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Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro, 24 / Novembro / 2010 População, servidores e usuários do Pedro II durante manifestação pela reabertura do Hospital Servidores e população da zona oeste exigem reabertura do Hospital Pedro II Aproveitando-se de incêndio, Cabral e Paes querem impor gestão privada na unidade Páginas 2 e 3 Saúde Federal chama aliança com usuários de hospitais na luta contra privatização Pág. 7 Fortalecimento e reconstrução da Funasa são prioridades para servidores Pág. 9 Debate no INTO aponta urgência de ampliar a luta em defesa do duplo-vínculo Página 6 Sindsprev/RJ e servidores do MTE cobram respeito ao acordo de greve no Rio Página 4 Após eleição de Dilma, governo fala em congelar salários Pág.12 FOTO:FERNANDO DE FRANÇA FOTO:FERNANDO DE FRANÇA FOTO:FERNANDO DE FRANÇA FOTO:FERNANDO DE FRANÇA

Servidores e população da zona oeste exigem reabertura do ... · Fortalecimento e reconstrução da Funasa são prioridades para servidores Pág. 9 Debate no INTO aponta urgência

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Sindicato dos Trabalhadores emSaúde, Trabalho e PrevidênciaSocial no Estado do Rio deJaneiro, 24 / Novembro / 2010

População, servidores e usuários do Pedro II durante manifestação pela reabertura do Hospital

Servidores e população dazona oeste exigem reabertura

do Hospital Pedro IIAproveitando-se de incêndio,

Cabral e Paes querem impor gestãoprivada na unidade

Páginas 2 e 3

Saúde Federal chamaaliança com usuários dehospitais na luta contraprivatização Pág. 7

Fortalecimentoe reconstrução da Funasasão prioridades paraservidores Pág. 9

Debate no INTOaponta urgênciade ampliar a lutaem defesa doduplo-vínculo

Página 6

Sindsprev/RJe servidores doMTE cobramrespeito ao acordode greve no Rio

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de Dilma,governofala emcongelarsalários

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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde,Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro

- Rua Joaquim Silva, 98-A - Centro - RJ� (21) 3478-8200 |fax: 3478-8233

Editor: André Pelliccione (MtbJP193001RJ) | Redação: Hélcio Duarte Filho (MtbJP16379RJ), OlynthoContente (MtbJP14173RJ) | Diagramação: Virginia Aôr (MtbJP18580RJ) | Fotografia: FernandoFrança e Niko | Tiragem: 32 mil | Impressão: Folha Dirigida http://www.sindsprevrj.org.br |[email protected]

PEDRO II

Rejeição a diretortambém entremoradores e

comerciantes doentorno

Moradores e pequenos comerci-antes do entorno do Pedro II foramos primeiros a ajudar a socorrer paci-entes e funcionários do hospital no diado incêndio. Abordados pela reporta-gem, não se furtaram a contar o queaconteceu, mas pediram para não se-rem identificados. Alegaram temer re-presálias por parte da direção do hos-pital.

Um comerciante disse que foi pes-soalmente chamar o Corpo de Bom-beiros, que, apesar da existência deum quartel próximo ao hospital, teriademorado muito a atender ao chama-do. “O Bombeiro demorou uns 40 mi-nutos para aparecer”, disse. A demo-ra, um pouco maior ou menor, foi con-firmada em vários relatos de funcio-nários e pessoas que estavam próxi-mas ao local. “Sabe o que é anoitecerde repente?”, disse sobre a fumaçaque atingiu também a rua. Antes dotérmino da conversa, pediu para nãoser identificado. “Eles podem reprimira gente”, justificou.

A situação se repete com uma mo-radora que faz tratamento na unida-de. Após fazer críticas à atual gestãodo hospital, pediu o anonimato. “Eu seia represália que tem lá dentro”, disse.“Não sou só eu não [que acha isso],sai perguntando aí afora”, reforçou,apontando para a vizinhança.

Outro pequeno comerciante queajudou a socorrer muita gente disse,ao ser cumprimentado por uma funci-onária de um comércio local, que nãofez mais ‘do que a obrigação’. “Que-ro te dar parabéns”, disse ela ao co-merciante. Logo depois, a reportagempediu para fotografá-lo, mas eledesconversou e pediu para não apa-recer. Também prefere que seu nomenão seja divulgado. (HDF)

Perseguição a quemdefende hospital e

denuncia problemasno Pedro II é

repudiada

Servidores quedenunciavam problemase perigo de incêndio sãoretaliados; terceirizadoque socorreu paciente édemitido

A ‘lei do silêncio’ que a Secre-taria de Saúde e a direção do Hos-pital Pedro II tentam impor foiapontada como ‘insustentável’ emaudiência pública na Alerj (Assem-bleia Legislativa do Estado do Rio).Servidores que denunciaram os pro-blemas de infraestrutura e que con-testam o fechamento são persegui-dos pela administração.

Os casos foram levados à au-diência ocorrida no dia 4 de novem-bro, na Alerj, convocada pelo de-putado Paulo Ramos (PDT). A in-tervenção da direção do hospital noCentro de Estudos da unidade tam-

População participa da manifestação contra o fechamento do hospital

do governo é um serviço público “semservidores”. “A administração com ser-vidor público fica muito difícil porqueservidor público tem muitos direitos, ser-vidor público tem que ser concursado,tem que ter estabilidade, tem direito àsindicalização e à greve”, disse.

O governo de Sérgio Cabral Filho,aliás, usou a relação precária de traba-lho para tentar calar o médico RonaldoMacedo, da Emergência. Ele denunciouàs TVs que pontos de fuga estavamtrancados, após ter ajudado a socorrerpacientes. “A porta estava fechada e sónão morreu [ninguém] porque o hospitaltem pessoas unidas”, disse. O superin-tendente de Rede Própria, Carlos Eduar-do Coelho, tentou desmenti-lo, mas noPedro II as portas fechadas não sãonovidade. “Todo mundo sabe que fica-va trancado”, afirmou outro médico, du-rante ato em frente ao hospital. Ronaldo,que é terceirizado, foi comunicado da de-missão em 28 de outubro, dia do servi-dor público.

bém foi relatada. Os principais alvos dosataques são o servidor Gilberto Mesquis-ta, diretor do Sindsprev-RJ e presidenteda Associação dos Funcionários, e Pa-trícia Vasconcelos, presidente eleita doCentro de Estudos. Os dois participamda luta em defesa do Pedro II.

A servidora Denise Nascimento, di-retora do Sindsprev-RJ, disse que os tra-balhadores não vão aceitar nem aprivatização nem as perseguições. “Nãovamos sair das ruas enquanto não ver-mos o Pedro II aberto”, disse. Ela criti-cou a Secretaria de Saúde por não terouvidos para o controle social.

O deputado Paulo Ramos tambémrechaçou as perseguições. “A situaçãodo Gilberto é insustentável, a mão pesa-da do governo caiu sobre os servidores.Por que o servidor luta? Querem o si-lêncio?”, disse. Ele fez um apelo ao go-verno do Estado para que reveja isso erespeite o direito de organização sindi-cal. O parlamentar disse que o projeto

Ato em frente à Secretaria de Saúde

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Por Hélcio Duarte Filho

24 / NOVEMBRO / 2010 �3SAÚDE SOB FOGO CRUZADO

Cabral e Paes ‘usam’ incêndio paratentar impor gestão privada na saúde

Nas fotos, manifestação pela reabertura do Hospital e audiência pública na Alerj, dia 4/11

O governo do Estado e a Prefei-tura do Rio podem estar ‘usando’ o in-cêndio no Hospital Pedro II, na ZonaOeste, para iniciar novo processo deprivatização da saúde. Contariam, paraisso, com o apoio do governo federal.É o que denunciam sindicatos e enti-dades que participam do Movimentoem Defesa do Hospital Pedro II, cons-tituído após o governador SérgioCabral Filho fechá-lo para obras, semdata de reabertura, em 14 de outubro,dia do incêndio.

Ao receber o hospital do governa-dor, o prefeito Eduardo Paes admitiu

que a gestão deve ser entregue a umaorganização social privada. A trans-ferência ganha, assim, aparência demanobra para driblar a legislação, quesó permite este modelo privado degestão para unidades “novas”.

O fechamento do Pedro II é con-testado. “Não havia necessidade [defechar] o hospital, que atende aí umraio de 60 quilômetros”, disse o cirur-gião Marco Aurélio, ex-diretor da uni-dade. “Tenho 32 anos de hospital, éuma tragédia”, lamentou. “Não sepode admitir a tese de que esse hos-pital está sendo fechado por causa de

um incêndio”, disse Jorge Darze, pre-sidente do Sindicato dos Médicos doRio, na audiência pública na AssembleiaLegislativa (Alerj).

Teme-se que o “modelo” seja es-tendido às demais emergências estadu-ais. Para Janira Rocha, diretora doSindsprev e deputada estadual eleitapelo PSOL, o projeto contradiz o queesses políticos defenderam nas elei-ções. “Fica muito bonito para Dilma,Sérgio Cabral, e Eduardo Paes, quecontestaram o outro candidato [dizen-do] que ele era a favor da privatização,privatizando aqui no Rio de Janeiro”,disse durante ato em frente à Secreta-ria de Saúde.

O modo sumário como tudo aconte-ceu, a rapidez na evacuação do hospitale a falta de transparência nos laudostécnicos do acidente e da segurança doprédio levantaram suspeitas. “A proba-bilidade do incêndio ter sido criminoso émuito grande”, disse o deputado PauloRamos (PDT), na audiência pública naAlerj. “É duro verificar que o incêndioprecipitou o anúncio da transferênciapara o município, deveria ao menos terhavido o pudor de guardar o anúnciopara outra ocasião”, criticou.

O movimento em defesa do hospi-tal vem promovendo atos freqüentes.Audiências públicas ocorreram na Alerj,na Câmara de Vereadores e na Escolade Samba Acadêmicos de Santa Cruz.

A população participa. Abaixo-assi-nado pede a reabertura imediata da uni-dade, cujo fechamento sobrecarregou arede hospitalar do estado. “Se as coisasjá estavam ruins aberto, imagina fecha-do, não pode fechar não, é o único hos-pital de Santa Cruz, meu filho nasceuaqui”, disse o operário da construçãocivil Wallace Gomes, ao assinar o docu-mento pela reabertura do Pedro II. (HDF)

Abandono depacientes e futuroda ‘saúde mental’

preocupamO fechamento do Hospital Pedro

II deixou os profissionais da enferma-ria de Saúde Mental preocupados como tratamento dos usuários que costu-mam recorrer à unidade. “O fecha-mento desses leitos é um transtornoenorme para esses pacientes”, disseo psicólogo Anderson Nunes Pinto,que ressalta que a localização do Hos-pital Pedro II é estratégica, pois é pró-xima da av. Brasil e de outros municí-pios.

A enfermaria da Saúde Mental doPedro II recebia pacientes em momen-tos de crise, para curtas internações,em geral inferiores a duas semanas.“Nós somos um serviço pioneiro noEstado, estamos preocupados”, dissea também psicóloga Ângela Carvalho.

Na manifestação em frente à Se-cretaria de Saúde, na av. Graça Ara-nha, no dia 4 de novembro, uma faixaalertava para o problema: “Saúde Men-tal fechada é uma loucura, quem cuidado usuário da Zona Oeste?”. (HDF)

Pacientes e profissionais estatu-tários e terceirizados do Pedro II vive-ram momentos dramáticos naquelaquinta-feira, 14 de outubro. “Esperonunca mais passar por isso”, diz umfuncionário terceirizado do Laboratório,que pede para não ser identificado portemer represália. Ele e colegas fica-ram acuados sob a intensa fumaçaescura que invadiu o hospital. Enquantoo incêndio não era controlado, teve quesegurar uma terceira funcionária queameaçava se jogar, pela janela, de umaaltura de pelo menos 15 metros. “Nósseguramos ela, eu e outro cara, o tem-po todo”, disse.

A servidora Rosane Telles, da Do-cumentação Médica, não continha arevolta com o que acontecera. “Puleipela única janela de vidro, porque to-das as janelas são de madeira, de tá-bua pregada”, disse, expondo a situa-ção do local onde trabalhava. Para ela,a vida “de pacientes e funcionários” foiposta em risco. “As colegas gritavam,o troço foi feio”, contou.

Diretor do Sindsprev-RJ e presi-dente da associação de funcionários,Gilberto Mesquita disse que nada se

Depois do drama do incêndio, servidorespodem estar sob assédio coletivo no trabalho

fez apesar dos alertas do sindicatopara os problemas de infra-estrutu-ra do hospital. “É uma tragédia anun-ciada, após tantas denúncias doSindsprev no Ministério Público, naAlerj, na Secretaria de Saúde”, enu-merou.

O desespero causado pela fuma-ça levou algumas pessoas a pularde janelas. Representantes da Se-cretaria de Saúde chegaram a ne-gar que isso tivesse ocorrido, masimagens divulgadas pelo SBT mos-traram uma pessoa pulando.

A secretaria tratou o caso comose profissionais e pacientes não ti-vessem passado por momentos trau-máticos e de risco. Não houve qual-quer iniciativa no sentido de assistire tranqüilizar os trabalhadores. O ‘cli-ma’ que predomina na unidade logoapós o incêndio é de indefinição,ameaças e transferências unilaterais,que contrariam a legislação eleitoral,que proíbe que isso ocorra três me-ses antes e três após eleições. As-pectos que podem caracterizar o queespecialistas chamam de ‘assédiocoletivo no trabalho’. (HDF)

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Servidores e população

da Zona Oeste exigem

reabertura do Pedro II e

dizem que transferência

do hospital para

prefeitura é ‘casada’

com privatização via

organizações sociais

4� 24 / NOVEMBRO / 2010

INSS

MINISTÉRIO DO TRABALHO

‘Jornada de 6hestá funcionando’

Foi a avaliação da 1ª reunião do Grupo de Trabalho criado no Rio; sindicato pedirá aoatual superintendente que acordo com ministro seja respeitado

Por Hélcio Duarte Filho

A direção do Sindsprev-RJ e oComando de Mobilização dos ser-vidores do Ministério do Trabalhoe Emprego vão reivindicar do su-perintendente do órgão no Rio,José Bonifacio Novelino, o respei-to a todos os itens acordados aotérmino da greve da categoria, en-tre eles a jornada de seis horas nossetores de atendimento ao público.

Bonifácio reassumiu o cargono início de novembro, no lugar deSilvana Pereira dos Santos, queocupava interinamente o posto. FoiSilvana quem participou das nego-ciações à época da greve, juntocom o ministro Carlo Lupi, que re-sultou num acordo avalizado porBrasília.

“Vamos reunir o Comando [deMobilização] e pedir uma reuniãocom ele. Vamos cobrar que elecumpra o que acordamos”, diz Jor-ge Queiroz, dirigente regional doSindsprev. Ele lembra que o acor-do teve a participação direta doministro Carlos Lupi e precisa serrespeitado pelo atual superinten-dente.

Na avaliação do servidor, a jor-nada de 6 horas deve ser consoli-dada. “Está funcionando”, afirma.A adoção da nova jornada, em doisturnos de seis horas ininterruptos,foi avaliada na primeira reunião do

FESP

Na reunião a então superin-tendente, que é servidora doquadro, chegou a comentar nãosaber até quando permaneceriano cargo, já que é substituta eessa definição é política. Masavaliou que não haveria proble-mas em caso de mudança. “Nãovai [se] mexer num negócio queestá funcionando”, ponderou.

O combate à incidência deassédio moral no Ministério doTrabalho foi outro ponto trata-do na reunião. O acordo firma-do ao término da greve prevê odebate do tema e o encaminha-mento de medidas que coíbamtais práticas contra os trabalha-dores.

Grupo de Trabalho criado paramanter um canal de negociaçãopermanente entre sindicato, servi-dores e administração, ocorrida nodia 5 de outubro.

Na ocasião, Silvana relatou aosservidores que gostou das visitasque fez às agências que adotaramas 6 horas, como Nova Iguaçu,Niterói, Caxias e Norte Shopping.“Fiquei muito satisfeita”, disse. Elaressaltou que o novo horário fun-cionou apesar de uma demanda queconsiderou maior e atípica porquemuita gente teria procurado o mi-nistério em busca de um documentooficial que contivesse foto paravotar, conforme exigia a legislaçãoeleitoral.

Acima, audiência com a superintendenteinterina Silvana dos Santos, durante a grevedo MTE ocorrida este ano

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Protesto da FESP na Secretaria de Saúde

Secretaria de Saúdenão responde sobreconcursados da Fesp

Técnicos do 3º concurso jácomeçaram a ser chamados

A secretaria estadual de Saúde começoua convocar para o trabalho os técnicos de en-fermagem aprovados no terceiro concurso daFesp (Fundação Escola de Serviço Público).Cerca de mil profissionais já teriam sido cha-mados pela secretaria.

Até o momento, no entanto, o governo nãorespondeu à reivindicação dos demaisconcursados da Fesp, protocolada há mais deum mês, pelo reconhecimento dos concursosprestados para efeito de efetivação na redehospitalar estadual. “Eles estão chamando,mas não tomam providência nenhuma, é a com-provação de que não é emergencial, que hánecessidade dos funcionários”, diz Ana Carlade Oliveira, da comissão de mobilização dosetor.

A Secretaria de Saúde também não expli-cou por que técnicos de enfermagem e pro-fissionais de nível superior concursados pelaFesp estão registrados no Ministério do Tra-balho como auxiliares de escritório. A irregu-laridade foi exposta ao superintendente de Re-cursos Humanos da Saúde, Luiz FernandoTeixeira, numa reunião ocorrida no dia 6 deoutubro.

O superintendente disse desconhecer ocaso, avaliou que isso deveria atingir um nú-mero pequeno de trabalhadores e prometeu‘apurar’ a denúncia e corrigir os registros. Osrepresentantes dos trabalhadores, no entanto,argumentaram que dezenas de trabalhadoresjá haviam ido ao Ministério do Trabalho e ve-rificado o registro incorreto do cargo ocupa-do. Mesmo assim, ficaram de ampliar a con-sulta para verificar a extensão da irregulari-dade, mesmo sabendo que seria mais fácil elógico a própria secretaria cuidar disso.

De lá para cá, mais de 300 concursadosjá estiveram no Ministério do Trabalho embusca de cópia da Rais (Relação Anual deInformações Sociais), que traz as informaçõesprestadas pelo empregador ao mi-nistério. Com exceção de umcaso, todos os demais constata-ram o mesmo problema. Mais gra-ve: descobriu-se até um caso deum servidor estatutário com o re-gistro indevido de auxiliar de es-critório.

A Secretaria de Saúde não sepronunciou sobre o assunto até omomento. Alega que o incêndio eo fechamento do Hospital PedroII mobilizaram os Recursos Hu-manos e inviabilizaram encami-nhar a questão. O registro erradotem reflexos trabalhistas, como nopagamento de adicional de insa-lubridade.

O Sindsprev-RJ e a comissãode mobilização pretendem convo-car em breve uma nova assem-bleia do setor para avaliar não sóesta questão, como também pararetomar a mobilização em defesado reconhecimento dos direitos dacategoria. (HDF)

Sindicato marca audiência comGerente Regional do INSS Niterói

A diretoria do Sindsprev/RJprotocolou pedido de audiênciacom o gerente regional FernandoMascarenhas. Na pauta, solu-ção para as precárias condiçõesde trabalho nas agências doINSS subordinadas à gerência,como as de Niterói, São Gonça-lo, Araruama, entre outras, e ofim do assédio moral nessas uni-dades.

A situação é grave e levouos funcionários da agência Cen-tro de Niterói (Rua Visconde deUruguai) a fazer uma paralisa-ção no dia 10 de novembro, emprotesto contra a precariedadedas condições de trabalho. A

agência continua sem ar condicio-nado e o maquinário está em pés-simas condições, prejudicando oatendimento aos milhares de segu-rados que diariamente buscamaquela APS. Os novos computa-dores estão há cerca de quatromeses no porão da unidade, aguar-dando licitação para a compra deadaptadores de rede elétrica. Osservidores das agências da Regio-nal do INSS marcaram assembléiageral para o dia 14 de dezembro,para discutir os próximos passosda luta. A diretora do SindicatoIvone Suppo disse que, na ocasião,será feita palestra sobre comocombater o assédio moral.

24 / NOVEMBRO / 2010 �5

Por Olyntho Contente

O projeto de decreto legislativo2.304 foi aprovado no dia 17 de novem-bro pela Comissão de Seguridade da Câ-mara dos Deputados. Ele prevê a mu-dança do código utilizado na greve doINSS do ano passado (de falta sem jus-tificativa para falta por greve) e a anis-tia das multas impostas pelo Superior Tri-bunal de Justiça (STJ) à federação na-cional (Fenasps) e sindicatos por contada paralisação. Também foi aprovadaemenda ao projeto que prevê a devolu-ção dos descontos feitos nos salários dosservidores do Instituto referentes aos diasde greve. Tanto o projeto de decretoquanto a emenda foram propostas peloSindsprev/RJ.

Agora, o projetosegue para a Comissãode Trabalho, depois,Comissão de Constitui-ção e Justiça e, em se-guida, vai à votação noplenário da Câmara. Odiretor do Sindsprev/RJ, Manoel Crispim,acompanhou a aprova-ção na Comissão deSeguridade e comemo-rou: “Foi uma importan-te vitória dos servido-res do INSS e do Sin-dicato, que esteve desde o pós-greve(a paralisação foi de 16/06 a 15/07/2009) fazendo articulações em Brasíliapara aprovar o decreto”. Lembrou quevárias negociações foram feitas, logoapós a posse do ministro da Previdên-cia Social, Carlos Gabas, em 2010, queconcordou em passar o código usadona greve, de 28 (falta sem justificati-va) para 95 (código de greve). “O co-municado da diretoria de Recursos Hu-manos do INSS com este entendimen-to, publicado em 30 de agosto último,deu mais argumentos para que a de-volução dos dias fosse aprovada naComissão de Seguridade”, frisou. Orelator da matéria, deputado PepeVargas (PT-RS), deu parecer favorá-vel ao decreto e à emenda. O projetode decreto legislativo é de autoria dosdeputados Fátima Bezerra (PT-RN) ePaulo Rocha (PT-PA).

Próximos passosSegundo Crispim, o projeto 2.304,

depois de aprovado na Câmara irá parao Senado. “Vamos intensificar as arti-culações com os parlamentares paragarantir a aprovação nas duas Casas”,explicou. A emenda de número 2, queprevê a devolução, diz na íntegra: “Art.1º, Parágrafo Único. Os valores des-contados dos salários dos trabalhado-res (do INSS) pelos dias parados emdecorrência da paralisação referida no

INSS

Comissão da Câmara aprovaComissão da Câmara aprovaComissão da Câmara aprovaComissão da Câmara aprovaComissão da Câmara aprova emenda queemenda queemenda queemenda queemenda quedevolve desconto da greve do INSSdevolve desconto da greve do INSSdevolve desconto da greve do INSSdevolve desconto da greve do INSSdevolve desconto da greve do INSS

caput devem ser ressarcidos median-te a compensação comprovada de ho-ras de trabalho”.

Luta antiga

A luta do Sindsprev/RJ, relativa àspendências da greve de 2009 (16/06 a15/07), juntamente com servidores doINSS do Rio Grande do Norte, come-çou logo após a paralisação com a for-mação de uma frente parlamentar esindical em defesa dos servidores doINSS. Esta frente tentou, sem suces-so, resolver os problemas (código degreve, desconto dos dias parados eanistia das multas à Fenasps) direta-mente com o então ministro JoséPimentel.

Em dezembro de 2009 foram inici-ados estudos para encontrar uma so-lução para estes temas através do Con-gresso Nacional. A partir daí, oSindsprev/RJ conseguiu que os depu-tados Fátima Bezerra (PT-RN) e Pau-lo Rocha (PT-PA) apresentassem àMesa da Câmara dos Deputados umprojeto de decreto legislativo, que pro-punha a mudança do código usado nagreve e a anistia às multas impostaspelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O Sindsprev/RJ deu início a umanegociação com o Colégio de Líderespara que o projeto fosse aprovado poraquela instância em caráter de urgên-

cia e sem a necessidade de ir a plená-rio. Porém, regimentalmente, havia aobrigatoriedade da matéria passar pelaComissão de Seguridade. Lá, recebeuo voto favorável do relator PepeVargas. Porém, com a proximidade dacampanha eleitoral, começou a trami-tar mais vagarosamente.

Enquanto isto, houve mudanças noministério e o Sindsprev/RJ abriu nego-ciações com o novo ministro, Carlos Ga-bas, conseguindo a transformação do có-digo. O comunicado sobre a decisão foiemitido em 30 de agosto de 2010. Comisto, os servidores não poderiam mais serpunidos por terem participado da greve.Ao mesmo tempo, o documento serviade base para a emenda que prevê o re-embolso dos valores descontados. Najustificativa da emenda ao projeto, orelator sustenta que o reconhecimentopor parte do INSS dos dias parados“através do comunicado como faltas porgreve” é um instrumento que reforça atese de que os descontos dos dias degreve devem ser compensados por ho-ras trabalhadas e os valores retirados doscontracheques dos trabalhadores, devol-vidos. “Vamos continuar articulando aagilização da aprovação do decreto, jácom a emenda. Será uma vitória do Sin-dicato e de toda a categoria”, afirmouManoel Crispim.

GDASS e 30 horas

Além das articulações para o res-sarcimento do desconto, o Sindicatovem intensificando a luta pela incor-poração das gratificações, inclusive aGDASS, manutenção das 30 horas,cumprimento do mandado de injunção(aposentadoria especial por insalubri-dade), atribuições dos cargos de téc-nico e analista do Seguro Social. E ain-

Sindicato faz‘jornada de reuniões’ comservidores nas agências

O Sindsprev-RJ iniciou uma roti-na de visitas aos locais de trabalhodo INSS para levar informações à ca-tegoria e reforçar a organização sin-dical do setor. A conversa entre osservidores vem ocorrendo principal-mente antes do in¡cio das reuniõesmensais de trabalho que acontecemnas agências.

Pelo menos 17agências - da ca-pital, do interior e da região metro-politana - já foram percorridas recen-temente. “Tenho uma avaliação po-sitiva dessa agenda, que tem tidouma boa recepção dos servidores”,diz Manoel Crispim, diretor do sindi-cato que tem participado destas ati-vidades.” Uma aproximação que aju-da na reorganização da categoria”,avalia.

Nas reuniões, que não possuempauta fixa nem fechada, os princi-pais temas que vêm sendo tratadossão a luta pela jornada de 30 horas,condições de trabalho, gratificação,direito de greve e campanha pela de-volução dos valores referentes aosdias parados. (HDF)

Manoel Crispim, do Sindsprev/RJ

da o resgate da lei 10.355 de dezem-bro de 2001, que estrutura a carreirado Seguro Social e garante que o va-lor da aposentadoria seja calculadopelos últimos cinco anos de trabalho.

A luta é também pelo cumprimen-to da NR-17, que trata das questõesligadas à saúde e segurança do traba-lho. “Estamos solicitando audiênciaconjunta, ainda neste ano, com o mi-nistro Carlos Gabas, o presidente doINSS, Waldyr Simão, e o diretor deRecursos Humanos do Instituto, JoséNunes, para dar continuidade ao pro-cesso de negociação sobre estes te-mas”, adiantou Crispim.

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Acima, servidores durante a grevedo INSS. Ao lado, plenário doSenado Federal

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Por Olyntho Contente

Ampliar a luta em defesa do duplovínculo, através da mobilização dos ser-vidores de todos os segmentos da saúde(federal, estadual e municipal), e reali-zar audiência pública em Brasília, paraa qual serão convocados integrantes dosgovernos federal, estadual e prefeiturasmunicipais, do Tribunal de Contas daUnião (TCU), da Advocacia Geral daUnião (AGU), além de dirigentes de sin-dicatos e conselhos de categorias. Es-tas foram algumas das propostas feitasdurante o debate no Instituto de Trau-mato-Ortopedia (Into), que aconteceu nodia 25 de outubro.

Para ampliar esta luta, toda a ca-tegoria foi convocada para a assem-bléia geral do setor no Sindsprev/RJ,realizada no dia 10. O objetivo foi or-ganizar a mobilização dos servidoresnão apenas em relação à garantia dodireito ao duplo vínculo, asseguradoconstitucionalmente, como intensificara luta pelas 30 horas, plano de carrei-ra, cargos e salários, em defesa deuma saúde pública e de qualidade ediscutir a APH. Outro tema foi a in-tensificação das articulações já feitasem Brasília pelo Sindsprev/RJ, junto aoCongresso Nacional e o governo, so-bretudo em relação ao duplo vínculo.

Governo, TCU e AGUfogem do debate

O debate foi de qualidade, partici-pando dele como convidados as depu-tadas eleitas Janira Rocha (PSOL-RJ),Rejane Almeida (PC do B-RJ) e adeputada reeleita Solange Almeida(PMDB-RJ), além dos diretores doSindsprev/RJ Edna Theodoro,Cristiane Gerardo, Maria Celina Oli-veira, Sidney Castro e Luiz Henriquedos Santos e do presidente do Conse-lho Regional de Enfermagem, Pedrode Jesus. Os grandes ausentes foramos representantes do governo federal,que parecem ter preferido fugir do de-bate: o consultor geral da AGU,Ronaldo Jorge Vieira Junior; o minis-tro presidente do TCU, UbiratanAguiar; e a coordenadora de RH doMinistério da Saúde, Elzira Maria doEspírito Santo.

Desrespeito à Constituição

Todos os palestrantes lembraramque embora previsto na Constituição,através da Emenda Constitucional(PEC) nº 34, aprovada em 13 de de-zembro de 2001, o direito ao duplo-vín-culo vem sendo desrespeitado pelogoverno federal. Em junho de 2009, porexemplo, o Ministério da Saúde, atra-vés de seus núcleos regionais, enviounotificação aos departamentos de re-cursos humanos dos hospitais federaissolicitando aos profissionais com du-

Debate no INTO aponta necessidade deampliar a luta pelo duplo vínculo

plo-vínculo que apresentassem novasdeclarações de horários, cuja soma, deacordo com o documento, não poderiaexceder a 60 horas semanais, sob penade redução de carga horária com re-dução proporcional de remuneração,aposentadoria compulsória em um dosvínculos ou ainda abertura de Proces-so Administrativo Disciplinar (PAD)contra os servidores nessa situação, emesmo a demissão sumária.

Luta conjunta pela saúde

A deputada eleita Janira Rocha fri-sou que o ataque ao direito ao duplovínculo faz parte de uma política geralque visa precarizar cada vez mais asaúde, arrochar mais ainda os salári-os, aumentando a terceirização e pro-curando justificar a privatização dosetor. Lembrou que esta política dearrocho e sucateamento prejudica osservidores, mas também a populaçãopobre usuária desses serviços.

Para Janira é preciso não apenas

organizar a luta por questões específi-cas, mas uma mobilização geral eunificada, com a participação dos ser-vidores das três esferas (federal, es-tadual e dos municípios) e dos usuári-os em defesa da saúde pública e dequalidade. Frisou ser necessário “darnome aos bois” e apontar os governoLula, Cabral e Paes como principaisimplementadores desta política de ata-que à saúde pública.

Mobilização

A diretora do Sindsprev/RJCristiane Gerardo disse que o impor-tante agora é organizar uma grandemobilização em defesa do duplo vín-culo, pelo PCCS, pelas 30 horas e emdefesa da saúde. Explicou que, base-ado num parecer da AGU, calcado emuma normatização do TCU, o Minis-tério do Planejamento e o da Saúdeestão impedindo que servidores comduas matrículas e carga horária supe-rior a 60 horas semanais continuemtrabalhando em mais de uma unidade.“Segundo levantamento do MS, já há164 mil nesta situação, consideradosirregulares e que serão obrigados a dei-xar um dos hospitais em que estãolotados, afetando de maneira dramáti-ca o funcionamento dessas unidades”,afirmou. Acrescentou que muitos ser-vidores já estão sendo demitidos e no-vos concursados que tomaram posseestão sem receber salários.

Audiência pública

A deputada Solange Almeida(PMDB-RJ) condenou o que clas-sificou como afronta à Constituição.“Não podemos aceitar que umanormativa de um órgão (TCU) pos-sa questionar um direito constitu-cional. Outro fato grave é que estanormativa está baseada na formade trabalho dos docentes, que nãotrabalham em turnos ininterruptos,com jornada de 24 horas, como asaúde, onde os servidores têm fol-gas de 36 horas, ao contrário dasuniversidades”, avaliou a parlamen-tar.

Ela defendeu a realização deuma audiência pública na Câmarados Deputados, logo que possível,convocando representantes do go-verno federal. “O ideal é fazer comque esta normativa caia”, afirmou.O presidente do Coren/RJ, Pedrode Jesus, fez uma explanação so-bre o duplo vínculo, lembrando quea acumulação de cargos está ga-rantida na Constituição. Acrescen-tou que a única exigência para queisto possa ser feito é a comprova-ção da compatibilidade de horári-os. “A exigência do teto de 60 ho-ras, estipulada pelo acórdão 2242/20078 do TCU, afronta a Constitui-ção e não tem base legal”, afirmou.A deputada estadual eleita Rejaneacrescentou que isto tem como ob-jetivo tirar mais servidores das uni-dades e fazer cair a qualidade doatendimento para facilitar a tercei-rização e a privatização.

“O ataque ao direitoao duplo vínculo fazparte de uma políticageral que visaprecarizar cada vezmais a saúde,arrochar mais ainda ossalários, aumentandoa terceirização eprocurando justificar aprivatização do setor.”Frisou a deputada eleita JaniraRocha (PSOL-RJ)

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Por André Pelliccione

Elaboração de um plano de lutasunificado pela readmissão dos servido-res demitidos em função do duplo-vín-culo, incorporação das gratificações,convocação de mais concursados, emdefesa das 30h e contra a privatizaçãofoi o principal indicativo da assembléiados servidores da saúde federal reali-zada dia 10/11, no auditório nobre doSindsprev/RJ. Com a presença da de-putada estadual eleita pelo PSOL-RJ,Janira Rocha, a assembleia também in-dicou a participação do Sindicato nofórum ’20 anos de SUS: lutas sociaiscontra a privatização e em defesa dasaúde pública estatal’, em novembro,na UERJ.

Outras deliberações foram a reali-zação de Seminário Unificado do SUSnas três esferas, na segunda quinzenade janeiro, e mutirões nas unidades desaúde, com equipes de militantes, dojurídico e imprensa do Sindsprev/RJpercorrendo toda a base para organi-zar a mobilização no contato direto comservidores e usuários.

Duas frases que sintetizam as pa-lavras de ordem de defesa da saúdeforam aprovadas na assembleia: ‘Pelaestatização da saúde, já’ e ‘Fim daprivatização da saúde do povo’.

Uma assembleia geral do ramo daseguridade (Saúde Federal, Estadual,Municipal; INSS; MPS; MTE; Funasae PSF) será agendada para breve como objetivo de ampliar o plano geral delutas.

Modelos de gestão privada

“O motivo da assembleia [da saú-de federal] é o volume de ataques atu-almente movidos pelos governos con-

Para Janira Rocha, somente umaação unificada de todos os setoresda saúde e do SUS será capaz demudar a atual correlação de forçasfavorável aos governos. “É importan-te, neste sentido, nos articularmoscom os movimentos sociais e outrosfóruns da sociedade civil e dos tra-balhadores que, no momento, deba-tem formas de combater a priva-tização, como o Seminário da UERJem novembro. Também precisamosfazer uma aliança com os usuáriosda saúde e a população. Meu man-dato será instrumento a serviço des-sa luta, mas sem essa articulaçãomais ampla não avançaremos, pois

Para deputada, mobilização em defesada saúde deve incluir movimentos sociais,

população e até setores médios

Saúde federal chama unificação e aliança comusuários de hospitais na luta contra privatização

Modelos de gestão como Organizações Sociais e Fundações são ameaça ao serviço público gratuito e universal

tra a saúde pública através de mode-los de gestão como fundações, Orga-nizações Sociais (OS) e OSCIPs, en-tre outros. Os governos também ten-tam nos dividir através de coisas comoAPHs [Adicionais por Plantão Hos-pitalar] e gratificações de produtivi-dade. O desrespeito ao duplo-vínculoé apenas parte dessa política maiorque precisamos combater”, avaliou adiretora do Sindsprev/RJ CristianeGerardo, ao abrir a assembleia.

Deputada estadual eleita peloPSOL-RJ nas eleições parlamentaresdeste ano, Janira Rocha também des-tacou a urgência de unificar a luta emdefesa da saúde e contra a priva-tização. “Unidades de saúde estão sen-do fechadas ou municipalizadas paradepois serem entregues a Organiza-ções Sociais, que significam priva-tização. Na Alerj foi criado um Grupode Trabalho encarregado de es-tadualizar os hospitais federais eentregá-los a fundações de direito pri-vado. Esses projetos visam abrir maismercado para a iniciativa privada, re-tirando dinheiro dos setores pobres dapopulação”, explicou ela.

Esvaziamento doshospitais públicos

“Há uma política de esvaziamen-to progressivo dos hospitais públicos,como mostra a recente municipali-zação do Pedro II. Lutar por planosde carreira continua sendo importan-te, mas ainda mais essencial é enten-dermos que o serviço público como umtodo está ameaçado pelos modelos degestão privada. Em julho de 2011 arede sofrerá novo baque com a apo-sentadoria de mais servidores e os go-

saúde tem que ser discutida a partirda conjuntura, e no momento o quevemos é Dilma (PT), Cabral (PMDB)e Paes (PMDB) atacarem a saúde ea previdência públicas como nuncase viu antes”.

A deputada concluiu sua análisecom uma proposta de também abriruma frente de diálogo com os seto-res médios da população. “A classemédia, que recorre aos planos desaúde, hoje já não tem acesso à me-dicina de alta complexidade, que nasemergências só é encontrada no se-tor público. É preciso atrair esse seg-mento para a luta em defesa da saú-de publica e gratuita de qualidade”.

Janira propôe frente de defesa da saúde pública e contra privatização

vernos não farão os necessários con-cursos porque estão interessados é naprivatização”, completou o tambémdirigente do Sindicato Julio CesarTavares.

Lotada no Hospital de Ipanema, aservidora Vera Pedro apontou o fe-chamento de unidades públicas comoum dos maiores problemas no setor.“Cerca de 40 leitos foram fechadosna zona sul do Rio. O Hospital RochaMaia também foi fechado. Precisa-mos reagir a isto”, disse.

“Para nós, receber APHs e grati-ficações não resolve o problema. Pre-cisamos é de reajuste e respeito à saú-de pública, queremos respeito às 30h,condições dignas de trabalho e que aprivatização seja interrompida”, afir-mou o servidor do HFSE e diretor doSindsprev/RJ, Luis Henrique Santos.

A assembleia teve participações deservidores das principais unidades fe-derais de saúde no Estado do Rio, comoINCA, INTO, HFSE, HGB, CardosoFontes e Hospital de Ipanema.

Servidores debateram urgência dealiança com população na luta emdefesa da saúde pública e gratuitapara todos

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HFSE festeja dia doservidor com críticas àspolíticas do governo

O Dia do Servidor Público [28 de ou-tubro] foi comemorado no HFSE combolo, sorteio de cesta-básica e um gran-de desabafo dos trabalhadores que, ape-sar de todas as dificuldades, não deixama peteca cair na hora de prestar atendi-mento à população. Realizada no pátioda amendoeira, a comemoração foiprestigiada pelo diretor-geral do Hospital,Dr. Leslie Aloan; pelo chefe de gabinete,Paulo Vicente; e Marcelo Viana (INCA/NERJ). Homenagens especiais foram fei-tas aos médicos Manoel Maurício (inmemorian) e Dr. Zalmon.

“Aproveitamos o dia do servidor paralembrar ao governo federal que a catego-ria precisa de um plano de carreira quegaranta ascensão funcional e transposi-ção, entre outros direitos. Também lem-bramos que o importante é termos rea-juste salarial de verdade, e não penduri-calhos como APH e gratificações, quenão resolvem o problema e dividem ain-da mais os servidores”, explicou LuisHenrique Santos, do Núcleo do Sindsprev/RJ no HFSE, que também citou outrasprioridades dos servidores. “No momen-to articulamos uma mobilização nacionalem defesa do direito ao duplo-vinculo eda jornada histórica de 30h semanais, eaproveitamos a comemoração para tam-bém lembrar disto”, disse.

A comemoração foi apoiada pela As-sociação de Moradores da Saúde e pelaSociedade de Amigos, Usuários e Paci-entes do HFSE.

Escritório em Brasília éponto de apoio às lutas

Localizado no setor SDS Sul, o escri-tório de representação do Sindsprev/RJ emBrasília é importante ponto de apoio às lu-tas e mobilizações da categoria e dos mo-vimentos sociais na capital federal. Inau-gurado em maio deste ano, o escritório con-ta com o plantão diário do funcionário doSindicato Nivaldo Guimarães.

O escritório fica no Edifício Conic(Venâncio VI) – loja 4 – subsolo. O telefo-ne é 61 – 33232760.

UNIDADES MUNICIPALIZADAS

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Por Hélcio Duarte Filho

O projeto de Sistema Únicode Saúde, que faz 20 anos, correrisco de sucumbir por conta dasterceirizações, da disparidade dedireitos entre profissionais e daprivatização sob nomes como‘fundações’ e organizações so-ciais. Esta avaliação, um alerta,predominou nos debates do 6ºEncontro das Unidades Munici-palizadas da Saúde do Rio, pro-movido pelo Sindsprev-RJ noHospital Nise da Silveira, no dia21 de outubro.

O encontro expôs os problemascriados pela disparidade de direi-tos entre os profissionais da saú-de, sejam eles servidores das trêsesferas, sejam terceirizados. “Éemblemática esta faixa aqui”, dis-se o servidor João Paulo, do Niseda Silveira, referindo-se a trabalha-dores, contratados pela terceirizadaCieso, com salários atrasados. “Aprimeira ameaça concreta ao SUSé a terceirização da gestão”, disse.

‘Genocídioinstitucionalizado’

Na maioria dos discursos, adefesa do sistema foi acompa-nhada da crítica ao caminho per-corrido pelo SUS nesses 20 anos.“O Sistema Único de Saúde peloqual nós brigamos nos anos 80,que está no papel, infelizmentenão é uma realidade na vida dosusuários e dos servidores”, disseJanira Rocha, dirigente do Sinds-prev e deputada estadualeleita (PSOL). Ela criticou a fal-ta de uma política de recursos hu-manos com isonomia de direitosentre os diversos segmentos quetrabalham na saúde.

A enfermeira Rejane de Almei-da, também eleita deputada estadual,defendeu a contratação por concur-so: “Tem que ter concurso público,mas não o concurso que trabalha doisanos e depois é mandado embora”.

Encontro avalia que disparidade de direitose terceirização põem o SUS em risco

Sexto encontro das

unidades municipalizadas

de saúde do Rio defende a

unidade do setor para

combater os processos de

privatização e defender

direitos iguais para quem

trabalha no SUS

Para Jorge Darze, presidente do Sin-dicato dos Médicos (Simmed), “o proje-to do SUS está literalmente ameaçado”por conta das políticas aplicadas no se-tor. “Há um genocídio institucionalizadopelas três esferas de governo”, disse.

O servidor Sidney Castro, da Regi-onal Leopoldina do Sindsprev, disse quesó a união dos trabalhadores das três es-feras e de terceirizados, com apoio dapopulação, pode mudar esse quadro.“Não interessa se a morte é municipal,estadual ou federal”, provocou. Ele res-saltou que se deve combater a terceiri-zação sem deixar de defender osterceirizados. “Esses trabalhadores pre-cisam sobreviver”, disse. Também diri-gente do sindicato, Júlio Tavares refor-çou a defesa dessa unidade para com-bater a privatização, como já aconteceucom sucesso no caso do PL 92/2007, quecriava fundações privadas para gerirhospitais mas que acabou engavetado.

Reorganizar o setor para evitara implosão do SUS

O encontro teve a participação deservidores, dirigentes sindicais, de asso-ciações de profissionais da saúde, dealguns pacientes do Nise e de familia-res deles, além de representantes da

Prefeitura do Rio. O diretor do hospitalpsiquiátrico Nise da Silveira, RogérioRodrigues, participou da mesa de deba-tes. Pela secretaria municipal de Saúdecompareceram o médico Pedro Lima,assessor do secretário, LeonardoCastilho, dos Recursos Humanos, eDavid Salvador, representante da secre-taria no Conselho Municipal de Saúde.A ausência do representante do Minis-tério da Saúde, que havia confirmadopresença, foi lamentada e criticada. In-tegrante da organização do evento, Ma-ria Celina de Oliveira, dirigente doSindsprev e da Regional Norte, desta-cou a importância do encontro aconte-cer pela sexta vez e do papel que cum-pre na organização do setor e na refle-xão sobre os rumos da saúde pública.

Ao longo de cerca de três horas dedebates, nas quais estiveram presentescerca de 160 pessoas, os discursos con-vergiram para a necessidade de reorga-nizar o setor para forçar mudanças queassegurem os direitos dos trabalhadores,dêem condições de atendimento e evi-tem a implosão do SUS. “Ninguém maisdo que nós sabe o tipo de saúde que estásendo oferecido nos postos, nos hospi-tais, nas UPASs, que são mais propa-ganda do que outra coisa”, disse a mé-dica Márcia Morgado, do Núcleo Sindi-cal do Hospital da Piedade.Mais do encontro na página do sindicato(www.sindsprevrj.org.br)

Rocha Faria comemoradia do servidor

Os servidores do Hospital Rocha Fariacomemoraram o Dia do Servidor Público naconfraternização organizada pela Associa-ção dos Funcionários (AFHERF), no dia 27de outubro, com apoio da direção, da ad-ministração e do Centro de Estudos. Dire-tora do Sindsprev-RJ e presidente da asso-ciação, Clara Fonseca destacou a impor-tância da unidade da categoria nesse mo-mento difícil em decorrência do incêndio noHospital Pedro II, cuja associação de fun-cionários esteve representada pelo servidorGilberto Mesquita.

O diretor do Rocha Faria, José Macedode Araujo Neto, participou e disse que seugabinete estava aberto aos servidores. Tam-bém estiveram presentes o administrador,Carlos Barbosa de Souza Junior, Regina,dos Recursos Humanos, a diretora de En-fermagem, Jamile, e o vice-diretor, JoséAntonio Góz, dentre outros.

Luta em defesa do

SUS de qualidade

marcou os

debates do

Encontro das

UnidadesMunicipalizadas

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Com ato público, debate e pre-sença de lideranças de várias fave-las do Rio e de Niterói, foi realizadono dia 20 de Novembro (feriado na-cional da Consciência Negra, Zum-bi dos Palmares) o V Encontro deNegras e Negros do Morro do Esta-do. As atividades aconteceram nocampo do Morro do Estado, e cons-taram de debate; da tradicional fei-joada da comunidade; samba, pa-gode e funk com artistas locais.

As comemorações do Dia Naci-onal da Consciência Negra já vira-ram tradição no Morro do Estado,onde o Sindsprev/RJ, em parceriacom a associação de moradores dolocal (AMME), desenvolve atividadesde conscientização e mobilizaçãoda comunidade nas lutas em defe-sa de seus legítimos direitos a umavida digna e contra a discriminação,seja de social, de raça ou gênero.

V Encontro deNegras e Negrosaconteceu dia 20de novembro noMorro do Estado Por André Pelliccione

A necessidade urgente de unificaros diversos segmentos da saúde na lutacontra a privatização do setor foi a tô-nica da plenária ‘O SUS que quere-mos’, realizada dia 5/11, no auditórionobre do Sindsprev/RJ, com a presen-ça da deputada estadual eleita peloPSOL, Janira Rocha, e da ex-senado-ra Heloísa Helena.

Falando para um público compostode servidores da saúde e previdência,trabalhadores informais e moradores defavelas e periferias do Grande Rio,Janira e Heloísa pontuaram o que con-sideram fundamental para os trabalha-dores defenderem seus direitos e os dapopulação frente às políticas neoliberaisde Lula, Dilma, Cabral Filho e Eduar-do Paes. “O que existe hoje é umagrande brutalidade praticada pelos go-vernos contra os profissionais de saú-de e os direitos da população usuária.Pessoas cujo direito à saúde vem sen-do negado pelo descaso desses gover-nos. Por isso é tão importante um man-dato como o da Janira, que defenderáa vida em toda sua plenitude, e faráisto a partir da experiência de luta acu-

Plenária destaca urgência de unificar asaúde na luta contra privatização

PLENÁRIA SUS

FUNASA

mulada junto aos movimentos social esindical”, afirmou, sob aplausos, Heloí-sa Helena, que atualmente é vereadorado PSOL em Maceió.

Reafirmando que o compromisso deseu mandato será com a defesa da saú-de pública, Janira analisou o setor sob aatual conjuntura. “Dilma Roussef (PT),Cabral Filho (PMDB) e Eduardo Paes(PMDB) têm interesse nesses modelos

de gestão que darão mais mercado paraos tubarões da saúde. Querem come-çar isto pelo Rio porque o nosso Estadotem ressonância nacional, uma vez que70% da rede hospitalar está aqui”, ex-plicou, para em seguida concluir. “Naresistência a esses ataques, nosso mai-or desafio é unificar o movimento da saú-de e construir um bloco político dos tra-balhadores, na base”.

Fortalecimento da Funasa é prioridade para servidoresAssembleia de estatutários também reafirma luta por reajuste, incorporação de gratificações e carreira

Por André Pelliccione

A luta pela reestruturação e fortalecimen-to da Funasa foi o principal indicativo daassembleia dos servidores estatutários da Fun-dação, realizada dia 10/11, no auditório nobredo Sindsprev/RJ. A assembleia também rea-firmou a importância da luta por reajuste line-ar, incorporação das gratificações (Gacen/Gecen etc) e implantação da carreira a partirdas prioridades dos trabalhadores da Funasa.Uma assembleia geral da Funasa — juntandoestatutários e celetistas — será realizada nopróximo dia 5 de dezembro, às 14h, noSindsprev/RJ (Rua Joaquim Silva, 98, Lapa –atrás da Sala Cecília Meirelles).

Recurso para restabelecerliminar dos anistiados

Um dos informes centrais da assembleiafoi sobre o recurso judicial que visa restabele-cer a liminar, concedida pela Justiça Federalem 1993, que determinava a reintegração deum grupo de 71 servidores demitidos no go-verno Collor e posteriormente anistiados. Aliminar foi cassada no dia 8 de setembro desteano pela 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro,mas a ação ordinária (processo nº 94.00224125) continua tramitando no Tribunal Regi-onal Federal da 2ª Região (TRF 2 - RJ), pe-dindo a reintegração e o pagamento dos ven-cimentos e vantagens do período em que fo-ram demitidos, de 1990 a 1993. O recurso foiimpetrado pela advogada Joselice Aleluia

Cerqueira de Jesus, que não temqualquer vinculação com o Sinds-prev/RJ.

Apesar da cassação da limi-nar, os 71 servidores em questãotêm seus direitos asseguradospela Lei 8.878, de 1994, que anis-tiou todos os servidores e empre-gados públicos demitidos no go-verno Collor.

Quanto ao fortalecimento daFunasa, o indicativo é priorizar aluta para que a Fundação tenhade volta suas atribuições de com-bate e controle de endemias, nummovimento contrário ao esvazia-mento que aconteceu na última

década com a chamada descentra-lização. “Em 2009 nós, estatutários daFunasa, fomos redistribuídos para o Mi-nistério da Saúde para exercer as fun-ções de vigilância em saúde que naFunasa haviam sido extintas. Ao mes-mo tempo, os celetistas permaneceramna Fundação. Em outubro deste ano,porém, estranhamente o governo editouo Decreto 7.335, que cria um departa-mento de vigilância em saúde ambientalna Fundação. O decreto é estranho por-que, afinal de contas, nos jogaram no Mi-nistério da Saúde exatamente porque aFunasa já não exercia as funções de vi-gilância”, concluiu o servidor Almir Diasde Souza.

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Janira e Heloisa Helena querem unificação da saúde para combater privatização

Assembleia aprovou luta pelo fortalecimento da Funasa

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Sindsprev fechanovos convêniosem Niterói

A Regional do Sindsprev emNiterói informa que firmou convêniocom o Consultório da Dra. NiceGodinho. Ele prevê descontos de40% para sindicalizados nas áreasde Geriatria, Gastro e Clínica Médi-ca (com a Dra. Nice Godinho) e de20% com a psicóloga Valeria Tere-za e com a nutricionista Taiana Câ-mara. Com os descontos, as con-sultas ficam em R$ 120,00 (Geria-tria), R$ 60,00 (Gastro, Clínica Mé-dica) e R$ 40,00 (Psicóloga eNutricionista). O telefone para mar-car consultas é 21-2613-6894.

10� 24 / NOVEMBRO / 2010ENTREVISTA - DÉBORA MIRIAM RAAB GLINA, PSICÓLOGA DA SAÚDE OCUPACIONAL

Dos casos de adoecimento no traba-lho que você atende, é possível tiraralguma conclusão?Analisando esses casos que eu atendojá deu para perceber que o assédio éuma estratégia. Depende do que desen-cadeou o assédio, sempre tem algumacoisa que desencadeou. É algum fato,alguma situação que a partir dali come-çou a acontecer o assédio. A gente temque descobrir qual é essa situação.O que eu percebi é que dependendo dequal foi a situação que desencadeou, vaiter uma estratégia diferente da empre-sa, que dá até para prever. Quando éuma mudança de chefia a empresa temuma série de comportamentos com ostrabalhadores para conseguir um fim di-ferente, por exemplo, de quando a pes-soa descobre uma fraude dentro da em-presa. Acho que vai ser interessante agente compreender que não é um com-portamento assim aleatório. É uma es-tratégia mesmo, é proposital, dá paraperceber claramente isso quando vocêanalisa os casos em conjunto, não casopor caso. Os casos em conjunto come-çam a mostrar uma coisa diferente. Oassédio não acontece por atos isoladoscomo as pessoas às vezes acreditam.

Qual o objetivo desta estratégia?

O objetivo depende do que desencadeou.A [nova] chefia, por exemplo, o que elaquer? Ela quer acabar com tudo que umachefia anterior fez e colocar a pessoano esquema dela. No caso de uma de-núncia de fraude, eu tenho que neutrali-zar o cara. Os comportamentos são di-ferentes, e os objetivos também.

Pelo que você diz, o assédio é um ins-trumento...É usado pela empresa como um instru-mento. Há um autor que diz que o assé-dio moral é a gestão de pessoas por ou-tras formas. Não posso mandar embo-ra, não posso fazer isso, não posso fa-

Assédio é usado como estratégia de gestão, diz psicóloga

A psicóloga Débora Miriam Raab Glina (foto), da Medicina do Trabalho daUniversidade de São Paulo (USP), trabalha com adoecimento no trabalho porstress desde a década de 1990. Quando começou, ainda não se falava emassédio moral. A partir da observação dos casos que atende no Serviço deSaúde Ocupacional, em São Paulo, conclui que o assédio moral é usado porempresas como um instrumento para obter determinados resultados. “Não é umcomportamento aleatório, é uma estratégia mesmo”, afirma.

Mestre-doutora em psicologia social pela PUC de São Paulo, Déboradisse ao jornalista Hélcio Duarte Filho, do Jornal do Sindsprev-RJ, que ossistemas de metas e avaliações de desempenho adotados tanto no setor privadocomo na administração pública não valorizam o trabalhador, mas apenas“números frios”. A entrevista foi concedida durante a “Conferência InternacionalSobre Assédio Moral e Outras Manifestações de Violência no Trabalho”,organizado este ano pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal doRio (UFRJ), onde apresentou um trabalho. A seguir, trechos da conversa com apsicóloga, que pode ser lida em mais detalhes no site do sindicato(www.sindsprevrj.org.br).

zer aquilo... Sabendo qual vai ser a es-tratégia que vai se configurar em váriasformas de assédio, você pode [agir].

“Tenho casos que ficopreocupada se o cara vaise matar ou vai matar ochefe”

O chefe imediato, o gerente, ele en-tão não age à revelia da empresa...Não, é sempre dentro de um contextoem que ele está apoiado pelo contexto,ele nunca está sozinho nisso.

Este clima que se estabelece, ‘tem queconseguir a meta’, de ser mal visto senão consegue, isso pode ser caracte-rizado como assédio?

Pode. Eu investiguei uma situação de umprocesso do Ministério Público de umaempresa, me pediram para avaliar seestava tendo assédio ou não. E eu as-sisti a reuniões em que vendedores eramchamados atenção em público por nãocumprir a meta. Chamar a atenção delaem público, expor a pessoa por ela nãoestar cumprindo a meta, isso é assédio.E a meta em si muito elevada, fora daspossibilidades, pode levar a uma situa-ção de assédio.

Os processos de avaliação de desem-penho estão dentro desse rol...Estão. Num lugar em que você vai colo-car as pessoas expostas, exigir uma pro-dutividade que a pessoa não dá conta,atrelar isso em prêmio para fazer as pes-soas correrem que nem loucas para con-seguir, é um sistema perverso. Mas aperversidade não está numa pessoa ououtra, ela está no sistema como um todo.As avaliações são feitas em cima deresultados quantitativos: quanto de metavocê cumpriu, quantas pessoas vocêatendeu,. É tudo quantidade. Só que otrabalho não é isso. No trabalho do caralá da cobrança, não é só conseguir pro-

messa de pagamento. Ele tem que daruma informação, explicar as coisas parao cliente. Coisas que fazem parte do tra-balho, [mas] não valem um ponto para anota. A avaliação só vê número, núme-ro é frio, é cru. As pessoas não queremsó dinheiro, prêmio, as pessoas queremum elogio, querem ser vistas.O [sociólogo] Mauro Iasi estava fa-lando sobre [a falta de] prazer notrabalho, o cara que passa horas es-perando o tempo passar para acabaro trabalho e aí começar a viver. Issosó agrava essa situação, não?Com certeza. Fala com qualquer meni-na dessas que está fazendo o lanche [re-fere-se a trabalhadoras de lanchonetesna UFRJ), elogia o lanche que ela estáfazendo, olha para ela como gente, nãocomo cobradora, olha o capricho comque ela faz o seu sanduíche. Não dá paranivelar todo mundo em cima de resulta-do: conseguiram preparar cinco lanchescada um, só que a qualidade do lanchenão foi igual, e o amor que o cara pôs alino trabalho? A avaliação deveria olharo trabalho da pessoa, o que ela põe delanaquilo, e não apenas números.

“Qualquer pessoa precisaser vista, reconhecida: pelopúblico, pelo colega, pelochefe”

Mas esse modelo de avaliação quevocê cita não seria um tanto incom-patível com esse mundo capitalistaque a gente vive hoje?Depende um pouco do que você quer.Eu sempre me pergunto quando se dizque organização é unir as pessoas paradeterminados fins. A maior parte do tem-po eu não sei como essas organizaçõesganham dinheiro, porque do jeito que ascoisas são era para perder muito dinhei-ro. Porque você não valoriza um traba-lho bem feito, você nivela todo mundo

por baixo e as coisas não saem nadabem, não tem qualidade. O que você pre-cisaria para gostar de seu trabalho? Pri-meiro, ter escolhido uma coisa que tema ver com você. Condição de trabalhomínima, ser visto. Qualquer pessoa pre-cisa ser vista, reconhecida, seja pelopúblico, pelo colega, pelo chefe.Até onde o sofrimento no trabalhopode levar uma pessoa no campo dostranstornos mentais?O que me preocupa nos casos que eupego são as possibilidades do suicídio ehomicídio. Tenho muitos caos que eu ficoextremamente preocupada que o caravai se matar ou vai matar o chefe. Eusaio de lá e fico pensando: ‘vou ter quedar uma controlada para ver o que essecara vai aprontar’. Outra coisa queacontece, desdobramento desses casos,são os que vão chegar numa psicose evão para internação em hospital psiquiá-trico e muito dificilmente tem reversãoou a pessoa sai fragilizada e com recaí-das constantes.Você já presenciou casos assim...Eu já tive casos assim, por causa de che-fia. Tive uns dois ou três casos que aca-baram em psicose mesmo. Um não re-verteu mais, outro reverteu, mas vai mu-dar totalmente de trabalho, de área, devida. E outro está em andamento, não seicomo vai configurar no final. Mas tenhomuitos casos que tem aparecido com in-dústria de alta tecnologia, informática,empresas de ponta mundial. Empresasque você não esperaria essas coisas.Como exigir produção de um analista desistema, o cara tem que pensar, analisaro sistema. Mas eles são cobrados por pro-dução de maneira afrontosa. E relatamque têm vários colegas em situação iguale que provavelmente vão me procurar.Já estou esperando os ‘boons’ em algu-mas áreas - como a universidade, a saú-de e áreas de alta tecnologia. Banco nemse fala, já era uma constante antes.

Psicóloga dedicada a casos de adoecimento no trabalho, Débora Glinadiz que sistemas de metas e avaliações não valorizam o trabalho nem aqualidade, mas números frios

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Participantes durante o Seminário Internacional de Assédio Moral, realizado na UFRJ

24 / NOVEMBRO / 2010 �11

Por André Pelliccione

Como parte de uma parceria entre omunicípio e o Hospital das Clínicas deNiterói/Amil, no dia 22/10 o então Se-cretário de Saúde de Niterói, AlkamirIssa, entregou três elevadores do Hos-pital Carlos Tortelly (antigo CPN), su-postamente recuperados, após seis anossem efetivo funcionamento. Segundoservidores da unidade, no entanto, umdos três elevadores teve que ficar forade uso, após apresentar defeito.

O diretor da Regional Niterói doSindsprev/RJ, Sebastião José de Souza(o Tão), questionou o que chamou de‘encenação’ e ‘factóide’ da Prefeiturana ‘questão dos elevadores’. “Só fize-ram a recuperação do maquinário por-que a forração interna dos elevadoresnão foi sequer trocada. O que a popula-ção e os servidores estão se perguntan-do é por que a Prefeitura ficou omissadurante esse tempo todo? Por que dei-xou o Hospital sem elevadores duranteum período de seis anos, para só depoisfazer uma recuperação, e mesmo assimparcial?”, questionou.

Falta de elevadores gerou ocaos na unidade

Sebastião também disse sereminverídicas as afirmações feitas pelo di-retor do Hospital, o médico André Mar-celo Barros de Magalhães, segundo asquais os serviços na unidade ‘teriam fun-cionado normalmente’ no período em queos elevadores estiveram parados. “Aocontrário do que afirmou o diretor doHospital, as rotinas do Carlos Tortelly

Por André Pelliccione

O desrespeito aos mais elementa-res direitos trabalhistas tem marcadoa relação da Prefeitura de São Gon-çalo com os 1.200 agentes comunitá-rios de saúde (ACS), que há anos nãorecebem contracheque com a discri-minação de seus proventos. Segundodenunciado pelos próprios ACS, o des-conto previdenciário não estaria sen-do repassado pela Prefeitura ao INSSe muitos trabalhadores só descobrirama irregularidade ao consultarem oCNIS (Cadastro Nacional de Informa-ções Sociais). “Vários ACS têm leva-do um susto ao saberem que seus des-contos previdenciários não estão sen-do repassados ao INSS. É um desres-peito muito grande com a categoria,que em 2008 conquistou a regulariza-ção funcional através da Lei 173”, pro-testou a diretora da Regional São Gon-çalo do Sindsprev/RJ, Jane Amaral.Segundo ela, se a Prefeitura respeitas-se a Lei 173, os atuais problemas nãodeveriam mais estar ocorrendo. “A Leiprevê que os ACS têm direito a fériasremuneradas, FGTS e contracheque,entre outros direitos, mas o contra-cheque continua não sendo fornecidoe o resultado é um grande constrangi-mento para todos os ACS, que para fa-zerem um simples crediário precisamde uma declaração da Prefeitura com-provando seu vínculo empregatício. Opior é que nessas declarações a Pre-feitura ainda erra ao dizer que somosregidos por um contrato administrati-vo, quando na verdade estamos sobregime de emprego público”, criticou.

Demissões arbitráriase mais desrespeito

A Lei 173 também vem sendodescumprida pela Prefeitura em outrosdispositivos de seu texto. Em 2008,logo após as eleições municipais da-quele ano, 12 ACS foram arbitraria-mente demitidos em total desrespeitoao texto da Lei (Art. 7º, IV), que as-segura, aos trabalhadores, abertura deprocesso administrativo com acompa-nhamento por comissão paritária com-posta de representantes da gestãomunicipal, da categoria profissional edo Conselho Municipal de Saúde. Naépoca, após manifestações de ACS euma ocupação da Prefeitura, o entãosubsecretário de saúde e atual titularda pasta, Daniel da Silva Junior, com-prometeu-se a reintegrar os ACS. Noentanto, passados dois anos, oito delesainda continuam demitidos.

Na tentativa de reverter as demis-sões e solucionar todos os problemasoriundos do descumprimento da Lei —como não fornecimento de contrache-ques, entre outros —, o Sindsprev/RJjá enviou inúmeros ofícios à SecretariaMunicipal de Saúde, solicitando reunião

SAÚDE NITERÓI

ACS/ACE

Prefeitura de São Gonçalo continua desrespeitandoLei que criou cargo de ACS no município

SMS de Niterói cria factóide na‘recuperação’ de elevadores do CPN

foram bastante alteradas nos últimos seisanos devido justamente ao não funcio-namento dos três elevadores. As cenasmais comuns nesse período foram paci-entes, embora sem condições para tal,sendo obrigados a subir rampas. Nósservidores ficamos sobrecarregados eainda continuamos sem condições de tra-balho. É só lembrar que no CPN faltamantibióticos, roupas de cama e os exa-mes de alta complexidade não estão sen-do feitos. É o descaso total com a saúdepública”, completou.

abrangidos pela Lei 173 e não poderi-am ser tratados dessa forma”, concluiuela.

Repasse federal a prefeiturastem que chegar aos ACSs

O Ministério da Saúde publicou aportaria que estabelece o novo valorda verba repassada às prefeituras paracusteio das despesas de pagamento deagentes comunitários de saúde. O va-lor foi majorado de R$ 651,00 para R$714,00, um reajuste de 9,6%. O efeitoda portaria é retroativo a julho de 2010,mas a maioria das prefeituras não cos-tuma repassar o reajuste aos trabalha-dores.

Estes recursos, qualificados peloMinistério da Saúde como “IncentivoFinanceiro referente aos Agentes Co-munitários de Saúde”, deveriamnortear o piso pago à categoria nosmunicípios. Isto, no entanto, não é cum-prido. “A maioria dos municípios pagasalário mínimo”, conclui Jane Amaral.

Não às parceriaspúblico/privadasOutro questionamento apresen-

tado pelo Sindsprev/RJ é quanto aométodo utilizado pela Prefeitura —parceria com uma empresa privada— na suposta recuperação dos ele-vadores do CPN. “É realmente la-mentável que, após ter se omitidodurante anos, a Prefeitura agorafaça parceria com a Amil, gestorado Hospital das Clínicas de Niterói,uma empresa cujo interesse comer-cial estará sempre em conflito coma saúde pública, gratuita e de qua-lidade para a população”, criticouele, para completar. “Em setembrodeste ano, para supostamente so-lucionar a falta de pessoal na saú-de, a Prefeitura enviou à CâmaraMunicipal uma mensagem execu-tiva pedindo autorização para con-tratar servidores sem concurso pú-blico. A população tem que estaralerta e perceber que isto vaiprejudicá-la e contribuir parasucatear ainda o serviço público,abrindo brecha para contratação de

apadrinhados políticos. Asaúde precisa de pessoal,mas as contratações devemser feitas por concurso, comodiz a lei”, concluiu.

Todos os questiona-mentos do Sindsprev/RJconstam de nota enviada nomesmo dia 22/10 aos princi-pais veículos de comunica-ção do Estado do Rio.

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urgente com Daniel Junior. Nenhumadas solicitações foi respondida.

De acordo com Jane Amaral, maisum ACS foi arbitrariamente demitidoem outubro deste ano. “Estamos real-mente muito preocupados com essescasos e continuaremos lutando pelareintegração dos ACS, que estavam

Ao lado, ocupação da Prefeitura em2008, quando houve as demissões

JaneAmaral(acima)questionaprefeiturade SãoGonçalo

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Sebastião José de Souza (o Tão)

12� 24 / NOVEMBRO / 2010

FEDERAIS SEM DATA-BASE

Por Hélcio Duarte Filho

O governo voltou a defender o pro-jeto de lei que fixa limites estreitos paraaumentos de despesas com servidorese que, na prática, congela salários e tra-va a expansão dos serviços públicos. Oporta-voz da ofensiva contra os servi-dores foi o ministro das RelaçõesInstitucionais, Alexandre Padilha. Eledisse ao jornal “Estado de São Paulo”,no dia 12 de novembro, que o governodefende a proposta (PLP 549/2009) eque a próxima legislatura deverá traba-lhar para aprová-la. Padilha ocupa car-go de articulação política muito próximoà Presidência da República.

O ministro Paulo Bernardo (Plane-jamento) já havia divulgado, após o se-gundo turno das eleições, posição favo-rável à retomada dos esforços pela apro-vação da proposta. Alguns jornais noti-ciaram, inclusive, que ele teria conver-sado sobre isso com a presidente eleita,Dilma Rousseff.

Enquanto discute o possível conge-lamento salarial, o governo conseguiuaprovar um relatório preliminar para aLei Orçamentária de 2011, que, pelo 16ºano consecutivo, não prevê a revisãoanual dos salários do funcionalismo,como determina a Constituição Federal.A mesma proposta, no entanto, reservaR$ 291 bilhões para despesas financei-ras da União, como pagamento de jurosou amortizações das dívidas públicas,dinheiro que beneficia majoritariamentebanqueiros e especuladores.

Projeto tramita na Câmara

O PLP 549/2009 foi aprovado no ple-nário do Senado Federal ao final do anopassado, por unanimidade dos votos dossenadores presentes à sessão. Está ago-ra na Comissão de Finanças da Câmarados Deputados, onde chegou após serrejeitado na Comissão de Trabalho, Ad-ministração e Serviços Públicos (Ctasp).A derrota nessa comissão, unânime,ocorreu em meio a uma forte pressãodos servidores. Situação bem diferenteda votação no Senado, que aprovou deforma ‘silenciosa’ a proposta.

Na Comissão de Trabalho, o relatorda proposta e vice-líder do próprio go-

PLENÁRIA CONLUTAS CSP

CSP-Conlutas defendereorganizar luta unificada

dos servidoresA Central Sindical e Popular - Conlutas defende

a retomada do movimento unificado dos servidorespúblicos para não só defender a data-base, como en-frentar possíveis ataques do próximo governo. A ple-nária nacional da entidade definiu essa como umadas prioridades do momento. O objetivo inicial é forta-lecer o seminário da Cnesf (Coordenação Nacional dosServidores Públicos Federais), de 11 a 13 de dezem-bro, que reunirá representações do setor e avaliará aatual situação da categoria. O diretor Manoel Crispimrepresentou o Sindsprev-RJ na plenária, que tambémdiscutiu iniciativas em outras áreas, como a luta pelaigualdade racial e o combate à criminalização dosmovimentos sócias. A cobertura completa das deli-berações da CSP-Conlutas está no site do sindicatona internet (www.sindsprevrj.org.br).

Após eleição de Dilma, governo fala em aprovar em2011 projeto que congela salários de servidores

Ministro diz que

governo quer

‘acelerar’ PL que

limita salários e

aprová-lo em 2011;

Orçamento não prevê

reajustes

verno na Câmara, deputado Luis CarlosBusato (PTB-RS), recomendou a rejei-ção do PL por conta disso. Explicou quefora convencido pelos argumentos dedirigentes sindicais que mostraram a eleque os limites previstos impossibilitariama expansão da universidade pública.Mesmo rejeitado, o projeto continua tra-

mitando porque o regimento da Câmaranão dá à Comissão de Trabalho poderespara extingui-lo.

O PLP 549 determina que o aumen-to das despesas com a folha de paga-mento não exceda a inflação do anoanterior mais 2,5% ou o índice de cres-cimento do Produto Interno Bruto, o que

for menor. Estudos apontam que essespercentuais para aumento global da fo-lha, o que inclui despesas com novascontratações e aposentadorias, seriamconsumidos apenas com o crescimentovegetativo da folha, decorrente das pro-gressões automáticas e da reposição depessoal.

Congresso da Classe Trabalhadora, em junho deste ano, que na época denunciou possivel congelamento de salários

Ministro Paulo Bernando

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