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Sessao de Casos Ginecologicos

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Ministério da saúde INCA

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  • SESSO DE CASOS

    GINECOLGICOS

    Srie Citotecnologia

    MINISTRIO DA SADEINSTITUTO NACIONAL DE CNCER

    JOS ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA)

    Rio de Janeiro, RJINCA2012

  • 2012 Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva/ Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. A reproduo, adaptao, modificao ou utilizao deste contedo, parcial ou integralmente, so expressamente proibidas sem a permisso prvia, por escrito, do INCA e desde que no seja para qualquer fim comercial. Venda proibida. Distribuio gratuita.Esta obra pode ser acessada, na ntegra, na rea Temtica Controle de Cncer da Biblioteca Virtual em Sade - BVS/MS (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/controle_cancer) e no Portal do INCA (http://www.inca.gov.br).

    Tiragem: 1500 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaesMINISTRIO DA SADEINSTITUTO NACIONAL DE CNCER JOS ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA)Coordenao-Geral de Gesto AssistencialDiviso de Anatomia Patolgica (Dipat)Seo Integrada e Tecnolgica em Citopatologia (Sitec)Rua Cordeiro da Graa, 156 Santo Cristo20220-400 Rio de Janeiro RJTels.: (21) 3207-3453/3207-3418E-mail: [email protected]

    OrganizaoSimone Maia Evaristo

    ElaboraoShirley Borges de Souza Quintana

    Revisora TcnicaClaudia Lopes Pires

    ColaboradoresEm anexo

    Ficha Catalogrfica

    Catalogao na fonte Seo de Bibliotecas

    I59s Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva. Coordenao-Geral de Gesto Assistencial. Diviso de Anatomia Patolgica. Seo Integrada e Tecnolgica em Citopatologia. Sesso de casos ginecolgicos / Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva, Coordenao-Geral de Gesto Assistencial, Diviso de Anatomia Patolgica, Seo Integrada e Tecnolgica em Citopatologia ; organizao Simone Maia Evaristo. Rio de Janeiro : Inca, 2012. 58 p. : il. (Srie Citotecnologia)

    ISBN 978-85-7318-203-3 (verso impressa) ISBN 978-85-7318-204-0 (verso eletrnica)

    1. Neoplasias do colo do tero Diagnstico. 2. Tcnicas de laboratrio clnico. 3. Citodiagnstico. 4. Pessoal de laboratrio. I. Evaristo, Simone Maia, org. II. Ttulo. III. Srie. CDD 616.075 82

    EdioCOORDENAO-GERAL DE AES ESTRATGICASServio de Edio e Informao Tcnico-CientficaRua Marqus de Pombal, 125 Centro20230-240 Rio de Janeiro RJTel.: (21) 3207-5500

    Superviso EditorialLetcia Casado

    Edio e Produo EditorialTas Facina

    CopidesqueRita Machado

    RevisoMaria Helena Rossi Oliveira

    Capa, Projeto Grfico e DiagramaoJankley Costa Gomes

    Ficha CatalogrficaIara Rodrigues de Amorim

    Ttulos para indexaoEm ingls: Gynecological Cases Session - Cytotechnology SeriesEm espanhol: Sesin de Sucesos Ginecolgicos - Serie Citotecnologa

  • AGRADECIMENTOS

    Ao Dr. Luciano Queiroz que to gentilmente autorizou o uso de imagens do site do

    Departamento de Anatomia Patolgica da Faculdade de Cincias Mdicas da Universidade

    Estadual de Campinas (Unicamp).

    Ao Dr. Samuel Regis Arajo pela cordialidade e autorizao para usar as imagens do Atlas

    de Citologia Crvico-vaginal (2010), de sua autoria.

    A todos os funcionrios da Seo Integrada de Tecnologia em Citopatologia (Sitec) e

    da Diviso de Anatomia Patolgica (Dipat) que contriburam de forma direta ou indireta para a

    realizao desta publicao.

  • SUMRIO

    AGRADECIMENTOS ............................................................................... 3

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................... 7

    INTRODUO ....................................................................................... 9

    CAPTULO 1. Casos clnicos .................................................................. 11

    CAPTULO 2. Laudo tcnico, definies, critrios e consideraes........ 33

    GLOSSRIO ........................................................................................... 52

    ANEXO ................................................................................................... 55

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 7

    AGC Atipias de significado indeterminado em clulas glandulares (atypical glandular cells)AIS Adenocarcinoma in situAnacito Associao Nacional de CitotecnologiaAOI Atipia de origem indefinidaASC-H Clulas escamosas atpicas de significado indeterminado quando no se pode

    excluir leso intraepitelial de alto grau (atypical squamous cells, cannot exchede

    high-grade squamous)ASC-US Clulas escamosas atpicas de significado indeterminado, possivelmente no

    neoplsicas (atypical squamous cells of undetermined significance)AVG Adenocarcinoma viloglandularCT Citotcnico/CitotecnologistaDES Dietil etil bestrolDipat Diviso de Anatomia PatolgicaDST Doenas Sexualmente TransmissveisFCM Faculdade de Cincias MdicasHPV Papilomavrus humano (Human Papillomavirus)HSIL Leso intraepitelial escamosa de alto grau (high - grade squamous intraepithelial

    lesion)INCA Instituto Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da SilvaJEC Juno escamocolunarLSIL Leso intraepitelial escamosa de baixo grau (low-grade squamous intraepithelial

    lesion)ME Metaplasia escamosaMS Ministrio da SadeNIC Neoplasia intraepitelial cervicalNiva/Vain Neoplasia intraepitelial vaginal / vaginal intraepithelial neoplasiaSitec Seo Integrada de Tecnologia em CitopatologiaTRH Tratamento de reposio hormonalUnicamp Universidade Estadual de Campinas

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 9

    INTRODUO

    Esta publicao tem como objetivo servir de apoio aos Tcnicos em Citopatologia

    (historicamente conhecidos e aqui tratados como citotcnicos), ou seja, trabalhadores da sade que

    possuem como ocupao a elaborao de laudos tcnicos dando apoio ao diagnstico de grande

    nmero de doenas, como o cncer, a partir de anlise de amostras celulares de praticamente todo

    o corpo humano. Eles constituem um grupo indispensvel da fora de trabalho e integram, o setor

    sade no segmento de preveno e deteco do cncer. O citotcnico , de suma importncia, para

    a ampliao da oferta e da cobertura de exames citopatolgicos no pas. Sua posio estratgica

    nos servios de sade ressaltada tendo em vista a magnitude epidemiolgica, econmica, social

    e poltica do cncer no Brasil.

    Sendo assim, esta publicao destina-se a compartilhar experincias da prtica clnica,

    traduzindo os conceitos clnicos e a terminologia vigente em exemplos, de forma a permitir que o

    citotcnico possa fazer o melhor uso dos critrios em um laudo tcnico na rea da citotecnologia.

    Os casos clnicos do vida ao processo do diagnstico diferencial e exemplificam a

    importncia que esse assume no plano de tratamento. Os casos presentes nesta publicao

    fazem parte da rotina do servio e foram apresentados pelos citotcnicos e discutidos junto

    equipe de citopatologistas e patologistas nas sesses mensais da Seo Integrada de

    Tecnologia em Citopatologia (Sitec), da Diviso de Anatomia Patolgica (Dipat), do Instituto

    Nacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva (INCA)/ Ministrio da Sade (MS).

  • CAPTULO 1

    Casos Clnicos

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 13

    CASO CLNICO N 1

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 30 anos.

    Inspeo do colo: Normal.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras 1 e 2.

    A

    C

    B

    D

    Figura 1. A Observam-se, em menor aumento (400x), clulas escamosas, superficiais e intermedirias, ao redor de clulas metaplsicas pequenas e imaturas (seta). B No maior aumento (1000x), observam-se critrios nucleares como irregularidade do contorno nuclear e hipercromasia, alm do aumento da relao ncleo-citoplasma. C Bem ao centro, clula metaplsica com binucleao. D Destaca-se, ao centro, outra imagem de clula metaplsica (1000x).

    A B

    Figura 2. A Ao centro, clula escamosa com esboo de coilocitose. Observam-se ainda duas clulas metaplsicas com aumento do volume nuclear, cromatina ligeiramente granular e nuclolo evidente. B No centro, clula metaplsica com aumento do volume nuclear e irregularidade do contorno nuclear (1000x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 35.

  • 14

    CASO CLNICO N 2

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 41 anos.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 3 a 5.

    A B

    C D

    Figura 3. A Clulas escamosas com relao ncleo-citoplasma aumentada, ncleos aumentados de volume e hipercromticos com citoplasma eosinfilo. B e C Clulas ceratinizadas (400x). D Grupamentos hiperpopulosos, densos, dando uma falsa percepo de formao glandular (100x).

    A B

    Figura 4. A Grupamento de clulas escamosas lembrando formao glandular. B Clulas escamosas atpicas agrupadas (400x).

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 15

    Figura 5. Viso panormica de grupamento superpopuloso, com sobreposio celular. Observam-se, na periferia, ncleos deitados, indicando ser grupamento de clulas escamosas (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 37.

    CASO CLNICO N 3

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 85 anos.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras 6 e 7.

    A B

    Figura 6. A e B Hipercelularidade, desorganizao, perda da formao favo de mel, superposio e aspecto plumagem perifrica, alm de pseudoestratificao e formao lembrando roseta (seta) (400X).

    A B

    Figura 7. A e B Marcante desorganizao da arquitetura, formao em roseta, atipias nucleares leves, tais como: discreto aumento do volume, ncleos ovais ou alongados, alm de hipercromasia discreta (seta) (400X).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 39.

  • 16

    CASO CLNICO N 4

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 22 anos.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 8 a 11.

    A

    C

    B

    D

    Figura 8. A Grupamento muito denso de clulas em meio a componente inflamatrio (100x). B Clulas glandulares com perda da caracterstica em "favo de mel", algumas em paliada. C e D Grupamentos densos, formao em lenol, mostrando ncleos ovais com cromatina moderadamente distribuda, alm de pequenos nuclolos (seta) (400x).

    A B

    Figura 9. A Grupamento de clulas glandulares com sobreposio nuclear, citoplasma diminudo, cromatina moderadamente distribuda e nuclolos evidentes (1000x). B Grupamento de clulas glandulares (400x), em meio a clulas escamosas e componente inflamatrio.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 17

    A

    C

    B

    D

    Figura 10. A Arranjo celular em lenol, superposio nuclear, anisocariose, volume citoplasmtico diminudo, cromatina moderada a grosseiramente granular e alguns ncleos com presena de nuclolos (seta) (1000x). B e C Repetem-se os achados, da figura A, alm do arranjo celular em forma de roseta (400x). D Clula tipo metaplsica com binucleao, aumento do volume nuclear e hipercromasia, e anfofilia (400x).

    A B

    Figura 11. A Clulas metaplsicas atpicas (1000x). B Grupamentos de clulas glandulares em meio a escamosas e componente inflamatrio (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 41.

  • 18

    CASO CLNICO N 5

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 34 anos, colo normal, sem queixas.

    Exames anteriores: Novembro de 2007: Inflamatrio.

    Novembro de 2008: Inflamatrio.

    Maio de 2009: Leso intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL).

    Novembro de 2009: Clulas escamosas atpicas de significado

    indeterminado, possivelmente no neoplsicas (ASC-US).

    Descrio citomorfolgica do caso Figura 12.

    A

    C

    B

    D

    Figura 12. A, B, C e D Grupamentos de clulas apresentando ncleos com discreta variao do tamanho, discreta hipercromasia e citoplasma escasso de borda indistinta, e indefinida quanto origem (seta) (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 42.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 19

    CASO CLNICO N 6

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 22 anos. Inspeo do colo: normal, sem queixas.

    Exames anteriores: Setembro de 2004: Inflamatrio.

    Dezembro de 2005: Inflamatrio (ativao nuclear).

    Maio de 2006: Inflamatrio.

    Julho de 2009: Inflamatrio (ativao nuclear).

    Descrio citomorfolgica do caso Figura 13.

    A

    C

    B

    D

    Figura 13. A Grupamento de clulas apresentando escasso citoplasma (seta), discreta anisocariose e hipercromasia discreta. B, C e D Mostram grupamentos celulares com sobreposio nuclear, hipercromasia e discreta variao do tamanho dos ncleos. D Nota-se, ainda, formao lembrando roseta (seta) (400X).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 42.

  • 20

    CASO CLNICO N 7

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 54 anos.

    Exame clnico: sem alteraes.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 14 a 16.

    A B

    Figura 14. A Mostra grupamento de clulas, ora lembrando metaplasia escamosa, ora formando paliada com citoplasma impreciso e variao do tamanho dos ncleos, lembrando glandular. B Mostra denso grupamento de clulas com sobreposio nuclear e citoplasma de borda indistinta (400x).

    A B

    Figura 15. A Mostra grupamento de clulas com escasso citoplasma, contorno indefinido e ncleos apresentando anisocariose e cromatina levemente distribuda. B marcante a anisocariose e de igual modo a escassez de citoplasma (400x).

    Figura 16. Grupamento lembrando pseudoestratificao, discreta anisocariose e hipercromasia, alm de citoplasma indefinido (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 42.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 21

    CASO CLNICO N 8

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 62 anos. Realizada bipsia.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 17 a 20.

    A

    C

    B

    D

    Figura 17. A, B e C Grupamento de clulas em formato sincicial, com anisocariose e nuclolos evidentes (400x, 1000x e 1000x respectivamente). D Observam-se ncleos ovais ou alongados, apresentando prolongamento espicular em uma das extremidades (1000x).

    A B

    Figura 18. A Figura de mitose. B Clula com citoplasma escasso, mostrando ncleo com hipercromatismo e prolongamentos em uma das extremidades (1000x).

  • 22

    A

    C

    B

    D

    Figura 19. A Clula alongada com hipercromasia (seta), ao lado de clula binucleada atpica. B, C e D Clulas com escasso citoplasma, ncleos alongados, por vezes desnudos, apresentando discreta hipercromasia em fundo

    hemorrgico (1000x).

    A B

    Figura 20. A Clula com cromatina grosseira, irregularidade do contorno nuclear, alm de binucleao. B Clulas alongadas com ncleos hipercromticos (seta) (1000x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 44.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 23

    CASO CLNICO N 9

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 75 anos. Radioterapia.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 21 a 25.

    A B

    Figura 21 A Clulas escamosas com relao ncleo-citoplasma aumentada, ncleos volumosos, citoplasma com anfofilia (400x). B Clulas ceratinizadas (seta) (200x).

    A B

    Figura 22. A Incluso leucocitria em histicito multinucleado (400x). B Clulas escamosas do tipo intermediria, com ncleos exibindo cromatina fina, irregular e anisocariose evidente (400x).

    Figura 23. Clulas escamosas com intensa anfofilia, ncleos com cromatina em pequenos grumos irregulares (400x).

  • 24

    A B

    Figura 24. A Destaque para clula gigante eosinfila. B clulas escamosas unidas sem separao do citoplasma (1000x).

    A B

    Figura 25. A Clulas apresentando citoplasmas unidos e ncleos aumentados, cromatina homognea (200x). B As clulas apresentam citoplasma fortemente corado dificultando a visualizao nuclear (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 46.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 25

    CASO CLNICO N 10

    Exame: Colpocitolgico 4 anos aps a radioterapia.

    Dados clnicos: 40 anos. Colo ausente. Carcinoma de colo em 2001. Radioterapia.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 26 a 29.

    A B

    C D

    Figura 26. A e B Clulas escamosas com relao ncleo-citoplasma moderadamente aumentada, aumento nuclear e hipercromasia (400x). C e D So notveis binucleaes (400x).

    A B

    Figura 27. A e B Observam-se clulas escamosas com marcante hipercromasia, binucleao e irregularidade do contorno nuclear (400x).

  • 26

    A

    C

    B

    D

    Figura 28. A Clula escamosa multinucleada, apresentando relao ncleo citoplasma aumentado, nota-se marcante hipercromasia e vacolo citoplasmtico. B Visualizam-se ncleos aumentados de volume e cromatina com degenerao (1000x). C Observa-se grande vacolo citoplasmtico fagocitando um ncleo (400x), detalhe melhor visto no maior aumento mostrado na figura D (1000x).

    A B

    Figura 29. A Grupamento mostrando clulas com marcante contorno nuclear, anisocariose e nuclolo (400x). Mesmo grupamento melhor detalhado em B (1000x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 46.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 27

    Caso clnico n 10: nova coleta, seis meses depois.Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 30 a 32.

    A B

    Figura 30. A e B Clulas escamosas com marcante hipercromasia e relao ncleo-citoplasma aumentada.

    A B

    Figura 31. A Observa-se clula com marcada degenerao nuclear e citoplasmtica (1000x). B Chama ateno marcada ceratinizao citoplasmtica (400x).

    A B

    Figura 32. A Clula com vacuolizao citoplasmtica na parte superior da imagem, logo abaixo outra clula com ncleo hipercromtico, apresentando degenerao com quebra da borda nuclear. B Observa-se clula multinucleada na parte superior e, abaixo, clula com cariorexe (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 46.

  • 28

    CASO CLNICO N 11

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 29 anos.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 33 a 37.

    A B

    Figura 33. A Clulas aglomeradas com aumento da relao ncleo-citoplasma, com ncleos discariticos (400x). B Numerosas clulas aglomeradas com grande relao ncleo-citoplasma, nuclolos evidentes, ncleo redondo ou oval (400x).

    A B

    Figura 34. A Ncleos esfricos, citoplasma delicado com limite mal definido (1000X). B Clulas com menbrana nuclear irregular, cromatina grosseira em agregados e hipercromasia, dentre outros hipocromticos (1000X).

    A B

    Figura 35. A Clulas que, em pequeno aumento, podem ser tomadas como linfcitos ou clulas endometriais, ncleo redondo ou oval, limite citoplasmtico mal definido, contendo material ingerido ou clulas mortas (400x). B Ncleos que preenchem toda a clula, respeitando apenas um delicado anel citoplasmtico, presena de cromatina grosseira em

    agregados e hipercromasia (1000x).

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 29

    A B

    Figura 36. A Clulas discariticas, ncleos hipercromticos, inverso da relao ncleo citoplasma (400x). B Ncleos hipercromticos, colorao basoflica e citoplasma oval (400x).

    A B

    Figura 37. A Numerosas clulas com cromatina grosseira, perda da coeso celular e citoplasma escasso (400x). B Grande quantidade de clulas formando uma imagem de xodo (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 48.

    CASO CLNICO N 12

    Exame: Colpocitologia.

    Dados clnicos: 24 anos. Gestante; sem sinais de doena sexualmente transmissvel (DST); sem

    exame anterior.

    Descrio citomorfolgica do caso Figuras de 38 a 44.

    A B

    Figura 38. A Intenso exsudato leucocitrio (100x). B Destaca-se a presena de um fundo hemorrgico (100x).

  • 30

    A

    C

    B

    D

    Figura 39. A e B Clulas com aumento do volume citoplasmtico e cariomegalia (1000x). C Destaca-se nuclolo proeminente, alm de citoplasma vacuolizado. D Clula isolada, tipo deciduoide, que mimetiza clula do 3 Tipo (400x).

    A B

    Figura 40. A Clula pleomrfica (400x). B Grupamento de clulas com citoplasma escasso e ncleos apresentando cromatina levemente granular e nuclolo evidente (1000x).

    Figura 41 Viso panormica de um grupamento em arranjo tipo lenol com nuclolos evidentes, lembrando um reparo atpico (1000x).

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 31

    Figura 42 Viso panormica de clulas apresentando pleomorfismo nuclear, por vezes com binucleao, conforme mostra a seta (1000x).

    A B

    Figura 43. A e B Grupamentos densos de clulas em formao sinciciais, com aumento do volume nuclear, discreta hipercromasia e nuclolo proeminente (1000x).

    A B

    Figura 44. A Clula isolada, cariomeglica, cromatina irregularmente distribuda e nuclolo evidente (400x). B Clulas com citoplasma aberrante, discreta variao do tamanho dos ncleos e fundo hemorrgico em ambas as figuras (400x).

    Laudo tcnico (citotcnico): Vide pgina 50.

  • CAPTULO 2

    Laudo tcnico, definies, critrios e consideraes

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 35

    CASO CLNICO N 1

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. Metaplasia escamosa imatura. Clulas escamosas atpicas

    de significado indeterminado, quando no se pode excluir leso intraepitelial de alto grau (ASC-H).

    Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Leso intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL).

    Metaplasia Escamosa

    Definies

    Segundo Robbins e Cotran (2010), metaplasia escamosa (ME) definida como alterao

    escamosa reversvel na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) substitudo

    por outro tipo celular igualmente diferenciado.

    Critrios

    Segundo Solomon e Nayar (2005), as clulas metaplsicas podem se apresentar em grupos

    ou isoladas, ter formato arredondado ou ovalado e mostrar, por vezes, citoplasma aracniforme.

    Apresentam maior proporo entre o ncleo e o citoplasma do que as clulas maduras, com

    membranas nucleares lisas e cromatina finamente granular com distribuio regular. O grau de

    diferenciao, conforme ilustrao em Arajo (2010), pode ser observado na Figura 45. Nota-se

    pequenos nuclolos arredondados, entretanto, nas clulas atpicas, os critrios observados so

    significativos, tais como: clulas pequenas, imaturas, com inverso da relao ncleo-citoplasma

    bastante alterada a favor do ncleo, cromatina grosseira formando espaos claros, espessamento

    e irregularidade da membrana nuclear, hipercromatismo e anisocariose (Figura 46). As clulas

    podem apresentar-se isoladas ou em agregados sinciciais.

    Consideraes

    A ME representa uma substituio adaptativa de clulas sensveis ao estresse, por outras

    capazes de suportar as alteraes do ambiente, de agentes agressivos, que podem ser fsicos,

    qumicos ou biolgicos.

    O epitlio escamoso estratificado mais resistente e capaz de sobreviver sob circunstncias

    nas quais o epitlio colunar, mais frgil, certamente no suportaria. Entretanto a metaplasia vista

    como uma faca de dois gumes: embora confira ao epitlio maior proteo, em contrapartida, tira a

    funo mucossecretora e a ao dos clios, tornando-se uma rea de risco, suscetvel a neoplasias.

    A metaplasia imatura tanto pode reepitelizar o epitlio e se transformar no epitlio escamoso

  • 36

    estratificado, como pode evoluir para uma metaplasia atpica e desenvolver uma HSIL. Sabe-se

    que 98% dos cnceres ocorrem na Zona de Transformao, que a juno das duas mucosas,

    escamosa e glandular (Juno escamocolunar - JEC).

    Figura 45. Clulas mataplsicas em diferenciao: A Clulas pequenas, arredondas, com citoplasma denso, cianoflico e ncleo relativamente volumoso. B Citoplasma cianoflico, s vezes vacuolizado e contornos bem marcados. C Prolongamentos espiculados. D O citoplasma principia a assumir contornos nitidamente de clulas escamosas. E Clulas metaplsicas quase totalmente diferenciadas.

    Fonte: Arajo (2010).

    A

    C

    B

    D

    E

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 37

    Figura 46. Clulas metaplsicas atpicas. A Observam-se clulas metaplsicas atpicas, exibindo ncleos hipercromticos, anisocariose e cromatina finamente irregular (400x). B Observa-se grupamento de clulas escamosas metaplsicas exibindo sobreposio, hipercromatismo anisocariose, espessamento da membrana nuclear e cromatina granular

    e espaos claros (1000x). C e D HSIL. Padro metaplsico, observa-se alta relao ncleo-citoplasma, cromatina grosseira, podendo ocorrer franca hipercromasia, os nuclolos em geral so inaparentes (1000x).

    Fonte: Sitec/Dipat/INCA.

    REFERNCIAS

    ARAJO, S. R. Atlas de Citologia Crvico-vaginal Passo a Passo. 1 ed. Paran: APP, 2010.

    ROBBINS, S.; COTRAN, R. Patologia Bases Patolgicas das doenas. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

    SALOMON, E.; NAYAR, R. Sistema Bethesda para citopatologia crvico-vaginal. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2005.

    KURMAN, R. J.; SOLOMON, D. Sistema Bethesda para citopatologia crvico-vaginal. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 1997.

    CASO CLNICO N 2

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. HSIL. Com ocupao glandular? Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Citopatolgico: HSIL, no podendo excluir microinvaso.

    Histopatolgico: Carcinoma in situ com ocupao glandular (Figura 47).

    A

    C

    B

    D

  • 38

    Leso intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL)

    Definio

    Em Kurman (1997), encontra-se HSIL definida como uma leso intraepitelial escamosa

    que compreende as anormalidades epiteliais cervicais no invasivas que envolvem as displasias

    moderadas e acentuadas.

    Critrios

    Solomon (2005) cita os seguintes critrios: clulas usualmente isoladas, em grupos ou em

    agregados tipo sinccio; notvel aumento da proporo ncleo-citoplasma; tamanho das clulas

    menor que na LSIL; hipercromasia evidente; cromatina fina ou grosseiramente granular, com

    distribuio uniforme; nuclolos geralmente ausentes; membranas nucleares irregulares.

    Consideraes do HSIL com ocupao glandular (imagem histolgica) Geralmente associado presena do Papilomavrus humano (HPV) de alto risco, tais

    como os tipos 16 e 18. Arajo (2010) considera que as leses de alto grau tendem progresso

    e multifocalidade, alm de se expandirem ao longo da mucosa na zona de transformao,

    ocupando glndulas, parcial ou completamente, ou mesmo aparecendo de incio apenas dentro

    do corpo glandular ou em ilhas metaplsicas esparsas na mucosa glandular, conforme ilustrado

    na Figura 48A.

    Na Figura 48B, ao centro do grupamento, veem-se clulas colunares em paliada, benignas,

    e, nas duas extremidades, observa-se parte da glndula ocupada por leso escamosa.

    Para o diagnstico diferencial entre HSIL com ocupao glandular e adenocarcinoma

    in situ (AIS), Reddy (2010) chama ateno quando, em agrupamento de clulas atpicas, h

    presena de um ncleo achatado beira do grupamento, conforme visto na Figura 49.

    Figura 47. A Corte histolgico do caso apresentado, mostrando a glndula sendo invadida por contiguidade do epitlio atpico escamoso (seta), por leso de alto grau (100x). B Glndula normal ao lado de glndula totalmente ocupada por leso de alto grau (seta) (100x).

    Fonte: Sitec/Dipat/INCA.

    A B

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 39

    Figura 48. A Imagem com detalhe do processo chamado de extenso ou ocupao glandular em reas de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) III*. B Ao centro do grupamento, clulas colunares em paliada e, nas duas extremidades, parte da glndula ocupada por leso escamosa. (400x).**

    Fontes: *Arajo (2010) e **Sitec/Dipat/INCA.

    Figura 49. Clulas colunares na borda do grupamento podem simular um AIS de endocrvice. Caractersticas celulares semelhantes s encontradas em HSIL, apresentam, geralmente, um ncleo achatado beira do grupamento.

    Fonte: Reddy (2010).

    REFERNCIAS

    ARAJO, S. R. Citologia crvico-vaginal Passo a Passo. 1 ed. Paran: APP Freegraf, 2010.

    REDDY, S. M. Differential diagnosis in cytopathology. Londres: Cambridge University Press, 2010.

    ROBBINS, S.; COTRAN, R. Patologia Bases Patolgicas das doenas. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

    SALOMON, E.; NAYAR, R. Sistema Bethesda para citopatologia crvico-vaginal. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2005.

    CASO CLNICO N 3

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. Leso intraepitelial escamosa de alto grau? Encaminhado

    ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Adenocarcinoma in situ (AIS).

    A B

  • 40

    Adenocarcinoma in situ de endocrvice

    Definio

    Solomon (2005) define AIS de endocrvice como leso de alto grau, que se caracteriza por aumento nuclear, hipercromasia, estratificao e atividade mittica, mas sem invaso.

    Critrios

    Encontram-se, em Solomon (2005), os seguintes critrios: raro o achado de clulas

    anormais isoladas; os agrupamentos celulares apresentam uma disposio nuclear em paliada

    com protruso de ncleos e fragmentos citoplasmticos a partir da periferia (plumas ou bordas

    franjadas); ncleos discretamente aumentados, tamanhos variados, ovais ou alongados e

    pseudoestratificados; comum a presena de mitoses e corpos apoptticos; geralmente h poucas

    atipias, os ncleos tendem a ser regulares, cromatina granular, hipercromasia pode estar presente

    e os nuclolos pequenos ou inconspcuos; base tipicamente limpa; pode haver exceo, com

    grande variao do volume celular e nuclear, alm de hipercromasia acentuada.

    Consideraes

    Arajo (2010) considera o AIS como leso precursora do adenocarcinoma invasivo;

    est fortemente relacionado com infeco pelo HPV de alto risco (16 e 18). Existe tambm um

    grau de associao com leses precursoras escamosas tipo NIC I/II/III. A grande diferena das

    leses escamosas que, citologicamente, sua morfologia bem menos precisa, baseando-se,

    essencialmente, mais em desarranjo arquitetural e aumento da celularidade do que em atipias

    citolgicas propriamente ditas.

    O AIS pode ocasionalmente demonstrar nuclolos, o que coloca o diagnstico diferencial

    de carcinoma endocervical invasivo.

    A Figura 50 mostra um recorte histopatolgico de glndula endocervical com foco de AIS.

    Figura 50. Recorte histopatolgico de glndula endocervical com foco de AIS.Fonte: Arajo (2010).

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 41

    REFERNCIAS

    ARAJO, S. R. Atlas de Citologia Crvico-vaginal Passo a Passo. 1 ed. Paran: APP, 2010.SALOMON, E.; NAYAR, R. Sistema Bethesda para citopatologia crvico-vaginal. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 2005.

    CASO CLNICO N 4

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. HSIL? Encaminhado ao citopatologista.Diagnstico final (mdico): Adenocarcinoma in situ (AIS). Leso mais grave?

    N.B. O caso chama ateno considerando o diagnstico e a idade do paciente.

    Adenocarcinoma Endocervical e sua variante: Adenocarcinoma bem diferenciado viloglandular papilar

    Consideraes

    Estudos epidemiolgicos mostram um aumento na incidncia do adenocarcinoma endocervical, principalmente em mulheres com at 35 anos (Gonalves, 2007). Esses tumores glandulares apresentam variaes cuja morfologia leva a problemas diagnsticos (Young, 2002). Uma variante importante do adenocarcinoma endocervical o adenocarcinoma bem diferenciado viloglandular papilar (AVG) que ocorre predominantemente em mulheres jovens (Gonalves, 2007). Segundo Colgan (1993), AVG um subtipo do carcinoma mucinoso. Afeta usualmente mulheres no menacme, perodo de vida em que a menstruao se faz presente, com idade entre 33 e 37 anos. Entretanto, outros autores encontraram pacientes com esse diagnstico e idade mdia de 45 anos. A incidncia tem sido estimada entre 2% e 5% dos adenocarcinomas da crvice. O prognstico do AVG foi relatado como melhor em relao a outros tipos de adenocarcinomas. Pode ser observado em trs quadros morfolgicos principais: proliferao exoftica, arquitetura papilar e leve a moderada atipia.

    O reconhecimento de clulas de AVG na citologia de Papanicolaou bastante difcil, pois

    traz algumas similaridades citomorfolgicas tanto com clulas colunares reativas, quanto com o AIS.

    Alm disso, por vezes apresenta apenas atipias glandulares leves. Wiesenfeld (1997).

    Segundo Ayala (2003), se confunde tambem com o carcinoma in situ e as clulas endometriais

    recolhidas com Cytobrush.

  • 42

    REFERNCIAS

    ARAJO, S. R. Atlas de Citologia Crvico-vaginal Passo a Passo. 1 ed. Paran: APP, 2010.

    CHANG, W. C.; MATISIC, J. P.; ZHOU, C.; THOMSON, T.; CLEMENT, P. B.; HAYES, M. M. Cytological features of villoglandular adenocarcinoma of the uterine cervix: comparison with typical endocervical adenocarcinoma with villoglandular component and papillary serous carcinoma. Cancer. 1999; 87(1):5-11.

    COLGAN, T. J.; AUGER, M.; MCLAUGHLIN, JR. Histopathologic classification of cervical carcinomas and recognition of mucin-secreting squamous carcinoma. Int J Gynecol Pathol. 1993; 12(1):64-9.

    WIESENFELD, U.; BARAGGINO, E.; MELATO, M. Adenocarcinoma villoghiandolare del collo uterino. Descrizione di un caso e analisi della letteratura. Minerva Ginecol. 1997; 49(5):221-4.

    Manoel Afonso Guimares Gonalves, Fernando Anschau, Chrystiane Marc, Luise Meurer, Adenocarcinoma viloglandular de crvice uterina, Rev Bras Ginecol Obstet 2007; 2911: 575-9

    Young R H & Clement P B Endocervical adenocarcinoma and its variants: theirmorphology and differential diagnosis Histopathology 2002, 41, 185207

    Matas Jimnez-Ayala1, Beatriz Jimnez-Ayala Portillo2 Citopatologa glandular del endocrvix Diagnstico diferencial REV ESP PATOL 2003; Vol 36, n. 1: 11-20

    CASOS CLNICOS N 5, N 6, N 7

    Caso n 5

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. ASC-US. Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Atipias de origem indefinida, possivelmente no neoplsica.

    Caso n 6

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. ASC-H, no se pode afastar leso de alto grau.

    Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Atipias de origem indefinida, no se pode afastar leso intraepitelial

    de alto grau.

    Caso n 7

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. ASC-US e atipias de significado indeterminado em clulas

    glandulares (AGC). Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Atipias de origem indefinida, no se pode afastar leso de alto grau.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 43

    Atipias de significado indeterminado e de origem indefinida

    Definio

    Pinto (2006) define como diagnstico de categoria rara, caracterizado como exceo,

    destinado a situaes em que no se pode estabelecer com clareza a origem da clula atpica:

    Escamosa? Glandular?

    Critrios

    Segundo Pinto (2006), os critrios so: quando o arranjo celular e/ou a observao cuidadosa

    do citoplasma das clulas no foram suficientes para caracterizar a sua origem como escamosa

    ou glandular; clulas em grupamentos tridimensionais; ncleos discretamente aumentados de

    volume, variveis em tamanho e forma; cromatinas hipercromticas e discretamente granulares;

    citoplasma escasso de borda indistinta e indefinvel quanto origem.

    Consideraes

    Em 2002, foi realizada a reviso da Nomenclatura Brasileira para Laudos de Citopatologia

    Cervical Uterina (INCA, 2006), em uma normatizao para a uniformizao de relatrios citolgicos

    cervicovaginais em mbito nacional. Novos conhecimentos morfolgicos e moleculares, incluindo

    elementos propostos pela reunio de consenso do Sistema de Bethesda, realizada no ano anterior,

    foram a base para essa reviso. Os casos de atipias de origem indefinida (AOI) mostram forte

    associao com alteraes glandulares na histologia. A maior parte dessas correspondeu a

    alteraes reacionais e benignas.

    REFERNCIAS

    INSTITUTO NACIONAL DE CNCER (BRASIL). Nomenclatura brasileira para laudos cervicais

    e condutas preconizadas recomendaes para profissionais de sade. 2 ed. Rio de Janeiro:

    INCA, 2006.

    PINTO, A. P. et al. Investigao do valor da categoria diagnstica de clulas epiteliais atpicas,

    de significado indeterminado, e origem indefinida da nomenclatura brasileira para laudos

    citopatolgicos cervicais. J. Bras Patol Med Lab, v. 42, 133-141, 2006.

  • 44

    CASO CLNICO N 8

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. Carcinoma pouco diferenciado? Encaminhado ao

    citopatologista.

    Diagnstico final (mdico):

    Colpocitolgico: Outras neoplasias malignas: Sarcoma.

    Obs.: Presena de clulas fusiformes. Raras clulas escamosas. Esfregao hemorrgico.

    Histopatolgico: Sarcoma de clulas fusiformes pouco diferenciado com hemorragia e

    necrose.

    Obs.: A imuno-histoqumica realizada no INCA mostrou resultado semelhante ao laudo enviado,

    com positividade para vimentina e S100. Marcadores musculares, neuroendcrinos e para melanoma

    foram negativos (desmina, caldesmon, actina muscular lisa, AE1/AE3, HMB45, melan-A, sinaptofisina).

    Outras Neoplasias: Sarcoma

    Definio

    Tavassoli e Devilee (2003) definem como uma variedade de espcies raras benignas

    ou malignas de tumores mesenquimais que surgem no colo do tero e que se apresentam nos

    msculos liso e esqueltico, tecido nervoso e vascular perifrico.

    Critrios

    Segundo Carvalho (2009), a forma nuclear desempenha um dos mais importantes papis

    na individualizao dos sarcomas: o tamanho varia grandemente, comumente oval ou alongado,

    mas, em alguns deles, observa-se um prolongamento do tamanho e forma variveis em uma

    extremidade. Esse prolongamento pode ser digitiforme, espicular, mamilar, triangular, pequena

    protruso oval, etc. Espaos vazios e nuclolos grandes corados em vermelho so marcadamente

    ntidos nesses ncleos (Figuras 51 e 52).

    Consideraes

    Segundo Solomon (2005), os sarcomas primrios do aparelho genital feminino so raros.

    Podem se originar da vagina, colo e corpo do tero, tuba uterina ou ovrios, mas a maioria surge

    com maior frequncia no corpo uterino.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 45

    Carvalho (2009) apresenta uma lista dos tipos de sarcomas que podem ser encontrados

    no trato genital feminino:

    Sarcoma botrioide ou sarcoma embrionrio.

    Tumor misto mesodrmico.

    Carcinossarcoma.

    Leiomiossarcoma.

    Rabdomiossarcoma.

    Sarcoma do estroma endometrial.

    Figura 51. A (400x), B, C e D (1000x) Corte histolgico do caso apresentando clulas muito semelhantes s encontradas no colpocitolgico, tais como: clulas com escasso citoplasma eosinfilo, ncleos hipercromticos, alongados, em

    meio a fundo hemorrgico, alguns apresentando prolongamento nas extremidades, como mostram as figuras C e D.

    Figura 52. A e B Corte histolgico contendo clulas alongadas, citoplasma escasso, eosinfilo e ncleos hipercromticos e alongados (1000x).

    A

    C

    B

    D

    A B

  • 46

    REFERNCIAS

    CARVALHO, G. Citologia do Trato Genital Feminino. 5 ed. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 2009.

    SOLOMON, D.; NAYAR, R. Sistema Bethesda para citopatologia crvico-vaginal. 2 ed. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 2005.

    TAVASSOLI, F.A.; DEVILLE, P. Pathology and Genetics of Tumours of the Breast and Female Genital Organs. Lyon: IARC Press, 2003.

    CASOS CLNICOS N 9, N 10

    Caso n 9

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. Clulas atpicas com efeito ps-radioterapia. Encaminhado

    ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Alteraes celulares benignas reativas ou reparativas (efeito actnico).

    Caso n 10

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. Clulas atpicas com efeito ps-radioterapia. Encaminhado

    ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Clulas escamosas displsicas (Niva II), com efeito de radioterapia.

    No se pode afastar recidiva da leso.

    Nova coleta, aps seis meses

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. Clulas atpicas com efeito ps-radioterapia. Encaminhado

    ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Atipias celulares sugestivas de efeito ps-radioterapia.

    Efeitos citolgicos da radioterapia no tratamento do cncer do colo do tero

    Radioterapia

    Encontra-se no Medical Dictionary (2008) a definio de radioterapia como radiao de alta frequncia que usada para destruir clulas malignas e parar o crescimento e a diviso celular. O objetivo da radioterapia liberar uma dose precisamente calculada a um volume ou leito tumoral com o mnimo de danos s estruturas vizinhas sadias, resultando em erradicao do tumor, com melhoria da qualidade de vida e seu prolongamento.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 47

    Critrios citolgicos do efeito da radioterapia

    Segundo os autores Kurman (1997), Koss (1979) e Bibbo (1997), h um consenso entre os

    critrios observados: clulas notavelmente aumentadas com alterao da relao ncleo citoplasma.

    Clulas bizarras podem aparecer, ncleos aumentados com alteraes degenerativas incluindo

    palidez, condensao da cromatina e vacuolizao citoplasmtica frequente. As clulas exibem ainda

    discreta hipercromasia nuclear com variao de tamanho nuclear, bi ou multinucleao. comum

    visualizar nuclolos proeminentes, nicos ou mltiplos, se a ao reparatria estiver presente.

    Reao policromtica do citoplasma tambm pode ser observada. O fundo vem

    acompanhado de infiltrado inflamatrio e h presena de grandes histicitos multinucleados.

    Consideraes

    Segundo Kurman (1997), alteraes agudas induzidas por radiao geralmente desaparecem

    algumas semanas aps a terapia ter sido completada. No entanto, algumas alteraes podem

    persistir indefinidamente. Essas alteraes crnicas podem incluir aumento nuclear, hipercromasia

    discreta e reao policromtica do citoplasma. Essas modificaes, se no forem corretamente

    interpretadas, podem levar a erros de diagnstico.

    Segundo Bibbo (2008), a radiao interrompe a replicao celular, causando modificaes

    no DNA, nas protenas e no citoplasma da clula.

    Leso intraepitelial escamosa Vaginal/ Neoplasia Intraepitelial Vaginal (Niva)

    Definio

    Segundo Koss (2006), o termo neoplasia intraepitelial vaginal (Niva) foi introduzido h vrios anos, em substituio aos nomes displasia e carcinoma in situ. Essas leses, que podem ser divididas em baixo e alto grau, e so mais raras do que os seus correspondentes cervicais (NIC).

    Consideraes

    Segundo Grega e Zanini (2011), os fatores predisponentes para o seu desenvolvimento so histria de neoplasia do trato genital, radioterapia plvica, infeco pelo HPV, imunodepresso, tratamentos imunossupressivos e quimioterpicos, alm de exposio ao Dietil etil bestrol (DES) intrauterino. As mulheres entre 24 e 74 anos podem ser acometidas pela Niva, porm h maior prevalncia na idade mediana (52 anos). geralmente diagnosticada por meio de anormalidades na colpocitologia onctica, na ausncia de alteraes cervicais ou em mulheres histerectomizadas. A Niva geralmente envolve

    o tero superior da vagina e algumas so multifocais, conforme afirma Koss (2006).

  • 48

    Podem ser classificadas histologicamente em:

    Niva I Tero inferior da espessura epitelial (displasia leve).

    Niva II Extenso da atipia a 2/3 do epitlio (displasia moderada).

    Niva III Mais de 2/3 da totalidade da espessura do epitlio (displasia acentuada).

    REFERNCIAS

    BIBBO, M. Comprehensive Cytopathology. 2 ed. Philadelphia, Pennnsylvania: Saunders Company, 1997.

    ______. Comprehensive Cytopathology. 3 ed. Philadelphia, Pennnsylvania: Saunders Company, 2008.

    KOSS, G. L. Diagnostic Cytology. Volume 1, 1 ed. J.B. Philadelfhia: Lippincott Company, 1979.

    ______; GOMPEL, C. Introduo Citopatologia Ginecolgica com Correlaes Histolgicas e Clnicas. So Paulo: Roca, 2006.

    KURMAN, R. J.; SOLOMON, D. O Sistema Bethesda para o Relato de Diagnstico Citolgico Cervicovaginal. 1 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.

    Websters New World, Medical Dictionary, 3 edition, 2008.

    GRECA, L. M.; ZANINE, R. M. Neoplasia intraepitelial vaginal / Vaginal intraepithelial neoplasia.

    Disponvel em: http://bases.bireme.br. Acesso em: 18 de abril de 2011.

    CASO CLNICO N 11

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. HSIL. Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): HSIL.

    Diagnstico Diferencial

    O diagnstico citolgico baseado na anlise de critrios j pr-estabelecidos levando-se

    em conta as variaes morfolgicas da clula esfoliada. Por vezes, ocorrem situaes em que as

    formas semelhantes podem levar a uma falsa interpretao, sendo necessrio neste momento se

    fazer uma reavaliao crtica, comparativa dos critrios para a concluso diagnstica.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 49

    Neoplasia intraepitelial escamosa de alto grau X Histicitos

    Critrios morfolgicos da HSIL

    So caractersticas morfolgicas da HSIL, segundo Schneider (1998): fundo limpo, as

    alteraes citolgicas afetam clulas menores e menos maduras do que as clulas da LSIL; clulas

    isoladas, em grupos ou em agregados do tipo sincicial; margem celular mal definida, borrada;

    tamanho celular varivel, desde clulas similares no tamanho s observadas na LSIL at clulas

    do tipo basal, bastante pequenas. J Solomon (2005) descreve que o citoplasma pode parecer

    imaturo, enlaado, delicado ou densamente metaplsico. Ocasionalmente o citoplasma maduro

    e densamente ceratinizado; relao ncleo-citoplasma com aumento acentuado da proporo;

    cromatina fina ou grosseiramente granular e com distribuio regular; nuclolos geralmente

    ausentes; ncleo: redondo ou oval, membrana nuclear bastante irregular e frequentemente

    demonstra entalhes proeminentes ou sulcos (Figuras 33A, 34B, 35B, 36A e 37A).

    Critrios morfolgicos do histicito

    Caractersticas morfolgicas do histicito segundo Schneider (1998): citoplasma oval,

    algumas vezes de forma indefinida; colorao basfila; numerosos vacolos dando aparncia

    de espuma; nuclolos com cromatina muito ativa, com grande variao em relao ao nmero,

    tamanho e forma; ncleos em posio excntrica no citoplasma, podendo variar entre redondos,

    ovais ou em forma de rim; muitas vezes a membrana nuclear se superpe membrana

    citoplasmtica; a presena de micronuclolos redondos indica atividade metablica (Figuras 33B,

    34A, 35A, 36B e 37B).

    Consideraes

    A partir da demonstrao de leses tpicas em citologia ginecolgica, assim como formas

    semelhantes e seus aspectos no diagnstico diferencial, pode-se chegar a uma excelncia no

    diagnstico citolgico e evitar erros que geram condutas traumticas ou muito dispendiosas

    para a paciente.

    REFERNCIAS

    SALOMON, E.; NAYAR, R. Sistema Bethesda para citopatologia crvico-vaginal. 2 ed. Rio de

    Janeiro: Editora Revinter, 2005.

    SCHNEIDER, M. L.; SCHNEIDER, V. Atlas de Diagnstico diferencial em citologia ginecolgica.

    Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 1998.

  • 50

    CASO CLNICO N 12

    Laudo tcnico (citotcnico): Satisfatrio. ASC-US. Encaminhado ao citopatologista.

    Diagnstico final (mdico): Inflamatrio. Reparao. Negativo para malignidade.

    Obs.: Esse exame foi encaminhado para reviso devido presena de clulas por vezes bizarras,

    outras com aumento de volume nuclear marcante e algumas lembrando clulas do terceiro tipo.

    Considerando a histria clnica de gravidez, foi feita uma correlao com a literatura sobre a

    Reao Arias-Stella.

    Reao de Arias-Stella

    Definio

    Segundo Koss (2006), trata-se da presena de alteraes em clulas glandulares do

    endomtrio ou endocrvice, que apresentam ncleos grandes, que podem ser hipercromticos

    e multilobulados em casos de gestao normal ou ectpica. Foram identificadas na dcada de

    1970, por Javier Arias Stella, patologista de Lima, Peru.

    Critrios

    A morfologia das clulas de Arias-Stella : citoplasma abundante microvacuolizado, presena

    de marcantes atipias nucleares, tais como: aumento de tamanho, pleomorfismo e hipercromasia.

    Consideraes

    Na gravidez, as clulas do estroma endometrial, sob acentuada atuao progesternica, mostram-se volumosas, com citoplasma abundante, rseo, s vezes vacuolado, em razo da abundante secreo, e podem assumir contorno arredondado (Figura 53). O endomtrio gravdico tambm chamado de decdua e a modificao das clulas estromais referida como decidualizao ou transformao decidual. Em muitas, observa-se hipercromatismo nuclear, por vezes acentuado, o que constitui o fenmeno Arias-Stella, prprio da gravidez. A Figura 54A mostra alteraes em clulas glandulares endocervicais, e a Figura 54B ilustra algumas clulas deciduais. Observadas em pacientes com gestao tpica ou ectpica; pacientes que faam tratamento de reposio hormonal (TRH), uso prolongado de medicao anovulatria ou tratamento para estimular a fertilidade.

    Segundo Schneider (1998), existem vrios tipos de alteraes em clulas glandulares que

    podem gerar dvidas quanto ao diagnstico de Arias-Stella, tais como: atipia glandular reacional,

    hiperplasia atpica, AIS, metaplasia tubria, efeito radioterpico e clulas de reparo atpicas.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 51

    Figura 53. A e B Estroma endometrial gravdico apresentando clulas volumosas, com citoplasma abundante rseo, assumindo contorno arredondado.

    Fonte: Banco de imagens do Depto. de Anatomia Patolgica da FCM-Unicamp. Disponvel em: http://anatpat.unicamp.

    br/lamgin7.html

    Figura 54. A Grupamento de clulas endocervicais, algumas com ncleos aumentados e hipercromticos, encontradas em um esfregao cervical de uma mulher de 23 anos e grvida de 5 meses. Essas clulas representam, muito

    provavelmente, o fenmeno de Arias-Stella na endocrvice. B Imagem citolgica de clulas deciduais.Fonte: Koss (2006).

    REFERNCIAS

    Banco de imagens: Depto. de Anatomia Patolgica da FCM-Unicamp. Disponvel em: http://

    www.fcm.unicamp.br/deptos/anatomia/lamgin7.html#arias. Acesso em: 18 de abril de 2011.

    KOSS, G. L.; GOMPEL, C. Introduo citopatologia ginecolgica com correlaes histolgicas e clnicas. So Paulo: Roca, 2006.

    SCHNEIDER, M. L.; SCHNEIDER, V. Atlas de diagnstico diferencial em citologia ginecolgica. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 1998.

    A B

    A B

  • 52

    GLOSSRIO

    ACIDOFILIA Afinidade por corantes cidos. Sinnimo de oxifilia.ADENOCARCINOMA Carcinoma originado de tecido glandular ou de um epitlio mucoso.ANISOCITOSE Desigualdade no tamanho das clulas.ANISOCARIOSE Variao do tamanho nuclear, observvel em um grupo de clulas do

    mesmo tipo.ANACROMASIA Ausncia de uma reao tintorial, habitual em uma clula ou tecido

    (negatividade de uma colorao habitualmente positiva).ANFOLILIA Capacidade de se corar tanto pelos corantes cidos como pelos corantes

    bsicos.ATIPIA Variaes na morfologia celular que vo desde leves diferenas do normal

    at grosseiras alteraes prximas da anaplasia (na citologia esfoliativa).AUTLISE Autodigesto de um tecido ou clula por ao de enzimas normalmente

    presentes neles e observadas em organismos vivos.BASOFILIA Afinidade por corantes bsicos.BENIGNO Propcio cura.BIPSIA Exciso de um fragmento de tecido de um organismo vivo para estudo

    histopatolgico. Tambm designa o fragmento retirado.BLASTOMA Tumor cujas clulas parenquimatosas tm certas caractersticas

    embrionrias como fibroblastomas ou condroma. Termo utilizado

    tambm quando no se sabe se o tumor benigno ou maligno.CARCINOMA Tumor maligno cujo parnquima formado por clulas epiteliais.CARCINOMA IN SITU Distrbio do crescimento da superfcie epitelial, no qual as clulas

    normais so substitudas por clulas anaplsicas que no apresentam

    comportamento biolgico do cncer, tais como: invaso e metstase.CARIOPICNOSE Alterao celular caracterizada por diminuio e homogeneizao do

    ncleo.CARIORREXE Condensao do contedo nuclear (cariopicnose), seguida de sua

    fragmentao em densas partculas de cromatina.CITOPATOLOGIA Ramo da Patologia especializado nas alteraes que ocorrem dentro das

    clulas e especialmente demonstradas com tcnicas, tais como: citologia

    esfoliativa, por imprint, por puno bipsia aspirativa etc.CITOPLASMA Toda poro do protoplasma celular que no est contida dentro do

    ncleo (nucleoplasma).

    COILOCITOSE Presena de coilcitos nas preparaes histolgica e citolgica.

    O coilcito patognomnico da infeco pelo HPV. Geralmente

    apresenta-se como uma clula superficial ou grande intermediria com

    uma zona perinuclear muito ampla, clara (vazia) e irregular.

    CONDILOMA Tumor ou crescimento tipo verruga associado infeco por vrus (HPV).CONIZAO Exciso de um cone de tecido do colo uterino.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 53

    CROMOSSOMOS Estruturas cromatnicas, basoflicas e filamentosas, que se originam do

    contedo nuclear durante a mitose ou a meiose e que encerram os fatores

    hereditrios (gens). Na espcie humana, existem 46 cromossomas nas

    clulas, exceto nos gametas, que possuem apenas 23.CROMATINA Material nuclear que contm o DNA cromossmico e que se cora pelos

    corantes bsicos.DECIDUOSE Acmulo de glicognio em fibrcitos e fibroblastos do tecido conjuntivo

    da crvice uterina com alteraes pseudoepiteliais das clulas durante

    a gravidez.DIFERENCIAO Evoluo de uma clula desde o seu estado germinativo, basal, passando

    por estgios de amadurecimento, at atingir um estado morfolgico e

    funcional final, especfico.DISCARIOSE (Do grego dis = diferente, inadequado + Karyon = ncleo). Literalmente

    significa um ncleo anormal, atpico, em um citoplasma preservado.DISPLASIA Crescimento ou o desenvolvimento anormal de um tecido ou rgo.ENDOCRVICE Membrana mucosa glandular da crvice uterina.ENDOMTRIO Membrana mucosa glandular que reveste a cavidade do corpo uterino.EOSINOFILIA Caracterstica tintorial de componentes celulares corados com

    corantes acidoflicos (eosina), como por exemplo: citoplasma rosa ou

    laranja amarelado das clulas escamosas utilizando-se o mtodo de

    Papanicolaou. Sinnimo de acidofilia.EXSUDATO Material com elevado contedo proteico e celular (leuccitos) que passa

    atravs das paredes vasculares para os espaos vizinhos, principalmente

    na inflamao.FAGOCITOSE Englobamento e destruio de partculas slidas.HIPERCERATOSE Hipertrofia da camada crnea da epiderme, habitualmente associada

    com hipertrofia das camadas granulosa e espinhosa.HIPERCROMATISMO Qualidade do que se cora em excesso. Diz-se dos ncleos que tm a

    sua afinidade pela hematoxilina aumentada.HIPERCROMTICO Esse termo refere-se normalmente a uma alterao nuclear em que a

    colorao da cromatina encontra-se aumentada. Essa alterao est, em

    geral, associada a um aumento do contedo de DNA.HIPERPLASIA Excessiva formao de tecido; aumento de tamanho de um tecido ou

    rgo, devido ao aumento do nmero de clulas que o compe.HISTERECTOMIA Remoo cirrgica do tero.INFLAMAO Reao de um tecido vivo agresso de um agente irritante.IRRADIAO Aplicao de qualquer radiao (Raios X, Radium, Ultravioleta).MACRFAGO

    = HISTICITO

    Clula fagoctica pertencente ao Sistema Reticuloendometrial (SRE),

    importante no processo de resistncia infeco e resposta imunolgica.METAPLASIA Transformao de um tipo de tecido adulto em outro tecido adulto, tal como

    a substituio do epitlio respiratrio por epitlio pavimentoso estratificado.

  • 54

    MITOSE Diviso nuclear que geralmente ocorre em etapas: prfase, metfase,

    anfase e telfase.

    Diviso do citoplasma e do ncleo.MUCOSA Membrana de revestimento, recoberta por epitlio e que se assenta

    sobre um tecido conjuntivo denominado crion.NECROSE Morte de uma clula ou grupo de clulas em contato com tecido vivo.N E O P L A S M A =

    NEOPLASIA

    Crescimento novo, aberrante, de clulas ou tecidos anormais; tumor.

    NCLEO Corpo esfrico ou ovoide contido na clula, constitudo de DNA e que

    comanda as atividades vitais da clula.NUCLOLO Pequeno corpo esfrico contido no ncleo da clula, constitudo por

    RNA.PAPILOMA Padro de crescimento de tumores epiteliais no qual as clulas

    proliferadas crescem para fora da superfcie, acompanhadas por crion

    vascularizado, para formar uma estrutura ramificada.PROLA CRNEA Fragmento do epitlio escamoso estratificado benigno ou maligno que,

    visto transversalmente, mostra arranjo celular concntrico.PLEOMRFICO Termo utilizado para uma populao celular de um determinado tecido

    que apresenta variaes morfolgicas.QUERATINIZAO

    ou CERATINIZAO

    Cornificao de um tecido. O processo pelo qual a queratina formada.

    Cobertura de clulas com uma camada de queratina.RABDOMIOMA Tumor benigno formado por clulas musculares estriadas.SARCOMA Neoplasia maligna mesenquimal.SINCCIO Conjunto de clulas que se fundem, perdendo parte de sua membrana,

    e formando uma nica massa citoplasmtica multinucleada.TUMOR Aumento de volume de uma parte do corpo, produzido por excessiva

    multiplicao celular, coleo de transudado, sangue, pus etc.VACOLO Cavidade, espao claro dentro de uma clula. Cavidade delimitada por

    uma membrana. Habitualmente contm gordura, glicognio, secrees,

    lquidos, detritos etc.

  • SESSO DE CASOS GINECOLGICOS 55

    ANEXO

    Equipe de Colaboradores

    AMAURY LIMEIRA MARTINS NETO

    ANA CELINA PALMIERI P. MOREIRA

    ANTONIO DA COSTA FEITOZA

    ANTONIO DE OLIVEIRA GUTMAN

    BRBARA CRUZ BASSINI CAVALLINI

    BERNARDETE PEGORINI

    CARLA FATIMA DE OLIVEIRA CHAGAS

    CATIA MARTINS LEITE PADILHA

    DINORAH NASCIMENTO LOPES

    EDESIO BEZERRA DOS SANTOS

    ELIANE DRUMOND D. MACHADO

    EMANUELLE COELHO DE PAULA

    EMERSON PINTO DE MESQUITA

    FABIOLA ALVES SOARES

    FILOMENA RAMIREZ ARAOZ

    FLVIO PAIVA DE PAULA RIBEIRO

    FRANCISCA MORAES

    GIOVANA MARQUES DE ANDRADE

    GLRIA REGINA FERREIRA DA SILVA

    IDALINA MARIA DO PRADO

    IZOLDA GONALVES BRANCO

    JEANNE SOARES SANTANNA MENEZES

    JOANA DA CRUZ VELOSO RAMOS

    LEDA MARIA DA SILVA KLL

    LUCIANO ALVES MARTINS

    MARCIA PIMENTA PAIM

    MARIA BEATRIZ TEIXEIRA CAMPOS

    MARIA CONCEIO DA SILVA MAIA

    MARIA DO PERPTUO SOCORRO GARCES DE ASSUNO

    NILZA MARIA SOBRAL REBELO HORTA

    NORMA IMPRIO MEYRELLES

    PATRCIA DA SILVA LAZZARI

  • 56

    RACHEL DE CARVALHO SILVEIRA DE PAULA FONSECA

    REGINA AGNESE BARROS

    ROSANA SOARES DA SILVA

    SANDRA REGINA ABREU MARTINS

    TEREZINHA ROCHA GOMES DA SILVA

    VALRIA DE ANDRADE

    VANDERLEI LUCENA TAVARES

    WALTER JABLONOSFSKY JNIOR

    Colaborador Externo

    ANA PAULA PIMENTA/ Minas Gerais

  • Este livro foi impresso em offset,papel couch mate, 90g, 4/4.

    Fonte: Ottawa, corpo 11Rio de Janeiro, agosto de 2012.