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SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS PARA UMA ANÁLISE E AVALIAÇÃO GERAIS DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA DO HABITAT NOVA IORQUE, 6 - 8 JUNHO 2001 NAÇÕES UNIDAS CNUPH (HABITAT) URBANO O MILÉNIO Todas as pessoas merecem ... um lugar decente para viver Oddbjorn Monsen (UN Photo) [email protected]

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA GERAL DAS …5/Brochure_Portugees.pdf · e Outros Povoamentos Humanos no Novo Milénio" e se comprometam a elaborar estratégias orientadas para

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SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA GERAL DAS

NAÇÕES UNIDAS PARA UMA ANÁLISE E AVALIAÇÃO

GERAIS DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA DO HABITAT

N O V A I O R Q U E , 6 - 8 J U N H O 2 0 0 1

NAÇÕES UNIDAS CNUPH (HABITAT)

URBANOO MILÉNIO

Todas as pessoas merecem

... um lugar decente para viver

Oddbjorn Monsen (UN Photo)

[email protected]

O CNUPH (Habitat) com sede em Nairobi, Quénia, é o secretariado do processo preparatório da sessão Istambul+5. Criado em 1978, o Habitat é,

no sistema das Nações Unidas, o principal organismo responsável por coordenar as actividades no domínio dos povoamentos humanos.

Desde 1998, o Habitat foi o centro de coordenação das actividades realizadas no âmbito da execução do Programa do Habitat. Nos seus

esforços recentes por alcançar os objectivos de uma "habitação adequada para todos" e de "desenvolvimento sustentável dos povoamentos

humanos", o Habitat centrou as suas actividades na promoção destas causas e em abordagens baseadas em direitos. Iniciou duas campanhas:

a Campanha Mundial sobre Garantia contra o Desalojamento e a Campanha Mundial sobre Governação Urbana.

Nestas duas campanhas, o Habitat trabalhará em estreita cooperação com todos os níveis de governo e com outros parceiros no âmbito do

Programa do Habitat, em especial com os que representam os pobres das zonas urbanos, tendo em vista alcançar os seguintes objectivos:

■ Incentivar as políticas em matéria de habitação e a garantia contra o desalojamento no que se refere aos pobres ;

■ Incentivar a governação urbana transparente, responsável e susceptível de promover a inclusão;

■ Promover o papel das mulheres no desenvolvimento urbano;

■ Consciencializar da necessidade de justiça social;

■ Elaborar e incentivar políticas nacionais capazes de reduzir a pobreza urbana.

Nos seus esforços por melhorar as políticas dos governos e reforçar a sua capacidade institucional, o Habitat fornece uma vasta série de

serviços consultivos e assistência técnica, tanto aos governos como às autoridades locais. As suas actividades operacionais centram-se

no desenvolvimento da habitação e do meio urbano; na infra-estrutura, abastecimento de água e serviços básicos; no planeamento e

ordenação do ambiente; na gestão de actividades para fazer face às catástrofes; na gestão e finanças municipais; na segurança e protecção

das zonas urbanas; e em abordagens da tomada de decisões orientadas para a participação.

O Centro das Nações Unidas para os Povoamentos Humanos (Habitat)

O MILÉNIOURBANOTodas as pessoas merecem... um lugar decente para viver

Shelley Rotner /UN Photo

Habitação

■ Igual acesso às terras;

■ garantia de ocupação;

■ direito à habitação adequada;

■ igualdade de acesso ao crédido;

■ acesso aos serviços básicos.

Desenvolvimento Sociale Erradicação da Pobreza

■ Igualdade de oportunidades para uma vida saudável e segura;

■ integração social dos grupos desfavorecidos;

■ igualdade entre os sexos.

Ordenação do Ambiente

■ Estruturas de povoamentos geograficamente equilibradas;

■ gestão eficaz da oferta e da procurada água;

■ redução da poluição urbana;

■ prevenção de catástrofes e reconstrução de povoamentos;

■ sistemas de transporte eficazes e ecologicamenteracionais;

■ Mecanismos para preparar e executar planos à escala local e iniciativas locais relacionadas com o Programa 21.

DesenvolvimentoEconómico

■ Reforçar as pequenas empresas e as microempresas,

especialmente as organizadas por mulheres;

■ incentivar as parcerias entre o sector público e o privado;

■ estimular as oportunidades de emprego produtivo.

Governação

■ Descentralização e reforço

das autoridades locais;

■ participação e compromisso cívico;

■ governação transparente, responsável e eficiente

das cidades e zonas metropolitanas.

CooperaçãoInternacional

■ Aumento da cooperação e das parcerias

a nível internacional.

Programa do Habitat: Compromissos e Estratégias Fundamentais

Urbanização e Globalização

As cidades existem desde o terceiro milénio antes de Cristo. E, desde

o início da sua existência, as pessoas têm-se sentido atraídas pelo que

elas oferecem. No entanto, numa data tão recente como 1800, apenas

2% da população mundial vivia em zonas urbanas. Actualmente, um pouco

menos de metade de 6000 milhões de pessoas que habitam a Terra vive

em cidades; e em 2007 será já metade a viver nelas. Prevê-se que, no século

que agora começou, os centros urbanos se expandam até alcançarem um

tamanho sem precedentes. Há 5 anos, a região metropolitana de Nova Iorque

era o único centro urbano com mais de 10 milhões de habitantes; actualmente,

há 19 cidades com essas características. Durante o mesmo período de 50 anos,

o número de cidades com mais de um milhão de habitantes aumentou para mais do

quádruplo, passando de 80 para 365.

No mundo desenvolvido, a urbanização é um fenómeno familiar. Talvez seja

um facto menos conhecido que a América Latina e as Caraíbas estão já

altamente urbanizadas, pois 75% da sua população vivem em zonas urbanas.

Mas a África e a Ásia, dois continentes predominantemente rurais,

enfrentam uma transformação demográfica de grandes proporções,

já que as suas populações urbanas passarão de 35% para mais de 75%,

nos próximos 30 anos.

A urbanização e a globalização são uma triste realidade dos nossos dias.

As cidades de hoje têm de competir entre si para atrair capitais. Para isso,

muitas autoridades locais oferecem incentivos financeiros, além de outros

de carácter essencialmente prático, como uma infra-estrutura e serviços

urbanos que funcionem satisfatoriamente, sistemas de comunicações,

transportes eficientes, habitação suficiente e acesso aos serviços de educação

e a lazeres. Mas, no novo "arquipélago urbano" de cidades competitivas

ligadas pela globalização da economia dos nossos dias, a riqueza passa de

uma mão rica para outra. Os pobres foram deixados para trás.

A Urbanização e a Pobreza

Pode encontrar-se a pobreza em cidades de todo o mundo. Mas, nas cidades

do mundo em desenvolvimento, é mais profunda e mais generalizada.

Uma criança nascida numa cidade de um dos países menos avançados tem

22 vezes mais possibilidades de morrer antes dos cinco anos de idade do que

uma criança nascida numa cidade de um país desenvolvido. Nos países mais

ricos, menos de 16% do total das famílias das zonas urbanas vive na pobreza.

Mas, nas zonas urbanas dos países em desenvolvimento, 36% das famílias e

41% dos agregados familiares cujo chefe é uma mulher vivem com rendimentos

que se situam abaixo do limiar de pobreza definido a nível local. A urbanização

e feminização da pobreza fizeram com que mais de 1000 milhões de pobres

vivam em zonas urbanas sem habitação adequada nem acesso aos serviços

básicos.

Istambul + 5: Sessão Extraordinária da Assembleia Geral das

Nações Unidas para uma Análise e Avaliação Gerais da Execução

do Programa do Habitat, Nova Iorque, 6-8 de Junho de 2001

“O Programa do Habitat

constitui um apelo mundial

à acção a todos os níveis.

Oferece, num quadro de

objectivos, princípios e com-

promisso, uma visão positiva

dos povoamentos humanos

sustentáveis, onde todas as pessoas tenham habitação

adequada, um ambiente saudável e seguro, serviços

básicos e um emprego produtivo livremente escolhido.

O Programa do Habitat orientará todas as actividades

que visem converter essa visão em realidade.”Programa do Habitat, paragrafo 21

Harmut Schwarzbach/Still Photo

Istambul + 5A celebração da sessão Istambul +5 tem lugar num momento crucial

para o futuro dos povoamentos humanos. Cinco anos depois da Conferência,

representantes dos Estados Membros e os seus parceiros da sociedade

civil reunir-se-ão numa Sessão Extraordinária da Assembleia Geral das

Nações Unidas para analisar e avaliar a execução, à escala mundial,

do Programa do Habitat.

Este é o momento e o fórum em que os governos e a comunidade

internacional devem comprometer-se a adoptar medidas no futuro e a

realizar novas iniciativas para executar o Progorama do Habitat.

Durante a Sessão Extraordinária, exortar-se-ão os governos a apreciarem

e apoiarem uma declaração relativa ao futuro das cidades.

Ao mesmo tempo, programou-se uma série de eventos paralelos,

destinados a sensibilizar para estas questões importantes,

no novo “milénio urbano”.

A incapacidade da globalização de satisfazer as necessidades dos

pobres das zonas urbanas é um dos muitos temas cruciais que a

comunidade internacional abordará na sessão Istambul+5.

Habitat II: O Programado Habitat e a Declaraçãode Istambul

Em 1996, reconhecendo a necessidade premente de fazer face à explosão

urbana, a comunidade internacional convocou a segunda Conferência

mundial sobre povoamentos humanos, em Istambul. Na Habitat II,

— a “Cimeira Urbana”, como é geralmente conhecida —171

Governos aprovaram o Programa do Habitat e a Declaração de

Istambul.

A aprovação do Programa do Habitat representou um ponto de viragem

nos esforços internacionais com vista a promover cidades sustentáveis

dos pontos de vista social e ecológico. A Habitat II rejeitou a noção

segundo a qual as cidades são problemas para os quais não é possível

encontrar solução. Em vez disso, procurou as experiências e as melhores

práticas que mostram formas viáveis de fazer face aos desafios da

urbanização. Os participantes na Conferência reconheceram que, para

melhorar o meio onde se vive nas cidades do mundo, eram necessárias

políticas mais holísticas e susceptíveis de favorecer a inclusão e a participação.

Ao aprovar o Programa do Habitat, a comunidade internacional fixou o

duplo objectivo de conseguir habitação adequada para todos e o desen-

volvimento de povoamentos humanos sustentáveis.

HiroshiKubota/Magnum

[email protected]

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Relatório sobre a Análise e a AvaliaçãoGerais da Execução do Programado Habitat

Para avaliar os progressos alcançados, pediu-se aos

governos que, durante o período preparatório, apresentassem

relatórios sobre a execução do Programa, tanto à escala nacional

como local; tais relatórios deveriam incluir as suas opiniões e as

dos seus diversos parceiros. Estes relatórios nacionais foram

consolidados e apreciados nas cinco reuniões preparatórias regionais.

Na sessão Istambul+5, as conclusões serão apresentadas pela

Directora Executiva do Centro das Nações Unidas para os Povoamentos

Humanos (CNUPH) (Habitat), no seu relatório resumido sobre a análise

e a avaliação gerais da execução do Programa do Habitat.

O relatório foca muitos temas, a saber:

■ A urbanização e a globalização conheceram uma aceleração impressionante,

desde a Habitat II, e contribuíram para um aumento da pobreza urbana.

Por conseguinte, é importante abordar a execução do Programa do

Habitat num contexto internacional.

■ Os conflitos armados causam, com frequência, uma rápida migração das

zonas rurais para as zonas urbanas. É necessário reabilitar as pequenas

aldeias e as cidades para aí reinstalar os refugiados e os deslocados internamente.

■ Identificaram-se novas prioridades, nomeadamente a boa gestão

das cidades, os direitos em matéria de habitação, os serviços básicos,

os conflitos civis, a violência urbana e o meio urbano.

■ No processo de análise, confirmou-se novamente que as medidas que

melhoram realmente a qualidade de vida das pessoas, especialmente

dos pobres, são geralmente concebidas e aplicadas a nível local.

Por esta razão, é essencial consolidar as parcerias entre o Centro

das Nações Unidas para os Povoamentos Humanos (CNUPH), o sistema

da ONU e as autoridades locais.

“Cabe aos governos a principal responsabilidade

pela aplicação do Programa do Habitat. Como

entidades encarregadas de facilitar essa aplicação,

os governos devem criar e reforçar

em cada país parcerias eficazes com

as mulheres, os jovens, os idosos e

as pessoas com deficiência,

os grupos vulneráveis e desfavorecidos,

as pessoas e comunidades indígenas,

as autoridades locais,

o sector privado e as organizações

não governamentais...”Programa do Habitat, parágrafo 213º[email protected]

[email protected]

[email protected]

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Declaração sobre as Cidades e OutrosPovoamentos Humanos no Novo Milénio

Na Sessão Extraordinária, prevê-se que os dirigentes e as delegações

do mundo negoceiem e assinem uma "Declaração sobre as Cidades

e Outros Povoamentos Humanos no Novo Milénio" e se comprometam

a elaborar estratégias orientadas para o futuro e concebidas para

melhorar as condições nas cidades e nas aldeias. No projecto de

Declaração são focadas muitas questões.

A Declaração:

■ reafirmará os objectivos de conseguir habitação adequada para todos

e o desenvolvimento sustentável dos povoamentos humanos;

■ reconhecerá a importância de aplicar critérios "integrados e orientados

para a participação";

■ apoiará a necessidade de conseguir uma maior descentralização,

a fim de melhorar a eficácia das necessidades locais;

■ reconhecerá os muitos obstáculos e lacunas encontrados na

execução do Programa do Habitat; e

■ pedirá aos governos que reafirmem o seu compromisso em relação

ao Programa do Habitat.

O Comité Temático

Baseando-se no facto de o CNUPH ter incluído

os seus parceiros na Conferência de Istambul,

a Assembleia Geral decidiu criar um Comité

Temático na sessão Istambul+5, prevista para Junho, aberto à participação

dos Estados Membros e dos parceiros do Programa do Habitat. Tem como fim

proporcionar uma instância para a apresentação de comunicações e diálogos

sobre experiências e lições aprendidas no domínio do desenvolvimento dos

povoamentos humanos, nos cinco anos decorridos desde a realização da

Habitat II. O Comité, cujo objectivo declarado é orientar "a procura de soluções

e de progressos que beneficiem todos os cidadãos do mundo", reunir-se-á

cinco vezes durante a sessão Istambul+5. Os países e os parceiros do

Habitat apresentaram documentos sobre casos, 16 dos quais foram

seleccionados com base na representação geográfica e na cobertura

dos temas e dos elementos.

Eventos Paralelos

Antes da Conferência e durante a sua celebração, o Habitat apresentará o seu "Relatório

Mundial sobre Povoamentos Humanos" bem como o "Relatório sobre o Estado das

Cidades do Mundo". Além disso, os presidentes de câmaras, os representantes das

autoridades locais, as organizações não governamentais, o sector privado, os

organismos das Nações Unidas e outros parceiros do Programa do Habitat foram

convidados a realizar eventos paralelos, a fim de darem a conhecer actividades que

empreenderam nos últimos tempos, na área do desenvolvimento dos povoamentos humanos.

T.Sennett (UN Photo)

CNUPH (HABITAT)

Para mais informação, é favor contactar:

United Nations Centre for Human Settlements (Habitat) (Centro das Nações Unidas para os Povoamentos Humanos) (Habitat)P.O. Box 30030Nairobi, Kenya

Tel.: (254-2) 62 31 53Fax: (254-2) 62 40 60

E-mail: [email protected] e www.istanbul5.org

UNCHS (Habitat) New York Office (Gabinete do Centro das Nações Unidas para os Povoamentos Humanos) (Habitat)Room DC-943United Nations, NY 10017

Tel.: (212) 963-4200Fax: (212) 963-8721

E-mail: [email protected]

ou

Development and Human Rights Section (Secção de Desenvolvimento e Direitos Humanos)UN Department of Public Information (Departamento de Informação Pública da ONU)Room S-1040United Nations, NY 10017

Tel.: (212) 963-6877Fax: (212) 963-1186

E-mail: [email protected]

www.un.org

Publicado pelo Departamento de Informação Públicadas Nações UnidasDPI/2192–Abril 2001