22
SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015.

SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015.

Page 2: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,
Page 3: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,
Page 4: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Árvore de Natal do Ibirapuera começa a ser montada na Zona Sul de SP

A estrutura da árvore de Natal do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, começou a ser

montada no domingo (1º). Os detalhes sobre a decoração e os custos da árvore,

instalada na área externa do Parque Ibirapuera, na Praça Aldo Chioratto, ainda não

foram divulgados pela Prefeitura porque, segundo a SPTuris, o projeto completo do

Natal Iluminado 2015 está em finalização.

Sem patrocínio da iniciativa privada, a estrutura foi totalmente paga pela Prefeitura de

São Paulo em 2014. O custo foi de R$ 1,9 milhão, de acordo com empresa municipal de

turismo e eventos responsável pela organização da programação de fim de ano na

capital paulista. Com 54 metros de altura e 30 metros de diâmetro, a árvore do

Ibirapuera era equivalente a um prédio de 20 andares.

A decoração tinha 60 bolas coloridas com até 1,5 metro cada, 20 estrelas cadentes de

até 2 metros com micro lâmpadas, 50 estrelas de até um metro de diâmetro com

lâmpadas especiais e cerca de 40 laços vermelhos, além de outros adornos e luzes.

Até outubro, a Prefeitura recebeu propostas de parceria com a iniciativa privada para a

decoração na Avenida Paulista, Parque Ibirapuera, Mercado Municipal (Mercadão),

Theatro Municipal, Represa de Guarapiranga, Praça Charles Miller, Vale do

Anhangabaú, entre outros.

Page 6: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Ação para prevenir câncer de próstata deixa azul monumentos de SP

Campanha é para conscientizar e prevenir o câncer de próstata.

Viaduto do Chá e Estádio do Pacaembu estão iluminados.

A campanha “novembro azul” está iluminando de azul alguns monumentos de São

Paulo. A ação tem o objetivo de orientar os homens a procurarem o médico para

prevenir o câncer de próstata.

O Viaduto do Chá, a Biblioteca Mário de Andrade, o Monumento às Bandeiras, o

Estádio do Pacaembu e o Instituto do Câncer estão iluminados.

A recomendação dos médicos é que a partir do 50 anos os homens façam anualmente

os exames preventivos. Quando a doença é descoberta cedo as chances de cura são de

90%.

O "novembro azul" veio logo após o "outubro rosa", que alerta sobre a importância da

prevenção e o combate ao câncer de mama. Em outubro, os relógios da cidade ficaram

rosas e o Parque do Ibirapuera recebeu uma roda gigante iluminada.

Page 7: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Cantareira sobe pelo 3º dia seguido, mas chuvas dão trégua

O nível do Sistema Cantareira subiu pela terceira vez seguida nesta quarta-feira (4),

passando de 16,4% para 16,5%, conforme boletim da Companhia de Saneamento

Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Em outubro, as represas que abastecem 5,3 milhões de consumidores na Grande São

Paulo receberam 47,8 mm de chuva, 29,8% do esperado para o mês. O reservatórios,

no entanto, seguem operando no chamado “volume morto”.

Os sistemas Alto Tietê, Alto Cotia, Guarapiranga, Rio Grande, Alto Cotia e Rio Claro

também tiveram aumento no nível de água.

O índice de 16,5% do Sistema Cantareira considera o cálculo feito com base na divisão

do volume armazenado pelo volume útil de água.

Após ação do Ministério Público (MP), aceita pela Justiça, a companhia passou a

divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira. O segundo índice leva em

consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira

e era de 12,8% nesta segunda. O terceiro índice leva em consideração o volume

armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil e era de -12,8 % na

manhã de quarta-feira.

Balanço de inverno – O Cantareira teve o inverno mais chuvoso desde 2009, segundo

levantamento do G1 feito com base nos dados divulgados diariamente pela Sabesp. A

estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro.

O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período, maior marca dos últimos

seis anos. A precipitação é 82% maior que a do inverno do ano passado, quando

choveram 103,5 mm, mas muito menor que a marca de sete anos atrás: 323,8 mm, em

2009.

Apesar do balanço positivo de chuvas, o sistema seguiu perdendo água durante a

estação e ainda está operando no volume morto.

Page 8: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Brasil precisa de impostos verdes e equipes para proteger meio

ambiente, alerta OCDE

A acentuada redução do desmatamento na Amazônia diminuiu a pegada de carbono

do Brasil em 40 por cento desde 2000, mas o país deve fazer mais para atingir um meio

ambiente sustentável, afirmou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE) nesta quarta-feira.

O país deve aumentar o uso de impostos verdes para limitar os crescentes níveis de

emissões de gás carbônico nas cidades, que estão crescendo rapidamente,

recomendou a OCDE em um relatório sobre a performance ambiental brasileira.

O Brasil também precisa mobilizar mais pessoas e recursos para gerenciar áreas

protegidas que são importantes para o combate ao desmatamento e reconciliar a

conservação da biodiversidade com o desenvolvimento econômico, notavelmente na

agricultura, disse a OCDE.

O novo Código Florestal, o Cadastro Ambiental Rural e um sistema negociável de cotas

de florestas devem ser plenamente implementados para ajudar a conservação e

complementados por programas que criam opções de subsistência mais atrativas para

desencorajar o desmatamento ilegal, segundo a organização.

As Áreas de Proteção Ambiental, importante no combate ao desmatamento,

aumentaram de maneira impressionante até alcançar 17 por cento do território do

país, mas a maior parte delas tem poucas equipes e nenhum plano de gerenciamento,

apontou o relatório. O ecoturismo deve ser encorajado nestas áreas, recomendou a

OCDE.

O desmatamento anual da Amazônia caiu em 75 por cento, em relação aos níveis de

meados da década de 2000, embora o ritmo atual ainda signifique uma perda florestal

do tamanho do Estado de Sergipe a cada quatro anos.

Sobre a mudança climática, a queda nas emissões de gases do efeito estufa devido a

uma diminuição drástica do desmatamento mais do que compensou o rápido

crescimento das emissões na agricultura e na energia, setores que hoje respondem

pela maior parte das emissões.

Uma década de crescimento econômico, rápida urbanização e aumento dos níveis de

renda tem impulsionado a demanda por energia e recursos naturais, dobrado a frota

de veículos e elevado as pressões ambientais.

Page 9: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

O Brasil deveria contar mais com impostos relacionados ao meio ambiente, que

corresponderam a somente 1,9 por cento do total de receitas provenientes de

impostos em 2013, na comparação a 5,1 por cento, em média, para países da OCDE,

segundo o relatório.

Page 10: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Seminário destacará tecnologias sustentáveis de manejo e conservação

da água e do solo

O Seminário "Solo e Água no Contexto de Desenvolvimento em Bacias Hidrográficas" já

está com as inscrições abertas para receber trabalhos de técnicos e estudantes de

graduação e pós-graduação que atuam na área de manejo de água e solo. O evento,

que será realizado do dia 4 de dezembro, tem por objetivo divulgar pesquisas e

socializar metodologias e tecnologias sustentáveis de manejo e conservação da água e

do solo em bacias hidrográficas.

O seminário é organizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São

Francisco e do Parnaíba (Codevasf), empresa pública vinculada ao Ministério da

Integração Nacional (MI).

A temática poderá abranger desde economia e reuso de água até identificação de

solos, revegetação, recomposição de nascentes e outras vertentes. Todos os trabalhos

inscritos serão publicados no site do seminário. A comissão científica selecionará 50

para exposição no Espaço Cultura da Codevasf.

O evento é realizado em parceria com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de

Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf).

Programação

A programação do seminário contará com mesas-redondas que abordarão temáticas

como governança e preservação dos solos e da água, o papel do governo na

governança e a gestão do uso do território e dos solos não urbanos, a otimização do

uso da água em perímetros públicos de irrigação e outros.

O evento conta com o apoio de Embrapa Cerrados, Embrapa Semiárido, Universidade

de Brasília (UnB), Tribunal de Contas da União, Divisão de Meio Ambiente do

Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Agência Nacional de Águas (ANA).

Page 11: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Espetáculo sobre a importância da preservação do meio ambiente será

apresentado gratuitamente no ABC

Durante os dias 10 a 12 de agosto, alunos das escolas municipais Padre Fiorente

Helena e Marineida Meneghelli de Lucca poderão se divertir e, ao mesmo tempo, se

emocionar com o espetáculo ‘’GALERA DO PLANETA NA FAZENDA 2”. O projeto é

patrocinado pela Tegma-Gestão e Logística, e tem como objetivo levar arte,

entretenimento e conscientização para as crianças, por meio de apresentações

gratuitas.

Produzida pelo Grupo Komedi e encenado pela Cia. Metrópole, ‘Galera do planeta na

fazenda 2’ mescla o universo lúdico da criança com questões sobre a importância da

preservação do meio ambiente e o respeito à natureza e alimentação saudável.

Escrita por Sérgio Valle e dirigida por Adriano Veríssimo, a peça traz à cena os

personagens Julinha Relógio, Gaivota Gabriel, Baleia Balu e Sr Pinguinho em uma

aventura divertida e envolvente. Ao visitarem a serelepe e simpática Vó Ana, que mora

na Fazenda Recanto Feliz, eles aprendem um pouco sobre o universo da vida no

campo, as tradições rurais e o respeito à natureza. Como muitas crianças da cidade

grande, eles não sabiam que grande parte dos alimentos não são fabricados em

grandes estabelecimentos, mas cedidos gentilmente pela natureza, a quem tanto

maltratamos. Entre risadas e trapalhadas, descobrem inclusive que o leite não vem do

supermercado, mas sim da vaca. Seu Antônio, outro morador dessa linda fazenda,

conduz os personagens a uma história repleta de ensinamentos, que enfatiza a

importância da boa alimentação Lançando mão de uma história envolvente e que

utiliza melodias cantadas e narrativas em tom de comédia, para facilitar a

compreensão dos alunos, a peça também desperta o respeito à água.

Page 12: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

Aplicativo recebe denúncias de falta de água em São Paulo

O aplicativo “Tá Faltando Água” é uma plataforma social de mobilização e

conscientização, que está mapeando a falta de água na região metropolitana de São

Paulo e já recebeu milhares de denúncias desde seu lançamento, em setembro.

Divulgado pela Aliança Pela Água, rede que reúne mais de 60 entidades entre ONGs,

especialistas e movimentos sociais, incluindo a Fundação SOS Mata Atlântica, o

aplicativo usa os sistemas de geolocalização do próprio celular ou o CEP do imóvel

atingido para possibilitar que as pessoas que registrem a falta de água em seu imóvel.

Assim como no aplicativo de trânsito “Waze”, é possível ver a incidência de falta de

água em tempo real em toda a cidade.

Estão disponíveis duas versões do mesmo aplicativo: uma na internet, desenvolvido

pelo Instituto Socio Ambiental (ISA), para acesso via navegador, e outro para celulares

com sistema operacional Android e iOS (a partir de 25 de setembro), desenvolvido por

voluntários da empresa Autbank.

O app permite a produção de relatórios detalhados sobre a situação da escassez

hídrica, que serão divulgados periodicamente no site Sala de Crise

(www.saladecrise.com.br), da Aliança Pela Água, em formato de relatório e base de

dados aberta para análises independentes.

“Os relatórios criados a partir da notificações do aplicativo podem servir como

elemento de prova para adoção de medidas judiciais pertinentes”, afirmou Ricardo

Manuel Castro, promotor de Justiça do Estado de São Paulo.

Page 13: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

A campanha “Tá Faltando Água” é um esforço conjunto de diferentes organizações que

integram a Aliança Pela Água, e que vão envolver suas redes, além de promover

encontros e aulas públicas em diferentes regiões. Conta ainda com a adesão do

Coletivo de Luta pela Água, que reúne organizações e movimentos sociais.

Page 14: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

País poderá viver drama climático em 2040

Em 25 anos, Brasil conviverá com calor extremo, falta d’água e de energia, queda

na produção agropecuária, doenças e prejuízo por ressacas, sugere maior

levantamento já feito sobre impactos do clima.

Daqui a apenas 25 anos, no tempo de vida da maior parte dos leitores deste texto, o

Brasil poderá ter seu cotidiano e sua economia transformados – para pior – pela

mudança do clima. Secas violentas impedirão o parque hidrelétrico de gerar energia

para atender à população e tornarão fúteis investimentos bilionários em barragens na

Amazônia. Culturas como a soja poderão ter redução de até 39% em sua área. A

elevação do nível do mar deixará exposto a alto risco de destruição um patrimônio

imobiliário de até R$ 124 bilhões apenas na cidade do Rio de Janeiro. Mais idosos

morrerão por ondas de calor, especialmente no Norte e no Nordeste

As más notícias vêm do maior estudo já realizado sobre impactos da mudança

climática no Brasil. Trata-se do “Brasil 2040 – Alternativas de Adaptação às Mudanças

Climáticas”, encomendado pela Secretaria de Estudos Estratégicos da Presidência da

República a diversos grupos de pesquisa do país e divulgado nesta quinta-feira (29/10),

sem alarde, na página do extinto ministério na internet. O Ministério do Meio

Ambiente, que herdara o estudo após a demissão de seus idealizadores pela SAE em

março, se preparava para publicá-lo nos próximos dias.

O trabalho busca entender como o clima poderá variar no Brasil nos próximos 25, 55 e

85 anos, de forma a embasar políticas públicas de adaptação em cinco grandes áreas:

saúde, recursos hídricos, energia, agricultura e infraestrutura (costeira e de

transportes).

Os cenários para os diversos setores foram construídos a partir de dois modelos

climáticos globais usados pelo IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, e

regionalizados para o Brasil pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Esses modelos são grandes simulações da Terra, onde são incluídas variáveis como

vento, oceanos e florestas. Alimentando-os com dados sobre a taxa de emissões de

gases de efeito estufa, eles conseguem estimar como o clima vai variar nas próximas

décadas ou séculos.

Os modelos do IPCC têm a vantagem de enxergar o planeta inteiro, porém são

“míopes”: eles dividem o mundo em células de 200 km x 200 km, grandes demais para

permitir investigar variações climáticas dentro de uma região geográfica menor ou um

país. O que o Inpe fez foi usar dois desses modelos e aumentar sua resolução para 20

Page 15: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

km x 20 km, dando um zoom na América do Sul. Isso permitiu montar pela primeira

vez cenários detalhados de chuva e temperatura para as próximas décadas no Brasil.

Dois modelos foram utilizados: o britânico HadGEM-2 e o japonês Miroc-5. Por uma

questão de personalidade matemática, por assim dizer, ambos “enxergam” o clima no

futuro de jeitos diferentes: o britânico tende a apontar um mundo mais seco no

futuro, enquanto o japonês vê um mundo mais chuvoso.

Cada modelo, por sua vez, foi rodado em dois cenários de emissão de gases de efeito

estufa do IPCC, as chamadas “trajetórias representativas de concentração”: o RCP 8,5,

que assume que a humanidade não fará nada para controlar as emissões de CO2; e o

RCP 4,5, que assume esforços limitados de controle de emissões, mas ainda fora da

trajetória dos 2oC considerados o limite máximo “seguro” de aquecimento.

O que a modelagem revelou foi que, em todos os cenários, o Brasil de 2040 será um

país mais quente e mais seco. As temperaturas médias nos meses mais quentes do ano

podem subir até 3oC em relação às médias atuais no Centro-Oeste. A região Sul tende

a ficar mais chuvosa, enquanto o Sudeste, o Centro-Oeste e partes do Norte e

Nordeste teriam reduções nas chuvas, em especial nos meses de verão.

O primeiro efeito disso é uma redução na vazão dos rios que abastecem a maior parte

da população brasileira, como mostraram os estudos sobre recursos hídricos do “Brasil

2040”.

Um grupo liderado por Francisco de Assis Souza e Eduardo Martins, da Universidade

Federal do Ceará e da Fundação Cearense de Meteorologia, usou os dados de chuva

Page 16: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

para construir um modelo de vazão – não é possível estimar quanto um rio enche ou

seca apenas olhando para a média de chuvas.

O resultado é dramático para quem acha que o Sudeste do Brasil já sofreu o suficiente

com falta d’água e ameaça de racionamento de energia nos últimos três anos: no

melhor cenário, vários rios de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Tocantins, Bahia e Pará

terão reduções de vazão de 10% a 30%.

Transpostos para as usinas hidrelétricas, os dados de vazão trazem um desafio para o

setor de energia no Brasil: as mais importantes usinas do país – Furnas, Itaipu,

Sobradinho e Tucuruí – teriam reduções de vazão de 38% a 57% no pior cenário.

Na Amazônia, região eleita pelo governo a nova fronteira da hidroeletricidade no país,

as quedas também seriam significativas, como adiantou o OC em abril: a vazão de Belo

Monte cairia de 25% a 55%, a de Santo Antônio, de 40% a 65%, e a da usina planejada

de São Luís do Tapajós, de 20% a 30%.

Vazões estimadas de algumas das principais hidrelétricas do país para o período 2011-

2040. A linha verde mostra o melhor cenário; a vermelha, o pior.

Hidrelétricas em colapso

À exceção de São Luís, a maioria das novas usinas na Amazônia é a fio d’água, ou seja,

não possui grande reservatório. Isso significa que seu fator de capacidade, ou seja, a

quantidade de energia constante gerada ao longo do ano, é reduzido, já que a vazão

dos rios amazônicos varia enormemente entre a estação da seca e a da chuva. Belo

Monte, por exemplo, tem um fator de capacidade de cerca de 40%, que, reduzido à

metade, daria à hidrelétrica de R$ 30 bilhões um fator de capacidade menor que o de

usinas eólicas – para as quais os planejadores energéticos brasileiros e a presidente

Dilma Rousseff torcem o nariz, já que essas usinas não são capazes de gerar “energia

Page 17: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

firme” nos períodos sem vento. No total, a geração hidrelétrica cai de 8% a 20% no

país.

“O planejamento energético precisa ser revisto urgentemente à luz dos dados do

‘2040’, sob pena de a sociedade enterrar bilhões de reais em projetos que não se

pagam”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo do OC.

Os dados de Martins e Souza foram utilizados por uma equipe de pesquisadores da

Coppe-URFJ liderada por Roberto Schaeffer para analisar o que acontece com a

eletricidade do Brasil nos próximos 25 anos caso se confirmem os cenários de

mudança do clima.

O grupo usou em sua análise, por sua vez, dois modelos computacionais: um deles leva

em conta a matriz energética, a demanda por eletricidade e o crescimento do PIB para

estimar o comportamento do sistema elétrico brasileiro – que fontes crescem na

matriz, que fontes diminuem, de acordo com o custo e o fator de capacidade. O outro

modelo simula como as usinas hidrelétricas e termelétricas operam no mundo real de

acordo com a disponibilidade de água nos reservatórios.

A principal conclusão do estudo de Schaeffer e colegas é filosófica: o planejamento

elétrico no Brasil não poderá mais ser feito como vem sendo. Hoje, os responsáveis

pelo setor no governo trabalham segundo a filosofia do “estado estacionário” de

variáveis climáticas, ou seja, o comportamento dos rios no futuro seguirá o

comportamento do passado.

“Não dá mais para fazer isso. O futuro não vai obrigatoriamente repetir o passado”,

disse Schaeffer ao OC.

A análise dos pesquisadores mostra que, em todos os cenários analisados, há uma

queda na vazão das principais bacias hidrográficas brasileiras, que empurra o sistema

elétrico para uma situação de desequilíbrio estrutural: o sistema não dá conta de

atender a demanda, provocando cortes de carga – em português claro, apagões.

Sem medidas de corte de emissões (ou seja, no RCP 8,5), no pior cenário, a vazão dos

reservatórios cai 30% e o risco de déficit em alguns anos se aproxima de 100% – a

margem considerada “segura” pelo governo para evitar apagões é de 5%. No melhor

cenário, a queda de vazão das hidrelétricas chega a 10%, e o risco de déficit, a 60% em

alguns anos. O custo de operação do sistema, que leva em conta inclusive o

acionamento de térmicas, sobe em oito vezes no melhor cenário e em 16,7 vezes no

pior.

A consequência do colapso das hidrelétricas é o aumento do uso de carvão mineral e

gás natural na matriz brasileira, o que tanto aumenta o custo de operação do sistema

quanto as emissões de carbono, agravando ainda mais o efeito estufa. Outra

Page 18: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

consequência pode ser o retorno das usinas com grandes reservatórios, em especial na

região Sul, onde vai chover mais.

Os resultados surpreenderam até os pesquisadores. “Se isso acontecer, o país para se

não tiver um seguro”, disse Schaeffer.

Parte desse “seguro” não depende apenas do Brasil: é o corte de emissões dentro de

um acordo global do clima. Segundo o estudo, somente o custo de expansão do

sistema elétrico cairia em R$ 122 bilhões entre o cenário RCP 8,5 (sem mitigação da

mudança do clima) e o cenário RCP 4,5 (com mitigação).

O “seguro” cabe ao país contratar, segundo o pesquisador, é a adaptação do sistema. E

a melhor maneira de adaptar, curiosamente, é reduzindo emissões: aumentando em

muito a eficiência energética e o uso de renováveis, de modo a reduzir a dependência

de termelétricas fósseis e de hidrelétricas, e colocando um preço nas emissões de

carbono – não necessariamente uma taxa, Schaeffer apressa-se a dizer.

Os dados de energia e recursos hídricos do “Brasil 2040” foram apresentados ao

governo federal ao longo do ano e recebidos com algumas críticas – o estudo da UFCE

foi considerado “alarmista” pela própria SAE.

“Uma crítica que a gente pode receber é que há incerteza. Mas também há incerteza

sobre se você vai ficar doente, e nem por isso você deixa de fazer um plano de saúde”,

compara Roberto Schaeffer.

Mico no Mapitoba

Os relatórios sobre agricultura, elaborados por equipes da Embrapa e do Agroicone,

também devem causar arrepios no governo. Eles mostram que a maior aposta da

ministra Kátia Abreu (Agricultura) para a futura expansão da produção no país, o

chamado Mapitoba (uma zona de cerrados entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia),

pode virar um mico na mão de investidores.

Uma das análises aponta para a tendência de desvalorização das terras por

decorrência das mudanças na produção e aumento do risco climático. Em

Pernambuco, as terras podem perder até 43% do seu valor. No Pará, a perda pode ser

de até 36%.

No estado do Maranhão, as perdas podem variar de 2% a 16%, no Tocantins de 14% a

26% e de 3% a 14% no Piauí. Um dos cenários aponta valorização das terras na Bahia,

mas esse estado também pode ter perdas de 5% no valor das terras.

Os impactos das mudanças do clima na agricultura podem levar a perdas de

área agriculturável em quase todas as culturas avaliadas – o efeito mais grave deve

Page 19: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

recair sobre a área de cultivo de soja, com perdas de até 39%. O feijão, arroz e milho

safrinha podem ter redução de área cultivável de 26%, 24% e 28%, respectivamente.

No caso da cana-de-açúcar, as áreas cultiváveis podem aumentar, por ser um gênero

que precisa de calor, em especial para a produção de etanol. Porém, o cultivo deve

migrar para regiões que hoje são mais frias. A produção de mandioca deve sair do

Nordeste, muito seco, e migrar para áreas de Cerrado e Amazônia. O caupi, ou feijão-

de- corda, já está migrando do Nordeste para o Centro-Oeste.

A pesquisa sugere que a própria dinâmica do mercado vai ser uma das medidas de

adaptação: a redução de áreas aptas para produção deve afetar os preços das

commodities agrícolas; as regiões de maior aptidão produtiva devem responder

positivamente, enquanto outras regiões deverão perder produção; haverá impactos

sobre os preços ao produtor e ao consumidor final; novos equilíbrios de oferta,

demanda e preços serão gerados, influenciando na produção.

Calor

O capítulo de saúde, que não está entre os relatórios disponibilizados pela SAE mas ao

qual o OC teve acesso, avaliou apenas os impactos das ondas de calor sobre taxas de

mortalidade. Os efeitos são heterogêneos, de acordo com a faixa etária, clima regional

e as condições de saneamento. Os idosos são o grupo populacional mais vulnerável,

enquanto na avaliação por região, Norte e Nordeste devem ser as mais afetadas.

No Tocantins, por exemplo, o aumento do número de mortes entre idosos pode

chegar a 9%, em decorrência de doenças respiratórias agravadas por ondas de calor.

Rio Grande do Norte e Paraíba também devem ter aumento superior a 5% nos índices

de mortalidade no mesmo grupo.

“Temos o dado demográfico: a população vai envelhecer. Então, o Brasil vai se tornar

mais vulnerável às mudanças do clima”, diz o coordenador do estudo, José Feres, do

IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

O estudo também alerta para a disseminação de doenças infecciosas endêmicas, que

podem aumentar de acordo com as condições climáticas, como malária, dengue e

leptospirose. Outra preocupação são eventos climáticos extremos como tempestades,

ocasionando inundações, afogamentos, desabamentos, aglomerações, entre outros.

“Nossa principal recomendação é a criação de um sistema de alerta para ondas de

calor e outros eventos climáticos extremos. É uma medida simples, mas que o Brasil

ainda não tem”, diz Feres.

Estradas ruins

A avaliação dos impactos sobre a infraestrutura de transportes traz a informação que

os brasileiros que viajam de carro ou ônibus já sabem: nossa malha rodoviária já é

Page 20: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

ruim. Mas pode piorar. O estresse por chuvas intensas, acúmulo de umidade e altas

temperaturas demanda altos investimentos em adaptação.

Combinando informações sobre sinalização, qualidade do asfalto e condições das

rodovias, elaborou-se o Índice de Vulnerabilidade da Infraestrutura Rodoviária (IVIR).

Quanto mais alto, mais vulneráveis são as rodovias. Observando os mapas, é possível

comparar o número de rodovias vulneráveis hoje e em 2040.

As regiões Sudeste e Sul, que hoje já apresentam estradas em boas condições, serão as

menos afetadas. Atualmente, apenas oito estados apresentam segmentos vulneráveis,

contra 22 estados no cenário futuro, além do Distrito Federal. A região Nordeste é

campeã em vulnerabilidade, em especial no litoral – tanto pela possibilidade de

aumento de temperaturas quanto pelas condições das rodovias.

“No Brasil, não há um banco de dados consistente sobre os efeitos de eventos

climáticos na infraestrutura rodoviária e não há indícios de que essa situação irá mudar

no curto prazo”, diz o relatório. “Tal banco de dados é importante para determinar a

resiliência atual e para prover a base para estudos sobre impactos relacionados ao

clima futuros.”

A análise ressalta que os custos de adaptação e reparos podem ser muito superiores à

economia feita com obras mais baratas, que não serão satisfatórias em médio e longo

prazo. Também recomenda o desenvolvimento de estudos sobre o risco de

afogamento da infraestrutura rodoviária em decorrência de chuvas fortes, em todo o

território nacional.

Page 21: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

“São soluções de engenharia tradicional, mas que sairão caríssimas por causa do

tamanho da rede”, disse Sérgio Margulis, economista carioca que idealizou o “Brasil

2040”.

Olha a onda

A equipe do engenheiro Wilson Cabral Jr., do ITA (Instituto Tecnológico de

Aeronáutica) também criou um índice de vulnerabilidade para a infraestrutura costeira

e portuária do Brasil, na tentativa de estimar o que aconteceria com o litoral em caso

de elevação do nível do mar conforme previsto pelo IPCC.

Os pesquisadores tiveram de lidar com um problema adicional: a absoluta falta de

informações sobre como o nível do mar vem subindo no país nas últimas décadas e

sobre como as ondas vêm ficando mais fortes. “A rede de marégrafos no Brasil é

incipiente, e a de ondógrafos mais ainda”, disse Márcia Oliveira, coordenadora de

Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo Cabral, nem mesmo as bases de dados usadas para estimar a altimetria (a

altura do terreno acima do nível do mar) e a batimetria (o perfil do fundo oceânico),

dois dados que precisam ser combinados para informar a elevação da lâmina d’água e

o risco de inundação, conversam entre si. Há um erro sistemático nas medições que os

pesquisadores não conseguem nem mesmo estimar.

Cabral e seu aluno Vítor Zanetti usaram, então, as projeções de nível do mar do IPCC

para estimar risco de alagamento e ressacas em Santos e no Rio de Janeiro. Um outro

grupo, da USP, estimou o impacto nos portos e as medidas de adaptação necessárias.

Os resultados mostram que quase todos os portos do país precisam já hoje de medidas

de adaptação, seja para aumentar a chamada “borda livre”, o espaço seco entre o cais

e a água, seja para aumentar o calado por causa de assoreamento. O custo dessas

medidas, que inclui a construção de quebra-mares, foi calculado em R$ 7 bilhões –

mais do que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) investiu em portos.

Para Santos e para o Rio, foram mapeadas as zonas em risco alto e muito alto de

deslizamento, ressaca e inundação, o que inclui hospitais e a infraestrutura de

transporte público, além de estações de tratamento de esgotos. A Linha Vermelha, no

Rio, está longe da praia, mas deve alagar com frequência ainda maior devido ao efeito

de “barragem” que o mar mais alto exerce sobre os canais que a rodovia cruza. O

quadro que emerge nas duas cidades é o de colapso urbano em caso de ressacas e

inundações muito graves no futuro. Apenas no Rio, o patrimônio imobiliário sob alto

risco foi estimado em R$ 124 bilhões.

Page 22: SÃO PAULO, 05 DE NOVEMBRO DE 2015. · estação, que começou em 21 de junho, terminou às 5h20 do dia 23 de setembro. O manancial recebeu 188,9 milímetros de chuva no período,

“É de se esperar que tomadores de decisão, em seus diversos níveis, tenham

conhecimento destes estudos e resultados e possam utilizá-los em abordagens de

planejamento de curto, médio e longo prazos”, escreveram os pesquisadores.