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SÃO PAULO, 29 DE ABRIL DE 2016.

SÃO PAULO, 29 DE ABRIL DE 2016. - Prefeitura...evento em parceria com a Prefeitura de São Paulo na Jornada do Patrimônio, no Aniversário de São Paulo, no Bailinho de Carnaval

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Alceu Valença faz show de inauguração do Parque Municipal Chácara do

Jockey

No próximo sábado (30) a Chácara do Jockey, no Butantã irá inaugurar seu parque

municipal. A inauguração contará com o final de semana repleto de atividades e shows

gratuitos. Alceu Valença animará o domingo (01) no parque.

No sábado de inauguração o show que contemplará o evento é de Fabiana Cozza que

se apresenta, às 16h, ao lado de Tião Carvalho, no Campo Gramado. No mesmo

horário, já no domingo quem dá o show é o cantor Alceu Valença, com o espetáculo

“Estação da Luz” encerando as celebrações.

Além dos shows a inauguração contará com piquenique, feira de arte e artesanato,

exposição, sarau e cortejos durante todo o final de semana, das 8h às 19h. Depois de

inaugurado o parque terá um espaço para centro cultural, pista de skate, quadra,

creche e pré-escola.

Com a abertura dos portões às 6h, o evento é gratuito e aberto ao público.

Serviço

Parque Municipal Chácara do Jockey

Endereço: Rua Santa Crescência, 323. Butantã

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Chácara do Jockey em São Paulo será transformada em parque municipal

Após ser desapropriada pela prefeitura de São Paulo por uma dívida de Imposto

Predial e Territorial Urbano (IPTU) de cerca de R$ 60 milhões, a Chácara do Jockey será

entregue como parque municipal amanhã, dia 30 de abril. A área verde tem 143,5 mil

metros quadrados e reunirá um centro cultural, pistas de skate, quadras

poliesportivas, uma creche e uma pré-escola.

A elaboração do projeto contou com a participação dos moradores do Butantã, região

oeste da cidade. Foram 30 anos de parque privado, sem acesso da população. A mata

local foi preservada, não havendo necessidade de investimentos para recuperação da

área verde.

No processo de desapropriação, a prefeitura ofereceu R$ 63,9 milhões pela área. O

valor da indenização será compensado pela dívida de IPTU que o Jockey tem com a

administração municipal. Com isso, não haverá investimento direto na desapropriação

da chácara. Essa negociação foi formalizada pela gestão do atual prefeito, Fernando

Haddad, e o Jockey em um acordo, o que permitiu a emissão de posse da área em

favor da Prefeitura. O valor, no entanto, ainda está sob análise judicial e a

transferência de titularidade do imóvel será feita posteriormente.

Na primeira etapa serão entregues equipamentos de ginástica para idosos, uma base

da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Laboratório de Fabricação Digital (FabLab),

quadra, vestiários, horta comunitária, playground, espaços de convivência com

churrasqueiras e salão de festas, além de pista de caminhada. Os praticantes de skate

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terão à disposição duas pistas oficiais, do tipo bowl e street, em construção de acordo

com os parâmetros da federação paulista da modalidade.

A creche e a pré-escola atenderão juntas cerca de 800 crianças de zero a 5 anos. Os

equipamentos de educação receberam R$ 8,9 milhões em investimentos. A Escola

Municipal de Educação Infantil (Emei) Chácara do Jockey já foi aberta e atende 175

crianças. Os muros que cercavam a antiga chácara também foram derrubados e

trocados por grades. A iluminação recebeu investimentos de R$ 750 mil para a

instalação de 150 luminárias LED.

Na segunda etapa, o parque passará a contar com um polo cultural, que será

implementado nas antigas cocheiras e nos alojamentos de cavalariços, assim como nas

edificações menores onde funcionavam a administração e a residência do gestor da

chácara. Serão oferecidas oficinas, estúdio de gravação, salas de produção e sala

multiuso para dança, música, reuniões e apresentações cênicas, além de um

Laboratório de Experimentação e Inovação Audiovisual (LEA).

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Restaurante Le Manjue arma piquenique no Ibirapuera por uma boa

causa

Já imaginou um piquenique no Parque do Ibirapuera do hypado Le Manjue Organique? É isso que vai acontecer neste sábado, o restaurante que tem entre seus sócios Bruno Gagliasso – presença confirmada-, e é referência em alimentação orgânica e funcional, arma pela segunda vez o piquenique, que vai acontecer no Bosque da Leitura do parque. Mas, desta vez, por uma boa causa. A ARCAH – organização que promove o resgate de moradores de rua – vai lançar por lá o projeto RUN4ARCAH, no qual quem contratar uma assessoria esportiva com acompanhamento nutricional e físico, ortopedista e fisioterapeuta e treinos semanais pelo valor de R$150 ao mês, estará contribuindo para a ONG, já que todo o valor arrecadado será revertido a ela.

Neste sábado, quem adquirir a cesta do Le Manjue, elaborada pelo sócio e chef Renato Caleffi, contribui com a ARCAH e recebe uma camiseta da ONG, além de garantir uma vaga na aula comandada por Cau Saad e Chico Salgado, para queimar as calorias por lá mesmo. Para participar, as inscrições devem ser feitas pelo site (http://lemanjue.com.br/restaurante-organico/). Vamos?

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Por uma infância mais slow

Criadoras do "Slow Kids" contam como nasceu o movimento que propõe que pais e

filhos troquem os jogos eletrônicos e os shoppings centers por brincadeiras ao ar livre

Pai no smartphone, filho no videogame e mãe no computador. Infelizmente essa cena

é muito comum na maioria das casas brasileiras, principalmente nas grandes cidades,

inclusive aos fins de semana. Às vezes é o cansaço de uma semana de trabalho, a falta

de espaços ao ar livre perto de onde se mora ou até mesmo a sensação de que não

sabemos brincar com nossos filhos que nos prendem em casa ou em espaços fechados,

como os shoppings centers.

Mas desde 2013 um movimento batizado de "Slow Kids" quer mostrar aos pais, mães e

filhos que brincar junto e ao ar livre é uma atividade que além de gratuita, pode unir a

família e tirar a criança da frente do computador ou do videogame. "A criança

brasileira fica em média cinco horas por dia em frente às telas. Essa superexposição

traz diversos malefícios, entre eles a obesidade infantil e o estímulo ao consumismo",

contam as idealizadoras do evento que leva famílias inteiras a ocuparem os parques de

São Paulo.

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Como nasceu a ideia do Slow Kids? O que as motivou a criar o evento?

Começamos a observar a quantidade de crianças que possuem agendas lotadas de

atividades e sem tempo para brincar, famílias com pouco tempo de qualidade passado

junto, o pouco tempo que as crianças ficam ao ar livre em oposição ao tempo

crescente que passam ligadas à telas. Essa rotina acelerada tem levado ao aumento da

obesidade infantil e dificultado a capacidade de se relacionar, entre outros tantos

problemas ligados à infância. A partir de nossos desejos e observações levamos a ideia

para o Instituto Alana (organização da sociedade civil que aposta na vivência plena da

infância) que nos apoiou, nascendo assim o Movimento SlowKids. Essa parceria nos

alimenta com o que há demais avançado nos temas relacionado à infância.

Como vocês encaram o brincar?

O brincar é um direito da criança. É assim que ela experimenta o mundo, cria, fantasia,

se sente segura, organiza suas emoções e se desenvolve em todos os aspectos. Na

verdade o brincar tem que estar presente em todos os momentos de nossas vidas.

O documentário Tarja Branca traz uma excelente defesa dessa questão, vale a pena

assisti-lo e pensar sobre isso.

Como encara o tempo livre das suas filhas?

O tempo livre das meninas (Tatiana tem as gêmeas Sophie e Manuela, 2 anos) é de

muita brincadeira na pracinha do bairro. Quando estamos juntas em casa procuramos

deixar celular e computador de lado e brincar junto com elas, ler histórias, cozinhar,

embarcar no lúdico e também dar possibilidades para elas brincarem livres sem muita

supervisão, criando um ambiente seguro e com livre acesso aos brinquedos e livros.

Muita gente acredita que a criança para se desenvolver necessita de cursos e

atividades extracurriculares quando na verdade ela precisa é ter espaços na agenda

para o brincar e o descansar - e não bastam apenas 15 minutos.

Como encaram a brincadeira ao ar livre?

Ela é essencial para a saúde, para a autonomia, para a criatividade. Crianças que estão

expostas à natureza criam vínculos sociais mais fortes e principalmente têm um

desenvolvimento integral.

Quando foi a primeira edição do Slow Kids?

A primeira edição foi realizada no Parque da Água Branca em novembro de 2013.

Desde então já somamos cinco grandes eventos em parques como o Burle Marx, Villa

Lobos e no Museu da Casa Brasileira. Também participamos com pequenas edições do

evento em parceria com a Prefeitura de São Paulo na Jornada do Patrimônio, no

Aniversário de São Paulo, no Bailinho de Carnaval e na comemoração dos 25 anos do

Estatuto da Criança e do Adolescente.

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Como foi a recepção dos pais e das crianças?

A recepção foi muito boa porque trouxe para as famílias o prazer de brincar juntos ao

ar livre, em contato com a natureza e em contato com elas mesmas! Ainda

trabalhamos para passar o conceito e estimular as famílias a uma prática mais "slow"

no seu dia-a-dia, ampliando os horários de brincar, de não fazer nada e de contato

com a natureza.

Que tipo de atividades vocês propõem no evento?

São brincadeiras tradicionais, feira de troca de brinquedos, passeios para observação

da natureza, Erê Lab (que é um playground diferente totalmente pensado para criança

e suas habilidades), contação de histórias e show. O espaço é preparado com cangas e

objetos de brincar porque não queremos que as atividades sejam a única opção. A

ideia é sentar, fazer um piquenique e curtir sem ansiedade. Queremos despertar o

prazer de estar junto, de relaxar e de passar o dia de qualidade em família.

Vocês acreditam que as crianças das grandes cidades perdem oportunidades de

brincar?

Sim, muito. Com a verticalização dos grandes centros urbanos, a diminuição dos

espaços de convívio e o aumento da violência, as crianças foram ficando cada vez mais

em casa em contato com a tecnologia e tendo seu tempo preenchido por atividades

extracurriculares e, assim, com menos oportunidades para brincar. A ocupação dos

espaços públicos cria esses ambientes propícios ao brincar livre e ao contato com a

cidade.

Como encaram a contínua exposição das crianças aos jogos eletrônicos?

Achamos preocupante. Não só aos jogos eletrônicos, mas às telas em geral. A criança

brasileira fica em média cinco horas por dia em frente a elas. Esse tempo deve ser

controlado e não deve ser maior do que as outras atividades do dia da criança. Essa

super exposição traz diversos malefícios, entre eles a obesidade infantil e o estímulo

ao consumismo infantil.

Na visão de vocês como a escola e os pais encaram o brincar?

Algumas escolas entendem essa importância e criam espaços de brincar na rotina,

outras tendem a passar os estímulos através de atividades de forma mais estruturada,

reduzindo o tempo do brincar livre. Os pais e cuidadores têm muita dificuldade de

brincar, com toda essa ansiedade que se origina em nós, adultos, com o estresse do

dia-a-dia que acabamos transferindo para as famílias. Muitos não se conectam com o

tempo dos filhos e impõem a eles o seu próprio ritmo e projeções. Muitos trabalham o

dia inteiro e tem pouco tempo com os filhos e, mesmo quando tem esse tempo,

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preferem estar juntos em shoppings centers ou em frente à TV ou computadores ao

invés de estar com os filhos em locais abertos brincando e interagindo.

O "Slow Kids" é totalmente gratuito e semestral. A próxima edição será no dia 01 de

maio, domingo, no Parque da Independência, no Ipiranga e será totalmente pautado

na acessibilidade, para que todas as crianças possam participar.

Tatiana Weberman, 41 anos, é Produtora Cultural, Diretora da agência Respire Cultura

e idealizadora do Slow Movie e mãe das gêmeas Sophie e Manuela, dois anos. Juliana

Borges, 40 anos, é produtora audiovisual da Maria Farinha Filmes e, embora não tenha

filhos, trabalha com produções que abordam assuntos importantes relacionados ao

universo infantil como "Criança a Alma do Negócio", "Muito Além do Peso" e

"Território do Brincar".

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Pare de reclamar e vire o disco, paulistano. Agora é hora de ficar zen

Centenas de voluntários doaram seu tempo esta semana para promover a Virada Zen

que quer resgatar a gentileza em São Paulo

Vamos falar a verdade. O Brasil anda triste. Exaustos de tantas notícias ruins que

chegam desde o ano passado. Esse papo de recessão e política chega a dar estafa

cerebral. Paralisa. E em São Paulo, então? Está pior. Afora o trânsito, o supermercado

e a cerveja cara, a cidade mais agitada do país está chata e agressiva. Nem vale listar as

razões. Mas paremos de reclamar por este parágrafo.

Tem jeito de entrar numa vibe mais gentil e otimista, apesar de tanta coisa puxando a

gente pra baixo? Pois um grupo de paulistanos que se uniu para criar a Virada Zen, que

acontece esta semana em São Paulo garante que sim. Centenas de profissionais

ligados a atividades transcendentais decidiram doar seu tempo para oferecer mais de

mil eventos gratuitamente com o propósito de deixar os paulistanos mais felizes, ainda

que por algumas horas: palestras, vivências e cursos aos paulistanos dispostos a

cultivar algumas horas de paz no meio do caos da metrópole. Ioga no Minhocão,

região central da cidade, meditação no Beco do Batman, na Vila Madalena, dança no

parque Ibirapuera, massagens e toda e qualquer atividade que ‘induza’ os paulistanos

a se desconectar do turbilhão.

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Nesta quinta, tem meditação aberta ao meio-dia, no vão do Masp, um espaço virou

símbolo das manifestações sociais de todas as cores.

Sri Prem Baba, mestre espiritual que participa da Virada neste sábado, avalia que o

paulistano deixou-se esvaziar de sentimentos generosos, como a gentileza e a

compaixão. “Esquecemos desses valores e por conta disso é que nós estamos nesse

turbilhão de destrutividade. Cabe a nós encontrarmos um saída, o resgate da gentileza,

da capacidade de criar união”, afirma.

A ideia da Virada Zen surgiu há três anos, quando a publicitária Mariana Amaral

percebeu que São Paulo havia se tornado uma panela de pressão prestes a explodir.

“Naquela época li uma pesquisa que apontava que sete entre dez paulistanos queriam

sair da cidade”, lembra Mariana, que é também uma das criadoras da Virada

Sustentável. “Mas se a gente não fizer a diferença aqui mesmo às coisas ficam cada vez

pior”, diz ela.

Mariana se surpreendeu com a ajuda espontânea que recebeu quando começou a

falar da sua proposta. Em pouco tempo, eram dezenas de pessoas organizando a

Virada, que estreou este ano. “Íamos começar com 600 atividades, e de repente eram

mais de 1000”, celebra. Tem até uma marca famosa que ajudou nos custos... e preferiu

ficar no anonimato para entrar no espírito da coisa.

O EL PAÍS perguntou a alguns dos voluntários da Virada o que é necessário para que os

paulistanos deixem o estado agressivo que se estabeleceu na cidade com a crise

política e econômica. As respostas desarmam pela simplicidade que esquecemos em

algum lugar.

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“O mundo lá fora não é nada mais do que um espelho do que sentimos dentro dos

nossos próprios corações. Mudar o mundo é impossível, o que temos que fazer é cada

um mudar a si próprio, trazer o compromisso da não violência para os nossos

corações. A partir daí, projetar para a nossa cidade - no inconsciente coletivo que nos

envolver - esse compromisso com a paz, com a harmonia interior.” — Márcia de Luca é

criadora da Filosofia de Bem-Viver, um programa de mudança de hábitos e

crescimento individual.

"Queremos todos a mesma coisa: políticos mais honestos, menos violência, mais momentos de lazer, crescimento econômico. Acontece que no meio de toda essa barulheira é difícil ter discernimento, conseguir ponderar, ser gentil. Quando tomamos um empurrão no meio de uma multidão assustadora, a reação mais imediata é empurrar de volta. É isso o que acontece em São Paulo. Estamos no meio dessa multidão que nos assusta e a nossa reação é sempre um empurrão. A crise política parece ter virado uma válvula de escape e todos se sentem muito à vontade para empurrar e bater.

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Como saímos dessa? Temos que encontrar a paz que queremos para a cidade dentro

de nós. Podemos não silenciar o trânsito, mas é possível silenciar e acalmar a nossa

mente. Já está comprovado que meditação, Yoga e uma dúzia de outras práticas - ou

até uma simples respiração consciente - podem nos ajudar a encontrar a calma mental

necessária para termos mais empatia em nossas relações. “Pode não ser a solução

imediata para o fim dos problemas no país, mas certamente estaremos construindo

uma sociedade mais frutífera e gentil”. — Cristiana Dias Baptista é economista e

jornalista e uma das idealizadoras do portal online Nowmastê.

"O paulistano está muito desconectado de si mesmo e dos outros, e isso gera

agressividade e ansiedade excessiva. As pessoas deveriam se conscientizar de que a

crise trata-se de um profundo processo de transição global, de mudança de paradigma.

Há uma grande mudança de modelo de vida ocorrendo e isso afeta todas as

instituições sociais e a todos os cidadãos. O paulistano precisa compreender que o

outro indivíduo é "um outro você". Não há esta separação, estamos todos no mesmo

barco, na mesma cidade, e no final da vida teremos todos o mesmo destino comum.

Para que correr tanto, lutar tanto, brigar tanto? É preciso se reconectar mais

amorosamente com as pessoas e com as coisas essenciais que fazem a vida valer a

pena. Sobretudo, é preciso aprender a respirar profundamente e ficar em silêncio

rotineiramente. Essas práticas trazem mais tolerância, calma, discernimento e o

entendimento que o mundo não está contra você. Afinal, existe algo bom esperando

por cada um fora da crise. “Ela é um caminho para aperfeiçoamento”. —Clarissa

Medeiros é coach, palestrante e praticante de yoga há 15 anos.

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“O momento é delicado, estamos sendo bombardeados por notícias negativas na

imprensa e nas mídias sociais”.

Temos que parar, respirar e buscar o nosso centro, pois não é possível tomar uma boa

decisão no meio do caos mental. Não podemos esquecer que somos todos um, não faz

sentido ver pessoas que se amam brigando por motivos tão fúteis ou uma simples

diferença de opinião. Estamos todos no mesmo barco e queremos as mesmas coisas.

Não podemos deixar de acreditar e de ter foco na visão positiva. Que tal promover a

mudança interior é assim vamos ter uma sociedade mais gentil e amorosa". —

Mariana Amaral é idealizadora da Virada Zen