Servico social 2a

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1. SSeor cvi i a l oCAadad tdeedr i e nv oi s1

2. Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educao a DistnciaCaderno de AtividadesServio Social Coordenao do Curso Elisa Clia Pinheiro Rodrigues Nobre Autores Ana Lucia Amrico Antonio Angela Cristina Dias do Rego Catonio Edilene Xavier Rocha GarciaElisa Clia Pinheiro Rodrigues NobreHelenrose A. da S. Pedroso CoelhoLuciano Gamez (org.)Ricardo Leite de Albuquerque Yaeko Ozaki 3. Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educao a DistnciaChanceler Diretor-AdjuntoAna Maria Costa de SousaLuciano SathlerReitorCoordenao de Qualidade do MaterialGuilherme Marback NetoDidticoVice-ReitoraLuciano Gamez: Coordenador e organizadorHeloisa Helena Gianotti Pereira da publicaoPr-ReitoresBarbara Monteiro Gomes de CamposPr-Reitor Administrativo: Antonio FonsecaBruno Tonhetti Galassede Carvalho Fernanda Bocchi BalthazarPr-Reitor de Extenso, Cultura e Helena OkadaDesporto: Ivo Arcngelo Vendrsculo BusatoLucia Helena Paula do CantoPr-Reitor de Graduao: Eduardo de Waurie RoloOliveira EliasIlustraesPr-Reitora de Pesquisa e Ps-Graduao:Ednei MarxElizabeth Tereza Brunini SbardeliniCENTRO DE EDUCAO A DISTNCIAANHANGUERA PUBLICAESDiretor-Geral Gerente EditorialJos Manuel Moran Adauto DamsioC129 Caderno de atividades: servio social / Ana Lucia Amrico An-tonio... [et. al.].; Organizador Luciano Gamez; Coordenaodo curso Elisa Clia Pinheiro Rodrigues Nobre. Valinhos :Anhanguera Publicaes, 2011.288 p.ISBN: 978-85-7969-053-2 2011 AnhangueraPublicaes - Proibidaa reproduo nal ou1. Servio social. I. Antonio, Ana Lucia Amrico. II. Gamez,parcial por qualquer meioLuciano. III. Nobre, Elisa Clia Pinheiro.de impresso, em formaidntica, resumida ou CDD - 20.ed. : 370.15modicada em lnguaportuguesa ou qualqueroutro idioma. Impressono Brasil 2011 4. Nossa Misso, Nossos ValoresDesde sua fundao, em 1994, os fundamentos da Anhanguera Educacional tm sido o principal motivo doseu crescimento.Buscando permanentemente a inovao e o aprimoramento acadmico em todas as aes e programas, umaInstituio de Educao Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciao cientca eextenso, que oferecemos.Ela procura adequar suas iniciativas s necessidades do mercado de trabalho e s exigncias do mundo em cons-tante transformao.Esse compromisso com a qualidade evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docentee de funcionrios, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratrios, nas metodologias e nos Programas Institu-cionais, tais como: Programa de Iniciao Cientca (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento depesquisa supervisionada pelos nossos professores. Programa Institucional de Capacitao Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-rem especializao, mestrado e doutorado. Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisio de livros a preos acessveis, dos melhoresautores nacionais e internacionais, indicados pelos professores. Servio de Assistncia ao Estudante (SAE), que oferece orientao pessoal, psicopedaggica e nanceira aosalunos. Programas de Extenso Comunitria, que desenvolve aes de responsabilidade social, permitindo aos alunoso pleno exerccio da cidadania, beneciando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.A m de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessveis, a Anhanguera privilegiao preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho.Adota inovadores e modernos sistemas de gesto nas suas instituies. As unidades localizadas em diversos Es-tados do Pas preservam a misso e difundem os valores da Anhanguera.Atuando tambm na Educao a Distncia, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-trio Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educao a Distncia da Universidade Anhan-guera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permitea integrao dos professores, tutores e coordenadores habilitados na rea pedaggica, com a mesma nalidade:aliar os melhores recursos tecnolgicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com contedo cadavez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e prossional de nossos alunos.A todos, bons estudos!Prof. Antonio Carbonari Netto Presidente - Anhanguera Educacional 5. Sobre o Caderno de AtividadesCaro(a) Aluno(a),Voc est recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduao em que vocest matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os contedos disponveisnas publicaes que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientaes de estudo, destaques,propostas de atividades individuais e em grupo e desaos de aprendizagem a serem realizados.As questes propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas pblicas j realizadas, inclusi-ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dosalunos dos cursos de graduao em relao a conhecimentos, habilidades e competncias, necessrios ao seufuturo desempenho prossional. Essa incluso de perguntas, selecionadas a partir de avaliaes ocorridas forado mbito universitrio, colabora na sua preparao para o enfrentamento de situaes mais contextualizadas.Voc tambm vai encontrar caminhos para vincular os textos e questes com as teleaulas do seu curso. Issopermite planejar com antecedncia seu tempo e dedicao, estudar os temas previamente e se preparar paraaproveitar ao mximo a interao com a equipe docente.Desejamos que voc tenha um timo semestre letivo. Jos Manuel Moran e Luciano Sathler Diretoria do Centro de Educao a Distncia Universidade Anhanguera - UNIDERP 6. AutoresAna Lcia Amrico AntonioGraduao: Servio Social - Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB) - 1999. Especializao: Trabalho Social com Famlias - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio doPantanal (UNIDERP) - 2001. Angela Cristina Dias do Rego CatonioGraduao: Letras - Portugus/Ingls - Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB) - 1996.Especializao: Comunicao Social - Universidade Metodista de So Paulo (UMESP) - 1999.Mestrado: Comunicao Social - Universidade Metodista de So Paulo (UMESP) - 2000. Edilene Xavier Rocha Garcia Graduao: Servio Social - Faculdades Unidas Catlicas de Mato Grosso (FUCMT) - 1988.Especializao: Gesto de Polticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal (UNIDERP) - 2003.Mestrado: Desenvolvimento Local - Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB) - 2007. Elisa Clia Pinheiro Rodrigues Nobre Graduao: Servio Social - Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB) - 1992. Especializao: Polticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal(UNIDERP) - 2003. Mestrado: Educao - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 2007.Helenrose Aparecida da Silva Pedroso CoelhoGraduao: Cincias Sociais - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1982. Direito - Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB) - 1992.Psicologia - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Regio do Pantanal (UNIDERP) - 2004.Especializao: Gesto Judiciria Estratgica - Centro Federal de Educao Tecnolgica de Mato Grosso (CEFET-MT) - 2007.Mestrado: Psicologia Social - Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB) - 2007.Luciano Gamez - Organizador da publicaoGraduao: Psicologia - Faculdade de Psicologia e Cincias da Educao - Universidade de Lisboa (FPCE-UL) - 1992.Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho (UMINHO) - 1998.Doutorado: Engenharia de Produo - rea de concentrao: Ergonomia - Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC) - 2004. Ricardo Leite de AlbuquerqueGraduao: Licenciatura em Educao Fsica e Tcnica de desporto - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - 1976. Especializao: Aperfeioamento em Informtica Aplicada Educao - Universidade Estadual de Campinas(UNICAMP) - 1987.Mestrado: Educao - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 1999.Yaeko Ozaki Graduao: Psicologia - Universidade So Francisco (USF) - 1992. Especializao: Administrao de Recursos Humanos - Universidade So Judas Tadeu (USJT) - 1993.Mestrado: Clnica Mdica - Faculdade de Cincias Mdicas da Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP) - 2008. 7. SumrioFamlia e Sociedade Tema 1 - Mudanas Estruturais, Poltica Social e Papel da Famlia ............................... 15 Tema 2 - Novas Propostas e Dinmica da Famlia ........................................................ 22 Tema 3 - Transformaes Econmicas e Sociais no Brasil dos Anos 1990e seu Impacto no mbito da Famlia ............................................................ 28 Tema 4 - A Famlia, a Criana e o Adolescente ........................................................... 34 Tema 5 - Famlia - e as Situaes Vivenciadas por seus Membros ................................ 41 Tema 6 - Famlia e Trabalho........................................................................................ 48 Tema 7 - Programas de Atendimento Famlia........................................................... 55 Tema 8 - O Assistente Social e o Trabalho com Famlias .............................................. 61Servio Social na Contemporaneidade Tema 1 - Prelees sobre a Gnese do Servio Social .................................................. 79 Tema 2 - A Especicidade do Servio Social ................................................................ 86 Tema 3 - O Servio Social e as Polticas Sociais ........................................................... 93 Tema 4 - A Natureza Subalterna do Servio Social .................................................... 100 Tema 5 - O Objeto do Servio Social ........................................................................ 107 Tema 6 - Particularidades do Servio Social .............................................................. 114 Tema 7 - Teoria e Prtica no Servio Social ............................................................... 120 Tema 8 - Demandas Prossionais do Servio Social ................................................... 126 8. Tecnologias da Informao e da Comunicao Tema 1 - A Relao entre a Tecnologia e a Comunicao ......................................... 142 Tema 2 - O Fenmeno Tcnico e suas Particularidades no mbito da Comunicaoe da Cultura Contempornea .................................................................... 148 Tema 3 - A Tecnologia da Informao e a Utilizao de suas FerramentasComputacionais no Apoio Atuao Prossional do Assistente Social ....... 155 Tema 4 - Mdia e Questo Social: o Direito Informao como Direito Humano ....... 162 Tema 5 - A Indstria Cultural e seus Produtos Miditicos .......................................... 169 Tema 6 - Conguraes Miditicas da Globalizao: Hegemonia e Monoplios ....... 176 Tema 7 - A Blogosfera e as Alternativas Comunicao Hegemnica ...................... 182 Tema 8 - O Assistente Social na Era das Comunicaes ............................................ 189Leitura e Produo de Textos Tema 1 - Leitura, Texto e Sentido ............................................................................. 204 Tema 2 - Texto e Contexto ....................................................................................... 212 Tema 3 - Texto e Intertextualidade ........................................................................... 221 Tema 4 - Coerncia Textual: um Princpio de Interpretabilidade ................................ 231Desenvolvimento Pessoal e Profissional Tema 1 - Voc no Mundo ........................................................................................ 253 Tema 2 - Voc com os Outros .................................................................................. 259 Tema 3 - Voc e a Empregabilidade.......................................................................... 267 Tema 4 - Voc Conquistando Oportunidades ........................................................... 275 9. Servio Social naContemporaneidadeAutoras:Edilene Xavier Rocha GarciaElisa Clia Pinheiro Rodrigues Nobre 10. Servio Social naContemporaneidadeOrientaes de estudoCaro(a) aluno(a),Este Caderno de Atividades foi elaborado com baseno livro A Natureza do Servio Social, do autor Car-los Montao, Editora Cortez, 2009, 2 Edio PLT354.Ele composto de oito temas:Tema 1Prelees sobre a Gnese do Ser-vio SocialAborda os contedos do captulo 1, itens 1 e 2, pginas 17-54 do PLT. Nele, voc observar que o autor realizauma discusso entre autores de diferentes vertentes sobre as causas que provocaram a emergncia do ServioSocial enquanto prosso e sua legitimao social.Apresenta duas teses declaradamente opostas sobre a origem da prosso: uma que defende a prossionalizaodo voluntariado e outra a satisfao e manuteno do projeto hegemnico da classe burguesa.Assim discorre a respeito da natureza, gnese, funcionalidade e legitimidade do Servio Social.Tema 2A Especicidade do Servio SocialAborda os contedos do captulo 1, item 2, pginas 54-69 do PLT. Nele, Montao examina a legitimidade doServio Social enquanto prosso, sua utilidade pblica e, o mais importante, a tenso em que vive o assistentesocial situado entre a lgica da perspectiva Endogenista e os fundamentos da perspectiva Histrico-crtica, pois,nas palavras do autor, ou h de servir a um ou a outro senhor.Tema 3O Servio Social e as Polticas SociaisAborda os contedos do captulo 1, das pginas 69-92 do PLT. Nele, voc perceber que o autor apresenta suasconsideraes sobre a as polticas sociais e o Servio social. Voc deve entender que, nessa obra, Montao (2007)apresenta duas teses sobre a emergncia do Servio Social e, assim, o contedo das pginas acima citadas seguena mesma vertente, ou seja, por meio da contribuio de Alejandra Pastorini, tenta mostrar como as duas con-cepes por ele abordadas, a perspectiva Endogenista e a perspectiva Histrico-crtica, conceituam e interpretama relao do Servio Social com as polticas sociais.764 11. Tema 4A Natureza Subalterna do Servio SocialAborda os contedos do captulo 2, pginas 93-117 do PLT. Nele, o autor realiza uma diferenciao entre gnesee estrutura, surgimento e evoluo do Servio Social no Brasil. Discute que, apesar de acirradas tentativas, a pro-sso ainda no se libertou do Endogenismo que marcou a origem da prosso, nem do discurso romnticocontra a ordem hegemnica capitalista, o que, na viso do autor, impede o Servio Social brasileiro de questionar-se socialmente. Discorre sobre o carter de subalternidade atribudo prosso e divide-o em quatro tpicosexplicando-os concisamente. Uma reexo indispensvel formao prossional, descortinando verdades, des-misticando paradigmas, apontando sadas a problemas cotidianos.Tema 5O Objeto do Servio SocialAborda os contedos do captulo 2, item 2, pginas 118-143 do PLT. Nele, voc ver que o autor faz uma crticasobre a existncia, ou no, de um objeto especco de estudo e interveno do Servio Social. Apresenta diversosautores que versam sobre o tema sob pontos de vistas diferentes, e a necessidade que a categoria de assistentessociais se depara em encontrar uma especicidade da prosso a m de legitim-la socialmente.Tema 6Particularidades do Servio SocialAborda os contedos do captulo 2, pginas 143-161 do PLT. Nele, o foco de discusso so as particularidades doServio Social como prosso inserida na diviso sociotcnica do trabalho. Para respaldar as reexes referentesa esse tema, faz-se necessrio compreender o conceito de trabalho e o seu signicado para o Servio Social.Abre-se aqui um espao para uma profunda reexo sobre o conceito de trabalho e se esse conceito aplica-se aoServio Social. tambm um espao propcio para debater sobre as particularidades que envolvem o Servio Social, que segundoMontao (2007, p. 154) so desdobramentos da insero da prosso na diviso sociotcnica do trabalho e suascaractersticas histricas.Tema 7Teoria e Prtica no Servio SocialAborda os contedos do captulo 2, pginas 161-194 do PLT. Nele, o autor realiza uma discusso sobre a teoria e aprtica do Servio Social, buscando entender esse conceito no s no que diz respeito aos termos em si, mas, sim,analisando a abrangncia que a compreenso destes deve ter no desenvolvimento do fazer do assistente social.Estabelece uma anlise baseada no Mtodo Belo Horizonte, o qual utilizado como base pelos praticistas, ouseja, aqueles prossionais que defendem que a prtica a base para a construo da teoria, como referencial paradefesa dos conceitos ali apresentados. Emerge dessa discusso a necessidade de se entender a especicidade doServio Social, compreendendo suas particularidades, assuntos estes j estudados em temas anteriores, mas quesempre permear a discusso sobre o Servio Social como prosso. 77 12. Tema 8Demandas Prossionais do Servio SocialAborda os contedos do captulo 2, pginas 194-200 do PLT. Nele, voc observar que o autor realiza uma dis-cusso sobre as demandas tradicionais e as demandas atuais do Servio Social, chamando a ateno para a ne-cessidade de atualizao dessa prosso para que no que presa ao conservadorismo no campo da intervenoprossional.Dessa forma, ressalta o autor que o assistente social deve assumir a responsabilidade e o desao de enfrentamen-to s novas demandas, saturando-se de conhecimento crtico sobre a dinmica da realidade sobre a qual e com aqual interage, pois essa realidade o seu verdadeiro campo de atuao.A anlise de Montao (2007) nesse tema reveste-se de importncia, pois o prossional de Servio Social deve terclareza de que o seu conhecimento no deve se limitar academia, mas, sim, deve sempre ser atualizado paraque possa acompanhar e entender as mudanas que o movimento societrio apresenta, podendo, assim, intervircom segurana e qualidade nas situaes de vulnerabilidade social advindas da transformaes sociais, alm decompreender a necessidade de abertura de novos campos de trabalho para a prosso.ATENO! As respostas para as atividades deste caderno esto disponveis no ambiente vir-tual do curso. Consulte seu tutor presencial para mais informaes.784 13. Tema 1Prelees sobre a Gnese do Servio SocialObjetivos de aprendizagem Compreender o surgimento do Servio Social como prosso. Discutir a perspectiva evolucionista e a perspectiva Histrico-crtica. Reetir sobre a natureza, a gnese, e a funcionalidade do Servio Social.Para incio de conversaNeste tema, voc ir estudar a origem do Servio Social en-quanto prosso. Voc sabe por que este tema importante?Porque ele permite discutir a realidade do Servio Social nacontemporaneidade. Sero abordadas as transformaes quea economia, a poltica e a cultura provocaram na sociedadebrasileira e como isso inuenciou a prosso.Por dentro do temaNeste primeiro captulo, Carlos Montao analisa sucintamente duas teses anta-gnicas que armam fundamentar a origem do Servio Social como prossoreconhecida pela sociedade. Em cada uma delas, apresenta autores renomadosque desenvolveram minuciosas pesquisas, detalhadas investigaes, bem comoinmeras publicaes que justicam suas ponderaes.A primeira tese denominada perspectiva Endogenista defende que o Servio So-cial nada mais que a evoluo, organizao e prossionalizao das formasanteriores de ajuda da caridade e da lantropia, vinculada agora interveno naquesto social (MONTAO, p.20), enquanto que a segunda tese, a perspectivaHistrico-crtica, advoga que a gnese e a natureza do Servio Social reproduzemo projeto poltico-econmico e ideolgico da classe burguesa no contexto do capitalismo.Essa discusso de fundamental importncia, pois oferece ferramentas tericas ao aluno para no s com-preender a histria da prosso, mas tambm para mostrar sua signicao social na contemporaneidade. Almdisso, permite uma reexo sobre a identidade do assistente social na atualidade e os desaos que se inseremnesse contexto.Nas anlises de Montao, a perspectiva Evolucionista separa histria e sociedade, ou seja, so demonstradasapenas como um cenrio de desenvolvimento prossional [], como uma maquete onde se insere uma pea autnoma des- conexa do fator que a determina, a histria e como o homem e as relaes sociais na histria. Se a origem do Servio Social pode ser considerada como uma evoluo das formas anteriores de assistncia e ajuda [] deveramos remontar a gnese do Servio Social Eva (para os cristos) ou aos primeiros primatas (para os darwinistas) como antecessores e precursores do Servio Social. (MONTAO, pp. 28-29)79 14. Na perspectiva Histrico-crtica, a funo do Servio Social autenticar, justicar a ordem burguesa, na medidaem que o Estado assume a questo social como sua responsabilidade, por meio das polticas sociais.Desta forma, o autor possibilita uma investigao do carter, da origem e das funes da prosso. Observe queMontao torna possvel a vericao de um conjunto de fatores, de pontos de vista divergentes, que contribuempara compreender o Servio Social na contemporaneidade.No aporte do autor, esses elementos ainda no tm sido debatidos o suciente, produzindo assistentes sociaiscom uma formao terico-metodolgica mutilada.H que se discutir o papel do Servio Social na sociedade contempornea e os rumos da prosso. Qual tese seefetiva: a perspectiva Endogenista, uma lantropia e caridade prossionalizada, ou a perspectiva Histrico-crtica, o cumprimento do projeto poltico-econmico burgus a servio do capital, desempenhando o controlesocial na execuo terminal das polticas sociais?Anotaes______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________804 15. Servio Social naContemporaneidadeTema 1 - AtividadesAtividades Agora com voc! Responda s questes a seguir para conferir o que aprendeu.INSTRUES Questo 1 chegado o momento de vericar seu aprendi-zado. Leia com muita ateno cada enunciado,pois da interpretao correta depende o acerto (FEPESE, 2006 - adaptada). No exerccio pros-de cada questo. Os 4 primeiros exerccios sero sional o assistente social desenvolve aes nasresolvidos individualmente. A atividade de n- quais reconhece que:mero 5 tambm ser individual e sua respostaI. A solidariedade contempornea e a solida-valer nota e dever ser postada no ambienteriedade missionria so alternativas de so-virtual de aprendizagem - Moodle. As questes brevivncia das famlias empobrecidas.de 6 a 10 sero desenvolvidas em grupo de 4 aII. A famlia s pode ser atendida de forma dig-5 membros, no mximo. Essa prosso requerna se cada um dos seus segmentos (criana,trabalho em equipe. Divergncia de ideias seradolescentes, adultos e idosos) for conside-inevitvel. Discuta, leia o material de apoio, re-rado na sua individualidade.ita com o grupo e chegue a um consenso. EsseIII. Famlia uma construo social, cultural eexerccio faz parte da sua formao prossional.histrica, um ncleo formado por membrosAteno: Apenas a proposio de nmero 5 de-que tm laos consanguneos, que mantmver ser postada no ambiente virtual e valer relaes de afetividade e de convivncia e nota. Tal atividade dever ser realizada indivi-locus onde se constrem subjetividades.dualmente e postada no Moodle. IV. Sua contribuio se d no exerccio do con-trole social em favor da ideologia dominan-te.Ponto de partida V. Importncia de se identicar as fragilidadesque as situaes de vida impem a todos oscidados, o que evidencia o carter indivi-Carlos Montao realiza uma anlise das causas dualizado das necessidades sociais.que deram incio ao Servio Social como pros- Representam o pensamento Endogenista:so legitimada socialmente. O autor se baseia a) As armativas III, IV e V.em quais documentos para concretizar tal ree-xo? b) As armativas I, II, e V.____________________________________________ c) As armativas I, III eIV.____________________________________________ d) As armativas II, III e IV.____________________________________________ e) As armativas I,IV e V.____________________________________________________________________________________________________________________________________ Questo 2________________________________________________________________________________________ Leia o texto com ateno, inclusive as notas de____________________________________________ rodap, e assinale a nica alternativa correta.____________________________________________ Juan Barreix diferencia caridade de lantropia____________________________________________ armando que:____________________________________________ a) Caridade reete voluntariado e lantropia aes civis.____________________________________________ b) Caridade se refere s aes religiosas da Ida-____________________________________________ de Mdia e lantropia s aes religiosas____________________________________________ contemporneas.____________________________________________ c) Caridade e lantropia so sinnimos. 81 16. Servio Social naTema 1 - AtividadesContemporaneidaded) Conceitua caridade por ajuda humanitria e faz parte. Todavia, a relativa autonomia dos Filantropia por aes religiosas.prossionais e seus compromissos tico-polti-e) Dene caridade como inspirao religiosa e cos com os usurios dos servios institucionais lantropia como a ajuda humanitria. permitem que desenvolvam uma prtica pros-sional:I. Crtica, em face das demandas e limites ins- titucionais, valorizando os interesses dosQuesto 3usurios e sustentando a construo coletiva de respostas s suas demandas.Na perspectiva Histrico-crtica o Servio Social II. Neutra, objetivando evitar a presena e ose originou da sntese dos projetos poltico- acirramento das contradies sociais.econmicos. Eles operam no desenvolvimentoIII. Legitimadora da poltica institucional, porhistrico, em que se reproduz material e ideo- meio da imposio de suas normas e da de-logicamente a frao de classe hegemnica, fesa de seus objetivos e interesses.quando no contexto do capitalismo na sua ida- IV. Conservadora, atuando de modo a enqua-de monopolista, o Estado toma para si as res-drar demandas dos usurios nos limites ins-postas questo social.titucionais e defendendo os interesses domi-Com essa armao seus defensores advogamnantes na instituio.que:V. Voluntarista, desconsiderando as contradi-I. O Servio Social nasce para cumprir os inte-es sociais e institucionais. resses ideolgicos da classe dominante.Quais armativas representam a perspectivaII. O Servio Social emerge para subsidiar a luta Histrico-crtica? da classe operria.a) I e V.III. O Servio Social surge para cumprir umab) II e III. funo na ordem social e econmica comoc) I e IV. partcipe na reproduo das relaes sociais e ideolgicas hegemnicas. d). II e V.IV. A gnese do Servio Social pode ser e) III e IV. compreendida como um produto histrico encontrado para solucionar a desigualdade social advinda da Revoluo Industrial.V. O prossional do Servio Social desempenhaQuesto 5 um papel claramente poltico, cuja funo se encaixa na engrenagem da diviso socio- Jos Paulo Netto contribui com a perspectiva tcnica do trabalho. Histrico-crtica ao armar que os processos po-Assinale a nica alternativa correta. lticos, culturais, econmicos e sociais da ordemburguesa no perodo do capitalismo monopolis-a) Todas as alternativas esto corretas.ta gestam as condies histrico-sociais queb) Apenas II, III e V esto corretas. favoreceram a gnese do Servio Social.c) Apenas I, III e IV esto corretas. POR QUEd) Apenas I, II e IV esto corretas.Sem essa vericao, a anlise do Servio Sociale) Apenas I, III e V esto corretas.perde sua solidez e no passar de uma descri-o histrica de um conjunto de fatos que ocor-reram, todavia no tm relao entre si e aindaque tais elementos sobrevieram de forma linear,Questo 4 sem oscilao, nem decorrncias.CONSEQUENTEMENTE(ENADE, 2004 - adaptada). Do ponto de vista na emergncia prossional do Servio Social,das instituies empregadoras do assistente so- no este que se constitui para criar um dadocial, o conjunto de estratgias prossionais temespao na rede scio-ocupacional, mas a exis-como objetivo ltimo legitimar e reproduzir a tncia deste espao que leva constituio pro-instituio e a sociedade de classes da qual elassional [...]82 17. Servio Social naContemporaneidadeTema 1 - AtividadesA esse respeito, possvel concluir que:o Social como anttese, [] A partir de 1965, osI. O fato de a institucionalizao do Serviomovimentos de _____________________________ Social ocorrer aps a Grande Depresso nonegam o Servio Social - que agora quali- pode ser considerado uma coincidncia cro-cado como____________________ - e procuram nolgica. super-lo numa sntese. (MONTAO, p. 21)II. A legitimao do Servio Social no deve ser atribuda prossionalizao da ajuda ou da caridade, pois necessrio considerar a ordem monoplica capitalista. Questo 7III. Na perspectiva Histrico-crtica o assistente social contribui com o aumento do acmulo (ENADE, 2007 - adaptada). A anlise do signi- do capital e manuteno do sistema. cado social do Servio Social no processo deIV. O contexto social, cultural, econmico e po- reproduo das relaes sociais salienta o ca- ltico no podem ser avaliados como deter-rter contraditrio da prosso. Ela reproduz, minantes na emergncia do Servio Social, pela mesma atividade, interesses contrapostos uma vez que desconsidera a luta das classes que convivem em tenso, demandas do capital no perodo do capitalismo monopolista.e do trabalho e s pode fortalecer um ou outro polo pela mediao de seu oposto. Esse carterV. Relacionar o contexto histrico ao surgi- contraditrio da atuao prossional decorre mento da prosso signica armar que da relao de classes. Esta denio deriva de os atores, os protagonistas do Servioqual perspectiva quanto natureza, gnese e Social como prosso so sempre pessoasfuncionalidade do Servio Social? singulares, nunca podem ser considerados atores coletivos. ____________________________________________Assinale a nica alternativa correta:____________________________________________a) Todas as alternativas so falsas. ____________________________________________b) Apenas I, II, e V esto corretas. ____________________________________________c). Apenas II, IV e V esto corretas.____________________________________________d) Apenas I, II e C esto corretas.____________________________________________e) Todas as alternativas esto corretas. ____________________________________________ ____________________________________________Questo 6 Questo 8Complete as lacunas:Natlio Kisnerman (1980) pretende compreen-Balbina Ottoni Vieira, uma das representantesder a histria do Servio Social, avaliando ___da perspectiva Endogentista realiza uma anli-____________________________. Dessa forma re-se bastante ousada na viso dos demais autores.monta a origem da prosso ao Positivismo de Em um mnimo de 7 e num mximo de 10 linhasComte, ao Sculo XIX. A gnese do Servio So-destaque suas principais ideias.cial aparece identicada aqui claramente ____ __________________________________________________________________________ sistemtica de____________________________________________orientao protestante, por um lado, ou como ____________________________________________forma prtica da sociologia, por outro lado. ____________________________________________Mas, ao contrrio de Kruse, negando como an-tecedentes da prosso ________________________________________________________________________________________. Assim, Kisnserman, es- ____________________________________________quematizando uma suposta perspectiva dialti-____________________________________________ca, resume dizendo: o processo do Servio Social ____________________________________________ dialtico [] A etapa _____________________________________ constitui a tese [] surge o Servi- ____________________________________________ ____________________________________________ 83 18. Servio Social naTema 1 - Atividades Contemporaneidadeda prosso como um produto histrico, cujoQuesto 9 propsito manter a ideologia dominante. Assista ao vdeo do Youtube, disponvel noendereo eletrnico . Acesso em: 23 nov.trar ao armar que na lgica da perspectiva2010. Esse vdeo traz uma entrevista com umaHistrico-crtica o assistente social assume umaassistente social.identidade atribuda? Mnimo de 5 e mximode 7 linhas.No seu PLT voc vericou a perspectivaEndogenista que defende que a gnese, a____________________________________________natureza e a funcionalidade do Servio Social____________________________________________se deram pela prossionalizao das formas de____________________________________________ajuda ao prximo. Assista ao vdeo Aprenda um____________________________________________pouco sobre Servio Social e reita a respeitodas transformaes que a prosso vem____________________________________________atravessando na contemporaneidade.____________________________________________Leia ainda:____________________________________________ O artigo de Mrcia Pastor e Eliane CristinaLopes Brevilheri, Estado e Poltica Social.Disponvel em: . Acesso em: 18nov. 2010. Trata das diferentes conguraesEm um mnimo de duas linhas e num mximo de assumidas pelo Estado no contexto doquatro explique com suas palavras o que susten- capitalismo e suas respostas diante da questota a perspectiva Endogenista quanto origemsocial.do Servio Social. O artigo Ana Carolina Santini B. de____________________________________________Abreo,ContemporaneidadeeServio____________________________________________Social: contribuio para interpretao dasmetamorfoses societrias. Disponvel em:____________________________________________. Acesso em: 18 nov. 2010. Aborda astransformaes no mercado mundial, reetindosobre as mudanas no espao ocupacional doAMPLIANDO O CONHECIMENTOServio Social e as demandas prosso.Voc quer saber mais sobre esse assunto? Ento,consulte: Acesse o site do Conselho Regional de ServioSocial de So Paulo - CRESS/SP. Disponvel em:FINALIZANDO. Acesso em: 18 nov. 2010.ria do Servio Social. importantssimo conhe-Voc no pode deixar de navegar nesse site. cer a histria da prosso, pois por meio delaLogo que abrir o link observar uma linha do compreender o motivo pelo qual as assistentestempo; clique em cada ano que aparece na sociais so confundidas com aquelas mocinhastela de seu computador e aparecer a snteseboazinhas que o governo paga para ter d doshistrica correspondente quele ano.pobres. (ESTEVO, 1992, p.7) Assista ao vdeo do Youtube. Disponvel em: Neste tema, voc observou diferentes correntes. Acesso em: 23 nov. 2010. legitimada pela sociedade. A perspectiva Endo-Nele, Carlos Montao (2009) apresenta duasgenista e a perspectiva Histrico-crtica.teses a respeito da origem do Servio Social. Diversos autores foram pesquisados por CarlosVoc vericou que a perspectiva Histrico-crtica Montao para auxiliar na fundamentao te-sustenta a gnese, natureza e funcionalidaderica pertinente ao tema em questo.84 19. Servio Social naContemporaneidadeTema 1 - AtividadesEssa discusso da maior relevncia no incio ____________________________________________de sua formao acadmica, pois proporciona____________________________________________uma reexo sobre os rumos da prosso na ____________________________________________contemporaneidade. ____________________________________________Voc percebeu que no decorrer do curso serimprescindvel seu empenho na leitura do seu ____________________________________________PLT, no desenvolvimento das atividades e no____________________________________________acesso ao ambiente virtual - Moodle para acom- ____________________________________________panhar as informaes que so acrescentadas. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Anotaes ____________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ____________________________________________85 20. Tema 2A Especicidade do Servio SocialObjetivos de aprendizagemConhecer a prtica prossional permeada de tenso.Demonstrar a legitimidade da prtica prossional sob a perspectiva Evolucionista.Apresentar os elementos que legitimam o Servio Social sob a perspectiva Histrico-crtica.Para incio de conversa Voc saberia explicar por que o Servio Social pode ser con- siderado uma prosso legitimada socialmente? Voc en- tender que ela reconhecida como legtima, verdadeira e admitida algo como justicvel.Por dentro do temaSob as duas teses Endogenista ou Evolucionista e Histrico-crtica, reconhecida-mente opostas, Carlos Montao apresenta a tenso vivida pelos assistentes sociaisdevido aos alicerces que determinaram o Servio Social como prosso.Inicialmente necessrio saber o signicado de tenso. Houaiss conceitua por ten-so: estado do que ameaa romper-se [] diferena de potencial entre dois de seus pontos [] fora ou sistema de foras que age sobre um corpo slido, por unidade de rea, e capaz de provocar compresso, cisalhamento ou trao [] estado de sobrecarga fsica ou mental. (Houaiss, 2001)O mesmo autor entende por cisalhamento fraturao das rochas sob a ao de esforos tectnicos, ou seja, doisesforos paralelos em sentidos opostos. (id.)Atente para uma leitura crtica e minuciosa do seu PLT a m de vericar que Montao pretende demonstrar maisque um estado mental dos assistentes sociais, mas um campo de foras antagnicas em sentidos opostos quecertamente aspira provocar uma fratura na sociedade, esta que no necessariamente deve ser interpretada comonegativa, podendo at signicar o resultado da luta de classes.Obviamente no se deve desprezar o sentido primeiro do vocbulo tenso, entendido por Houaiss (2001)como estado de sobrecarga fsica ou mental a que tm se submetido os prossionais do Servio Social ante acontraditria relao usurio x empregadores dos servios prestados. Da a importncia do tema na sua formaoprossional. Ele vai subsidi-lo no s no enfrentamento da questo social, mas tambm no inevitvel conitodecorrente das duas teses que fundamentam a gnese, a natureza, a funcionalidade e a legitimidade da prosso.864 21. A perspectiva Endogenista tambm conhecida por Evolucionista, pois, como o prprio nome j diz, nela aorigem do Servio Social deu-se como evoluo das formas de ajuda que j existiam, porm de forma no siste-matizada. Para os defensores dessa tese, a legitimidade da prosso ocorre apenas por meio da especicidadeda sua prtica prossional (MONTAO, p. 54). Torn-la verdadeira, jurdica e socialmente, estabelecer limitess demais prosses de maneira que caiba ao Servio Social uma nica e exclusiva especicidade.Dessa forma, para os Evolucionistas, ou Endogenistas, a prestao de servios populao vulnerabilizada trabalho especco do assistente social. Tambm o a pesquisa social, como condutora de sua prtica, a metodo-logia, os objetivos, os objetos de interveno e as polticas sociais, seu campo de atuao.H autores que consideram essa especicidade uma grande iluso, como o caso de Maria Lcia Martinelli(apud Montao, 2009, p. 55), isso porque todas as prosses so construdas com o propsito social denido, enas palavras de Martinelli com uma identidade atribuda. Assim, como conferir problemas da rea da sade,habitao, saneamento bsico, educao, entre outros, a prossionais exclusivos do Servio Social?Para os crticos desta concepo trata-se de uma iluso fetichizada, conferindo ao assistente social o podersobrenatural e/ou mgico de solucionar problemas estruturais, sem discuti-los com as instncias provocadorasdos mesmos.Montao advoga que os defensores desses princpios o fazem por ansiedade, pois a mudana levaria o prossio-nal do Servio Social perda da estabilidade.Parece difcil aceitar a tese de que a legitimidade do Servio Social recaia na especicidade de suaprtica, em especial em momentos nos quais espaos tradicionalmente ocupados por assistentessociais esto sendo disputados com socilogos, psiclogos sociais, terapeutas familiares e at pro-ssionais no ligados diretamente ao social: agrnomos, mdicos, arquitetos, entre outros [],sem perceber o lugar que ocupa a prosso na ordem socioeconmica, aparece como inteiramentefuncional ao sistema e ao capital. (MONTAO, p.56)Assim a especicidade alimentada no intuito de a categoria prossional manter seu campo de trabalho, seuemprego.Contrariamente proposio demonstrada, os autores representantes da perspectiva Histrico-crtica esteiamque o Servio Social ocupa um lugar na diviso sociotcnica do trabalho. Isso signica que com o objetivo decumprir o projeto hegemnico a favor do capital a prosso desempenha funes de controle e apaziguamentoda populao em geral e das classes trabalhadoras em particular. Alm disso, corrobora com a acumulao docapital por meio da socializao dos custos de reproduo da fora de trabalho e do crescimento da demandaefetiva estimulando a produtividade e o trabalho. (MONTAO, p. 57)Nessa perspectiva, a legitimidade da prosso est relacionada ordem burguesa; assim sua funo social no serefere ao seu carter tcnico mas funo poltica, de cunho educativo, moralizador e disciplinador (ibid.).Jos Paulo Netto, um dos representantes dessa tese, pondera que apenas na ordem monoplica que a atividadedos assistentes sociais pode ser percebida como legtima, porque o desempenho de suas funes se consolidapor meio da diviso social e tcnica do trabalho na sociedade burguesa. (MONTAO, p.58)Sob esta tica, a prosso legitima-se sob duas dimenses: dimenso hegemnica e a dimenso subalterna.(ibid.)De um lado, encontra-se o assistente social x classe demandante-empregador e do outro o assistente social xclasse subalterna/usurio.Na dimenso hegemnica, na qual o prossional relaciona-se com o demandante-empregador, a funcionalidadedo Servio Social satisfazer aos interesses do sistema capitalista, enquanto que, na relao subalterna, o usurioassume o papel de demandante ao transformar suas necessidades em reivindicaes, obrigando o Estado (ins-trumento da classe hegemnica) a contratar o assistente social para diminuir sua vulnerabilidade.Assim, o assistente social s poder atuar aps ser aceito e legitimado pela populao assistida.A questo social torna-se necessria uma vez que se transforma em estratgia de controle social por meio daspolticas sociais executadas pelo assistente social, contratado pela classe dominante e legitimado pela populaoatendida.87 22. Todavia Montao (2009) adverte que o:Compromisso tico-prossional, portanto, deve estar voltado para atender os problemas que afe-tam essas classes sociais (que vivem do trabalho) []. por isso que a opo poltico-prossionaldeve, alm das orientaes ideopolticas de cada assistente social individualmente, (o que podereforar ou no aquela opo), se voltar fundamentalmente para a defesa dos interesses e direitosdas classes trabalhadoras e para a defesa dos princpios de democracia e justia social, pois, mesmoque diretamente a demanda do prossional parta dos organismos ligados s classes dominantes, averdadeira fonte []. E, portanto o fundamento ltimo da legitimao prossional est na demandae luta que a populao trabalhadora faz por servios sociais e assistenciais, e da conquista de direitosuniversais []. (MONTAO, p.64)Anotaes____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________884 23. Servio Social naContemporaneidade Tema 2 - AtividadesAtividadesQuesto 1Parece difcil aceitar a tese de que a legitimida-INSTRUESde do Servio Social recaia na especicidadePara dar suporte ao seu aprendizado, leia de sua prtica, em especial em momentos nosseu MONTAO, pp. 54-69 e se concentre nas quais espaos tradicionalmente ocupados porreexes apresentadas.assistentes sociais esto sendo disputados porsocilogos, psiclogos sociais, terapeutas fami-Assim, poder estabelecer um dilogo comliares e at prossionais no ligados ao social:autores consagrados no tema que est estu-agrnomos, mdicos, arquitetos, entre outros.dando. Lembre-se de que conhecer a histria de suma importncia para sua carreira, masCONSEQUENTEMENTEreetir sobre os conceitos analisados da maiorA legitimidade do Servio Social exige construirrelevncia. barreiras invisveis s demais prosses, criandoOs cinco primeiros exerccios devero ser resol-espaos interprossionais.vidos individualmente. A atividade de nmero 1POR QUE individual, valer nota e a resposta dever ser As armaes acima raticam a tese Evolucio-postada no ambiente virtual Moodle. As propo- nista.sies de 6 a 10 devero ser desenvolvidas emA esse respeito, possvel concluir que:grupo de 4 a 5 membros, no mximo.a) As trs armaes so verdadeiras, a segun-Ateno: Apenas a proposio de nmero 1da justica a primeira e a terceira.dever ser postada no ambiente virtual e valernota. b) As trs armaes so verdadeiras, a segun-da justica a primeira, mas no justica aterceira.c) A primeira armao verdadeira, a segun-Ponto de partidada e a terceira so falsas por no terem rela-o entre si.d) As trs armaes no tm relao entre si,Completa as lacunas:porque a segunda e a terceira no justicamA fonte da demanda prossional est na exis-a primeira.tncia da chamada ______________, castigandoe) As trs armaes so falsas, pois no tra-os setores trabalhadores, mesmo que ela notam da especicidade do Servio Social.seja direta nem ______________ e, sim, mediati-zada pelo ______________ e outras instituies.O compromisso _______________, portanto,deve estar voltado para atender aos proble-mas que afetam essas _______________[] Questo 2por isso que a opo poltico-prossional e,deve, alm das orientaes ________________ (ENADE, 2007 - adaptada). Analise as armati-de cada assistente social [], se voltar funda- vas a seguir:mentalmente para a _________________ dos in-Na expanso monopolista, as funes polticasteresses e _________________ das classes traba- do Estado burgus se articulam organicamentelhadoras e para a ____________ dos princpios decom as suas funes econmicas._________________ e _________________ [].POR QUEO Estado condensa os interesses comuns do ca-Agora com voc! Responda s questes apital.seguir para conferir o que aprendeu.A esse respeito possvel concluir que:I. A legitimidade do Servio Social radica naespecicidade da sua prtica prossional. 89 24. Servio Social naTema 2 - AtividadesContemporaneidadeII. A legitimidade do Servio Social d-se por meio da pesquisa social, da metodologia, dos objetivos e dos objetos de interveno. Questo 4III. O Servio Social ocupa um lugar na diviso Acreditar que o Servio Social tem uma espe- sociotcnica do trabalho. cicidade tcnica, executora de tarefas apol-IV. A legitimidade do Servio Social d-se pelaticas e neutras, praticista, oculta o manto de funo prestada ordem burguesa. equidade, orientado pela classe dominante eV. O Servio Social legitima-se como prossohegemnica. Esta tese se caracteriza por uma mediante sua prestao de servios ao Esta- perspectiva rgida, sem movimento, a histrica, do, na qualidade de executor terminal desobre os processos de demanda e respostas s polticas sociais.necessidades sociais. Nelas se insere a prossoAssinale a nica alternativa correta:como prtica legtima.a) Apenas I, II, e III esto corretas. Nas anlises de Montao esta armao se refe-b) Apenas III, IV, e V esto corretas. re ao pensamento:c) Apenas II, IV e V esto corretas. a) Evolucionista.d) Apenas I, III e IV esto corretas.b) Subalterno.e) Todas as alternativas esto corretas. c) Endogenista. d) Populista. e) Histrico-crtico.Questo 3A dimenso ______________ se refere relao Questo 5assistente social/usurio, relao esta quase sem-pre mediatizada pelo Estado ou outros organis- A reicao dos mtodos e tcnicas de interven-mos ociais e empresariais. Apesar de o usurioo, a burocratizao das atividades, a psicolo-no ser o contratante do assistente social, elegizao das relaes sociais, a absoro de umatransforma suas necessidades e carncias em rei- terminologia mais adequada estratgia devindicaes e demandas ao _____________ e/ou crescimento econmico acelerado so fatores,em lutas contra as classes ____________________. entre outros, que contribuem para: tambm o responsvel pelo processo de trans- a) Consolidar a especicidade to discutidaformao de necessidades _________________ nas Diretrizes curriculares do curso de Servi-em demandas ______________. Assim, o o Social em 1963.____________________ quem cria o espao de b) Conrmar a legitimidade da prtica do assis-trabalho do ___________________________. tente social sob a ptica de Vargas.Assinale a alternativa que completa as lacunas. c) Encobrir na conscincia do prossional as re-a) Subalterna/Estado/hegemnicas/sociais/pro-ais implicaes de sua prtica.ssionais/usurio/assistente social. d) Encobrir na conscincia dos usurios as reaisb) Hegemnica/Estado/sociais/individuais/so- implicaes das demandas sociais.ciais/prossional/usurio. e) Legitimar a especicidade da prosso,c) Subalterna/Estado/hegemnicas/profissio-resultante da luta da Igreja Catlica em fa-nais/individuais/usurio/assistente social.vor do Servio Social prossionalizado.d) Hegemnica/Estado/subalternas/individuais/prossionais/ assistente social/usurio.e) Subalterna/Estado/subalternas/individuais/sociais/Estado/usurio.90 25. Servio Social naContemporaneidadeTema 2 - AtividadesQuesto 6Questo 8(ENADE, 2007 - adaptada). Nas Diretrizes GeraisCom base na resposta anterior, argumente porpara o Curso de Servio Social, aprovadas pela qual motivo os defensores da perspectiva Hist-Assemblia Nacional da Associao Brasileira derico-crtica censuram a chamada especicida-Ensino e Pesquisa em Servio Social, em 1996,de do Servio Social na dimenso Endogenis-as mltiplas expresses da questo social - ta? Mnimo de 08, mximo de 10 linhas.guram como objeto de trabalho do assistente____________________________________________social, nas mais variadas dimenses da realidade ____________________________________________social. A realizao de estudos socioeconmi-cos, de acordo com o que postulam as diretrizes, ____________________________________________orienta-se por uma perspectiva terico-metodo- ____________________________________________lgica crtica.____________________________________________ CORRETO AFIRMAR QUE: ____________________________________________ luz da orientao terica adotada pelas Dire-____________________________________________trizes, a direo social dos estudos socioecon- ____________________________________________micos deve ser parametrizada pela perspectivadas desigualdades criadas pela sociedade capi- ____________________________________________talista. ____________________________________________VERIFICA-SE QUE:Os textos acima legitimam as aes do assisten-te social sob qual perspectiva? Justique. Mni-mo de 04 e mximo de 06 linhas Questo 9 ____________________________________________ Explique o que Iamamoto quis dizer ao armar ____________________________________________ que o assistente social um prossional da co- ____________________________________________ero e do consenso. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________Questo 7____________________________________________ ____________________________________________Para os defensores da perspectiva Evolucionista____________________________________________qual a especicidade do Servio Social? Mni-____________________________________________mo de 08, mximo de 10 linhas. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ____________________________________________91 26. Servio Social naTema 2 - AtividadesContemporaneidadede a Academia se preocupar em denir o queQuesto 10 o Servio Social. Bem como a relevncia emoferecer uma resposta para esta questo, nomomento da formao prossional.No aporte de Iamamoto e Carvalho (apud Mon- O artigo de Ednia Machado, Questo Social:tao, 2009, p.57), a legitimidade do assistenteobjeto do Servio Social? Disponvel em: .Aponte-os e explique-os: mnimo de 6 e mximoAcesso em: 18 nov. 2010. Aborda a questode 8 linhas.social como objeto do Servio Social na nova____________________________________________proposta de reformulao curricular. Resgata____________________________________________a concepo de questo social como forma____________________________________________de reetir sobre a mesma, ou suas expressesconstiturem-se como objeto prossional do____________________________________________Servio Social.____________________________________________________________________________________________________________________________________FINALIZANDO____________________________________________Voc viu que o debate sobre a especicidadedo Servio Social no novo, nem deve termi-nar to cedo. Todavia, da maior relevnciaAMPLIANDO O CONHECIMENTOpara sua formao acadmica.Voc quer saber mais sobre esse assunto? Ento, As demandas contemporneas impem novosdesaos prosso e, para tanto, criativos e Assista ao vdeo no Youtube, disponvel em:originais rumos ho de ser tomados em seu en-. Acesso em: 23 nov. 2010.aos prossionais consolida-se entre a prossio-Esse vdeo demonstra, com humor, as duasnalizao das formas de ajuda e a prestao dosperspectivas, Endogenista e Histrico-crtica,servios ao capital.que a sociedade tem da prosso.Na relao assistente social/empregador e assis- Assista ao vdeo no Youtube, disponvel em: tente social/usurio mpar encontrar um canal. Acesso em: 23 nov. 2010. sociedade brasileira est mais madura que emCom ele voc ir vericar o que foi demonstrado dcadas anteriores e, por este motivo, no acei-em seu PLT, o trabalho multidisciplinar nota ser ludibriada com programas paliativos paratrabalho de atendimento s famlias.se manter sob domnio das classes hegemnicas. Assista aovdeo no Youtube, Por outro lado, o prossional de Servio Socialdisponvelem:. Acesso em: 23 nov.tropo de ajuda aos necessitados, porque enten-2010. Nas palavras de Montao o que devede seu papel intelectual, tcnico e poltico namover os prossionais do Servio Social transformao da estrutura social.independente das teses que possam funda-Da a importncia de sua dedicao leituramentar a origem da prosso o compromisso de seu PLT, dos textos de Apoio Complementarcom a tica, com a democracia, com a justia ee de seu empenho no desenvolvimento destecom a equidade social.Caderno de Atividades. Tudo isso ser til paraLeia ainda: que voc ocupe um lugar de destaque no mer- O artigo de Evaristo Colmn, O que Serviocado de trabalho como prossional propositivo,Social? Vigncia de um velho problema e respeitado e preparado a propor mudanas nadesao para a formao prossional. Dispo-sociedade.nvel em: Acesso em: 18 nov. 2010. Colmnlevanta nesse artigo algumas preocupaes queo aparecimento sbito deste tema impe paraa formao prossional. Discute a importncia92 27. Tema 3O Servio Social e as Polticas SociaisObjetivos de aprendizagemReconhecer as divergncias conceituais de Poltica e Polticas Sociais.Denir o conceito de polticas sociais nas perspectivas Endogenista e histrico-critica.Relacionar Servio Social com as Polticas Sociais que envolvem o ser humano e o trabalho.Reetir sobre as tendncias contemporneas das Polticas Sociais.Para incio de conversaVoc sabia que nas ltimas duas dcadas tm-se intensica-do os debates sobre temas que envolvem as polticas sociais?Sabia que esse crescente interesse pelo tema pode ser atribu-do a diferentes circunstncias? Porm, nenhum dos ngu-los de anlise das polticas sociais pode ser desvinculado dasprofundas transformaes que se processam velozmente nasociedade capitalista contempornea, e cujas interpretaesdesaam intelectuais, pesquisadores, prossionais, gestorese todos os sujeitos investidos de algum nvel de responsabili-dade pblica. Preste ateno, pois aqui no basta conhecer oconceito de polticas sociais, mas sim qual o seu vnculo como Servio Social..Por dentro do tema imprescindvel para a discusso do tema proposto conhecer primeiramente o que poltica. Constantemente tal assunto tema de conversas e debates, tanto aca-dmicas como informais, porque todos procuram apresentar um conceito prpriosobre o assunto. No entanto, para que se possa estabelecer um conhecimento realsobre poltica e polticas sociais preciso ir alm do que se estabelece no senso co-mum. Em outras palavras, necessrio buscar conhecer qual a congurao destetema na formao e desenvolvimento da sociedade.Machado e Kyosen (2010, p.1) consideram que poltica a [...] cincia de bemgovernar um povo, constitudo em Estado. Em um Estado democrtico, essa gover-nabilidade exercida pelo poder pblico, via representantes conduzidos ao poder,direta ou indiretamente, pelo povo.Os autores analisam que o objetivo da poltica estabelecer princpios que sejam indispensveis realizao deum governo, bem como apontar caminhos para que o Estado realize as suas tarefas de maneira a alcanar sempreo bem-estar dos seus governados.Como parte de suas tarefas cabe ao Estado, conforme estabelece a Constituio Federal do Brasil, buscar o aten-dimento s necessidades sociais bsicas da populao, seja por meio de garantias e aes concernentes assis-93 28. tncia social, sade, educao, segurana. por meio dessas garantias e aes que se verica a implementao eefetivao da poltica social do Estado.Para Machado e Kyosen (2010, p.2) poltica social uma poltica, prpria das formaes econmico-sociaiscapitalistas contemporneas, de ao e controle sobre as necessidades sociais bsicas das pessoas no satisfeitaspelo modo capitalista de produo.Os autores consideram que polticas sociais so uma ao de mediao entre as necessidades de valorizao eacumulao do capital e as necessidades de manuteno da fora de trabalho disponvel para o mesmo. Assim,a poltica social pode ser entendida como uma forma de gesto estatal da fora de trabalho e do preo da forade trabalho.Segundo Junqueira (2006, p. 197), a poltica social parte do processo de alocao e distribuio de valores. Ela[...] intervm no hiato derivado dos desequilbrios na distribuio, em favor da acumulao e em detrimento dasatisfao das necessidades sociais bsicas, assim como na promoo da igualdade. O objetivo dessa intervenoestatal justamente promover os direitos sociais garantindo os direitos do cidado.Dessa forma, salienta-se a viso do autor acima citado [...] as polticas sociais so decisivas para a consolidaodemocrtica e para o futuro da economia, dado o seu potencial de reduo de riscos polticos e sociais. (JUN-QUEIRA, 2006, p. 197)A reformulao da Constituio Federal, ocorrida em 1988, pode ser tomada como um salto de qualidade noque tange discusso sobre a integrao da atuao das polticas sociais, pois passa a reconhecer os direitos doscidados sade, educao, seguridade social etc.No entanto, importante acrescentar que entre o discurso e a prtica h um grande caminho a ser percorrido,uma vez que para se chegar a um consenso deve-se tambm trilhar o caminho das mediaes, o qual engloba osinteresses dos atores sociais com a organizao gestora dessa poltica.Seguindo ainda o raciocnio de Junqueira (2006), chama-se a ateno para o processo de implantao das diversaspolticas sociais, uma vez que essa implantao no depende apenas da vontade poltica e dos recursos daquelesque so detentores do poder, pois cada poltica setorial tem tambm seus interesses peculiares.[...] Assim, a realizao de um projeto articulado das polticas sociais demanda a mudana de prti-cas, padres e valores, enm, uma mudana na cultura organizacional das instituies autnomasprovadas voltadas aos interesses coletivos e capazes de dar maior eccia gesto das polticassociais. (JUNQUEIRA, 2006, p.197)Desse modo, considera-se que a poltica social ideal no aquela colocada no papel de maneira tcnica, masaquela nascida de um processo de implementao com acompanhamento gerencial, porque de outra forma, adistncia entre a elaborao e os resultados esperados pode apresentar uma defasagem muito grande.Preste ateno que vrios autores se preocupam em explicar as polticas sociais, mas a compreenso conceitualdo termo polticas sociais depender da escolha terica de tais autores para compreenso do movimento socie-trio. Dessa forma, os conceitos acima apresentados no devem ser vistos como denitivos mas como caminhospara que voc estabelea a sua prpria escolha ou denio, assim como Montao, no PLT, escolhido para estadisciplina.Ressalta-se que na anlise apresentada por Montao (2007) no PLT o autor busca uma interlocuo com vriosautores que fundamentam as teses por ele levantadas. Isso mostra que a emergncia do Servio Social pode servista de forma [...] internamente heterognea e os fundamentos legitimadores da prosso do ponto de vistaterico e interventivo nos dois posicionamentos, com particular nfase no mbito das polticas sociais. (p. 10)Considera ainda a existncia de um vinculo gentico entre o Servio Social e as polticas sociais, no s peloseu surgimento simultneo, mas tambm por seu posterior desenvolvimento paralelo.Entenda que a preocupao do autor do PLT vai alm da conceituao do termo Polticas Sociais. Busca compre-ender como as duas teses analisadas em sua obra compreendem a atuao do assistente social sob a inunciade uma ou de outra concepo ora analisada.Para melhor xao e entendimento do assunto tratado, cabe a voc ler com ateno o texto proposto em seuPLT, destacando os principais pontos analisados por Carlos Montao e reetindo sobre a importncia desta anlisepara a sua atuao prossional.944 29. Servio Social naContemporaneidadeTema 3 - AtividadesAtividades ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________INSTRUES ____________________________________________Para dar suporte ao seu aprendizado, concen- ____________________________________________tre-se nas reexes apresentadas anteriormen-____________________________________________te, busque respaldo na leitura de livros e textossugeridos no tpico 7. Assim, poder estabe- ____________________________________________lecer um dilogo com autores consagrados no____________________________________________tema que voc est estudando. Preste ateno,____________________________________________pois durante uma leitura aprofundada do tema,____________________________________________voc mesmo poder traar a sua linha de enten- ____________________________________________dimento sobre o assunto. Portanto, lembre-sede que conhecer os conceitos de suma impor-____________________________________________tncia para o seu aprendizado. ____________________________________________Os 5 primeiros exerccios devero ser resolvi- ____________________________________________dos individualmente. A atividade de nmero ____________________________________________10 tambm individual e a reposta dever ser ____________________________________________postada no ambiente virtual de aprendizagemModdle.____________________________________________Ateno: apenas a proposio de nmero 10 de-____________________________________________ver ser postada no ambiente virtual Moddle. Agora com voc! Responda s questes a seguir para conferir o que aprendeu.Ponto de partidaLeia com ateno o trecho a seguir e respondaao questionamento. Questo 1O Bolsa Famlia est consolidado como polti-ca social no Brasil, cumprindo seu objetivo de Com relao s polticas sociais numa perspecti-transferir renda para famlias carentes. Atual-va crtica, correto armar:mente o programa atende a 15,5 milhes dea) So formas de manuteno da fora de tra-famlias, distribuindo 3,37% do Produto Internobalho no sentido de superao das necessi-Bruto (PIB) do Pas. um dos fatores para a re- dades bsicas da populao.duo de quase trs pontos, entre 1995 e 2004, b) So servios estatais que asseguram direitosdo ndice Gini, na medida de concentrao de aos mais espoliados, como correo das de-renda, sendo responsvel por 7% da queda.sigualdades sociais.Desde o incio do programa, em 2003, 19,4 mi- c) So mecanismos de articulao de processoslhes de famlias saram da extrema pobreza, polticos, econmicos e sociais, com vistas segundo dados da Fundao Getlio Vargas. legitimao da ordem social e reproduoFonte: Revista Desaos do Desenvolvimento. Fragmento da fora de trabalho.retirado da edio de maio/jun de 2010. Ano 7.n.61. d) So programas e medidas, cujo objetivo as-Para Montao (2007), partindo do pressuposto segurar o bem-estar social, reetindo certasde que as polticas sociais devem ser pensadas prioridades e valores humanistas por partesob uma perspectiva de totalidade, estrutural edo Estado e da sociedade.histrica, a poltica social tem uma funo eco- e) So aes capazes de proporcionar aos in-nmica. Qual o conceito desta funo e qualdivduos e s famlias condies normais deo objetivo que se pretende alcanar por meio vida e oportunidades para tornar a vida dadela?classe trabalhadora mais organizada. 95 30. Servio Social naTema 3 - AtividadesContemporaneidadea Bolsa Famlia, mas os benecirios preferemQuesto 2 no arriscar. Juceli Alves, 47, nove lhos, diz queteme perder os R$ 134 mensais da Bolsa Famliase for registrada: melhor contar com o cer-A partir da leitura do texto que segue, selecione to. O governo nega que os benefcios sociaisa alternativa correta quanto s Polticas Sociais.causem dependncia.[...] O trabalho do assistente social pode pro-Fonte: Folha de S. Paulo, So Paulo, 16 maio 2010.duzir resultados concretos nas condies ma-Segundo Potyara Pereira (2008, p. 91), justa-teriais, sociais e culturais da vida de seus usu-mente por ser conituosa (e contraditria), querios, [...] em seus comportamentos, valores, seua poltica [pblica] permite a formao de con-modo de viver e pensar, suas formas de luta etrapoderes em busca de ganhos para a comuni-organizao, suas prticas de resistncia. (YAS-dade e de ampliao da cidadania.BEK, 2004)Dadas as alternativas:a) As polticas sociais representam espaos de dominao e priorizao de interesses par- I. O benefcio Bolsa Famlia, como polti- ticulares, no sendo capazes de alterar asca contraditria, prejudica a condio de condies de vida dos usurios. emancipao poltica de trabalhadores ao determinar o m de atividades de empregob) As polticas sociais representam o reconhe- intensivo. cimento das lutas e da prtica cotidiana do assistente social em relao s necessidades II. A reduo no nmero de empregados das de seus usurios. lavouras de caf, com 170 pessoas, para pas- tagens geridas por menos de 10 pessoas,c) As polticas sociais no se constituem como revela os objetivos mercantilistas do empre- campo de trabalho especco do assistente sariado rural, que subvaloriza a fora de tra- social. balho em favor de melhores taxas de lucro.d) As polticas sociais no so a mediao paraIII. A opo por no ter registro em carteira e o exerccio da interveno prossional. a falta de mo de obra para atividades dee) As polticas sociais se estruturam vinculadas emprego intensivo revelam que a vinculao s iniciativas lantrpicas e o assistente so-ocupacional nestas atividades precria, le- cial precisa se adequar a essas prticas, sob vando os trabalhadores a encontrar mais se- pena de no atender a seus usurios.gurana social nos benefcios de seguridade.IV. O benefcio Bolsa Famlia, no contexto noti- ciado, tem um signicado poltico ameaa-Questo 3dor reproduo das relaes de explorao no trabalho.Com base na notcia acima e, considerando a(MPRS, 2008 - adaptada). Leia a seguinte not-natureza conituosa das polticas sociais, cor-cia:reto o que se arma:BENEFCIO SOCIAL PREJUDICA ATIVIDADEa) Somente na armativa I.RURAL DO NORDESTE b) Somente na alternativa III.Para manter Bolsa Famlia trabalhador optac) Somente nas alternativas I, II, III.por no ter carteira assinada. Trabalhadoresd) Somente nas alternativas I e II.rurais do Nordeste esto optando por no tere) Somente nas alternativas II e III.registro em carteira para continuar recebendobenefcios sociais como a Bolsa Famlia e a apo-sentadoria especial antecipada, relata FernandoCanzian. A falta de mo de obra resulta no mde atividades que usam emprego intensivo. EmQuesto 4Brejes (BA), lavouras de caf, que emprega-vam mais de 170 pessoas, esto virando pastos Para Montao (2007) existe um vinculo gen-geridos por menos de 10 pessoas. No caso da tico entre o Servio Social e as polticas sociais.aposentadoria, o registro anula a condio de Segundo o autor, esse estreito vnculo deriva-segurado especial. Quem trabalha s algunsdo:meses na safra no perderia necessariamente96 31. Servio Social naContemporaneidade Tema 3 - Atividadesa) Das lutas empreendidas pela categoria para ____________________________________________ se rmar como prosso.____________________________________________b) Das diferentes formas de se conceber as po-____________________________________________ lticas sociais.c) Do lugar que o Servio Social ocupa na di- viso sociotcnica do trabalho no incio da sociedade monopolista. Questo 7d) Das diferentes formas de se pensar o Estado e segundo a nfase dada s diferentes fun- Preencha as lacunas em branco na armao a es que ele cumpre na sociedade.seguir:e) Do projeto tico-poltico da prosso. Para Faleiros, as polticas sociais s podem serentendidas como um _______________________________________, dentro do contexto da ___________________________________na idade dosQuesto 5 ____________________.Para os autores que entendem as polticas so-ciais como aquelas aes que procuram dimi-nuir as desigualdades sociais geradas a partirQuesto 8das naturais diferenas entre os sujeitos e suasrelaes na sociedade e no mercado, a concep-Em relao s polticas sociais, ao falar em des-o da gnese do Servio Social como prosso politizao da esfera econmica, tanto na dada pela:produo quanto na distribuio, qual a crticaa) Prossionalizao da lantropia. apresentada por Alejandra Pastorini sobre estab) Legitimao do Servio Social. poltica?c) Reconhecimento do Servio Social como____________________________________________poltica. ____________________________________________d) Mudana social contempornea.____________________________________________e) Concepo de estado e de suas funes. ____________________________________________________________________________________________________________________________________Questo 6 ________________________________________________________________________________________Leia o artigo Poltica e poltica social de Ed- ____________________________________________nia Maria Machado e Renato Obikawa Kyosen. ____________________________________________Disponvel em: ____________________________________________Conceitue Poltica e Poltica Social em um mxi-____________________________________________mo de 12 linhas:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 97 32. Servio Social naTema 3 - Atividades Contemporaneidade AMPLIANDO O CONHECIMENTOQuesto 9Voc quer saber mais sobre o assunto? Ento: Leia As polticas sociais no contextoLeia atentamente as consideraes apresenta- neoliberal, de Bezerra Silva. Disponvel em:das e responda o que se pede:. Aceso em: 15tese) as polticas sociais so vistas, para alm nov/11/2010. Nesse texto, voc poder conhecerda sua funo social, como mecanismos de aspectos das polticas sociais analisados pelaarticulao tanto de processos polticos,autora sob a tica do neoliberalismo. Tal anlisequanto econmicos. abre novos cainhos para voc pensar o assunto tratado de maneira crtica e contempornea.2- Se o Servio Social surge como uma pros-so vinculada execuo dessas polticas Leia Politica Social: direito de cidadania?sociais, o assistente social se legitima comode Edinia Maria Machado. Disponvel em:ator por meio do desempenho das mesmas .funes, ou seja, a funo social, econmica Acesso em: 15 nov. 2010. Esse um trabalhoe poltica.que aborda conceitos sobre a poltica social analisando-a como um direito de cidadania. APergunta-se: segundo a anlise apresentada leitura desse texto ser de grande proveito parano PLT por Alejandra Pastorini, o que precisoo seu aprendizado.para que a funcionalidade do Servio Social de-rivada da funcionalidade da poltica social seja Pesquise o site: . Acesso em: 18 nov. 2010.____________________________________________ Leia o trabalho de Andr Viana Custdio e____________________________________________ Ismael Francisco de Souza. Polticas sociais e____________________________________________ as diretrizes para formulao de uma poltica____________________________________________ nacional de combate ao trabalho infantil. A leitura dessa dissertao aprofundar____________________________________________ seu conhecimento sobre a formulao e____________________________________________ implementao das poltica sociais, conhecendo____________________________________________ por meio da anlise de uma situao real os____________________________________________ resultados que a aplicao poltica pode trazer sociedade.____________________________________________ Lembre-se de que todos esses trabalhos____________________________________________ podero subsidiar seus estudos, mas caber a voc interpretar o melhor caminho na escolha terica para interpretar a natureza do ServioQuesto 10 Social.Segundo Montao (2007) qual a concepo de FINALIZANDOpolticas sociais apresentada pela concepo En- Como voc estudou at aqui, compreender odogenista (primeira tese). Servio Social como prosso no depende de____________________________________________ uma simples leitura. necessrio que voc com-____________________________________________ preenda os diferentes caminhos percorridos,____________________________________________ desde a sua gnese at os dias atuais e tambm interprete o que os vrios autores apresentam____________________________________________ sobre o tema.____________________________________________ De igual importncia a compreenso das po-____________________________________________ lticas sociais, que, de forma complexa, possi-____________________________________________ bilitam analisar o movimento da sociedade, as____________________________________________ necessidades sociais oriundas deste movimento.____________________________________________ Inserido nesse contexto, o Servio Social suscita a investigao apresentada por Montao (2007)____________________________________________98 33. Servio Social naContemporaneidade Tema 3 - Atividadese, dialogando com os trabalhos de Marilda ____________________________________________Iamamoto, Jos Paulo Netto, Vicente Faleiros e____________________________________________Maria Lucia Martinelli, entre outros, busca situ- ____________________________________________ar a emergncia da prosso em meio ao desen-volvimento capitalista. ____________________________________________Para que voc possa avanar no entendimento ____________________________________________deste tema, faa uma leitura atenciosa do con-____________________________________________tedo apresentado pelo autor. Leia as conside-____________________________________________raes dos autores por ele consultados para que ____________________________________________voc tenha o seu conhecimento ampliado e suaprtica apurada. Assim, contribuir de manei- ____________________________________________ra ativa para a consolidao do Servio Social____________________________________________como prosso.____________________________________________________________________________________________________________________________________ Anotaes________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 99 34. Tema 4 A Natureza Subalterna do Servio Social Objetivos de aprendizagem Reetir sobre o carter de subalternidade do Servio Social brasileiro. Examinar quatro aspectos considerados fomentadores do carter de subalternidade apontados pelo autor. Para incio de conversa Como voc j observou nos captulos anteriores, Montao fundamenta sua discusso a respeito da origem, natureza e funcionalidade do Servio Social em duas teses opostas. O Tema 4 torna-se interessantssimo, pois a despeito da tese escolhida para justicar as origens da prosso, fomenta a discusso a respeito das possveis razes sobre a natureza su- balterna do Servio Social no mundo do trabalho. Abre-se um leque de reexes rumo a uma terceira via para a conso- lidao do exerccio prossional. Por dentro do tema Neste captulo, Carlos Montao denuncia que apesar de participar de inmeros mo- vimentos com inteno de romper com o conservadorismo, os prossionais acaba- ram por refor-lo. Critica que os assistentes sociais preocupados com a metodolo- gia esqueceram-se de questionar a prosso sociologicamente, seu papel social, sua funo junto transformao da estrutura da sociedade. Para o autor a tecnica- o conrmou o paternalismo ainda estigmatizado na ao do Servio Social. Por outro lado, justica que essa uma caracterstica de sociedades que passaram, ou passam, por regimes polticos repressivos e autoritrios. No contexto histrico- poltico brasileiro dos anos de 1960-1970 no havia ambiente para uma discus- so sobre o papel social da prosso, assim a massa intelectual, como denomina Montao, dedicou-se sua instrumentalizao. Foi possvel apenas se tornar eciente no que faz sem questionar por que o faz e para quem o faz (MONTAO, p. 96). Com o Movimento de Reconceituao esses prossionais criticam o metodologismo, mas no obtiveram o su- cesso esperado. Assim, esse Movimento no passou de inteno de ruptura e o Servio Social seguiu atrelado sua origem tradicional. Montao credita a natureza e a legitimidade do Servio Social ao fenmeno da subalternidade. Entende que o Servio Social na contemporaneidade pode ser compreendido se analisado sob quatros aspectos vinculados ao exerccio prossional: a questo do gnero, o empobrecimento do estudante e o futuro prossional, a condio do assistente social como funcionrio pblico e, nalmente, o Servio Social visto como tecnologia em relao s cincias sociais. De forma sucinta, mas no menos eciente, o autor argumenta sobre possveis alicerces respon- sveis pela postura de submisso da prosso no mundo do trabalho.100 4 35. Com relao questo de gnero explica que o fato do pblico procura do curso de Servio Social ser emi-nentemente feminino, em uma sociedade patriarcal, corrobora com a viso de que esta uma prosso de me-nor importncia, visto ser carreira para mulheres. Reproduz o carter assistencialista da prosso, anal, na nossacultura, o assistencialismo [...] uma combate [...] predominantemente feminino. (MONTAO, p. 99)O empobrecimento do estudante/prossional de Servio Social citado no por desprezar a democrati-zao do ensino, mas para demonstrar que enquanto, na origem da prosso, as classes altas eram os maioresinteressados pelo tema, na atualidade, as camadas mais baixas economicamente que tm maior interesse peloServio Social. No entendimento dos autores consultados por Montao, esse fato se d pois facilita a empatiado assistente social com o pblico usurio de seus servios, contribui para ajustar a autoimanem de identidadeentre este prossional e os estratos mais empobrecidos da sociedade (MONTAO, p. 104). Ao se referir ao as-sistente social como funcionrio pblico e empregado do capital, advoga que este surge como executorterminal das polticas sociais, cujo objetivo a consolidao da ordem. Para os autores examinados no sempropsito que o Estado (poder pblico) estabelecido como fonte privilegiada de emprego para o assistentesocial [...] que passa a ser um servidor pblico, acarretando servilismo deste prossional ao rgo empregadore no causa pela qual foi contratado.O ltimo elemento ponderado por Carlos Montao para ns de anlise da subalternidade da prosso o ServioSocial como tecnologia e sua relao com as cincias. O Servio Social entendido como uma tecnolo-gia [...] no produz conhecimento terico, utiliza-se apenas da [...] importao do acervo terico das cincias e [...]realiza