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Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas Câmara Setorial de Silvicultura Brasília, outubro de 2009

Setor de Florestas Plantadas - Veracel · de eucalipto e pinus, em busca dos dados do crescimento projetado para os próximos 5 anos, da conseqüente demanda da madeira, e a projeção

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Agenda Estratégica do

Setor de Florestas Plantadas

Câmara Setorial de Silvicultura

Brasília, outubro de 2009

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Foto da capa cedida por empresa associada da ABRAF

Agenda Estratégica do

Setor de Florestas Plantadas

Câmara Setorial de Silvicultura

Brasília, outubro de 2009

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SUMÁRIO

Apresentação, 3

1. O Setor de Florestas Plantadas no Brasil - eucalipto e pinus, 5

1.1 - Histórico, 7

1.1.1 - Eucalipto, 7

1.1.2 - Pinus, 7

1.2 - A Cadeia de Base Florestal - eucalipto e pinus, 8

1.3 - Crescimento do setor e presença na economia, 9

1.4 - Produtividade, 10

1.5 - Consumo de madeira por segmento produtivo, 11

1.6 - Indicadores de Responsabilidade Social, 11

1.7 - Programas de Fomento Florestal, 12

1.8 - Programas de Financiamento, 12

2. Cenários de Crescimento, 15

2.1 - A crise econômica mundial e sua repercussão no setor florestal brasileiro, 17

2.2 - Cenários para o horizonte de 5 anos, 21

2.2.1 - Celulose e Papel, 21

2.2.2 - Painéis de Madeira Reconstituída, 22

2.2.3 - Siderurgia a carvão vegetal, 22

2.2.4 - Produtores independentes, 22

2.2.5 - Crescimento projetado de novas áreas de florestas plantadas para o período 2010 - 2014, 23

3. Benefícios / Impacto na economia, 25

3.1 - Estimativa de valores de aquisição de terras, 27

3.2 - Estimativa de valor de implantação de novas áreas florestais, 27

4. Obstáculos ao desenvolvimento do setor de florestas plantadas, 29

5. Planos de Ação, 33

Anexos 1, 2 e 3 - Mapas, 37

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APRESENTAÇÃO

A Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas resulta de uma iniciativa da Câmara Setorial de Silvicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, destinada a fornecer subsídios à formulação de políticas

públicas para essa atividade, que supre de madeira as indústrias produtoras de celulose e papel, painéis de madeira reconstituída, siderurgia a carvão vegetal, e produtos de madeira sólida.

Foram consultados os principais segmentos consumidores de madeira originada em florestas de eucalipto e pinus, em busca dos dados do crescimento projetado para os próximos 5 anos, da conseqüente demanda da madeira, e a projeção da necessária expansão das áreas destinadas a esse cultivo, levando em conta a distribuição de espécies nas diversas regiões produtoras, os níveis de produtividade já obtidos, e as diversas modalidades de propriedade da terra (próprias, arrendadas, parcerias via fomento florestal etc.).

A partir dos cenários de crescimento nos próximos anos, e a par dos benefícios gerados pelos empreendimentos, foram levantados também os obstáculos a essa expansão, vistos como desafios a serem enfrentados e respondidos, mediante os planos de ação propostos pela presente Agenda Estratégica, que irão constituir o Programa de Trabalho da Câmara Setorial de Silvicultura.

Portanto, ao lançarmos a Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas, julgamos estar contribuindo para o desenvolvimento pleno dessa atividade, que integrada à cadeia produtiva de base, é responsável por uma parcela relevante da economia nacional.

Brasília, outubro de 2009

Fernando Henrique da FonsecaPresidente da Câmara Setorial da Silvicultura

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1. O Setor de Florestas Plantadas no Brasil - eucalipto e pinus

1.1 - Histórico

A silvicultura teve início no Brasil no início do século passado, com o estabelecimento dos plantios florestais com espécies exóticas para substituição da madeira das florestas nativas de difícil reposição. As principais espécies exóticas foram os eucaliptos, introduzidos pela Companhia Paulista de Estrada de Ferro em 1904, e as coníferas (Pinus), pela Companhia Melhoramentos de São Paulo em 1922.

1.1.1 - Eucalipto

O gênero Eucalyptus, originário da Austrália foi introduzido no Brasil, pelo silvicultor brasileiro Edmundo Navarro de Andrade, junto à Companhia Paulista de Estradas de Ferro no estado de São Paulo.

O desenvolvimento inicial desta cultura no país, realizou-se entre 1904 e 1909, no horto de Jundiaí, onde Navarro de Andrade comparou várias espécies nativas do Brasil como a peroba, a cabriúva, o jequitibá com espécies exóticas e, entre elas sementes de Eucalyptus globulus que ele havia trazido em sua viagem após o término de seu curso de Agronomia em Portugal. Nesses ensaios os eucaliptos sobressaíram em relação às demais espécies, de forma que em 1909 a Companhia Paulista de Estradas de Ferro adquiriu mais terras em Rio Claro, iniciando plantios com esta espécie em escala industrial.

A partir dessa época, Navarro de Andrade começou a importar sementes de várias espécies de eucaliptos, escolhendo-as de regiões ecologicamente semelhantes da Austrália, e por intermédio principalmente de uma empresa francesa, conseguiu reunir um total de 144 diferentes espécies de eucaliptos. Atualmente, o Serviço Florestal da Austrália já identificou 672 espécies do gênero Eucalyptus, mas pouco mais de vinte e quatro espécies têm importância comercial e são plantadas extensivamente em todo o mundo.

Os plantios em larga escala com espécies do eucalipto no Brasil tiveram impulso a partir da década de 1960, e principalmente da década de 1970, com o advento do programa de incentivo fiscal aos plantios florestais associado aos investimentos por parte das indústrias de celulose e papel e siderurgia, e o desenvolvimento da tecnologia de plantio clonal de eucalipto, responsáveis pela elevada produtividade florestal alcançada pelo gênero.

As principais espécies cultivadas no Brasil são o Eucalyptus grandis, Eucalyptus citriodora, Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus urophilla, entre outras. Além disso existem cruzamentos entre as espécies, derivando as espécies híbridas como é o caso do Eucalyptus urograndis (E. urophilla x E. grandis).

1.1.2 - Pinus

Os Pinus originários principalmente do sudeste dos Estados Unidos e de alguns países tropicais são espécies florestais comumente plantadas no território nacional. Foi o filósofo

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alemão, Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da cidade catarinense de mesmo nome, quem, em meados do século XX, iniciou seu plantio em terras brasileiras. Também se destacam as experiências com esse gênero, iniciadas no Estado de São Paulo, em 1959, quando mais de 800 mil mudas foram plantadas, dando início a um plano para a produção e exploração racional de madeira de florestas plantadas. A partir da década de 1960, um programa de incentivos fiscais ao reflorestamento fez surgir os primeiros pomares de sementes clonais (PSC) deste gênero no país. Tal programa objetiva a atender à demanda crescente por sementes, melhorada quantitativa e qualitativamente. Durante o período de incentivo fiscal do governo federal aos plantios florestais (1966 a 1986) a taxa de plantio chegou a 400 mil hectares por ano, o que correspondia à produção anual de cerca de 800 milhões de mudas.Nos anos 70, no contexto da concessão de incentivos fiscais às florestas plantadas, chegou-se à conclusão de que pelo clima, solo e condições atmosféricas do país, o plantio das espécies produtivas com o Pinus elliottii e de Pinus taeda seria a melhor opção para obter resultados econômicos rentáveis. Assim, a maioria dos incentivos foi direcionada para o plantio dessas espécies fazendo com que o pinus, na década de 1980, viesse a substituir a Araucária que se tornou escassa na região sul do país.

1.2 - A Cadeia de Base Florestal - eucalipto e pinusAs florestas plantadas destacam-se por representar a principal fonte de suprimento de madeira das cadeias produtivas de importantes segmentos industriais como os de celulose e papel, painéis reconstituídos, móveis, siderurgia a carvão vegetal, energia e produtos de madeira sólida, cf. Fig. 1.

Figura 1 - CADEIA DE BASE FLORESTALFluxo da cadeia produtiva da madeira

Fonte: STCP 2009, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em Minas Gerais.Caracterização e dimensionamento. Belo Horizonte – Universidade Federal de Minas Gerais, 2004. Adaptado por SCTP (2009). 9

Também se destacam as experiências com esse gênero, iniciadas no Estado de São Paulo, em 1959, quando mais de 800 mil mudas foram plantadas, dando início a um plano para a produção e exploração racional de madeira de florestas plantadas.

A partir da década de 1960, um programa de incentivos fiscais ao reflorestamento fez surgir os primeiros pomares de sementes clonais (PSC) deste gênero no país. Tal programa objetiva a atender à demanda crescente por sementes, melhorada quantitativa e qualitativamente.

Durante o período de incentivo fiscal do governo federal aos plantios florestais (1966 a 1986) a taxa de plantio chegou a 400 mil hectares por ano, o que correspondia à produção anual de cerca de 800 milhões de mudas.

Nos anos 70, no contexto da concessão de incentivos fiscais às florestas plantadas, chegou-se à conclusão de que pelo clima, solo e condições atmosféricas do país, o plantio das espécies produtivas com o Pinus elliottii e de Pinus taeda seria a melhor opção para obter resultados econômicos rentáveis. Assim, a maioria dos incentivos foi direcionada para o plantio dessas espécies fazendo com que o pinus, na década de 1980, viesse a substituir a Araucária que se tornou escassa na região sul do país.

1.2 - A Cadeia de Base Florestal - eucalipto e pinus

As florestas plantadas destacam-se por representar a principal fonte de suprimento de madeira das cadeias produtivas de importantes segmentos industriais como os de celulose e papel, painéis reconstituídos, móveis, siderurgia a carvão vegetal, energia e produtos de madeira sólida, conforme demonstrado na Figura 1.

Fig. 1

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1.3 - Crescimento do setor e presença na economia

As atividades do Setor de Florestas Plantadas podem ser considerados um caso de sucesso dentre os diversos setores da economia nacional, tendo experimentado um crescimento de 23% de 2004 a 2008, cf. Gráfico 1.01, e mapas anexos.

Gráfico 1.01 - Evolução da área plantada em eucalipto e pinus - 2004-2008

Fonte: ABRAF

A cadeia de base florestal, abrangendo desde as florestas de eucalipto e pinus, e os produtos das diversas indústrias de transformação da madeira dos segmentos de celulose e papel, siderurgia a carvão vegetal, painéis de madeira reconstituída, produtos de madeira sólida e móveis, apresentou em 2008 os valores do Quadro I.

Quadro 1.01 - Principais Indicadores - ano base 2008

Fonte: ABRAF

Área Plantada (eucalipto, pinus) 6.126.000 ha

Valor Bruto da Produção R$ 52,8 bilhões

Recolhimento de Tributos R$ 8,82 bilhões

Exportações USD 6.82 bilhões

Empregos Gerados 4.713.000

sendo 636.000 Diretos 1.577.000 Indiretos 2.500.000 Efeito Renda

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1.3 - Crescimento do setor

As atividades do Setor de Florestas Plantadas podem ser considerados um caso de sucesso dentre os diversos setores da economia nacional, tendo experimentado um crescimento de 23% de 2004 a 2008, cf. Gráfico 1.01, e mapas anexos.

Gráfico 1.01 - Evolução da área plantada em eucalipto e pinus - 2004-2008

4.963.511 5.294.2045.632.080 5.836.610 6.126.384

-

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

7.000.000

2.004 2005 2.006 2007 2.008

Ano

Áre

a em

ha

Fonte: ABRAF

1.4 - Participação na economia do país : principais indicadores

A cadeia de base florestal, abrangendo desde as florestas de eucalipto e pinus, e os produtos das diversas indústrias de transformação da madeira dos segmentos de celulose e papel, siderurgia a carvão vegetal, painéis de madeira reconstituída, produtos de madeira sólida e móveis, apresentou em 2008 os valores do Quadro I.

Quadro I - Florestas Plantadas - Principais Indicadores ano base 2008

Principais Indicadores - ano base 2008

Área Plantada (eucalipto, pinus) 6.126.000 ha

Valor Bruto da Produção R$ 52,8 bilhões

Recolhimento de Tributos R$ 8,82 bilhões

Exportações USD 6.82 bilhões

Empregos Gerados 4.713.000

sendo 636.000 Diretos

1.577.000 Indiretos

2.500.000 Efeito Renda

Fonte: ABRAF

2004 2005 2006 2007 2008

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1.4 - Produtividade

O setor de florestas plantadas tem investido pesadamente no incremento das produtividade das espécies de eucalipto e pinus, graças à aplicação de novas tecnologias visando ganho de produtividade das plantações.

Assim, para o plantio que atenda às necessidades adaptativas de clima e solo, entre outras adversidades, vem crescendo a utilização de clones para o plantio de eucalipto e a de sementes geneticamente melhoradas no caso do pinus.

O Gráfico 1.02 ilustra a evolução do Indice de Incremento Médio Anual (IMA) das empresas associadas da ABRAF no período de 2004 a 2007:

Gráfico 1.02 - Evolução do Incremento Médio Anual (IMA) dos Plantios Florestais das Empresas Associadas da ABRAF

Fonte: ABRAF

Por outro lado, a evolução do IMA nos cultivos de eucalipto apresentou saltos de produtividade nas últimas décadas que apontam para valores arrojados para os anos seguintes, cf. Gráfico 1.03

Gráfico 1.03 - Crescimento do Incremento Médio Anual IMA para Eucalipto (1980 - 2010)

Fonte: Pöyry

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1.5 - Produtividade

O setor de florestas plantadas tem investido pesadamente no incremento das produtividade das espécies de eucalipto e pinus, graças à aplicação de novas tecnologias visando ganho de produtividade das plantações.

Assim, para o plantio que atenda às necessidades adaptativas de clima e solo, entre outras adversidades, vem crescendo a utilização de clones para o plantio de eucalipto e a de sementes geneticamente melhoradas no caso do pinus.

O Gráfico 1.02 ilustra a evolução do Indice de Incremento Médio Anual ( IMA ) das empresas associadas da ABRAF no período de 2004 a 2007:

Gráfico 1.02 – Evolução do Incremento Médio Anual (IMA) dos Plantios Florestais das Empresas Associadas da ABRAF

35,0 35,9 37,0 39,1

27,2 28,9 29,2 29,5

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2004 2005 2006 2007

m³/

ha.a

no

Eucalipto Pinus

Fonte : ABRAF

Por outro lado, a evolução do IMA nos cultivos de eucalipto apresentou saltos de produtividade nas últimas décadas que apontam para valores arrojados para os anos seguintes, cf. Gráfico 1.03

Gráfico 1.03 - Crescimento do Incremento Médio Anual IMA para Eucalipto (1980 - 2010)

25,0

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1980's 2000's 2010

IMA

(m³/h

a.an

o)

Fonte : Pöyry

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1.5 - Produtividade

O setor de florestas plantadas tem investido pesadamente no incremento das produtividade das espécies de eucalipto e pinus, graças à aplicação de novas tecnologias visando ganho de produtividade das plantações.

Assim, para o plantio que atenda às necessidades adaptativas de clima e solo, entre outras adversidades, vem crescendo a utilização de clones para o plantio de eucalipto e a de sementes geneticamente melhoradas no caso do pinus.

O Gráfico 1.02 ilustra a evolução do Indice de Incremento Médio Anual ( IMA ) das empresas associadas da ABRAF no período de 2004 a 2007:

Gráfico 1.02 – Evolução do Incremento Médio Anual (IMA) dos Plantios Florestais das Empresas Associadas da ABRAF

35,0 35,9 37,0 39,1

27,2 28,9 29,2 29,5

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2004 2005 2006 2007

m³/

ha.a

no

Eucalipto Pinus

Fonte : ABRAF

Por outro lado, a evolução do IMA nos cultivos de eucalipto apresentou saltos de produtividade nas últimas décadas que apontam para valores arrojados para os anos seguintes, cf. Gráfico 1.03

Gráfico 1.03 - Crescimento do Incremento Médio Anual IMA para Eucalipto (1980 - 2010)

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1980's 2000's 2010

IMA

(m³/h

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Fonte : Pöyry

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1.5 - Produtividade

O setor de florestas plantadas tem investido pesadamente no incremento das produtividade das espécies de eucalipto e pinus, graças à aplicação de novas tecnologias visando ganho de produtividade das plantações.

Assim, para o plantio que atenda às necessidades adaptativas de clima e solo, entre outras adversidades, vem crescendo a utilização de clones para o plantio de eucalipto e a de sementes geneticamente melhoradas no caso do pinus.

O Gráfico 1.02 ilustra a evolução do Indice de Incremento Médio Anual ( IMA ) das empresas associadas da ABRAF no período de 2004 a 2007:

Gráfico 1.02 – Evolução do Incremento Médio Anual (IMA) dos Plantios Florestais das Empresas Associadas da ABRAF

35,0 35,9 37,0 39,1

27,2 28,9 29,2 29,5

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2004 2005 2006 2007

m³/

ha.a

no

Eucalipto Pinus

Fonte : ABRAF

Por outro lado, a evolução do IMA nos cultivos de eucalipto apresentou saltos de produtividade nas últimas décadas que apontam para valores arrojados para os anos seguintes, cf. Gráfico 1.03

Gráfico 1.03 - Crescimento do Incremento Médio Anual IMA para Eucalipto (1980 - 2010)

25,0

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1980's 2000's 2010

IMA

(m³/h

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Fonte : Pöyry

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1.5 - Consumo de madeira por segmento produtivo

O consumo da madeira produzida pelas florestas de eucalipto e pinus apresenta uma distribuição percentual ilustrada no Gráfico 1.04:

Gráfico 1.04 - Distribuição do Consumo de Eucalipto e Pinus pelas empresas associadas da ABRAF

Fonte: ABRAF

1.6 - Indicadores de Responsabilidade Social

As associadas da ABRAF investem continuamente em programas de responsabilidade social, compreendendo iniciativas próprias e outras em convênio, com programas patrocinados pela sociedade civil ou pelo governo. Tais programas visam a geração de renda e ocupação de mão-de-obra, em áreas de fomento e arrendamento das empresas, parcerias para produção e agregação de valor ao produto e programas de capacitação profissional, todas nas comunidades situadas nas áreas de influência das empresas, cf. demonstrado na Tabela I .

Tabela 1.01 - Indicadores de Responsabilidade Social Empresas Associadas da ABRAF (2008)

Fonte: ABRAF

Programas Beneficiados Municípios Valor (R$)

Sociais 2.181.487 993 65.418.000,00

Saúde 303.000 75 24.206.000,00

Educação/Cultura 292.400 381 21.392.000,00

TOTAL 111.016.000,00

Eucalipto

Siderurgia21%

Siderurgia9%

PMS1%

Outros2%

Outros0%

PainéisReconst.

6%

PainéisReconst.

15%

Celulose ePapel70%

Celulose ePapel76%

Pinus

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1.7 - Programas de Fomento Florestal

O fomento florestal é um programa que diversas empresas utilizam para complementar o abastecimento de madeira necessário à sua produção industrial.

Para as empresas, estes programas reduzem a necessidade de aquisição de novas áreas, diminuindo seus ativos florestais e a quantidade de capital imobilizado. Em contrapartida, para o pequeno e médio produtor, o fomento representa a criação de uma nova oportunidade de renda, principal ou adicional, com garantia de compra da sua produção, boa rentabilidade e baixo risco. Os produtores também se beneficiam pela ausência de custos iniciais, normalmente assumidos pelas empresas fomentadoras, para a formação do povoamento florestal, o que favorece o estabelecimento de florestas em pequenas e médias propriedades rurais, sem concorrer com as áreas destinadas à produção de alimentos.

Adicionalmente, a prática do fomento florestal favorece a fixação da mão-de-obra no campo, a criação de empregos de caráter permanente (devido ao tempo de rotação de uma floresta) e injeta recursos na economia das comunidades locais.

No período de 2005 a 2008, as áreas de fomento florestal das empresas associadas da ABRAF apresentaram o seguinte perfil de crescimento, ilustrado no Gráfico 1.05:

Gráfico 1.05 - Programas de Fomento Florestal promovidos pelas Associadas da ABRAF - Áreas Florestais (2008)

Fonte: ABRAF

1.8 - Programas de Financiamento

Os instrumentos de crédito e financiamento são fundamentais para o desenvolvimento da atividade florestal, principalmente por parte dos pequenos e médios produtores rurais.

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1.8 - Programas de Fomento Florestal

O fomento florestal é um programa que diversas empresas utilizam para complementar o abastecimento de madeira necessário à sua produção industrial.

Para as empresas, estes programas reduzem a necessidade de aquisição de novas áreas, diminuindo seus ativos florestais e a quantidade de capital imobilizado. Em contrapartida, para o pequeno e médio produtor, o fomento representa a criação de uma nova oportunidade de renda, principal ou adicional, com garantia de compra da sua produção, boa rentabilidade e baixo risco.

Os produtores também se beneficiam pela ausência de custos iniciais, normalmente assumidos pelas empresas fomentadoras, para a formação do povoamento florestal, o que favorece o estabelecimento de florestas em pequenas e médias propriedades rurais, sem concorrer com as áreas destinadas à produção de alimentos.

Adicionalmente, a prática do fomento florestal favorece a fixação da mão-de-obra no campo, a criação de empregos de caráter permanente (devido ao tempo de rotação de uma floresta) e injeta recursos na economia das comunidades locais.

No período de 2005 a 2008, as áreas de fomento florestal das empresas associadas da ABRAF apresentaram o seguinte perfil de crescimento, ilustrado no Gráfico 1.05:

Gráf. 1.05 - Evolução dos programas de fomento florestal promovidos pelas empresas associadas da ABRAF ( 2005 - 2008 )

258,0290,0

356,3401,9

050

100150200250300350400450

2005 2006 2007 2008

mil

ha

Fonte : ABRAF

1.9 - Programas de Financiamento

Os instrumentos de crédito e financiamento são fundamentais para o desenvolvimento da atividade florestal, principalmente por parte dos pequenos e médios produtores rurais. Atualmente o setor florestal brasileiro tem a seu dispor linhas de crédito para pequenos projetos

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Atualmente o setor florestal brasileiro tem a seu dispor linhas de crédito para pequenos projetos florestais que são operacionalizadas por bancos públicos federais através da concessão por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Dentre as linhas de financiamento atualmente disponíveis para os produtores florestais, destacam-se:

• PROPFLORA: O Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas, que foi desenvolvido pelo BNDES, apresenta condições atrativas de financiamento quanto às taxas de juros, carência e prazo de pagamento. Por apresentar um limite de financiamento, este programa destina-se principalmente aos produtores de pequeno / médio porte e à empresas de menor porte.

• PRONAF Florestal: O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar é uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O mesmo tem por objetivo a recuperação de áreas de preservação ambiental, florestamento e reflorestamento para o auto-abastecimento das propriedades e financiamento para fins comerciais. Também apresenta condições atrativas de financiamento para pequenos proprietários e, seu reduzido limite de financiamento torna esse programa ideal para agricultores familiares. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2007/2008 alcançou novo recorde: R$ 12 bilhões disponibilizados pelo MDA nas diversas linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização do PRONAF. Foram disponibilizados R$ 2 bilhões a mais do que o previsto na safra 2006/2007.

• PRONAF ECO: Recentemente lançado pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), o PRONAF Energia Renovável e Sustentabilidade Ambiental tem por finalidade financiar a implantação, utilização e/ou recuperação de tecnologias de energia renovável (energia eólica, solar e biomassa; mini-usinas de biocombustível; entre outras). Cabe ressaltar que esta linha do PRONAF ECO também se beneficiou do montante disponibilizado e informado no item PRONAF Florestal.

• BB Florestal: O Programa de Investimento, Custeio e Comercialização Florestal do Banco do Brasil visa a implantação e expansão da área de florestas destinadas ao uso industrial no país. Com o apoio de vários ministérios, o programa está voltado a toda a cadeia do agronegócio, partindo dos mini e pequenos produtores da agricultura familiar até a agricultura empresarial, passando pelas cooperativas e empresas exportadoras do setor madeireiro. O BB Florestal contempla, entre outros, programas como o PROPFLORA e o PRONAF Florestal.

• Fundos Constitucionais: Estes fundos são administrados pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) e utilizados para financiar atividades produtivas nos

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setores agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, turístico, comercial e de serviços das regiões Norte, através: (i) Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) - Banco da Amazônia (BASA); (ii) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) - Banco do Nordeste do Brasil (BNB); (iii) Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) - Banco do Brasil (BB). Normalmente, os valores desembolsados por estes fundos atendem estados da Região Amazônica do Brasil.

• BNDES Florestal - O programa provê o financiamento ao reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas e ao manejo florestal de plantios de espécies florestais nativas para conservação e recuperação de áreas degradadas ou convertidas, inclusive Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, e manejo florestal sustentável de áreas nativas, tendo como clientes pessoas jurídicas de direito privado com sede e administração no País, empresários individuais, associações e fundações. O programa prevê operação realizada diretamente com o BNDES, ou através de instituição financeira credenciada, com valor mínimo de operação de R$ 1 milhão, com financiamento de até 100% (cem por cento) dos itens apoiáveis e prazo de até 180 (cento e oitenta) meses, sendo os prazos de carência e de amortização definidos conforme espécies e modelo de exploração do projeto financiado

A tabela 1.02 apresenta a evolução dos desembolsos do Programa de Plantio Comercial de Florestas - PROPFLORA entre 2005 e 2008.

Tabela 1.02 - Evolução dos Valores Desembolsados pelo Programa PROPFLORA (2005-2008)

Fonte: BNDES, (2006-2009), adaptado por STCP.¹ Valores não identificados.

UFPROPFLORA (R$ 1.000)

2005 2006 2007 2008BA 265 113 72 371ES 3.863 3.901 3.164 1.344GO 17 4 422 436MT 807 85 442 511MS 230 0 36 1.059MG 4.777 7.087 20.382 30.313PR 2.051 8.920 10.404 12.108RS 16.583 17.613 9.831 6.988SC 6.838 4.136 5.095 3.942SP 2.351 2.134 1.876 3.797

Outros -1 143 379 448TOTAL 37.782 44.136 52.102 61.318

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Cená

rios

de

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2. Cenários de Crescimento

2.1 - A crise econômica mundial e sua repercussão no setor florestal brasileiro

Após um período de grande crescimento nos últimos anos, a economia mundial e conseqüentemente a economia brasileira, rumaram nos últimos meses de 2008 para um período de desaceleração brusca. Entre 2005-2008 o crescimento expressivo dos setores industriais, do agronegócio e de serviços no Brasil foi impulsionado pelo aumento da demanda interna e externa e pela elevação dos preços das principais commodities.

Até o início do último trimestre de 2008 os indicadores nacionais refletiram um crescimento vigoroso da economia sustentado pela expansão do crédito interno, que atingiu o nível recorde de 37% do PIB. O financiamento, em condições favoráveis, impulsionou a venda de diversos bens de consumo, sobretudo os duráveis. Neste mesmo período as exportações das principais commodities, com preços em elevação, alavancaram a balança comercial, com superávits cada vez maiores. O gusa, o aço e a celulose, assim como os móveis e os painéis reconstituídos, que são sua matéria-prima, se destacaram no conjunto dos produtos voltados para o consumo interno e exportação.

No último trimestre de 2008, no entanto, o cenário mudou com a crise financeira iniciada nos Estados Unidos e na Europa, afetando, sobretudo, as economias desenvolvidas e com graves reflexos nas economias emergentes. O desaquecimento das principais economias globais motivada por esta crise, e a consequente redução de crédito no mercado mundial diminuiu a demanda por commodities agrícolas e industriais de diversas regiões produtoras, inclusive do Brasil. Entre elas citam-se o ferro gusa, aço, celulose, papéis de imprimir e escrever e embalagens, painéis de madeira e móveis.

Os elevados estoques e a redução de consumo, em especial no mercado externo, obrigaram os produtores nacionais a se adequarem à nova realidade global. Tal fato fez com que se reduzisse a produção de celulose e especialmente de gusa e aços, afetando sobremaneira o desempenho e resultados destes setores, pois a elevação do dólar não compensou a queda dos volumes exportados.

Os reflexos desta redução no nível de investimentos e valor das exportações no quarto trimestre provocaram, dentre outras consequências, o forte desaquecimento de importantes setores com repercussões negativas nos níveis de emprego, renda e arrecadação de tributos.

A crise de liquidez, decorrente da crise de confiança, restringiu o crédito. Como exemplo, até setembro de 2008, 70% das solicitações de crédito das pessoas físicas era atendida. Esse número caiu para apenas 45% no mês seguinte. O crédito escasso e mais caro afetou o mercado doméstico de automóveis, o agronegócio e a construção civil. Além disso, provocou a queda de postos de trabalho e o adiamento ou cancelamento de investimentos

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da ordem de R$ 65 bi nas áreas de celulose, siderurgia, e mineração, construção civil, açúcar e álcool, os mais atingidos.

Tais ações tiveram uma influência direta na redução de investimentos sobre as atividades florestais e industriais. Em alguns setores da economia os reflexos da crise mostraram-se mais intensos. Empresas brasileiras, incluindo algumas do setor de florestas plantadas, apostaram na desvalorização do dólar no mercado futuro, realizando operações com derivativos e incorreram em grandes perdas trazidas pela valorização da moeda americana, agravadas pela queda dos preços das principais commodities exportadas pelas mesmas.

O governo brasileiro, por sua vez, adotou medidas visando minimizar os efeitos da crise e contribuir para a retomada do crescimento da economia brasileira em um cenário internacional nem sempre favorável. Dentre as medidas adotadas pelo governo para reverter este quadro estão a redução dos empréstimos compulsórios para os bancos e liberação de linhas especiais de crédito pelo BNDES, em uma tentativa de aumentar a oferta de crédito na economia, além da isenção de alguns impostos para setores considerados prioritários pela geração de emprego, afetados que foram pela crise e pela queda do consumo.

Para parte dos analistas, as economias emergentes, que incluem o Brasil, responsáveis por 2/3 do incremento econômico mundial, continuarão a crescer embora em ritmo mais lento. Estima-se que entre 600 e 700 milhões de chineses e indianos migrarão do campo para as cidades nos próximos anos criando demanda nas áreas de infra-estrutura e habitação e ampliando as oportunidades para as empresas exportadoras brasileiras produtoras de commodities e bens industriais.

O setor florestal poderá ser ainda mais beneficiado por apresentar menor custo de produção nas atividades de florestas plantadas, com menor ciclo e maior produtividade, com ativos menos sujeitos às oscilações do mercado financeiro, aspectos extremamente valorizados em épocas de crise financeira.

• Celulose e Papel

A crise financeira internacional afetou a demanda e os preços da celulose e em consequência o respectivo setor produtivo. A celulose que era comercializada em agosto de 2008 por US$ 810,00/t caiu para US$ 530,00/t no 4º trimestre, acompanhando a queda dos preços das principais commodities exportadas pelo Brasil. A redução foi causada por desequilíbrios no mercado, com elevações dos estoques decorrente da redução do consumo.

Parte significativa de investimentos previstos ou anunciados foi adiada ou cancelada em decorrência da crise e dos prejuízos contábeis de empresas do setor. No entanto, estima-se que o novo cenário que irá emergir, após a superação da crise, deverá fortalecer ainda mais o Brasil no cenário internacional devido à competitividade do setor, com baixo custo

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por tonelada produzida e à elevada qualidade em relação aos principais concorrentes internacionais.

No início do 2º. semestre de 2009, os mercados internacionais já apresentam uma reação positiva, com a retomada das exportações da celulose brasileira, todavia os empreendimentos anunciados no final de 2007 e no início de 2008 estão, em sua maioria, postergados, ocorrendo também alguns cancelamentos.

• Siderurgia a Carvão Vegetal

O setor siderúrgico foi um dos mais afetados: as exportações de gusa caíram drasticamente no 4º trimestre de 2008, provocando uma das mais intensas crises no setor nacional com graves repercussões nos preços do produto e do carvão vegetal.

Durante o primeiro semestre de 2008, os produtores nacionais, animados com os preços cada vez maiores do ferro gusa, matéria-prima para a fabricação do aço, no mercado internacional, passaram a investir em aumento de produção e a ampliar a contratação de mão-de-obra, inclusive colocando em operação fornos que estavam desativados.

Em julho, o preço da tonelada do produto atingiu o valor recorde de US$ 850,00. A crise econômica global que eclodiria dois meses depois, no entanto, alterou completamente a perspectiva dessas empresas com o preço da tonelada atingindo US$ 350,00. No princípio de 2009 a tonelada havia caído a US$ 260,00, menos de 1/3 do preço praticado seis meses antes e com volume reduzido de negócios.

Conseqüentemente, o consumo e os preços do carvão vegetal também sofreram o impacto da crise. Os preços, que em julho atingiram o recorde dos US$ 114,50 / mdc, despencaram para US$ 34,17 em dezembro, decorrente da redução brusca do consumo conforme ilustrado no Gráfico 2.01.

Gráfico 2.01 - Evolução Mensal do Preço Médio do Carvão Vegetal em 2008 (US$ e R$ / MDC)

Fonte: AMS, adaptado por STCP.

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Durante o primeiro semestre de 2008, os produtores nacionais, animados com os preços cada vez maiores do ferro gusa, matéria-prima para a fabricação do aço, no mercado internacional, passaram a investir em aumento de produção e a ampliar a contratação de mão-de-obra, inclusive colocando em operação fornos que estavam desativados.

Em julho, o preço da tonelada do produto atingiu o valor recorde de US$ 850,00. A crise econômica global que eclodiria dois meses depois, no entanto, alterou completamente a perspectiva dessas empresas com o preço da tonelada atingindo US$ 350,00. No princípio de 2009 a tonelada havia caído a US$ 260,00, menos de 1/3 do preço praticado seis meses antes e com volume reduzido de negócios.

Conseqüentemente, o consumo e os preços do carvão vegetal também sofreram o impacto da crise. Os preços, que em julho atingiram o recorde dos US$ 114,50 / mdc, despencaram para US$ 34,17 em dezembro, decorrente da redução brusca do consumo conforme ilustrado no Gráfico 2.01.

Gráfico 2.01 – Evolução Mensal do Preço Médio do Carvão Vegetal em 2008 (US$ e R$ / MDC)

97,5114,5 113,7

92,8

59,938,9 34,2

112,0126,0

146,0158,0

182,0 183,0167,0

130,0

88,0 82,0

88,074,6

56,5 65,560,1

100,0104,0

020406080

100120140160180200

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

(Moe

da/M

DC

)

US R$

Fonte: AMS, adaptado por STCP.

Nos últimos meses de 2008 foram abafados 100 fornos, ou seja, 65% dos 154 existentes no país demonstrando a gravidade da crise que afetou o segmento siderúrgico.

Foram demitidos cerca de 4.000 trabalhadores do setor guseiro e decretadas férias coletivas sob risco de novas demissões.

Em Minas Gerais, responsável pela produção de 70% do ferro gusa nacional, a crise atingiu o setor siderúrgico a carvão vegetal de forma intensa. De um total de 108 fornos de capacidade instalada apenas 20% estavam funcionando, em escala reduzida ao final do ano de 2008, algo sem precedentes, de acordo com o Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais (SINDIFER). A situação também se tornou grave nos demais estados produtores como Pará, Maranhão, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

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Nos últimos meses de 2008 foram abafados 100 fornos, ou seja, 65% dos 154 existentes no país demonstrando a gravidade da crise que afetou o segmento siderúrgico.

Foram demitidos cerca de 4.000 trabalhadores do setor guseiro e decretadas férias coletivas sob risco de novas demissões.

Em Minas Gerais, responsável pela produção de 70% do ferro gusa nacional, a crise atingiu o setor siderúrgico a carvão vegetal de forma intensa. De um total de 108 fornos de capacidade instalada apenas 20% estavam funcionando, em escala reduzida ao final do ano de 2008, algo sem precedentes, de acordo com o Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais (SINDIFER). A situação também se tornou grave nos demais estados produtores como Pará, Maranhão, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

De acordo com a Associação das Siderúrgicas de Ferro-gusa do Brasil (ASIBRAS) - que representa empresas e sindicatos de diferentes estados - o Brasil é o único país a produzir ferro gusa a partir do carvão vegetal, e mesmo com o agravamento da crise, não deve abrir mão deste processo de fabricação. Segundo essa entidade, a meta de suas representadas é que as mesmas deixem de consumir madeira originária de florestas nativas dentro de um prazo máximo de 10 anos.

O “Pacto de Sustentabilidade”, celebrado entre as empresas e a AMS, serviu de base para a aprovação do Projeto de Lei 2771 de 2008 em agosto de 2009 , na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que será submetido à sanção do Governo de Minas Gerais, e prevê que em 9 anos 95% de toda a necessidade de madeira para carvoejamento seja suprida somente com madeira originada de florestas plantadas.

Ao final de Agosto de 2009, alguns fornos siderúrgicos de Minas Gerais já começavam a ser religados, diante das primeiras reações dos mercados internacionais.

• Painéis de Madeira e Produtos de Maior Valor Agregado - PMVA

No segmento de painéis de madeira reconstituída, que tem como maior cliente a indústria moveleira, a demanda esteve aquecida até setembro de 2008, todavia os níveis de produção permaneceram altos também no último trimestre de 2008, tendo em vista as vendas de painéis para entrega no 4º trimestre, período de alta demanda de móveis no período do Natal.

Como os demais segmentos da economia, a indústria moveleira experimentou grande demanda de móveis até o 3º trimestre de 2008, tanto para o mercado interno quanto para a exportação, ocorrendo a queda para ambos os mercados no 4º trimestre de 2008.

Em consequência, no último trimestre de 2008, a indústria de painéis de madeira teve grande redução de pedidos para entrega em início de 2009, quando as fábricas de móveis fazem a reposição de estoques, tendo em vista a queda nas exportações de móveis e a expectativa de baixo nível de vendas no mercado interno e externo no início de 2009.

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O setor de construção civil, que é um dos indicadores para estimativas de consumo de móveis, e em decorrência dos painéis de madeira reconstituída, apresentou, no fechamento de 2008, crescimento superior a 10% em relação ao ano anterior. As expectativas para 2009 foram retomadas com o recente anúncio, e iniciativa do Governo Federal , do programa de construção de 1 milhão de casas populares já a partir de 2009, dentro do Programa Minha Casa Minha Vida.

Por outro lado, os produtos de madeira sólida e os de maior valor agregado (PMVA), que participam da produção nacional destinada ao mercado externo, sentiram os efeitos da crise em função da queda expressiva na demanda internacional por estes produtos.

Como alternativa as empresas deste setor estão tentando se adaptar e suprir a demanda por produtos de madeira do mercado interno da construção civil, apesar deste representar um nicho de produtos específicos. Segundo a ABIMCI, ainda assim o crescimento acelerado observado nos últimos dois anos por este segmento é a válvula de escape para o setor de madeira sólida, o qual já sofreu perdas significativas devido à valorização do real ante o dólar até o início da crise financeira.

2.2 - Cenários para o horizonte de 5 anos

Diante das incertezas trazidas pela crise financeira internacional, adotamos como princípio básico para a prospecção de cenários futuros, para a elaboração da Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas 2009 , o horizonte de 5 anos, tendo em vista as incertezas quanto aos horizontes de 10 anos e mais.

2.2.1 - Celulose e Papel

A produção de celulose em 2008 atingiu a marca de 12,8 milhões de toneladas, e os empreendimentos anunciados pelas principais empresas do setor, ao final de 2007 e no primeiro trimestre de 2008, previam uma ampliação global de capacidade que atingia 14,3 milhões de toneladas, portanto mais do que dobrando a capacidade atual, e acarretando uma grande expansão das florestas plantadas em áreas novas.

Com a crise financeira desencadeada ao final de 2008, praticamente todos os empreendimentos anunciados foram postergados e até mesmo cancelados, não embora já comecem a surgir sinais de retomada de alguns, a projeção de plantio de florestas destinadas à produção de celulose é ainda muito modesta.

As informações fornecidas pela BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel prevêm um crescimento de 240.000 hectares em áreas novas de eucalipto e pinus até 2014, utilizando-se um fator de consumo de 4,3 metros cúbicos de madeira/ano para cada tonelada de celulose produzida, e um incremento médio anual (IMA) de 40 metros cúbicos de madeira por hectare.ano

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2.2.2 - Painéis de Madeira Reconstituída

O setor de painéis de madeira reconstituída apresentou um grande crescimento nos últimos 10 anos, crescendo de pouco mais de 1,5 milhões de m3/ano em 1999, para cerca de 8,1 milhões de m3/ano em 2009, ou seja um crescimento de 500% no período.

Conforme informações da ABIPA, o setor projeta ainda para os próximos 4 anos novas unidades de produção de MDF (medium density fiberboard) e de MDP (medium density particleboard), crescendo dos atuais 8,1 milhões para 11,7 milhões em 2012, e requerendo um crescimento de 230 mil hectares em novas áreas florestais, utilizando-se um fator médio de consumo variando no período entre 2008 e 2012 de 1,83 a 1,74 m3 de madeira para 1 m3 de painéis (ponderados entre MDP e MDF), e um IMA de 25 m3 de madeira/ha.ano.

2.2.3 - Siderurgia a carvão vegetal

O setor de siderurgia a carvão vegetal tem unidades de produção predominantemente em Minas Gerais, mas também no Pará e Maranhão (integrados ao polo siderúrgico de Carajás) e em Mato Grosso do Sul/Corumbá, e apresenta um grande déficit de carvão vegetal originário de florestas plantadas, estimado em 14,7 milhões de metros cúbicos de carvão no período 2005 a 2009.

Todavia, as empresas e a Associação Mineira de Silvicultura (AMS) em conjunto com o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais criaram o “Pacto de Sustentabilidade” que propõe, dentre outras medidas, a utilização de carvão vegetal apenas de florestas plantadas no prazo de 9 anos.

O “Pacto de Sustentabilidade” serviu de base para a aprovação do Projeto de Lei 2771 de 2008 em agosto de 2009 , na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que será submetido à sanção do Governo de Minas Gerais, e prevê que em 9 anos 95% de toda a necessidade de madeira para carvoejamento seja suprida somente com madeira originada de florestas plantadas.

Segundo dados fornecidos pela AMS e pelas grandes empresas do setor, no período de 2010 a 2014 as empresas siderúrgicas a carvão vegetal deverão ampliar sua demanda de carvão para 35,8 milhões de metros cúbicos de carvão, o que irá requerer uma ampliação de 790 mil hectares de florestas plantadas em novas áreas, utilizando-se um fator de 1,43 metro cúbico de madeira de florestas de eucalipto para 1 metro cúbico de carvão vegetal, e um IMA de 20 m3 de madeira/ha.ano.

2.2.4 - Produtores independentes

Os produtores independentes cultivam florestas plantadas, sem estarem diretamente integrados às indústrias consumidoras da madeira produzida, fornecendo a madeira ao

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mercado, seja através de contrato de fornecimento ou de outras modalidades. O instrumento que tem apresentado maior crescimento no país são os fundos de investimentos em ativos florestais, oriundos de fundos de pensão e fundos florestais especificamente constituídos para este fim, com diferentes origens, entre capital estrangeiro e nacional, muitos ainda em processo de desenvolvimento e consolidação, e estão voltados principalmente para a formação de ativos florestais de rápido crescimento não necessariamente associadas a projetos industriais.

Os fundos de investimento podem ou não ser geridos pelas chamadas TIMOs (Timberland Investment Management Organizations) ou por empresas especializadas em gestão florestal. Em alguns casos, as TIMOs podem, elas mesmas, dispor de fundos próprios de investimento em florestas, e têm sido uma forma de organização de investidores de êxito no Brasil, principalmente na Região Sul do país, com ativos compostos por florestas plantadas de pinus. A despeito da crise atual, existe a perspectiva de que a atuação destas organizações no Brasil aumente nos próximos anos.

A previsão de crescimento dos produtores independentes nos próximos cinco anos, afetada também pela crise financeira e seus reflexos nos diversos setores consumidores de madeira originada de florestas plantadas, atinge valores acima de 200.000 hectares, tendo sido adotado este valor para o cenário de 5 anos.

2.2.5 - Crescimento projetado de novas áreas de florestas plantadas para o período 2010 - 2014

Somando-se o crescimento estimado no período 2010-2014 para cada segmento consumidor de madeira de eucalipto e pinus, temos os valores do Quadro II:

Quadro 2.1 - Estimativa de crescimento de florestas plantadas até 2014

Fontes: ABRAF, ABIPA, AMS, BRACELPA

Em termos percentuais a projeção de crescimento para 2014 apresenta os valores constantes do Quadro III:

Celulose e papel 240.000 ha

Painéis de madeira 220.000 ha

Siderurgia a carvão vegetal 780.000 ha

Produtores independentes 200.000 ha

Total 1.440.000 ha

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Quadro 2.2 - Estimativa de crescimento 2010 - 2014

Fonte: ABRAF, ABIPA, AMS, BRACELPA

ha %

ÁREA EM 2008: 6.120.000

CRESCIMENTO 2009-2014: 1.440.000 23

ÁREA EM 2012: 7.560.000

TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL: 4,3

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3. Benefícios / Impacto na economia

As atividades de florestas plantadas, considerada toda a cadeia de base florestal, a par de seu significado e presença na economia nacional, medidos por indicadores como o Valor Bruto da Produção, o recolhimento de tributos, as exportações, trazem também efeitos benéficos para a sociedade de modo geral, e para as regiões de implantação dos empreendimentos florestais.

Assim, levando em conta a necessidade de aquisição de terras destinadas à expansão das áreas florestais, e a implantação dessas novas áreas, foram estimados, para as duas etapas, os respectivos valores de impacto na economia, que ultrapassam R$13 bilhões.

3.1 - Estimativa de valores de aquisição de terras

Com base nos valores médios, por região, do preço de terras adequadas para a implantação de florestas plantadas, conforme ilustrado na Tabela 3.1, e assumindo um crescimento em novas áreas de 1,44 milhões de hectares, podemos estimar um impacto na economia de cerca de R$ 6 bilhões nos próximos 5 anos.

Tabela 3.1 - Valor de aquisição de terras

Fonte: Agrianual (2008), adaptado por STCP (2009)

3.2 - Estimativa de valor da implantação de novas áreas florestais

Tendo em vista os custos unitários de preparo da terra, plantio, insumos e cultivo, para eucalipto e pinus descritos na Tabela 3.2 , e supondo uma proporção eucalipto/pinus de 2,5 / 1 no crescimento previsto para os próximos 5 anos, assumimos um custo médio unitário de R$5.000 ha para os próximos 7 anos, o que resulta em uma estimativa de R$ 7,2 bilhões de investimentos no plantio de novas áreas nos próximos 7 anos.

Regiões UF Estimativa de Preço de Terra (R$/ha)

Mínimo Máximo MédiaNordeste / Sudeste BA / MG 1.480 6.670 3.790Sudeste SP 2.440 7.150 5.680Nordeste / Norte PI / MA 430 1.320 760Sul PR / SC 2.470 7.200 4.660Centro-Oeste MT / MS 1.560 7.090 3.190

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Tabela 3.2 - Custos de Formação Florestal (7 anos)

Fonte: Estimativa STCP

Custo na Rotação 1

Regiões Espécie Rotação UF (R$/ha) Mínimo Máximo MédiaNordeste / Sudeste Eucalipto 7 anos BA / MG 5.000 5.500 5.250Sudeste Eucalipto 7 anos SP 3.600 4.700 4.150Nordeste / Norte Eucalipto 7 anos PI / MA 4.500 5.000 4.750Sul Pinus 16 anos PR / SC 4.000 4.500 4.250Centro-Oeste Eucalipto 7 anos MT / MS 5.600 6.000 5.800

(1) Já inclui custo da muda (plantio e replantio)

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4. Obstáculos ao desenvolvimento do setor de florestas plantadas

• O setor de florestas plantadas padece pela quase absoluta falta de políticas públicas de apoio e incentivo à atividade, o que o deixa vulnerável diante dos obstáculos de uma legislação antiga e da burocracia dos órgãos ambientais nos tres níveis da federação.

• A recente edição do Decreto 6514 de 2008, que versa sobre as infrações ambientais e aplica penalidades, precipitou uma grande crise nos diversos setores agrícolas do país, que se viram impossibilitados de cultivar, colher e comercializar seus produtos sob pena de pesadas multas previstas no referido Decreto.

• A intempestividade do referido Decreto acabou por sensibilizar o governo, que editou novos decretos, prorrogando a entrada em vigência do mesmo por um ano a partir de 11 de dezembro de 2008, celebrando como que uma moratória de um ano, durante a qual o Governo e o Congresso deverão buscar mudanças no Código Florestal e na MP 2166 de 2001, atualizando seus fundamentos.

• Assim, a revisão do Código Florestal é um imperativo do momento atual, e uma oportunidade para rever os detalhes da legislação, adaptando-a para a realidade atual.

• Por outro lado, os órgãos licenciadores nos 3 níveis da federação acabaram por criar um excesso de burocracia, oneroso e lento, que cria dificuldades para novos projetos e alterações dos atuais.

• O financiamento insuficiente para os pequenos e médios, a falta de infraestrutura de estradas, ferrovias, vias de acesso e portos completam o quadro de carências do setor de florestas plantadas, que necessita de uma política nacional de apoio ao setor, mediante políticas públicas direcionadas às atividades florestais.

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5. Planos de Ação

Examinando os benefícios trazidos pelas florestas plantadas e os obstáculos que impedem ou dificultam seu pleno desenvolvimento, foram elaborados os seguintes planos de ação que buscam equacionar as providências, esforços e iniciativas que promovam o desenvolvimento das florestas de eucalipto e pinus no país, no horizonte de 5 anos.

PLANO DE AÇÃO no. 1 – REVISÃO DO CÓDIGO FLORESTAL

Reconhecimento das áreas de florestas plantadas consolidadas em topo de morro

Inclusão das APP´s na área de Reserva Legal

Ações :

1 – ABRAF e entidades : Congresso Nacional

2 – ABRAF e entidades : CONAMA

Coordenação : ABRAF

PLANO DE AÇÃO no. 2 – FINANCIAMENTO DO PLANTIO DE FLORESTAS DE EUCALIPTO e PINUS

Ampliação dos prazos e valores do PROPFLORA Criação de um novo instrumento de captação de recursos

(Cédula do Produtor Florestal) Mudança no Art. 1442 da Lei 10.406 / 2002 – Código Civil

Ações :

1 – MAPA – Min. da Agric. Pecuária e Abastecimento

2 – MF – Ministério da Fazenda

3 – ABRAF

Coordenação : MAPA

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Os quatro Planos de Ação deverão constituir-se no Programa de Trabalho da Câmara Setorial de Silvicultura, e servirão de base para a Pauta das Reuniões Ordinárias.

PLANO DE AÇÃO no. 3 – CRIAÇÃO DE UMA POLÍTICA NACIONAL DE APOIO ÀS ATIVIDADES DE FLORESTAS PLANTADAS

Elaboração de propostas de Políticas Públicas de apoio ao desenvolvimento das Florestas Plantadas

Elaboração de Projetos de Lei para a criação de Políticas Públicas

Ações :

1 – MAPA + ABRAF + ENTIDADES CLASSE

2 – ABRAF + ENTIDADES : CONGRESSO NACIONAL

Coordenação : MAPA

PLANO DE AÇÃO no. 4 – SUPERAÇÃO DE GARGALOS DE INFRAESTRUTURA

Identificação de gargalos

Propostas de superação dos gargalos

Ações :

1 – MAPA – Min. da Agric. Pecuária e Abastecimento

2 – MT – Ministério dos Transportes

Coordenação : MAPA

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