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BOLETIM DA REPÚBLICA PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE SUMÁRIO Assembleia da República: Resolução n.º 33/2010: Ratifica o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura. IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. A V I S O A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim da República». 24.º SUPLEMENTO a ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Resolução n.º 33 /2010 de 31 de Dezembro O papel fundamental dos recursos fitogenéticos para a segurança alimentar e ambiental implica a necessidade de colaboração, a nível internacional e regional, para o acesso e partilha de benefícios resultantes da sua conservação e utilização sustentável, bem como para o intercâmbio no melhoramento de plantas e multiplicação de sementes, na troca de informação e tecnologias adequadas. A materialização destes princípios passa pela recepção, na ordem jurídica interna, dos instrumentos de direito internacional que visam assegurar a protecção dos recursos fitogenéticos por todos os países. Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea t) do n.º 2 do artigo 179 da Constituição, a Assembleia da República determina: Artigo 1. É ratificado o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, adoptado pela FAO, em 2001, cujos textos, em língua inglesa e a respectiva tradução em língua portugesa, são publicados em anexos e fazem parte integrante da presente Resolução. Art. 2. A presente Resolução entra em vigor na data da sua publicação. Aprovada pela Assembleia da República, aos 18 de Novembro de 2010. Publique-se. A Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataniel Macamo Ndlhovo. Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura Preâmbulo As partes contratantes: Convencidas da natureza especial dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura, e das suas características e problemas particulares, que exigem soluções particulares; Alarmadas com a erosão contínua desses recursos; Conscientes de que os recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura constituem uma preocupação comum a todos os países, dado que todos dependem em grande medida de recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura provenientes de outros sítios; Reconhecendo que a conservação, prospecção, colheita, caracterização, avaliação e documentação dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura desempenham um papel essencial na realização dos objectivos enumerados na Declaração de Roma sobre a segurança alimentar mundial e no Plano de Acção da Cimeira Mundial da Alimentação, bem como no desenvolvimento agrícola sustentável para as gerações presentes e futuras, e que é urgente reforçar a capacidade de execução dessas tarefas nos países em desenvolvimento e nos países com economias de transição; Observando que o Plano de Acção Mundial para a conservação e utilização sustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura constitui um quadro internacionalmente aprovado para essas actividades; Reconhecendo, além disso, que os recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura constituem a matéria-prima indispensável para o melhoramento genético das culturas, quer Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010 I SÉRIE — Número 52

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BOLETIM DA REPÚBLICAPUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUMÁRIO

Assembleia da República:

Resolução n.º 33/2010:

Ratifica o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos

para a Alimentação e a Agricultura.

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

A V I S O

A matéria a publicar no «Boletim da República» deve serremetida em cópia devidamente autenticada, uma por cadaassunto, donde conste, além das indicações necessárias paraesse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado:Para publicação no «Boletim da República».

24.º SUPLEMENTO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

a

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Resolução n.º 33 /2010de 31 de Dezembro

O papel fundamental dos recursos fitogenéticos para asegurança alimentar e ambiental implica a necessidade decolaboração, a nível internacional e regional, para o acesso epartilha de benefícios resultantes da sua conservação e utilizaçãosustentável, bem como para o intercâmbio no melhoramento deplantas e multiplicação de sementes, na troca de informação etecnologias adequadas.

A materialização destes princípios passa pela recepção, naordem jurídica interna, dos instrumentos de direito internacionalque visam assegurar a protecção dos recursos fitogenéticos portodos os países.

Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea t) do n.º 2 doartigo 179 da Constituição, a Assembleia da Repúblicadetermina:

Artigo 1. É ratificado o Tratado Internacional sobre osRecursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura,adoptado pela FAO, em 2001, cujos textos, em língua inglesa ea respectiva tradução em língua portugesa, são publicados emanexos e fazem parte integrante da presente Resolução.

Art. 2. A presente Resolução entra em vigor na data da suapublicação.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 18 deNovembro de 2010.

Publique-se.

A Presidente da Assembleia da República, Verónica NatanielMacamo Ndlhovo.

Tratado Internacional sobre os RecursosFitogenéticos para a Alimentação e a

Agricultura

Preâmbulo

As partes contratantes:

Convencidas da natureza especial dos recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura, e das suas características eproblemas particulares, que exigem soluções particulares;

Alarmadas com a erosão contínua desses recursos;

Conscientes de que os recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura constituem uma preocupação comuma todos os países, dado que todos dependem em grande medidade recursos fitogenéticos para a alimentação e a agriculturaprovenientes de outros sítios;

Reconhecendo que a conservação, prospecção, colheita,caracterização, avaliação e documentação dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura desempenhamum papel essencial na realização dos objectivos enumerados naDeclaração de Roma sobre a segurança alimentar mundial e noPlano de Acção da Cimeira Mundial da Alimentação, bem comono desenvolvimento agrícola sustentável para as geraçõespresentes e futuras, e que é urgente reforçar a capacidade deexecução dessas tarefas nos países em desenvolvimento e nospaíses com economias de transição;

Observando que o Plano de Acção Mundial para a conservaçãoe utilização sustentável dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura constitui um quadrointernacionalmente aprovado para essas actividades;

Reconhecendo, além disso, que os recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura constituem a matéria-primaindispensável para o melhoramento genético das culturas, quer

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pelos agricultores, por seleção, quer por métodos clássicos demelhoramento vegetal ou por biotecnologias modernas, e quepodem desempenhar um papel essencial na adaptação atransformações ambientais imprevisíveis e às necessidadeshumanas futuras;

Afirmando que as contribuições passadas, presentes e futurasdos agricultores de todas as regiões do mundo, nomeadamentedos que vivem nos centros de origem e diversidade, para aconservação, melhoramento e disponibilização desses recursos,constituem o fundamento dos direitos dos agricultores;

Afirmando ainda que os direitos reconhecidos pelo presenteTratado de conservar, utilizar, trocar e vender sementes e outromaterial de propagação produzido na exploração e de participarna tomada de decisões relativas à utilização dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura, bem como napartilha justa e equitativa dos benefícios dela resultantes, éfundamental para a concretização dos direitos dos agricultorese para a promoção destes direitos a nível nacional e internacional;

Reconhecendo que o presente Tratado e os outros acordosinternacionais pertinentes devem apoiar-se mutuamente a fimde garantir uma agricultura e uma segurança alimentarsustentáveis;

Afirmando que nada, no presente Tratado, deve serinterpretado como implicando qualquer alteração dos direitos eobrigações das Partes Contratantes a título de outros acordosinternacionais;

Considerando que o acima exposto não pretende estabeleceruma hierarquia entre o Tratado e outros acordos internacionais;

Cientes de que as questões relativas à gestão dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura se situam naintersecção da agricultura, do ambiente e do comércio, econvencidas de que deve existir uma sinergia entre estes sectores;

Cientes da sua responsabilidade, para com as geraçõespresentes e futuras, de conservar a diversidade mundial dosrecursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura;

Reconhecendo que os Estados podem, no exercício dos seusdireitos soberanos sobre os seus recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura, beneficiar mutuamente da criaçãode um sistema multilateral eficaz, que facilite o acesso a umaparte negociada desses recursos e a partilha justa e equitativados benefícios resultantes da sua utilização; e

Desejosos de concluir um acordo internacional no âmbito daOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e aAgricultura, a seguir designada “FAO”, ao abrigo do Artigo XIVdo seu Acto Constitutivo;

Acordaram no seguinte:

PARTE I

Introdução

ARTIGO 1

Objectivos

1. Os objectivos do presente Tratado são a conservação e autilização sustentável dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura, e a partilha justa e equitativa dosbenefícios resultantes da sua utilização de harmonia com aConvenção sobre a Diversidade Biológica, em prol de umaagricultura sustentável e da segurança alimentar.

2. Estes objectivos serão alcançados vinculando estreitamenteo presente Tratado à Organização das Nações Unidas para aAlimentação e a Agricultura e à Convenção sobre a DiversidadeBiológica.

ARTIGO 2

Utilização dos termos

Para efeitos do presente Tratado, os termos a seguir indicadostêm o significado que lhes é dado no presente artigo. Asdefinições não abrangem o comércio internacional de produtos.

Por “conservação in situ” entende-se a conservação dosecossistemas e habitats naturais e a manutenção e reconstituiçãode populações viáveis de espécies no seu meio natural e, nocaso de espécies vegetais cultivadas, no meio em que sedesenvolveram os respectivos caracteres distintivos.

Por “conservação ex situ” entende-se a conservação derecursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura fora doseu meio natural.

Por “recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura”entende-se o material genético de origem vegetal com valorreal ou potencial para a alimentação ou a agricultura.

Por “material genético” entende-se o material de origemvegetal, incluindo o material de reprodução e de propagaçãovegetativa, que contenha unidades funcionais dehereditariedade.

Por “variedade” entende-se um conjunto de plantas, do táxonbotânico do mais baixo nível conhecido, definido pelaexpressão reprodutível dos seus caracteres distintivos e outroscaracteres genéticos.

Por “colecção ex situ” entende-se uma colecção de recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura conservadosfora do seu meio natural.

Por “centro de origem” entende-se uma zona geográfica naqual uma espécie vegetal, cultivada ou silvestre, desenvolveupela primeira vez os seus caracteres distintivos.

Por “centro de diversidade vegetal” entende-se uma zonageográfica com um nível elevado de diversidade genética, paraas espécies cultivadas, em condições in situ.

ARTIGO 3

Âmbito de aplicação

O presente Tratado diz respeito aos recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura.

PARTE II

Disposições gerais

ARTIGO 4

Obrigações gerais

Cada uma das Partes Contratantes velará pela conformidadedas suas leis, regulamentos e procedimentos com as obrigaçõesque lhe incumbem a título do presente Tratado.

ARTIGO 5

Conservação, prospecção, colheita, caracterização, avaliaçãoe documentação dos recursos fitogenéticos para a alimentação

e a agricultura

1. Cada Parte Contratante, sob reserva da sua legislaçãonacional e em colaboração com outras Partes Contratantes,quando for caso disso, promoverá uma abordagem integrada daprospecção, conservação e utilização sustentável dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura, devendo,nomeadamente, segundo as circunstâncias:

a) Reconhecer e inventariar os recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura, atendendo à situação e

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nível de variação das populações existentes, incluindoos de utilização potencial, bem como, se possível,avaliar os riscos a que estão sujeitos;

b) Promover a colheita dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura que se encontremameaçados ou que sejam potencialmente utilizáveis,bem como da informação pertinente a eles respeitante;

c) Promover ou apoiar, conforme o caso, os esforços dosagricultores e das comunidades locais no sentido degerir e conservar na exploração os recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura;

d) Promover a conservação in situ, incluindo nas zonasprotegidas, das espécies silvestres relacionados comculturas e das plantas silvestres relacionadas comculturas e das plantas silvestres para produçãoalimentar, através do apoio aos esforços dascomunidades locais e autóctones entre outros;

e) Cooperar na promoção do desenvolvimento de umsistema eficaz e sustentável de conservação ex situ,prestando a devida atenção à necessidade de umadocumentação, caracterização, regeneração eavaliação adequadas e promover o desenvolvimentoe transferência de tecnologias adequadas para tal, comvista a uma melhor utilização sustentável dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura;

f) Monitorar a manutenção da viabilidade, do nível devariação e da integridade genética das colecções derecursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura.

2. As Partes Contratantes tomarão, se for caso disso, medidasdestinadas a limitar ou, se possível, eliminar as ameaças quepesam sobre os recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura.

ARTIGO 6Utilização sustentável dos recursos fitogenéticos

1. As Partes Contratantes definirão e manterão políticas edisposições jurídicas adequadas à promoção da utilizaçãosustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura.

2. A utilização sustentável dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura pode incluir, nomeadamente, asseguintes medidas:

a) Definição de políticas agrícolas justas que encorajem,se for caso disso, o desenvolvimento e a manutençãode sistemas agrícolas diversificados que favoreçam autilização sustentável da diversidade biológicaagrícola e outros recursos naturais;

b) Reforço da investigação no sentido de aumentar epreservar a diversidade biológica maximizando avariação intra e inter-específica, em benefício dosagricultores, especialmente dos que criam e utilizamas suas próprias variedades e aplicam princípiosecológicos de conservação da fertilidade dos solos ede combate às doenças, infestantes e pragas;

c) Promoção, se for caso disso, de iniciativas demelhoramento vegetal que, com a participação dosagricultores, nomeadamente nos países emdesenvolvimento, reforcem a capacidade dedesenvolvimento de variedades especificamenteadaptadas às diferentes condições sociais, económicase ecológicas, incluindo nas zonas marginais;

d) Ampliação da base genética das culturas e aumento dadiversidade do material genético colocado àdisposição dos agricultores;

e) Promoção, se for caso disso, de uma maior utilização deculturas, variedades e espécies subutilizadas, locaisou adaptadas às condições locais;

f) Fomento, se for caso disso, da utilização da diversidadedas variedades e espécies na gestão, conservação eutilização sustentável das culturas na exploração, eestabelecimento de um vínculo estreito entre omelhoramento vegetal e o desenvolvimento agrícola,com vista a reduzir a vulnerabilidade das culturas e aerosão genética e promover um aumento da produçãoalimentar mundial compatível com umdesenvolvimento sustentável; e

g) Revisão e, ser for caso disso, adaptação das estratégiasde melhoramento e da regulamentação em matéria deaprovação de variedades e distribuição de sementes.

ARTIGO 7Compromissos nacionais e cooperação internacional

1. Cada Parte Contratante integrará, se for caso disso, nassuas políticas e programas agrícolas e de desenvolvimento ruralas actividades referidas nos artigos 5 e 6, e cooperará com asdemais Partes Contratantes, directamente ou por intermédio daFAO e outras organizações internacionais competentes, nosdomínios da conservação e utilização sustentável dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura.

2. A cooperação internacional tem por objecto,nomeadamente:

a) Estabelecer ou reforçar a capacidade dos países emdesenvolvimento e dos países com economias detransição no que se refere à conservação e utilizaçãosustentável dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura;

b) Reforçar as actividades internacionais destinadas apromover a conservação, avaliação, documentação,melhoramento genético, melhoramento vegetal,multiplicação de sementes e, em conformidade com aParte IV, a partilha, acesso e intercâmbio dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura e deinformações e tecnologias adequadas;

c) Manter e reforçar os dispositivos institucionais referidosna Parte V; e

d) Executar a estratégia de financiamento do artigo 18.

ARTIGO 8Assistência técnica

As Partes Contratantes acordam em promover a concessão deassistência técnica às Partes Contratantes, nomeadamente às quesão países em desenvolvimento ou países com economias detransição, através da ajuda bilateral ou de organizaçõesinternacionais adequadas, para facilitar a aplicação do presenteTratado.

PARTE III

Direitos dos agricultores

ARTIGO 9Direitos dos agricultores

1. As Partes Contratantes reconhecem o enorme contributo,passado e futuro, das comunidades locais e autóctones e dos

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agricultores de todas as regiões do mundo, especialmente dosdos centros de origem e diversidade das culturas, para aconservação e valorização dos recursos fitogenéticos queconstituem a base da produção alimentar e agrícola no mundointeiro.

2. As Partes Contratantes acordam em que a responsabilidadeda concretização dos direitos dos agricultores, no que dizrespeito aos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura, cabe aos governos. Em função das suas necessidadese prioridades, cada Parte Contratante deve, se for caso disso esob reserva da legislação nacional, tomar medidas para protegere promover os direitos dos agricultores, incluindo:

a) A protecção dos conhecimentos tradicionais de interessepara os recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura;

b) O direito de participar equitativamente na partilha dosbenefícios resultantes da utilização dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura;

c) O direito de participar na tomada de decisões, a nívelnacional, sobre questões relativas à conservação eutilização sustentável dos recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura.

3. Nada no presente artigo deverá ser interpretado comolimitativo dos direitos que possam assistir aos agricultores deconservar, utilizar, trocar e vender sementes e material depropagação produzidos na exploração, sob reserva dasdisposições da legislação nacional e segundo as circunstâncias.

PARTE IV

Sistema multilateral de acesso e partilha de benefícios

ARTIGO 10

Sistema multilateral de acesso e partilha de benefícios

1. Nas suas relações com os demais Estados, as PartesContratantes reconhecem os direitos soberanos dos Estadossobre os seus próprios recursos fitogenéticos para a alimentaçãoe a agricultura, incluindo o facto de a determinação do acessoàqueles recursos competir aos governos e estar subordinada àlegislação nacional.

2. No exercício dos seus direitos soberanos, as PartesContratantes acordam em estabelecer um sistema multilateralque seja eficiente, efectivo e transparente, tanto para facilitar oacesso aos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura como para partilhar justa e equitativamente osbenefícios resultantes da utilização desses recursos, numaperspectiva de complementaridade e reforço mútuo.

ARTIGO 11

Âmbito do sistema multilateral

1. A fim de realizar os objectivos de conservação e utilizaçãosustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura, e de partilha justa e equitativa dos benefíciosresultantes da utilização desses recursos, nos termos do artigo 1,o sistema multilateral aplicar-se-á aos recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura enumerados no Anexo I, elaboradocom base nos critérios da segurança alimentar e dainterdependência.

2. O sistema multilateral, tal como se indica no n.º 1, abrangetodos os recursos fitogenéticos para a alimentação e a agriculturaenumerados no Anexo I que são geridos e administrados pelasPartes Contratantes e do domínio público. A fim de conseguir

uma cobertura o mais ampla possível, as Partes Contratantesconvidam todos os outros detentores de recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura enumerados no Anexo I aincluir esses recursos no sistema multilateral.

3. As Partes Contratantes acordam, além disso, em tomar asmedidas adequadas para encorajar as pessoas singulares oucolectivas sob sua jurisdição, detentoras de recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura enumerados no Anexo I, aintegrar esses recursos no sistema multilateral.

4. No prazo de dois anos após a entrada em vigor do Tratado,o Órgão Director avaliará os progressos realizados no respeitanteà inclusão, no sistema multilateral, dos recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura referidos no n.º 3. Na sequênciadessa avaliação, o Órgão Director decidirá se continuará a serfacilitado o acesso das pessoas singulares ou colectivas referidasno n.º 3 que não tiverem incluído os referidos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura no sistemamultilateral, ou se tomará quaisquer outras medidas queconsiderar adequadas.

5. O sistema multilateral abrange também os recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura enumerados noAnexo I e conservados nas colecções ex situ dos CentrosInternacionais de Investigação Agronómica do Grupo Consultivopara a Investigação Agronómica Internacional (GCIAI), comoprevisto no n.º 1, alínea a), do artigo 15, e noutras instituiçõesinternacionais, em conformidade com o n.º 5 do artigo 15.

ARTIGO 12Acesso facilitado aos recursos fitogenéticos para a alimentação

e a agricultura no âmbito do sistema multilateral

1. As Partes Contratantes acordam em que o acesso facilitadoaos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura noâmbito do sistema multilateral, tal como definido no artigo 11,será concedido em conformidade com as disposições do presenteTratado.

2. As Partes Contratantes acordam em tomar as medidasjurídicas - ou outras medidas adequadas - necessárias paraconceder o referido acesso às demais Partes Contratantes atravésdo sistema multilateral. Para o efeito, esse acesso será igualmenteconcedido às pessoas singulares e colectivas sob jurisdição dequalquer das Partes Contratantes, sob reserva do disposto non.º 4 do artigo 11.

3. O acesso será concedido nas seguintes condições:a) Caso se destine exclusivamente à conservação e

utilização na investigação, melhoramento e formaçãopara a alimentação e a agricultura, desde que não sedestine a utilizações químicas ou farmacêuticas, nema outras utilizações industriais não relacionadas coma alimentação humana ou animal. No caso de culturascom aplicações múltiplas (alimentares e nãoalimentares), a sua inclusão no sistema multilateral ea aplicabilidade do regime de acesso facilitadodependerá da sua importância para a segurançaalimentar;

b) Rapidamente, sem necessidade de averiguar a origemdas entradas, e gratuitamente ou, caso seja cobradauma taxa, esta não deve exceder os custos mínimoscorrespondentes;

c) Todos os dados de passaporte disponíveis e, sob reservada legislação em vigor, qualquer outra informaçãodescritiva disponível e não confidencial que lhes estejaassociada, serão postos à disposição juntamente comos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura fornecidos;

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d) Os beneficiários não podem reivindicar qualquer direito,de propriedade intelectual ou outro, que limite oacesso facilitado aos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura, ou a partes ouconstituintes genéticos destes, na forma recebida dosistema multilateral;

e) O acesso aos recursos fitogenéticos para a alimentação ea agricultura em fase de desenvolvimento, incluindoos que estejam a ser desenvolvidos pelos agricultores,fica à discrição dos obtentores durante o período dedesenvolvimento;

f) O acesso aos recursos fitogenéticos para a alimentação ea agricultura protegidos por direitos de propriedadeintelectual e outros direitos de propriedade seráconcedido em conformidade com os acordosinternacionais e legislação nacional pertinentes;

g) Os recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura a que tenha sido concedido acesso noâmbito do sistema multilateral, e que sejamconservados, serão mantidos pelos beneficiários àdisposição do sistema multilateral, nos termos dopresente Tratado;

h) Sem prejuízo das demais disposições do presente artigo,as Partes Contratantes acordam em que o acesso aosrecursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura in situ seja concedido em conformidadecom a legislação nacional ou, na ausência desta, emconformidade com as normas que possa estabelecer oÓrgão Director.

4. Para o efeito, o acesso facilitado, em conformidade com osn.ºs 2 e 3, será concedido nos termos de um acordo-tipo detransferência de material (ATM), adoptado pelo Órgão Director,que integre as disposições das alíneas a), d) e g) do n.º 3, asdisposições relativas à partilha dos benefícios enunciadasno n.º 2, subalínea ii) da alínea d), do artigo 13 e outrasdisposições pertinentes do presente Tratado, bem como adisposição segundo a qual o beneficiário dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura deverá requererque as condições do ATM se apliquem à transferência dessesrecursos para outra pessoa ou entidade, bem como a qualquertransferência posterior.

5. As Partes Contratantes garantirão a existência, no seusistema jurídico, da possibilidade de recurso, em conformidadecom as disposições jurisdicionais aplicáveis, em caso de litígioscontratuais decorrentes desses ATM, reconhecendo que asobrigações inerentes aos ATM incumbem exclusivamente àspartes nesses ATM.

6. Em situações de emergência devidas a catástrofes, as PartesContratantes acordam em conceder acesso facilitado aos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura adequados, noâmbito do sistema multilateral, a fim de contribuir para areconstituição dos sistemas agrícolas, em colaboração com oscoordenadores da ajuda de emergência.

ARTIGO 13Partilha dos benefícios no sistema multilateral

1. As Partes Contratantes reconhecem que o acesso facilitadoaos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agriculturaabrangidos pelo sistema multilateral constitui, por si só, umbenefício importante do sistema multilateral e acordam em queos benefícios daí resultantes sejam partilhados de forma justa eequitativa, em conformidade com o disposto no presente artigo.

2. As Partes Contratantes acordam em que os benefíciosresultantes da utilização, incluindo comercial, dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura no âmbito dosistema multilateral serão partilhados de maneira justa eequitativa através dos seguintes mecanismos: intercâmbio deinformações, acesso às tecnologias e transferência destas, reforçode capacidade, partilha dos benefícios resultantes dacomercialização, tendo em conta os sectores de actividadeprioritários do Plano de Acção Mundial progressivo e segundoas orientações do Órgão Director:

a) Intercâmbio de informação:As Partes Contratantes acordam em tornar disponível a

informação, nomeadamente catálogos e inventários,informações sobre tecnologias e resultados dainvestigação técnica, científica e socioeconómica,incluindo a caracterização, avaliação e utilização,respeitante aos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura abrangidos pelo sistemamultilateral. Essa informação será tornada disponível,se não for confidencial, sob reserva do direito aplicávele em conformidade com as capacidades nacionais. Areferida informação é posta à disposição de todas asPartes Contratantes no presente Tratado através dosistema de informação previsto no artigo 17.

b) Acesso e transferência de tecnologia:i) As Partes Contratantes comprometem-se a conceder

e/ou facilitar o acesso a tecnologias que visem aconservação, a caracterização, a avaliação e autilização dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura abrangidos pelosistema multilateral. Reconhecendo quedeterminadas tecnologias só podem ser transferidascom o material genético, as Partes Contratantesconcederão e/ou facilitarão o acesso a essastecnologias e ao material genético abrangido pelosistema multilateral e às variedades melhoradas ematerial genético desenvolvidos graças àutilização dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura abrangidos pelosistema multilateral, em conformidade com odisposto no artigo 12. O acesso a essas tecnologias,às variedades melhoradas e ao material genéticoserá concedido e/ou facilitado no respeito dosdireitos de propriedade e leis relativas ao acessoaplicáveis, e de acordo com a capacidade nacional;

ii) O acesso à tecnologia e a sua transferência para ospaíses, nomeadamente os países emdesenvolvimento e os países com economias detransição, serão efectuados através de um conjuntode medidas, tais como a criação e funcionamentode grupos temáticos, por culturas, sobre a utilizaçãodos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura, e a participação nesses grupos, todo otipo de parcerias de investigação edesenvolvimento e empresas comerciais mistasrelacionadas com o material recebido, valorizaçãodos recursos humanos e acesso efectivo a infra--estruturas de investigação;

iii) O acesso à tecnologia, incluindo a protegida pordireitos de propriedade intelectual, e a suatransferência, referidos nas alíneas i) e ii), para ospaíses em desenvolvimento que são Partes

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Contratantes, em particular para os países menosdesenvolvidos e os países com economias detransição, serão assegurados e/ou facilitados nostermos justos e mais favoráveis, em particular nocaso das tecnologias utilizadas para fins deconservação e das tecnologias destinadas aosagricultores dos países em desenvolvimento,especialmente dos países menos desenvolvidos edos países com economias de transição, incluindoem condições concessionais e preferenciaisquando estabelecidas de comum acordo,nomeadamente através de parcerias deinvestigação e desenvolvimento no âmbito dosistema multilateral. Esse acesso e transferênciaserão assegurados em condições que garantam umaprotecção adequada e eficaz dos direitos depropriedade intelectual e sejam conforme com osmesmos.

c) Reforço das capacidades Atendendo às necessidades dospaíses em desenvolvimento e dos países comeconomias de transição, tal como reflectidos naprioridade dada ao reforço da capacidade em matériade recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura nos respectivos planos e programas, casoexistam, relativos aos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura abrangidos pelo sistemamultilateral, as Partes Contratantes acordam em darprioridade i) ao estabelecimento e/ou reforço deprogramas de ensino e formação científicos e técnicosem matéria de conservação e utilização sustentáveldos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura, ii) à criação e reforço de infraestruturaspara a conservação e utilização sustentável dosrecursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura, em particular nos países emdesenvolvimento e nos países com economias detransição e iii) à investigação científica realizada, depreferência e sempre que possível, nos países emdesenvolvimento e nos países com economias detransição, em cooperação com as instituições dessespaíses, bem como ao desenvolvimento da capacidadede realizar tal investigação nas áreas em que sejanecessária;

d) Partilha dos benefícios monetários e outros resultantesda comercialização:

i) No âmbito do sistema multilateral, as PartesContratantes acordam em tomar medidas paragarantir a partilha dos benefícios comerciais,através da associação dos sectores públicoe privado às actividades identificadas no presenteartigo, por meio de parcerias e colaborações,nomeadamente com o sector privado dos paísesem desenvolvimento e dos países com economiasde transição, para a investigação e desenvol-vimento tecnológico;

ii) As Partes Contratantes acordam em que o acordo--tipo de transferência de material referido no n.º 4do artigo 12 deve incluir uma disposição segundoa qual um beneficiário que comercialize umproduto que seja um recurso fitogenético para aalimentação e a agricultura e que incorporematerial a que tenha tido acesso pelo sistema

multilateral deverá pagar ao mecanismo referidono n.º 3, alínea f), do artigo 19 uma parte equitativados benefícios resultantes da comercialização doreferido produto, salvo se o produto estiverdisponível sem restrições para outros beneficiários,para efeitos de investigação e melhoramento, sendonesse caso o beneficiário que comercializa oproduto encorajado a fazer tal pagamento.

Na sua primeira reunião, o Órgão Director determinará omontante, forma e modo do pagamento, em conformidade comas práticas comerciais. O Órgão Director poderá decidirestabelecer montantes diferentes a pagar pelas diversas categoriasde beneficiários que comercializam tais produtos; pode aindadecidir da necessidade de exonerar dos referidos pagamentos ospequenos agricultores dos países em desenvolvimento e dospaíses com economias de transição. O Órgão Director poderá,ocasionalmente, rever os montantes do pagamento a fim deassegurar uma partilha justa e equitativa dos benefícios, podendotambém analisar, durante um período de cinco anos a contar daentrada em vigor do presente Tratado, se a disposição do ATMrelativa ao pagamento obrigatório deverá aplicar-se tambémaos casos em que os produtos comercializados estejam semrestrições à disposição de outros beneficiários para trabalho deinvestigação e melhoramento.

3. As Partes Contratantes acordam em que os benefíciosresultantes da utilização dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura partilhados no âmbito do sistemamultilateral devem reverter primeiramente, directa eindirectamente, a favor dos agricultores de todos os países,particularmente dos países em desenvolvimento e dos paísescom economias de transição, que conservam e utilizam demaneira sustentável os recursos fitogenéticos para a alimentaçãoe a agricultura.

4. Na sua primeira reunião, o Órgão Director examinarápolíticas e critérios pertinentes para um apoio específico, noâmbito da estratégia de financiamento acordada, estabelecidanos termos do artigo 18, à conservação dos recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura nos países emdesenvolvimento e nos países com economias de transição cujacontribuição para a diversidade dos recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura abrangidos pelo sistemamultilateral seja significativa e/ou que tenham necessidadesespecíficas.

5. As Partes Contratantes reconhecem que a capacidade dospaíses de aplicar na íntegra o Plano de Acção Mundial, emparticular aqueles em desenvolvimento e com economias detransição, depende em grande parte da aplicação efectiva dopresente artigo e da estratégia de financiamento prevista noartigo 18.

6. As Partes Contratantes examinarão as modalidades de umaestratégia de contribuição voluntária para a partilha dosbenefícios, graças à qual as indústrias alimentares que beneficiemdos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agriculturacontribuam para o sistema multilateral.

PARTE V

Elementos de apoio

ARTIGO 14Plano de Acção Mundial

Reconhecendo que o Plano de Acção Mundial progressivopara a conservação e utilização sustentável dos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura é importante

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para o presente Tratado, as Partes Contratantes deverão promovera sua aplicação efectiva, incluindo através de medidas nacionaise, se for caso disso, de cooperação internacional a fim deestabelecer um quadro coerente, em particular para o reforço dacapacidade, a transferência de tecnologia e o intercâmbio deinformações, sob reserva do disposto no artigo 13.

ARTIGO 15 Colecções ex situ de recursos fitogenéticos para a alimentação

e a agricultura mantidas pelos Centros Internacionais deInvestigação Agronómica do Grupo Consultivo para a

Investigação Agronómica Internacional e de outras instituiçõesinternacionais

1. As Partes Contratantes reconhecem a importância para opresente Tratado das colecções ex situ de recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura administradas pelos CentrosInternacionais de Investigação Agronómica (CIIA) do GrupoConsultivo para a Investigação Agronómica Internacional(GCIAI). As Partes Contratantes exortam os CIIA a assinaracordos com o Órgão Director em relação às colecções ex situ,em conformidade com as seguintes condições:

a) Os recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura enumerados no Anexo I do presenteTratado mantidas pelos CIIA estão disponíveis emconformidade com o disposto na Parte IV do presenteTratado;

b) Os recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura não enumerados no Anexo I do presenteTratado e colhidos antes da entrada em vigor deste, emantidos pelos CIIA, serão postos à disposição emconformidade com o disposto no ATM actualmenteem vigor nos termos dos acordos concluídos entre osCIIA e a FAO. Esse ATM será alterado por decisão doÓrgão Director, o mais tardar na sua segunda sessãoordinária, em consulta com os CIIA, em conformidadecom as disposições pertinentes do presente Tratado,em particular dos seus artigos 12 e 13, e nas seguintescondições:

i) Os CIIA informarão periodicamente o Órgão Directordos ATM concluídos, de acordo com umcalendário a estabelecer pelo Órgão Director;

ii) As Partes Contratantes em cujo território tiveremsido colhidos, de condições in situ, os recursosfitogenéticos para a alimentação e a agriculturareceberão amostras dos mesmos mediante pedido,sem qualquer ATM;

iii) Os benefícios obtidos no âmbito do referido ATMque couberem ao mecanismo mencionado no n.º 3,alínea f), do artigo 19 serão destinados, emparticular, à conservação e utilização duradourados recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura em questão, nomeadamente nosprogramas nacionais e regionais dos países emdesenvolvimento e dos países com economias detransição, especialmente nos centros dediversidade e nos países menos desenvolvidos;

iv) Os CIIA tomarão as medidas adequadas, de acordocom as suas capacidades, para garantir ocumprimento efectivo das condições estabelecidasnos acordos de transferência de material, einformarão sem demora o Órgão Director dos casosem que estas não sejam aplicadas.

c) Os CIIA reconhecem ao Órgão Director competênciapara fornecer orientações relativas às colecções ex situque se encontrem na sua posse e que estejam sujeitasao disposto no presente Tratado;

d) As infra-estruturas científicas e técnicas em que sãoconservadas as colecções permanecem sob aautoridade dos CIIA, que se comprometem a geri-las eadministrá-las de acordo com normasinternacionalmente aceites, em particular as Normasrelativas aos Bancos de Germoplasma aprovadas pelaComissão dos Recursos Genéticos para a Alimentaçãoe a Agricultura da FAO;

e) A pedido de um CIIA, o Secretário esforçar-se-á porprestar um apoio técnico adequado;

f) O Secretário dispõe, a qualquer momento, do direito deacesso às instalações e de inspecção de todas asactividades que nelas se desenvolvam e que estejamdirectamente relacionadas com a conservação e ointercâmbio de material abrangido pelo presenteartigo;

g) Caso a conservação correcta das colecções ex situ naposse dos CIIA seja impedida ou ameaçada porqualquer acontecimento, incluindo de força maior, oSecretário, com o acordo do país anfitrião, ajudará namedida do possível a proceder à sua evacuação outransferência.

2. As Partes Contratantes acordam em conceder um acessofacilitado aos recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura constantes do Anexo I, no âmbito do sistemamultilateral, aos CIIA do GCIAI que tenham assinado acordoscom o Órgão Director em conformidade com o presente Tratado.Os referidos centros constarão de uma lista que o Secretáriomanterá e porá à disposição das Partes Contratantes, a pedidodestas.

3. O material não constante do Anexo I, recebido e conservadopelos CIIA após a entrada em vigor do presente Tratado, estaráacessível em condições compatíveis com as definidas de comumacordo pelos CIIA que recebem o material e o país de origemdos recursos, ou o país que os adquiriu em conformidade com aConvenção sobre a Diversidade Biológica ou outra legislaçãoaplicável.

4. Encorajam-se as Partes Contratantes a conceder aos CIIAque tenham assinado acordos com o Órgão Director acesso, emcondições definidas de comum acordo, aos recursosfitogenéticos para a alimentação e a agricultura de culturas nãoconstantes do Anexo I, que sejam importantes para os programase actividades dos CIIA.

5. O Órgão Director esforçar-se-á por estabelecer acordos paraos fins indicados no presente artigo com outras instituiçõesinternacionais competentes.

ARTIGO 16

Redes internacionais de recursos fitogenéticos

1. Será encorajada ou desenvolvida a cooperação existenteno âmbito das redes internacionais de recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura, com base nos acordosexistentes e em conformidade com as disposições do presenteTratado, de forma a garantir uma cobertura o mais ampla possíveldesses recursos.

2. As Partes Contratantes encorajarão, se for caso disso, todasas instituições competentes, incluindo as instituiçõesgovernamentais, privadas, não governamentais, de investigação,melhoramento e outras, a participar nas redes internacionais.

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ARTIGO 17

Sistema mundial de informação sobre os recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura

1. As Partes Contratantes cooperarão no desenvolvimento ereforço de um sistema mundial de informação que facilite ointercâmbio de informações, com base nos sistemas deinformação existentes, sobre questões científicas, técnicas eambientais relacionadas com os recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura, na perspectiva de que tal intercâmbiode informação contribua para a partilha dos benefícios, tornandoacessível a todas as Partes Contratantes as informações relativasaos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura.No desenvolvimento do sistema mundial de informação, serásolicitada a colaboração do mecanismo de intercâmbio daConvenção sobre a Diversidade Biológica.

2. Com base na notificação pelas Partes Contratantes, serálançado um alerta rápido em caso de perigo que ameace amanutenção eficaz dos recursos fitogenéticos para a alimentaçãoe a agricultura, a fim de salvaguardar o material.

3. As Partes Contratantes cooperarão com a Comissão dosRecursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura da FAO,na reavaliação periódica da situação dos recursos fitogenéticospara a alimentação e a agricultura a nível mundial, de maneira afacilitar a actualização do Plano de Acção Mundial progressivoreferido no artigo 14.

PARTE VI

Disposições financeiras

ARTIGO 18

Recursos financeiros

1. As Partes Contratantes comprometem-se a executar umaestratégia de financiamento para a aplicação do presente Tratadoem conformidade com o disposto no presente artigo.

2. Os objectivos da estratégia de financiamento são o reforçoda disponibilidade, transparência e eficácia do fornecimento derecursos financeiros para a realização de actividades no âmbitodo presente Tratado.

3. A fim de mobilizar fundos para actividades, planos eprogramas prioritários, em particular em países emdesenvolvimento e em países com economias de transição, eatendendo ao Plano de Acção Mundial, o Órgão Directorestabelecerá periodicamente um objectivo em matéria definanciamento.

4. De acordo com esta estratégia de financiamento:

a) As Partes Contratantes tomam as medidas necessárias eadequadas, no âmbito dos órgãos directores dosmecanismos, fundos e órgãos internacionaiscompetentes, para que sejam dadas a prioridade e aatenção necessárias à atribuição efectiva de recursosprevisíveis e acordados para a execução dos planos eprogramas no âmbito do presente Tratado;

b) A medida em que as Partes Contratantes que são paísesem desenvolvimento e as Partes Contratantes comeconomias de transição cumprirão efectivamente asobrigações assumidas no âmbito do presente Tratadodependerá da atribuição efectiva, nomeadamente porparte das Partes Contratantes que são paísesdesenvolvidos, dos recursos referidos no presenteartigo. Os países em desenvolvimento que são Partes

Contratantes e as Partes Contratantes com economiasem transição darão devida prioridade, nos seus planose programas, ao reforço da capacidade em matéria derecursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura;

c) Os recursos financeiros para a execução do presenteTratado serão também fornecidos pelas PartesContratantes que são países desenvolvidos, às PartesContratantes que são países em desenvolvimento e àsPartes Contratantes com economias de transição, quedeles beneficiam com esse fim, através de canaisbilaterais, regionais e multilaterais. Esses canaisincluem o mecanismo referido no n.º 3, alínea f), doartigo 19;

d) Cada Parte Contratante compromete-se a empreenderactividades nacionais em prol da conservação eutilização sustentável dos recursos fitogenéticos paraa alimentação e a agricultura e a atribuir a essasactividades recursos financeiros de harmonia com assuas capacidades e meios financeiros. Os recursosfinanceiros atribuídos não serão utilizados para finsnão conformes ao disposto no presente Tratado, emparticular nos domínios ligados ao comérciointernacional de produtos;

e) As Partes Contratantes acordam em que os benefíciosfinanceiros resultantes do n.º 2, alínea d), do artigo 13fazem parte da estratégia de financiamento;

f) As Partes Contratantes, o sector privado, sob reserva dodisposto no artigo 13, as organizações não governa-mentais e outras fontes podem também fazercontribuições voluntárias. As Partes Contratantesacordam em que o Órgão Director estudará asmodalidades de uma estratégia para encorajar taiscontribuições.

5. As Partes Contratantes acordam em que seja dada prioridadeà execução dos planos e programas acordados em benefício dosagricultores dos países em desenvolvimento, especialmente dospaíses menos desenvolvidos, bem como dos países comeconomias de transição, que conservam e utilizam de maneirasustentável os recursos fitogenéticos para a alimentação e aagricultura.

PARTE VII

Disposições institucionais

ARTIGO 19 Órgão Director

1. É criado pelo presente Tratado um Órgão Director compostopor todas as Partes Contratantes.

2. Todas as decisões do Órgão Director serão tomadas porconsenso, salvo nos casos em que tenha sido aprovado porconsenso outro método de tomada de decisões para determinadasmedidas, com excepção das questões referidas nos artigos 23 e24, em relação às quais é sempre necessário um consenso.

3. As funções do Órgão Director consistem em promover aaplicação integral do presente Tratado, atendendo aos seusobjectivos, nomeadamente:

a) Dar orientações e instruções para o acompanhamento dopresente Tratado e adoptar as recomendaçõesnecessárias para a sua execução, e, em particular parao funcionamento do sistema multilateral;

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b) Adoptar os planos e programas necessários paraa execução do presente Tratado;

c) Adoptar, na sua primeira sessão, e rever periodicamente,a estratégia de financiamento para a execução dopresente Tratado, em conformidade com oartigo 18;

d) Adoptar o orçamento do presente Tratado;e) Prever e estabelecer, sob reserva de disponibilidade dos

fundos necessários, os órgãos subsidiários queconsiderar necessários, bem como o respectivomandato e composição;

f) Criar, caso seja necessário, um mecanismo adequado, talcomo uma conta fiduciária, para recolha e utilizaçãodos recursos financeiros que lhe sejam confiados paraexecução do presente Tratado;

g) Estabelecer e manter uma cooperação com as outrasorganizações internacionais e órgãos criados portratados competentes, nomeadamente a Conferênciadas Partes na Convenção sobre a DiversidadeBiológica, em domínios abrangidos pelo presenteTratado, incluindo a sua participação na estratégia definanciamento;

h) Examinar e adoptar, se for caso disso, alterações aopresente Tratado, em conformidade com o dispostono artigo 23;

i) Examinar e adoptar, se for caso disso, alterações aosanexos do presente Tratado, em conformidade com odisposto no artigo 24;

j) Prever as modalidades de uma estratégia de fomento dascontribuições voluntárias, em particular no que serefere aos artigos 13 e 18;

k) Desempenhar quaisquer outras funções necessáriasà realização dos objectivos do presente Tratado;

l) Tomar nota das decisões pertinentes da Conferência dasPartes na Convenção sobre a Diversidade Biológica ede outras organizações internacionais e órgãos detratados competentes;

m) Informar, se for caso disso, a Conferência das Partes naConvenção sobre a Diversidade Biológica e outrasorganizações internacionais e órgãos de tratadoscompetentes de questões relacionadas com a execuçãodo presente Tratado; e

n) Aprovar os termos dos acordos com os CIIA e outrasinstituições internacionais referidas no artigo 15,e rever e alterar o ATM referido no mesmo artigo.

4. Sob reserva do n.º 6, cada Parte Contratante disporá de umvoto e poderá estar representada nas sessões do Órgão Directorpor um delegado, que pode fazer-se acompanhar de um suplente,e de peritos e conselheiros. Os suplentes, peritos e conselheirospodem participar nas deliberações do Órgão Director mas nãodispõem de direito de voto, excepto se estiverem devidamenteautorizados a substituir um delegado.

5. A Organização das Nações Unidas, as suas instituiçõesespecializadas e a Agência Internacional para a Energia Atómica,bem como qualquer Estado que não seja Parte Contratante nopresente Tratado, podem fazer-se representar na qualidade deobservadores nas sessões do Órgão Director. Qualquer outrainstância ou instituição, governamental ou não governamental,com competência nos domínios relacionados com a conservaçãoe utilização sustentável dos recursos fitogenéticos para aalimentação e a agricultura, e que tenha informado o Secretáriode que deseja estar representada na qualidade de observadornuma sessão do Órgão Director, pode ser admitida nessaqualidade, salvo objecção de pelo menos um terço das PartesContratantes presentes. A admissão e a participação deobservadores será regida pelo regulamento interno adoptadopelo Órgão Director.

6. Uma organização membro da FAO que seja ParteContratante, bem como os Estados membros dessa organizaçãoque sejam Partes Contratantes, exercerão os seus direitos demembro e cumprirão as suas obrigações como tal emconformidade, mutatis mutandis, com o Acto Constitutivo e oRegulamento Geral da FAO.

7. O Órgão Director pode, se necessário, adoptar e alterar oseu próprio regulamento interno e o regulamento financeiro,que não deverão ser incompatíveis com o disposto no presenteTratado.

8. Será necessária a presença de delegados que representem amaioria das Partes Contratantes para formar quórum em qualquersessão do Órgão Director.

9. O Órgão Director reunir-se-á em sessão ordinária pelo menosuma vez de dois em dois anos. Estas sessões deveriam realizar-se, na medida do possível, imediatamente antes ouimediatamente após as sessões ordinárias da Comissão dosRecursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura da FAO.

10. Realizar-se-ão sessões extraordinárias do Órgão Directorsempre que este o considere necessário, ou mediante pedidoescrito de uma Parte Contratante, desde que esse pedido sejaapoiado por um terço das Partes Contratantes, pelo menos.

11. O Órgão Director elegerá um Presidente e Vice-Presidentes(que, colectivamente, constituirão a “Mesa”) em conformidadecom o seu regulamento interno.

ARTIGO 20

Secretário

1. O Secretário do Órgão Director será nomeado pelo Director-Geral da FAO, com a aprovação do Órgão Director. O Secretáriodisporá dos colaboradores necessários.

2. O Secretário desempenhará as seguintes funções:

a) Organizar sessões do Órgão Director e dos órgãossubsidiários que venham a ser criados, e prestar-lhesapoio administrativo;

b) Assistir o Órgão Director no desempenho das suasfunções, e executar quaisquer tarefas específicas queaquele Órgão decida confiar-lhe;

c) Informar o Órgão Director das suas actividades.

3. O Secretário comunicará a todas as Partes Contratantes eao Director-Geral:

a) As decisões do Órgão Director, no prazo de sessenta diasa contar da sua adopção;

b) As informações recebidas das Partes Contratantes emconformidade com o disposto no presente Tratado.

4. O Secretário fornecerá a documentação para as sessões doÓrgão Director nas seis línguas da Organização das NaçõesUnidas.

5. O Secretário cooperará com outras organizações e órgãosde tratados, nomeadamente com o Secretariado da Convençãosobre a Diversidade Biológica, na realização dos objectivos dopresente Tratado.

ARTIGO 21

Aplicação

Na sua primeira reunião, o Órgão Director examinará e adoptaráprocessos de cooperação eficazes e mecanismos operacionaisdestinados a promover a aplicação do disposto no presenteTratado e a lidar com os casos de não aplicação. Essesprocedimentos e mecanismos incluirão o acompanhamento e a

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oferta de parecer ou de assistência, nomeadamente jurídicos, sefor caso disso, em particular aos países em desenvolvimento eaos países com economias de transição.

ARTIGO 22Resolução de diferendos

1. Em caso de diferendo entre as Partes Contratantesrelativamente à interpretação ou aplicação do presente Tratado,as Partes em causa deverão resolvê-lo mediante negociação.

2. Se as Partes em causa não chegarem a um acordo mediantenegociação, poderão solicitar conjuntamente os bons ofíciosou a mediação de uma terceira Parte.

3. Ao ratificar, aceitar, aprovar ou aderir ao presente Tratado,ou em qualquer momento posterior, qualquer Parte Contratantepoderá declarar, por comunicação escrita ao depositário, que,no caso de um diferendo não resolvido de acordo com o dispostonos n.ºs 1 ou 2, aceita um ou os dois meios de solução dodiferendo que se indicam a seguir, reconhecendo o seu carácterobrigatório:

a) Arbitragem de acordo com o procedimento estabelecidona parte 1 do Anexo II do presente Tratado;

b) Submissão do diferendo ao Tribunal Internacional deJustiça.

4. Se as Partes no diferendo não tiverem aceite o mesmoprocedimento ou nenhum dos procedimentos previstos no n.º 3,o diferendo será objecto de conciliação, de acordo com a Parte 2do Anexo II do presente Tratado, excepto se as Partes acordaremde modo diferente.

ARTIGO 23Alterações ao Tratado

1. Qualquer Parte Contratante poderá propor alterações aopresente Tratado.

2. As alterações ao presente Tratado serão adoptadas emsessão do Órgão Director. O texto de qualquer projecto dealteração será comunicado às Partes Contratantes pelo Secretário,pelo menos seis meses antes da sessão em que será propostopara adopção.

3. As alterações ao presente Tratado só poderão ser feitas porconsenso das Partes Contratantes presentes na sessão do ÓrgãoDirector.

4. As alterações adoptadas pelo Órgão Director entrarão emvigor em relação às Partes Contratantes que as tenham ratificado,aceite ou aprovado, no nonagésimo dia após o depósito dosinstrumentos de ratificação, aceitação ou aprovação por doisterços, no mínimo, das Partes Contratantes. Posteriormente, asalterações deverão entrar em vigor para qualquer outra parte nononagésimo dia após essa Parte Contratante ter depositado oseu instrumento de ratificação, aceitação ou aprovação dasalterações.

5. Para efeitos do presente artigo, um instrumento depositadopor uma organização membro da FAO não é consideradoadicional aos depositados pelos Estados membros dessaorganização.

ARTIGO 24 Anexos

1. Os anexos do presente Tratado constituem parte integrantedo mesmo e qualquer referência ao presente Tratado constituiráigualmente uma referência aos seus anexos.

2. O disposto no artigo 23 relativamente às alterações aopresente Tratado aplicar-se-á às alterações dos anexos.

ARTIGO 25Assinatura

O presente Tratado estará aberto para assinatura na FAO, de 3de Novembro de 2001 até 4 de Novembro de 2002, a todos osmembros da FAO e a todos os Estados que, não sendo membrosda FAO, sejam membros da Organização das Nações Unidas, deuma das suas instituições especializadas ou da AgênciaInternacional da Energia Atómica.

ARTIGO 26 Ratificação, aceitação ou aprovação

O presente Tratado estará sujeito a ratificação, aceitação ouaprovação pelos membros e não membros da FAO referidos noartigo 25. Os instrumentos de ratificação, aceitação ou aprovaçãodeverão ser entregues ao depositário.

ARTIGO 27 Adesão

O presente Tratado estará aberto para adesão a todos osmembros da FAO e a todos os Estados que, não sendo membrosda FAO, sejam membros da Organização das Nações Unidas, deuma das suas instituições especializadas ou da AgênciaInternacional da Energia Atómica, a partir da data em que oTratado deixar de estar aberto para assinatura. Os instrumentosde adesão deverão ser depositados junto do depositário.

ARTIGO 28 Entrada em vigor

1. Sob reserva do disposto no n.º 2 do artigo 29, o presenteTratado entrará em vigor no nonagésimo dia seguinte ao dodepósito do quadragésimo instrumento de ratificação, aceitação,aprovação ou adesão, desde que pelo menos vinte instrumentosde ratificação, aceitação, aprovação ou adesão tenham sidodepositados por membros da FAO.

2. Relativamente a cada membro da FAO e qualquer Estadoque, não sendo membro da FAO, seja membro da Organizaçãodas Nações Unidas, de uma das suas instituições especializadasou da Agência Internacional da Energia Atómica, que ratifique,aceite ou aprove o presente Tratado, ou que a ele adira depois deter sido depositado, em conformidade com o n.º 1 do artigo 28, oquadragésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovaçãoou adesão, o Tratado entrará em vigor no nonagésimo dia seguinteao do depósito do respectivo instrumento de ratificação,aceitação, aprovação ou adesão.

ARTIGO 29

Organizações membros da FAO

1. Quando uma organização membro da FAO depositar uminstrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão aopresente Tratado, essa organização deverá, em conformidadecom o disposto no n.º 7 do artigo II do Acto Constitutivo daFAO, comunicar qualquer alteração na repartição dascompetências da declaração de competências, apresentada porforça do n.º 5 do artigo II do Acto Constitutivo da FAO, que sejanecessária em virtude da sua aceitação do presente Tratado.Qualquer Parte Contratante no presente Tratado pode, emqualquer altura, solicitar a uma organização membro da FAOque seja Parte Contratante no presente Tratado que especifiquequal dos dois - organização membro ou respectivos Estados

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (581)

Planta cultivadaFruta-pãoEspargosAveiaBeterrabaComplexoBrassica

Feijão boerGrão de bicoCitrinos

CocoPrincipaisAráceasCenouraInhame eNhachemimMorangoGirasolCevadaBatata doceChícharoLentilhasMaçãMandiocaBanana/Banana-pãoArrozMexoeiraFeijão vulgarErvilhaCenteioBatataBeringelaMapiraTriticaleTrigoFavaFeijão nhemba et. al.Milho

GéneroArtocarpusAsparagusAvenaBetaBrassica et.al.

CajanusCicerCitros

CocosColocasiaXanthosomaDaucosDioscareaEleusineFragariaHelianthusHordeumIpomaeaLathyrusLansMalusManihotMusaOryzapennisetumPhaseolusPisumSecaleSolanumSolanumSorghumTriticosecaleTriticum et.al.ViciaVignaZea

Lista das espécies cultivadas abrangidas peloSistema Multilateral

Culturas alimentares

ObservaçõesExclusivamente fruta pão

Géneros abrangidos: Brassica, Armoracia, Barbarea,Camelina, Crambe, Diplotaxis, Eruca, Isatis, Lepidium,

Raphanobrassica, Rapha-nus, Rorippa e Sinapis. Trata-se de oleaginosa e de hortículas como a couve, a colza,a mostarda, o agrião, a eruca, o rabanete e nabo. A espécieLepidium meyenii (maca) não está abrangida.

Incluindo, como porta- enxertos, os géneros poncituse fortunella

Principais araceas: “ Cocoyam”, taro, taioba

Unicamente Manihot esculentaExcepto musa textilis

Excepto phaseolus polyanthus

Incluindo a secção tuberosa, excepto solanum phurejaIncuindo a secção Melongena

Incluindo agropyron, elymus e secale

Excluindo zea perennis, zea diploperennis e zea luxurians

Ferragens

GéneroLeguminosasAstragalusCanavaliaCoronillaHedysarumLathuyrusLespedezaLotusLupinusmedicagomelilotusOnobrychisOrnithopusProsopisPuerariaTrifolium

Espécie

chinensis, cicer, arenariusensiformisvariacoronariumcicera, ciliolatus, hirsutus, ochrus, oderatus, sativuscuneata, striata, stipulaceacorniculatus, subbiflorus, uliginosusalbus, angustifolius, luteusarborea, falcata, sativa, scutellata, rigidula, truncatulaalbus, officinalisviciifoliasativusaffinis, alba, chilensis, nigra, pallidaphaseoloidesalexandrinum, alpestre, ambiguum, angustifolium, arvense,agrocicerum, hybridum, incarnatum, pratense, repens, resupinatum,rueppellianum, semipilosum, subterraneum, vesiculosum.

Gramíneas

Andropogon

Agropyron

Agrostis

Alopecurus

Arrhenatherum

Dactylis

Festuca

Lolium

Phalaris

Pheleum

Poa

Tripsacum

gayanus

cristatum, desertorum

stolonifera, tenuis

Pratensis

elatius

glomerata

arundinacea, giganteia, heterophylla, pratensia, rubra

hybridum, multiflorum, perenne, rigidum, temulentum

aquatica, arundinacea

pratence

alpina, annua, pratensis

laxum

Outras forrogeiras

AtriplexSalsola

Halimus, nummulariaVermiculata

ANEXO I

membros - é responsável pela execução de determinada questãoabrangida pelo presente Tratado.A organização membro deveráfornecer essa informação num prazo razoável.

2. Os instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação, adesãoou denúncia depositados por uma organização membro da FAOnão são considerados adicionais aos depositados pelos Estadosmembros dessa organização.

ARTIGO 30Reservas

Não poderão ser formuladas reservas ao presente Tratado.

ARTIGO 31Não Partes

As Partes Contratantes encorajarão todos os Estados membrosda FAO ou outros Estados, que não sejam Parte Contratante nopresente Tratado, a aderir a este último.

ARTIGO 32Denúncia

1. A qualquer momento, volvidos dois anos sobre a data daentrada em vigor do presente Tratado para uma Parte Contratante,esta poderá notificar o depositário por escrito da sua denúnciado presente Tratado. O depositário informará imediatamentedesse facto todas as Partes Contratantes.

2. A denúncia produz efeitos um ano após a data de recepçãoda notificação.

ARTIGO 33Expiração

1. O presente Tratado expira automaticamente quando, nasequência de denúncias, o número de Partes Contratantes setornar inferior a quarenta, salvo decisão unânime em contráriodas restantes Partes Contratantes.

2. O depositário informará todas as restantes PartesContratantes caso o número de Partes Contratantes se reduza aquarenta.

3. Em caso de expiração do presente Tratado, a afectação dosbens será regida pelo disposto no regulamento financeiroadoptado pelo Órgão Director.

ARTIGO 34Depositário

O Director-Geral da FAO será depositário do presente Tratado.

ARTIGO 35Textos autênticos

Os textos do presente Tratado em árabe, chinês, espanhol,francês, inglês e russo fazem igualmente fé.

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (582)

ANEXO II

PARTE 1

Arbitragem

ARTIGO 1

A Parte requerente notificará o Secretário de que as Partessubmetem o diferendo a arbitragem, em conformidade com odisposto no artigo 22. A notificação referirá o assunto submetidoa arbitragem, nomeadamente os artigos do Tratado cujainterpretação ou aplicação constitua o objecto do litígio. Se asPartes no diferendo não acordarem no objecto do litígio antes dadesignação do Presidente do Tribunal Arbitral, caberá a esteresolver a questão. O Secretário comunicará as informaçõesrecebidas neste âmbito a todas as Partes Contratantes no presenteTratado.

ARTIGO 2

1. Em caso de diferendo entre duas Partes, o Tribunal Arbitralserá composto por três membros. Cada Parte no diferendonomeará um árbitro e os dois árbitros assim nomeadosdesignarão, de comum acordo, o terceiro árbitro, que assumirá apresidência do Tribunal. Este último não deverá ser cidadão dequalquer das Partes no diferendo, ter residência habitual noterritório de qualquer dessas Partes, estar ao serviço de qualquerdelas nem ter-se ocupado do assunto em qualquer outracircunstância.

2. Nos diferendos que envolvam mais de duas PartesContratantes, aquelas que tenham um interesse comum nomearãoum árbitro de comum acordo.

3. Qualquer vaga será preenchida segundo o procedimentoprevisto para a nomeação inicial.

ARTIGO 3

1. Se o Presidente do Tribunal Arbitral não tiver sidodesignado no prazo de dois meses a contar da nomeação dosegundo árbitro, o Director-Geral da FAO, a pedido de uma dasPartes no diferendo, designará o Presidente num novo prazo dedois meses.

2. Se, dois meses após a recepção do pedido, uma das Partesno diferendo não tiver nomeado um árbitro, a outra Parte poderárecorrer para o Director-Geral da FAO, que procederá a essanomeação num novo prazo de dois meses.

ARTIGO 4

O Tribunal Arbitral deve proferir as suas decisões emconformidade com as disposições do presente Tratado e doDireito Internacional.

ARTIGO 5

O Tribunal Arbitral adoptará as suas próprias normas deprocedimento, salvo se as Partes no diferendo decidirem de outromodo.

ARTIGO 6

O Tribunal Arbitral poderá, a pedido de uma das Partes nodiferendo, recomendar as medidas cautelares indispensáveis.

ARTIGO 7

As Partes no diferendo facilitarão o trabalho do TribunalArbitral, utilizando, nomeadamente, todos os meios à suadisposição para:

a) Facultar ao Tribunal todos os documentos, informaçõese facilidades necessários;

b) Permitir que o Tribunal convoque, quando necessário,testemunhas ou peritos para prestar depoimento.

ARTIGO 8

As Partes no diferendo e os árbitros estão obrigados ao deverde sigilo relativamente a qualquer informação de que tomemconhecimento a título confidencial durante as audiências doTribunal Arbitral.

ARTIGO 9

Salvo decisão em contrário do Tribunal Arbitral, devido acircunstâncias particulares do caso, as despesas do Tribunal serãotomadas a cargo, em partes iguais, pelas Partes no diferendo. OTribunal registará todas as despesas e apresentará às Partes nodiferendo um mapa final das mesmas.

ARTIGO 10

Qualquer Parte Contratante que, relativamente ao objecto dodiferendo, tenha um interesse de ordem jurídica susceptível deser afectado pela decisão poderá intervir no processo com oconsentimento do Tribunal.

ARTIGO 11

O Tribunal poderá conhecer e decidir dos pedidosreconvencionais directamente relacionados com o objecto dodiferendo.

ARTIGO 12

As decisões do Tribunal Arbitral, quer quanto à forma querquanto ao fundo, serão tomadas por maioria de votos dos seusmembros.

ARTIGO 13

Se uma das Partes no diferendo não comparecer perante oTribunal Arbitral ou não defender a sua causa, a outra parte poderápedir ao Tribunal que prossiga o processo e profira uma decisão.O facto de uma das Partes no diferendo não comparecer ou nãoexercer os seus direitos não obstará à marcha do processo. Antesde proferir a sua decisão final, o Tribunal Arbitral assegurar-se-áde que o pedido é fundamentado de facto e de direito.

ARTIGO 14

O Tribunal proferirá a sua decisão final no prazo de cincomeses a contar da data da sua constituição, salvo se entendernecessário prorrogar esse prazo por um período que não deveexceder cinco meses.

ARTIGO 15

A decisão final do Tribunal Arbitral limitar-se-á à questãoobjecto do diferendo e será fundamentada. Conterá os nomesdos membros que participaram na deliberação e a data em quefoi proferida. Qualquer membro do Tribunal poderá juntar àsentença final um parecer distinto ou uma opinião divergente.

ARTIGO 16

A sentença será vinculativa para as Partes no diferendo. Seráirrecorrível salvo se as Partes tiverem acordado previamente numprocesso de recurso.

ARTIGO 17

Qualquer divergência que possa emergir entre as Partes nodiferendo sobre a interpretação ou a execução da sentença poderáser submetida por qualquer das Partes no diferendo ao TribunalArbitral que proferiu a sentença.

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (583)

PARTE 2

Conciliação

ARTIGO 1

A pedido de uma das Partes no diferendo, será criada umaComissão de Conciliação. Salvo se as Partes decidirem emcontrário, a Comissão será composta por cinco membros,nomeando cada Parte interessada dois membros, e um Presidentedesignado de comum acordo pelos membros nomeados.

ARTIGO 2

Nos diferendos que envolvam mais de duas PartesContratantes, as Partes no diferendo que tenham os mesmosinteresses nomearão de comum acordo os seus membros daComissão. Quando duas ou mais Partes no diferendo tenhaminteresses distintos ou discordem quanto à questão de saber setêm os mesmos interesses, nomearão os seus membrosseparadamente.

ARTIGO 3

Se, no prazo de dois meses a contar da data do pedido decriação de uma Comissão de Conciliação, as Partes no diferendonão tiverem nomeado todos os membros da Comissão, o Director--Geral da FAO, a pedido da Parte no diferendo que formulou opedido, procederá às nomeações necessárias num novo prazo dedois meses.

ARTIGO 4

Se, no prazo de dois meses a contar da nomeação do últimomembro da Comissão, esta não tiver escolhido o seu Presidente,o Director-Geral da FAO, a pedido de uma das Partes no diferendo,procederá à designação do Presidente num novo prazo de doismeses.

ARTIGO 5

A Comissão de Conciliação deliberará por maioria de votosdos seus membros. Salvo decisão em contrário das Partes nodiferendo, a Comissão estabelecerá as suas próprias normas deprocedimento. A Comissão apresentará uma proposta deresolução do diferendo, que as Partes apreciarão de boa fé.

ARTIGO 6

Em caso de desacordo quanto à competência da Comissão deConciliação, decidirá esta se é ou não competente.

International Treaty on Plant GeneticResources for Food and Agriculture

Preâmble

The Contracting Parties,

Convinced of the special nature of plant genetic resources forfood and agriculture, their distinctive features and problemsneeding distinctive solutions;

Alarmed by the continuing erosion of these resources;

Cognizant that plant genetic resources for food andagriculture are a common concern of all countries, in that allcountries depend very largely on plant genetic resources forfood and agriculture that originated elsewhere;

Acknowledging that the conservation, exploration, collection,characterization, evaluation and documentation of plant geneticresources for food and agriculture are essential in meeting the

goals of the Rome Declaration on World Food Security and theWorld Food Summit Plan of Action and for sustainableagricultural development for this and future generations, andthat the capacity of developing countries and countries witheconomies in transition to undertake such tasks needs urgentlyto be reinforced;

Noting that the Global Plan of Action for the Conservationand Sustainable Use of Plant Genetic Resources for Food andAgriculture is an internationally agreed framework for suchactivities;

Acknowledging further that plant genetic resources for foodand agriculture are the raw material indispensable for cropgenetic improvement, whether by means of farmers’ selection,classical plant breeding or modern biotechnologies, and areessential in adapting to unpredictable environmental changesand future human needs;

Affirming that the past, present and future contributions offarmers in all regions of the world, particularly those in centresof origin and diversity, in conserving, improving and makingavailable these resources, is the basis of Farmers’ Rights;

Affirming also that the rights recognized in this Treaty tosave, use, exchange and sell farm-saved seed and otherpropagating material, and to participate in decision-makingregarding, and in the fair and equitable sharing of the benefitsarising from, the use of plant genetic resources for food andagriculture, are fundamental to the realization of Farmers’ Rights,as well as the promotion of Farmers’ Rights at national andinternational levels;

Recognizing that this Treaty and other internationalagreements relevant to this Treaty should be mutually supportivewith a view to sustainable agriculture and food security;

Affirming that nothing in this Treaty shall be interpreted asimplying in any way a change in the rights and obligations ofthe Contracting Parties under other international agreements;

Understanding that the above recital is not intended to createa hierarchy between this Treaty and other internationalagreements;

Aware that questions regarding the management of plantgenetic resources for food and agriculture are at the meetingpoint between agriculture, the environment and commerce, andconvinced that there should be synergy among these sectors;

Aware of their responsibility to past and future generationsto conserve the World’s diversity of plant genetic resources forfood and agriculture;

Recognizing that, in the exercise of their sovereign rightsover their plant genetic resources for food and agriculture, statesmay mutually benefit from the creation of an effectivemultilateral system for facilitated access to a negotiated selectionof these resources and for the fair and equitable sharing of thebenefits arising from their use; and

Desiring to conclude an international agreement within theframework of the Food and Agriculture Organization of theUnited Nations, hereinafter referred to as FAO, under ArticleXIV of the FAO Constitution;

Have agreed as follows:

PART I

Introduction

ARTICLE 1

Objectives

1.1 The objectives of this Treaty are the conservation andsustainable use of plant genetic resources for food and agriculture

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (584)

and the fair and equitable sharing of the benefits arising out oftheir use, in harmony with the Convention on BiologicalDiversity, for sustainable agriculture and food security.

1.2 These objectives will be attained by closely linking thisTreaty to the Food and Agriculture Organization of the UnitedNations and to the Convention on Biological Diversity.

ARTICLE 2

Use of Terms

For the purpose of this Treaty, the following terms shall havethe meanings hereunder assigned to them. These definitions arenot intended to cover trade in commodities:

“In situ conservation” means the conservation of ecosystemsand natural habitats and the maintenance and recovery of viablepopulations of species in their natural surroundings and, in thecase of domesticated or cultivated plant species, in thesurroundings where they have developed their distinctiveproperties.

“Ex situ conservation” means the conservation of plantgenetic resources for food and agriculture outside their naturalhabitat.

“Plant genetic resources for food and agriculture” means anygenetic material of plant origin of actual or potential value forfood and agriculture.

“Genetic material” means any material of plant origin,including reproductive and vegetative propagating material,containing functional units of heredity.

“Variety” means a plant grouping, within a single botanicaltaxon of the lowest known rank, defined by the reproducibleexpression of its distinguishing and other genetic characteristics.

“Ex situ collection” means a collection of plant geneticresources for food and agriculture maintained outside theirnatural habitat.

“Centre of origin” means a geographical area where a plantspecies, either domesticated or wild, first developed itsdistinctive properties.

“Centre of crop diversity” means a geographic area containinga high level of genetic diversity for crop species in in situconditions.

ARTICLE 3

Scope

This Treaty relates to plant genetic resources for food andagriculture.

PART II

General Provisions

ARTICLE 4

General Obligations

Each Contracting Party shall ensure the conformity of itslaws, regulations and procedures with its obligations as providedin this Treaty.

ARTICLE 5

Conservation, Exploration, Collection, Characterization,Evaluation and Documentation of Plant Genetic Resources for

Food and Agriculture

5.1 Each Contracting Party shall, subject to nationallegislation, and in cooperation with other Contracting Partieswhere appropriate, promote an integrated approach to the

exploration, conservation and sustainable use of plant geneticresources for food and agriculture and shall in particular, asappropriate:

(a) Survey and inventory plant genetic resources for foodand agriculture, taking into account the status anddegree of variation in existing populations, includingthose that are of potential use and, as feasible, assessany threats to them;

(b) Promote the collection of plant genetic resources forfood and agriculture and relevant associatedinformation on those plant genetic resources that areunder threat or are of potential use;

(c) Promote or support, as appropriate, farmers and localcommunities’ efforts to manage and conserve on-farmtheir plant genetic resources for food and agriculture;

(d) Promote in situ conservation of wild crop relatives andwild plants for food production, including in protectedareas, by supporting, inter alia, the efforts ofindigenous and local communities;

(e) Cooperate to promote the development of an efficientand sustainable system of ex situ conservation, givingdue attention to the need for adequate documentation,characterization, regeneration and evaluation, andpromote the development and transfer of appropriatetechnologies for this purpose with a view to improvingthe sustainable use of plant genetic resources for foodand agriculture;

(f) Monitor the maintenance of the viability, degree ofvariation, and the genetic integrity of collections ofplant genetic resources for food and agriculture.

5.2 The Contracting Parties shall, as appropriate, take stepsto minimize or, if possible, eliminate threats to plant geneticresources for food and agriculture.

ARTICLE 6

Sustainable Use of Plant Genetic Resources

6.1 The Contracting Parties shall develop and maintainappropriate policy and legal measures that promote thesustainable use of plant genetic resources for food andagriculture.

6.2 The sustainable use of plant genetic resources for foodand agriculture may include such measures as:

(a) pursuing fair agricultural policies that promote, asappropriate, the development and maintenance ofdiverse farming systems that enhance the sustainableuse of agricultural biological diversity and othernatural resources;

(b) strengthening research which enhances and conservesbiological diversity by maximizing intra-and inter--specific variation for the benefit of farmers, especiallythose who generate and use their own varieties andapply ecological principles in maintaining soilfertility and in combating diseases, weeds and pests;

(c) promoting, as appropriate, plant breeding efforts which,with the participation of farmers, particularly indeveloping countries, strengthen the capacity todevelop varieties particularly adapted to social,economic and ecological conditions, including inmarginal areas;

(d) broadening the genetic base of crops and increasing therange of genetic diversity available to farmers;

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (585)

(e) promoting, as appropriate, the expanded use of localand locally adapted crops, varieties and underutilizedspecies;

(f) supporting, as appropriate, the wider use of diversity ofvarieties and species in on-farm management,conservation and sustainable use of crops and creatingstrong links to plant breeding and agriculturaldevelopment in order to reduce crop vulnerability andgenetic erosion, and promote increased world foodproduction compatible with sustainable development;and

(g) reviewing, and, as appropriate, adjusting breedingstrategies and regulations concerning variety releaseand seed distribution.

ARTICLE 7

National Commitments and International Cooperation7.1 Each Contracting Party shall, as appropriate, integrate

into its agriculture and rural development policies andprogrammes, activities referred to in Articles 5 and 6, andcooperate with other Contracting Parties, directly or throughFAO and other relevant international organizations, in theconservation and sustainable use of plant genetic resources forfood and agriculture.

7.2 International cooperation shall, in particular,be directed to:

(a) establishing or strengthening the capabilities ofdeveloping countries and countries with economiesin transition with respect to conservation andsustainable use of plant genetic resources for foodand agriculture;

(b) enhancing international activities to promoteconservation, evaluation, documentation, geneticenhancement, plant breeding, seed multiplication;and sharing, providing access to, and exchanging, inconformity with Part IV, plant genetic resources forfood and agriculture and appropriate information andtechnology;

(c) maintaining and strengthening the institutionalarrangements provided for in Part V; and

(d) implement the funding strategy of Article 18.

ARTICLE 8Technical Assistance

The Contracting Parties agree to promote the provision oftechnical assistance to Contracting Parties, especially those thatare developing countries or countries with economies intransition, either bilaterally or through the appropriateinternational organizations, with the objective of facilitatingthe implementation of this Treaty.

PART III

Farmers’ RightsARTICLE 9

Farmers’ Rights

9.1 The Contracting Parties recognize the enormouscontribution that the local and indigenous communities andfarmers of all regions of the world, particularly those in thecentres of origin and crop diversity, have made and will continueto make for the conservation and development of plant geneticresources which constitute the basis of food and agricultureproduction throughout the world.

9.2 The Contracting Parties agree that the responsibility forrealizing Farmers’ Rights, as they relate to plant genetic resourcesfor food and agriculture, rests with national governments. Inaccordance with their needs and priorities, each ContractingParty should, as appropriate, and subject to its nationallegislation, take measures to protect and promote Farmers’Rights, including:

(a) protection of traditional knowledge relevant to plantgenetic resources for food and agriculture;

(b) the right to equitably participate in sharing benefitsarising from the utilization of plant genetic resourcesfor food and agriculture; and

(c) the right to participate in making decisions, at thenational level, on matters related to the conservationand sustainable use of plant genetic resources for foodand agriculture.

9.3 Nothing in this Article shall be interpreted to limit anyrights that farmers have to save, use, exchange and sell farm-saved seed/propagating material, subject to national law and asappropriate.

PART IV

The Multilateral System Of Access And Benefit-sharing

ARTICLE 10

Multilateral System of Access and Benefit-sharing

10.1 In their relationships with other States, the ContractingParties recognize the sovereign rights of States over their ownplant genetic resources for food and agriculture, including thatthe authority to determine access to those resources rests withnational governments and is subject to national legislation.

10.2 In the exercise of their sovereign rights, the ContractingParties agree to establish a multilateral system, which is efficient,effective, and transparent, both to facilitate access to plantgenetic resources for food and agriculture, and to share, in a fairand equitable way, the benefits arising from the utilization ofthese resources, on a complementary and mutually reinforcingbasis.

ARTICLE 11

Coverage of the Multilateral System

11.1 In furtherance of the objectives of conservation andsustainable use of plant genetic resources for food and agricultureand the fair and equitable sharing of benefits arising out of theiruse, as stated in article 1, the Multilateral System shall cover theplant genetic resources for food and agriculture listed in annexI, established according to criteria of food security andinterdependence.

11.2 The Multilateral System, as identified in article 11.1,shall include all plant genetic resources for food and agriculturelisted in annex I that are under the management and control ofthe Contracting Parties and in the public domain. With a viewto achieving the fullest possible coverage of the MultilateralSystem, the Contracting Parties invite all other holders of theplant genetic resources for food and agriculture listed in AnnexI to include these plant genetic resources for food and agriculturein the Multilateral System.

11.3 Contracting Parties also agree to take appropriatemeasures to encourage natural and legal persons within theirjurisdiction who hold plant genetic resources for food andagriculture listed in Annex I to include such plant geneticresources for food and agriculture in the Multilateral System.

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (586)

11.4 Within two years of the entry into force of the Treaty,the Governing Body shall assess the progress in including theplant genetic resources for food and agriculture referred to inparagraph 11.3 in the Multilateral System. Following thisassessment, the Governing Body shall decide whether accessshall continue to be facilitated to those natural and legal personsreferred to in paragraph 11.3 that have not included these plantgenetic resources for food and agriculture in the MultilateralSystem, or take such other measures as it deems appropriate.

11.5 The Multilateral System shall also include the plantgenetic resources for food and agriculture listed in Annex I andheld in the ex situ collections of the International AgriculturalResearch Centres of the Consultative Group on InternationalAgricultural Research (CGIAR), as provided in article 15.1a,and in other international institutions, in accordancewith article 15.5.

ARTICLE 12Facilitated access to plant genetic resources for food and

agriculture within the Multilateral System

12.1 The Contracting Parties agree that facilitated access toplant genetic resources for food and agriculture under theMultilateral System, as defined in article 11, shall be inaccordance with the provisions of this Treaty.

12.2 The Contracting Parties agree to take the necessary legalor other appropriate measures to provide such access to otherContracting Parties through the Multilateral System. To thiseffect, such access shall also be provided to legal and naturalpersons under the jurisdiction of any Contracting Party, subjectto the provisions of article 11.4.

12.3 Such access shall be provided in accordance with theconditions below:

(a) Access shall be provided solely for the purpose ofutilization and conservation for research, breeding andtraining for food and agriculture, provided that suchpurpose does not include chemical, pharmaceuticaland/or other non-food/feed industrial uses. In the caseof multiple-use crops (food and non-food), theirimportance for food security should be the determinantfor their inclusion in the Multilateral System andavailability for facilitated access;

(b) Access shall be accorded expeditiously, without theneed to track individual accessions and free of charge,or, when a fee is charged, it shall not exceed theminimal cost involved;

(c) All available passport data and, subject to applicablelaw, any other associated available non-confidentialdescriptive information, shall be made available withthe plant genetic resources for food and agricultureprovided;

(d) Recipients shall not claim any intellectual property orother rights that limit the facilitated access to the plantgenetic resources for food and agriculture, or theirgenetic parts or components, in the form received fromthe Multilateral System;

(e) Access to plant genetic resources for food and agricultureunder development, including material beingdeveloped by farmers, shall be at the discretion of itsdeveloper, during the period of its development;

(f) Access to plant genetic resources for food and agricultureprotected by intellectual and other property rightsshall be consistent with relevant internationalagreements, and with relevant national laws;

(g) Plant genetic resources for food and agriculture accessedunder the Multilateral System and conserved shallcontinue to be made available to the MultilateralSystem by the recipients of those plant geneticresources for food and agriculture, under the terms ofthis Treaty; and

(h) Without prejudice to the other provisions under thisArticle, the Contracting Parties agree that access toplant genetic resources for food and agriculture foundin in situ conditions will be provided according tonational legislation or, in the absence of suchlegislation, in accordance with such standards as maybe set by the Governing Body.

12.4 To this effect, facilitated access, in accordance witharticles 12.2 and 12.3 above, shall be provided pursuant to astandard material transfer agreement (MTA), which shall beadopted by the Governing Body and contain the provisions ofarticles 12.3a, d and g, as well as the benefit-sharing provisionsset forth in Article 13.2d(ii) and other relevant provisions ofthis Treaty, and the provision that the recipient of the plantgenetic resources for food and agriculture shall require that theconditions of the MTA shall apply to the transfer of plant geneticresources for food and agriculture to another person or entity, aswell as to any subsequent transfers of those plant genetic resourcesfor food and agriculture.

12.5 Contracting Parties shall ensure that an opportunity toseek recourse is available, consistent with applicablejurisdictional requirements, under their legal systems, in case ofcontractual disputes arising under such MTAs, recognizing thatobligations arising under such MTAs rest exclusively with theparties to those MTAs.

12.6 In emergency disaster situations, the Contracting Partiesagree to provide facilitated access to appropriate plant geneticresources for food and agriculture in the Multilateral System forthe purpose of contributing to the re-establishment ofagricultural systems, in cooperation with disaster relief co-ordinators.

ARTICLE 13Benefit-sharing in the Multilateral System

13.1 The Contracting Parties recognize that facilitated accessto plant genetic resources for food and agriculture which areincluded in the Multilateral System constitutes itself a majorbenefit of the Multilateral System and agree that benefitsaccruing therefrom shall be shared fairly and equitably inaccordance with the provisions of this Article.

13.2 The Contracting Parties agree that benefits arising fromthe use, including commercial, of plant genetic resources forfood and agriculture under the Multilateral System shall beshared fairly and equitably through the following mechanisms:the exchange of information, access to and transfer oftechnology, capacity-building, and the sharing of the benefitsarising from commercialization, taking into account the priorityactivity areas in the rolling Global Plan of Action, under theguidance of the Governing Body:

(a) Exchange of information:The Contracting Parties agree to make available

information which shall, inter alia, encompasscatalogues and inventories, information ontechnologies, results of technical, scientific andsocio-economic research, including characte-rization, evaluation and utilization, regardingthose plant genetic resources for food and

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agriculture under the Multilateral System. Suchinformation shall be made available, where non-confidential, subject to applicable law and inaccordance with national capabilities. Suchinformation shall be made available to allContracting Parties to this Treaty through theinformation system, provided for in article 17.

(b) Access to and transfer of technology(i) The Contracting Parties undertake to provide and/or

facilitate access to technologies for theconservation, characterization, evaluation and useof plant genetic resources for food and agriculturewhich are under the Multilateral System.Recognizing that some technologies can only betransferred through genetic material, theContracting Parties shall provide and/or facilitateaccess to such technologies and genetic materialwhich is under the Multilateral System and toimproved varieties and genetic material developedthrough the use of plant genetic resources for foodand agriculture under the Multilateral System, inconformity with the provisions of article 12. Accessto these technologies, improved varieties andgenetic material shall be provided and/orfacilitated, while respecting applicable propertyrights and access laws, and in accordance withnational capabilities.

(ii) Access to and transfer of technology to countries,especially to developing countries and countrieswith economies in transition, shall be carried outthrough a set of measures, such as theestablishment and maintenance of, andparticipation in, crop-based thematic groups onutilization of plant genetic resources for food andagriculture, all types of partnership in research anddevelopment and in commercial joint venturesrelating to the material received, human resourcedevelopment, and effective access to researchfacilities.

(iii) Access to and transfer of technology as referred toin (i) and (ii) above, including that protected byintellectual property rights, to developingcountries that are Contracting Parties, in particularleast developed countries, and countries witheconomies in transition, shall be provided and/orfacilitated under fair and most favourable terms,in particular in the case of technologies for use inconservation as well as technologies for the benefitof farmers in developing countries, especially inleast developed countries, and countries witheconomies in transition, including on concessionaland preferential terms where mutually agreed, interalia, through partnerships in research anddevelopment under the Multilateral System. Suchaccess and transfer shall be provided on termswhich recognize and are consistent with theadequate and effective protection of intellectualproperty rights.

(c) Capacity-buildingTaking into account the needs of developing countries

and countries with economies in transition, asexpressed through the priority they accord tobuilding capacity in plant genetic resources forfood and agriculture in their plans and

programmes, when in place, in respect of thoseplant genetic resources for food and agriculturecovered by the Multilateral System, theContracting Parties agree to give priority to (i)establishing and/or strengthening programmes forscientific and technical education and training inconservation and sustainable use of plant geneticresources for food and agriculture, (ii) developingand strengthening facilities for conservation andsustainable use of plant genetic resources for foodand agriculture, in particular in developingcountries, and countries with economies intransition, and (iii) carrying out scientific researchpreferably, and where possible, in developingcountries and countries with economies intransition, in cooperation with institutions of suchcountries, and developing capacity for suchresearch in fields where they are needed.

(d) Sharing of monetary and other benefits ofcommercialization

(i) The Contracting Parties agree, under the MultilateralSystem, to take measures in order to achievecommercial benefit-sharing, through theinvolvement of the private and public sectors inactivities identified under this article, throughpartnerships and collaboration, including with theprivate sector in developing countries andcountries with economies in transition, in researchand technology development;

(ii) The Contracting Parties agree that the standardMaterial Transfer Agreement referred to in article12.4 shall include a requirement that a recipientwho commercializes a product that is a plantgenetic resource for food and agriculture and thatincorporates material accessed from theMultilateral System, shall pay to the mechanismreferred to in article 19.3f, an equitable share ofthe benefits arising from the commercialization ofthat product, except whenever such a product isavailable without restriction to others for furtherresearch and breeding, in which case the recipientwho commercializes shall be encouraged to makesuch payment.

The Governing Body shall, at its first meeting,determine the level, form and manner of thepayment, in line with commercial practice. TheGoverning Body may decide to establish differentlevels of payment for various categories ofrecipients who commercialize such products; itmay also decide on the need to exempt from suchpayments small farmers in developing countriesand in countries with economies in transition. TheGoverning Body may, from time to time, reviewthe levels of payment with a view to achievingfair and equitable sharing of benefits, and it mayalso assess, within a period of five years from theentry into force of this Treaty, whether themandatory payment requirement in the MTA shallapply also in cases where such commercializedproducts are available without restriction to othersfor further research and breeding.

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (588)

13.3 The Contracting Parties agree that benefits arising fromthe use of plant genetic resources for food and agriculture thatare shared under the Multilateral System should flow primarily,directly and indirectly, to farmers in all countries, especially indeveloping countries, and countries with economies in transition,who conserve and sustainably utilize plant genetic resourcesfor food and agriculture.

13.4 The Governing Body shall, at its first meeting, considerrelevant policy and criteria for specific assistance under theagreed funding strategy established under article 18 for theconservation of plant genetic resources for food and agriculturein developing countries, and countries with economies intransition whose contribution to the diversity of plant geneticresources for food and agriculture in the Multilateral System issignificant and/or which have special needs.

13.5 The Contracting Parties recognize that the ability tofully implement the Global Plan of Action, in particular ofdeveloping countries and countries with economies in transition,will depend largely upon the effective implementation of thisarticle and of the funding strategy as provided in article 18.

13.6 The Contracting Parties shall consider modalities of astrategy of voluntary benefit-sharing contributions wherebyFood Processing Industries that benefit from plant geneticresources for food and agriculture shall contribute to theMultilateral System.

PART V

Supporting Components

ARTICLE 14

Global Plan of Action

Recognizing that the rolling Global Plan of Action for theConservation and Sustainable Use of Plant Genetic Resourcesfor Food and Agriculture is important to this Treaty, ContractingParties should promote its effective implementation, includingthrough national actions and, as appropriate, internationalcooperation to provide a coherent framework, inter alia, forcapacity-building, technology transfer and exchange ofinformation, taking into account the provisions of article 13.

ARTICLE 15

Ex Situ Collections of Plant Genetic Resources for Food andAgriculture held by the International Agricultural Research

Centres of the Consultative Group on International AgriculturalResearch and other International Institutions

15.1 The Contracting Parties recognize the importance tothis Treaty of the ex situ collections of plant genetic resourcesfor food and agriculture held in trust by the InternationalAgricultural Research Centres (IARCs) of the Consultative Groupon International Agricultural Research (CGIAR). TheContracting Parties call upon the IARCs to sign agreementswith the Governing Body with regard to such ex situ collections,in accordance with the following terms and conditions:

(a) Plant genetic resources for food and agriculture listedin Annex I of this Treaty and held by the IARCs shallbe made available in accordance with the provisionsset out in Part IV of this Treaty.

(b) Plant genetic resources for food and agriculture otherthan those listed in Annex I of this Treaty and collectedbefore its entry into force that are held by IARCs shallbe made available in accordance with the provisionsof the MTA currently in use pursuant to agreements

between the IARCs and the FAO. This MTA shall beamended by the Governing Body no later than itssecond regular session, in consultation with theIARCs, in accordance with the relevant provisions ofthis Treaty, especially articles 12 and 13, and underthe following conditions:

(i) The IARCs shall periodically inform the GoverningBody about the MTAs entered into, according toa schedule to be established by the GoverningBody;

(ii) The Contracting Parties in whose territory the plantgenetic resources for food and agriculture werecollected from in situ conditions shall be providedwith samples of such plant genetic resources forfood and agriculture on demand, without anyMTA;

(iii) Benefits arising under the above MTA that accrueto the mechanism mentioned in article 19.3f shallbe applied, in particular, to the conservation andsustainable use of the plant genetic resources forfood and agriculture in question, particularly innational and regional programmes in developingcountries and countries with economies intransition, especially in centres of diversity andthe least developed countries; and

(iv) The IARCs shall take appropriate measures, inaccordance with their capacity, to maintaineffective compliance with the conditions of theMTAs, and shall promptly inform the GoverningBody of cases of non-compliance.

(c) IARCs recognize the authority of the Governing Bodyto provide policy guidance relating to ex situcollections held by them and subject to the provisionsof this Treaty.

(d) The scientific and technical facilities in which such exsitu collections are conserved shall remain under theauthority of the IARCs, which undertake to manageand administer these ex situ collections in accordancewith internationally accepted standards, in particularthe Genebank Standards as endorsed by the FAOCommission on Genetic Resources for Food andAgriculture.

(e) Upon request by an IARC, the Secretary shall endeavourto provide appropriate technical support.

(f) The Secretary shall have, at any time, right of access tothe facilities, as well as right to inspect all activitiesperformed therein directly related to the conservationand exchange of the material covered by this Article.

(g) If the orderly maintenance of these ex situ collectionsheld by IARCs is impeded or threatened by whateverevent, including force majeure, the Secretary, withthe approval of the host country, shall assist in itsevacuation or transfer, to the extent possible.

15.2 The Contracting Parties agree to provide facilitated accessto plant genetic resources for food and agriculture in Annex Iunder the Multilateral System to IARCs of the CGIAR that havesigned agreements with the Governing Body in accordance withthis Treaty. Such Centres shall be included in a list held by theSecretary to be made available to the Contracting Parties onrequest.

15.3 The material other than that listed in Annex I, which isreceived and conserved by IARCs after the coming into force ofthis Treaty, shall be available for access on terms consistentwith those mutually agreed between the IARCs that receive the

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (589)

material and the country of origin of such resources or the countrythat has acquired those resources in accordance with theConvention on Biological Diversity or other applicable law.

15.4 The Contracting Parties are encouraged to provideIARCs that have signed agreements with the Governing Bodywith access, on mutually agreed terms, to plant genetic resourcesfor food and agriculture not listed in Annex I that are importantto the programmes and activities of the IARCs.

15.5 The Governing Body will also seek to establishagreements for the purposes stated in this article with otherrelevant international institutions.

ARTICLE 16

International Plant Genetic Resources Networks

16.1 Existing cooperation in international plant geneticresources for food and agriculture networks will be encouragedor developed on the basis of existing arrangements and consistentwith the terms of this Treaty, so as to achieve as completecoverage as possible of plant genetic resources for food andagriculture.

16.2 The Contracting Parties will encourage, as appropriate,all relevant institutions, including governmental, private, non-governmental, research, breeding and other institutions, toparticipate in the international networks.

ARTICLE 17

The Global Information System on Plant Genetic Resources forFood and Agriculture

17.1 The Contracting Parties shall cooperate to develop andstrengthen a global information system to facilitate the exchangeof information, based on existing information systems, onscientific, technical and environmental matters related to plantgenetic resources for food and agriculture, with the expectationthat such exchange of information will contribute to the sharingof benefits by making information on plant genetic resourcesfor food and agriculture available to all Contracting Parties. Indeveloping the Global Information System, cooperation will besought with the Clearing House Mechanism of the Conventionon Biological Diversity.

17.2 Based on notification by the Contracting Parties, earlywarning should be provided about hazards that threaten theefficient maintenance of plant genetic resources for food andagriculture, with a view to safeguarding the material.

17.3 The Contracting Parties shall cooperate with theCommission on Genetic Resources for Food and Agriculture ofthe FAO in its periodic reassessment of the state of the world’splant genetic resources for food and agriculture in order tofacilitate the updating of the rolling Global Plan of Actionreferred to in article 14.

PART VI

Financial Provisions

ARTICLE 18

Financial Resources

18.1 The Contracting Parties undertake to implement afunding strategy for the implementation of this Treaty inaccordance with the provisions of this article.

18.2 The objectives of the funding strategy shall be toenhance the availability, transparency, efficiency andeffectiveness of the provision of financial resources toimplement activities under this Treaty.

18.3 In order to mobilize funding for priority activities, plansand programmes, in particular in developing countries andcountries with economies in transition, and taking the GlobalPlan of Action into account, the Governing Body shallperiodically establish a target for such funding.

18.4 Pursuant to this funding strategy:

(a) The Contracting Parties shall take the necessary andappropriate measures within the Governing Bodies ofrelevant international mechanisms, funds and bodiesto ensure due priority and attention to the effectiveallocation of predictable and agreed resources for theimplementation of plans and programmes under thisTreaty.

(b) The extent to which Contracting Parties that aredeveloping countries and Contracting Parties witheconomies in transition will effectively implementtheir commitments under this Treaty will depend onthe effective allocation, particularly by the developedcountry Parties, of the resources referred to in thisarticle. Contracting Parties that are developingcountries and Contracting Parties with economies intransition will accord due priority in their own plansand programmes to building capacity in plant geneticresources for food and agriculture.

(c) The Contracting Parties that are developed countriesalso provide, and Contracting Parties that aredeveloping countries and Contracting Parties witheconomies in transition avail themselves of, financialresources for the implementation of this Treatythrough bilateral and regional and multilateralchannels. Such channels shall include the mechanismreferred to in article 19.3f.

(d) Each Contracting Party agrees to undertake, and providefinancial resources for national activities for theconservation and sustainable use of plant geneticresources for food and agriculture in accordance withits national capabilities and financial resources. Thefinancial resources provided shall not be used to endsinconsistent with this Treaty, in particular in areasrelated to international trade in commodities. ;

(e) The Contracting Parties agree that the financial benefitsarising from article 13.2d are part of the fundingstrategy.

(f) Voluntary contributions may also be provided byContracting Parties, the private sector, taking intoaccount the provisions of article 13, non-governmentalorganisations and other sources. The ContractingParties agree that the Governing Body shall considermodalities of a strategy to promote such contributions;

18.5 The Contracting Parties agree that priority will be givento the implementation of agreed plans and programmes forfarmers in developing countries, especially in least developedcountries, and in countries with economies in transition, whoconserve and sustainably utilize plant genetic resources for foodand agriculture.

PART VII

Institutional Provisions

ARTICLE 19

Governing Body

19.1 A Governing Body for this Treaty is hereby established,composed of all Contracting Parties.

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (590)

19.2 All decisions of the Governing Body shall be taken byconsensus unless by consensus another method of arriving at adecision on certain measures is reached, except that consensusshall always be required in relation to articles 23 and 24.

19.3 The functions of the Governing Body shall be to promotethe full implementation of this Treaty, keeping in view itsobjectives, and, in particular, to:

(a) provide policy direction and guidance to monitor, andadopt such recommendations as necessary for theimplementation of this Treaty and, in particular, forthe operation of the Multilateral System;

(b) adopt plans and programmes for the implementation ofthis Treaty;

(c) adopt, at its first session, and periodically review thefunding strategy for the implementation of this Treaty,in accordance with the provisions of article 18;

(d) adopt the budget of this Treaty;(e) consider and establish subject to the availability of

necessary funds such subsidiary bodies as may benecessary, and their respective mandates andcomposition;

(f) establish, as needed, an appropriate mechanism, such asa Trust Account, for receiving and utilizing financialresources that will accrue to it for purposes ofimplementing this Treaty;

(g) establish and maintain cooperation with other relevantinternational organizations and treaty bodies,including in particular the Conference of the Partiesto the Convention on Biological Diversity, on matterscovered by this Treaty, including their participationin the funding strategy;

(h) consider and adopt, as required, amendments to thisTreaty, in accordance with the provisions of article23;

(i) consider and adopt, as required, amendments to annexesto this Treaty, in accordance with the provisions ofarticle 24;

(j) consider modalities of a strategy to encourage voluntarycontributions, in particular, with reference to articles13 and 18;

(k) perform such other functions as may be necessary forthe fulfilment of the objectives of this Treaty;

(l) take note of relevant decisions of the Conference of theParties to the Convention on Biological Diversity andother relevant international organizations and treatybodies;

(m) inform, as appropriate, the Conference of the Parties tothe Convention on Biological Diversity and otherrelevant international organizations and treaty bodiesof matters regarding the implementation of this Treaty;and

(n) approve the terms of agreements with the IARCs andother international institutions under article 15, andreview and amend the MTA in article 15.

19.4 Subject to article 19.6, each Contracting Party shallhave one vote and may be represented at sessions of theGoverning Body by a single delegate who may be accompaniedby an alternate, and by experts and advisers. Alternates, expertsand advisers may take part in the proceedings of the GoverningBody but may not vote, except in the case of their being dulyauthorized to substitute for the delegate.

19.5 The United Nations, its specialized agencies and theInternational Atomic Energy Agency, as well as any State not aContracting Party to this Treaty, may be represented as observersat sessions of the Governing Body. Any other body or agency,whether governmental or non-governmental, qualified in fieldsrelating to conservation and sustainable use of plant geneticresources for food and agriculture, which has informed theSecretary of its wish to be represented as an observer at a sessionof the Governing Body, may be admitted unless at least onethird of the Contracting Parties present object. The admissionand participation of observers shall be subject to the rules ofprocedure adopted by the Governing Body.

19.6 A member organization of FAO that is a ContractingParty and the member states of that Member Organization thatare Contracting Parties shall exercise their membership rightsand fulfil their membership obligations in accordance, mutatismutandis, with the Constitution and General Rules of FAO.

19.7 The Governing Body shall adopt and amend, as required,its own rules of procedure and financial rules which shall not beinconsistent with this Treaty.

19.8 The presence of delegates representing a majority of theContracting Parties shall be necessary to constitute a quorum atany session of the Governing Body.

19.9 The Governing Body shall hold regular sessions at leastonce every two years. These sessions should, as far as possible,be held back-to-back with the regular sessions of theCommission on Genetic Resources for Food and Agriculture.

19.10 Special Sessions of the Governing Body shall be heldat such other times as may be deemed necessary by theGoverning Body, or at the written request of any ContractingParty, provided that this request is supported by at least onethird of the Contracting Parties.

19.11 The Governing Body shall elect its Chairperson andVice-Chairpersons (collectively referred to as “the Bureau”), inconformity with its rules of procedure.

ARTICLE 20Secretary

20.1 The Secretary of the Governing Body shall be appointedby the Director-General of FAO, with the approval of theGoverning Body. The Secretary shall be assisted by such staffas may be required.

20.2 The Secretary shall perform the following functions:

(a) arrange for and provide administrative support forsessions of the Governing Body and for any subsidiarybodies as may be established;

(b) assist the Governing Body in carrying out its functions,including the performance of specific tasks that theGoverning Body may decide to assign to it;

(c) report on its activities to the Governing Body.

20.3 The Secretary shall communicate to all ContractingParties and to the Director-General:

(a) decisions of the Governing Body within sixty days ofadoption;

(b) information received from Contracting Parties inaccordance with the provisions of this Treaty.

20.4 The Secretary shall provide documentation in the sixlanguages of the United Nations for sessions of the GoverningBody.

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (591)

20.5 The Secretary shall cooperate with other organizationsand treaty bodies, including in particular the Secretariat of theConvention on Biological Diversity, in achieving the objectivesof this Treaty.

ARTICLE 21

Compliance

The Governing Body shall, at its first meeting, consider andapprove cooperative and effective procedures and operationalmechanisms to promote compliance with the provisions of thisTreaty and to address issues of non-compliance. Theseprocedures and mechanisms shall include monitoring, andoffering advice or assistance, including legal advice or legalassistance, when needed, in particular to developing countriesand countries with economies in transition.

ARTICLE 22

Settlement of Disputes

22.1 In the event of a dispute between Contracting Partiesconcerning the interpretation or application of this Treaty, theparties concerned shall seek solutions by negotiation.

22.2 If the parties concerned cannot reach agreement bynegotiation, they may jointly seek the good offices of, or requestmediation by, a third party.

22.3 When ratifying, accepting, approving or acceding tothis Treaty, or at any time thereafter, a Contracting Party maydeclare in writing to the Depositary that for a dispute not resolvedin accordance with article 22.1 or article 22.2 above, it acceptsone or both of the following means of dispute settlement ascompulsory:

(a) Arbitration in accordance with the procedure laid downin part 1 of Annex II to this Treaty;

(b) Submission of the dispute to the International Court ofJustice.

22.4 If the parties to the dispute have not, in accordance witharticle 22.3 above, accepted the same or any procedure, thedispute shall be submitted to conciliation in accordance withpart 2 of Annex II to this Treaty unless the parties otherwiseagree.

ARTICLE 23

Amendments of the Treaty

23.1 Amendments to this Treaty may be proposed by anyContracting Party.

23.2 Amendments to this Treaty shall be adopted at a sessionof the Governing Body. The text of any proposed amendmentshall be communicated to Contracting Parties by the Secretaryat least six months before the session at which it is proposed foradoption.

23.3 All amendments to this Treaty shall only be made byconsensus of the Contracting Parties present at the session ofthe Governing Body.

23.4 Any amendment adopted by the Governing Body shallcome into force among Contracting Parties having ratified,accepted or approved it on the ninetieth day after the deposit ofinstruments of ratification, acceptance or approval by two-thirdsof the Contracting Parties. Thereafter the amendment shall enterinto force for any other Contracting Party on the ninetieth dayafter that Contracting Party deposits its instrument of ratification,acceptance or approval of the amendment.

23.5 For the purpose of this Article, an instrument depositedby a Member Organization of FAO shall not be counted asadditional to those deposited by member states of such anorganization.

ARTICLE 24

Annexes

24.1 The annexes to this Treaty shall form an integral part ofthis Treaty and a reference to this Treaty shall constitute at thesame time a reference to any annexes thereto.

24.2 The provisions of article 23 regarding amendments tothis Treaty shall apply to the amendment of annexes.

ARTICLE 25

Signature

This Treaty shall be open for signature at the FAO from 3November 2001 to 4 November 2002 by all members of FAOand any States that are not members of FAO but are members ofthe United Nations, or any of its specialized agencies or of theInternational Atomic Energy Agency.

ARTICLE 26

Ratification, Acceptance or Approval

This Treaty shall be subject to ratification, acceptance orapproval by the members and non-members of FAO referred toin article 25. Instruments of ratification, acceptance, or approvalshall be deposited with the Depositary.

ARTICLE 27

Accession

This Treaty shall be open for accession by all members ofFAO and any States that are not members of FAO but are membersof the United Nations, or any of its specialized agencies or ofthe International Atomic Energy Agency from the date on whichthe Treaty is closed for signature. Instruments of accession shallbe deposited with the Depositary.

ARTICLE 28

Entry into force

28.1 Subject to the provisions of Article 29.2, this Treatyshall enter into force on the ninetieth day after the deposit of thefortieth instrument of ratification, acceptance, approval oraccession, provided that at least twenty instruments ofratification, acceptance, approval or accession have beendeposited by members of FAO.

28.2 For each member of FAO and any State that is not amember of FAO but is a member of the United Nations, or any ofits specialized agencies or of the International Atomic EnergyAgency that ratifies, accepts, approves or accedes to this Treatyafter the deposit, in accordance with article 28.1, of the fortiethinstrument of ratification, acceptance, approval or accession,the Treaty shall enter into force on the ninetieth day followingthe deposit of its instrument of ratification, acceptance, approvalor accession.

ARTICLE 29

Member Organizations of FAO

29.1 When a member organization of FAO deposits aninstrument of ratification, acceptance, approval or accession forthis Treaty, the member organization shall, in accordance withthe provisions of article II.7 of the FAO Constitution, notify anychange regarding its distribution of competence to its declaration

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of competence submitted under article II.5 of the FAOConstitution as may be necessary in light of its acceptance ofthis Treaty. Any Contracting Party to this Treaty may, at anytime, request a member organization of FAO that is a ContractingParty to this Treaty to provide information as to which, asbetween the member organization and its member states, isresponsible for the implementation of any particular mattercovered by this Treaty. The member organization shall providethis information within a reasonable time.

29.2 Instruments of ratification, acceptance, approval,accession or withdrawal, deposited by a member organization ofFAO, shall not be counted as additional to those deposited byits Member States.

ARTICLE 30Reservations

No reservations may be made to this Treaty.

ARTICLE 31Non-Parties

The Contracting Parties shall encourage any member of FAOor other State, not a Contracting Party to this Treaty, to acceptthis Treaty.

ARTICLE 32Withdrawals

32.1 Any Contracting Party may at any time after two yearsfrom the date on which this Treaty has entered into force for it,

notify the Depositary in writing of its withdrawal from this Treaty.The Depositary shall at once inform all Contracting Parties.

32.2 Withdrawal shall take effect one year from the date ofreceipt of the notification.

ARTICLE 33Termination

33.1 This Treaty shall be automatically terminated if andwhen, as the result of withdrawals, the number of ContractingParties drops below forty, unless the remaining ContractingParties unanimously decide otherwise.

33.2 The Depositary shall inform all remaining ContractingParties when the number of Contracting Parties has dropped toforty.

33.3 In the event of termination the disposition of assetsshall be governed by the financial rules to be adopted by theGoverning Body.

ARTICLE 34Depositary

The Director-General of FAO shall be the Depositary of thisTreaty.

ARTICLE 35Authentic Texts

The Arabic, Chinese, English, French, Russian and Spanishtexts of this Treaty are equally authentic.

ANNEX I

List of Crops Covered Under the Multilateral System

Food crops

Crop Breadfruit

Asparagus

Oat

Beet

Brassica complex

Pigeon Pea

Chickpea

Citrus

Coconut

Major aroids

Carrot

Yams

Finger Millet

Strawberry

Sunflower

Barley

Sweet Potato

Grass pea

Lentil

Apple

GenusArtocarpus

Asparagus

Avena

Beta

Brassica et al.

Cajanus

Cicer

Citrus

Cocos

Colocasia, Xanthosoma

Daucus

Dioscorea

Eleusine

Fragaria

Helianthus

Hordeum

Ipomoea

Lathyrus

Lens

Malus

ObservationsBreadfruit only.

Genera included are: Brassica, Armoracia, Barbarea, Camelina,Crambe, Diplotaxis, Eruca, Isatis, Lepidium, Raphanobrassica,Raphanus, Rorippa, and Sinapis. This comprises oilseed andvegetable crops such as Cabbage, Rapeseed, Mustard, Cress, Rocket,Tadish, and Turnip. The species Lepidium meyenii (maca) isexcluded.

Genera Poncirus and Fortunella are included as root stock.

Major aroids include Taro, Cocoyam, Dasheen and Tannia.

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (593)

CropCassava

Banana / Plantain

Rice

Pearl Millet

Beans

Pea

Rye

Potato

Eggplant

Sorghum

Triticale

Wheat

Faba Bean / Vetch

Cowpea et al.

Maize

GenusManihot

Musa

Oryza

Pennisetum

Phaseolus

Pisum

Secale

Solanum

Solanum

Sorghum

Triticosecale

Triticum et al.

Vicia

Vigna

Zea

ObservationsManihot esculenta only.

Except Musa Textilis.

Except Phaseolus Polyanthus.

Section tuberosa included, except Solanum Phureja.

Section Melongena included.

Including Agropyron, Elymus, and Secale.

Excluding Zea perennis, Zea diploperennis, and Zea luxurians.

Forage

Genera LEGUME FORAGES

Astragalus

Canavalia

Coronilla

Hedysarum

Lathyrus

Lespedeza

Lotus

Lupinus

Medicago

Melilotus

Onobrychis

Ornithopus

Prosopis

Pueraria

Trifolium

GRASS FORAGES

Andropogon

Agropyron

Agrostis

Alopecurus

Arrhenatherum

Dactylis

Festuca

Lolium

Phalaris

Phleum

Poa

Tripsacum

OTHER FORAGES

Atrplex

Salsola

Species

chinensis, cicer, arenarius

ensiformis

varia

coronarium

cicera, ciliolatus, hirsutus, ochrus, odoratus, sativus

cuneata, striata, stipulacea

corniculatus, subbiflorus, uliginosus

albus, angustifolius, luteus

arborea, falcata, sativa, scutellata, rigidula, truncatula

albus, officinalis

viciifolia

sativus

affinis, alba, chilensis, nigra, pallida

phaseoloides

alexandrinum, alpestre, ambiguum, angustifolium, arvense, agrocicerum, hybridum, incarnatum,pratense, repens, resupinatum, rueppellianum, semipilosum, subterraneum, vesiculosum

gayanus

cristatum, desertorum

stolonifera, tenuis

pratensis

elatius

glomerata

arundinacea, gigantea, heterophylla, ovina, pratensis, rubra

hybridum, multiflorum, perenne, rigidum, temulentum

aquatica, arundinacea

pratense

alpina, annua, pratensis

Laxum

Halimus, nummlaria

Vermiculata

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (594)

ANNEX II Part 1

ArbitrationARTICLE 1

The claimant party shall notify the Secretary that the partiesto the dispute are referring it to arbitration pursuant to article22. The notification shall state the subject-matter of arbitrationand include, in particular, the articles of this Treaty, theinterpretation or application of which are at issue. If the partiesto the dispute do not agree on the subject matter of the disputebefore the President of the tribunal is designated, the arbitralcourt shall determine the subject matter. The Secretary shallforward the information thus received to all Contracting Partiesto this Treaty.

ARTICLE 2

1. In disputes between two parties to the dispute, the arbitralcourt shall consist of three members. Each of the parties to thedispute shall appoint an arbitrator and the two arbitrators soappointed shall designate by common agreement the thirdarbitrator who shall be the President of the court. The latter shallnot be a national of one of the parties to the dispute, nor havehis or her usual place of residence in the territory of one of theseparties to the dispute, nor be employed by any of them, nor havedealt with the case in any other capacity.

2. In disputes between more than two Contracting Parties,parties to the dispute with the same interest shall appoint onearbitrator jointly by agreement.

3. Any vacancy shall be filled in the manner prescribed forthe initial appointment.

ARTICLE 3

1. If the President of the arbitral court has not been designatedwithin two months of the appointment of the second arbitrator,the General-Director of FAO shall, at the request of a party to thedispute, designate the President within a further two-monthperiod.

2. If one of the parties to the dispute does not appoint anarbitrator within two months of receipt of the request, the otherparty may inform the General-Director of FAO who shall makethe designation within a further two-month period.

ARTICLE 4

The arbitral tribunal shall render its decisions in accordancewith the provisions of this Treaty and international law.

ARTICLE 5

Unless the parties to the dispute otherwise agree, the arbitralcourt shall determine its own rules of procedure.

ARTICLE 6

The arbitral court may, at the request of one of the parties tothe dispute, recommend essential interim measures of protection.

ARTICLE 7

The parties to the dispute shall facilitate the work of thearbitral court and, in particular, using all means at their disposal,shall:

(a) Provide it with all relevant documents, information andfacilities; and

(b) Enable it, when necessary, to call witnesses or expertsand receive their evidence.

ARTICLE 8

The parties to the dispute and the arbitrators are under anobligation to protect the confidentiality of any information theyreceive in confidence during the proceedings of the arbitralcourt.

ARTICLE 9

Unless the arbitral court determines otherwise because of theparticular circumstances of the case, the costs of the tribunalshall be borne by the parties to the dispute in equal shares. Thecourt shall keep a record of all its costs, and shall furnish a finalstatement thereof to the parties to the dispute.

ARTICLE 10

Any Contracting Party that has an interest of a legal nature inthe subject-matter of the dispute which may be affected by thedecision in the case, may intervene in the proceedings with theconsent of the court.

ARTICLE 11

The court may hear and determine counterclaims arisingdirectly out of the subject-matter of the dispute.

ARTICLE 12

Decisions both on procedure and substance of the arbitralcourt shall be taken by a majority vote of its members.

ARTICLE 13

If one of the parties to the dispute does not appear before thearbitral court or fails to defend its case, the other party mayrequest the tribunal to continue the proceedings and to make itsaward. Absence of a party to the dispute or a failure of a party tothe dispute to defend its case shall not constitute a bar to theproceedings. Before rendering its final decision, the arbitralcourt must satisfy itself that the claim is well founded in factand law.

ARTICLE 14

The court shall render its final decision within five months ofthe date on which it is fully constituted unless it finds it necessaryto extend the time-limit for a period which should not exceedfive more months.

ARTICLE 15

The final decision of the arbitral court shall be confined tothe subject-matter of the dispute and shall state the reasons onwhich it is based. It shall contain the names of the members whohave participated and the date of the final decision. Any memberof the court may attach a separate or dissenting opinion to thefinal decision.

ARTICLE 16

The award shall be binding on the parties to the dispute. Itshall be without appeal unless the parties to the dispute haveagreed in advance to an appellate procedure.

ARTICLE 17

Any controversy which may arise between the parties to thedispute as regards the interpretation or manner of implementationof the final decision may be submitted by either party to thedispute for decision to the arbitral court which rendered it.

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31 DE DEZEMBRO DE 2010 336— (595)

Part 2

ConciliationARTICLE 1

A conciliation commission shall be created upon the requestof one of the parties to the dispute. The commission shall, unlessthe parties to the dispute otherwise agree, be composed of fivemembers, two appointed by each party concerned and a Presidentchosen jointly by those members.

ARTICLE 2

In disputes between more than two Contracting Parties, partiesto the dispute with the same interest shall appoint their membersof the commission jointly by agreement. Where two or moreparties to the dispute have separate interests or there is adisagreement as to whether they are of the same interest, theyshall appoint their members separately.

ARTICLE 3

If any appointments by the parties to the dispute are notmade within two months of the date of the request to create a

conciliation commission, the General-Director of FAO shall, ifasked to do so by the party to the dispute that made the request,make those appointments within a further two-month period.

ARTICLE 4

If a President of the conciliation commission has not beenchosen within two months of the last of the members of thecommission being appointed, the General-Director of FAO shall,if asked to do so by a party to the dispute, designate a Presidentwithin a further two-month period.

ARTICLE 5

The conciliation commission shall take its decisions bymajority vote of its members. It shall, unless the parties to thedispute otherwise agree, determine its own procedure. It shallrender a proposal for resolution of the dispute, which the partiesshall consider in good faith.

ARTICLE 6

A disagreement as to whether the conciliation commissionhas competence shall be decided by the commission.

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I SÉRIE — NÚMERO 52336 — (596)

Preço — 13,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.