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FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º 99/93 UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998 Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão AVALIAÇÃO CLÍNICO-RADIOGRÁFICA QUANTO A PREVALÊNCIA, LOCALIZAÇÃO E POSICIONAMENTO DE CANINOS SUPERIORES RETIDOS TRÊS CORAÇÕES 2005

Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

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Page 1: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA TRICORDIANA DE EDUCAÇÃO Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º 99/93

UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998

Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

AVALIAÇÃO CLÍNICO-RADIOGRÁFICA QUANTO A

PREVALÊNCIA, LOCALIZAÇÃO E POSICIONAMENTO DE

CANINOS SUPERIORES RETIDOS

TRÊS CORAÇÕES

2005

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Sharon Aparecida de Oliveira Caovilla

AVALIAÇÃO CLÍNICO-RADIOGRÁFICA QUANTO A

PREVALÊNCIA, LOCALIZAÇÃO E POSICIONAMENTO DE

CANINOS SUPERIORES RETIDOS

Dissertação apresentada à Universidade Vale do Rio Verde - UNINCOR - como parte das exigências do Programa de Mestrado em Clínica Odontológica, área de concentração Diagnóstico Bucal, para obtenção do título de Mestre.

Orientador

Profº.Dr. Adair Ribeiro

TRÊS CORAÇÕES

2005

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A minha prima Maraísa

que lutou até o último momento da sua vida para vencer, mostrando que jamais

devemos cansar de lutar, dedico este trabalho.

( in memórian)

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar a dádiva da vida.

Aos meus pais, Neuza e José Francisco, pelo apoio, carinho, amor e incentivo durante todo o

tempo.

À Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR), por ter dado a oportunidade de um futuro

promissor.

Ao orientador, Prof. Dr Adair Ribeiro, pelo exemplo de pessoa a ser seguida e pela orientação

segura.

Ao Prof. Dr Fábio de Abreu Alves, pela compreensão e incentivo contínuo para realização

deste trabalho.

À Pró- Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, na pessoa do Pró-Reitor, Prof. Dr.

Natanael Átilas Aleva, pelo empenho de proporcionar a todos o melhor.

Aos colegas de mestrado, Carlos Rogério, Arlindo Motta, Elaine Sadoco,Paulo Dominguete,

Marina Gazola, José Roberto, Elaine Cabral, Alexandre Medeiros, Neusa Machado, Luís

Rogério e Gisseli, formamos mais que amizades, formamos uma grande família.

Aos professores do mestrado, em especial à Dra. Mônica C. Armond e Dr. Alessandro A. C.

Pereira, obrigada pelo carinho e dedicação que sempre demonstraram.

Aos funcionários da UNINCOR, sem vocês nós não teríamos o sucesso que obtivemos.

A você, Erton Renato, que esteve sempre ao meu lado servindo de amparo para os meus

sucessos e fracassos.

E a todos que, de alguma forma, contribuíram para que alcançasse o êxito, o meu sincero

“Muito Obrigada!”.

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5

SUMÁRIO

Páginas

LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................06

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...............................................07

RESUMO.....................................................................................................08

ABSTRACT.................................................................................................09

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................10

2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................11

3. PROPOSIÇÃO........................................................................................20

4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................21

5. RESULTADOS.......................................................................................23

6. DISCUSSÃO...........................................................................................27

7. CONCLUSÃO.........................................................................................30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................32

ANEXO........................................................................................................36

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6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Página

TABELA 1 Divisão dos pacientes selecionados de acordo com a faixa etária....................................................................................................21

TABELA 2 Distribuição de pacientes e caninos superiores retidos em relação aos anos avaliados...................................................................23

FIGURA 1 Gráfico da distribuição do número de caninos superiores retidos por anos avaliado.....................................................................23

TABELA 3 Distribuição dos caninos superiores retidos quanto ao lado que se encontram no arco dentário.............................................24

TABELA 4 Ocorrência de retenção de caninos superiores quanto a cor da pele..............................................................................24

FIGURA 2 Gráfico da distribuição de caninos retidos entre pacientes leucodermas, feodermas e melanodermas em faixa etária.................25

TABELA 5 Freqüência de pacientes que apresentavam caninos retidos em relação ao gênero..............................................................25

TABELA 6 Distribuição de caninos superiores quanto a localização no arco dentário...............................................................25

TABELA 7 Distribuição de caninos superiores retidos quanto a posição..................................................................................25

FIGURA 3 Radiografias periapicais obtidas pela técnica de Clark mostrando o deslocamento do canino superior .................................26

FIGURA 4 Radiografia panorâmica mostrando a retenção bilateral dos caninos superiores e inferiores....................................................26

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7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Página

% Percento......................................................................... 08

UninCor Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações........ 08

Page 8: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

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RESUMO

CAOVILLA, Sharon Aparecida de Oliveira. Avaliação radiográfica da prevalência, localização e posicionamento de caninos superiores retidos. 2005. 37 p. (Dissertação – Mestrado em Odontologia). Universidade Vale do Rio Verde – Unincor, Três Corações – MG*

A retenção dos caninos superiores é um tema freqüentemente discutido por cirurgiões-dentistas na hora de decidir qual a melhor forma de tratamento. O principal fator do dilema é suas causas e conseqüências para o paciente. Na tentativa de proporcionar um diagnóstico mais preciso, este trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência dos caninos e identificar a localização e o posicionamento destes nos pacientes atendidos na clínica de cirurgia da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações. Para isso avaliamos 7.934 prontuários de pacientes atendidos pela disciplina de Semiologia entre os anos de 2002 a 2004. Os pacientes com idade igual ou acima de 10 anos, que apresentavam o canino superior retido e que haviam sido encaminhados para tratamento cirúrgico foram avaliados. A avaliação do posicionamento foi determinada através da análise das radiografias periapicais realizadas pela técnica de Clark. Os resultados mostraram que a prevalência de retenção foi de 0,43% totalizando 34 dentes retidos em 31 pacientes selecionados, sendo que em 3 pacientes a retenção foi bilateral (9,68%). Os caninos retidos mostraram predileção pelo gênero feminino, correspondendo a 74% dos casos. Pacientes leucodermas (48,39%) foram mais afetados em comparação com as demais cores de pele. O diagnóstico desta alteração ocorreu mais freqüentemente na faixa etária entre 10 e 14 anos (35,48%) e 19 (56%) dos 34 dentes estavam acometendo o lado esquerdo do arco dentário. Com relação a localização, 82% dos caninos estavam por palatino e 91% estavam posicionados por mesial. Concluímos que, a retenção dos caninos superiores é descoberta mais freqüentemente no início da segunda década de vida, tendo como principal causa a falta de espaço no arco dentário. Esta retenção ocorre mais comumente por palatino, na posição mesial e de forma unilateral. As radiografias panorâmica e periapicais (Técnica de Clark) são eficientes para traçar o plano de tratamento e obter o melhor resultado. O diagnóstico precoce pode evitar que a retenção dos caninos cause transtornos ao paciente e pode aumentar a eficácia do tratamento.

*Orientador: Dr. Adair Ribeiro – UninCor

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ABSTRACT

CAOVILLA, Sharon Aparecida de Oliveira. Evaluation radiographic of the prevalence, location and positioning of retained superior canine teeth. 2005. 37 p. (Dissertation – Master in Odontology). Universidade Vale do Rio Verde – UninCor, Três Corações – MG*

The retention of the superior canine teeth is frequently a theme discussed by surgeon-dentists in the hour of deciding which the best treatment form. The main factor of the dilemma is its causes and consequences for the patient. In the attempt of providing a more precise diagnosis, this work had as objective to evaluate the prevalence of the canine teeth and to identify the location and the positioning of these in the patients assisted in the clinic of surgery of the University Vale do Rio Verde de Três Corações. For that we evaluated 7.934 prontuaries of patients assisted by the discipline of Semiology among the years from 2002 to 2004. The patients with the same age or above 10 years, that presented the retained superior canine tooth and that had been guided for surgical treatment they were appraised. The evaluation of the positioning was determined through the analysis of the x-rays periapicais accomplished by Clark's technique. The results showed that the retention prevalence was of 0,43% totaling 34 teeth retained in 31 selected patients, and in 3 patients the retention was bilateral (9.68%). The retained canine teeth showed predilection for the feminine gender, corresponding at 74% of the cases. Patient leucoderms (48.39%) was more affected in comparison to the other skin colors. The diagnosis of this alteration more frequently happened in the age group between 10 and 14 years (35.48%) and 19 (56%) of the 34 teeth they were attacking the left side of the dental arch. With relationship the location, 82% of the canine teeth were for palatine and 91% were positioned by mesial. We ended that, the retention of the superior canine teeth is more frequently discovered in the beginning of the second decade of life, tends as main cause the space lack in the dental arch. This retention happens more commonly for palatine, in the position mesial and in a unilateral way. The x-rays panoramic and periapicais (Technique of Clark) they are efficient to trace the treatment plan and to obtain the best result. The precocious diagnosis can avoid that the retention of the canine teeth causes upset to the patient and it can increase the effectiveness of the treatment.

_________________________________________________________________________

* Guidance Committe: Dr. Adair Ribeiro – UninCor (Major Professor)

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1 INTRODUÇÃO

Dente retido é uma condição em que o mesmo apresenta-se impedido de

erupcionar-se, podendo estar retido na posição pelo osso ou pelo dente adjacente. A maioria

dos autores consultados relata que os dentes que mais aparecem retidos em ordem de

freqüência são os terceiros molares inferiores, terceiros molares superiores, caninos superiores

e pré-molares inferiores. A retenção dos caninos pode ser de algumas maneiras, dentre elas

estão: a retenção intra-óssea, quando se encontra totalmente coberta por osso; ou subgengival,

quando parte da coroa está fora do osso, mas coberto por tecido gengival. A classificação

ainda pode ser de acordo com a posição no arco: vestibular, palatino, intermediário e

paranormal e afirma que em geral são palatinos e simétricos. Para outros, os caninos retidos

podem ser classificados quanto ao número de dentes retidos; posição em que se encontram no

arco dental e proximidade com o arco (COLOMBINI, 1991; MARZOLA, 1995).

A erupção dos caninos superiores normalmente se dá após a dos incisivos laterais e

dos primeiros pré-molares superiores, contudo, se o espaço for inadequado para erupção ele

torna-se retido. O desenvolvimento inadequado da maxila, a diminuição na forma dos arcos

dentais, a perda prematura de dente decíduo, a presença de tecidos patológicos periapicais

circundando o ápice de caninos decíduos, cistos e supranumerários também podem provocar a

retenção dos caninos superiores. A permanência do canino decíduo pode agir como fator local

de retenção (COLOMBINI, 1991; MARZOLA, 1995; FREITAS; ROSA; FARIA E SOUZA,

1998). Os caninos podem promover perturbações mecânicas, infecciosas, nervosas e

neoplásicas como qualquer outro dente.

Após suspeitar da retenção dos caninos superiores é imprescindível o exame

radiográfico minucioso para avaliar a posição, relação com as raízes dos dentes vizinhos,

estruturas anatômicas (fossas nasais e seio maxilar), nervosas e principalmente com a

irrigação sanguínea do palato. Desta forma, o diagnóstico radiográfico dos caninos retidos é

essencial para o sucesso dos procedimentos cirúrgicos, minimizando acidentes e

complicações, além de proporcionar um pós-operatório mais rápido aos pacientes. O presente

estudo relata a prevalência, posição e localização de caninos superiores retidos em pacientes

atendidos na Clínica de Odontologia da UNINCOR.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A retenção dentária é uma alteração em que o dente permanece no osso mantendo

ou não a integridade do saco pericoronário na época de erupção. A etiologia da retenção está

geralmente associada a fatores locais e/ou gerais (OLIVEIRA et al., 1985). Para Freitas; Rosa;

Faria e Souza, (1998) há diferenças entre dentes retidos e dentes impactados. Dentes retidos

são aqueles que por falta de força de erupção não conseguem erupcionar; e impactados são

aqueles impossibilitados de erupcionar devido à existência de uma barreira física em sua via

de erupção. Os caninos retidos são menos freqüentes que os terceiros molares.

Zanini (1990) afirmou que a maioria dos dentes retidos é os terceiros molares

inferiores seguidos dos caninos superiores. Ferguson (1990) relatou que a não erupção dos

caninos superiores é um problema freqüente na prática ortodôntica, com estimativa de

incidência na faixa de 0,92 para 3,3% em populações diferentes. O deslocamento mais

encontrado foi para palatino com uma preferência pelo gênero feminino. Os fatores

etiológicos são múltiplos; dentre eles estão o apinhamento, tendência familiar, formação de

cistos e estreitamento do arco. Com relação à retenção Colombini (1991) classificou de duas

maneiras: intra-óssea ou sub-gengival. O autor segue a classificação de Thoma quanto à

posição do dente na maxila: posição vestibular; posição palatina; posição intermediária e

posição paranormal. Disse que a permanência do canino decíduo no arco pode levar a

retenção do respectivo permanente. Após comprovar a retenção através do exame clínico é

necessário um estudo mais detalhado quanto a sua posição e relação com as estruturas

vizinhas.

Bishara (1992) mostrou que erupção ectópica e retenção dos caninos são

problemas clínicos freqüentemente encontrados. A incidência de retenção varia de 1 a 3% e a

causa da retenção de caninos pode ser o resultado de fatores localizados, ou de herança

genética multifatorial e associado com outras anomalias dentais.

Brin; Solomon; Zilberman (1993) indicaram o trauma como um fator de retenção

dos caninos superiores. Problemas nos dentes vizinhos podem interferir no trajeto de erupção

desses dentes.

O deslocamento palatino de caninos superiores é uma variação da posição que

geralmente se desenvolve como resultado de fatores locais; retenção dos caninos decíduos,

anomalias do incisivo lateral permanente ou apinhamento dental. Dados coletados de várias

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fontes foram integrados para dar suporte a etiologia genética do deslocamento palatino dos

caninos baseados em 5 critérios: ocorrência de outras anomalias dentais concomitantes ao

deslocamento; ocorrência bilateral do deslocamento; ocorrência do deslocamento nos gênero

masculino e feminino; ocorrência familiar; ocorrência em populações diferentes (PECK;

PECK; KATAJA, 1994). Segundo Marzola, 1995, podem classificá-los de acordo com: o

número; posição no arco dental; ausência de dentes no arco e proximidade com o arco.

Suspeitada a retenção é necessário a realização de exames radiográficos por meio de técnicas

mais precisas como a radiografia panorâmica e periapicais pelo método de Clark.

Kuftinec e Shapira (1995 a) afirmaram que os caninos superiores são o segundo

dente mais freqüentemente retido com incidência de 2% dos pacientes que sofrem tratamento

ortodôntico. Essa retenção é de 10 a 20 vezes mais comum na maxila e a localização por

palatino é de 2 a 20 vezes mais freqüente. Marzola (1995) definiu os caninos em terceiro lugar

na tabela de freqüência de retenções. Relatou que por ser o último dente anterior a irromper

muitas vezes falta espaço no arco dental que pode estar diminuído; outros problemas de

desenvolvimento inadequado da maxila, condições patológicas, densidade óssea, cistos e

supranumerários podem causar a retenção dos caninos.

Jacobs (1996) relatou após rever a literatura que a etiologia dos caninos retidos por

palatino é de origem genética. Anomalias adjacentes ou ausência dos incisivos laterais

superiores tem implicado na etiologia dos caninos retidos. Contudo, a etiologia da retenção

por vestibular é diferente, pois ocorre por falta de espaço no arco. A prevenção / interceptação

do deslocamento palatino deve ser feito com a extração do canino decíduo, assim que for

detectado após os 10 anos de idade.

Segundo Álvares e Tavano (1998) as causas mais comuns do não irrompimento

dentário são: a falta de espaço no arco dentário; posição anormal do germe dental; obstáculos

encontrados na trajetória eruptiva do dente como cistos e tumores e perda da força eruptiva.

Todos os dentes, alguns com maior freqüência, podem não irromper. Dentre eles, os terceiros

molares inferiores, os terceiros molares superiores e os caninos superiores.

Peterson et al. (1998) encontraram os terceiros molares inferiores e superiores, os

caninos superiores e os pré-molares inferiores como os dentes mais comuns de não

irromperem. Normalmente, os caninos superiores, erupcionam após os incisivos laterais e os

pré-molares; mas se o espaço for inadequado ele se torna impedido de erupcionar. Para os

autores todos os dentes retidos devem ser removidos, a menos que a remoção seja contra-

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indicada. Se permanecer retidos alguns problemas podem aparecer tais como a perda de

dentes e osso adjacentes; pode aumentar o potencial de lesões às estruturas vitais adjacentes.

Com isso a cirurgia será mais complicada e arriscada para o paciente devido a complicações

pós-cirúrgicas. Bishara (1998) descreveu que a retenção dos dentes pode ser generalizada ou

localizada. Para a retenção dos caninos superiores as causas são locais e poder ser: anquilose,

formação de neoplasias, posição anormal, etc ou podem ser uma combinação desses fatores.

Almeida et al. (2001) relataram que no período de transição da dentadura mista

para a permanente podem ocorrer problemas de retenção dos caninos superiores em 2% da

população como resultado dos desvios da seqüência normal do desenvolvimento da oclusão.

Quando não se diagnostica ou se trata corretamente podem resultar no desenvolvimento de

problemas como más oclusões, reabsorções e formações císticas.

Jarjoura; Crespo; Fine, (2002) fizeram revisão na literatura mostrando que a

etiologia da retenção dos caninos superiores é a associação de fatores como trauma, retenção

do decíduo entre outros. A prevenção consiste em realizar exames clínicos e radiográficos em

pacientes entre 10 e 13 anos para acompanhar o desenvolvimento dos caninos superiores

retidos. Dentre os exames radiográficos recomendam a técnica de Clark, a panorâmica para

melhor localizar a retenção e assim traçar qual a melhor técnica cirúrgica e/ou ortodôntica

para resolver a retenção.

Hyomoto et al. (2003) investigaram as erupções dos caninos permanentes

superiores e pré-molares inferiores associados com cisto dentígeros. Foram examinados 47

pré-molares inferiores e 11 caninos superiores e divididos em 2 grupos: o grupo de erupção

com marzupialização do cisto; e o grupo de não erupção com tracionamento do dente e

remoção do cisto. Concluíram que a retenção dos caninos superiores está relacionada ao cisto

e a idade do paciente, enquanto que a retenção dos pré-molares está associada a posição do

dente no osso e sua angulação.

Em se tratando de incidência, Verri et al. (1973) estudaram a incidência de dentes

retidos por meio de exames radiográficos de 3000 pacientes atendidos no Departamento de

Cirurgia da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto. Foram relacionados os

dentes completamente formados encontrados na data do exame foi observada a retenção em

8,16% dos pacientes, cujo mais freqüentes foram terceiros molares inferiores (37,78%),

terceiros molares superiores (20,28%) e caninos superiores (16,94%). A retenção intra-óssea

representou 59,72% dos casos e a ocorrência bilateral correspondeu a 30,61% sendo os

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caninos superiores 14,28%. Houve no gênero feminino (8,26%) ligeira prevalência em relação

ao gênero masculino (8,06%). A incidência em pacientes de cor branca atingiu 9,2% enquanto

nos demais não passou de 3,6%. Concluem que a observação clínico-radiográfica leva a crer

que na maioria dos casos estudados a falta de espaço foi o principal fator etiológico. Um

estudo realizado por Ribeiro em 2002, tinha o propósito de determinar a posição e outras

características dos caninos retidos.Foram avaliados os dados de 27 pacientes portadores de

caninos retidos que receberam tratamento cirúrgico. Os dentes foram classificados de acordo

com suas posições nos arcos dentários, tipo de retenção, presença de dentes no arco dentário,

proximidade com esses, possíveis alterações relacionadas à retenção e o tipo de tratamento

escolhido. Obteve a prevalência em pacientes do gênero feminino com idade entre 11 e 20

anos. Foram encontrados em 81,48% dos pacientes no arco superior e no lado esquerdo. A

retenção unilateral teve freqüência em 77,78% e retenção intra-óssea prevaleceu sobre a

subgengival. Dentre as alterações bucais as mais comuns são: posicionamento incorreto no

arco(63,64%), dor (15,15%) e presença de cistos(9,09%). A opção de tratamento mais

utilizada foi a extração (51,52%) seguida do tracionamento com acessórios ortodônticos

(42,42%) e exposição cirúrgica (6,06%).

Chate (2003) descreveu dois casos, aparecidos num período de 5 anos, em

pacientes femininas, caucasianas com 16 e 13 anos de idade. Foram realizados exames

radiográficos intra e extras bucais (panorâmica, oclusal) para localizar os caninos que se

encontravam por vestibular na maxila. Essa retenção causou o desvio da raiz do primeiro pré-

molar para palatino. Chaushu; Zilberman; Becker (2003) estudaram a retenção dos caninos

em pacientes com retenção do incisivo central. O estudo consistiu em 75 pessoas com

retenção unilateral do incisivo central. Inicialmente foram usadas radiografias panorâmicas,

associando as posições de ambos os caninos e incisivos laterais. Os resultados foram a

ocorrência menor na retenção por palatino (9,5%) em relação ao vestibular (30,2%). Pacientes

com trauma tinham significante prevalência de retenção.

Leonardi et al., em 2003, descreveram um caso de retenção bilateral de caninos

por palatino em gêmeas monozigóticas com 10,7 anos de idade. As pacientes compareceram

para tratamento ortodôntico devido a protrusão de mandíbula e maxila. Ao examinar a

radiografia panorâmica encontrou nas gêmeas, retenção mesioangular por palatino dos

caninos superiores. Para ambas o tratamento interceptivo foi proposto pela extração dos

caninos decíduos e foram observadas por 15 meses e obtiveram sucesso parcial na erupção

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dos caninos permanentes seguidos de tratamento ortodôntico. Otto (2003) relatou a ocorrência

da reabsorção da raiz do incisivo lateral causada pela retenção do canino superior. A paciente

era do gênero feminino, com 6 anos e 11 meses de idade portadora de maloclusão Classe II. O

tratamento consistiu em expandir a maxila com um aparelho fixo. Aos 10 anos houve a

esfoliação do canino decíduo esquerdo e acompanhamento radiográfico dos respectivos

permanentes. Nas radiografias notavam a retenção dos caninos e a reabsorção das raízes dos

incisivos central e lateral.

Alguns autores fizeram trabalhos voltados para localizar os caninos superiores

retidos. Oliveira et al. (1985) indicaram exames radiográficos panorâmicos, periapicais

(técnica de Clark) e radiografia de perfil de face para definir a posição dos caninos superiores

retidos. Ressaltaram as técnicas cirúrgicas mais abordadas, acidentes transoperatórios e

complicações. Schumth et al. (1992) realizaram um estudo mostrando as aplicações da

tomografia computadorizada para fornecer maiores detalhes da região onde se localizam os

caninos retidos; permitindo assim observar melhor se este dente está envolvido por algum

processo patológico, se está anquilosado dentre outras vantagens.

Para Almeida et al. (1994) a avaliação radiográfica visando determinar a

localização deve ser fundamental e criteriosa; a técnica de Clark é o método mais indicado

para visualizar se o dente esta por palatino ou vestibular. Já, Jacobs (1994) em seu trabalho

discute a localização dos caninos superiores retidos indicando três métodos de localização e a

técnica de Clark foi recomendada como a melhor. Faz referência a radiografia panorâmica e a

oclusal.

Kasander (1994) realizou um estudo onde encontrou uma variação da incidência

de retenção dos caninos retidos por palatino entre alguns autores. Ainda fez considerações

quando aos meios de diagnóstico, devendo realizar uma avaliação clínica e radiográfica. A

técnica de Clark é o método indicado pelo autor para se determinar a posição do canino.

Estudos comparativos entre a radiografia panorâmica e tomografia foram

realizados para localizar os caninos retidos. Com a tomografia, foi possível determinar o

deslocamento por palatino em aproximadamente 80% dos casos. A radiografia panorâmica

sozinha não é suficiente para localizar os caninos; mas evidências clínicas e sugestões de

posição dos caninos podem ser comprovadas com novas investigações radiográficas (FOX;

FLETCHER; HORNER, 1995). Para Kuftinec e Shapira (1995 a) o diagnóstico deve ser feito

por meio de palpação e por meio de exame radiográfico. Os autores indicaram a técnica de

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Clark para se determinar a posição do canino superior. Ainda relataram o uso da tomografia

computadorizada como um método útil para diagnostica em 3D o canino superior ectópico.

Para Bishara (1998) a localização exata do dente retido desempenha um papel

crucial na determinação do meio cirúrgico e a própria direção para aplicação de força

ortodôntica. Para isso os métodos radiográficos são empregados (panorâmica, oclusais,

cefalométricas e periapicais), com ênfase no uso de periapicais que é capaz de avaliar a

posição dos caninos superiores em 92% dos casos. Chaushu; Chaushu; Becker (1999)

propuseram um estudo por meio de radiografia panorâmica para investigar o desenvolvimento

dos caninos retidos na maxila. Num total de 115 radiografias panorâmicas, 164 caninos

superiores foram encontrados. A proporção da largura do canino deslocado para a largura do

incisivo central homolateral e a proporção da largura do canino deslocado para a largura do

canino contralateral foi calculada. A altura da coroa de cada canino foi classificada no plano

vertical, relacionado ao incisivo adjacente em apical, medial e coronal.

Jacobs (1999) pesquisou na literatura métodos de localização de caninos retidos na

maxila. Citou como métodos de exame a inspeção, palpação e exames radiográficos. Dentre

estes exames radiográficos recomendou a técnica de Clark; panorâmica; oclusal. Na

radiografia panorâmica a visão que se tem é das duas maxilas. E indica para melhor visualizar

a retenção uma oclusal. A informação das duas técnicas permite a localização do canino

retido. Porém existem alguns problemas quanto as imagens obtidas, dentre eles estão:

superposição de imagem e alongamento. Ressaltou a necessidade de se fazer o uso de exames

radiográficos em pacientes acima de 10 anos.

Boeira Jr; Hoffelder; Berthold (2000) realizaram um trabalho que tinha como

objetivo relacionar os aspectos gerais pertinentes aos caninos superiores retidos. Ressaltaram

a importância que se tem o diagnóstico precoce para, se possível, erradicar a impacção. Para

isso, apresenta meios de diagnóstico clínico e radiográfico, enfatizando a precisão da

tomografia computadorizada. Além disso, aborda o tratamento cirúrgico-ortodôntico, com o

intuito de restabelecer a funcionalidade e a estética facial com o correto posicionamento do

canino na arcada dentária. Langberg e Peck (2000) realizaram um estudo em 31 pacientes não

usuários de aparelho ortodôntico que possuíam retenção dos caninos por palatino. A seleção

foi feita por meio de ausência dos caninos, baseada em radiografias panorâmicas, periapicais e

oclusais; e na história clínica. Todos os pacientes eram brancos com idade média de 14 anos.

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Fizeram medições entre caninos e entre caninos e incisivos laterais. Obtiveram resultados que

estatisticamente não tiveram significados.

Domingos (2001) encontrou uma incidência de aproximadamente 2% nos

pacientes que procuram por tratamento ortodôntico. Diz que a retenção dos caninos superiores

é uma anomalia dental freqüente, só não é mais comum que a dos terceiros molares. Em seu

trabalho foi avaliado o grau de confiabilidade do diagnóstico referente à posição dos caninos

na maxila, por meio da análise de uma radiografia panorâmica e uma telerradiografia em

norma lateral. Este material foi examinado por especialistas que deram seus diagnósticos. Os

resultados foram comparados com o registro da localização real. Concluiu que, a maioria se

encontra por palatino; a radiografia panorâmica mostrou-se melhor que a telerradiografia em

norma lateral, principalmente quando o canino estava por vestibular. Também obteve um

índice de acerto maior em relação a telerradiografia, quando o dente se encontrava por

palatino.

Estudo comparativo para localizar caninos retidos na maxila foi utilizado entre

duas técnicas radiográficas diferentes: vertical paralaxe (1 panorâmica e uma radiografia

oclusal de maxila) e magnificação (1 radiografia panorâmica). As radiografias e as

informações com relação aos caninos foram obtidas dos registros dos pacientes tratados no

Hospital Dentário da Universidade de Londres. As duas técnicas foram realizadas e

comparadas a localização dos caninos por 6 examinadores. Comparou os resultados obtidos

com a posição encontrada após as cirurgias. A técnica vertical paralaxe obteve um sucesso de

76% na localização e a magnificação 66% de sucesso. Em 90% dos casos os caninos se

localizavam por palatino e os 10% restantes estavam por vestibular (MASON;

PAPADAKOU; ROBERTS, 2001).

Rózylo et al. (2001) afirmaram que a retenção de caninos na maxila é uma

anomalia dental muitas vezes encontrada depois dos terceiros molares. Um dos fatores

causadores da retenção é a permanência dos caninos decíduos. Realizou um estudo da

evolução da reabsorção dos caninos decíduos na maxila por meio de exames radiográficos de

43 pacientes entre 8 e 11 anos. Foi observado que a permanência e o grau de reabsorção

variava de acordo com a idade e sexo. Concluíram que, embora a reabsorção fisiológica tem

início aos 8 anos de idade, as evidências radiográficas mostraram que ocorrem entre 9 e 10

anos de idade.

Page 18: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

18

Warford; Grandhi; Tira, (2003) realizaram um estudo para determinar a posição

dos caninos retidos por palato através de medições angulares. Selecionaram 200 pacientes

portadores de caninos retidos. Os critérios utilizados foram: pacientes com menos de 12 anos;

primeiros molares e incisivos superiores completamente erupcionados; caninos e pré-molares

não erupcionados, onde não sabiam suas localizações. Foram realizadas radiografias

panorâmicas por um mesmo aparelho e tiveram como pontos de referência os côndilos. Ao

final da avaliação dos critérios reduzir de 200 para 82 pacientes. Destes foram coletados

dados como: data de exame, idade, sexo, medidas angulares. Após as análises estatísticas,

concluíram que a localização setorial da ponta da cúspide do canino retido é um fator

determinante para uma eventual impacção.

Com o intuito de relacionar a retenção dos caninos superiores retidos, Carvalho;

Wassano; Filho (1979) realizaram um estudo com 3.733 prontuários pertencentes à Faculdade

de Odontologia de Araçatuba no período de 1971 a 1978. Consideraram dente retido somente

aqueles que não teriam condições de erupcionar naturalmente. Coletaram dos prontuários as

seguintes informações: idade, dentes retidos presentes e extraídos e tipo de transtorno

causado. Obtiveram como resultados 351 pacientes com dentes retidos presentes (9,40%). A

faixa etária de 19 a 30 anos foi a mais acometida. Os caninos superiores presentes (7,05%) e

extraídos (7,62%) perderam somente para os terceiros molares. Do total de 351 pacientes 244

(69,50%) apresentaram transtornos onde os mais comuns foram: dor (55,73%), apinhamento

(40,98%) e pericoronarite (9,01%) recomendaram a exodontia apenas mediante indicação

ortodôntica ou quando houvesse presença de transtornos.

Almeida et al. (1994) também ressaltaram a importância de se trabalhar com uma

equipe multidisciplinar no diagnóstico e tratamento de dentes retidos mostraram três

alternativas de tratamento: exposição cirúrgica seguida de movimentação ortodôntica;

autotransplante (extração seguida de reimplante na posição normal); extração, deixando claro

que o planejamento é que vai determinar o tratamento. Kuftinec e Shapira (1995 b)

comentaram que as intervenções cirúrgicas e ortodônticas não deveriam ser adiadas, para se

evitar dificuldades no alinhamento do dente no arco dental. Complicações como reabsorção

coronária ou reabsorção interna idiopática do canino superior retido; anquilose podem ocorrer

caso seja adiado a extração do dente retido.

Stewart et al. (2001) relacionaram a posição inicial de caninos retidos por palatino

e a duração do tratamento ortodôntico, e determinaram se há diferença entre a duração de

Page 19: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

19

pacientes com retenção bilateral e retenção unilateral. Foram selecionados 47 adolescentes (9

com retenção unilateral e 18 com retenção bilateral); todos possuíam aparelho fixo. Foi pego

um grupo com retenção e um outro grupo controle sem a impacção dos caninos. Mostraram

que a duração do tratamento foi de 22,4 meses (grupo controle), 25,8 meses para retenção

unilateral e 32,3 meses para os casos de retenção bilateral. Concluíram que pacientes mais

jovens requerem tempo de tratamento mais longo.

A retenção dentária é uma condição freqüente onde, considerando a arcada

superior, a maioria dos trabalhos mostra que o canino é o segundo dente mais acometido por

ser o último a erupcionar na bateria anterior. Sua retenção pode provocar transtornos como a

formação de cistos, tumores, reabsorção dos dentes adjacentes, dor, apinhamento dentre várias

outras. Por isso a avaliação clínico-radiográfica da ausência dos caninos superiores é de

fundamental importância na prevenção de tais transtornos.

Page 20: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

20

3 PROPOSIÇÃO

O objetivo desta pesquisa é:

1- avaliar a prevalência de caninos superiores retidos em pacientes atendidos na

Clínica de Odontologia da UninCor – Três Corações;

2- identificar a localização e o posicionamento dos caninos superiores retidos.

Page 21: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

21

4 MATERIAL E MÉTODOS

Neste estudo foram revisados 7.934 prontuários de pacientes atendidos na Clínica

de Semiologia do Curso de Odontologia da Universidade Vale do Rio Verde de Três

Corações – UNINCOR, no período de fevereiro de 2001 a julho de 2004. Os pacientes

indicados para a Clínica de Cirurgia por apresentar pelo menos um canino superior retido

indicado para exodontia ou tracionamento ortodôntico e que apresentavam idade igual ou

acima de 10 anos foram avaliados. Pacientes abaixo dessa idade foram excluídos da pesquisa.

Um total de 31 pacientes apresentando caninos superiores retidos foram

selecionados e divididos nas seguintes faixas etárias (TABELA 1).

TABELA 1. Divisão dos pacientes selecionados de acordo com a faixa etária.

Faixas etárias (anos) No Pacientes (%)

10 – 14 11 (35,48%)

15 – 19 7 (22,58%)

20 – 24 5 (16,13%)

25 – 29 1 (3,23%)

30 – 34 2 (6,45%)

35 – 39 3 (9,68%)

40 – 44 1 (3,23%)

45 – 49 1 (3,23%)

Total 31 (100%)

Para avaliar a posição dos caninos superiores retidos adaptamos a classificação

descrita por Álvares e Tavano (1998), utilizada para determinar a posição dos terceiros

molares. Para isso, as radiografias panorâmicas foram inspecionadas e os caninos

classificados em:

• mesial, quando o longo eixo do canino estiver dirigido para medial em relação

ao incisivo lateral;

• distal, quando o longo eixo do canino está dirigido para distal em relação ao

incisivo lateral;

• horizontal, quando o longo eixo do canino estiver perpendicular ao incisivo

lateral;

Page 22: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

22

• vertical, quando o longo eixo está paralelo ao incisivo lateral ou

• paranormal, quando o canino estiver em outra posição não descrita.

Para investigar as respectivas localizações dos caninos superiores retidos

(vestibular ou palatina) foram inspecionadas radiografias periapicais pelo método de Clark. O

método de Clark consiste em realizar uma radiografia periapical normal da região e em

seguida realizar outra radiografia mais lateralmente, tendo o cuidado de deslocar os feixes de

Raios X e manter o filme. Para identificar a posição do canino retido, observamos se o dente

acompanhou ou não o deslocamento dos feixes de raios X. Se o dente estiver por palatino; ele

se deslocará no mesmo sentido dos feixes. Caso a movimentação do dente seja em sentido

contrário ao dos feixes ele estará por vestibular. Além dos dados radiográficos, as

informações sobre a técnica cirúrgica e os achados do ato operatório descritos na ficha de

cirurgia também foram analisados para garantir maior segurança na determinação da

localização dos caninos retidos.

Todas as radiografias passaram por um processo de inspeção realizado por um

único observador que utilizou lupa, negatoscópio com máscara negra delimitadora e

diminuição da luz ambiente para melhor interpretá-las.

Todas as informações referentes a retenção dos caninos superiores, e dados do

paciente como idade, cor e gênero foram anotadas numa ficha confeccionada especialmente

para este trabalho e os resultados obtidos foram encaminhados para análise estatística (anexo

I).

Page 23: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

23

5 RESULTADOS

Um total de 7.934 prontuários referentes aos anos de 2001 ao 1º semestre de

2004 foram avaliados. Destes, foram coletadas informações sobre 31 pacientes submetidos a

tratamento cirúrgico por apresentar pelo menos um canino superior retido, sendo que 3

pacientes apresentavam os dois dentes retidos totalizando desta forma 34 caninos superiores

retidos.

No ano de 2001, foram avaliados 2.139 prontuários e encontramos 3 pacientes

que possuía um canino superior retido. Em 2002, de 1.862 prontuários avaliados haviam 17

pacientes com retenção de canino superior, sendo que 3 pacientes possuíam a retenção

bilateral de caninos. No ano de 2003 foram avaliados 2.146 prontuários e encontrados 6

pacientes com retenção do canino superior. Durante o 1º semestre de 2004 foram avaliados

1.787 prontuários e encontramos 5 pacientes com canino superior retido. Nos anos de 2001,

2003 e no 1º semestre de 2004 todos os 14 pacientes apresentavam retenção unilateral dos

caninos. (TABELA 2 e FIGURA 1). TABELA 2: Distribuição de pacientes e caninos superiores retidos em relação aos anos avaliados.

Ano Nº de prontuários Pacientes (%) Dentes Retidos (%) 2001 2139 3 (0,14%) 3 (0,14%) 2002 1862 17 (0,91%) 20 (1,07%)* 2003 2146 6 (0,28%) 6 (0,28%) 2004 1787 5 (0,28%) 5 (0,28%) Total 7934 31 (0,39%) 34 (0,43%)

* 3 pacientes possuíam retenção bilateral.

0

5

10

15

20

2001 2002 2003 2004

Caninos retidos

FIGURA 1 Distribuição do número de caninos superiores retidos por ano avaliado.

Page 24: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

24

Desses 34 dentes retidos, 3 pacientes (9,68%) possuíam a retenção bilateral e 28

(90,32%) a retenção era unilateral, totalizando 31 pacientes com 34 caninos retidos. Os

caninos superiores retidos acometeram mais o lado esquerdo, representando 19 casos, e o

direito 15 casos (TABELA 3). TABELA 3 Distribuição dos caninos superiores retidos quanto ao lado que se encontram no arco dentário.

Lado No* de dentes (%) Esquerdo 19 (56%)

Direito 15 (44%) Total 34 (100%)

*No = Número

Ao avaliarmos a cor de pele encontramos 15 pacientes leucodermas (48,39%); 12

feodermas (38,71%) e 4 melanodermas (12,90%). A idade dos pacientes variou de 10 a 49

anos, com média de 21,5 anos. Na Tabela 4, observa-se que a maioria dos pacientes afetados

estavam na faixa etária entre 10 e 14 anos, representando 36% do total de pacientes. Com

relação ao gênero, 23 (74%) pacientes eram femininos, enquanto que 8 (26%) eram

masculinos (TABELA 4, 5 e FIGURA 2). TABELA 4 Ocorrência de retenção de caninos superiores quanto a cor da pele.

Nº* Pacientes Idade Leucoderma Feoderma Melanoderma Total 10-14 6 5 0 11(35,48%)15-19 2 4 1 7(22,58%) 20-24 3 0 2 5(16,13%) 25-29 1 0 0 1(3,22%) 30-34 2 0 0 2(6,45%) 35-39 1 1 1 3(9,68%) 40-44 0 1 0 1(3,22%) 45-49 0 1 0 1(3,22%) Total 15 (48,39%) 12 (38,71%) 4 (12,90%) 31 (100%)

* Nº = número

Page 25: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

25

Ocorrência de caninos retidos quanto a cor da pele e idade

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8

faixa etária

no. d

e pa

cien

tes

leucoderma

feoderma

melanoderma

FIGURA 2 Distribuição de caninos retidos entre pacientes leucodermas, feodermas e

melanodermas em faixa etária. Os números cardinais correspondem a divisão das idades.

TABELA 5 Freqüência de pacientes que apresentavam caninos retidos em relação ao gênero.

Gênero Pacientes (%) Feminino 23 (74%) Masculino 8 (26%)

Total 31 (100%)

r(TABELA 6, 7 e FIGURA 3e 4).(). TABELA 6 Distribuição de caninos superiores quanto a localização no arco dentário

Localização Dentes retidos (%)Palatino 28 (82%)

Vestibular 6 (18%) Total 34 (100%)

TABELA 7 Distribuição de caninos superiores retidos quanto a posição.

Posição Dentes retidos(%) Mesial 31 (91%)

Horizontal 3 (9%) Total 34 (100%)

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26

FIGURA 3 Radiografias periapicais obtidas pela técnica de Clark mostrando o deslocamento do canino superior,

que neste caso se encontra por palatino pois este acompanhou o deslocamento dos feixes de raios X.

FIGURA 4 Radiografia panorâmica mostrando a retenção dos caninos superiores e inferiores.

Page 27: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

27

6 DISCUSSÃO

A retenção dos caninos superiores é um assunto muito importante para os

cirurgiões-dentistas, principalmente quando existe a necessidade de se realizar um plano de

tratamento em pacientes portadores de dentes não erupcionados. Determinar a localização

exata dos dentes no arco é imprescindível para o paciente e profissional, podendo ter o melhor

tratamento possível com pouquíssimo ou nenhum transtorno para ambas as partes. Com o

intuito de expor os resultados obtidos sobre os caninos superiores retidos, resolvemos

comparar com os já encontrados na revisão literária. Em se tratando de metodologia, optamos

por realizar uma coleta de informações retiradas dos prontuários e radiografias dos pacientes

atendidos na clínica de odontologia da UNINCOR. Na literatura encontramos os trabalhos de

Verri et al (1973) e o de Carvalho, Wassano, Filho (1979) que também utilizam prontuários e

radiografias para o diagnóstico de caninos retidos.

A incidência da retenção dos caninos retidos nos pacientes da UNINCOR obteve a

porcentagem de 0,39% o qual diverge dos achados na literatura. Ferguson (1990) e Bishara

(1992) encontraram uma variância entre 0,92 a 3%. Kuftinec e Shapira (1995a) e Almeida et

al (2001) obteve a incidência de 2%. Isso nos mostra que a ocorrência em nosso estudo foi

muito baixa em comparação aos demais. Uma possível explicação para este fato é devido a

trabalharmos com os pacientes que foram indicados para tratamento cirúrgico, seja para

tracionamento ou exodontia.

Tivemos a preocupação de avaliar a ocorrência em pacientes de cor de pele

diferentes. Pode-se perceber que as pessoas leucodermas, dentre as pesquisadas, foram as

mais encontradas com um total de 15 pacientes (48,39%). O trabalho de Verri et al (1973)

encontrou uma ocorrência em pacientes leucodermas de 9,2% enquanto que nos demais não

passou de 3,6%. Os pacientes feoderma e melanoderma afetaram 12 (38,71%) e 4 (12,90%)

pacientes respectivamente. A idade dos pacientes variou de 10 a 49 anos, e a faixa etária que

mais foi acometida corresponde de 10-14 anos (35,48%). Carvalho, Wassano, Filho (1979)

encontraram uma ocorrência maior na faixa etária entre 19-20 anos; Ribeiro (2002) também

relatou em seu trabalho que a faixa etária mais acometida foi entre 11 a 20 anos, o que nos

leva a conclusão que o problema normalmente é descoberto nos pacientes mais jovens.

Ainda em relação aos dados dos pacientes observamos a ocorrência da retenção

entre o gênero masculino e feminino. Dentre os pacientes afetados 8 eram homens (26%) e 23

Page 28: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

28

eram mulheres (74%) com isso observamos uma predileção pelo gênero feminino. Os

trabalhos de Verri et al. (1973), Ferguson (1990), e Ribeiro (2002) também encontraram

maior prevalência de retenção dos caninos nas mulheres.

O nosso trabalho teve como objetivo pesquisar somente sobre os caninos

superiores pois sãos mais acometidos de retenção e está comprovado nos trabalhos de

Kuftinec e Shapira (1995 a) onde encontraram uma ocorrência de 10 a 20 vezes mais que os

respectivos inferiores; e Ribeiro (2002) encontrou 81,48% de retenção no arco superior, o que

vem a reforçar ainda mais a importância de se estudar os caninos superiores retidos e suas

características.

A retenção de somente um canino superior é relatada ser a mais freqüente. Ribeiro

(2002) reportou em seu trabalho que 77,78% dos casos a retenção era unilateral. Em nosso

trabalho a grande maioria (90,32%) dos caninos também apresentava retenção unilateral.

Verri et al (1973) também encontrou maior retenção de um canino superior. Essa retenção

unilateral da maioria dos caninos apresentou uma ligeira tendência acontecer do lado

esquerdo, correspondendo a 56% dos pacientes. A preferência pelo lado esquerdo também foi

encontrada por Ribeiro em 2002. Em relação a retenção bilateral, no trabalho de Verri et al.

(1973) foi de 14,28% semelhante a encontrada em nosso estudo, onde 9,68% dos caninos se

encontravam retidos bilateralmente.

Em se tratando da localização dos caninos superiores retidos, encontramos 28

pacientes com o dente por palatino totalizando 82%. Já a localização por vestibular afetou 6

pacientes, o corresponde a 18% de todos os dentes estudados. Ferguson (1990) achou em seu

estudo uma preferência pela retenção palatina. Kuftinec e Shapira (1995 a) encontraram uma

freqüência de 2 a 20 vezes mais retenção por palatino. Mason, Papadakou, Roberts, em 2001,

ao pesquisarem a localização dos caninos superiores obtiveram como resultado 90% dos casos

ocorrendo por palatino e os 10% restantes por vestibular. Nossos dados são no que diz

respeito a localização concordam com a maioria dos trabalhos. Contudo, Chaushu, Zilberman,

Becker (2003), mostram uma maior ocorrência por vestibular correspondendo a 30,2% do

total; e por palatino foi achado em 9,5%. O restante corresponde as demais posições que se

localizaram os caninos superiores retidos.

Após realizarmos a pesquisa baseada nos exames radiográficos, acreditamos que a

radiografia periapical obtida pela técnica de Clark é indispensável para determinar a

localização dos caninos superiores retidos, permitindo assim uma precisão ao se realizar

Page 29: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

29

cirurgias para remoção ou tracionamento dos caninos. Além da técnica de Clark, o uso da

radiografia panorâmica também é necessário para visualizar a retenção dos caninos superiores

e determinar sua posição no arco dentário. Na literatura encontramos diversos trabalhos que

chegaram a mesma conclusão sobre a importância da radiografia para os cirurgiões dentistas.

Autores como Marzola (1995); Jarjoura, Crespo, Fine (2002); Oliveira et al (1985)

recomendaram a associação da radiografia panorâmica e da técnica de Clark para visualizar e

localizar com precisão os caninos retidos na maxila. Contudo, Almeida et al (1994); Jacobs

(1994); Kuftinec e Shapira (1995 a); Bishara (1998) e Jacobs (1999) indicam somente a

técnica de Clark, sendo esta suficiente para localizar a retenção e a posição que os caninos se

encontram no arco dentário.

Em nenhum dos casos por nós estudados houve relação entre a retenção dos

caninos e patologias intra-ósseas. O diagnóstico precoce para dentes retidos é fundamental,

pois um tratamento mais adequado e mais conservador pode ser efetuado. Podendo até mesmo

evitar a perda deste dente e problemas de mal oclusão. Sendo assim, crianças com dentição

mista, apresentando dentes mal posicionados na arcada, devem ser avaliadas com relação a

existência de espaço para a erupção dos caninos superiores.

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30

7 CONCLUSÃO

Após analisarmos os resultados, podemos concluir:

A) Quanto a prevalência:

1- Dos 7.934 pacientes estudados, 0,39% (31 pacientes) possuem caninos

superiores retidos.

2- Dos 31 pacientes com caninos superiores retidos, quanto a faixa etária

observou-se: 35,48% de 10 a 14 anos, 25,58% de 15 a 19 anos, 16,13%

de 20 a 24 anos e 25,82% na faixa etária de 25 a 49 anos.

3- Quanto a cor da pele: 48,39% (15) pacientes leucodermas; 38,71% (12)

pacientes feodermas e 12,90% (04) pacientes melanodermas.

4- Quanto ao gênero: 74% (23) eram do gênero feminino e 26% (8) eram

do gênero masculino.

B) Quanto a localização e posicionamento;

1- Quanto ao lado de retenção: 56% (19) estavam do lado esquerdo, 44%

(15) do lado direito e em 3 (9,68%) a retenção era bilateral.

2- Localização palatina ou vestibular: 82% (28) estavam por palatina e

18% (6) por vestibular.

3- Posicionamento/posição: 91% (31) estavam na posição mesial e 9% (3)

na horizontal.

Page 31: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

31

C) Devemos utilizar as radiografias periapicais (Técnica de Clark) e panorâmica

para determinar com maior precisão a localização e a posição dos caninos

superiores no arco dentário.

Page 32: Sharon Aparecida Oliveira Caovilla

32

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Anexo I – Ficha de dados para coleta da pesquisa sobre caninos superiores retidos

CANINOS RETIDOS IDADE GÊNERO COR DE PELE QUANTIDADE POSIÇÃO LOCALIZAÇÃO LADO

12 feminino leucoderma 2 mesial palatino/ palatino D/E 14 feminino feoderma 1 mesial palatino D 16 masculino melanoderma 1 mesial palatino E 22 masculino melanoderma 1 horizontal vestibular D 16 feminino feoderma 1 mesial palatino E 33 masculino leucoderma 1 mesial palatino D 12 masculino leucoderma 1 mesial palatino E 20 feminino melanoderma 1 mesial vestibular E 13 feminino leucoderma 1 mesial vestibular D 35 feminino leucoderma 1 mesial palatino D 29 feminino leucoderma 1 mesial palatino E 12 feminino feoderma 2 mesial palatino D/E 23 masculino leucoderma 1 mesial palatino E 13 feminino feoderma 1 mesial palatino E 19 feminino leucoderma 1 mesial palatino D 17 feminino feoderma 2 mesial palatino/vestibular E/D 24 feminino leucoderma 1 mesial palatino E 19 feminino feoderma 1 mesial palatino E 14 feminino feoderma 1 mesial palatino D 14 feminino feoderma 1 mesial palatino E 17 feminino feoderma 1 mesial palatino E 42 feminino feoderma 1 mesial palatino E 33 feminino leucoderma 1 mesial palatino D 24 feminino leucoderma 1 horizontal palatino E 38 masculino melanoderma 1 mesial palatino E 49 masculino feoderma 1 mesial palatino E 12 masculino leucoderma 1 mesial vestibular E 38 feminino feoderma 1 mesial palatino D 12 feminino leucoderma 1 horizontal palatino D 16 feminino leucoderma 1 mesial palatino D 10 feminino leucoderma 1 mesial vestibular E