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Edição nº73, Setembro 2018 — Tishrei 5779 — Ano 22 — chevrakadisha.org.br/pdfa/ I N F O R M A Rosh Hashaná, primeiro dia do mês de Tishrei, é tempo de reunir a família, enviar – e receber – mensagens, doces e vinhos para os amigos queridos, de comer guefilte fish, na mesa ashkenazi, e língua bovina, na mesa sefaradi, além de muita maçã com mel na esperança de um ano novo próspero, em que todos sejam inscritos no Livro da Vida. Mas também é tempo de reflexão, iniciada no mês anterior, de Elul, em que ouvimos o toque diário do shofar para nos lembrar de que temos que, permanentemente, me- lhorar como seres humanos. A celebração de Iom Kipur, no décimo dia de Tishrei, é o ápice desse período, quando nos voltamos para nossas ações ao longo do ano que passou e temos a chance de pedir perdão – e de perdoar. Neste ano, em que a Chevra Kadisha de São Paulo completa 95 anos, posso assegu- rar que a instituição trabalha em prol da preservação da memória da comunidade judaica, propiciando a todos os integrantes do ishuv a mesma dignidade na hora do sepultamento. Peço perdão caso algum familiar tenha sentido alguma distinção – nosso papel é garantir que a Halachá (preceitos judaicos) seja respeitada, oferecendo conforto espi- ritual à alma do ente querido que se foi. Sabiamente, nosso Estatuto estabelece que a diretoria seja composta por 10 inte- grantes, número equivalente ao miniam, a unidade necessária para as cerimônias judaicas. Em nome dessa unidade que formamos à frente da entidade, agradeço aos dedicados funcionários, conselheiros, rabinos, voluntários e aos comitês técnico- ambiental e financeiro, que atuam laborio- samente para a Chevra ser o que é: uma entidade referência, nacional e internacio- nal, na gestão dos cemitérios israelitas. Chag Sameach! Mauro Zaitz, Presidente Claudia Mifano Shaná Tová Umetuká!

Shaná Tová Umetuká!chevrakadisha.org.br/wp-content/uploads/2018/09/Chevra-73-final.pdf · Edição nº73, Setembro 2018 — Tishrei 5779 — Ano 22 — chevrakadisha.org.br/pdfa

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Edição nº73, Setembro 2018 — Tishrei 5779 — Ano 22 — chevrakadisha.org.br/pdfa/

I N F O R M A

Rosh Hashaná, primeiro dia do mês de

Tishrei, é tempo de reunir a família, enviar

– e receber – mensagens, doces e vinhos

para os amigos queridos, de comer guefi lte

fi sh, na mesa ashkenazi, e língua bovina,

na mesa sefaradi, além de muita maçã

com mel na esperança de um ano novo

próspero, em que todos sejam inscritos no

Livro da Vida.

Mas também é tempo de refl exão, iniciada

no mês anterior, de Elul, em que ouvimos

o toque diário do shofar para nos lembrar

de que temos que, permanentemente, me-

lhorar como seres humanos.

A celebração de Iom Kipur, no décimo dia

de Tishrei, é o ápice desse período, quando

nos voltamos para nossas ações ao longo

do ano que passou e temos a chance de

pedir perdão – e de perdoar.

Neste ano, em que a Chevra Kadisha de

São Paulo completa 95 anos, posso assegu-

rar que a instituição trabalha em prol da

preservação da memória da comunidade

judaica, propiciando a todos os integrantes

do ishuv a mesma dignidade na hora do

sepultamento.

Peço perdão caso algum familiar tenha

sentido alguma distinção – nosso papel é

garantir que a Halachá (preceitos judaicos)

seja respeitada, oferecendo conforto espi-

ritual à alma do ente querido que se foi.

Sabiamente, nosso Estatuto estabelece

que a diretoria seja composta por 10 inte-

grantes, número equivalente ao miniam,

a unidade necessária para as cerimônias

judaicas. Em nome dessa unidade que

formamos à frente da entidade, agradeço

aos dedicados funcionários, conselheiros,

rabinos, voluntários e aos comitês técnico-

ambiental e fi nanceiro, que atuam laborio-

samente para a Chevra ser o que é: uma

entidade referência, nacional e internacio-

nal, na gestão dos cemitérios israelitas.

Chag Sameach!

Mauro Zaitz, Presidente

Claudia Mifano

Shaná Tová Umetuká!

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O Rabino Shie Pasternak, colaborador da Chevra Kadisha, explica os rituais e tradições milenares do judaísmo relativos ao sepultamento. Ele também fala sobre a Oram (Or Avrohom), instituição criada por ele em 2001 e coordenada por seu fi lho, rabino Itche Pasternak, que presta assis-tência psicológica e psiquiátrica a pessoas com diferentes necessidades.

O que caracteriza o sepultamento judaico? Nós não somos donos do nosso corpo,

somos zeladores, e, assim como durante a vida toda devemos cuidar da nossa saúde e de nossa integridade física e espiritual, após a morte devemos devolver este corpo intacto e da melhor maneira possível. Por isso, é terminantemente proibido cremar o corpo de um ser humano, tanto que os livros sagrados dizem que esta alma nunca terá paz. Em caso de cremação, não se fala o Kadish e não se senta para Shivá (luto), por isso o grande zelo que a Chevra Kadisha tem no momento do óbito com o falecido e a família, seguindo as leis e costumes milenares do judaísmo em tudo que tange ao translado, Tahara (lavagem do corpo), Shivá, Shloshim (homenagem póstuma aos 30 dias do falecimento) e aniversário de falecimento.

Por que, no velório, o caixão fi ca fechado?O Talmud diz que aquele que olha na face

do falecido poderá começar a esquecer das

coisas. Acontece que o ser humano após

a vida pode ter a fi sionomia alterada e

pode causar um transtorno psicológico na

pessoa que vai olhar. Consta nas escrituras

sagradas que na testa do ser humano estão

codifi cadas as coisas boas e as que não são

boas que a pessoa fez durante a vida, por

isso cobrimos o rosto dele para que o anjo

promotor não possa ver e acusar a pessoa.

Mesmo nós que fazemos a Tahara, cobrimos

a face do falecido e evitamos o máximo pos-

sível de olhar, e pedimos especialmente aos

familiares que, após o óbito, se cubra a pessoa

completamente. Inclusive, nos cemitérios, há

uma placa avisando para as pessoas atenderem

a esse pedido e não insistir.

Por que a campa não pode ser reaproveitada?Tudo o que é utilizado para o falecido após

o óbito é proibido de ser usado para outra

pessoa, como caixão, vestimenta etc. E, em

caso de exumação, não se coloca outro corpo

no mesmo lugar, somente depois de cobrir o

lugar com terra é que poderá ser reutilizado.

Conte-nos sobre a Oram.A Oram, Or Avrohom, é especializada no

enfrentamento de conflitos emocionais,

problemas familiares, depressão, solidão,

ansiedade, bullying, além de qualquer tipo de

adição (drogas, álcool, jogos, etc.). Entre os

Entrevista

“A alma de um corpo cremado nunca terá paz”Segundo o rabino Shie Pasternak, em caso de cremação, não se reza o Kadish e não se senta para Shivá

seus principais projetos, destacam-

se: Derech (Caminhar) – tratamento

psicológico e/ou psiquiátrico com

uma equipe de 31 psicólogos, 3 psi-

quiatras e 2 mediadores. No ano de

2017, fi zemos uma média de 1.400

atendimentos mensais para apro-

ximadamente 900 pessoas; Shemá

– atendimento telefônico anônimo,

pelo número (11) 3660-8818, para

apoio emocional, com plantões em

dois turnos, das 18h às 20h e das

20h às 22h, com voluntários pron-

tos para atender, escutar e auxiliar

da melhor maneira possível; e To-

mechim, pioneiro no Brasil, onde

famílias enlutadas recebem auxílio

e ajuda de uma equipe que fornece

alimentos adequados, livros para

orações, cadeiras baixas, velas e

tudo necessário para proporcionar

a conveniência e o conforto para

que a família judia tenha a oportu-

nidade de fazer a Shivá em seu lar.

O sr. também orienta outras Chevrot Kadishot??Sim, em parceria com a Chevra

de São Paulo e a Conib, prestamos

assistência para as Chevrot Kadishot

do Brasil inteiro. Não podemos dei-

xar de mencionar a i mportância do

Rabino Eliyahu Valt e do Presidente

da Chevra de São Paulo, Mauro Zaitz,

e sua diretoria, que nos possibilitam

realizar este trabalho voluntário

para oferecer conforto a todos os

que precisam nos momentos difíceis.

Aproveito para deixar aos leitores

votos de um Shaná Tová iluminado,

com muita saúde, paz e alegrias.

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Claudia Mifano

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Chevra Kadisha Informa

No último mês de julho, a

revista ‘Veja São Paulo’ e o

programa ‘Um olhar sobre

o mundo’, apresentado pelo

jornalista Moisés Rabinovici,

trouxeram informações inte-

ressantes sobre a atuação da

Chevra Kadisha.

A Vejinha destacou as tra-

dições judaicas relativas ao

sepultamento, destacando

os cemitérios do Butantã e

de Vila Mariana. Confi ra ao

lado a matéria.

Na TV Brasil (disponível em

canais abertos e TV por as-

sinatura), Rabinovici entre-

vistou a historiadora Beatriz

Kushnir, diretora do Arquivo

Geral da Cidade do Rio de

Janeiro, que falou sobre as

‘polacas’, como eram cha-

madas as prostitutas judias.

À margem da comunidade,

elas mantiveram as tradições

judaicas, criando associações

de ajuda mútua e cemitérios

israelitas, como o de Cuba-

tão, na Baixada Santista, as-

sumido pela Chevra em 1996.

A íntegra do programa pode

ser vista no site: https://

goo.gl/u9whpi

Deu na mídia

Vejinha e TV Brasil destacam cemitérios israelitas de SP

Artigo

Por um futuro de paz Floriano Pesaro,Deputado Federal (PSDB-SP)

O calendário judaico tem em si uma

sabedoria ímpar e, nele, o ritual do

luto possui sequência própria que

exprime uma maestria.

Quando da morte de um ente que-

rido, o ritual exige posturas que nos

guiam através da dor, que externam

o sentimento de perda.

Inicialmente, dá-se a cerimônia do

rasgar das vestes, a keriah, que nos

remete à alma que se rasga para sem-

pre. A seguir, é o som grave da terra

que cai sobre o caixão. É quando a

inexorabilidade da morte nos abate.

Logo, a tradição pede que sentemos

sete dias de shivá, sem outra obri-

gação a não ser relembrar a pessoa

falecida, em total desconsolo, como

a nossa alma. O judaísmo permite

simplesmente chorar nossos mortos

neste momento de dor.

Então, o ritual nos devolve à vida, li-

mitando cada fase de nosso luto, para

que convivamos com nossas perdas e

continuemos a viver. Assim, temos o

shloshim após 30 dias e, após um ano,

vem a matzeivá.

Nas festividades maiores do calen-

dário, como Rosh Hashaná e Iom

Kipur, lembramos nossos falecidos na

emocionada cerimônia de Izkor.

Que neste Rosh Hashaná e Kipur

possamos reverenciar nosso passado e

também pedir um futuro de paz.

Reservas Nova Campanha Em breve, vamos promover uma campanha de aquisição de campas em condições

especiais. Aguarde!

Reprodução

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Chevra Kadisha Informa

Cemitérios fechadosConfi ra as datas, entre setembro e dezembro próximo, em que não é permitido visitar

os cemitérios, por motivos religiosos.

R

Ti

pa

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M

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de

lh

A

Calendário Gregoriano Festividade Data Hebraica Dia da Semana

10/09 1º Rosh Hashaná 5779 1º Tishrei Segunda-feira

11/09 2º Rosh Hashaná 5779 2º Tishrei Terça-feira

19/09 a 10/10

Iom Kipur 5779 a

2º Rosh Chodesh Cheshvan

10º Tishrei até

1º Cheshvan

Quarta a

Quarta

08/11 1º Rosh Chodesh Kislev 30º Cheshvan Quinta-feira

09/11 2º Rosh Chodesh Kislev 01º Kislev Sexta-feira

03 a 10/121º Chanucá

a 8º Chanucá

25º Kislev até

2º Tevet

Segunda a

Segunda

EXPEDIENTE – Coordenação: Boris Ber. Edição: Roberta Jovchelevich (Mtb. 22.908). Projeto gráfi co e diagramação: Formato Editoração e Design. Impressão: Gráfi ca Santa Terezinha. Tiragem: 16.800 exemplares.

• ACISP (sede administrativa): Av. Pedroso de Morais, 457 – 5º andar, cj. 501, CEP 05419-000 – São Paulo-SP – Brasil Telefone (11) 3329-7070. • Em caso de falecimento, entre em contato pelo tel. (11) 3329-7070 (opção 1) ou pelo celular (11) 99155-3550. • Atendimento 24 horas, durante o Shabat e festas judaicas: (11) 99155-3550.• www.chevrakadisha.org.br. Curta nossa página no Facebook

Artur Bielawski (1926 – 2018)Vice-presidente da Chevra no tri-

ênio 2008 – 2011, Artur Bielawski

faleceu no último dia 23 de agosto,

aos 92 anos. Conselheiro vitalício

da Chevra desde 2011, foi sempre

muito dedicado à instituição, mes-

mo já com a saúde debilitada. O

sepultamento ocorreu no dia 24/08,

no Cemitério Israelita do Butantã.

Acervo Chevra

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