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Sessão 3: os temas a serem abordados
3. Consenso de Washington e abertura acelerada da economia; Os Planos Collor I e II, o Plano Real, estabilização monetária e reformas da década de noventa. Crises cambiais.
Temas:
3.a. Consenso de Washington, Plano Collor e reformas dos anos 90
3.b. Privatização e as aberturas comercial e financeira
3.c. O Plano Real, o governo FHC e as crises cambiais
Consenso de Washington • Foi a forma como ficou popularmente conhecido um conjunto de
recomendações de cunho liberal para o desenvolvimento da América Latina e outros países emergentes • Se deu a partir de um encontro ocorrido em 1989, na capital dos Estados
Unidos, convocado pelo Institute for International Economics, sob o nome de “Latin Americ Adjustment: Howe Much has Happened?”, e envolveu instituições e economistas de perfil neoliberal, além de alguns pensadores e administradores de países latino-americanos.
• Deste seminário surge um texto de John Williamson • As ideias desse encontro – tidas como um “receituário” – já eram proclamadas
por países como EUA e Reino Unido, desde as décadas de 1970. Além • Instituições como o FMI e o Banco Mundial colocavam (e ampliaram a
colocação) destas recomendações como sugestão para países em desenvolvimento e as vezes como pré-requisito para a concessão de empréstimos e cooperação econômica.
As Regras do Consenso
• a) Disciplina fiscal, em que o Estado deveria cortar gastos e eliminar ou diminuir as suas dívidas, reduzindo custos e funcionários.
• b) Privatização de empresas estatais, tanto em áreas comerciais quanto nas áreas de infraestrutura, para garantir o predomínio da maior eficiência da iniciativa privada em todos os setores.
• c) Abertura comercial dos países, diminuindo o protecionismo e proporcionando uma maior abertura das economias ao livre comércio
• d) abertura financeira para o investimento estrangeiro, eliminando as restrições sobre os fluxos de capitais
• e) Reforma tributária, em que o governo deveria reformular seus sistemas de arrecadação de impostos a fim de que as empresas pagassem menos tributos.
• f) Desregulamentação progressiva do controle econômico, permitindo que os preços (como cambio e juros) refletissem as forças da livre concorrência
• g) desregulação das leis trabalhistas e das restrições ao livre funcionamento do mercado de trabalho
• h) a defesa e o respeito aos sistemas de propriedade intelectual
No Brasil recomendações do consenso entram especialmente no governo Collor
Reformas de primeira geração: cunho liberal
• Abertura
• Comercial e Financeira
• Privatização
• Desregulamentação – (Re)regulação
debate com a tradição desenvolvimentista brasileira (PSI)
Diferente das reformas anos 60 que no fundo recuperaram a capacidade de intervenção do
Estado e reafirmaram o desenvolvimentismo
Até onde existe contradição ou complementariedade com outra reforma
institucional importante deste período: Constituição de 88 5
Reformas dos anos 90
Reformas do PAEG um balanço
• Reestruturação do Estado • Retomada de sua capacidade de
intervenção • Amplia capacidade instrumental
de intervenção • Instrumentos monetários e fiscais
• Amplia fontes de financiamento do Estado • Receitas • Fundos para fiscais • Divida pública • Captação externa
• Desenvolvimentismo • Estado • Crédito para expansão do consumo • Diferença – promoção das
exportações • Reaproximação com capital externo
(acordo com EUA e reformas)
• Concentrador • Autoritarismo, política salarial,
incentivos e acesso a capital, reforma tributaria etc
Cinco conjunto de medidas
1. Políticas de renda
2. Reforma administrativa e privatização
3. Reforma fiscal
4. Reforma do comércio exterior
5. Reforma monetária
8
Política de renda
• 16/03/90: Congelamento de preços • Vários preços re-escalonados no nível do dia 10 • Preços dos serviços públicos (ficaram defasados em 1989) aumentados dias antes e congelados por 4 meses • MP 154: Salários de março (pagos em abril) – sofrem reajuste da inflação de março e devem ser acrescidos com
base em reajustes com prefixação com base na inflação esperada • Trabalhadores podem negociar livremente
• Servidores públicos salários congelados por 6 meses
• Problema quando prefixa em 0% (abril)
• Necessidade de que inflação esperada seja constantemente viesada para baixo x apoio de sindicatos
• Esquema passa a ser desenfatizado
• Substitui regra por outra em setembro: recuperar poder de compra médio
Congelamento não é elemento central • Não muito fiscalizado
• Inflação 11,3% em abril e 9,1% em maio
9
Reforma Monetária
• Restaura o cruzeiro,
• feriado bancário, alteração da CM
• Bloqueio de depósitos (MP 168) • Depósitos à vista e poupança o que for acima de nCz50 mil (US$1200 oficial, 700 US$ paralelo)
• Depósitos à prazo, letras de cambio, debêntures, fundos de renda fixa e aplicações de curto prazo (20% ou nCz 25 mil)
• Bloqueados por 18 meses e transferidos para BC em conta especial (VOB- Valores à ordem do banco Central) • valores indexados à BTN e recebem 6% de juro anual. Resgatados depois em 12 parcelas mensais
• Por dois meses pode usar para pagar impostos
• Ministério pode liberar em condições relevantes
• Pode usar para pagar dividas contraídas anteriormente – transferência de titulariedade
10
Reforma fiscal
• Aumento de receitas • “Fim” do anonimato fiscal – não mais cheques ao portador acima de US$100 – e eliminação de brechas que favorecem
evasão fiscal • Fim de várias isenções fiscais,
• dentre elas temporariamente as de investimento no N-NE • Aumentos de alíquotas no IR e IPI • IR sobre atividade agrícola • Correção dos tributos em atraso com indexador diário (BTNF) • Introdução de imposto temporário sobre capital (depósitos acima de U$ 9000)
• Alíquotas variam de 8 a 25% (ausência de titularidade) no resgate das aplicações ou na transferência de ações
• Diminuição das despesas • Redução nos pagamentos de juros sobre divida pública • Congelamento de salários dos funcionários públicos
Meta sair de déficit primário de 8% para superávit de 2% • Cumprido, especialmente com aumento da arrecadação
11
Reforma Administrativa e Privatização
• Encolher tamanho do Governo federal • Reduz Ministérios para 9 e fecha vários órgãos federais
• Funcionários: lista de disponibilidade
• Pretensão de demissão de 400 mil funcionários (20% feito)
• Plano de privatização anunciado - PND • Aprovado no Congresso - começa lentamente
• Subscrição obrigatória de Certificados de Privatização pelo sistema bancário e fundos de pensão (resistência)
• Leilão importante só final de 1991 – Usiminas
• Desregulamentações setoriais e redução de procedimentos burocráticos • Fecha IAA e IBC
Problemas: Estados e municípios incham com regras da nova Constituição (transferências)
Anúncios x fatos
12
Reforma do comércio exterior
• Taxa de cambio flutuante em substituição à minidesvalorizações diárias • Bancos e dealers autorizados podem negociar valor do cambio com clientes, BC supervisiona e
intervém
• Com plano cambio ficou sobrevalorizado, mas depois desvaloriza
• Mantém controles sobre conta de capital
• Anuncia nova política comercial (detalhada em junho) • Elimina controles quantitativos sobre importações
• Elimina tarifas para alguns insumos industriais sem similar nacional
• Reduz tarifas e estabelece cronograma de continuidade
• Reduz variância das tarifas
Reformas vão lentamente mas continuamente
15
Privatização: razões
1. ineficiência das empresa públicas: baixa qualidade dos serviços e existência de déficit financeiros;
2. diminuição da capacidade estatal em fazer investimentos necessários como a ampliação dos serviços e atualização tecnológica das empresas;
3. necessidade de gerar receitas para se abater a elevada dívida estatal;
4. mudança no quadro tecnológico e financeiro internacional
Parte IV Capítulo 22 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 16
Privatização: fases e modelos
3 fases (4) A) Reprivatização: fim dos 80 / início 90
B) PND
B1) PND – 1ª fase - Collor: siderurgia, petroquimica, fertilizantes
B2) PND – 2ª fase – participação capital estrangeiro – mesmos setores
C) Serviços Públicos e Bancos Estaduais
(Re) Privatização – Governo Sarney
• Privatização não era uma prioridade • maior parte das vendas: BNDES, busca se livrar de empresas problemáticas • Ainda não existe uma nova percepção do governo sobre os papéis dos setores público e privado no modelo de
desenvolvimento do país.
• 42 empresas alienadas: ativos de US$ 2,5 bilhões e empregavam 27,6 mil pessoas • Vendidas: 18 empresas, avaliadas em US$ 533 milhões, • Transferidas para Estados: 18 empresas • duas incorporadas a outras instituições federais • Quatro desativadas.
• Na sua maior parte, tratava-se de empresas pequenas e médias, situadas em setores nos quais a presença do setor privado é predominante e cuja privatização foi uma decorrência do processo de saneamento financeiro da BNDESPAR. • A maior venda (receitas): participação do BNDES na Aracruz Celulose. • Em termos de ativos: maior foi Caraíba Metais • Por número de empregados: maior foi a siderúrgica Cimetal
Plano Nacional de desestatização
• Inicio do PND (Lei 8.031/90) – ligado à estabilização – Plano Collor • Gostaria de ter sido mais rápido (usar recursos retidos),
• Estatais não prontas para privatização: 1ª venda só em 1991 (marco Usiminas) • Incertezas decorrentes do ambiente econômico e político (Itamar)
• Collor/Itamar: 33 empresas: 8,6 bi mais 3,3 bi de dividas • Setores competitivos – afetados por liberalização comercial • Marco 1993: CSN
• Reaceleração da privatização depois do 1º ano de FHC • Dificuldades de ajuste fiscal, crescimento da dívida pública e necessidade de capital
externo para fechar BP • Plano Real – cacife para mudanças legais (constitucionais)
• Lei de concessões, quebra de monopólios (telecomunicações, petróleo e gás), mudanças na legislação para permitir capital estrangeiro – mineração e geração eletricidade
• Marcos: Light (96), CVRD (97), Telebrás (98) • Ajuste dos Estados
22
Privatização: resultados
• Total US$ 105 bilhões - uma das mais importantes transições para o setor privado mundial
• Importância macroeconômica da privatização • Fiscal • IED/Balanço de Pagamentos – futuro: remessa de lucros
• Participação estrangeira – meados da 2ª fase em diante
• Problemas/Críticas • efeitos fiscais significativos ? • Eficiência / desempenho? Retomada dos investimentos ? • preparo das agencias controle / regulamentação? • Estado financiador continua – papel do BNDES no processo
• Hoje: até onde privatização ?
Brasil: tradição protecionista
• Substituição de importações • baseado em mecanismos tarifários e não tarifários de proteção à industria produtora
interna • GV e Dutra – licenciamento de importações
• GV – cambio múltiplo
• JK – reforma tarifária
• entre 1957 e 1988, a estrutura tarifária no Brasil caracterizou-se • estabilidade das alíquotas
• pela vigência de médias elevadas, mas dispersão também elevadas
• proliferação de regimes especiais de importações
• Existência de importantes barreiras não-tarifárias;
• Décadas de 70 e 80 – amplia-se a proteção em função das crises
Parte IV Capítulo 21 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 25
Abertura Comercial
• Início Governo Sarney: abole regimes especiais de importação, início redução de tarifas
• Collor: extingue várias barreiras não tarifárias, aprofunda e acelera redução da tarifa média
• FHC: diminui ritmo e submete a considerações de Política Econômica
Evolução da liberalização comercial no Brasil: Tarifas 1988 – 2006* (%)
1988 1989 1990 02/91 01/92 07/93 12/94 12/95 06/Tec
Tarifa média 51.3 37.4 32.2 25.3 21.2 13.2 11.2 13.9 11.9
Tarifa modal 30.0 20.0 20.0 20.0 Nd Nd Nd Nd Nd
Desv. Padrão Nd Nd 19.2 17.4 14.2 6.7 5.9 9.5 4.6
Discriminação 1990 1991 1992 1993 1994
Prep. à base de cereais e farináceos 51,47 49,71 37,35 21,67 21,37
Produtos Químicos Inorgânicos 13,29 7,56 7,04 5,09 4,52
Produtos Químicos Orgânicos 20,56 14,48 13,96 13,05 12,19
Caldeiras, máquinas e inst. mecânicos 36,30 28,70 24,54 20,16 19,33
Máquinas, aparelhos e mat. elétricos 38,53 31,55 26,88 22,14 19,02
Veículos, automóveis, tratores etc. 62,34 47,78 40,68 32,22 27,27
Instrum. e aparelhos ótica e fotografia 29,97 25,63 21,24 19,34 17,77
Brinq., jogos, art. diversões e esportes 88,69 71,63 51,56 40,75 26,63
TARIFA ADUANEIRA ALÍQUOTAS MODAIS
27
Abertura Comercial: defesas e críticas
• Aumenta bem estar dos consumidores pois estes passam a ter acesso a uma infinidade de produtos antes inacessíveis
• Força readequação dos setores produtivos nacionais: choque de competitividade
• importante para sucesso da Estabilização
• Críticas: abertura comercial muito rápida e associada com abertura financeira e valorização cambial
• custos sociais excessivos • Fechamento de empresas, desemprego, informalização
• Deterioração da balança comercial e do BP
Abertura comercial - FHC
• Em 1995, com o Plano Real já em vigor a condução da política de importações passou a se subordinar aos objetivos da estabilização de preços e proteção (mesmo que moderada) dos setores mais afetados pela recente abertura.
• Esses dois interesses passam a exercer pressões antagônicas, já que o primeiro demanda maior abertura da economia para as importações, enquanto o segundo baseia-se no oposto. • tendência de queda da tarifa média de importação até 1995
• a partir de meados de meados de 1995, no entanto, observou-se pequeno viés de alta nas alíquotas de importação • tentativa de conter o aumento do déficit em conta corrente
Abertura Financeira
• Início: fim década 80, acelera nos anos 90 • liberalização cambial – ampliação da conversibilidade da moeda nacional –
fim do mercado negro • Flexibilização do ingresso/saída de recursos externos na economia brasileira
• Mecanismos • “Unificação” mercado cambial • Ampliação dos limites de aquisição de divisas e permissão para manter
divisas e ativos denominados em moeda externa • Possibilidade de efetuar transferências e investimentos no exterior • Resolução 1832 - Anexo IV: permissão para investidores estrangeiros
acessarem mercado de ações e de renda fixa brasileiros
30
Abertura (financeira) Balanço • Positivos
integração dos mercados: melhora alocação de recursos
diminui spread - custo da intermediação
• Negativos
instabilidade cresce
aumento risco
vulnerabilidade à crises
dificuldade de ação das Autoridades nacionais - refém dos mercados e das Empresas Transacionais
crise sistêmica e efeito dominó
• Renegociação da dívida externa
• Plano Brady
• Abertura financeira • Possibilidade de financiamento externo
• Política Monetária austera e cambio “fixo” • Juros elevados
• Reversão do Balanço de Pagamentos Existência de reservas Possibilidade de financiamento externo
Marcilio Marques Moreira
Conta Capital e Dívida externa Brasil (1978 - 1999)
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1978 1983 1988 1993 1998
Co
nta
Cap
ital
-50
0
50
100
150
200
250
Div
ida
exte
rna
Conta Capital Divida externa
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
mar
/90
mai/90
jul/9
0
set/9
0
nov/90
jan/91
mar
/91
mai/91
jul/9
1
set/9
1
nov/91
jan/92
mar
/92
mai/92
jul/9
2
set/9
2
nov/92
jan/93
mar
/93
mai/93
jul/9
3
set/9
3
nov/93
jan/94
mar
/94
mai/94
RESERVAS INTERNACIONAIS BRASILEIRAS - CONCEITO LIQUIDEZ: 1990-1994
Fonte: Banco Central
O Plano Real: 3 fases
a) Ajuste fiscal prévio (14.06.93) • Corte de despesas (PAI), aumento de impostos (IPMF), diminuição de
transferências (FSE)
• 1.09.93 – cruzeiro real (1CR = 1000 cruzeiros)
b) Indexação completa da economia URV (28.02.94) • URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar
• conversão dos preços e rendimentos
• Sistema bi-monetário,
c) Reforma monetária – Real (01.07.94) • troca URV por Real (1Real = 2750 CR)
A Condução do Plano Real: 3 períodos • Período 1 (Itamar)
• Ancora Cambial • Valorização cambial, • Crescimento
• Período 2 (FHC 1) • Ancora Monetária
• Juros elevados • Desemprego
• Estabilidade real cambio
• Período 3 (FHC 2) • Três Pilares
• Superávit Primário • Metas de inflação • Cambio flexível
Crise do México
Início de 1995
Crise cambial à Brasileira
início de 1999
Ancoras múltiplas e
flexíveis ???
38
3. Reforma monetária – Real
Metas para a Política Monetária: • 30/09/94: R$ 7,5 bilhões
• 31/12/94: R$ 8,5 bilhões
• 31/03/95: R$ 9,5 bilhões • Nov/94: R$ 14 bilhões já emitidos
• existe aperto na política monetária • Compulsórios sobre depósitos à vista (novos) sai de 40% para 100% (depósitos à prazo:
20%) • Depois redução
• Lastro efetivo do Real: Reservas internacionais • US$ 42 bilhões
Plano Real: 1ª etapa de condução
• Políticas: • Cambio: Fixo para cima - Banda Assimétrica
• Metas Quantitativas para a Política Monetária
• Manutenção juros relativamente altos
• Conseqüências e causas
• Queda rápida da inflação (Mais lento que Cruzado)
• Bens tradeables x não tradeables – trajetórias diferentes
• Valorização cambial (real e nominal), entrada de recursos externos e abertura comercial – camisa de força para preços
Taxa de Câmbio Nominal e Deflacionada, Jul/94 a Fev/00.
0,700
0,900
1,100
1,300
1,500
1,700
1,900
2,100
Jul/9
4
Out
/94
Jan/
95
Abr/9
5
Jul/9
5
Out
/95
Jan/
96
Abr/9
6
Jul/9
6
Out
/96
Jan/
97
Abr/9
7
Jul/9
7
Out
/97
Jan/
98
Abr/9
8
Jul/9
8
Out
/98
Jan/
99
Abr/
99
Jul/9
9
Out
/99
Jan/
00
R$/
US
$
Câmbio Nominal Deflacionado IGP Deflacionado IPA
Plano Real: 1ª etapa de condução
• Políticas: • Cambio: Fixo para cima - Banda Assimétrica
• Metas Quantitativas para a Política Monetária
• Manutenção juros relativamente altos
• Conseqüências e causas
• Queda rápida da inflação (Mais lento que Cruzado)
• Bens tradeables x não tradeables – trajetórias diferentes • Valorização cambial (real e nominal), entrada de recursos externos e abertura comercial – camisa de força para
preços
• Crescimento da demanda: Consumo e Investimento
• Aumento do poder aquisitivo – fim do imposto inflacionário
• Recomposição dos mecanismos de crédito
• Demanda reprimida
• Aumento do horizonte de previsão
42
Problemas com a primeira fase da condução do Plano Real: a questão externa
• Combinação de apreciação cambial, abertura e demanda aquecida - aparecimento de déficits comerciais
• Financiamento com queima de reservas e/ou entrada de recursos (endividamento externo)
• Brasil - dois problemas: • Pauta de importação: excesso de bens de consumo – dificuldade com capacidade
futura de pagamento da dívida
• Entrada de capital de curto prazo
43
Exportações e Importações, em US$ Milhões Acumulados Últimos 12 meses,
Jan/94 a Dez/99
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000ja
n/94
abr/9
4
jul/9
4
out/9
4
jan/
95
abr/9
5
jul/9
5
out/9
5
jan/
96
abr/9
6
jul/9
6
out/9
6
jan/
97
abr/9
7
jul/9
7
out/9
7
jan/
98
abr/9
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jul/9
8
out/9
8
jan/
99
abr/9
9
jul/9
9
out/9
9
Exportações Importações
44
A Crise do México
Situação arriscada e insustentável no longo prazo: depois das eleições primeiras tentativas de controle da DA
Estanca-se a apreciação cambial e controle de entrada de capitais
Crise do México: fim da 1ª etapa do Plano Real Sistema de bandas: Desvalorização tímida e gradativa do cambio (estabilidade do cambio real) em função do risco inflacionário
Controle de demanda agregada: restrições monetárias e creditícias
Elevação da taxa de juros
45
Taxa de Câmbio Nominal e Deflacionada, Jul/94 a Fev/00.
0,700
0,900
1,100
1,300
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1,700
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98
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/98
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99
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99
Jul/9
9
Out
/99
Jan/
00
R$/
US
$
Câmbio Nominal Deflacionado IGP Deflacionado IPA
46
O Plano Real pós crise do México: a segunda fase (o governo FHC)
Nova fase - principal instrumento:
política monetária Conter DA e evitar déficits comerciais expressivos
Administração da taxa de juros: conter atividade e promover ingresso de capital
Efeitos: retração da atividade econômica - desemprego
IPCA anual 1995-2010
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
48
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
19
80.0
1
19
80.0
5
19
80.0
9
19
81.0
1
19
81.0
5
19
81.0
9
19
82.0
1
19
82.0
5
19
82.0
9
19
83.0
1
19
83.0
5
19
83.0
9
19
84.0
1
19
84.0
5
19
84.0
9
19
85.0
1
19
85.0
5
19
85.0
9
19
86.0
1
19
86.0
5
19
86.0
9
19
87.0
1
19
87.0
5
19
87.0
9
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1
19
88.0
5
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88.0
9
19
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1
19
89.0
5
19
89.0
9
19
90.0
1
19
90.0
5
19
90.0
9
19
91.0
1
19
91.0
5
19
91.0
9
19
92.0
1
19
92.0
5
19
92.0
9
19
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1
19
93.0
5
19
93.0
9
19
94.0
1
19
94.0
5
19
94.0
9
19
95.0
1
19
95.0
5
19
95.0
9
19
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1
19
96.0
5
19
96.0
9
19
97.0
1
19
97.0
5
19
97.0
9
19
98.0
1
19
98.0
5
19
98.0
9
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1
19
99.0
5
19
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9
20
00.0
1
20
00.0
5
20
00.0
9
20
01.0
1
20
01.0
5
20
01.0
9
20
02.0
1
20
02.0
5
20
02.0
9
Taxa mensal de desemprego aberto nas RMs: 1980-2002
1995
49
Nível de atividade
Produção industrial Queda de 13% após a crise mexicana
7% após a crise asiática
6% após a crise russa
Tendência de perda de dinamismo da produção
Desemprego Também questões ligadas a abertura e mudanças tecnológicas (apesar de absorção
serviços)
Fortes oscilações Mudanças bruscas na taxa de juros
Da crise do México à desvalorização brasileira
A partir de então define-se uma trajetória de stop and go em que os condicionantes externos dão o ritmo da economia brasileira:
crise externa – aumento dos juros – contração econômica
alívio externo – diminuição dos juros – crescimento
Taxa de Juros (Over/Selic), % a.a.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
Ago/94
Out/9
4
Dez/94
Fev/95
Abr/95
Jun/9
5
Ago/95
Out/9
5
Dez/95
Fev/96
Abr/96
Jun/9
6
Ago/96
Out/9
6
Dez/96
Fev/97
Abr/97
Jun/9
7
Ago/97
Out/97
Dez/97
Fev/98
Abr/98
Jun/9
8
Ago/98
Out/98
Dez/98
Fev/99
Abr/99
Jun/9
9
Ago/99
Out/9
9
Dez/99
Fev/00
México
Ásia Rússia
Reservas Internacionais, em US$ milhões, Jan/93 a Fev/00
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
Jan/
93
Mai
/93
Set
/93
Jan/
94
Mai
/94
Set
/94
Jan/
95
Mai
/95
Set
/95
Jan/
96
Mai
/96
Set
/96
Jan/
97
Mai
/97
Set
/97
Jan/
98
Mai
/98
Set
/98
Jan/
99
Mai
/99
Set
/99
Jan/
00
México Ásia Rússia
Da crise do México à desvalorização brasileira
A partir de então define-se uma trajetória de stop and go em que os condicionantes externos dão o ritmo da economia brasileira:
crise externa – aumento dos juros – contração econômica
alívio externo – diminuição dos juros – crescimento
Crise asiática:
Aumento dos juros e recomposição das reservas
Pacote fiscal não cumprido
Crise Russa:
Também elevação dos juros e pacote fiscal, mas reservas não se recuperam
54
Da crise asiática à desvalorização brasileira
Dificuldades no Brasil
Dois problemas importantes: Fiscal: Dívida pública
elevada e crescente
Externo: Déficit em conta corrente:
55
Setor externo
Deterioração expressiva das contas externas 1994-1998: Exportações: aumento de 17% Falta de dinamismo das vendas externas
Crescimento abaixo da média mundial
Importações: aumento de 77% 1993/95: US$ 25,5 p/ 49,9 bilhões
Maiores aumentos: bens de capital (113%) e bens de consumo (94%)
Aumento do déficit da conta de serviços e rendas Aumento do passivo externo líquido
Pagamento de juros e lucros ao exterior
Déficit em transações correntes: 1994: 0,3% do PIB
1998: 4,5% do PIB
Balanço de Pagamentos Brasil: 1981 - 2011
-100.000,0000
-50.000,0000
0,0000
50.000,0000
100.000,0000
150.000,0000
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Balança comercial
Juros e rendas
conta de capital e financeira
transações correntes
58
Contas públicas
1995 a 1998: Política fiscal expansionista Piora do resultado primário
Política monetária contracionista Início: Objetivo de estabilizar os preços, depois: Entrada de capitais
Juros elevados: Amplia déficit nominal tb grande
Deterioração do risco-país
Questão da esterilização (manter cambio) – elevação da divida pública
59
R ESULTA DO PR IMÁ R IO DO SETO R SETO R PÚBLIC O - (Dez/91 - A br/01)
F lux o 12 meses em % do PIB
-9
-8
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
De
z/9
1
Ma
i/9
2
Ou
t/9
2
Ma
r/9
3
Ag
o/9
3
Jan
/94
Jun
/94
No
v/9
4
Ab
r/9
5
Se
t/9
5
Fe
v/9
6
Jul/
96
De
z/9
6
Ma
i/9
7
Ou
t/9
7
Ma
r/9
8
Ag
o/9
8
Jan
/99
Jun
/99
No
v/9
9
Ab
r/0
0
Se
t/0
0
Fe
v/0
1
F onte : E labora ção própria a pa rt ir de dados do Banco C entra l do Bra s il
60
Contas públicas
Desequilíbrio fiscal um dos responsáveis pelo crescimento da dívida interna pública Esqueletos (compensados pelas privatizações ?)
Juros elevados
Esterilização (cambio)
Inconsistência intertemporal da política macroeconômica Necessidade de um ajuste primário para estabilizar a relação dívida/PIB
61
DÍVIDA LÍQU IDA DO SET OR PÚ BLICO e m % DO PIB (J a n/91 - M a r/02) 1
Plano R ea l
25
30
35
40
45
50
55Ja
n/9
1
Jul/
91
Jan
/92
Jul/
92
Jan
/93
Jul/
93
Jan
/94
Jul/
94
Jan
/95
Jul/
95
Jan
/96
Jul/
96
Jan
/97
Jul/
97
Jan
/98
Jul/
98
Jan
/99
Jul/
99
Jan
/00
Jul/
00
Jan
/01
Jul/
01
Jan
/02
De sv a lo riza ção
Jan/99
Fonte : E labora ção própria a pa rt ir de dados do Banco C entra l do Bra s il
(1) Ex clu i a ba se mone tá ria
Desv a lo riza ção
O ut/01
62
Da crise asiática à desvalorização brasileira
Desvalorização eminente : duas ressalvas para ela ocorrer: Calendário eleitoral (reeleição FHC) Exposição do setor privado à desvalorização cambial (setor privado com passivos em moeda externa)
2º semestre 1998 – preparação para desvalorização Pacote com o FMI “Pacote emergencial”: US$ 42 bilhões: FMI, Banco Mundial, BID, Países Desenvolvidos
Governo assume risco cambial (dá hedge para setor privado: mercado futuro e à vista de dólar, dívida pública interna com clausula cambial) – socialização dos prejuízos
Janeiro 1999 – câmbio flutuante e desvalorização
63
Conseqüências (expectativas) da mudança cambial
Desvalorização - riscos : volta da inflação - México contração econômica – Ásia
Brasil Inflação: pequena elevação no curto prazo mas não permanente
Não há grande contração da economia como na Ásia não houve grande efeito patrimonial da desvalorização Existe alguma substituição de importações,
64
Ainda as conseqüências (expectativas) da desvalorização cambial
Recuperação do comercial externo recuperação aparece mas é mais lenta que esperado
Desvalorização permite queda da taxa de juros, inferior ao imaginado, juros mantidos altos em função das dificuldades externas e da inflação
Problemas nas Finanças Públicas Efeitos patrimoniais da desvalorização suportada por Governo – ampliação do endividamento público
Para evitar explosão da dívida pública necessário geração de superávits fiscais primários, também necessários para compensar pagamentos de juros ainda altos
65
Os efeitos da desvalorização sobre a dívida
Impacto direto: Dívida externa (6,3% do PIB)
Dívida interna indexada ao dólar (7,5% do PIB) Fornecer hedge para as empresas
“Fantasma” da moratória da dívida interna Corrida bancária em fins de jan/1999 Situação só se normaliza em março Alta temporária dos juros, aumentando o custo de oportunidade de
comprar dólares Constatação de que a inflação não saiu do controle Novo acordo com o FMI
65