10
Núcleos CEAJUR 1 Núcleos CEAJUR

Serie Nucleos Infancia e Juventude

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista da serie infancia e juventude 17/10/2011

Citation preview

Page 1: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR 1Núcleos

CEAJUR

Page 2: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR2 NúcleosCEAJUR

Page 3: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR 3

O Núcleo da Infân-cia e da Juventude

(NIJ) foi criado com o intuito de proteger crianças e adolescen-tes que se encontram em situação de desamparo (familiar, social, educacio-nal etc), oferecendo-lhes respaldo nas resoluções de questões jurídicas, inde-pendente do nível social da criança ou adolescente.

O NIJ desenvolve atividades espe-cializadas, voltadas para o público in-fanto-juvenil em parceria com várias entidades que atuam diretamente na assistência, tanto no âmbito protetivo quanto no socioeducativo. O Conselho Tutelar, por exemplo, desenvolve um trabalho de suma importância, apre-sentando com agilidade os documen-tos necessários ao Núcleo e prestando auxílio nos casos de envolvimento com drogas.

HipossuficiênciaQualquer pessoa que não possa

arcar com os custos de um advoga-do, conta com ajuda dos Núcleos da Defensoria Pública para a resolução de questões jurídicas. A própria Cons-

tituição Federal é quem garante “as-sistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. Porém, o Núcleo de Assis-tência Jurídica da Infância e da Juven-tude, dada a peculiaridade específica da criança/adolescente, atende a toda população, independente da renda.

LegislaçãoA universalidade do atendimen-

to prestado baseia-se no Princípio da Proteção Integral da Criança e do Ado-lescente, diz o Coordenador Sérgio Do-mingos. Para ele, quando entrou em vigor o Estatuto da Criança e do Ado-lescente (ECA), “ganhou-se uma efeti-va proteção à infância e à juventude”.

As crianças e adolescentes têm seus direitos e deveres definidos em lei. O ECA foi instituído em 1990, mas os princípios gerais por ele seguidos já constavam na Declaração dos Direitos da Criança emitida pela ONU e no ar-tigo 227 da nossa Constituição, desde 1988.

Também conhecido como Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o ECA institui que a criança e o adolescente “têm direito a proteção, vida e saú-de, mediante a efetivação de políticas

O Núcleo da Infância e da Juventude é o foco da segunda edição da série de reportagens Núcleos CEAJUR. A equipe de jornalismo da Escola de Assistên-cia Jurídica foi até o local e acompanhou uma tarde de trabalho no cotidiano desses servidores, que, através da legislação existente, lutam pela defesa dos direitos da criança

Crianças e Adolescentes:

Responsabilidade de todos

Page 4: Serie Nucleos Infancia e Juventude

“Quando a parte chega ao balcão, nós fazemos a 1ª

triagem, uma análise do que ela precisa e, diante da de-manda, fazemos o encami-

nhamento”

Dr. Sergio Domingos

NúcleosCEAJUR4

sociais públicas que permitam o nas-cimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”[1].

De acordo com a Lei, é responsabili-dade de todas as pessoas zelarem pelo bem estar das crianças e dos adoles-centes. O Estatuto define como criança aquele que tem até 12 anos comple-tos, e aquele de 13 aos 18 anos é con-siderado adolescente. Os jovens têm, portanto, preferência na prestação de socorro, proteção, e atendimento nos serviços públicos.

Direitos e DeveresAssim como a todas as crianças e

adolescentes são assegurados direitos, também devem eles observar deveres. Crianças e adolescentes que infringi-rem a lei poderão ser punidos. A crian-ça pode receber medidas de proteção, advertência ou até mesmo a obrigação de reparar o dano por ela causado.

Casos mais comunsEntre os casos mais comumente

atendidos no Núcleo da Infância e da Juventude estão os pedidos de ordem judicial para conseguir vaga em colé-gio público próximo à casa da criança ou do adolescente, e, também, para conseguir medicamentos gratuitos. Em casos como esses, a Defensoria atua contra órgãos públicos.

Segundo o Coordenador Sergio Do-mingos, os atendimentos vão mais além. “Desde pedido de inscrição para

adoção até alvará judicial para viagem ao exterior. Há postulações para ado-ção, guarda, pedidos de liberação de crianças acolhidas institucionalmente, acompanhamento e assistência às en-tidades de acolhimento – quando de-mandadas judicialmente. Também há atendimentos e acompanhamentos de familiares e adolescentes infratores, seja nas unidades ressocializadoras, seja durante a tramitação processual, bem como orientação prévia antes da

[1]: Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

Page 5: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR 5

“Cuidar, proteger e vigiar [as crianças] contra discri-minação, a exploração e a

violência é também um de-ver do Estado”

Dra. Ana Maria

oitiva pelo Ministério Público. Há, tam-bém, apreensão de Adolescentes, re-cursos de apelação, habeas corpus de mérito.”

O atendimentoDr. Sérgio Domingos esclareceu

como acontece o processo inicial de atendimento, no momento em que o assistido chega procurando ajuda. “Quando a parte chega ao balcão, nós fazemos a 1ª triagem, uma análise do que ela precisa e, diante da demanda, fazemos o encaminhamento”. O Co-

ordenador relata que a equipe possui duas vertentes de trabalho, a judicial e a não-judicial e que existe um esforço voltado para a resolução administrativa dos conflitos, com objetivo de desafo-gar o judiciário com ações desneces-sárias.

Ele ressalta que esse e os demais objetivos são possíveis graças ao alto grau de comprometimento dos servi-dores e Defensores. “As pessoas que

trabalham aqui se sentem bem e gos-tam do que fazem. Muitas vezes elas sacrificam questões pessoais em prol da Infância e da Juventude”, afirma.

Uma das iniciativas do Núcleo que visam desafogar o judiciário é a me-diação de conflitos, feita pela equipe formada por três psicólogas. As profis-sionais tentam analisar de forma mais profunda o problema da criança em questão. Em muitos casos, essa aju-da é estendida à família do assistido, que exerce influência direta sobre ele. O adolescente pode se envolver com

ilegalidades, como drogas por exem-plo, refletindo uma situação adversa dentro de casa. “É um trabalho novo, nós estamos começando agora com as visitas domiciliares. Buscamos trazer dados para que a gente possa interfe-rir diretamente nessa família, para que possamos reverter algumas situações”,

Page 6: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR6

“Há postulações para ado-ção, guarda, pedidos de li-beração de crianças aco-lhidas institucionalmente, acompanhamento e assis-tência às entidades de aco-

lhimento”

Dr. Sergio Domingos

NúcleosCEAJUR

tão sob ameaça do pai alcoólico. Em apenas um dia, a avó conseguiu uma decisão de proibição e afastamento de corpos por 48 horas. Posteriormente conseguiu uma de 60 dias, acarretando em decisão de afastamento por tempo indeterminado, com o objetivo de pro-teger as crianças. “Desde o primeiro dia que nós viemos aqui, tivemos re-sultado. A gente tem só que agradecer a força que eles nos têm dado aqui”, comemora.

As psicólogas tentam analisar de forma mais profunda o problema da

argumenta a Psicóloga Ana. A profis-sional acrescenta o fato de que a crian-ça fica a mercê das situações criadas pelos adultos, o que muitas vezes dei-xa a criança numa situação de coação e medo.

Sucesso nos atendimentosQuando pais ou responsáveis são

acusados de maus-tratos, a criança ou jovem pode ser afastado do lar. Essa ação tem caráter provisório ou definiti-vo. Se não há resolução do problema a criança é levada a um abrigo ou família

substituta, que, a partir daí, será res-ponsável por sua educação e sustento. Em qualquer das situações, a opinião do adolescente é levada em conside-ração.

Maria Helena da Silva, aposentada, estava aguardando uma decisão judi-cial na sala de espera do Núcleo e de-monstrou satisfação com os resultados obtidos em seu caso. Buscando conse-guir a guarda das três netas, que es-

criança em questão. Em muitos casos, essa ajuda é estendida à família do as-sistido, que exerce influência direta so-bre ele. O adolescente pode se envol-ver com ilegalidades, como drogas por exemplo, refletindo uma situação ad-versa dentro de casa. “É um trabalho novo, nós estamos começando agora com as visitas domiciliares. Buscamos trazer dados para que a gente possa interferir diretamente nessa família, para que possamos reverter algumas

Page 7: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR 7

“Desde o primeiro dia que nós viemos aqui, tivemos re-sultado. A gente só tem que agradecer a força que eles

nos têm dado aqui”

Maria Helena da Silva

A harmonia no ambiente de traba-lho e a seriedade que é dada ao tema que o núcleo abrange são os princi-pais ingredientes para alcançar êxito na luta contra o abuso infantil. A psi-cóloga Ana Maria ressalta importância do trabalho realizado pela equipe que visa o futuro desses jovens e conse-quentemente o futuro de uma nação. “Melhorar a qualidade do atendimento é melhorar a qualidade de vida. Essas pessoas chegam aqui com problemas familiares muito sérios, conflitos pes-soais que devem ser resolvidos ime-

situações”, argumenta a psicó-loga Ana. Ela acrescenta o fato de que a criança fica a mercê de

circunstâncias criadas pelos adultos, o que muitas vezes a deixa numa situa-ção de coação e medo.

Segundo o Dr. Sérgio Domingos, uma das maiores dificuldades do Nú-cleo está nas questões referentes a adoções. Devido a uma modificação no Estatuto da Criança e do Adolescente, questões que antes eram resolvidas administrativamente, agora necessi-

tam de interferências judiciais para a resolução, como por exemplo, a inscri-ção para pretendentes a pais de crian-ças adotivas. De acordo com o Coor-denador, após a alteração do ECA, o número de adoções caiu de 400 para 27 por ano. Apesar desse fator nega-tivo, o Núcleo vem conseguindo, por meio de alternativas viáveis, acelerar esse processo e dar sequência ao tra-balho juntamente com os conselhos tutelares.

diatamente”, preocupa-se. Dignidade, respeito e liberdade são ângulos que integram a escultura da personalida-de e formação das crianças. Como um quadro em branco, podem ser mani-puladas ou moldadas de forma equi-vocada e prejudicial para a socieda-de. Cuidar, proteger e vigiá-las contra discriminação, exploração, violência e opressão é também um dever do Es-tado, que vem cumprindo essa tarefa no Distrito Federal de forma exemplar

Page 8: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR 8

por meio do Núcleo da Infância e Ju-ventude.

Espaço diferenciadoEm respeito à criança o Núcleo da

infância e da juventude se mobilizou e construiu um espaço onde a criança encontra conforto e atenção especial. Nesse ambiente ficam sob a respon-sabilidade de uma psicóloga que per-manece todo o tempo desenvolvendo atividades. “A ideia é tornar o Núcleo o mais agradável possível, uma forma de aliviar o estresse e ansiedade das crianças”, ressalta Ana Maria.

Segundo a psicóloga idealizadora do projeto, é um atendimento diferencia-do que tem surtido excelentes efeitos.

DenúnciasQualquer cidadão que tenha co-

nhecimento de que uma criança sofra maus tratos, deve denunciar buscando o Conselho Tutelar, a Defensoria Públi-ca, o Ministério Público ou uma Dele-gacia de Polícia.

Endereço:909 Norte, Blocos D/E, Asa Norte

Telefone: 3349-5000 Horário de Atendimento: das 12

às 19 horas

NúcleosCEAJUR8

Page 9: Serie Nucleos Infancia e Juventude

NúcleosCEAJUR 9Núcleos

CEAJUR 9

Saiba mais...

Os adolescentes surpreendidos participando ou cometendo ato infracional é encaminhado à DCA - Delegacia da Criança e do Adolescen-te. O procedimento realizado na DCA é o de apurar o feito do menor e encaminhá-lo a Vara da Infância e do adolescente.

O juiz da Vara da Infância decidirá se o jovem responderá ao processo internado em um período provisório de 45 dias ou em liberdade, dependendo da gravidade do ato cometido pelo menor.

Todos os procedimentos que tramitam perante a Vara da Infância e da juventude correm em “segredo de justiça”, e cópias de processos dependem de autorização prévia do Juiz.

As infrações praticadas por menores de 18 anos não podem ser divulgados e nem preva-lecem para fins de antecedentes penais após a maioridade, ou seja, os cometimentos de ato infracional não constarão na certidão dos maiores de 18 anos emitida pelos cartórios de distribuição criminal.

Page 10: Serie Nucleos Infancia e Juventude

Entre em contato conosco:[email protected]