo mole” no trabalho ou fingir que es-

6. Idem, p.189.

tão trabalhando para impressionar. É isso que significa não servir à vista (v.6). A sinceridade é uma virtude do empregado cristão. Deus se agrada de quem a cultiva (v.7).

Aos patrões, Paulo ordena: ... de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus (v.9). O patrão cristão é orientado a não explorar o seu empregado. Não pode cobrar deste mais do que lhe é de direito cobrar, nem agir com ameaças. Deve tratá--lo com respeito e consideração, sa-bendo que “mesmo depois que um indivíduo torna-se um líder, deve continuar liderando para servir”.7

Naquela época, o senhor tinha to-dos os direitos sobre o escravo, até mesmo o direito de matá-lo, se este se rebelasse. Os senhores que os “con-sideravam como mera propriedade, não hesitavam em maltratá-los e es-pancá-los brutalmente.”8 O evange-lho, no entanto, estava ensinando aos senhores cristãos uma nova maneira de lidar com um servo. Espancamen-tos e brutalidade seriam substituídos pelo respeito, pois servos e senhores servem, na verdade, a um só Deus.

7. Wiersbe (2006:72).

8. Howard (2006:189).

01. Leia Ef 5:21; o item 1 e responda: Que importante orientação Paulo dá à igreja, no tocante ao relacionamento entre os irmãos em Cristo? Fale sobre os obstáculos à prática da submissão.

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02. Com base em Ef 5:22,25 e no item 2, comente sobre o papel do marido e da esposa, no relacionamento conjugal.

03. Que orientação é destinada aos filhos? Baseie-se em Ef 6:1-2 e no item 3.

04. Que orientação é destinada aos pais? Baseie-se em Ef 6:4 e no item 3.

05. No relacionamento entre patrão e empregado, qual o papel de um para com o outro? Baseie-se em Ef 6:6-9 e no item 4.

1. Em nossos relacionamentos, sejamos submissos.

Se quisermos cultivar relacionamen-tos santos com os nossos irmãos em Cristo, com os nossos líderes e com os nossos pais, não podemos extinguir a prática da submissão. Essa prática não é ultrapassada, mas bíblica e atual. É para nós, deste século presente, como também o era para os irmãos que vive-ram antes de nós (Ef 5:21).

Temos agradado a Deus, obede-cendo aos nossos pais e sendo-lhes

submissos? Como anda o nosso re-lacionamento com os nossos pas-tores? A submissão é a base desse relacionamento? Há submissão em nosso relacionamento conjugal? Se as nossas respostas a essas per-guntas forem positivas, glorifique-mos a Deus, pois essa é a vonta-de dele; se não, lancemos fora o orgulho e o egoísmo e passemos a servir a Deus em submissão uns aos outros.

II PARA A IGREJA VIVER

82 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

2. Em nossos relacionamentos, sejamos respeitadores.

Relacionamentos santos são, tam-bém, respeitadores. Paulo escreveu a senhores e escravos, numa época em que aqueles eram autorizados, por lei, a maltratar estes, como se fossem meras propriedades. Isso acontecia no mundo, mas, entre os cristãos, tal prática foi expressamen-te repudiada (Ef 6:9).

O empregado cristão, antes de tudo, é servo de Deus. O patrão cris-tão, também. Tanto um quanto ou-tro deve agir com respeito. Nada de exploração ou ameaça. Ao contrário, que haja respeito em nossas rela-ções profissionais. Temos glorificado a Deus, no local de trabalho, res-peitando a patrões e empregados? “Sim” é a resposta que o Senhor quer ouvir de nós.

07. Por que o respeito é tão importante em nossos relacionamentos?

DESAFIO DA SEMANA

No estudo de hoje, aprendemos princípios importantes que nos ajudam em nossas relações com os nossos irmãos em Cristo, côn-juges, filhos, pais, patrões e empregados. Submissão, amor, res-peito, honra, admoestação, disciplina e diligência são virtudes que precisam ser praticadas. Bem-aventurado quem assim fizer.

Reflitamos acerca do nosso relacionamento conjugal. Busque-mos, nele, mais amor e submissão. Dediquemo-nos a honrar e respeitar os nossos pais, bem como os nossos líderes, no corpo de Cristo, e os demais irmãos. Como patrões, respeitemos e valorize-mos os nossos empregados. Como empregados, façamos o mes-mo aos nossos patrões. Esse é o nosso desafio para esta semana.

06. Por que a submissão é tão importante em nossos relacionamentos?

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Hinos sugeridos – BJ 188 • BJ 239

1222 DE JUNHO DE 2013

Saber que há uma guerra

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus que estamos em guerra; apre-sentar-lhe nosso inimigo, nossas armas e a maneira de nos comportarmos nessa guerra.

TEXTO BÁSICO

Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas. (Ef 6:10-12a – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 16/06 Ef 6:11-12

S 17/06 Ef 6:13

T 18/06 Ef 6:14-17

Q 19/06 Ef 6:18-20

Q 20/06 Ef 6:21-22

S 21/06 Ef 6:23

S 22/06 Ef 6:24

INTRODUÇÃONa jornada cristã, mais cedo ou mais tar-

de, todos nós descobrimos esta verdade: esta-mos em guerra. Temos três inimigos ferozes: o mundo, a carne e o diabo. Nesta lição, que tem por base Efésios 6:10-20, trataremos da nossa luta contra o diabo. Antes, porém, de entrarmos neste assunto, precisamos partir de um pressuposto bem sério: a cruz significou a derrota de Satanás (Cl 2:15). Na cruz, Jesus deu um golpe fatal no inimigo.

Satanás sabe que pouco tempo lhe resta. Em sua segunda vinda, Jesus o eliminará com-pletamente, aprisionando-o primeiro, por mil anos, e, depois, aniquilando-o. No presente, a paz da cruz é experimentada em meio às lu-tas. O inimigo derrotado pelo nosso Senhor tenta, a todo custo, fazer cair os crentes em Jesus. Contudo, lembremos: não lutamos tão somente para conseguir vitória: lutamos em vitória; lutamos na força do Senhor (Ef 6:10). De qualquer modo, ser igreja é ter consciên-cia dessa guerra e lutá-la. É isso que veremos, neste último estudo sobre a Carta aos Efésios, tratada nesta série de Lições Bíblicas.

SER IGREJA É...SER IGREJA É...

84 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

O Brasil foi invadido por um en-sino antibíblico sobre batalha espi-ritual: oração de guerra, demônios territoriais, amarração de demônios, quebra de maldições etc. são termi-nologias presentes nesse falso ensi-no. Daí a urgente necessidade de en-tendermos o que a Bíblia diz sobre a guerra que enfrentamos e a maneira correta de nos posicionarmos nessa condição. À luz de Efésios 6:10-20, analisaremos duas informações im-portantes sobre a nossa batalha.

1. Conhecendo o campo de ba-talha: Contra quem lutamos? Não podemos lutar contra alguém que não conhecemos. Há duas coisas que precisamos saber sobre nosso inimigo: Em primeiro lugar, o escri-tor de Efésios mostra que ele não está para brincadeiras. O capítulo 6, versículo 11, refere às “ciladas do diabo”. O nome do nosso adversário é “diabo”, do grego “diabolos”, que significa “dado à calúnia”, “difama-dor”, “o que acusa com falsidade”. Ele é especialista em fazer isso.

O diabo é um “querubim” caído (Ez 28:12-17), o chefe geral de todos os anjos que o acompanharam na sua rebelião contra Deus. Ele com-bate pessoalmente e comanda seus espíritos maus contra o crente.1 E como ele age? Atente para a pala-

1. Cabral (1999:89).

vra “ciladas”, ainda em Ef 6:11. Essa é a tradução para a palavra grega methodéias, que pode ser entendi-da como “métodos artificiosos” ou “métodos de engano”. Esses “artifí-cios são ciladas perigosas que surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente desprevenido”.2 Satanás está sempre na espreita para pegar cris-tãos desatentos. Cuidemos! Ele não está para brincadeiras. A igreja não pode ignorar essa realidade.

Em segundo lugar, precisamos saber que o nosso inimigo não está sozinho em suas investidas. O v. 12 alista o nome dos ajudantes do dia-bo. Neste texto, somos informados sobre a existência de “principados e potestades”, de “dominadores des-te mundo tenebroso”, de “exércitos espirituais da maldade”. Não temos, aqui, diferentes tipos de anjos, mas diferentes hierarquias entre eles.

O diabo não está sozinho: ele con-seguiu a terça parte dos anjos para ajudá-lo. Por isso, mesmo “não sen-do onipresente, onisciente e onipo-tente, tem seus agentes espalhados por toda a parte, e esses seres caí-dos estão a seu serviço para guerrear contra o povo de Deus”.3 Eles não tiram férias, não dormem e nem des-

2. Idem.

3. Lopes (2009:179).

I PARA A IGREJA SABER

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cansam. E quem faz parte do povo de Deus precisa saber disso.

Não estamos lutando contra seres humanos (v.12a, NTLH). Apesar de reais, nós não os vemos. Eles operam numa realidade invisível: nas regiões celestiais (v. 12c). Este termo, em Efé-sios, serve para referir-se ao mundo invisível da realidade espiritual, segun-do Stott.4 Nós fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais nessas re-giões (1:3), e estamos assentados lá com Cristo Jesus (2:6). É nesses luga-res celestiais que ocorre essa guerra.

Porque entregamos a nossa vida a Cristo, ganhamos uma posição eleva-da. Satanás e seus agentes lutam para nos fazer perdê-la. Nossa luta “nos lugares celestiais” é para mantermos essa posição em Jesus. E, se a luta é espiritual, não podemos lutar com armas materiais: As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus (2 Co 10:4 – NVI). São essas armas que Paulo apresenta à igreja, em Efésios 6.

É importante entendermos que não devemos supervalorizar Satanás e seus agentes. Há pessoas que en-xergam o diabo em tudo: se o pneu do carro fura, consideram isso uma investida satânica! Por outro lado, não podemos menosprezar Satanás, como que se ele não existisse e não estivesse tentando prejudicar os se-res humanos, criados à imagem e semelhança de Deus. Não caiamos

4. Stott (2007:15).

em nenhum desses extremos. Am-bos são perigosos.

2. Conhecendo as armas para a batalha: Diante do inimigo que nos foi apresentado, o que devemos fa-zer, segundo a palavra de Deus? Pau-lo apresenta duas ordens que estão conectadas: fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder (v.10). Não lu-tamos com nossa própria força, mas com a de Deus. É nele que buscamos fortalecimento. E como fazemos isso? Vestindo a armadura de Deus (v. 11). Não é ordenado que façamos armas, mas que tomemos as existentes.

Quando recebemos a Cristo como Senhor, temos os equipamentos para a guerra espiritual à nossa disposição. Precisamos tão somente “vesti-los”. E para quê? A armadura é para per-manecermos firmes (v. 11) e resistir-mos ao dia mau (v. 13). Tomamos a armadura para permanecermos fir-mes diante dos ataques do inimigo, que quer nos derrubar. Com a força de Cristo e a armadura proporciona-da por ele, temos condições de con-tinuar de pé nessa guerra espiritual.

Precisamos conhecer essa arma-dura, pois nenhum de nós está livre do dia mau. Não se trata de dia no sentido literal, de 24 horas, mas de épocas ou oportunidades em que os espíritos malignos atacam a igreja com mais intensidade. A “roupa” que nos capacita a resistirmos a es-ses dias é colocada à nossa disposi-ção pelo Espírito Santo, quando acei-tamos a Cristo. Assim, inspirado na

86 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

roupa de um soldado romano, Paulo alista seis partes dessa armadura:

Em primeiro lugar, temos o cinto da verdade (v. 14a). Era o cinto de couro que o soldado romano usava para amparar e proteger o abdô-men; servia também para prender a túnica e sustentar a espada. O cinto o deixava apto para a batalha, pois garantia que o soldado não teria im-pedimento algum, ao marchar.5 Por isso mesmo, esse elemento é compa-rado com a verdade do evangelho, que nos torna aptos para essa bata-lha. Firmada na verdade, a igreja está pronta para a guerra.

Em segundo lugar, temos a cou-raça da justiça (v. 14b). A couraça do soldado romano era feita de uma placa de metal, que cobria a parte frontal do corpo, desde o pescoço até a cintura.6 Paulo compara esse elemento da armadura com a jus-tiça, que, aqui, é uma referência à justificação. Fomos declarados ino-centes por Deus, quando recebemos a Cristo. Em dias maus, o inimigo não pode mudar essa sentença. Ele pode até nos acusar, mas suas calú-nias não mudam o que Deus pensa de nós. Para ficar firme, diante das ciladas dele, lembre-se: você é justo aos olhos de Deus.

Em terceiro lugar, temos as sandá-lias do evangelho (v.15). As sandálias que o soldado romano utilizava eram

5. Stott (2007:212).

6. Lopes (2009:184).

fortes, feitas de couro; davam pro-teção e estabilidade nas batalhas; ti-nham cravos em baixo, para garantir maior apoio e impedi-lo de deslizar.7 Para ficarmos inabaláveis no dia mau, precisamos do evangelho da paz, a boa nova que nos foi contada. Uma vez que o recebemos, temos comu-nhão com Deus. Não somos mais seus inimigos. Essa comunhão e essa “paz com Deus”, que vêm com o evange-lho, garantem-nos firmeza no dia mau.

Em quarto lugar, temos o escudo da fé (v.16). A palavra escudo utili-zada por Paulo denota o longo escu-do retangular que cobria o soldado inteiro na batalha. Era feito de duas camadas de madeira coladas juntas e cobertas, primeiro com linho e de-pois com couro. Era projetado para proteger os soldados contra as lan-ças e flechas com pontas de fogo (inflamadas).8 Esse escudo é com-parado com a fé, a confiança que depositamos em Cristo, no início da nossa jornada cristã. Podemos des-cansar seguros. A nossa fé em Cristo funciona como um escudo protetor, diante dos dardos do maligno.

Em quinto lugar, temos o capace-te da salvação (v.17a). O capacete do soldado romano, usualmente, era fei-to de metal resistente, tal como bron-ze ou ferro.9 Servia para proteger a sua cabeça de golpes mortais. Quan-

7. Cabral (1999:90).

8. Stott (2007:216).

9. Idem.

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do é comparado à salvação, reflete o ensino de que todo salvo por Cristo está a salvo dos ataques mortais de Satanás. O diabo pode até lhe causar dano, mas nunca lhe roubará a salva-ção. A não ser que você se apostate e abandone a Cristo, nada e ninguém o pode arrancar dos braços do Pai.

Em sexto lugar, temos a espada do Espírito (v.17b). Essa é a única parte da armadura utilizada tanto para defesa quanto para ataque. Existem duas

palavras gregas para se referir à espa-da dos soldados romanos: uma, que descreve uma espada maior (gr. rhom-phaia), e outra, que descreve uma es-pada menor, usada no combate corpo a corpo (gr. machaira). É justamente esta última que aparece em Efésios 6. Esteja sempre pronto para usar a palavra de Deus, nos dias de intenso ataque do inimigo, para não sucumbir diante de suas investidas. Jesus venceu o diabo utilizando a palavra.

01. O que o texto de Ef 6:11-12 nos ensina sobre o campo de batalha em que a igreja está envolvida? Baseie-se no item 1.

02. No que se refere à guerra espiritual e à ação do diabo, quais são os dois extremos que devemos evitar? Leia o último parágrafo do item 1.

03. Diante do inimigo que nos foi apresentado, o que devemos fazer, segundo a palavra de Deus? Leia Ef 6:10-11,13 e comente sobre as duas ordens presentes nesse texto. Para que precisamos da armadura de Deus?

04. Leia Ef 6:14-15 e fale sobre as três primeiras partes da armadura de Deus aludidas nesses versículos. Quais são elas e o que nos ensinam?

88 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

05. Leia Ef 6:16-17 e fale sobre as três últimas partes do armamento disponível a todo crente em Jesus, na guerra espiritual que enfrenta.

1. Não descuidemos da oração, na guerra espiritual.Os versículos finais de Ef 6 ins-

truem-nos a tomar a armadura de Deus em oração. Precisamos estar em constante comunhão com Deus, para conseguirmos “vestir” todas as partes da armadura espiritual, em dias maus. No v.18, somos exortados a orar de forma constante (orando em todo o tempo) e vigilante (estejam atentos). Vigiar é orar de olhos abertos; é estar sempre atento, o tempo todo.

Ainda no mesmo versículo, somos exortados a orar também de forma perseverante (perseverem na ora-ção). Precisamos entender que orar com perseverança não é orar até fazer com que Deus atenda o nosso pedido, como que se não aceitásse-mos a sua vontade, mas é orar ex-pondo-lhe nosso interesse ou nossa preocupação em relação ao motivo da nossa oração. Que essa postura nos acompanhe sempre.

06. Leia Ef 6:18 e fale sobre que prática precisamos manter, na guerra espiritual em que estamos envolvidos? Temos levado isso a sério?

II PARA A IGREJA VIVER

2. Não negligenciemos a comu-nhão, na guerra espiritual.Os últimos versículos deste capítulo

de Efésios (vv. 19-20) apresentam um ensino prático muito importante para todo cristão: não estamos sozinhos, nesta batalha. Há outros “soldados, outros crentes que estão lutando co-

nosco, e devemos nos esforçar para encorajarmos uns aos outros”.10 Fa-zemos parte da família de Deus. Ser igreja é saber que há uma guerra em que estamos envolvidos também como uma família, em que um ajuda o outro.

10. Lopes (2009:190).

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DESAFIO DA SEMANA

Pode ser que você esteja vivendo dias maus. Temos um inimigo poderoso, mas que foi derrotado por Jesus, na cruz. Não igno-remos seus ardis, mas tenhamos certeza de que o que está do nosso lado é maior, muito maior! Tomemos a armadura de Deus. Se você é crente em Jesus, ela está à sua disposição. Não precisa fazer oração de guerra para consegui-la: o próprio Espírito Santo lhe providenciou esse recurso, quando você recebeu a fé.

Tome a sua armadura, para permanecer firme nos dias maus. Tome-a em oração, sem desconsiderar os outros soldados que es-tão com você. Que tal procurar algum irmão em Cristo que não teve a oportunidade de estudar esta lição e ainda tem conceitos bem equivocados sobre a guerra espiritual e estudar com ele? Que tal procurar alguém que esteja enfrentando “dias maus” e orar com essa pessoa, mostrando o que a Bíblia ensina sobre o enfren-tamento dos dias maus? Seu desafio é compartilhar e praticar este ensino, durante esta semana. Que Deus o abençoe.

Numa batalha, uma pessoa tem menos chance de vencer se estiver so-zinha do que se estiver acompanhada. Por saber disso, Paulo faz o seguinte pedido: Orem também por mim (v.19). Não oramos apenas por nós mesmos, diante da guerra espiritual que trava-

mos, mas por todos os santos (v.18d). Há outros nesta luta. Não queremos que apenas nós consigamos ficar de pé: temos interesse em que nossos irmãos de fé também consigam. Por isso, oramos: Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do maligno.

07. Leia Ef 6:19-20 e comente sobre aqueles que nos acompanham na guerra espiritual. Como igreja, qual deve ser a nossa postura em relação aos outros?

13o SÁBADO

Escola Bíblica, Programa de Culto

e Sermão

90 Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013

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Hinos sugeridos – BJ 353 • BJ 242

1329 DE JUNHO DE 2013

Quando os cativos são libertos

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante que, semelhantes a Jesus, diante de pessoas cativas, precisamos ser moderados, agir com firmeza e, depois de vê-las libertas, desafiá-las a contar aos outros o que Cristo lhes fez.

TEXTO BÁSICO

Eles atravessaram o mar e foram para a região dos gerasenos. Quando Jesus desembarcou, um homem com um espírito imundo veio dos sepulcros ao seu encontro. (Mc 5:1-2)

LEITURA DIÁRIA

D 23/06 Mc 5:1-3

S 24/06 Mc 5:4-5

T 25/06 Mc 5:6-8

Q 26/06 Mc 5:9-13

Q 27/06 Mc 5:14-15

S 28/06 Mc 5:16-17

S 29/06 Mc 5:18-20

INTRODUÇÃOA lição desta semana tem como base a his-

tória do endemoniado gadareno. “Gerasa”, ou “Gadara”, como lemos em algumas tradu-ções, “é uma região, e não uma vila específica (5:1). O fato de que havia porcos sendo cuidados ali (c.f. 5:11) indica que a região era habitada por gentios”.1 Imagine o benefício que seria, para aquela população, receber Je-sus. Alguém grandemente beneficiado foi o endemoniado gadareno.

Dando prosseguimento às lições da série “Aprendendo a evangelizar com Jesus”, es-tudadas a cada 13º sábado, veremos o que podemos aprender com Jesus, no que diz res-peito à evangelização dos cativos, estudando esse episódio. Jesus, ainda hoje, continua li-bertando cativos e fazendo cumprir a Escritu-ra, que diz: Deus Pai nos arrancou do poder das trevas e nos transferiu para o Reino do seu Filho amado (Cl 1:13 – EP).

1. Adeyemo (2010:1206).

92 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Você já presenciou um caso de al-guém que ficou possesso? Alguém com uma força incomum, totalmente fora de si? Nos dias de Jesus, os habi-tantes da terra dos gerasenos ou gada-renos tiveram de lidar com uma pessoa assim. Mas Jesus mudou a situação daquele homem, que sofria por ser oprimido. Vamos analisar essa história.

1. Um homem possesso: Depois de enfrentar, pela madrugada, uma grande tempestade (Mc 4:35-41) e acalmá-la divinamente, Jesus chegou com seus discípulos ao outro lado do mar, em terra firme, na região de Ge-rasa ou Gadara. Lá, havia outro cená-rio tempestuoso; agora, não mais na natureza, mas na vida de um homem. O fato de Marcos e Lucas (8:26-39) mencionarem um endemoniado ape-nas, não significa contradição a Mateus (8:28-34), que menciona dois. É que Marcos e Lucas só especificaram um.2

Com isso em mente, vamos à situa-ção daquele homem. O relato do san-to evangelho aponta para um homem dominado por demônios. Seu proble-ma era espiritual (Mc 5:2), o que o le-vara para longe do convívio familiar e social; afinal, ele fora morar dentro de um cemitério, “uma possibilidade real, pois os sepulcros frequentemente se localizavam nas cavernas”.3

2. Hendriksen (2003:244).

3. Earle et al. (2006:252).

Para completar a situação deplo-rável daquele cidadão, a força de-moníaca que o controlava era tão grande que nenhuma corrente ou algema conseguia deter sua força (vs.3-4). Marcos usa a palavra “le-gião” para descrever o excessivo controle dos demônios. Essa palavra era usada em referência às tropas ro-manas, compostas por cerca de seis mil homens, que combatiam a favor do Império Romano. Assim, aquele homem estava possesso de muitos espíritos (Mc 5:9). Ele, então, fora de si e sem noção, cortava-se com pe-dras. Segundo Mateus, ninguém se aproximava do local, devido a essa possessão demoníaca (Mt 8:28).

2. Um Jesus transformador: Diante de tal cenário e de tal apri-sionamento, aquele homem precisa-va ser liberto. Já que a sua família e a sociedade não foram capazes de transformá-lo, Jesus se manifestou com poder suficiente para mudar a sua situação. Jesus não era ou é qualquer um: ele é o Filho do Deus Altíssimo (Mc 5:8). Não estava ali para “entrevistar” entidades demo-níacas, mas para transformar a vida daquele homem.

Os demônios estão debaixo da autoridade de Jesus. Esse texto dei-xa isso muito claro, por, pelo menos, três motivos. Em primeiro lugar, os demônios reconheceram a divindade

I AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

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de Jesus. Veja o que eles fizeram: E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Je-sus, Filho do Deus Altíssimo? (vv. 6-7). Observe que os demônios creem e re-conhecem a divindade de Cristo.

Em segundo lugar, os demônios confirmaram a autoridade de Jesus. Isso fica muito claro no v. 7: Rogo-te por Deus que não me atormentes (NVI – grifo nosso); e no v.10a: E rogou--lhe muito (grifo nosso). Os demônios evidenciaram, de forma muito clara, que estavam debaixo da autoridade de Jesus. Em terceiro e último lugar, os demônios obedeceram à vontade de Jesus. No versículo 8, Cristo diz: Sai deste homem espírito imundo, e, de-pois de ele lhes dar permissão, saíram e entraram nos porcos. Não há demônio que resistia ao poder de Jesus.

3. Uma missão a cumprir: Após a “gigantesca” expulsão de demônios daquele homem e o grande prejuízo para os porqueiros – afinal, uns dois mil porcos morreram, após Jesus au-torizar que os demônios entrassem neles (Mc 5:11-13) –, o tal gadareno, agora liberto e em sã consciência de fé, queria seguir a Jesus, andar por seus caminhos, com os outros discí-pulos; porém, o Senhor negou-lhe

tal desejo e o convocou a fazer de sua própria família, cidade e região seu campo missionário.

Jesus transformou aquele homem em um verdadeiro “monumento da graça”.4 Aquele que é a vida com-pleta deu-lhe a graça de ser transfor-mado em “canal de transformação”, através da pregação. Agora, era a hora de proclamar a todos que mu-dança sua vida sofrera.

Jesus o encontrou no caminho e lhe fez grande coisa. Mesmo sem ter merecimento, foi tratado com graça por Deus, que lhe proporcionou um recomeço de vida (At 3:19). O ex-en-demoniado tornou-se um missionário, e “saiu para pregar as boas novas na região predominantemente gentia de Decápolis, ou Dez cidades (MC 5:20)”.5

Vimos, então, como Jesus tratou tal homem desprezado por familia-res e pela sociedade, devido ao seu estado de terrível possessão. O Se-nhor transformou-o com seu imen-so poder. Antes, seu estado era de insanidade, mas depois que Cristo o libertou, ele voltou à sanidade. Se-guiremos a lição com a praticidade desse fato real.

4. Lopes (2006:264).

5. Adeyemo (2010:1207).

01. Discuta com a classe sobre a importância de Jesus ir a Gadara. Consulte Mc 5:1 e a introdução.

94 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

02. Com base em Marcos 5:2-5 e no item 1, descreva a situação em que se encontrava o gadareno.

03. Fale sobre a transformação do endemoniado, devido ao seu encontro com Jesus. Consulte Mc 5:6-17 e o item 2.

04. Quando lemos Mc 5:18-20 e o item 3, como encaramos a missão dada por Jesus ao gadareno?

II LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO

1. Diante de pessoas cativas, seja moderado.

Aquele endemoniado foi alvo do poder e da graça de Cristo. Por mais embaraçoso que seja depararmos com uma cena de possessão demo-níaca, não estamos livres disso. Bom seria se nunca deparássemos com pessoas possessas. Mas, se o próprio Cristo não foi poupado, não há ra-zão para pensarmos que estaremos livres de situações semelhantes. Como agir nestas situações?

Precisamos lembrar-nos do modo como Jesus agiu. Ele não se apavorou; mas manteve a cabeça no lugar o tem-

po todo. Jesus sabia quem era e o po-der que tinha. Nós, diante de situações semelhantes, precisamos lembrar que Deus está no comando e tem sob o seu controle até as legiões de demônios.

Contenha-se diante de alguém cativo pelo inimigo. Você não precisa ficar desesperado; tampou-co deve aproveitar o momento para dar “show”. Você tem o Espírito de Deus, e, diante de você, estará quem precisa desesperadamente de Cristo. Não desperdice a chance de levar o evangelho aos cativos. Onde eles estão? Olhe ao seu redor. Vença os obstáculos à evangelização.

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05. Fale sobre o esforço de levar Jesus aos cativos. O que você precisa fazer para melhorar?

2. Diante de pessoas cativas, exerça autoridade.

No serviço da evangelização, possi-velmente encontraremos pessoas pos-sessas. Contudo, devemos lembrar que Jesus nunca monopolizou a au-toridade para expulsar demônios. Ali-ás, ele mesmo disse que alguns sinais acompanhariam os que cressem no evangelho: ... em meu nome expulsa-rão demônios (Mc 16:17). Na autori-dade dele, podemos ordenar aos es-píritos imundos que se retirem. Com coragem e firmeza, façamos isso.

Observe como aquele endemo-niado gadareno estava com a vida completamente destruída. Era uma calamidade para a sua família e para a sociedade. Mas, um dia, aquele que nos dá vida completa encon-trou-o e transformou-o.

Talvez seja o caso de você es-tar boquiaberto com a situação de uma pessoa conhecida, comple-tamente evolvida com as drogas, a prostituição ou o roubo. Deus pode usar você para levar Jesus a essa pessoa. Ele se manifestou para destruir as obras do diabo (1 Jo 3:8). Pela sua morte, aniquilou o que tinha o império da morte, isto é, o diabo (Hb 2:14). O inimigo não pode agir fora da autoridade suprema de Jesus. Ele foi derrota-do por Cristo, na cruz. Você e eu não precisamos andar com medo da ação dos espíritos maus: Cris-to venceu e tem autoridade so-bre eles. A batalha já foi ganha. Estejamos firmes e disponhamo-nos para pregar o evangelho tam-bém aos cativos.

06. Fale sobre a transformação que Jesus faz, mesmo em situações difíceis, através da pregação. Você conhece um caso muito complicado? Compartilhe, se possível.

96 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

3. Diante de pessoas libertas, constitua multiplicadores.

Depois de libertar o gadareno, Je-sus foi constrangido a sair daquela re-gião. Percebemos que aquelas pesso-as estavam mais interessadas em sua economia do que na libertação de alguém. Ficaram com medo do ende-moniado liberto (Mc 5:15) e com rai-va, por causa do prejuízo que haviam tomado. Por isso, Jesus não pôde pregar em Decápolis: teve de sair às pressas daquela região. Contudo, mesmo assim, as pessoas daquelas cidades ouviram falar dele (Mc 5:20 – AS21), através do ex-endemoniado. Jesus o desafiara a falar do evangelho às pessoas que o cercavam.

Todos fomos libertos por Jesus Cristo, devido à graça do Pai (Ef 2:4-5). Somos salvos para compartilhar essa graça que nos salvou. Todos nós sabemos que somos discípulos--missionários do Senhor. Sendo as-sim, precisamos fazer discípulos (Mt 28:19-20).

Todos nós temos a capacidade de contar para as pessoas ao nosso re-dor o que Jesus fez em nosso favor e como ele teve misericórdia de nós. Não deixemos de desafiar aqueles que um dia foram libertos por Jesus a contar a sua experiência a outros, a contar do grande amor de Jesus a outros. Constituamos multiplicado-res da mensagem do evangelho.

07. Leia a primeira aplicação, e comente com a classe a nossa responsabilidade, diante da libertação de uma pessoa cativa. Você costuma contar o que Jesus fez por você a outros? Costuma desafiar outros a fazerem o mesmo?

DESAFIO DA SEMANA

Diante desse maravilhoso relato bíblico de transformação, deve-mos agir para levar o evangelho às pessoas que estão “presas” por Satanás. Muitas pessoas não conseguiram ser libertas e continuam escravizadas pelo inimigo. Mas lembremos: Deus é mais.

Nós temos a mensagem que liberta. Por isso, nesta semana e nas que virão, ore e jejue mais pelas pessoas que você conhece e que necessitam de libertação. Talvez, isso seja muito difícil para você. Mas lembre: há um tipo de demônio que só pode ser expulso com oração e jejum (Mt 17:21 – NTLH). Busque a Deus, e ele lhe dará graça.

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13o SÁBADOSugestão para programa de culto

Abertura

Hino: 92 BJ – “O Senhor da ceifa chama”

Leitura bíblica: Isaías 6:1-8 - NVI

Diretor: No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua ves-te enchia o templo. Acima dele estavam serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas co-briam os pés e com duas voavam.

Igreja: E proclamavam uns aos ou-tros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”. Ao som das suas vozes os baten-tes das portas tremeram, e o templo fi-cou cheio de fumaça.

Diretor: Então gritei: Ai de mim! Es-tou perdido! Pois sou um homem de lá-bios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos! Logo um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz.

Igreja: Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”.

Diretor: Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?”

Todos: E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!

Oração

Palavra pastoral

Louvores:

Geração Metanoia Compositores: Elio Mendes, Siderley Porcel, Pa-blo Jr. / CD Geração Metanoia

Não quero viverMinha geraçãoCaminhando sem destinoPra qualquer lugar.Eu não posso me calar,Se conheço a Luz.Todo mundo precisa saber:Jesus é salvação.Deixa a Luz brilhar;Seu poder pode te transformar.

Minha mente mudou;Hoje posso verQue sem ele não dá pra viver.

Vou seguir a Jesus,Levarei minha cruz;Nego a mim mesmo;Viva Cristo em mim!

SÁBADO SÁBADO SÁBADO SÁBADO

98 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

Quero fazer diferençaNão ser mais um na multidão.Eis-me aqui, Senhor, usa-me!Nova criação eu sou;Tudo novo se tornou, em Jesus.

Dedicação das ofertas (música instrumental)

Louvores:

Consagração Aline Barros

http://letras.mus.br/aline-barros/44039/

Ao Rei dos reis consagro tudo o que sou; De gratos louvores transborda o meu coração. A minha vida eu entrego nas tuas mãos meu Senhor,Pra te exaltar com todo meu amor.Eu te louvarei conforme a tua justiçaE cantarei louvores pois tu és altíssimo.

Celebrarei a ti ó Deus com meu viver,Cantarei e contarei as tuas obras,Pois por tuas mãos foram criadosTerra céu e mar e todo ser que neles há. Toda a Terra celebra a ti, com cânticos de júbilo,Pois tu és o Deus criador. (bis)

A honra, a glória, a forçaE o poder ao Rei Jesus,E o louvor ao Rei Jesus.

Usa-me Diante do Trono / Compositor: Renan Uchôa -

http://letras.mus.br/diante-do-trono/287271/

As nações esperam por ti, Senhor,Pelos pés dos que anunciam boas novas,Pelos olhos que se compadecerão,Pelas mãos que feridas tocarão.Quero ir por ti.

Dá-me o teu coração.Quero ver como tu vêsE amar os povos e as vidas perdidas.Usa-me, sim, usa-me como um instrumento!Usa-me!

Mostra-me tua glória,Que enche a terra,Tua glória entre os povos,Teus tesourosE riquezas,Tua glória entre os povos.

Ofereço minha vida Igreja Bíblica da paz Compositores: Claire Cloninger E Don Moen - http://letras.mus.br/igreja-biblica-da-paz/759743/

Tudo o que sou, tudo o que tenhoEstá diante de ti, Senhor.Minhas tristezas e alegriasA ti entrego agora, Senhor.

Ofereço minha vida a ti.Usa o meu viver para tua glória. Os meus dias são teus, Senhor.Que seja o meu louvor sacrifício agradável.Minha vida eu te dou.

O meu passado, o meu futuro,Sonhos que um dia se realizarão,Minha esperança e os meus planos,Todo o meu ser pertence ao Senhor.

Ofereço minha vida a ti.Usa o meu viver para tua glória. Os meus dias são teus, Senhor.Que seja o meu louvor sacrifício agradável.Minha vida eu te dou.

Dou-te porque me deste primeiro.Tudo o que tenho já pertence ao Senhor.A minha vida é tua somente.Me rendo a ti, meu Senhor.

Mensagem: “Deixe Deus usara sua vida”

Momento de oração

Hino: 189 BJ – “Um vaso de bênção”

Benção apostólica

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A paz de Cristo, irmãos. Deus, por sua graça, concedeu-nos mais essa oportunidade para meditarmos na quarta mensagem bíblica da série “Pesca-dores de homens”. Hoje, queremos tratar, de maneira muito pessoal, sobre o tema “Deixe Deus usar sua vida”. O texto bíblico que nos servirá de base é Atos capítulo 8, versículos 4 a 8 e, depois, versículos 26 a 40. Na versão Almeida Revista e Atualizada diz:

Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a pala-vra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As mul-tidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade. Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha

dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera

adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha len-do o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro

e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender,

se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a

ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como

ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador,

Sermão

DEIXE DEUS USAR A SUA VIDA

At 8:4-8,26-40

100 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem

lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então,

o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o pro-feta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, come-çando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus . Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco:

Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito,

se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo

é o Filho de Deus. Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e

Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arre-batou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu cami-nho, cheio de júbilo. Mas Filipe veio a achar-se em Azoto; e, passando além, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesaréia.

Provavelmente, a maioria já leu ou ouviu sobre essa história. Apesar disso, precisamos conhecer melhor seus personagens. Vamos começar pelo eunuco etíope. Ele era superintendente de todo o tesouro real, no reinado de Canda-ce, rainha dos etíopes (At 8:27). Não sabemos muito mais que isso sobre ele. Sabemos, contudo, que Deus estava agindo para salvar sua vida. Para isso, usaria Filipe. Apesar de o Novo Testamento revelar quatro homens com esse nome, o Filipe de Atos 8 é o diácono. No primeiro século, os cristãos de ori-gem grega reclamavam que suas viúvas estavam sendo desprezadas na dis-tribuição de alimentos. Os apóstolos, então, escolheram sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, que passaram a cuidar dessa questão (At 6:1-3). Dentre esses diáconos, estava Filipe, que, durante a perseguição aos cristãos, em Jerusalém, foi para Samaria.

A partir desse momento, Filipe começa a ser usado poderosamente por Deus na proclamação (At 8:4-8). Tanto é assim que também é chamado de Filipe, o evangelista (At 21:8). É interessante notar que, em pleno livro que narra os atos dos apóstolos, um diácono é usado como qualquer um destes. Deus não usa apenas apóstolos, pastores, missionários (as), obreiros (as), diáconos ou diaconisas. Ele também usa pessoas comuns. Usa homem ou mulher, criança ou idoso, negro ou branco, pobre ou rico. Deus pode usar nossa vida para a pregação do evangelho. Precisamos deixá-lo fazer isso! O que acontece, quando deixamos Deus usar a nossa vida? Com base em Atos 8:4-8 e 8:26-40, temos três ensinos que respondem essa pergunta. O primeiro deles é:

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I – SE DEIXARMOS DEUS USAR A NOSSA VIDA NA PROCLAMAÇÃO, A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SERÁ NOTÓRIA

O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, revela que Deus deseja que to-dos os homens sejam salvos (2Tm 2:4), e decidiu usar pessoas; decidiu usar--nos. Mas, não somos os protagonistas na proclamação. No livro de Atos, os protagonistas não são os apóstolos, diáconos ou quaisquer outras pesso-as, mas, sim, o próprio Espírito Santo. É ele quem atua poderosamente na vida daqueles que permitem ser usados por Deus. Se deixarmos o Senhor usar a nossa vida, na proclamação, a atuação do Espírito, que é Deus, será notória. A partir do exemplo de Felipe, vejamos como se caracteriza essa atuação do Espírito, na prática:

Em primeiro lugar, o Espírito atua oferecendo-nos sua companhia na pro-clamação. O relato bíblico revela a presença do Espírito Santo, no início, no meio e no fim dessa história. O versículo 26 diz que um anjo do Senhor falou a Filipe. Neste caso, Lucas revela que esse anjo é, na realidade, o Espírito do Senhor (vv.29,30). Filipe “está a serviço do Senhor, cujo Espírito se comunica com ele por meio de um anjo”.1 Já os versículos 29 e 39 mostram o mesmo Espírito falando e arrebatando o diácono. Aprendemos, nesses relatos, que ele nos acompanha nas atividades evangelística e missionária. Não estamos sós, quando falamos de Jesus. O Espírito de Deus está conosco.

Em segundo lugar, o Espírito atua oferecendo-nos sua orientação na pro-clamação. Ainda nos versículos 26 e 29 de Atos 8, percebemos duas ex-pressões importantes. A primeira é: ... falou a Filipe dizendo (v.26); a outra é: ... disse o Espírito a Filipe (v.29). As duas são seguidas de orientações: ... apronte-se e vá para o sul (...); chegue perto dessa carruagem e acompanha-a (NTLH). Que maravilha saber que o Espírito de Deus não é apenas um compa-nheiro na proclamação, mas, também, um orientador! Ele conhece caminhos que nós desconhecemos. Conhece corações sedentos que nos passam des-percebidos. Por isso, orienta-nos na proclamação.

Diante da sua orientação, precisamos obedecer-lhe! Dissemos que, nos versículos 26 e 29, Filipe foi orientado; porém, não podemos esquecer que as orientações foram em forma de ordens. Observem: ... apronte-se e vá; chegue perto; acompanha-a. Aqui, não vemos pedido algum. Trata-se de ordens do Espírito Santo ao servo de Deus. Como devemos agir diante de uma ordem sua? Filipe nos ensina: ele se aprontou e foi e correndo. De-vemos obedecer ao Senhor com preparo e urgência. Na proclamação, não

1. Kistemaker (2006:410).

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existe lugar para a desobediência. Obedeçamos, e a atuação do Espírito será notória em nossa vida.

Pois bem, aprendemos que, se permitirmos que Deus use a nossa vida na proclamação, a atuação do Espírito será notória. Vejamos, agora, o segundo ensino sobre o que acontece, quando deixamos Deus usar a nossa vida:

II – SE DEIXARMOS DEUS USAR A NOSSA VIDA NA PROCLAMAÇÃO, A APRESENTAÇÃO DO EVANGELHO SERÁ EFICAZ

O apóstolo Paulo diz que a fé vem pelo ouvir o evangelho a respeito de Cristo (Rm 10:17 – NVI). Mas como os perdidos ouvirão o evangelho, se não lhes falarmos a respeito? (Rm 10:14). Temos a sublime tarefa de proclamar o evangelho de forma eficaz. Em Atos capítulo 8, Filipe é usado por Deus para proclamar as boas novas sobre Jesus ao tesoureiro etíope, e sua apresentação do evangelho foi eficaz. É importante entendermos que uma apresentação eficaz do evangelho não acontece só quando a pessoa evangelizada se converte: acontece quando o verdadeiro evangelho, em sua essência, é proclamado no poder do Espírito. Devemos, então, ter consciência de três questões:

Em primeiro lugar, precisamos ter consciência da necessidade da procla-mação. A proclamação não pode ser negligenciada. Aqueles que recebem poder e dependem do Espírito Santo não têm o direito de se calar perante a necessidade de falar sobre a salvação em Jesus Cristo. Não podemos cruzar os braços e terceirizar o “Fazei discípulos” de Cristo. As palavras do eunuco etíope soam como um clamor dos não-salvos a nós, cristãos: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? (8:31). Assim como o eunuco etíope, muitas pessoas, ao nosso redor, estão sedentas por Jesus (Rm 10:14). O profeta Isaías nos ensina como atender essa necessidade: Eis-me aqui, envia-me a mim (Is 6:8).

Em segundo lugar, precisamos ter consciência do conteúdo da proclama-ção. Além de a proclamação ser necessária, tem um conteúdo inegociável. Percebam que Filipe, por duas vezes, nos versículos 5 e 35, anuncia Jesus, o Cristo. Em tempos em que muitas mensagens atrativas são pregadas, é imprescindível sabermos que quem deseja ser usado pelo Pai, terá como conteúdo da proclamação o Filho. O tesoureiro etíope, por exemplo, não compreendia a quem o texto de Isaías 53:7,8 se referia. Então, Filipe passou a ensinar-lhe. Kistemaker conclui que porções do Antigo Testamento expli-cadas à luz dos ensinamentos, dos sofrimentos, da morte e da ressurreição

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de Jesus formaram o sermão de Filipe.2 O foco não era Filipe ou o profeta Isaías, mas o Servo Sofredor. O proclamador honesto das Escrituras sempre “sairá de cena” (At 8:39) e terá um único conteúdo: Jesus.

Em terceiro lugar, precisamos ter consciência do método da proclamação. Em Atos 8:31-35, Filipe, sendo usado por Deus, ensina-nos um método efi-caz de proclamar. Primeiro, aborda o Etíope, perguntando: Entendes o que estás lendo? (8:30). Uma boa abordagem permitirá um ambiente favorável. Depois, ele se aproxima: ... e convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele (8:31). Filipe aceita o convite e assenta-se junto ao eunuco. Não devemos nos manter distantes e mecânicos na proclamação: precisamos nos envolver com as pessoas. Em seguida, ele ensina: Filipe tomou a palavra e, começan-do por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus (8:35). Quem se propõe ser usado por Deus, deve dispor de tempo e de certo conhecimento bíblico. Contudo, todo método pode ser contextualizado. O conteúdo da proclamação é ine-gociável, mas a maneira de proclamar é diversa.

Até aqui, aprendemos que, se permitirmos que Deus use a nossa vida na proclamação, a atuação do Espírito será notória e a apresentação do evange-lho será eficaz. Vamos, agora, ao último ensino.

III – SE DEIXARMOS DEUS USAR A NOSSA VIDA NA PROCLAMAÇÃO, OS RESULTADOS PRÁTICOS SERÃO VISÍVEIS

Jesus disse aos seus discípulos, antes de retornar aos céus, que alguns sinais acompanhariam os que cressem nele como Senhor (Mc 16:15-18). E isso, de fato, aconteceu. Quando seus discípulos dispuseram-se a proclamar o evangelho, vários resultados práticos foram vistos. O diácono Filipe viu três bênçãos, como resultados da ação de Deus, através da sua vida. Em primeiro lugar, Filipe viu milagres acontecerem. Os milagres acompanham a proclama-ção. As pessoas “atendiam às palavras de Filipe especialmente pelo fato de serem confirmadas por sinais: os possessos de espíritos imundos eram liber-tos, e os paralíticos e coxos eram curados”.3

Um dos desafios para nossa geração é crer que Deus ainda realiza mila-gres. Somos uma igreja que acredita e ora por curas e prodígios. A igreja de Atos nunca deixou de pedir a Deus que continuasse estendendo a sua mão para realizar sinais e feitos extraordinários pelo nome de Jesus (At 4:30b).

2. Kistemaker (2006:410).

3. Adeyemo (2010:1349).

104 Lições BíblicasLições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013– 2º Trimestre de 2013

No livro de Atos, os sinais acompanhavam a pregação do evangelho. Aliás, o próprio Jesus disse: Estes sinais acompanharão [gr. parakoloythései – “se-guir ao lado”] os que crerem (Mc 16:17). E, depois, saindo os discípulos, pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais (Mc 16:20). Na obra missionária, não abandonemos a súplica: “Senhor, realiza sinais extraordinários!”.

Em segundo lugar, Filipe viu pessoas sendo salvas. Uma dessas pessoas foi o etíope, que experimentou a benção da salvação. O escritor Lucas relata: ... chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus (8:36,37). Cumpriu-se na vida dele a condição de Jesus para a salvação: Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16:16). Nenhuma outra benção é maior que a da salvação. O Deus abençoador é, principalmente, salvador e conta conosco. Não esqueçamos: somos salvos para salvar.

Em terceiro lugar, Filipe viu grande alegria. As duas vezes em que Filipe aparece, no capítulo 8, vemos a alegria tomar conta do cenário. Na primeira vez, o povo daquela cidade ficou muito alegre (8:8). Trata-se dos samarita-nos, povo sofrido, descriminado e com muitas enfermidades. Em tempos de tanta tristeza, por causa de pobreza, violência, doença e morte, podemos, também, ser usados por Deus para levar alegria a nossa comunidade. Na segunda vez, o eunuco etíope continuou a sua viagem, cheio de alegria (8:39 – NTLH). Ele era um homem importante, no reino etíope, mas, agora, regozijava-se por fazer parte do reino de Deus. Não devemos pensar que pessoas ricas ou bem-sucedidas não precisam dessa alegria. Deixemos Deus nos usar para levarmos alegria a nossa casa, a nossa rua, ao nosso trabalho, a nossa faculdade, enfim, onde nós estivermos.

CONCLUSÃO

Como vimos, Deus usou Filipe poderosamente para realizar seus desígnios nos samaritanos e no tesoureiro etíope. Talvez Filipe não tivesse a consciên-cia do alcance de suas obras. Mas, ao que tudo indica, o etíope também foi usado por Deus no seu país, cumprindo, assim, o mandamento de ser tes-temunha até os confins da terra. Samaria e a Etiópia foram alcançadas pelo verdadeiro evangelho de Cristo. E nossa casa? E a nossa comunidade?

Irmãos, Deus é Deus de pessoas, como está escrito em Êxodo 3:6: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. Esse mesmo Deus usa pessoas para cumprir seus propósitos na

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proclamação. Essa honra foi negada aos anjos. Portanto, coloquemo-nos à disposição dele. Não permitamos que cargos e funções dentro da igreja nos limitem. Os presbíteros, diáconos, membros e congregados precisam proclamar a boa notícia a respeito de Jesus. Somos desafiados a depender-mos do Espírito Santo, na proclamação, para que as bênçãos da salvação, dos milagres e da alegria alcancem pessoas sedentas por Cristo. Vamos nos juntar ao grupo de Filipe, e deixemos que Deus nos use.

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