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Serviços financeiros: Aplicação de um enquadramento para os mercados financeiros: Plano de Acção Comunicação da Comissão COM(1999)232, 11.05.99

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S€rviços financeiros:Aplicação de um enquadramento

para os mercados financeiros:Plano de Acção

Comunicação da Comissão

COM(1999)232, 11.05.99

I. Introdução:

Tem vindo a ser realizado, desde 1973, um mercadoúnico dos serviços financeiros, tendo sido alcançadosprogressos importantes no sentido de instituir umquadro prudencial seguro em que as instituiçõesfinanceiras possam efectuar as suas operações noutrosEstados-Membros. No entanto, os mercados financeirosda União mantêm-se compartimentados e as empresas econsumidores continuam a não poder beneficiar doacesso directo a instituições financeiras transfronteiras.Contudo, assiste-se agora a uma mudança de ritmo.Com a introdução do euro, existe uma oportunidadeúnica para dotar a UE de um aparelho financeiromoderno, no qual o custo do capital e da intermediaçãofinanceira seja mantido ao nível mínimo possível. Osutilizadores empresariais e privados dos serviçosfinanceiros beneficiarão significativamente, sendosimultaneamente impulsionado o investimento e oemprego em toda a União. As mudanças estruturaisdesencadeadas pelo euro trarão novos desafios para asautoridades de regulamentação e supervisão financeira,às quais será necessário dar uma resposta eficaz, comvista a assegurar uma distribuição regional equilibradados benefícios decorrentes de mercados de serviçosfinanceiros competitivos e integrados.

Reconhecendo esta mudança do panorama do sectorfinanceiro, o Conselho Europeu de Cardiff convidou aComissão, em Junho de 1998, "a apresentar umenquadramento de acções destinadas a melhorar omercado único dos serviços financeiros"1. Em resposta aeste mandato a Comissão publicou uma Comunicação2

na qual se identificava uma série de problemasrelativamente aos quais era necessária uma acçãourgente para que fosse possível retirar todos osbenefícios da moeda única e assegurar a optimização dofuncionamento do mercado financeiro europeu. Foramidentificados os seguintes cinco domínios prioritários deacção:

• a União deveria dotar-se de um quadro legislativoadequado para dar resposta aos novos desafios quese colocam em matéria de regulamentação;

• a necessidade de suprimir os últimos entraves à

integração dos mercados financeiros, de modo areduzir o custo de capital nos mercados europeus ;

• os utilizadores e prestadores de serviços financeirosdeveriam ter a possibilidade de beneficiarlivremente do potencial comercial proporcionadopelo mercado financeiro único, em paralelo comum elevado nível de protecção dos consumidores;

• deveria ser incentivada uma coordenação estreitaentre as autoridades de supervisão; e

• a instituição de uma estrutura integrada europeia afim de apoiar o desenvolvimento das operaçõesfinanceiras tanto de grandes como de pequenosmontantes.

O Conselho Europeu de Viena, realizado em Dezembrode 1998, considerou que era vital que o consensoinequívoco existente quanto aos desafios e àsoportunidades presentes para os mercados financeirosda União se traduzisse com a máxima urgência naelaboração de um programa de trabalho concreto3, noqual fosse sublinhado o papel impulsionadordesempenhado pelo sector dos serviços financeiros nocrescimento e na criação de emprego, bem como anecessidade de fazer face aos novos desafios colocadospela introdução da moeda única. Deste modo, umgrupo de representantes pessoais dos Ministros doConselho ECOFIN e do Banco Central Europeu,presidido pela Comissão, foi incumbido da tarefa deapoiar esta instituição na selecção das prioridades deacção a apresentar ao Conselho ECOFIN de 25 de Maio.

O Grupo de Política dos Serviços Financeiros (GPSF)reuniu-se em três ocasiões. As suas deliberações, bemcomo o amplo processo de consulta anteriormenterealizado a nível do Quadro de Acção e da Resolução doParlamento Europeu4, representaram um apoio

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1 Ponto 17 das conclusões da Presidência, Conselho Europeu de Cardiff (15e 16 de Junho de 1998).

2 COM (1998) 625 28.10.1998: “Serviços financeiros: criar um quadro deacção”.

3 Ponto 51 das conclusões da Presidência, conselho Europeu de Viena (11 e12 de Dezembro de 1998).

4 Ref. PE 229 721 final de 15.04.1999.

Aplicação de um enquadramento para os mercadosfinanceiros: Plano de Acção

importante para a Comissão no desenvolvimento deuma perspectiva renovada para a realização destestrabalhos. Assim a Comissão está actualmente emcondições de submeter a presente Comunicação, a qualembora não constitua um relatório do GPSF reflecte oteor geral dos seus trabalhos e dos debates nelerealizados. A presente comunicação da Comissão,enquanto possível base para um futuro programa detrabalho neste domínio, assenta nas políticas acordadaspela Comissão e que foram desenvolvidas nos debatescom o GPSF e o Parlamento Europeu. A presentecomunicação tem em vista:

• confirmar os objectivos que poderão constituir aslinhas orientadoras em matéria de política dosserviços financeiros nos próximos anos;

• definir uma ordem de prioridades relativas e umcalendário indicativo para a sua realização; e

• identificar um certo número de mecanismos quepodem contribuir para a sua realização.

O Plano-Quadro de Acção apresentado em anexoconstitui um programa em que são manifestadas asaspirações quanto a um rápido progresso no sentido deum mercado financeiro único. Constitui também umplano ilustrativo, que poderá ser prosseguido pelapróxima Comissão, a qual terá evidentemente de decidiras condições em serão iniciadas as diferentes acções. Ocalendário indicativo reflecte a hierarquização dasprioridades sugerida pelos debates no GPSF e com oParlamento Europeu. O Parlamento Europeu e oConselho, pela sua parte, são convidados a confirmar oconteúdo e o carácter urgente do Plano de Acção. Namedida em que seja concedido apoio político ao maisalto nível, o Parlamento Europeu e o Conselho sãoconvidados a envidarem todos os esforços para assegurarum rápido acordo e execução das medidas específicasnele previstas.

II. Tratamento dos domínios emcurso mais urgentes

Até ao momento, não puderam ser adoptadas váriaspropostas com implicações imediatas importantes parao funcionamento dos mercados financeiros da União,em razão da persistência de impasses políticos. Asupressão destes impasses, permitiria uma contribuiçãoimediata e significativa para o bom funcionamento domercado financeiro único e constituiria um indícioclaro do empenhamento político no sentido de progrediro mais rapidamente possível. Em Fevereiro último, os

Ministros ECOFIN acordaram em redobrar os seusesforços a fim de chegar a um acordo sobre quatroiniciativas legislativas fundamentais (as duas propostasrelativas à dissolução e à liquidação das instituições decrédito e das empresas de seguros, a proposta da DécimaTerceira Directiva Direito das Sociedades (ofertaspúblicas de aquisição) e o Estatuto da SociedadeEuropeia)5 . Embora não tenha sido possível qualqueravanço decisivo, os progressos são contudo evidentes.

O Conselho é convidado a confirmar aimportância fundamental destas iniciativaspara um mercado financeiro único eficaz e aprocurar resolver as dificuldades remanescentescom a máxima urgência possível.

Foi igualmente atribuído um elevado grau de prioridadea um certo número de outras iniciativas, com vista àsua adopção antes do próximo século. No âmbito doquadro de acção apresentado em anexo, ambos osconjuntos de iniciativas são claramente consideradasurgentes e incluem:• as duas propostas de Directivas relativas aos

organismos de investimento colectivo em valoresmobiliários (OICVM);

• a proposta de Directiva relativa à venda à distânciade serviços financeiros;

• a proposta de Directiva relativa à moedaelectrónica.

O Conselho e o Parlamento Europeu sãoconvidados a tomar todas as medidasnecessárias para garantir um acordopolítico sobre estas importantespropostas antes de 31.12.99.

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5 La Proposition de directive sur l'assainissement et la liquidation desétablissements de crédit aidera à circonscrire et à mieux contenir le risquede contrepartie. Elle fournirait, en tant que telle, une protection majeurecontre le risque systémique et serait une composante indispensable d'unestructure assurant la solidité et la stabilité des marchés financiers. LaProposition de Directive sur l'assainissement et la liquidation desentreprises d'assurance permettrait aux sociétés d'assurance, ainsi qu'àleurs preneurs d'assurance, à leurs employés et à leurs créanciers, dedisposer de la sécurité juridique et de la confiance nécessaires pour tireravantage du marché financier unique. Le statut de la société européenne(propositions de directive et de règlement) contribuerait à accroître latransparence en ce qui concerne les structures de gestion et de propriété etpermettrait également de disposer d'un point de référence juridiquerationnalisé pour les opérations paneuropéennes. Elle devrait contribuerutilement à l'intégration du marché primaire et représenter une avancéemajeure vers l'émergence (sous la poussée du marché) de normes degouvernement d'entreprise au niveau de l'Union. La proposition sur lesoffres publiques d'achat (13e directive "droit des sociétés") devrait faciliterla restructuration du secteur financier - un processus qui est en coursd'accélération - et représenter une étape majeure de l'émergence dansl'Union d'un marché ouvert de la propriété d'entreprise.

III. Novas prioridades para o mercadofinanceiro único

O amplo processo de consultas empreendido no decursodos últimos 12 meses, a Resolução do ParlamentoEuropeu e os trabalhos do GPFS confirmaram que eranecessário encontrar um novo dinamismo caso sepretendesse tirar plenamente partido do potencialevidente proporcionado pelo mercado financeiro único epela moeda única. O plano de acção apresentadoestrutura e aprofunda os domínios que foram jáabordados na comunicação da Comissão, tendo sidoenriquecido com os resultados das discussões travadas anível do GPFS. Relativamente à maioria das acçõesapresentadas, a Comissão já teve ocasião de confirmarou anunciar a sua intenção de tomar iniciativas, àmedida que foram emergindo desses debates. Asmedidas previstas enquadram-se essencialmente em trêsdomínios: os mercados das grandes operações; osmercados das pequenas operações e a solidez dosmecanismos de supervisão. O Plano-Quadro (emanexo) proporciona, por seu turno, uma basepormenorizada para estes trabalhos, que deverãoassentar nos esforços de outros organismos formais ouinformais, sempre que adequado. O último capítulo dopresente documento é consagrado a certos problemasassociados às políticas de acompanhamento, quetinham sido identificados na comunicação da Comissãode Outubro de 1998.

Mercados de grandes operações:

O euro constitui o catalizador da modernização dosmercados europeus de valores mobiliários e de produtosderivados, impulsionada pelas forças do mercado. É jávisível uma profunda evolução da organização daspraças financeiras da União, nomeadamente a nível dasrelações entre as diversas bolsas e da consolidação dossistemas de pagamento e de liquidação de títulos. Estaevolução permite antever a criação de mecanismos definanciamento menos onerosos e mais flexíveis para associedades mutuárias, incluindo as novas empresasinovadoras. Por outro lado, o actual emaranhado debarreiras administrativas e jurídicas deverá serprofundamente racionalizado, se se pretender evitar umfalhanço a nível do processo de constituição de umsistema mais integrado de negociação dos valoresmobiliários impulsionado pelas forças de mercado,insucesso esse que impediria que se beneficiasse dacriação de mercados de capitais de dimensão europeia.Globalmente, as medidas necessárias poderãoenquadrar-se em cinco vectores:

1. Regras comuns para os mercados integrados devalores mobiliários e de produtos derivados.

A Directiva relativa aos serviços de investimento (DSI)deverá ser urgentemente actualizada, para que possaconstituir uma pedra angular de um mercado integradode valores mobiliários, sendo necessário criar ascondições para uma prestação efectiva de serviços deinvestimento transfronteiras. Apesar de a DSI determinarque os Estados-Membros deverão ter em conta em quemedida o cliente/investidor é suficientemente sofisticadopara assumir a plena responsabilidade peladeterminação das regras aplicáveis, continuam apersistir obstáculos às operações transfronteiras. Apesardesta disposição, as autoridades do país de acolhimentocontinuam a aplicar as suas regras de condutaprofissionais. No entanto, poderá ser necessário emúltima instância estudar em que medida a aplicaçãodas regras de conduta profissionais do país deacolhimento - que constitui o princípio básico da DSI -continua a coadunar-se com as necessidades de ummercado integrado de valores mobiliários.

Uma comunicação de síntese das interpretaçõescomuns das autoridades nacionais desupervisão poderá representar um importanteprogresso no sentido da clarificação da fronteiraentre investidor sofisticado (casos em que aescolha das "regras de conduta profissionais"será deixada ao critério das duas partescontratantes) e o investidor menos profissional(caso em que continuarão a ser aplicáveis asregras nacionais).

Novas questões regulamentares: Novas evoluções,nomeadamente sob o impacto do progresso tecnológico,vieram igualmente colocar um novo desafio importante.A definição de um quadro jurídico moderno adaptado amercados secundários competitivos pressupõe um umaabordagem comum relativamente aos seguintes pontos:• definições dos mercados e das bolsas (de forma a

assegurar que as responsabilidades em matéria deautorização e de supervisão sejam claramenteatribuídas);

• as condições em que os corretores e as sociedadesde corretagem podem ser automaticamenteautorizados a participar à distância em todos osmercados regulamentados e a supressão dequalquer restrição que impeça o exercício deactividades conexas;

• uma abordagem comum em matéria de

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autorização e supervisão dos "sistemas denegociação alternativos";

• mecanismos rigorosos destinados a combater amanipulação dos mercados.

Todas as partes interessadas (bolsas, mercadosregulamentares, autoridades prudenciais,intermediários e emitentes) serão consultadascom base no Livro Verde da Comissão. Aeventualidade de uma adaptação do própriotexto da DSI será igualmente examinada. Serátambém estudada aprofundadamente autilidade de propostas legislativas específicasdestinadas a combater as manipulações domercado.

2. A mobilização de capitais à escala europeia.

A obrigação imposta aos emitentes de apresentaremnumerosos tipos de documentos oficiais, antes deoferecer acções de outro Estado-Membro revela-seextremamente onerosa e é sem dúvida alguma inibidoradas actividades pan-europeias. A aplicação de requisitosnacionais adicionais impediu que se chegasse aoreconhecimento mútuo dos prospectos, que tinha sido oobjectivo da Directiva de 1989 relativa aos prospectos deoferta pública.

A Comunicação da Comissão intitulada "Capital derisco: chave para a criação de emprego na UniãoEuropeia"6, já aprovada pelo Conselho Europeu deCardiff, sublinhou as oportunidades que a Europa temperdido em termos de investimento e de emprego devidoao fraco grau de desenvolvimento dos seus mercados decapitais de risco. Um certo número de obstáculos aosurgimento de uma oferta efectiva de capitais de riscodecorre a abordagem fragmentada da regulamentaçãodos mercados de valores mobiliários. Estas discrepânciasimpedem que esses mercados atinjam um volumecrítico para que possam constituir uma alternativaviável face a fontes de financiamento mais onerosas emenos flexíveis para as empresas inovadoras em fase dearranque. As acções identificadas na comunicação sobreos capitais de risco, conjugadas com eventuais medidasapresentadas no presente documento fomentarão oaparecimento de mercados mais vastos e líquidos a nívelda UE: Uma cooperação mais estreita entre asautoridades de supervisão dos valores mobiliárioscontribuiria igualmente para este objectivo. Estas acçõesforam integrados no presente Plano-Quadro de Acção, oque permitirá manter a pressão a favor das mudanças.

A fim de assegurar progressos concretos naaplicação da directiva relativa aos prospectos,será intensificada a colaboração entre aComissão e a FESCO7 . Estes trabalhos poderãoconduzir à introdução de melhorias nestadirectiva. Estes ajustamentos poderão facilitar aaplicação concreta do reconhecimento mútuodos prospectos e permitirão que sejam instituídosnovos procedimentos simplificados para asoperações de financiamento posteriores (emespecial, instituindo as bases de uma aceitaçãocomum dos procedimentos de registo dereferência - "shelf-registration techniques").

A fim de apoiar a dinâmica política no que serefere aos mercados de capitais de risco, serápublicado nos próximos meses um relatóriointercalar sobre os progressos realizados pelosEstados-Membros na aplicação do Plano deAcção para o capital de risco, aprovado peloConselho Europeu de Cardiff. Neste relatórioserão sublinhadas as medidas adoptadas pelosEstados-Membros para tirar partido, em termosde criação de emprego, de mercados de capitalde risco activos e dinâmicos.

3. Informações financeiras.

A existência de uma informação financeira comparável,transparente e fiável constitui uma condiçãofundamental de um mercado de capitais integrado eeficaz. A falta de comparabilidade desincentiva oinvestimento transfronteiras, em virtude das incertezasquanto à credibilidade dos mapas financeiros.Concluiu-se nos debates realizados no âmbito do GPSFque é urgente encontrar soluções que proporcionem àssociedades a possibilidade de mobilizar capitais em todaa União, utilizando mapas financeiros elaborados combase num único conjunto de obrigações de informaçãofinanceira. A procura de capitais não se limita àsfronteiras da União. As sociedades europeias podemtambém ter necessidade de mobilizar capitais nosmercados internacionais. As soluções tendentes amelhorar a comparabilidade no mercado comunitáriodevem reflectir a evolução a nível das melhores práticasaceites internacionalmente.

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6 SEC (1998) 552, Abril 1998.7 Fórum das Commissões de Valores Mobiliários Europeias (Forum of

European Securities Commissions)

Na situação actual, as normas contabilísticasinternacionais (IAS) parecem constituir a referênciamais sólida para a instituição de um conjunto único derequisitos de informação financeira, que permita àssociedades (que o pretendam) mobilizar capitais nosmercados internacionais. Por outro lado, as normasinternacionais de auditoria (International Standards onAuditing) parecem corresponder aos critérios mínimosque devem ser satisfeitos para que os mapas financeirospublicados sejam credíveis.

As discussões no âmbito do GPSF suscitaram umvivo debate sobre a forma como os objectivosinterligados de assegurar a comparabilidade dainformação financeira e de garantir o seualinhamento pelas melhores práticasinternacionais podem ser atingidossimultaneamente. Uma possibilidade,actualmente a ser examinada consistiria emconceder às sociedades (como única alternativaface à elaboração dos seus mapas financeirosem conformidade com a legislação nacionalque transpõe as directivas contabilísticascomunitárias) a possibilidade de publicar osmapas financeiros com base nas normas IAS. Oobjectivo da comparabilidade das informaçõesfinanceiras seria respeitado, mediante aexclusão dos desvios nacionais face às IAS paraas sociedades que optem por esta alternativa.Seria no entanto necessário um mecanismo deexame, a fim de assegurar que o conjunto dasnormas IAS corresponda inteiramente aoscritérios de interesse geral da União. Asautoridades de supervisão do mercado dosvalores mobiliários poderiam ser associadas aesta tarefa. Estas sugestões serão desenvolvidasnuma comunicação da Comissão a serapresentada até ao final de 1999, na qual serãodelineadas as alterações a serem introduzidasna Quarta e Sétima Directivas relativas aodireito das sociedades. As questões de auditoriaserão abordadas numa recomendação distintada Comissão

4. Criação de um quadro para o mercado único dos

regimes complementares de reforma.

Compete aos Estados-Membros organizarem os regimede pensões à luz das condições e requisitos nacionais.No entanto, sempre que existam fundos

complementares de pensões (associados a um contratode trabalho) estes deverão funcionar no quadro coerentede um mercado único. A instituição de um tal quadrofoi considerada prioritária pelos membros do GPSF, quelhe dedicaram um debate específico. Este debatecentrou-se nomeadamente em determinar se umquadro prudencial adequado para estes serviçosfinanceiros poderia permitir aos gestores dos fundosmelhorarem os seus resultados sem que fossecomprometida a protecção dos seus membros. Com aintrodução do euro, a utilização das regras decongruência monetária e critérios estritos de repartiçãodos activos por categorias podem ser progressivamente -embora não de forma exclusiva - serem substituídas porregras prudenciais qualitativas. Desta forma, os fundosde pensões poderão seleccionar os activos que melhor seadeqúem à natureza efectiva de longo prazo das suasresponsabilidades e, deste modo, reduzir o risco. A fimde criar as condições para o desenvolvimento dosregimes de pensões com capitalização, é necessário umquadro prudencial rigoroso com vista a assegurar asegurança para os beneficiários do fundo de pensões. Agarantia de um elevado nível de segurança e a melhoriados resultados dos fundos em benefício dos seusmembros não só incentivará a criação de emprego,mediante a redução dos custos não salariais dotrabalho, como também contribuirá para minorar ofardo crescente representado pelo financiamento daspensões de velhice em resultado das alteraçõesdemográficas. No desenvolvimento de uma novaabordagem, foi atribuída uma grande importância ànecessidade de garantir a igualdade das condições deconcorrência para todos os prestadores de planos depensões profissionais.

Ao disponibilizarem uma fonte de capitais de longoprazo, os fundos de pensões fomentarão igualmente osfluxos financeiros disponíveis para o investimento dosector privado (promovendo assim a criação de empregoe o crescimento). Esta abordagem poderá integrar umconjunto de medidas destinadas a contribuir parareduzir o fardo do financiamento das pensões de velhiceprovocado pela alteração demográfica. Por outro lado, afalta de um quadro jurídico comunitário geraldesincentiva a mobilidade da mão-de-obra, visto que édifícil transferir direitos dos trabalhadores de umEstado-Membro para o outro e impossível para osresidentes de um Estados-Membros aderir a um regimede pensões noutro Estado-Membro.

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Os traços gerais de um quadro prudencial paraos regimes complementares de reforma foramdiscutidos no GPFS e no Comité dos Seguros,prevendo-se a publicação de uma comunicaçãona qual serão consolidados os debates econsultas realizados nos últimos tempos. Estacomunicação poderá constituir a base de umaproposta de directiva relativa à supervisãoprudencial dos fundos de pensões. O respectivoquadro prudencial tomará em consideração adiversidade dos fundos de pensões actualmenteexistentes na União Europeia e abrangerá:autorização, apresentação de informações,critérios de competência e idoneidade e regrassobre compromissos e investimentos, emparalelo com uma combinação de regrasquantitativas e qualitativas. Deverão serigualmente exploradas questões como acoordenação dos mecanismos fiscais aplicáveisaos planos complementares de pensões e asupressão dos obstáculos à mobilidade da mão-de-obra.

5. Garantias.

Os trabalhos com vista à adopção da Directiva relativa àliquidação e ao seu carácter definitivo demonstram aimportância de regras comuns em matéria de garantiasprestadas a sistemas de pagamento e de liquidação devalores mobiliários, devendo ser consideradosprioritários novos progressos em matéria de garantias,embora alargados a outros domínios. A aceitaçãomútua do carácter executório das garantiastransfronteiras é indispensável para a estabilidade dosistema financeiro da União Europeia e para umaestrutura eficaz e pouco onerosa de liquidação devalores mobiliários. Actualmente, estas condições nãoestão ainda preenchidas: verifica-se um risco maiselevado de não validade das garantias transfronteiras,bem como um maior grau de incerteza no que dizrespeito à possibilidade da sua execução, no caso de ogarante se tornar insolvente. Se essas dificuldades nãoforem resolvidas, as operações transfronteiras sobrevalores mobiliários estarão sujeitas a riscos e custosmais elevados.

A Comissão tenciona começar os trabalhos sobrepropostas de medidas legislativas sobre asgarantias, em estreita cooperação com o sectordos serviços financeiros e com as autoridadesnacionais.

6. Um quadro seguro e transparente para as operações

de reestruturação transfronteiras.

A UE está actualmente a presenciar um movimentogeneralizado de reestruturação sectorial, em especial nosector financeiro. A adopção tão rápida quanto possívelda Directiva relativa às ofertas públicas de aquisição edo Estatuto da Sociedade Europeia proporcionará a basejurídica indispensável para a protecção dos accionistasminoritários e para uma organização mais racional dasestruturas jurídicas das sociedades no mercado único.Rápidos progressos em relação ao Estatuto da SociedadeEuropeia criarão as condições para que a Comissãoapresente propostas de directivas importantes (e que jádeviam ter sido adoptadas há muito) em matéria defusões transfronteiras de sociedades anónimas e detransferência da sede das sociedades.

A necessidade de assegurar um quadro seguro etransparente para as operações de reestruturaçãoassume uma especial importância sempre queenvolverem o sector dos serviços financeiros, devendonaturalmente ser tidos em consideração os aspectos decarácter prudencial. Por outro lado, é essencial que asnovas estruturas garantam um maior grau deeficiência, dado o papel fundamental dos serviçosfinanceiros na afectação eficiente dos recursos noconjunto da economia comunitária. Assim, para alémde deverem tomar plenamente em consideração osaspectos prudenciais na análise de processos dereestruturação (fusões, aquisições e ofertas deaquisição) as autoridades de supervisão deverão fazê-lono respeito dos princípios da transparência e da nãodiscriminação. A fim de evitar que aspectos prudenciaisnão especificados tenham como efeito obstáculosefectivos ou potenciais injustificados às operações dereestruturação, seria adequado que os eventuaisprocessos de autorização se baseassem num conjunto decritérios objectivos, conhecidos do público e estáveis ao

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longo do tempo. Uma tal abordagem foi apresentadapela Comissão na sua Comunicação sobre certosaspectos jurídicos respeitantes aos investimentostransfronteiras8 , em especial com vista a garantir a livrecirculação de capitais e a liberdade de investimento.

Mercados de pequenas operações:

A transformação radical verificada nos mercadosfinanceiros da UE deriva claramente do impulso dadopelos serviços relativos a grandes operações. No entanto,o sector das pequenas operações também atravessa umperíodo de consideráveis adaptações. Deste modo, aacção comunitária a nível dos mercados de pequenasoperações e da protecção dos consumidores continua aser uma importante prioridade.

Nos mercados financeiros, a política do mercado únicojá introduziu um quadro jurídico que permite àsinstituições financeiras oferecerem os seus serviços emtoda a União e permitiu instituir um mecanismo deprotecção em relação à falência das instituições e aorisco sistémico. Os depositantes e os tomadores deapólices de seguros estão já bem protegidos face aotrauma financeiro da insolvência. No entantocontinuam a persistir muitas barreiras à prestação deserviços transfronteiras. Em especial, deverão serabordadas as condições em que os produtos financeirospodem ser vendidos (por exemplo, as regras decomercialização). Os Estados-Membros continuam aaplicar regras nacionais para se protegerem de práticascomerciais desleais e para garantir a solidez eintegridade dos serviços financeiros e dos seusprestadores. Esta situação impede que os consumidorese prestadores tirem partido dos benefícios do mercadoúnico, de um aumento da escolha e do reforço dacompetitividade. As operações transfronteiras só poderãodesenvolver-se se os consumidores tiverem confiança naintegridade do serviço prestado e nos métodos de vendautilizados pelos prestadores, na sua seriedade e nadisponibilidade e eficácia dos mecanismos de recursoem caso de um diferendo. Razões semelhantes podemigualmente dissuadir os prestadores de prestaremserviços a consumidores residentes noutro Estado-Membro, em virtude do maior nível de custos e/ou dosriscos que essas transacções impõem ao prestador. Emvez de uma harmonização dos produtos financeirosdeverá ser prosseguido o reconhecimento mútuo dosrequisitos essenciais.

Será necessário abordar resolutamente os problemas de

carácter regulamentar e estrutural que impedem que osprestadores de serviços financeiros e os consumidoresbeneficiem mutuamente de um clima de confiança esegurança jurídica. Uma harmonização adequada eprogressiva das regras de comercialização e informaçãoem toda a União, em conjunto com a procurapragmática de soluções não legislativas abrem aperspectiva de um mercado de pequenas operaçõesplenamente integrado e que respeite integralmente osinteresses dos consumidores e prestadores de serviços. AComissão identificou cinco áreas fundamentais deacção.

1. Informação e transparência.

É indispensável que o consumidor disponha de umainformação clara e compreensível sempre que invistaum montante significativo da sua poupança noutropaís. Os consumidores precisam que a informação lhespermita avaliar as características do contrato, doprestador de serviços do investimento proposto. O sectordeve fazer tudo o que tiver ao seu alcance para satisfazeressas necessidades. Uma boa avaliação das informaçõesnecessárias será também útil para os prestadores deserviços, uma vez que contribuirá para a eficácia da suaactividade nos mercados de países parceiros. A Comissãoincentivará um diálogo construtivo entre prestadores eutilizadores mantendo-se perfeitamente disponível paradar resposta às preocupações dos cidadãos, se necessárioatravés de iniciativas legislativas.

A Comissão irá prosseguir uma política dediálogo entre prestadores e utilizadores deserviços financeiros, a qual terá como ponto departida a publicação de uma recomendaçãodestinada a complementar o código de boaspráticas em matéria de prestação deinformações no domínio do crédito hipotecário.Esforçar-se-á igualmente por desenvolver umapolítica abrangente neste domínio. Estesprincípios serão reflectidos numa comunicaçãoa ser publicada, na qual serão examinadosprincípios orientadores possíveis para atotalidade dos serviços financeirostransfronteiras, tomando em consideração asposições vigentes tanto a nível comunitáriocomo nacional.

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8 JO C 220 de 19.07.97.

2. Processos de recurso.

A incerteza dos consumidores acerca das possibilidadesde recurso na eventualidade de litígio contratualtransfronteiras constitui um dos obstáculos maissignificativos ao desenvolvimento do mercadofinanceiro único. Assim, será necessário instituirmecanismos eficientes, judiciais e extrajudiciais, para aresolução de litígios, a fim de instituir o clima deconfiança necessário para as actividades transfronteiras.

No quadro da sua política de cooperaçãoadministrativa no mercado único, a Comissãopoderá estudar a possibilidade de desenvolveruma rede transeuropeia para as queixas(incluindo o recurso a um provedor para osserviços financeiros). No domínio dos diferendosque envolvam consumidores, a Comissãobaseará a sua acção na recomendação sobre osorganismos responsáveis pela resoluçãoextrajudicial de litígios dos consumidores9 eseguirá a metodologia prevista nessedocumento. Assim, a fim de promover acooperação entre estes organismosextrajudiciais, a Comissão Europeia promoveráa criação de redes entre estes organismos, comvista a resolver os diferendos transfronteiras.Em última análise, os consumidores, em casode diferendo, devem ter a possibilidade derecorrer ao organismo extrajudicial competenteque respeite os critérios da Recomendação nopaís estrangeiro através do organismoextrajudicial correspondente do seu país. Éevidente que o recurso a organismosextrajudiciais não poderá em caso algumprejudicar o direito de os consumidoresintentarem ações perante os tribunais judiciais.Além disso, poderá também ser desenvolvida apolítica da Comissão de diálogo com os cidadãose as empresas a fim de prestar apoio e conselhosno âmbito dos procedimentos de recurso emtoda a União.

3. Uma aplicação equilibrada das regras de protecção

dos consumidores.

Se todos os Estados-Membros dispuserem do mesmonível básico de protecção, as autoridades nacionais

estarão mais inclinadas a permitir que os prestadores deserviços financeiros autorizados noutros Estados-Membros estabeleçam contactos com os seus clientes,sem impor requisitos adicionais a esses prestadores.

Para um certo número de produtos financeirosespecíficos, a Comissão poderá analisar asregras nacionais de protecção dos consumidores(incluindo disposições gerais que afectam osprodutos/prestadores de outros Estados-Membros). Poderá ser realizado um trabalhoaprofundado com vista a estabelecer eventuaisequivalências entre as regras que pareçamclaramente semelhantes. Este trabalho poderáculminar num relatório pormenorizado aoConselho e ao Parlamento Europeu cujasconclusões constituirão as bases das políticas aadoptar no futuro. A Comissão já anunciou asua intenção de emitir uma comunicação sobrea aplicação do interesse geral no sectorsegurador.

4. Preparar o terreno para as operações financeiras de

pequenos montantes realizadas por via electrónica.

Para muitos serviços financeiros, o comércioelectrónico está já a revolucionar os métodos dedistribuição e comercialização. Os prestadores -comunitários e extracomunitários - terão apossibilidade de contactar utilizadores potenciais paraalém das fronteiras nacionais, com um custo dedistribuição mínimo. Os utilizadores beneficiarão deuma gama mais lata e inovadora de produtos. Oimpacto global consistirá em reforçar e cimentar aintegração do mercado. As propostas de Directivasrelativas ao comércio electrónico e ás vendas à distânciajá apresentadas, promoverão o desenvolvimento destasactividades. No entanto, os debates no âmbito do GPSFsublinharam a necessidade de clarificação e coerênciaem certos domínios (como, por exemplo, a nível dasdiferenças existentes em matéria de procedimentosprudenciais e de sistemas de notificação). Muitas destasquestões, já identificadas no quadro das vendastransfronteiras nos mercados financeiros de pequenasoperações, colocar-se-ão ainda com mais acuidade.

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9 Recomendação 98/257 de 30.03.98.

A Comissão prevê a publicação de um LivroVerde no qual se analisará se as disposiçõesvigentes da legislação financeira contêmdisposições coerentes em matéria deprocedimentos prudenciais e proporcionam umquadro jurídico propício ao desenvolvimento daprestação de serviços financeiros por viaelectrónica, assegurando simultaneamente aprotecção plena dos interesses dos consumidores.

5. Mediadores de seguros.

Os Estados-Membros instituíram garantias tendentes aproteger os consumidores nas suas relações com osmediadores de seguros, mas as legislações nacionais sãodivergentes, uma vez que foram elaboradas segundolinhas de orientações muito diferentes, o que entrava alivre prestação de serviços. Dada a sua importânciafundamental para a melhoria do funcionamento domercado único dos seguros, é necessário definir umaabordagem clara e comum em matéria deregulamentação dos mediadores susceptível de facilitara livre prestação de serviços, assegurandosimultaneamente um elevado nível da protecção dosconsumidores.

A Comissão prossegue os seus trabalhos comvista a propor uma directiva:1) que actualizará a directiva de 1976 relativaaos mediadores de seguros e2) reforçará a protecção dos consumidores,mediante a definição de requisitos comuns,nomeadamente em matéria de registo,segurança financeira e informações a prestarao consumidor.

6. Pagamentos transfronteiras de pequenos montantes.

Sem um impulso ao mais alto nível político, existe operigo de os clientes individuais dos serviços financeirosse verem privados de alguns dos benefícios tangíveis deuma moeda única.

Em especial, as transferências bancárias de pequenomontante entre países da zona do euro continuarão asuportar elevados encargos, enquanto não for criadauma infra-estrutura moderna de pagamentos,susceptível de assegurar pagamentos transfronteirasseguros, eficientes e económicos. Os volumes

relativamente baixos das tranferências bancáriastransfronteiras, conjugados com uma série de factoresestruturais e administrativos, tornam difícil a criação deligações de acordo com tecnologia mais avançada. Noentanto, os cidadãos não estão dispostos - e a justo título- a tolerar uma situação em que os pagamentostransfronteiras suportam encargos que excedemlargamente os cobrados pelos sistemas de transferênciasnacionais. Se os encargos fossem reduzidos para umnível comparável ao das transferências bancáriasnacionais, realizar-se-iam poupanças de vários milharesde milhões de euros. A superação das deficiências a níveldas infra-estruturas exige uma estratégia concertada,apoiada ao mais alto nível político e incluindo asinstituições da UE, o SEBC e o sector privado, a fim deultrapassar as barreiras técnicas e comerciais.

De igual modo, as comissões cobradas por pagamentostransfronteiras através de cartão são mais elevadas (emuitas vezes mais opacas) do que as comissõescobradas a títulos dos correspondentes pagamentosnacionais - embora as diferenças sejam menosacentuados do que no que se refere às transferênciasbancárias. Neste domínio, a Comissão considera queuma combinação de esforços com vista a reforçar atransparência reduzir a fraude e intensificar a disciplinada concorrência poderiam contribuir para a reduçãodesses diferenciais.

Existe uma necessidade clara de sistemas depagamento de pequenos montantes integrados,que permitam transferências transfronteiras depequenos montantes competitivas e segurascomparáveis aos serviços prestados pelossistemas de pagamento nacionais cuja criaçãodeverá ter lugar antes do final do período detransição para o euro. Deverá ser lançado umesforço concertado que envolva o SEBC, asinstituições da UE e o sector privado, a fim de sechegar a uma solução tecnicamente segura eoperacional com a máxima urgência. OConselho e o parlamento Europeu sãoconvidados a dar o seu apoio a esta proposta e aconsiderá-la como um objectivo políticoprioritário no domínio dos serviços financeiros,bem como a desempenhar plenamente o seupapel no apoio à implementação de umasolução que sirva as necessidades dos cidadãos.A Comissão tenciona publicar umacomunicação, na qual será delineada umaestratégia destinada a garantir progressos navia deste objectivo.

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Estruturas de supervisão adequadas:

O regime regulamentar e de supervisão da UEproporcionou uma base sólida para a criação de umverdadeiro mercado único financeiro, caracterizado pelasolidez prudencial e pela estabilidade financeira. Oprocesso de convergência progressiva dos requisitosregulamentares liderado pela UE tem sido apoiado porum sistema alargado de memorandos de acordobilaterais informais entre autoridades de supervisãofinanceira. Este sistema proporcionou regras práticas emeios pragmáticos comuns para transpor e aplicar asdirectivas da UE relativas ao mercado único dos serviçosfinanceiros. No entanto, no futuro assistir-se-á a novosdesafios. Aceleração do ritmo da consolidação no sectore a intensificação das ligações entre mercadosfinanceiros, em resultado da transição para o euro,impõem uma análise circunstanciada das estruturasdestinadas a conter e supervisionar o risco institucionale sistémico. Num contexto caracterizado por efeitos detransmissão fortes e imediatos entre os mercadosbancários e dos valores mobiliários da UE, existemrazões para acreditar que a situação actual não podemanter-se a longo prazo. Assim, existe actualmentemaior necessidade e um maior empenhamento eminiciar uma discussão aberta sobre as estruturas queserão necessárias para assegurar uma regulamentação esupervisão adequadas de um mercado financeiro único.

No que diz respeito à regulamentação, a União deveráenvidar todos os esforços para manter padrões exigentesde regulamentação prudencial das suas instituiçõesfinanceiras. Estes padrões deverão ser mantidosactualizados face à evolução do mercado e os requisitosde capital devem reflectir de forma precisa os riscosincorridos com os bancos, empresas de seguros eempresas de valores mobiliários da União. As operaçõesfinanceiras complexas poderão igualmente dar origema novos riscos prudenciais ou a aumentar os jáexistentes. Os requisitos de capital devem ser adequadose proporcionais, por forma a fazer face aos riscosincorridos por grupos financeiros cujas actividadesultrapassam as fronteiras tradicionais dos sectores. AComissão continuará a exercer o seu direito deiniciativa, na apresentação de propostas destinadas afazer face a novas questões no domínio regulamentar.No entanto seria da maior importância poder beneficiarde uma contribuição em termos de estratégia inter-sectorial do tipo da que poderia ser conseguida ao

abrigo do mecanismo apresentado na secção IV.1 dopresente documento. Esta perspectiva seriaextremamente valiosa para definir orientações geraispara uma abordagem regulamentar adequada emdomínios tais como os conglomerados. A UE deveigualmente assumir um papel fundamental e fazê-laouvir de forma clara a sua voz nas instânciasinternacionais da regulamentação financeira, a fim degarantir a adopção de regulamentações sólidas ecoerentes que garantam a igualdade de condições deconcorrência. A dimensão global da regulamentaçãodos serviços financeiros deverá adquirir umaimportância crescente, em paralelo com a aceleração doprocesso de liberalização internacional, sob a égide daOMC10 .

No domínio da supervisão, a intensificação daintegração do mercado tem trazido para primeiro planoa questão do reforço da colaboração a nível da UE. Oactual processo de internacionalização,desintermediação e globalização dos serviços financeiroscoloca um desafio à forma como foram estruturados osactuais meios de coordenação e cooperação entre asautoridades comunitárias. As medidas práticas, baseadasnos mecanismos existentes, enumeradas a seguirpoderão ter em conta a crescente dimensãotransfronteiras e intersectorial, com vista a garantir aestabilidade financeira.

1. A crescente complexidade intersectorial acentua anecessidade de clareza nas funções em matéria desupervisão. Muitos dos temas discutidos numaperspectiva bancária, seguradora ou dos valoresmobiliários, afectam na realidade todos os sectoresfinanceiros. Existe portanto uma necessidadepremente de um reforço da colaboração e dasactividades de acompanhamento e de uma melhorcompreensão das experiências e dos riscos em todosos sectores, incluindo aqueles que ultrapassariamnormalmente as perspectivas bancária, seguradoraou dos valores mobiliários. Actualmente, não existeum ponto central para o estudo de abordagenscomuns intersectoriais para a aplicação correntedas regras prudenciais a caso específicos. AComissão consideraria extremamente positivo o

12

10 Tem vindo a prosseguir o processo de ratificação do acordo de 1997 e asatenções estão agora a virar-se para a segunda ronda de negociações deliberalização ao abrigo do GATS.

desenvolvimento de mecanismos "ad hoc" esimplificados que assegurassem uma estreitacoordenação entre as autoridades que trabalhamno terreno. Esses mecanismos poderiam basear-sena composição das estruturas existentes, evitando-se assim a duplicação e proliferação de estruturas11.Embora a vocação da Comissão no domínio dosserviços financeiros tenha um carácterregulamentar, manifesta a sua disponibilidade paraapoiar os Estados-Membros no desenvolvimentodestas ideias.

2. No domínio dos mercados de valores mobiliários,verificou-se um avanço no sentido de uma maiorcooperação entre as autoridades de fiscalização dosvalores mobiliários, na sequência da criação doFESCO. Com a generalização progressiva danegociação e emissão transfronteiras, aspreocupações das autoridades competentes, porexemplo com a integridade dos mercados,assumirá a natureza de um bem comum. A prazo,a opção por uma única autoridade comcompetência para acompanhar a supervisão dosmercados de valores mobiliários pode vir ajustificar-se, à luz das mutações do mercado. A UEtem também vindo a ser afectada pela ausência deum comité de nível adequado, que apoie asinstituições comunitárias no desenvolvimento e naaplicação da regulamentação dos serviços deinvestimento e dos mercados dos valoresmobiliários.

3. A legislação da UE proporciona uma basejuridicamente vinculativa para a cooperaçãotransfronteiras entre autoridades de supervisãobancária. Estas regras são geridas através dememorandos de acordo bilaterais, celebrados entreautoridades de supervisão nacionais.Recentemente, tem vindo a ser defendido que estesmecanismos já não são suficientemente sólidospara conter os efeitos transfronteiras da falência degrandes instituições. A Comissão não subscreve oponto de vista de que os actuais mecanismos nãosão adequados tendo em vista a actual situação domercado único bancário. No entanto, consideraque existe a necessidade de uma avaliação políticade alto nível sobre as condições em que devem serrevistos os actuais mecanismos de supervisãobancária. Nessa revisão deverão participar todas asinstituições a nível nacional e comunitáriointeressadas na supervisão bancária.

Actualmente, as decisões sobre os mecanismos desupervisão a adoptar são determinadas a nível nacionale a supervisão dos sectores bancário, segurador e dosvalores mobiliários é predominantemente conduzido aesse nível. Os Estados-Membros desenvolveramdiferentes modelos para realizar estas funções. Será umelemento essencial de uma supervisão transfronteirasadequada, a confiança mútua na eficácia da supervisãoe regulamentação financeira dos países parceiros - querrealizadas por uma autoridade consolidada para atotalidade do sector ou por autoridades sectoriaisdistintas que cooperem e coordenem as suas actividadesde forma eficaz.

A Comissão tenciona apresentar propostasdestinadas a manter a legislação prudencialbancária, dos seguros e dos valores mobiliáriosalinhada pelos padrões mais exigentes. Para oefeito, terá em conta, na medida do possível, ostrabalhos dos organismos existentes (Comité deBasileia, FESCO, etc.). Serão lançados ostrabalhos em matéria de supervisão prudencialdos conglomerados financeiros e serão criadosos mecanismos adequados eficientes parareforçar a cooperação e o debate inter-sectorialentre autoridades sobre questões de interessecomum. No domínio dos valores mobiliários, aComissão preconiza a criação de um Comité dosValores Mobiliários, à luz de uma eventualdecisão futura de âmbito intersectorial emmatéria de "comitologia", bem como olançamento de um estudo de alto nível sobre ascondições em que os actuais mecanismos desupervisão no sector bancário poderão serrevistos. A Comissão tenciona apresentarpropostas destinadas a manter a legislaçãoprudencial bancária, dos seguros e dos valoresmobiliários alinhada pelos padrões maisexigentes. Para o efeito, terá em conta, namedida do possível, os trabalhos dos organismosexistentes (Comité de Basileia, FESCO, etc.).Serão lançados os trabalhos em matéria desupervisão prudencial dos conglomeradosfinanceiros e serão criados os mecanismosadequados eficientes para reforçar a cooperaçãoe o debate inter-sectorial entre autoridades sobrequestões de interesse comum. No domínio dosvalores mobiliários, a Comissão preconiza acriação de um Comité dos Valores Mobiliários, àluz de uma eventual decisão futura de âmbitointersectorial em matéria de "comitologia", bemcomo o lançamento de um estudo de alto nívelsobre as condições em que os actuaismecanismos de supervisão no sector bancáriopoderão ser revistos.

13

11 Por exemplo, Groupe de Contacte, FESCO e Conferência das Autoridadesde Supervisão dos Seguros e comités de que dependem - CCB, CANAFVM eCS.

Condições gerais para um mercado financeiro da União

Europeia eficiente:

1. “Governação de empresas”.

Os investidores no mercado único podem confrontar-secom incertezas inúteis devidas a disparidades das regrasde "governação" de empresas ("corporate governance").Estas disparidades podem constituir a fonte de barreirasde carácter legislativo ou administrativo, susceptíveis decomprometer o desenvolvimento do mercado financeiroà escala da UE (por exemplo, a nível das condiçõesconcretas para o exercício do direito de voto pelosaccionistas em países terceiros). No entanto, a expressão"governação de empresas" abrange um amplo leque dequestões, cujas ramificações para o mercado financeiroúnico não são claras actualmente. Além disso, osmecanismos nacionais decorrem de uma longa tradiçãojurídica e sócioeconómica. Na fase actual, qualqueriniciativa comunitária neste domínio deve limitar-se àidentificação de eventuais barreiras ao desenvolvimentodo mercado financeiro da UE resultantes de regras degovernação de empresas.

Será iniciada uma análise dos códigosnacionais existentes em matéria de governaçãode empresas, com vista a identificar eventuaisbarreiras administrativas ou jurídicas,susceptíveis de comprometer o desenvolvimentode um mercado financeiro único da UE.

2. Fiscalidade.

Para que o mercado único dos serviços financeiros possafuncionar de forma ordenada, contribuindo para umaafectação eficiente dos recursos em toda a UniãoEuropeia, a integração progressiva dos mercadosfinanceiros deve processar-se em paralelo com umprocesso adequado de coordenação fiscal.

A liberalização dos movimentos de capitais em 1988 –uma das etapas fundamentais para assegurar ainstituição de um mercado único dos serviçosfinanceiros – deveria ser acompanhada de medidasparalelas no domínio da fiscalidade da poupança, comvista a eliminar ou reduzir os riscos de distorção, evasãoe/ou fraude fiscal. No entanto, o Conselho não foi capazde chegar a acordo sobre a directiva proposta em 1989.

Uma segunda etapa fundamental no processo deliberalização do sector financeiro consistiu na adopçãode directivas relativas aos serviços financeiros aplicáveisa sectores específicos, etapa essa que, no entanto, não foiacompanhada de progressos a nível da fiscalidade. Porexemplo, os obstáculos criados por disparidades notratamento fiscal dos prémios de seguro continuam acomprometer gravemente o desenvolvimento domercado único dos seguros.

O presente Plano-Quadro de Acção pretende constituir aterceira etapa fundamental no processo de criação domercado único dos serviços financeiros. Vários Estados-Membros, em conjunto com a Comissão, consideramque seria tecnicamente pouco correcto e politicamentedifícil realizar esta terceira etapa, enquanto o processono domínio da coordenação fiscal dos mercadosfinanceiros continuar pouco avançado.

O Conselho é convidado a adoptar a proposta dedirectiva de 1998, a fim de assegurar umatributação efectiva mínima do rendimentotransfronteiras da poupança. A Comissãoprosseguirá os seus esforços com vista a suprimiros obstáculos fiscais ao bom funcionamento domercado único dos serviços financeiros. AComissão apresentará propostas, à luz dosdebates do Grupo de Política Fiscal, no que dizrespeito aos fundos de pensões e aos seguros.

IV. Execução do plano-quadro de acção.

As discussões no âmbito do GPFS permitiram elaborarum balanço, desde há muito necessário, sobre aabordagem comunitária em relação à legislação dosmercados financeiros. Foi necessário mais de umadécada para se chegar a acordo sobre a legislação dosserviços financeiros no mercado único, a qual permitiudar um conteúdo concreto à filosofia geral do"passaporte único/controlo do país de origem". Napresente fase, inicia-se um processo qualitativamentemais complexo, que tem em vista prosseguir arealização de uma gama mais vasta de objectivospolíticos num contexto de evolução cada vez maisrápida do universo financeiro. Se se pretender instituircom êxito o quadro regulamentar apresentado noAnexo, será necessário remodelar a forma como é

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desenvolvida a legislação relativa aos serviçosfinanceiros e instituir os mecanismos que asseguremum elevado nível de cooperação internacional.

É necessário instituir mecanismos destinados a evitar osseguintes escolhos:

1) Uma abordagem reactiva e parcelar na apresentaçãoe concepção de acções é inadequada numa situaçãoem que os conglomerados financeiros segeneralizaram e as fronteiras entre os serviçosfinanceiros se esbateram progressivamente. Seránecessário adoptar uma abordagem global eintersectorial na fixação das prioridadesregulamentares, para evitar tensões entre objectivosde política em diferentes segmentos dos mercadosfinanceiros e para alargar a gama de soluçõespolíticas. Essas considerações militam a favor daintegração de uma reflexão estratégica de alto nívelno âmbito da formulação da política a prosseguir;

2) Processos de tomada de decisões intermináveis(relembre-se neste contexto os debates sobre adissolução e liquidação das instituições de crédito edas empresas de seguros). A adopção, logo numestádio inicial e antes da redacção de textoslegislativos, de uma abordagem mais integrante econsensual na concepção das políticas seriaparticularmente frutuosa no momento da conclusãodos procedimentos formais (co-decisão). Estaabordagem integrante deveria estender-se a todas asinstituições comunitárias, bem como aosrepresentantes dos operadores de mercado,consumidores, utilizadores e trabalhadores;

3) As soluções adoptadas a nível da União Europeiadeverão caracterizar-se por um grau de flexibilidadesuficiente para que não se tornem imediatamenteobsoletas, em virtude das mutações permanentes dosmercados. A adopção de medidas comunitáriasexcessivamente prescritivas só tem muitas vezescomo efeito tornar mais rígidas as estruturas e oscomportamentos no mercado. Este risco é aindaagravado pelos prazos necessários para a adopçãoformal das soluções legislativas.

O êxito do novo Programa-Quadro será em grande partetributário das modalidades concretas da sua aplicação.São necessários os seguintes mecanismos.

1. Actualização das prioridades intersectoriais.

Os novos desafios que se virão a colocar a nívelregulamentar constituem uma ameaça potencial para a

estabilidade dos mercados financeiros da UE. A fim defazer face a esses desafios, será necessário umaperspectiva nova sobre a organização actual dasestruturas e procedimentos da União no domínio dosserviços financeiros.

Sem prejuízo do direito de iniciativa daComissão, um mecanismo destinado aidentificar os futuros desafios e a organizar asprioridades num contexto amplo poderia incluiros seguintes elementos:• Um fórum destinado a alcançar consensos

relativamente a novos desafios, que reuniriaos Ministérios nacionais competentes para aregulamentação dos serviços financeiros. AComissão considera que seria da maiorimportância dispor de informaçõesestratégicas do tipo das que lhe foramfornecidas pelo GPFS, aquando do seu brevemandato.

• Poderiam ser previstos mecanismosadequados que permitissem aosParlamentares europeus serem associados,de forma informal e numa fase inicial, àsdiscussões sobre as orientações políticas.

• Poder-se-ia instituir um fórum de alto nívelque seria encarregado de sondar a opiniãodas instituições representativas dosprincipais grupos de interesse comunitários,que estejam empenhados numfuncionamento eficiente e ordenado dosmercados financeiros. Os principais seriamos representantes de todos os segmentos dosmercados financeiros, bolsas, consumidorese utilizadores (empresariais) etrabalhadores.

• O processo de reformas económicasrecentemente lançado fornece informações edados fundamentais sobre o funcionamentodos mercados dos produtos, de serviços e decapitais. O processo de Cardiff proporcionaráuma contribuição preciosa a nível daselecção das prioridades.

• A Comissão deverá apresentar regularmenteao Conselho relatórios sobre os progressosrealizados, quer em relação ao calendáriodefinido pelo Plano-Quadro de Acção quer,após análise pelo grupo de alto nível, nosseus trabalhos sobre os principais desafiosintersectoriais (por exemplo a nível dosconglomerados financeiros).

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2. Selecção das melhores soluções técnicas disponíveis.

A Comissão propõe-se, logo que possível, lançar umdebate com as outras instituições e os grupos deinteresse relevantes a nível da UE, com vista a definir oscontornos gerais de qualquer iniciativa. Essas consultaspoderão incluir o seguinte:

1) A contribuição das autoridades nacionaiscompetentes em matéria de regulamentação esupervisão dos mercados poderá ser integrada numafase inicial da elaboração das iniciativas comunitárias.

2) Os organismos representativos da União Europeiapoderiam designar um pequeno número de peritos queajudariam a Comissão a avaliar as implicações dassoluções mais técnicas.

3. Aplicação rápida das soluções acordadas.

Actualmente, o processo de adaptação das regrasprudenciais da União, destinada, quer a fazer face anovas fontes de instabilidade, quer a alinhar as práticascom as inovações mais recentes em matéria deregulamentação/supervisão, denota uma lentidãoexasperante (não é raro que o ciclo completo de umprocesso legislativo dure três a quatro anos). AResolução do Parlamento Europeu salienta os perigosinerentes a esta demora, sublinhando simultaneamentea necessidade de dar uma resposta eficaz a preocupaçõessobre a legitimidade democrática do processo decisórioda UE.

Existe um consenso generalizado de que é necessárioreduzir em grande medida o prazo necessário parachegar a acordo sobre acções específicas. A Comissãopoderá explorar, em conjunto com o Parlamento e oConselho, os meios mais adequados para garantir apossível aceleração dos procedimentos de co-decisãoprevistos no artigo 251º do tratado (introduzidos peloTratado de Amesterdão).

No entanto, é necessário repensar de forma maisambiciosa a forma como é concebida a política para osmercados financeiros. Uma abordagem processual maisradical deve prever um controlo rigoroso peloParlamento Europeu e pelo Conselho e deve garantirque as regras sejam, na medida do possível,interpretadas e aplicadas uniformemente em toda a UEe que seja introduzido um maior grau de flexibilidadena política regulamentar, a fim de que possa ser

rapidamente adaptada (embora sujeita a controlopolítico), sempre que necessário face à alteração dascircunstâncias.

A Comissão poderá iniciar discussões informaiscom o Parlamento Europeu e os Estados-Membros sobre a forma como o artigo 251ºpoderá ser utilizado para acelerar o processolegislativo no domínio dos serviços financeiros.Por outro lado, a Comissão propõe-se a reflectirsobre as modalidades de elaboração dos textoslegislativos, que permite evitar a suacomplexidade excessiva. Desta forma, aelaboração da legislação do mercado único nodomínio financeiro (com base no artigo 100º-A)poderá centrar-se em torno de um certo númerode "requisitos essenciais", os quais terãosubjacente um elevado nível de protecção dosconsumidores. Os conceitos fundamentais, nocerne da legislação da UE poderiam serelaborados em maior pormenor através dautilização de procedimentos de comitologiaacordados, por forma a garantir a segurançajurídica a nível das medidas de transposiçãoespecíficas. Esclarecimentos adicionais sobrequestões técnicas, destinados a apoiar asautoridades de supervisão e outros organismosna aplicação corrente das regras de base seriamprestados através de comunicações da Comissão.

O Conselho e o Parlamento Europeu são convidados adar o seu apoio à aplicação desta nova abordagem paraa elaboração e conclusão das propostas de medidascomunitárias relativas aos mercados financeiros.

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19

Plano de Acção para os ServiçosFinanceiros

O Plano de Acção a seguir apresentado, que se baseianum processo alargado de consulta sobre o Quadro deAcção da Comissão, confirma os trabalhos que deverãoser empreendidos a fim de ser possível beneficiarplenamente da introdução do euro e garantir amanutenção da estabilidade e da competitividade dosmercados financeiros da UE. A futura Comissão terá dedecidir as condições em que deverão ser empreendidasas diferentes acções. O calendário desejável reflecte asprioridades que foram identificadas com base nasdiscussões no GPSF, com o Parlamento Europeu e comoutras partes interessadas.

O Parlamento Europeu e o Conselho são convidados aapoiar, tanto o conteúdo, como o carácter urgente doPlano de Acção para os serviços financeiros. OParlamento Europeu e o Conselho são igualmenteconvidados a envidar todos os esforços com vista agarantir a máxima celeridade, tanto a nível dos acordos,como da aplicação das medidas legislativas específicas.Solicita-se igualmente o máximo empenhamento a fimde garantir o investimento em termos de vontadepolítica e da concentração dos recursos necessários, afim de alcançar os prazo ambiciosos fixados, emresposta às necessidades do mercado em mutação, ànecessidade de salvaguardar os interesses dosconsumidores e de promover a competitividade do sectorna UE, no seu conjunto.

Relativamente a cada uma das medidas identificadas noPlano de Acção, foi-lhe atribuída um grau deprioridade, de acordo com uma escala com três níveis:

Acções de prioridade 1:

Existe um amplo consenso no sentido destas acçõesexigirem uma atenção imediata. Estas medidas sãofundamentais para que seja possível beneficiar

plenamente do euro e para garantir a competitividadedo sector dos serviços financeiros da União,salvaguardando simultaneamente os interesses dosconsumidores.

• Sempre que as propostas legislativas tenham já sidoapresentadas, o Parlamento Europeu e o Conselhosão convidados a tomar todas as medidasnecessárias para garantir o grau de acordo máximopossível antes de 1 de Janeiro de 2000.

• A Comissão confirma que, sempre que sejanecessário tomar uma iniciativa, realizará asacções necessárias de imediato.

• O Conselho e o Parlamento Europeu sãoconvidados, com base em eventuais trabalhospreparatórios da Comissão necessários para oefeito, a garantir um rápido acordo no prazo dedois anos, ou, o mais tardar, até ao final do períodode transição para o euro, bem como a acelerar aomáximo a aplicação das medidas acordadas.

Acções de prioridade 2:

A Comissão considera estas prioridades importantes parao funcionamento do mercado único dos serviçosfinanceiros - em especial, através da alteração dalegislação existente ou da adaptação das actuaisestruturas, por forma a fazer face a novos desafios.

Acções de prioridade 3:

Estas acções dizem respeito a importantes áreasrelativamente às quais existe um consenso claro egeneralizado sobre a necessidade de realizar novostrabalhos, com vista a finalizar o processo de adopçãode uma política coerente até ao final do período detransição para o euro.

21

Plano de Acção para os Serviços Financeiros

No quadro do prosseguimento deste objectivoestratégico, a rápida adopção e execução das seguintesacções terão por efeito: • permitir às sociedades emitentes mobilizar capitais

em condições competitivas em toda a UniãoEuropeia;

• fornecer aos investidores e intermediários um pontode acesso único para todos os mercados;

• permitir aos prestadores de serviços de investimentoque ofereçam os seus serviços numa basetransfronteiras sem se defrontarem com barreirasinúteis e obstáculos administrativos ou jurídicos;

• criar um quadro prudencial sólido e bem integradoque permita aos gestores de activos utilizarem daforma mais produtiva os fundos à sua disposição;

• criar um clima de segurança jurídica, graças aoqual as operações sobre títulos e a respectivaliquidação se possam processar sem riscos decontraparte desnecessários.

22

Objectivo Estratégico 1O mercado único para as operações de grandes montantes

12 As acções propostas são estruturadas en consonância com a estrutura dodocumento introdutório.

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

3

Transpor os obstáculos a um reconhecimentomútuo efectivo dos prospectos, a fim de que osprospectos ou documentos de oferta aprovadosnum Estado-Membro sejam aceites em todos osEstados-Membros. Além disso, a adopção de um"registo de referência" facilitará o acesso aosmercados de capitais com base em prospectosracionalizados, derivados das contas anuais.

Informações mais frequentes e de melhorqualidade reforçarão a confiança no mercado eatrairão os capitais.

Comissão, a partir dostrabalhos do FESCO12

Comissão, na sequênciade consultas ao FESCO eao mercado

Apresentação: atémeados do ano 2000.Adopção: 2002

Início das consultas:meados de 2000.Proposta: 2001Adopção: 2002

Actualização dasDirectivas e Prospectosatravés de umaeventual alteraçãolegislativa

Actualização daDirectiva relativa àInformação Periódica(81/121/CEE)

Mobilização de capitais à escala da União Europeia:

13 Fórum das Comissões de Valores Mobiliários Europeias (Forum ofEuropean Securities Commissions).

23

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

2

2

Síntese da interpretação comum das regras deprotecção dos investidores, incluindo as regrasde conduta a fim de determinar em quecondições as operações transfronteiras sobretítulos são regidas pelas regras do país deacolhimento.

Reforço da integridade dos mercados, limitandoa possibilidade de os investidores institucionaise os intermediários manipularem os mercadosou cometerem delitos de iniciados. Definir umadisciplina comum para as salas de negociação afim de aumentar a confiança dos investidoresnum mercado único dos valores mobiliáriosainda embrionário.

Proceder a uma revisão aprofundada da DSI, afim de que sirva de base para um mercado dosserviços de investimento integrado e eficiente.Eliminar os últimos obstáculos ao acesso aomercado para os intermediários, os obstáculos àparticipação à distância e as restrições ànegociação de obrigações do Tesouro.Resolução dos novos problemas regulamentarescolocados, por exemplo, pelos sistemas denegociação alternativos (ATS).

Comissão, a partir dostrabalhos do FESCO eapós consulta dosEstados-Membros

Comissão, após consultados Estados-Membros edos mercados

Comissão

Finalização daComunicação até aofinal de 1999.

Proposta até ao final de2000.Adopção: 2003

Publicação em meadosdo ano 2000.

Publicação de umaComunicação daComissão com vista àdistinção entreinvestidores"sofisticados" econsumidores.

Directiva destinada acombater amanipulação dosmercados.

Livro Verde sobre amelhoria da DSI

Instituição de um quadro jurídico comum para os mercados integrados de valores mobiliários e instrumentos derivados:

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

2

1

2

2

Permitir às empresas europeias quecontabilizem certos activos financeiros pelo seujusto valor, em conformidade com as normascontabilísticas internacionais (IAS).

Elaborar uma estratégia com vista a reforçar acomparabilidade dos relatórios financeirosemitidos por empresas da UE cotadas, com basena combinação das directivas contabilísticas daUE e de relatórios financeiros emitidos emconformidade com normas contabilísticasaceites internacionalmente. A estratégia devedelinear o mecanismo para uma análisepormenorizada de normas contabilísticas dereferência, a fim de que estas possam serutilizadas (sem quaisquer variantes nacionais)pelas sociedades cotadas da UE.

Adaptar as 4ª e 7ª Directivas às necessidades domercado único e por forma a ter em conta aevolução da actividade normalizadoracontabilística a nível internacional.

Melhorar a qualidade da revisão oficial decontas na UE, mediante recomendação demedidas específicas nos domínios da garantiade qualidade e das normas de auditoria.

Comissão, Conselho, PE

Comissão

Comissão, Conselho, PE

Comissão

Proposta no Outono de1999.Adopção: 2001

Publicação até ao finalde 1999.

Proposta: final de 2000.Adopção: 2002

Publicação até ao finalde 1999.

Alteração das 4ª e 7ªDirectivas Direito dasSociedades, a fim depermitir acontabilidade por justovalor.

Comunicação daComissão com vista aactualizar a estratégiacontabilística da UE.

Modernização dasdisposiçõescontabilísticas das 4ª e7ª Directivas Direitodas Sociedades.

Recomendação daComissão relativa àspráticas de auditoriana UE.

Progressos no sentido de um conjunto único de relatórios financeiros para as sociedades cotadas:

24

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

1

Assegurar uma aplicação homogénea e coerenteda Directiva em toda a UE, condição essencialpara um bom funcionamento dos sistemas.

Instituir a segurança jurídica no que dizrespeito à validade e ao carácter executivo dasgarantias prestadas em relação a operaçõestransfronteiras sobre valores mobiliários.

Estados-Membros

Comissão em consultacom os EM e os peritosdo mercado

A Comissão continuará aacompanhar a aplicaçãoatravés de um grupo detrabalho.Relatório da Comissãoao Conselho em finais de2002.

Início das consultas noOutono de 1999.Proposta no final de2000.Adopção: 2003

Aplicação da Directivarelativa ao carácterdefinitivo daliquidação.

Directiva relativa àutilizaçãotransfronteiras degarantias.

Contenção do risco sistémico na liquidação de valores mobiliários:

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

1

3

3

3

Instituição à escala da UE de regras claras etransparentes no que diz respeito às questões dedireito aplicáveis aquando de uma ofertapública de aquisição. Impedir que as operaçõesde reestruturação na UE sejam falseadas pordiferenças arbitrárias a nível das culturas de"governação" e gestão de empresas.

Criação de uma estrutura jurídica opcional,destinada a facilitar às empresas a realização deoperações pan-europeias com base num sistemajurídico único e racionalizado. Neste contexto,clarificação das modalidades de participaçãodos trabalhadores e, deste modo, lançar assementes para a evolução no domínio dasregras comuns de "governação" de empresas.

Identificação dos obstáculos jurídicos ouadministrativos e das diferenças delesresultantes em matéria de regimes de"governação" de empresas.

Criação da possibilidade de as empresasrealizarem operações de fusão transfronteiras.

Permitir às empresas transferir a sua sede socialpara outro Estado-Membro.

Conselho

Conselho

Comissão, Estados-Membros, mercados

Comissão

Comissão

Meados de 1999.Adopção: 2000

Meados de 1999.Adopção: 2000

Início da análise noinício de 2000.

Proposta no Outono de1999.Adopção: 2002

Proposta no Outono de1999.Adopção: 2002

Acordo político sobre aproposta de Directivarelativa às OfertasPúblicas de Aquisição.

Acordo políticorelativo ao Estatuto daSociedade Europeia.

Análise das práticasseguidas em matériade "governação" deempresas na UE.

Alteração da 10ªDirectiva Direito dasSociedades.

14ª Directiva Direitodas Sociedades.

Evolução no sentido de um quadro seguro e transparente para as operações de reestruturação transfronteiras:

25

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

1

1

Consulta sobre o quadro prudencial para osfundos de pensões do segundo pilar a fim deproteger os direitos dos beneficiários, através desalvaguardas prudenciais estritas e de umarigorosa supervisão.

A proposta 1 suprimirá as barreiras àcomercialização transfronteiras de unidades departicipação em fundos de investimento, atravésdo alargamento do leque de activos em que osfundos podem investir.A proposta 2 proporcionará um passaporteeuropeu para as sociedades gestoras e alargaráo leque de actividades que estão autorizadas aprosseguir (também autorizadas a prestarserviços de gestão de carteiras individuais).

Na sequência da política delineada na suaComunicação, a Comissão irá propor umaDirectiva relativa à supervisão prudencial dosfundos de pensões, na qual será tomada emconsideração a diversidade dos fundos depensões actualmente existentes na UE e queabrangerá a autorização, a comunicação deinformações, os critérios de competência eidoneidade e as regras relativas aoscompromissos e aos investimentos.

Comissão

Conselho, PE

Comissão

Publicação até Maio de1999.

Fins de 1999.Adopção: 2000.

Proposta: meados de2000.Adopção: 2002.

Comunicação daComissão relativa aosregimes de pensõescom capitalização.

Acordo político sobreas propostas deDirectivas OICVM

Directiva relativa àsupervisão prudencialdos fundos de pensões.

Um mercado único ao serviço dos investidores:

Serão necessários esforços concertados das instituiçõesda UE e de todas as partes interessadas, ao longo daslinhas a seguir enumeradas, com vista a:• Conferir aos consumidores os necessários

instrumentos (informações) e garantias (direitosclaramente definidos e procedimentos eficazes emmatéria de resolução de litígios) para poderemparticipar plena e activamente no mercado únicodos serviços financeiros;

• Identificar as disposições relativas à protecção dosconsumidores que não estão harmonizadas e cujamanutenção não se justifica, com vista a reduzirestes entraves à prestação transfronteiras deserviços;

• Promover a instituição, no mercado único dos

serviços financeiros de pequenas operações, demecanismos eficazes a fim de colmatar falhasinerentes às disparidades verificadas a nível dosdireitos privados;

• Criar as condições jurídicas necessárias àexploração à escala europeia dos novos circuitos dedistribuição e das novas tecnologias de venda àdistância;

• Incentivar a instituição de sistemas de pagamentopouco onerosos e seguros, que permitam aoscidadãos efectuarem pagamentos transfronteiras depequeno montante sem que lhes sejam impostosencargos exorbitantes.

26

Objectivo Estratégico 2Mercados de pequenas operações abertos e seguros

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

2

1

Esta proposta tem em vista aproximar a regrasrelativas às técnicas de comercialização e devenda directa entre empresas e o consumidor.Os consumidores serão protegidos de certastécnicas comerciais indesejáveis (tirar partidoda inércia e vendas forçadas) graças à adopçãode disposições adequadas (direitos generosos deretratação, proibições diversas). Com aimplementação da directiva a venda à distânciaatravés de tecnologias de comunicação remotasdeverá deixar de se confrontar com este tipo deobstáculos.

Delinear um quadro geral das informações debase necessárias aos consumidores no que dizrespeito à fiabilidade dos prestadores de serviços(transfronteiras), o grau de segurança e deeficácia dos serviços oferecidos (bem como asvias de recurso disponíveis). Verificar em quemedida essas necessidades são satisfeitas pelosdiferentes serviços financeiros de pequenosmontantes.

Com base nos resultados do diálogo com osconsumidores, a Comissão publicará umacomunicação que preconizará uma definiçãocomum das informações a prestar para aconcessão transfronteiras de créditoshipotecários. A Comissão participará noscontrolos destinados a verificar a sua aplicação.

Conselho e PE

Comissão e Estados-Membros

Comissão erepresentantes dosbancos e dosconsumidores

Final de 1999Adopção: 2000

Os estudos terão inícionos finais de 99:Comunicação: meadosde 2000

A ser emitida até finaisde 1999

Acordo político sobre aproposta de Directivarelativa à venda àdistância dos serviçosfinanceiros.

Comunicação daComissão que codificaas condições para umainformação clara ecompreensiva para osadquirentes.

Recomendação a favorda aplicação dasmelhores práticas emmatéria de informação(crédito hipotecário).

27

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

3

2

2

2

2

1

Neste relatório será elaborado um inventáriodos obstáculos às transacções transfronteirasentre empresas e consumidores, no que dizrespeito aos serviços financeiros em causa. Neleserá analisado como, quando e porquê éconveniente aplicar as regras de protecção dosconsumidores do país de acolhimento e em quecondições existe uma equivalência entre asregras nacionais. O objectivo consiste em reunirelementos objectivos e impíricos a serem objectode debate com os Estados-Membros e oParlamento Europeu, de forma a facilitar aprestação transfronteira de serviços financeirosde pequenos montantes, sem comprometer osinteresses do consumidor.

Reforçar a segurança e a clareza jurídicas paraos Estados-Membros, empresas de seguros ecidadãos, contribuindo para a criação domercado único.

Facilitar a livre prestação de serviços pelosmediadores de seguros e reforçar a protecçãodos consumidores, nomeadamente através daintrodução e actualização das disposições sobreo profissionalismo e a competência. A definiçãode regras comuns rigorosas para os mediadorespode facilitar a entrada no mercado de apólicesde seguros das seguradoras dos países parceiros.

Estabelecer um mapa para os organismospúblicos e privados, susceptível de contribuirpara que os pagamentos transfronteiras depequenos montantes se efectuem de formasegura e económica. Actualmente estastransacções implicam encargos claramentemais elevados, em média, do que os cobradosnos sistemas de pagamento nacionais, situaçãoque não poderá manter-se numa zona demoeda única. A Comunicação centrar-se-á nastransferências, embora aborde igualmente ospagamentos através de cartão, de cheque e emnumerário.

Chegar a acordo sobre as formas de evitar afraude, por exemplo, mediante a organizaçãodo intercâmbio de dados ou o reforço dasegurança dos sistemas técnicos.

Definir uma política clara e coerente para oconjunto do sector financeiro, que tenha emconta as regras existentes, a evoluçãointernacional e os progressos tecnológicos.

Comissão, Estados-Membros

Comissão

Comissão (CS14)

Comissão, SEBC,mercados econsumidores

Comissão, sector,utilizadores e Estados-Membros

Comissão

Estudo com início noOutono de 1999;relatório intercalar emmeados de 2000.Discussões com oConselho e o PE a partirdo final de 2000.

Publicação até ao Verãode 1999.

Proposta: meados de2000Adopção: 2002

Publicação no Verão de1999

Publicação daComunicação no finalde 1999.

Publicação em meados2000

Relatório da Comissãosobre as diferençassubstantivas entre asdisposições nacionaisaplicáveis atransacções entreempresas econsumidores.

Comunicaçãointerpretativa sobre alivre prestação deserviços e o interessegeral no domínio dosseguros.

Proposta de alteraçãoda Directiva relativaaos mediadores deseguros.

Comunicação daComissão sobre ummercado único dospagamentos.

Plano de Acção daComissão com vista aprevenir a fraude e acontrafacção nossistemas de pagamento

Livro verde daComissão sobre apolítica a adoptar emmatéria de comércioelectrónico dosserviços financeiros.

14 Comité dos Seguros

São necessários progressos urgentes a fim de:• Eliminar as lacunas da regulamentação prudencial

da UE, decorrentes de novas formas de operaçõesfinanceiras ou da globalização, o que deverá serrealizado com a máxima urgência.

• Fixar normas rigorosas e adaptadas, a fim depermitir ao sector bancário da UE gerir com êxito eintensificação da pressão concorrencial.

• Contribuir para o desenvolvimento das estruturasde supervisão da UE, que podem favorecer aestabilidade e apoiar a confiança num período de

mutação estrutural dos mercados e de crescenteglobalização.

• Desenvolver uma política de regulamentação e desupervisão, a qual constituirá a base de umalargamento bem sucedido;

• Permitir à UE assumir um papel fundamental nafixação de critérios mundiais exigentes no que dizrespeito à regulamentação e supervisão, incluindoos conglomerados financeiros.

28

Objectivo Estratégico 3Modernizar as regras prudenciais e a supervisão

29

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

1

1

1

2

2

Elaborar um quadro jurídico coerente para adissolução e liquidação das empresas de segurosno mercado único, mediante o reconhecimentomútuo dos procedimentos e aplicação dosprincípios de unidade, da universalidade, dapublicidade e da não discriminação

Estas regras comuns sobre a dissolução e aliquidação estabelecerão princípios comunsrelativos aos procedimentos a seguir em caso deinsolvência bancária e permitirão identificar aautoridade competente. Impedirão ainda que asinstituições insolventes prossigam as suasactividades, o que seria susceptível de constituiruma fonte de risco de contraparte.

Assegurar o acesso ao mercado e umaregulamentação adequada dos fornecedores demoeda electrónica; clarificar as regrasprudenciais que permitam às instituições aoabrigo das quais as instituições de créditonacionais podem prestar serviços de moedaelectrónica. Permitir o desenvolvimento destaactividade uma base transfronteiras.

Combate à fraude e ao branqueamento decapitais num sistema financeiro; alargamentoda definição de infracções qualificadas ealargar as obrigações declarativas ("transacçõessuspeitas") aos sectores não financeirosrelevantes.

Reforço das informações a prestar relativamenteàs actividades dos bancos e outras instituiçõesfinanceiras, por forma a permitir aosinvestidores tomar decisões com conhecimentode causa e a promover a transparência domercado e a disciplina, em complemento dasupervisão prudencial.

Revisão dos requisitos de capital para os bancos,de forma a reflectir a evolução do mercado e oparalelismo com os trabalhos do Comité deBasileia do G-10 sobre a supervisão bancária.Estes trabalhos deverão conduzir a umareformulação dos requisitos de capital da UEpara os bancos e empresas de investimento.

Conselho, PE

Conselho, PE

Comissão, PE

Comissão

Comissão

Comissão (CCB eCANAFVM15 ) Estados-Membros e mercados

Nova primeira leitura noPE em finais de 1999.Acordo político logo quepossível.Adopção: 2001

Posição comum: final de1999Adopção: 2001

Posição comum: Outonode 1999Adopção: 2000

Proposta em meados de1999Adopção: 2001

Comunicação emmeados de 1999

Proposta de directiva:Primavera de 2000,embora sujeita àevolução verificada emBasileia.Adopção: 2002

Adopção da propostade Directiva relativa àdissolução eliquidação dasempresas de seguros

Adopção da propostade Directiva relativa àdissolução e àliquidação dos bancos.

Adopção da propostade Directiva relativa àmoeda electrónica

Alteração da Directivarelativa aobranqueamento decapitais

Recomendação daComissão sobre asinformações a prestarrelativamente ainstrumentosfinanceiros

Alteração dasdirectivas que regemos requisitos de capitalpara os bancos eempresas deinvestimento

15 Comité Consultativo Bancário e Comité de Alto Nível das Autoridades deFiscalização dos Valores Mobiliários.

30

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

3

3

1

2

Protecção dos consumidores no mercado único,assegurando que as empresas de segurosdisponham dos capitais próprios adequados faceà natureza dos riscos por si incorridos.

Lançar as bases de um intercâmbio deinformações à escala internacional, a fim defavorecer a estabilidade financeira

Suprimir as lacunas da actual legislaçãosectorial, bem como outros riscos prudenciais, afim de consolidar o dispositivo de supervisão.

Este Comité de regulamentação formalcontribuirá para elaboração de umaregulamentação comunitária no sector dosvalores mobiliários. A sua criação pressupõe aaceitação por parte das instituiçõescomunitárias de um procedimento decomitologia adequado.

Comissão (CS), Estados-Membros e mercados

Comissão

Comissão: CCB/CS/CANAFVM, Estados-Membros, autoridades desupervisão e mercados

Comissão, Conselho e PE

Proposta de directiva:meados de 2000Adopção: 2003

Proposta: Outono de1999Adopção: 2001

Proposta: final de 2000Adopção: 2002

Proposta: final de 2000Adopção: 2002

Alteração dosrequisitos de margemde solvência nasdirectivas relativas aosseguros

Proposta de alteraçãodas directivas deseguros e da DSI, a fimde permitir ointercâmbio deinformações compaíses terceiros

Desenvolvimento dasregras prudenciaispara os conglomeradosfinanceiros, nasequência dasrecomendações do"Fórum conjunto"

Instituição de umComité dos ValoresMobiliários

• Suprimir as disparidades de tratamento fiscal• Instituir um sistema jurídico eficaz e transparente

no que diz respeito à "governação" de empresas

31

Objectivo GeralCriação de condições de carácter mais geral para um mercado financeiro único optimizado

Priori-dade

Objectivo Actores CalendárioPreferencial

Acção

1

1

3

2

3

O objectivo da proposta consiste em suprimir asdisparidades a nível do tratamento fiscal dapoupança privada, a fim de complementar aeliminação dos entraves à livre circulação decapitais e dos serviços financeiros, em benefíciodo sector financeiro

Combater a concorrência fiscal nociva,susceptível de afectar gravemente as decisões delocalização das actividades económicas naUnião Europeia.

Reduzir os custos e suprimir os elementos quetenham efeito dissuasor sobre as operaçõestransfronteiras na União

Na sequência das discussões no âmbito dogrupo de política fiscal, será elaborada umaproposta legislativa, a fim de reger a questão datributação das quotizações transfronteiras dostrabalhadores migrantes para os regimescomplementares de reforma , o que contribuipara incentivar a mobilidade da mão-de-obra.

Detectar os obstáculos jurídicos ouadministrativos e as diferenças que implicam anível da "governação" de empresas.

Conselho

Comissão e Estados-Membros.

Comissão, Estados-Membros e mercado

Comissão

Comissão, Estados-Membros e mercados

Acordo político atéNovembro de 1999Adopção: 2000

Exame em curso noâmbito do Grupo doCódigo de Conduta

Debates no grupo depolítica fiscal

Propostas: final de 1999Adopção: 2002

Lançamento do estudono início do 2000

Adoptar uma directivarelativa à tributaçãodos rendimentos dapoupança

Aplicação do código deconduta de Dezembrode 1997 sobre afiscalidade dasempresas

Revisão da tributaçãodos produtos do sectordos serviçosfinanceiros

Propostas da Comissãorelativas àcoordenação dosmecanismos fiscaisaplicáveis aos regimescomplementares dereformas

Análise das práticas de"governação" deempresa seguidas naUE