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1 DIVEP/SVS/SES-DF ANO 8, Nº 01, novembro de 2017 Secretário de Estado da Saúde Humberto Lucena da Fonseca Subsecretário de Vigilância à Saúde Marcus Vinicius Quito Diretora de Vigilância Epidemiológica Maria Beatriz Ruy Gerente de Doenças Sexualmente Transmissíveis Sergio d’Avila Elaboração e Textos Ludmila A. S. O. Herrmann Sergio d’Avila Revisão Carina Matos Lusia Neves Rosangela Ribeiro Endereço da SES/DF Setor de Áreas Isoladas (SAIN), Bloco B, Asa Norte Brasília/DF Visite a página da GEDST em www.ses.df.gov.br Apresentação A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal (SES-DF) apresenta o Boletim Epidemiológico de HIV, AIDS e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), analisando dados abrangendo o período de 2011 a 2016 relacionados aos casos de HIV, AIDS, HIV em gestantes e crianças expostas. Além destes, foram levantados os dados sobre as principais infecções sexualmente transmissíveis (excluindo a sífilis, que é tratada em boletim específico): a Síndrome do Corrimento Uretral masculina, a Síndrome da Cervicite, a Síndrome da Úlcera Genital, o Condiloma Acuminado, a Infecção Subclínica ou latente pelo Papiloma vírus (HPV) e a Oftalmia Gonocócica Neonatal. Todas essas doenças estão incluídas na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças e as que são monitoradas por unidades sentinelas, do Ministério da Saúde (portarias nº 1.984/2014 e nº 204/2016) 1 2 e do Distrito Federal (Portaria SES/DF nº 140/2016) 3 , e foram extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). O Boletim Epidemiológico tem como objetivo contribuir para o monitoramento de casos de HIV e de AIDS e de outras IST, com a perspectiva de compreendermos o cenário epidemiológico no Distrito Federal, subsidiando a gestão para a tomada de decisões baseadas em evidências e possibilitando adequações no planejamento das ações de controle dessas infecções. Espera-se que estas informações propiciem melhor análise da situação de saúde da população, caracterizar a dinâmica da epidemia, fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica do HIV, AIDS e das demais IST, direcionando o planejamento e as ações de prevenção e controle da doença em cada Região de Saúde, de acordo com as diretrizes e normas do SUS, do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

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DIVEP/SVS/SES-DF ANO 8, Nº 01, novembro de 2017

Secretário de Estado da

Saúde

Humberto Lucena da Fonseca

Subsecretário de Vigilância à

Saúde

Marcus Vinicius Quito

Diretora de Vigilância

Epidemiológica

Maria Beatriz Ruy

Gerente de Doenças

Sexualmente Transmissíveis

Sergio d’Avila

Elaboração e Textos

Ludmila A. S. O. Herrmann

Sergio d’Avila

Revisão

Carina Matos

Lusia Neves

Rosangela Ribeiro

Endereço da SES/DF

Setor de Áreas Isoladas (SAIN),

Bloco B, Asa Norte – Brasília/DF

Visite a página da GEDST em

www.ses.df.gov.br

Apresentação

A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

apresenta o Boletim Epidemiológico de HIV, AIDS e outras Infecções

Sexualmente Transmissíveis (IST), analisando dados abrangendo o

período de 2011 a 2016 relacionados aos casos de HIV, AIDS, HIV

em gestantes e crianças expostas. Além destes, foram levantados os

dados sobre as principais infecções sexualmente transmissíveis

(excluindo a sífilis, que é tratada em boletim específico): a Síndrome

do Corrimento Uretral masculina, a Síndrome da Cervicite, a

Síndrome da Úlcera Genital, o Condiloma Acuminado, a Infecção

Subclínica ou latente pelo Papiloma vírus (HPV) e a Oftalmia

Gonocócica Neonatal. Todas essas doenças estão incluídas na Lista

Nacional de Notificação Compulsória de Doenças e as que são

monitoradas por unidades sentinelas, do Ministério da Saúde

(portarias nº 1.984/2014 e nº 204/2016)1 2 e do Distrito Federal

(Portaria SES/DF nº 140/2016)3, e foram extraídas do Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de

Informação de Mortalidade (SIM).

O Boletim Epidemiológico tem como objetivo contribuir para

o monitoramento de casos de HIV e de AIDS e de outras IST, com a

perspectiva de compreendermos o cenário epidemiológico no Distrito

Federal, subsidiando a gestão para a tomada de decisões baseadas em

evidências e possibilitando adequações no planejamento das ações de

controle dessas infecções.

Espera-se que estas informações propiciem melhor análise da

situação de saúde da população, caracterizar a dinâmica da epidemia,

fortalecer o sistema de vigilância epidemiológica do HIV, AIDS e das

demais IST, direcionando o planejamento e as ações de prevenção e

controle da doença em cada Região de Saúde, de acordo com as

diretrizes e normas do SUS, do Ministério da Saúde e da Secretaria de

Saúde do Distrito Federal.

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Introdução

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana do tipo 1, o HIV1, apresenta um amplo espectro

de manifestações clínicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença. Em indivíduos não tratados,

estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da doença esteja em torno de dez anos. A

AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. Como esse vírus ataca as

células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças4.

No início da década de 80, a epidemia de HIV/AIDS manteve-se basicamente restrita às regiões

metropolitanas do Sudeste e Sul do Brasil, sendo suas formas de transmissão: a) sexual; b) sanguínea, por

meio de transfusão ou compartilhamento de agulhas e seringas e; c) perinatal ou vertical, que é da mãe para

o filho durante a gestação, parto ou amamentação. Ao longo dos anos, predominou a transmissão sexual,

visto que foram adotadas medidas de biossegurança das transfusões de sangue e hemoderivados e as

medidas profiláticas junto às gestantes com HIV, reduzindo a transmissão sanguínea e vertical. Atualmente,

o Ministério da Saúde estima que cerca de 640 mil pessoas vivam com HIV/AIDS no Brasil.

A história natural dessa infecção vem sendo alterada consideravelmente pela terapia antirretroviral

(TARV) e ampliação do diagnóstico precoce, resultando em um aumento da sobrevida, redução da

mortalidade e de doenças secundárias, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Apesar da TARV não erradicar a infecção pelo HIV, evidências apontam que quando o tratamento

é iniciado precocemente, aumentam-se as chances de se alcançar níveis elevados de LT-CD4+ (células de

defesa que compõem o sistema imunológico humano) e níveis indetectáveis de carga viral. Além disso, o

uso precoce da TARV produz benefício no âmbito da saúde não só individual, mas também coletiva, uma

vez que permite reduzir a carga viral na comunidade, diminuindo as possibilidades de transmissão5.

Por isso, o conceito de prevenção combinada tem se difundido, articulando não só a prevenção

primária (uso de preservativos e gel para práticas sexuais mais seguras) e diagnóstico com testagem rápida,

mas também incluindo; o início imediato da TARV para todas as pessoas diagnosticadas com HIV

(conhecido como “testar e tratar”, independentemente de sua carga viral e CD4); pela ampliação da oferta

de profilaxia pré-exposição ao HIV (PEP) para os casos de exposição por acidente de trabalho ou sexual

(mediante violência ou relação sexual consentida); pelas estratégias de redução de danos, principalmente

em populações mais vulneráveis, como usuários de drogas e moradores de rua; pelo manejo oportuno e

adequado das IST na Atenção Básica, acarretando redução dos prejuízos à saúde e reduzindo os riscos

infecção pelo HIV; e, recentemente agregada a essas estratégias, está-se implantando a profilaxia pré-

exposição ao HIV (conhecida como PrEP), possibilitando mecanismos de prevenção do HIV entre

segmentos de extrema vulnerabilidade.

Todavia, no atual cenário devem ser considerados vários desafios, tais como a alta prevalência em

segmentos populacionais (homens que fazem sexo com homens, travestis e transgêneros, usuários de

drogas, profissionais do sexo), demonstrando estarem com maior vulnerabilidade e risco de adesão ao

tratamento precoce6.

Portanto, ao longo do anos muitas mudanças ocorreram, tanto no perfil epidemiológico quanto aos

avanços técnicos, tecnológicos e terapêuticos. O Distrito Federal hoje conta com uma rede de atenção

primária voltada para a execução de ações de prevenção, com oferta de preservativos masculinos,

femininos e de realização de diagnóstico por meio principalmente de testes rápidos para a população em

geral como para as gestantes e seus filhos, garantindo diagnóstico, tratamento e fórmula láctea infantil para

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durante o pré-natal, parto e puerpério. Quanto ao atendimento especializado, diversos serviços de referência

às regiões de saúde estão implantados, tendo cerca de 13 mil pessoas vivendo com HIV/AIDS recebendo

medicamentos antirretrovirais (ARV).

Vigilância Epidemiológica da AIDS e HIV no DF: 32 anos de história

A vigilância epidemiológica do HIV e da AIDS, além de se basear em informações fornecidas pela

notificação de casos registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e registros

de óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), possui dois sistemas específicos: Sistema

de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) e Sistema de Controle Logístico de Medicamentos

(SICLOM), que auxiliam na análise de situação de saúde das pessoas vivendo com HIV/AIDS e fornecem

subsídios para a gestão das ações de vigilância, prevenção e controle .

Em 1982, foi o ano da notificação dos primeiros casos de AIDS no Brasil. No Distrito Federal, o

primeiro caso notificado foi em 1985. A notificação de HIV, no âmbito nacional, foi instituída em 2014; no

DF, entretanto, já era de notificação compulsória desde 2009.

Desde o início da epidemia, em 1985, até dezembro de 2016, o Distrito Federal tem 10.299 casos

registrados de AIDS, sendo 7.558 homens e 2.741 mulheres, na condição em que a doença já se

manifestou.

No período abrangido por este Boletim (de 2011 a 2016) estão notificados no SINAN 2.903 novos

casos de AIDS. A razão entre os sexos masculino e feminino (M:F) aumentou desde 2011, passando de 2,6

casos em homens para cada caso em mulheres para uma razão de 4,9 em 2016. O número de casos e seus

respectivos coeficientes de detecção de AIDS têm reduzido nos últimos anos, principalmente pelo aumento

da detecção dos casos de HIV (Tabela 1 e Gráfico 1). Porém, ao analisarmos os casos de HIV notificados

no mesmo período, percebe-se uma proporção maior de homens do que em mulheres, em tendência de

crescimento, demonstrando que os homens se encontram mais vulneráveis à infecção pelo HIV (Tabela 2 e

Gráfico 2).

Tabela 1- Casos de AIDS notificados (número absoluto, coeficiente de detecção por 100.000 habitantes e

razão de sexos), por ano de diagnóstico segundo sexo. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Número de casos Razão Coef. Detecção por 100.000 hab.

Ano

Diagnóstico Masculino Feminino Total M/F Masculino Feminino Total

2011 429 163 592 2,6 34,4 12,0 22,7

2012 457 113 570 4,0 36,1 8,2 21,5

2013 476 118 594 4,0 35,9 8,1 21,3

2014 353 75 428 4,7 26,1 5,0 15,0

2015 317 83 400 3,8 22,9 5,4 13,7

2016 265 54 319 4,9 18,8 3,4 10,7

Total 2297 606 2903 3,8 28,8 6,9 17,3 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017.

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Gráfico 1- Casos de AIDS e razão de sexos M: F, segundo ano de diagnóstico. Distrito Federal, 2011 a

2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017.

De 2011 a 2016 observou-se um aumento progressivo dos casos de HIV notificados no SINAN,

acumulando 2.425 casos registrados. Ao longo desse período, verifica-se que a partir de 2014 houve uma

inversão do número de casos de HIV em relação aos de AIDS. Isto representa uma tendência de

diagnóstico precoce, ou seja, com a maior oferta de testagem, as pessoas infectadas com HIV estão sendo

detectadas antes de desenvolverem AIDS, possibilitando tratamento oportuno e evitando a progressão da

imunodeficiência. Em 2016 o coeficiente de detecção foi de 20,7 casos por 100 mil habitantes,

representando uma estabilização em relação aos anos anteriores. (Tabela 2 e Gráfico 2).

Tabela 2 - Casos de HIV notificados (número, coeficiente de detecção por 100.000 habitantes e razão de

sexos), por ano diagnóstico segundo sexo. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Número de casos Razão Coef. Detecção por 100.000 hab.

Ano Diagnóstico Masculino Feminino Total M/F Masculino Feminino Total

2011 217 51 269 4,3 17,4 3,7 10,3

2012 276 71 347 3,9 21,8 5,1 13,1

2013 345 99 444 3,5 26,0 6,8 15,9

2014 513 104 617 4,9 37,9 6,9 21,6

2015 548 76 624 7,2 39,7 5,0 21,4

2016 526 91 617 5,8 37,3 5,8 20,7

Total 2425 492 2917 4,9 30,4 5,6 17,4 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017.

Gráfico 2- Casos de HIV e razão de sexos M: F, segundo ano de diagnóstico. Distrito Federal,

2011 a 2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017.

429457 476

353317

265

163113 118

75 8354

2,64,0 4,0

4,73,8

4,9

0

1

2

3

4

5

6

0

100

200

300

400

500

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Masculino

Feminino

Razão M/F

217276

345

513548 526

51 71 99 104 76 91

4,33,9

3,5

4,9

7,2

5,8

0

2

4

6

8

0

100

200

300

400

500

600

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Masculino

Feminino

Razão M/F

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Em relação à AIDS segundo faixa etária, verifica-se que, em ambos os sexos, predomina na

fase adulta, compreendendo a faixa de 25 a 39 anos, o que corresponde a 52,4% dos casos. No

entanto, também se observa aumento de casos na faixa de 15 à 24 anos, que representavam 10,8%

dos casos notificados em 2011 e em 2016 passaram a representar 16,9% do total. Já os casos nas

faixas etárias acima de 40 anos, mantem em 2016 uma proporção semelhante a 2011 (37,6%).

(Tabela 3).

Tabela 3 - Casos de AIDS, por faixa etária, segundo sexo e ano de diagnóstico. Distrito Federal,

2011 a 2016.

Masculino

Faixa Etária 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

15-19 9 16 17 13 11 6 72

20-24 38 59 62 44 36 43 282

25-29 68 77 105 76 82 38 446

30-34 85 88 78 65 59 48 423

35-39 73 67 70 49 39 37 335

40-44 59 60 47 36 30 33 265

45-49 47 49 55 29 19 32 231

50 e + 28 26 16 20 21 13 124

55-59 9 6 15 10 10 10 63

60 e mais 13 9 11 11 10 5 60

Total 429 457 476 353 317 265 2297

Feminino

15-19 4 2 2 3 1 2 14

20-24 13 10 8 5 8 3 47

25-29 20 18 7 6 2 1 54

30-34 26 16 24 15 17 8 106

35-39 31 18 24 9 13 15 110

40-44 17 20 12 5 13 6 73

45-49 27 11 8 8 9 4 67

50-54 9 10 16 12 11 4 62

55-59 9 5 9 8 3 5 39

60 e mais 7 3 8 4 6 6 35

Total 163 113 118 75 83 54 606

Total

15-19 13 18 19 16 12 8 86

20-24 51 69 70 49 44 46 329

25-29 88 94 112 82 83 38 497

30-34 111 104 102 80 76 55 528

35-39 104 85 94 58 52 52 445

40-44 76 80 59 41 43 39 338

45-49 74 60 63 37 28 36 298

50-54 37 36 32 32 32 17 186

55-59 18 11 24 18 14 17 102

60 e mais 20 13 19 15 16 11 94

Em Branco 0 0 0 0 0 0 0

Total 592 570 594 428 400 319 2903 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017.

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Quanto ao grau de escolaridade dos pacientes, utilizada para uma análise indireta do nível

social, ressalta-se o alto índice de informações ignoradas, em ambos os sexos. É importante salientar

que estes dados são baseados nas Fichas de Notificação/Investigação de AIDS e a informação de

grau de instrução não foram preenchidas e aproximadamente 23,8% dos casos. Em 2016, ao analisar

por sexo, 30,2% das mulheres tinham até 08 anos de estudo. Nos homens 18,8% tinham ensino

médio completo na data da notificação. (Tabela 4).

Tabela 4 - Casos de AIDS (número e percentual) segundo escolaridade e sexo, por ano de diagnóstico.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017

Ao analisar a distribuição dos casos segundo raça/cor, também observa-se elevado

percentual de informações ignoradas, principalmente em 2016 (19,7%), o que compromete a

capacidade de análise desta variável no perfil epidemiológico. No entanto, observa-se que

àqueles que se denominam pardos representam a maior categoria (42,1%), seguidos por

brancos (35,2%), tanto em homens como em mulheres. (Tabela 5).

Escolaridade 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n %

Masculino

Analfabeto 3 0,7 6 1,3 4 0,8 2 0,57 4 1,3 0 0,0 19 0,8

1ª a 4ª incompleta 17 4,0 10 2,2 18 3,8 5 1,42 5 1,6 4 1,5 59 2,6

4ª série completa 9 2,1 14 3,1 10 2,1 14 3,97 7 2,2 6 2,3 60 2,6

5ª a 8ª incompleta 33 7,7 40 8,8 47 9,9 21 5,95 15 4,7 13 4,9 169 7,4

Fund. completo 16 3,7 23 5,0 29 6,1 11 3,12 8 2,5 15 5,7 102 4,4

Médio incompleto 26 6,1 36 7,9 27 5,7 22 6,23 18 5,7 30 11,3 159 6,9

Médio completo 84 19,6 85 18,6 90 18,9 76 21,53 53 16,7 43 16,2 431 18,8

Sup. incompleto 44 10,3 49 10,7 55 11,6 45 12,75 39 12,3 32 12,1 264 11,5

Sup. completo 95 22,1 107 23,4 91 19,1 72 20,40 78 24,6 54 20,4 497 21,6

Ign/Branco 102 23,8 87 19,0 105 22,1 85 24,08 90 28,4 68 25,7 537 23,4

Total 429 100 457 100 476 100 353 100 317 100 265 100 2297 100

Feminino

Analfabeto 1 0,6 1 0,9 5 4,2 1 1,3 3 3,6 1 1,9 12 2,0

1ª a 4ª incompleta 11 6,7 9 8,0 6 5,1 5 6,7 8 9,6 3 5,6 42 6,9

4ª série completa 7 4,3 2 1,8 8 6,8 5 6,7 5 6,0 4 7,4 31 5,1

5ª a 8ª incompleta 33 20,2 21 18,6 22 18,6 10 13,3 7 8,4 5 9,3 98 16,2

Fund. completo 13 8,0 9 8,0 5 4,2 6 8,0 3 3,6 5 9,3 41 6,8

Médio incompleto 12 7,4 12 10,6 15 12,7 7 9,3 5 6,0 2 3,7 53 8,7

Médio completo 30 18,4 20 17,7 10 8,5 7 9,3 14 16,9 6 11,1 87 14,4

Sup. incompleto 10 6,1 6 5,3 8 6,8 5 6,7 6 7,2 2 3,7 37 6,1

Sup. completo 12 7,4 8 7,1 16 13,6 5 6,7 5 6,0 3 5,6 49 8,1

Ign/Branco 34 20,9 25 22,1 23 19,5 24 32,0 27 32,5 23 42,6 156 25,7

Total 163 100 113 100 118 100 75 100 83 100 54 100 606 100

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Tabela 5 - Casos de AIDS (número e percentual) segundo raça/cor, por ano de diagnóstico. Distrito

Federal, 2011 a 2016.

Raça/cor 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n %

Masculino

Branca 188 43,8 191 41,8 174 36,6 112 31,7 120 37,9 76 28,7 861 37,5

Preta 27 6,3 32 7,0 37 7,8 36 10,2 29 9,1 27 10,2 188 8,2

Amarela 3 0,7 1 0,2 3 0,6 2 0,6 1 0,3 0 0,0 10 0,4

Parda 157 36,6 189 41,4 212 44,5 144 40,8 125 39,4 116 43,8 943 41,1

Indígena 1 0,2 1 0,2 1 0,2 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 0,1

Ign/Branco 53 12,4 43 9,4 49 10,3 59 16,7 42 13,2 46 17,4 292 12,7

Total 429 100 457 100 476 100 353 100 317 100 265 100 2297 100

Feminino

Branca 57 35,0 27 23,9 34 28,8 14 18,7 17 20,5 12 22,2 161 26,6

Preta 13 8,0 12 10,6 18 15,3 8 10,7 13 15,7 9 16,7 73 12,0

Amarela 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,9 1 0,2

Parda 73 44,8 61 54,0 52 44,1 40 53,3 37 44,6 15 27,8 278 45,9

Indígena 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,2 0 0,0 1 0,2

Ign/Branco 20 12,3 13 11,5 14 11,9 13 17,3 15 18,1 17 31,5 92 15,2

Total 163 100 113 100 118 100 75 100 83 100 54 100 606 100

Total

Branca 245 41,4 218 38,2 208 35,0 126 29,4 137 34,3 88 27,6 1022 35,2

Preta 40 6,8 44 7,7 55 9,3 44 10,3 42 10,5 36 11,3 261 9,0

Amarela 3 0,5 1 0,2 3 0,5 2 0,5 1 0,3 1 0,3 11 0,4

Parda 230 38,9 250 43,9 264 44,4 184 43,0 162 40,5 131 41,1 1221 42,1

Indígena 1 0,2 1 0,2 1 0,2 0 0,0 1 0,3 0 0,0 4 0,1

Ign/Branco 73 12,3 56 9,8 63 10,6 72 16,8 57 14,3 63 19,7 384 13,2

Total 592 100 570 100 594 100 428 100 400 100 319 100 2903 100 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017

Quanto à forma de transmissão ou categoria de exposição, prevalece a sexual. Nas mulheres,

86,8% dos casos de AIDS registrados nos últimos seis anos decorreram de relações heterossexuais com

pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens a categoria de maior percentual é de relações

homossexuais (46,5%), seguido pelas relações heterossexuais (24,2%). No entanto, entre os homens, se

relacionarmos as categorias onde há referência à exposição homo ou bissexual, os casos totalizam 62,3%,

indicando que na transmissão entre os homens predomina as situações de relações homossexuais. Em

relação ao uso de drogas, observa-se ainda um percentual significativo. O aumento do uso de crack indica

a importância de atenção aos fatores de vulnerabilidade desta população, apesar do uso injetável ter

reduzido nos últimos anos. Já os casos de AIDS em crianças por transmissão perinatal (ou vertical) se

encontra em patamares mínimos. (Tabela 6).

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8

Tabela 6- Casos de AIDS (número e proporção) por categoria de exposição, segundo ano de diagnóstico.

Distrito Federal, 2011 a 2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017

Em relação aos óbitos, no Distrito Federal, de 1985 à 2016, foram registrados no Sistema de

Informação de Mortalidade (SIM) 3.468 óbitos tendo a AIDS como causa básica. De 2011 à 2016 no

Distrito Federal, o número de óbitos por AIDS foi de 709 casos, apresentando 2016 uma redução de

12,5% em relação à 2014, ano de maior registro de óbitos no período. (Tabela 7).

Tabela 7- Óbitos por AIDS (número e razão de sexo), segundo ano do óbito. Distrito Federal, 2011 à

2016.

Número de casos Razão

Ano do óbito Masculino Feminino Total M/F

2011 70 47 117 1,5

2012 83 29 112 2,9

2013 92 34 126 2,7

2014 100 28 128 3,6

2015 84 30 114 2,8

2016 84 28 112 3,0

Total 513 196 709 2,6 Fonte: SIM Dados provisórios digitados até 18/09/2017.

Os dados acima apontam para uma estabilização dos casos de HIV/AIDS no DF, tanto

em incidência quanto em mortalidade. Mantém características de epidemia concentrada com

destaque para os homens jovens, pardos, com grau de escolaridade médio/superior, e maior

exposição nas categorias homo/bissexual.

Categoria de

exposição

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n %

Masculino

Homossexual 164 38,2 235 51,4 221 46,4 166 47,0 160 50,5 123 46,4 1069 46,5

Homo./Drogas 1 0,2 1 0,2 0 0,0 1 0,3 2 0,6 1 0,4 6 0,3

Bissexual 71 16,6 57 12,5 72 15,1 50 14,2 53 16,7 36 13,6 339 14,8

Bissexual/Drogas 4 0,9 2 0,4 3 0,6 3 0,8 1 0,3 2 0,8 15 0,7

Heterossexual 113 26,3 123 26,9 129 27,1 80 22,7 57 18,0 55 20,8 557 24,2

Hetero./Drogas 3 0,7 5 1,1 5 1,1 4 1,1 4 1,3 5 1,9 26 1,1

Hetero./Hemofílico 1 0,2 0 0,0 0 0,0 1 0,3 0 0,0 0 0,0 2 0,1

Drogas 3 0,7 3 0,7 4 0,8 2 0,6 6 1,9 3 1,1 21 0,9

Perinatal 1 0,2 0 0,0 0 0,0 1 0,3 0 0,0 1 0,4 3 0,1

Ignorado 68 15,9 31 6,8 42 8,8 45 12,7 34 10,7 39 14,7 259 11,3

Total 429 100 457 100 476 100 353 100 317 100 265 100 2297 100

Feminino

Heterossexual 150 92,0 104 92,0 106 89,8 60 80,0 67 80,7 39 72,2 526 86,8

Hetero./Drogas 3 1,8 3 2,7 2 1,7 4 5,3 1 1,2 0 0,0 13 2,1

Drogas 0 0,0 1 0,9 0 0,0 0 0,0 1 1,2 0 0,0 2 0,3

Perinatal 0 0,0 0 0,0 1 0,8 1 1,3 0 0,0 0 0,0 2 0,3

Ignorado 10 6,1 5 4,4 9 7,6 10 13,3 14 16,9 15 27,8 63 10,4

Total 163 100 113 100 118 100 75 100 83 100 54 100 606 100

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9

Análise dos Casos de AIDS por Região de Saúde

O Distrito Federal é dividido em 07 Regiões de Saúde que possuem diferenças sócio

demográficas que podem contribuir nas diferenças epidemiológicas e tendências ao longo dos anos.

Neste Boletim buscou-se verificar algumas informações que contribuam para análise desses

aspectos, ampliando a capacidade local de estabelecer as medidas adequadas à sua realidade.

Foram analisados os dados relativos aos coeficientes de detecção, faixa etária, escolaridade e

raça/cor. Os dados foram distribuídos de forma a mostrar as diferenças entre as Regiões

Administrativas (RA) de cada Região de Saúde.

Com relação à distribuição dos casos de AIDS por residência, os maiores coeficientes de

detecção em 2016 foram verificados no Cruzeiro, Taguatinga, Riacho Fundo 01, Águas Claras, Núcleo

Bandeirantes. No total de casos acumulados nos últimos seis anos, as regiões com os maiores

coeficientes foram são Taguatinga, Ceilândia, Asa Norte, Samambaia, Planaltina e Guará. (Tabela 8).

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Tabela 8 - Casos de AIDS notificados (número, coeficiente de detecção por 100.000 habitantes) por ano

de diagnóstico e localidade de residência. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Região de Saúde/RA

Número de Casos Coeficiente

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total 2011 2012 2013

201

4 2015 2016

CENTRO-NORTE 88 74 77 58 57 42 396 35,0 29,0 28,4 20,8 20,0 14,3

Asa Norte 41 43 45 36 33 24 222 33,3 34,5 33,9 26,4 23,5 16,7

Cruzeiro 19 14 07 06 08 10 64 53,7 39,0 18,4 15,3 19,9 24,3

Lago Norte 07 10 08 09 10 05 49 21,4 30,1 22,5 24,6 26,6 12,9

Sudoeste/Oct 19 03 14 06 04 03 49 37,5 5,8 25,7 10,7 7,0 5,1

Varjão do Torto 02 04 03 01 02 00 12 21,0 41,5 29,8 9,8 19,2 0,0

CENTRO-SUL 107 114 109 70 63 47 510 27,3 36,9 25,9 16,2 14,2 10,3

Asa Sul 25 28 22 09 18 09 111 29,0 32,1 23,4 9,3 18,0 8,7

Candangolândia 06 04 07 05 01 01 24 37,1 24,4 40,5 28,3 5,5 5,4

Guará 28 43 39 28 20 16 174 25,8 39,2 33,4 23,3 16,3 12,7

Lago Sul 17 04 03 08 03 03 38 56,9 13,2 9,2 23,7 8,6 8,3

Núcleo Bandeirante 07 07 07 04 05 05 35 28,1 27,7 26,2 14,6 17,8 17,4

Park Way 03 04 03 01 02 00 13 15,4 20,2 14,3 4,6 9,0 0,0

Riacho Fundo I 08 08 14 07 04 08 49 22,0 21,7 36,0 17,6 9,8 19,3

Riacho Fundo II 05 09 10 04 05 05 38 13,7 24,3 25,8 10,1 12,4 12,2

SCIA- Estrutural 07 07 04 04 05 00 27 22,7 22,4 12,3 12,1 14,9 0,0

SIA 01 00 00 00 00 00 01 40,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

LESTE 35 42 43 26 32 26 204 16,8 19,8 19,4 11,5 13,9 11,1

Itapoã 02 02 02 02 02 03 13 4,3 4,3 4,1 4,0 4,0 5,9

Jardim Botânico 02 00 01 02 00 02 07 10,0 0,0 4,6 9,0 0,0 8,6

Paranoá 12 18 18 10 11 09 78 21,5 31,7 30,2 16,5 17,8 14,3

São Sebastião 19 22 22 12 19 12 106 21,9 25,1 24,0 12,9 20,0 12,4

NORTE 66 52 53 39 41 37 288 19,7 15,3 14,8 10,7 11,0 9,7

Fercal 00 01 00 02 00 00 03 0,0 10,8 0,0 20,4 0,0 0,0

Planaltina 41 31 35 20 26 21 174 23,5 17,6 18,9 10,6 13,5 10,7

Sobradinho 20 10 09 12 05 10 66 25,7 12,7 10,8 14,0 5,7 11,1

Sobradinho II 05 10 09 05 10 06 45 6,8 13,3 11,4 6,2 12,2 7,1

OESTE 76 75 90 53 36 52 382 16,3 15,8 18,1 10,4 10,8 6,0

Brazlândia 07 06 10 08 07 03 41 12,0 10,1 16,1 12,6 10,8 4,5

Ceilândia 69 69 80 45 49 29 341 16,9 16,6 18,4 10,1 10,8 6,3

SUDOESTE 159 157 168 140 120 99 843 22,7 22,1 22,5 18,3 15,4 12,4

Águas Claras 20 21 21 15 25 22 124 19,2 19,9 18,9 13,2 21,6 18,6

Recanto das Emas 23 17 27 24 18 18 127 18,1 13,2 20,0 17,5 12,9 12,6

Samambaia 29 39 44 40 25 06 183 14,3 19,0 20,4 18,2 11,2 2,6

Taguatinga 81 74 63 55 48 47 368 39,3 25,4 28,4 24,2 20,6 19,7

Vicente Pires 06 06 13 06 04 06 41 10,0 9,9 20,3 9,2 6,0 8,8

SUL 51 46 45 38 21 32 233 19,9 17,7 16,5 13,6 7,4 11,0

Gama 28 23 32 26 08 22 139 20,6 16,7 22,0 17,4 5,2 14,1

Santa Maria 23 23 13 12 13 10 94 19,2 18,9 10,2 9,2 9,8 7,4

Em Branco 10 10 09 04 10 04 47 ... ... ... ... ... ...

Total 592 570 594 428 400 319 2903

Fontes: Sinan. Dados provisórios digitados até 18/09/2017. IBGE, 2017.

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11

Abaixo as informações sobre faixa etária, escolaridade e raça/cor de cada Região de Saúde:

Região Centro Norte

Os dados mostram maior predominância de casos na faixa etária de 25 à 29 na Asa Norte e Cruzeiro. Já

no Lago Norte e Sudoeste predomina a faixa de 30 aos 39 anos e o Varjão na faixa de 45 aos 49 anos

(Gráfico 3). Em relação à escolaridade, apresentaram mais registros nas faixas mais altas em todas as

RA (Gráfico 4). Já em relação à raça/cor houve predominância de brancos na maioria das RA exceto no

Varjão (parda) (Gráfico 5). No entanto, há altos índices de informações ignoradas ou em branco em

todas as regiões.

Gráfico 3- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Centro-Norte, 2011 à 2016.

Gráfico 4- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Centro-Norte, 2011 à 2016.

Gráfico 5- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Centro-Norte, 2011 à 2016.

0

10

20

30

40

50

60

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60 emais

Asa Norte Cruzeiro Lago Norte Sudoeste/Oct Varjão do Torto

020406080

100120

An

alfa

bet

o

a 4

ª sé

rie

inco

mp

leta

do

EF

séri

e co

mp

leta

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a 8

ª sé

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EF

Ensi

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caçã

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ta

Ign

/Bra

nco

Asa Norte Cruzeiro Lago Norte Sudoeste/Oct Varjão do Torto

0

50

100

150

200

250

Branca Preta Amarela Parda Indigena Ign/Branco Total

Asa Norte Cruzeiro Lago Norte Sudoeste/Oct Varjão do Torto

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Região Centro Sul

Os dados mostram que as RA com maior concentração de casos tem mais registros na faixa de 30 à 34

anos (Guará e Riacho Fundo), de 34 à 39 anos (Asa Sul) e de 40 à 44 (Riacho Fundo II) (Gráfico 6).

Também observa-se maior predominância das faixas de menor escolaridade em todas as RA(Gráfico 7).

Já em relação à raça/cor houve predominância de brancos na Asa Sul, Núcleo Bandeirantes e Lago Sul e

pardos nas demais RA (Gráfico 8). No entanto, há altos índices de informações ignoradas ou em branco

no quesito raça/cor.

Gráfico 6- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Centro-Sul, 2011 à 2016.

Gráfico 7- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Centro-Sul, 2011 à 2016.

Gráfico 8- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Centro-Sul, 2011 à 2016.

0

10

20

30

40

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60 e mais

Asa Sul Candangolândia Guará Lago Sul

Núcleo Bandeirante Park Way Riacho Fundo I Riacho Fundo II

SCIA (Estrutural) SIA

010203040

An

alfa

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Ign

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Asa Sul Candangolândia GuaráLago Sul Núcleo Bandeirante Park WayRiacho Fundo I Riacho Fundo II SCIA (Estrutural)SIA

020406080

Bra

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Pre

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Am

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igen

a

Ign

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nco

Asa Sul Candangolândia Guará Lago Sul

Núcleo Bandeirante Park Way Riacho Fundo I Riacho Fundo II

SCIA (Estrutural) SIA

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13

Região Leste

Os dados mostram maior número de casos na faixa etária de 25 à 29 em São Sebastião, enquanto que no

Paranoá a faixa com mais casos está 30 aos 34 anos, Itapoã apresentou de 35 à 39 anos e Jardim

Botânico de 50 à 54 anos (Gráfico 9). Observa-se maior predominância das faixas de menor

escolaridade em Itapoã e de ensino médio completo no Paranoá e São Sebastião (Gráfico 10). Já em

relação à raça/cor houve predominância de pardos nas RA, exceto Jardim Botânico (branca) (Gráfico

11). No entanto, há índice significativo de informações ignoradas ou em branco.

Gráfico 9- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Leste, 2011 à 2016.

Gráfico 10- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Leste, 2011 à 2016.

Gráfico 11- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Leste, 2011 à 2016.

0

5

10

15

20

25

30

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60 emais

Itapoã Jardim Botânico Paranoá São Sebastião

05

1015202530

An

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Ign

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Itapoã Jardim Botânico Paranoá São Sebastião

0

10

20

30

40

50

Branca Preta Amarela Parda Indigena Ign/Branco

Itapoã Jardim Botânico Paranoá São Sebastião

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14

Região Norte

Os dados mostram maior número de casos na faixa etária de 25 à 29 em Planaltina, enquanto que em

Sobradinho a faixa com mais casos está 30 aos 34 anos (Gráfico 12). Observa-se maior predominância

das faixas de maior escolaridade na Região (Gráfico 13). Já em relação à raça/cor houve predominância

de pardos em todas as RA (Gráfico 14). No entanto, há altos índices de informações ignoradas ou em

branco.

Gráfico 12- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Norte, 2011 à 2016.

Gráfico 13- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Norte, 2011 à 2016.

Gráfico 14- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Norte, 2011 à 2016.

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15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60 emais

Fercal Planaltina Sobradinho Sobradinho II

0102030405060

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Fercal Planaltina Sobradinho Sobradinho II

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150

200

250

300

350

Branca Preta Amarela Parda Indigena Ign/Branco Total

Fercal Planaltina Sobradinho Sobradinho II TOTAL

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15

Região Oeste

Os dados mostram maior número de casos na faixa etária de 35 à 39 anos em Ceilândia, enquanto que

em Brazlândia a faixa com mais casos está 40 à 44 anos (Gráfico 15). Também observa-se maior

predominância de ensino médio completo em ambas RA (Gráfico 16). Em relação à raça/cor houve

predominância de pardos (Gráfico 17). No entanto, há índices de informações ignoradas ou em branco.

Gráfico 15- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Oeste, 2011 à 2016.

Gráfico 16- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Oeste, 2011 à 2016.

Gráfico 17- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Oeste, 2011 à 2016.

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15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60 emais

Brazlândia Ceilândia

020406080

100120

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Brazlândia Ceilândia

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100

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Branca Preta Amarela Parda Indigena Ign/Branco

Brazlândia Ceilândia

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16

Região Sudoeste

Os dados mostram maior número de casos na faixa etária de 30 à 34 anos nas RA, exceto em Águas

Claras (25 à 29 anos) e Vicente Pires (35 à 39 anos) (Gráfico 18). Também observa-se maior

predominância das faixas de maior escolaridade (Gráfico 19). Já em relação à raça/cor houve

predominância de pardos nas RA, exceto em Águas Claras (branca) (Gráfico 20). No entanto, há altos

índices de informações ignoradas ou em branco.

Gráfico 18- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Sudoeste, 2011 à 2016.

Gráfico 19- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Sudoeste, 2011 à 2016.

Gráfico 20- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Sudoeste, 2011 à 2016.

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15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60 e mais

Águas Claras Recanto das Emas Samambaia Taguatinga Vicente Pires

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An

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Águas Claras Recanto das Emas Samambaia Taguatinga Vicente Pires

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Branca Preta Amarela Parda Indigena Ign/Branco

Águas Claras Recanto das Emas Samambaia Taguatinga Vicente Pires

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17

Região Sul

Os dados mostram maior número de casos na faixa etária de 40 à 44 no Gama, enquanto que em Santa

Maria a faixa com mais casos está 35 aos 39 anos (Gráfico 21). Também observa-se maior

predominância das faixas de menor escolaridade em Santa Maria (Gráfico 22). Já em relação à raça/cor

houve predominância de pardos em ambas as RA (Gráfico 23). No entanto, há altos índices de

informações ignoradas ou em branco.

Gráfico 21- Casos de AIDS por RA, segundo faixa etária. Região Sul, 2011 à 2016.

Gráfico 22- Casos de AIDS por RA, segundo escolaridade. Região Sul, 2011 à 2016.

Gráfico 23- Casos de AIDS por RA, segundo raça/cor. Região Sul, 2011 à 2016.

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Gama Santa Maria

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Branca Preta Amarela Parda Indigena Ign/Branco

Gama Santa Maria

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18

Situação Epidemiológica do HIV em Gestante e Criança Exposta

A transmissão vertical do HIV ocorre através da passagem do vírus da mãe para o bebê durante a

gestação, o trabalho de parto, o parto propriamente dito (contato com as secreções cérvico-vaginais e sangue

materno) ou a amamentação.

A partir de outubro de 1996, o Ministério da Saúde adotou a indicação da profilaxia da transmissão

vertical para todas as gestantes soropositivas e recém–nascidos expostas ao HIV. A gestante que já teve seu

diagnóstico de portadora de HIV realizado antes da gravidez deverá ser acompanhada simultaneamente em

Unidade Básica de Saúde e no Serviço de referência desde o início da gestação. Durante o acompanhamento do

pré-natal, é importante orientar a gestante quanto aos cuidados necessários para a redução da transmissão

vertical, através da utilização correta de medicamentos antirretrovirais, cuidados durante o trabalho de parto, via

de parto, uso de inibidores da lactação, enfaixamento das mamas e impedimento à amamentação.

Esta estratégia tem mostrado impacto na redução da transmissão vertical apesar de estar acima da meta

de eliminação, dependendo da região do país7.

A vigilância da transmissão vertical do HIV) se inicia na gestação, idealmente desde o primeiro

trimestre do pré-natal e continua até a finalização do estado sorológico da criança. A identificação de uma

gestação com HIV desencadeia várias ações profiláticas e preventivas que devem ser monitoradas até a

conclusão da situação da criança exposta. A notificação da mulher grávida portadora do HIV deverá ser

realizada durante a gestação. Caso a notificação não tenha ocorrido neste momento, ela deverá ser efetuada

durante o parto (parturiente) ou após o parto (puérpera).

A notificação compulsória de gestantes com HIV e crianças expostas são realizadas no pré-natal, parto e

acompanhamento da criança, como preconizado na Portaria GM/MS Nº 05, de 21 de fevereiro de 2006. É

importante ressaltar que a notificação da criança exposta deve ser preenchida em instrumento específico. A

simples suspeita de exposição, tanto em gestantes, quanto em conceptos, deve ser notificada e investigada, em

virtude dos benefícios do tratamento precoce no prognóstico da criança8.

Por definição de casos de HIV em gestantes para efeito de notificação e investigação temos: gestantes,

parturientes e nutrizes infectadas, considera-se como infectada toda gestante, parturiente ou nutriz que apresenta

resultado de exame laboratorial para HIV reativo (considerar o primeiro resultado reagente). Para definição de

crianças expostas consideram-se todos os conceptos de mães soropositivas ou que tenham suspeita de HIV; e

todas as crianças que tenham sido amamentadas por mulheres infectadas ou que tenham suspeita de infecção

pelo HIV. Nesse caso, a notificação/investigação deverá conter dados da nutriz.

Conforme os dados informados no Sistema de Vigilância Epidemiológica do Distrito Federal, de 2011 à

2016 foram notificados 291 casos de gestantes com HIV. No último ano, as Regiões Administrativas com os

maiores coeficientes de incidência foram Riacho Fundo II, Lago Norte, Paranoá, Sobradinho I. (Tabela 9).

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19

Tabela 9 - Gestantes infectadas pelo HIV (número e coeficiente de incidência por 1.000 nascidos vivos),

segundo Região de Saúde por ano de diagnóstico. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 25/09/2017.

Número de casos Coef. De incidência por 1000NV

Região de Saúde 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total 2011 2012 2013 2014 2015 2016

CENTRO-NORTE 1 4 1 4 0 3 13 0,3 1,4 0,4 1,4 0,0 1,1

Asa Norte 1 1 0 0 0 1 3 0,7 0,8 0,0 0,0 0,0 0,8

Cruzeiro 0 1 1 2 0 0 4 0 2,5 2,6 5,1 0 0

Lago Norte 0 1 0 1 0 1 3 0 2,9 0 3,0 0 3,0

Sudoeste/Oct 0 0 0 1 0 1 2 0 0 0 1,6 0 2,0

Varjão do Torto 0 1 0 0 0 0 1 0 5,7 0 0 0 0

CENTRO-SUL 4 9 13 10 10 6 52 0,7 1,5 2,3 1,6 1,7 1,0

Asa Sul 0 2 1 0 2 0 5 0 2,3 1,2 0 2,3 0

Candangolândia 0 1 2 0 0 0 3 0 3,6 6,9 0 0 0

Guará 1 4 2 1 6 3 17 0,6 2,6 1,2 0,6 3,5 1,7

Lago Sul 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Núcleo Bandeirante 0 1 0 0 1 0 2 0 2,1 0 0 2,5 0

Park Way 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Riacho Fundo I 0 1 4 1 0 0 6 0 1,5 5,6 1,3 0 0

Riacho Fundo II 1 0 2 3 0 2 8 1,6 0,0 3,4 4,8 0,0 3,2

SCIA (Estrutural) 2 0 2 5 1 1 11 3,1 0,0 3,0 6,9 1,2 1,2

SAI 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

LESTE 4 2 2 9 8 7 32 1,0 0,5 0,5 2,0 1,7 1,5

Itapoã 0 0 1 1 1 0 3 0 0 0,9 0,9 0,9 0

Jardim Botânico 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 7,2 0 0

Paranoá 2 2 0 3 3 3 13 1,7 1,8 0,0 2,5 2,5 2,5

São Sebastião 2 0 1 3 4 4 14 1,2 0,0 0,6 1,6 2,0 2,0

NORTE 5 4 6 3 1 7 26 0,8 0,7 1,0 0,7 0,2 1,2

Fercal 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Planaltina 4 2 5 1 1 4 17 1,3 0,6 1,6 0,8 0,3 1,3

Sobradinho 1 1 0 1 0 3 6 0,9 0,8 0,0 0,8 0,0 2,3

Sobradinho II 0 1 1 1 0 0 3 0 0,8 0,8 0,8 0 0

OESTE 6 16 12 8 5 4 51 5,9 15,0 11,6 7,3 4,7 3,7

Brazlândia 0 0 3 3 3 1 10 0 0 2,9 2,7 2,8 0,9

Ceilândia 6 16 9 5 2 3 41 0,8 2,3 1,2 0,7 0,3 0,4

SUDOESTE 15 11 15 21 20 8 90 1,3 0,9 1,1 1,7 1,7 0,7

Águas Claras 1 1 2 0 1 1 6 0,5 0,5 0,6 0,0 0,5 0,5

Recanto das Emas 3 4 4 5 7 4 27 1,5 1,9 1,8 2,3 3,4 1,9

Samambaia 4 4 3 7 7 0 25 1,1 1,0 0,8 1,8 1,9 0,0

Taguatinga 6 2 4 8 2 3 25 1,6 0,5 1,1 2,5 0,7 1,0

Vicente Pires 1 0 2 1 3 0 7 1,3 0,0 2,4 1,3 3,7 0,0

SUL 6 4 5 1 1 4 21 1,4 0,9 1,1 0,2 0,2 0,9

Gama 1 2 0 0 1 2 6 0,5 0,9 0,0 0,0 0,5 1,0

Santa Maria 5 2 5 1 0 2 15 2,3 1,0 2,2 0,4 0,0 0,9

Em Branco 0 1 1 1 3 0 6 ... ... ... ... ... ...

Total 41 51 55 57 48 39 291

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20

Ao analisar os dados das fichas de notificação, observa-se que, no ano de 2016, 61,5% do número total

de gestantes com HIV já tinham o conhecimento da sorologia antes de ingressarem na atenção pré-natal. No

entanto, 33,3 % das gestantes tomaram conhecimento que estavam com HIV durante o pré-natal (Tabela 10 e

Gráfico 24).

Tabela 10 - Gestantes infectadas pelo HIV (número e proporção), segundo momento do diagnóstico do HIV e

ano do parto. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 25/09/2017

Gráfico 24 - Proporção de gestantes infectadas pelo HIV, segundo momento de diagnóstico do HIV e ano do

parto. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 25/09/2017

No período de 2011 à 2016, a faixa etária de gestantes mais acometida foi entre 20 a 29 anos (51,2%) e

de 30 a 39 anos (35,4%). No entanto, no último ano, observa-se um crescimento percentual entre as gestantes de

15 à 19 anos (25,6%) e de 30 a 39 anos (43,6%), indicando aumento de exposição ao HIV nestas duas faixas.

Quanto à raça/cor, as gestantes que se auto declararam pardas representam a maior parte dos casos (57,0%). Já

quanto à escolaridade, predomina as gestantes com o ensino médio completo (23,7%) (Tabela 11).

43,9

56,952,7

66,7

58,361,5

51,2

35,340

31,6

39,6

33,3

2,4

5,9 7,31,8 2,1

5,12,4 2,0 0 0 0 0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Antes do pré-natal

Durante o pré-natal

Durante o parto

Após o parto

Evidencia

Laboratorial 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n

Antes do pré-natal 18 43,9 29 56,9 29 52,7 38 66,7 28 58,3 24 61,5 166

Durante o pré-natal 21 51,2 18 35,3 22 40,0 18 31,6 19 39,6 13 33,3 111

Durante o parto 1 2,4 3 5,9 4 7,3 1 1,8 1 2,1 2 5,1 12

Após o parto 1 2,4 1 2,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291

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21

Tabela 11 - Gestantes infectadas pelo HIV (número e proporção) segundo características dos casos (faixa

etária, raça/cor, escolaridade) e ano do parto. Distrito Federal, 2011 a 2016.

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Faixa Etária n % n % n % n % n % n % n %

Faixa etária

15 a 19 anos 5 12,2 3 5,9 6 10,9 7 12,3 0 0,0 10 25,6 31 10,7

20 a 29 anos 19 46,3 32 62,7 28 50,9 33 57,9 27 56,3 10 25,6 149 51,2

30 a 39 anos 14 34,1 16 31,4 21 38,2 16 28,1 19 39,6 17 43,6 103 35,4

40 a 49 anos 3 7,3 0 0,0 0 0,0 1 1,8 2 4,2 2 5,1 8 2,7

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100

Raça/Cor

Branca 15 36,6 15 29,4 11 20,0 10 17,5 11 22,9 6 15,4 68 23,4

Preta 4 9,8 9 17,6 5 9,1 4 7,0 10 20,8 7 17,9 39 13,4

Amarela 0 0,0 0 0,0 1 1,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,3

Parda 21 51,2 26 51,0 32 58,2 42 73,7 24 50,0 21 53,8 166 57,0

Indigena 0 0,0 1 2,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,3

Ign/Branco 1 2,4 0 0,0 6 10,9 1 1,8 3 6,3 5 12,8 16 5,5

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100

Escolaridade

Analfabeto 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0 0 0,0 0 0,0

1ª a 4ª

incompleta 1 2,4 3 5,9 0 0,0 2 3,5 1 2,1 1 2,6 8 2,7

4ª série

completa 6 14,6 3 5,9 1 1,8 2 3,5 3 6,3 1 2,6 16 5,5

5ª a 8ª

incompleta 9 22,0 11 21,6 9 16,4 15 26,3 4 8,3 5 12,8 53 18,2

Fund.

completo 6 14,6 8 15,7 1 1,8 7 12,3 4 8,3 5 12,8 31 10,7

Médio

incompleto 2 4,9 2 3,9 8 14,5 9 15,8 4 8,3 5 12,8 30 10,3

Médio

completo 6 14,6 9 17,6 21 38,2 11 19,3 14 29,2 8 20,5 69 23,7

Sup.

incompleto 2 4,9 5 9,8 3 5,5 3 5,3 2 4,2 3 7,7 18 6,2

Sup. completo 2 4,9 4 7,8 4 7,3 2 3,5 5 10,4 2 5,1 19 6,5

Ign/Branco 7 17,1 6 11,8 8 14,5 6 10,5 11 22,9 9 23,1 47 16,2

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 25/09/2017.

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22

Na Tabela 12 pode-se observar que no total das 291 gestantes com HIV entre 2011 a 2016, em média

89,0% fizeram o pré-natal, no entanto nota-se crescimento dessa proporção a partir de 2014. No período

analisado, observou-se um aumento da proporção das gestantes com HIV com acesso a profilaxia durante a

gravidez no DF. Verificou-se desde 2015 que a proporção de profilaxia da transmissão vertical do HIV no

momento do parto está acima de 84%. A proporção dos casos em que o parto foi cesariano eletivo foi de

76,6%.

Tabela 12 - Gestantes infectadas pelo HIV (número e proporção), segundo características dos casos (pré-natal,

profilaxia com ARV durante a gestação, ARV durante o parto, tipo de parto, evolução da gravidez e início da

profilaxia com ARV nas crianças) e ano do parto. Distrito Federal, 2011 a 2016.

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Característ

icas n % n % n % n % n % n % n %

Pré-natal

Sim 35 85,4 45 88,2 45 81,8 52 91,2 45 93,8 37 94,9 259 89,0

Não 4 9,8 5 9,8 6 10,9 5 8,8 2 4,2 1 2,6 23 7,9

Ign/Branco 2 4,9 1 2,0 4 7,3 0 0,0 1 2,1 1 2,6 9 3,1

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100

ARV durante a gestação

Sim 35 85,4 43 84,3 50 90,9 52 91,2 44 91,7 35 89,7 259 89,0

Não 5 12,2 5 9,8 1 1,8 5 8,8 2 4,2 3 7,7 21 7,2

Ign/Branco 1 2,4 3 5,9 4 7,3 0 0,0 2 4,2 1 2,6 11 3,8

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100

ARV durante o parto

Sim 32 78,0 41 80,4 39 70,9 48 84,2 41 85,4 33 84,6 234 80,4

Não 1 2,4 2 3,9 5 9,1 3 5,3 4 8,3 3 7,7 18 6,2

Ign/Branco 8 19,5 8 15,7 11 20,0 6 10,5 3 6,3 3 7,7 39 13,4

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100

Tipo de parto

Vaginal 5 12,2 10 19,6 4 7,3 8 14,0 5 10,4 10 25,6 42 14,4

Cesárea

eletiva 31 75,6 36 70,6 45 81,8 42 73,7 41 85,4 28 71,8 223 76,6

Cesárea de

urgência 4 9,8 4 7,8 6 10,9 7 12,3 1 2,1 1 2,6 23 7,9

Ign/Branco 1 2,4 1 2,0 0 0,0 0 0,0 1 2,1 0 0,0 3 1,0

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 26/09/2017.

A grande maioria das crianças expostas ao HIV nasce viva (95,9%). No tocante à administração do

antirretroviral para as essas crianças, em 2016, 90,4% delas receberam o AZT oral nas primeiras 24 horas após

o nascimento. (Tabela 13).

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23

Tabela 13 - Gestantes infectadas pelo HIV (número e proporção) segundo características dos casos (evolução

da gravidez e início da profilaxia com ARV nas crianças) e ano do parto. Distrito Federal, 2011 a 2016.

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Total

Distrito Federal N % n % n % n % n % n % n %

Evolução da gravidez

Nascido vivo 38 92,7 48 94,1 55 100 55 96,5 46 95,8 37 94,9 279 95,9

Natimorto 1 2,4 1 2,0 0 0,0 2 3,5 1 2,1 1 2,6 6 2,1

Aborto 1 2,4 2 3,9 0 0,0 0 0,0 1 2,1 1 2,6 5 1,7

Ign/Branco 1 2,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,3

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100

Início ARV nas crianças

Nas primeiras 24h 37 90,2 45 88,2 51 92,7 51 89,5 43 89,6 36 92,3 263 90,4

Após 24h 0 0,0 1 2,0 0 0,0 1 1,8 0 0,0 0 0,0 2 0,7

Não realizado 3 7,3 1 2,0 0 0,0 1 1,8 2 4,2 2 5,1 9 3,1

Ign/Branco 1 2,4 4 7,8 4 7,3 4 7,0 3 6,3 1 2,6 17 5,8

Total 41 100 51 100 55 100 57 100 48 100 39 100 291 100 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 26/09/2017.

Quanto às crianças com AIDS notificadas no período, houve significativa redução, estabilizando em 01

caso por ano desde 2013. (Gráfico 25)

Gráfico 25 – Crianças com AIDS (número e coeficiente de incidência por 1.000 nascidos vivos), segundo ano

de diagnóstico. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 26/09/2017.

4

1

3

1 1 1

0,09

0,02

0,05

0,02 0,02 0,02

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Número de casos

Coeficiente

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24

Situação Epidemiológica das Infecções Sexualmente Transmissíveis

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada nesse Boletim, em

substituição a expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), em consonância com a utilização

internacional empregada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Organização Pan-Americana da

Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde. Nesse contexto, fica mais evidente a importância de alertar a população

sobre a possibilidade de ter e transmitir uma infecção mesmo sem sintomas, o que aponta para a necessidade de

abordagens de atenção integral eficazes e resolutivas.

As IST têm múltiplas etiologias e apresentações clínicas, e causam impacto na qualidade de vida das

pessoas, nas dos seus familiares e nas relações sociais. A prevenção combinada com triagem, diagnóstico

precoce e tratamento das IST e de suas parcerias sexuais interrompe a cadeia de transmissão, prevenindo outras

infecções e possíveis complicações9.

No contexto de atenção integral à saúde, o atendimento deve ser organizado de forma a não perder a

oportunidade do diagnóstico e tratamento, bem como contribuir para diminuir a vulnerabilidade às IST,

utilizando conhecimento técnico-científicos atualizados e recursos disponíveis e adequados a cada caso.

A prevenção das IST implica em uma abordagem que considere os contextos de vulnerabilidade de cada

segmento populacional. Isto implica ao profissional de saúde capacidade de avaliar os riscos de cada usuário do

serviço de saúde e estabelecer diálogo que propicie confiança e vínculo, sem julgamento moral quanto à

condição social, raça, etnia, orientação sexual ou religiosa, a fim de que estabeleça o campo necessário ao

aconselhamento, oferta de insumos de prevenção, contato com parcerias sexuais, diagnóstico e tratamento;

O tratamento das IST deve ser realizado com medicamentos, considerando-se eficácia, segurança,

posologia, via de administração, custo, adesão, e disponibilidade. Cabe destacar que o tratamento deve ser

estendido às parcerias sexuais em busca de maior impacto da estratégia.

As IST estão entre as causas mais comuns de morbidade, com consequências sobre a saúde das

populações, e acompanhadas de repercussões sociais e econômicas. As IST são consideradas um problema de

saúde pública por serem as principais causas de infertilidade, aborto, doenças neonatais, e por facilitarem a

transmissão de outras infecções mais graves, como o HIV. A sua grande maioria é monitorada por meio de

notificação compulsória e são identificadas por meio de abordagem sindrômica e/ou avaliação etiológica.

A notificação de IST é obrigatória aos profissionais de saúde que atuam na assistência ao paciente, em

conformidade desde a Lei Nº 6.529, de 30 de outubro de 1975. Todas as IST estão incluídas na Lista Nacional

de Notificação Compulsória de Doenças, do Ministério da Saúde (Portaria Ministerial nº 204/2016) e do Distrito

Federal (Portaria SES/DF nº 140/2016).

A notificação compulsória e a vigilância epidemiológica devem ser consolidadas e expandidas, visando

a conhecer a magnitude e medir a tendência dos agravos para o planejamento das ações de controle. O sistema

de saúde precisa estar preparado para implementar estratégias de prevenção e de intervenção terapêutica

imediata, garantindo também a disponibilização de insumos, a confidencialidade e a não discriminação.

Neste documento apresenta-se a situação epidemiológica dos casos notificados no SINAN de Síndrome

do Corrimento Uretral em Homens, Síndrome da Cervicite, Síndrome da Úlcera Genital, Condiloma

Acuminado, Infecção Subclínica ou latente pelo HPV, Oftalmia Gonocócica Neonatal.

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25

Na série histórica, compreendida entre os anos de 2011 a 2016, foram notificados 20.906 casos novos

de IST no Distrito Federal, distribuídos conforme a Tabela 14.

Tabela 14 - Casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis em residentes segundo ano de notificação, no

Distrito Federal, 2011 a 2016.

Ano Condiloma HPV

Corrimento

Uretral

Úlcera Genital

Masculina

Síndrome da

Cervicite

Oftalmia

Gonocócicas

Neonatal

n coef. n coef. n coef. n coef. n coef. n coef. **

2011 1271 48,7 803 30,8 1100 42,1 588 22,5 545 20,9 1 0,02

2012 1226 46,3 521 19,7 1236 46,7 502 19,0 700 26,5 0 0,00

2013 1081 38,7 328 11,8 1106 39,6 506 18,1 485 17,4 3 0,05

2014 960 33,7 221 7,7 1175 41,2 473 16,6 448 15,7 1 0,02

2015 899 30,8 97 3,3 1190 40,8 442 15,2 376 12,9 2 0,04

2016 629 21,1 105 3,5 1139 38,3 429 14,4 313 10,5 5 0,09

Total 6066 36,1 2075 12,4 6946 41,4 2940 17,5 2867 17,1

12 0,04

Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017. *Coeficiente por 100.000 habitantes / ** Coeficiente por 1000 nascidos vivos.

O HPV é um DNA-vírus que pode induzir uma grande variedade de lesões proliferativas na região

anogenital.1

A maioria das infecções são assintomáticas ou não aparentes. Outras podem apresentar-se sob a forma

de lesões chamados de condilomas acuminados, verrugas genitais ou cristas de galo. Podem também assumir

uma forma subclínica, visível apenas sob técnicas de magnificação e após aplicação de reagentes, como o ácido

acético.

Nos casos notificados de condiloma/HPV, a faixa etária mais acometida é na população mais jovem,

compreendendo a faixa etária de 15 a 39 anos, que correspondem aproximadamente 86,2% dos casos de

condiloma e 77,6% dos casos notificados de HPV (Tabela 15 e tabela 16).

Tabela 15 - Casos e percentual de Condiloma segundo faixa etária e ano de notificação. Distrito Federal, 2011 a

2016.

Faixa etária 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n

Menor de 14 40 3,1 31 2,5 26 2,4 27 2,8 22 2,4 9 1,4 155

15 a 19 anos 240 18,9 278 22,7 240 22,2 237 24,7 239 26,6 152 24,2 1386

20 a 29 anos 602 47,4 571 46,6 490 45,3 408 42,5 380 42,3 264 42,0 2715

30 a 39 anos 248 19,5 216 17,6 201 18,6 171 17,8 164 18,2 125 19,9 1125

40 a 49 anos 92 7,2 92 7,5 89 8,2 75 7,8 67 7,5 49 7,8 464

50 a 59 anos 34 2,7 22 1,8 23 2,1 26 2,7 20 2,2 20 3,2 145

60 a 69 anos 9 0,7 11 0,9 9 0,8 7 0,7 7 0,8 5 0,8 48

70 a 79 anos 6 0,5 2 0,2 3 0,3 5 0,5 0 0,0 4 0,6 20

80 anos e mais 0 0,0 3 0,2 0 0,0 4 0,4 0 0,0 1 0,2 8

Total 1271 100 1226 100 1081 100 960 100 899 100 629 100 6066 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017.

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26

Tabela 16 - Casos e percentual de HPV segundo faixa etária e ano de notificação. Distrito Federal,

2011 à 2016.

Faixa etária 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n

Menor de 14 21 2,6 5 1,0 4 1,2 4 1,8 3 3,1 0 0,0 37

15 a 19 anos 109 13,6 86 16,5 55 16,8 34 15,4 14 14,4 15 14,3 313

20 a 29 anos 342 42,6 194 37,2 107 32,6 86 38,9 31 32,0 42 40,0 802

30 a 39 anos 186 23,2 123 23,6 84 25,6 51 23,1 24 24,7 29 27,6 497

40 a 49 anos 104 13,0 74 14,2 55 16,8 36 16,3 23 23,7 13 12,4 305

50 a 59 anos 28 3,5 27 5,2 16 4,9 7 3,2 2 2,1 5 4,8 85

60 a 69 anos 10 1,2 11 2,1 5 1,5 1 0,5 0 0,0 1 1,0 28

70 a 79 anos 2 0,2 1 0,2 2 0,6 2 0,9 0 0,0 0 0,0 7

80 anos e mais 1 0,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1

Total 803 100 521 100,0 328 100,0 221 100,0 97 100,0 105 100,0 2075 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017.

As uretrites são doenças sexualmente transmissíveis caracterizadas por inflamação da

uretra acompanhada de corrimento. Os agentes microbianos das uretrites podem ser transmitidos

por sexo anal e/ou oral. O corrimento uretral pode ter aspecto mucoide a purulento, estando

associado à dor uretral (independentemente da micção), disúria e prurido uretral.

Com relação à Síndrome do Corrimento Uretral, no período analisado, foram detectados

6.946 novos casos no período analisado. Dentre os casos notificados, a faixa etária mais acometida

é entre os jovens de 20 a 29 anos de idade, o que corresponde a 48% dos casos. (Tabela 17).

Tabela 17 - Casos de síndrome do corrimento uretral em homens segundo faixa etária e ano de

notificação. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Faixa etária 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n

Menor de 14 22 2,0 13 1,1 11 1,0 17 1,4 14 1,2 16 1,4 93

15 a 19 anos 155 14,1 156 12,6 142 12,8 191 16,3 181 15,2 209 18,3 1034

20 a 29 anos 486 44,2 592 47,9 543 49,1 549 46,7 590 49,6 578 50,7 3338

30 a 39 anos 262 23,8 290 23,5 265 24,0 265 22,6 250 21,0 197 17,3 1529

40 a 49 anos 127 11,5 133 10,8 96 8,7 111 9,4 106 8,9 87 7,6 660

50 a 59 anos 35 3,2 39 3,2 36 3,3 28 2,4 33 2,8 37 3,2 208

60 a 69 anos 10 0,9 8 0,6 10 0,9 11 0,9 10 0,8 11 1,0 60

70 a 79 anos 2 0,2 3 0,2 3 0,3 1 0,1 3 0,3 4 0,4 16

80 anos e mais 1 0,1 2 0,2 0 0,0 2 0,2 3 0,3 0 0,0 8

Total 1100 100 1236 100 1106 100 1175 100 1190 100 1139 100 6946 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017.

A presença de úlcera genital está associada a elevado risco de transmissão e aquisição do

HIV e tem sido descrita como a principal causa para a difusão do vírus nas populações de maior

vulnerabilidade; portanto, o diagnóstico e tratamento imediato dessas lesões constitui uma medida

de prevenção e controle da epidemia de HIV.

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27

A síndrome da úlcera genital, no período analisado, foi detectada em média 490 novos

casos por ano. Dentre os casos notificados, a faixa etária mais acometida também é entre os jovens

de 20 a 29 anos de idade (Tabela 18).

Tabela 18- Casos de síndrome da úlcera genital segundo faixa etária e ano de notificação. Distrito

Federal, 2011 a 2016.

Faixa etária 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n

Menor de 14 12 2,0 12 2,4 5 1,0 9 1,9 9 2,0 4 0,9 51

15 a 19 anos 69 11,7 57 11,4 51 10,1 57 12,1 66 14,9 65 15,2 365

20 a 29 anos 209 35,5 181 36,1 188 37,2 180 38,1 167 37,8 170 39,6 1095

30 a 39 anos 144 24,5 142 28,3 136 26,9 108 22,8 114 25,8 107 24,9 751

40 a 49 anos 95 16,2 64 12,7 74 14,6 75 15,9 45 10,2 48 11,2 401

50 a 59 anos 36 6,1 30 6,0 30 5,9 32 6,8 29 6,6 22 5,1 179

60 a 69 anos 15 2,6 9 1,8 17 3,4 9 1,9 11 2,5 10 2,3 71

70 a 79 anos 8 1,4 6 1,2 4 0,8 1 0,2 0 0,0 3 0,7 22

80 anos e mais 0 0,0 1 0,2 1 0,2 2 0,4 1 0,2 0 0,0 5

Total 588 100 502 100 506 100 473 100 442 100 429 100 2940 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017.

A cervicite mucupurulenta ou endocervicite é a inflamação da mucosa endocervical. Os

agentes etiológicos mais frequentes são C.trachomatis e N.gonorrhoeae.Há evidências científicas

da associação de C.trachomatis e N.gonorrhoeaeaos seguintes fatores: mulheres sexualmente ativas

com idade inferior a 25 anos, novas ou múltiplas parcerias sexuais, história prévia ou presença de

outra DST e uso irregular de preservativo.

Com relação à Síndrome da Cervicite foram detectados no período analisado (2011 à

2016), o Distrito Federal tem 2867 novos casos. Dentre os casos notificados, a faixa etária mais

acometida é entre os jovens de 20 a 29 anos de idade (Tabela 19).

Tabela 19- Casos de síndrome da cervicite segundo faixa etária e ano de notificação. Distrito

Federal, 2011 a 2016.

Faixa etária 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

n % n % n % n % n % n % n

Menor de 14 7 1,3 15 2,1 11 2,3 15 3,3 9 2,4 8 2,6 76

15 a 19 anos 74 13,6 75 10,7 55 11,3 69 15,4 61 16,2 47 15,0 381

20 a 29 anos 190 34,9 242 34,6 170 35,1 160 35,7 143 38,0 101 32,3 1006

30 a 39 anos 151 27,7 231 33,0 151 31,1 116 25,9 87 23,1 84 26,8 820

40 a 49 anos 77 14,1 95 13,6 60 12,4 58 12,9 52 13,8 48 15,3 390

50 a 59 anos 21 3,9 34 4,9 27 5,6 24 5,4 21 5,6 17 5,4 144

60 a 69 anos 13 2,4 7 1,0 7 1,4 4 0,9 1 0,3 7 2,2 39

70 a 79 anos 1 0,2 1 0,1 3 0,6 1 0,2 1 0,3 1 0,3 8

80 anos e mais 0 0,0 0 0,0 1 0,2 1 0,2 1 0,3 0 0,0 3

Total 545 100 700 100 485 100 448 100 376 100 313 100 2867 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017

.

A oftalmia neonatal definida como conjuntivite purulenta do recém-nascido, ocorre no

primeiro mês de vida e pode levar à cegueira, especialmente, quando causada pela N.gonohrroeae.

Por isso a doença deve ser tratada imediatamente, para prevenir dano ocular. No Distrito Federal no

período em estudo foram notificados 14 casos de oftalmia neonatal. (Tabela 20).

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Tabela 20- Casos de Oftalmia gonocócica por ano de notificação. Distrito Federal, 2011 a 2016.

Ano de notificação Número de casos Coef. por 1000 NV

2011 1 0,02

2012 0 0,00

2013 3 0,05

2014 1 0,02

2015 2 0,04

2016 5 0,09

Total 12 0,04 Fonte: Sinan. Dados provisórios digitados até 09/10/2017

Considerações Finais e Recomendações

O Brasil foi um dos primeiros países no mundo a adotar políticas públicas inclusivas e

universais ao HIV/AIDS. O processo de construção dessa política está intimamente ligado aos

alicerces e construção do próprio Sistema Único de Saúde. A participação social desde o início da

epidemia direcionam as políticas públicas para uma resposta nacional. Gradualmente, a articulação

entre os governos locais e a sociedade civil organizada consolida o processo de regionalização e

descentralização.

O curso da epidemia, associada às ações desenvolvidas nos últimos 32 anos produziram

modificações nas suas características iniciais. Observamos a redução da incidência anual dos casos

de AIDS e dos coeficientes de mortalidade, estabilizados nos últimos 10 anos. Observou-se,

também a ocorrência de importantes transformações sociais, especialmente relacionadas à

qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA).

No Distrito Federal, houve expressivo aumento de novos portadores de HIV/AIDS em

tratamento na rede pública de saúde, com acesso ao tratamento antirretroviral (TARV). O

diagnóstico precoce garante qualidade da atenção à saúde individual e promove melhorias na

prevenção e controle, uma vez que reduz o número de pessoas com HIV que desconhecem seu

estado sorológico e o tratamento, cada vez mais precoce da TARV, melhora a qualidade de vida

das pessoas com HIV/AIDS e também reduz o risco de transmissão pela redução da quantidade de

vírus circulante. O aumento dos casos de HIV e a redução dos casos de AIDS notificados

demonstram o efeito dessas medidas.

No entanto, ainda considerando os dados epidemiológicos, verifica-se a importância de

fortalecimento da resposta no âmbito da atenção primária em saúde, campo fundamental para o

diagnóstico oportuno e, principalmente, no tratamento e cura das infecções sexualmente

transmissíveis. Uma das evidencias disso é a necessidade de ampliação do diagnóstico e tratamento

das gestantes com IST (principalmente a sífilis) e de seus parceiros sexuais. Em que pese o sucesso

do controle da transmissão vertical do HIV, ainda é necessário ampliar a oferta de testagem e

diagnóstico dos parceiros sexuais e o seguimento dos casos de crianças expostas ao HIV e sífilis.

Por fim, ainda considerando os dados de HIV, AIDS e outras IST, o papel da atenção

primária como campo primordial da prevenção torna-se evidente. Nesse sentido deve-se priorizar o

acesso às medidas de prevenção às populações mais vulneráveis e sob maior risco (principalmente

os homens que sexo com outros homens), combinando todos os atuais recursos técnicos e

tecnológicos disponíveis (informação, preservativos, redução de danos, testagem, tratamento das

IST, encaminhamento para profilaxia prë e pós-exposição) e cumprindo efetivamente seu papel de

porta de entrada e de acesso à todos os níveis de atenção do SUS.

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Referências Bibliográficas

1 BRASIL. Portaria GM/MS nº 1.984, de 12 de setembro de 2014, que define a lista

nacional de doenças e agravos de notificação compulsória, a serem monitorados por meio

da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes no âmbito do Sistema

Único de Saúde. 2 BRASIL. Portaria GM/MS nº 1.271, de 06 de junho de 2014 que dispõe sobre a Lista

Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública e

privada em todo o território nacional. 3 DISTRITO FEDERAL. Portaria SES nº 140, de 08 de agosto de 2016 que regulamenta as

atividades de vigilância epidemiológica relacionadas à coleta, ao fluxo e à consolidação

dos dados de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública. 4 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Boletim Epidemiológico. Ano IV. Brasília, 58; 2016. 5 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a atenção

integral às infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, 124p. 2015. 6 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Histórias de Luta Contra a AIDS. Brasília, 287 p. 2015; 7 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da

transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília, 2015. 8 BRASIL. Portaria GM/MS nº 05, de 21 de fevereiro de 2006 que incluiu na lista nacional

de doenças e agravos de notificação compulsória a notificação de gestantes com HIV e

crianças expostas no âmbito do Sistema Único de Saúde. 9 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a Atenção

Integral às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília, 2015.