Significado de humanização

SIGNIFICADO DE HUMANIZAÇÃO DA

ASSISTÊNCIA PARA OS PROFISSIONAIS DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISFaculdade de Medicina

Pós-graduação em Ciências da Saúde – Doutorado. Área de Concentração: Saúde da Criança e do Adolescente

ASSISTÊNCIA PARA OS PROFISSIONAIS DE

SAÚDE QUE ATENDEM NA SALA DE

EMERGÊNCIA DE UM PRONTO - SOCORRO

LEITE, M. A. R.; MOTA, J. A. C.;NASCIMENTO, E. S. do.

SIGNIFICADO DE HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ATENDEM NA SALA DE EMERGÊNCIA DE UM PRONTO - SOCORRO

1. Trajetória rumo a proposta

� Cuidado humano: reconhecimento dos direitos

uns dos outros.

� Cuidado, cuidar e cuidado humano parecem estar

(WALDOW, 1999)

� Cuidado, cuidar e cuidado humano parecem estar

aliados a humanização da assistência.

� O que a equipe multiprofissional do Pronto -

Socorro compreende como humanização?

Questões



� Quais ações humanizantes ou desumanizantes

permeiam o quotidiano do trabalho no Pronto -

Socorro?

Questões

Socorro?

� Como os profissionais interagem quando estão face a

face com as pessoas em estado crítico?

� Como tornar possível um atendimento humanizado em

um setor no qual é importante e imprescindível a

hierarquização de tarefas face à urgência e

emergência do atendimento?



� Compreender o quotidiano de profissionais de saúde

quando ficam frente uns aos outros e ao paciente,

Objetivo

quando ficam frente uns aos outros e ao paciente,

durante o primeiro atendimento em uma sala de

emergência de um pronto-socorro, bem como

compreender o sentido atribuído por eles à

humanização da assistência.


2. Metodologia

Sociologia compreensiva.

� Alfred Schütz:“Atitude natural”: modo pelo qual

percebemos, interpretamos e agimos no mundo.

Orientação Teórica

percebemos, interpretamos e agimos no mundo.

�Michel Maffesoli:Análise do quotidiano e da pós-

modernidade com vistas à compreensão da

dimensão plural do social.

(SCHÜTZ, 2003)


2. Metodologia

Simmel – Formismo: respeita a banalidade da

existência, as representações populares e as criações

Compreensão na Sociologia Compreensiva

que surgem no dia a dia.

Erving Goffman: As encenações, da vida quotidiana,

mantém a interação social real.

Marcel Mauss: Dádiva (“dar”, “receber” e “retribuir”) e

as técnicas do corpo. (MAUSS, 2003)

(MAFFESOLI, 2007)

(GOFFMAN, 2007)


2. Metodologia

Hospital Risoleta Tolentino Neves: Sala de

Emergência do Pronto-socorro.

Cenário

http://www.ufmg.br/boletim/bol1570/img/hospitalvendanova-flisboa.jpg

Emergência do Pronto-socorro.

Cinco profissionais de saúde que atendem na sala

de emergência.

Observação e entrevista em profundidade.

Atores

Trabalho de campo e forma de registro


3. COMPREENDENDO A HUMANIZAÇÃO NA SALA DE EMERGÊNCIA

Primeira forma: humanizar é pensar no próximo,

3.1 A relação “face a face” no espaço-tempo da

sala de emergência: dádiva/dom e o bem e o mal

Primeira forma: humanizar é pensar no próximo,

acolher o paciente, colocar-se no lugar do outro.

[...]quando falo em humanização eu penso muito no próximo.(E1).

Segunda forma: humanização parte de cada um,

daquilo que ele traz consigo enquanto informação.



Terceira forma: “pré-ocupação” com a família ou o



acompanhante do paciente, mas somente após o

paciente estar estável hemodinamicamente.

Quarta forma: o momento partilhado pode até ser

visto como “recompensado” (“dádiva/dom”).



Quinta forma: situações consideradas desumanas:

Fluxo intenso de pacientes; Tratar o paciente de forma



Fluxo intenso de pacientes; Tratar o paciente de forma

áspera, ou deitado em uma “maca pura” ; Não manter o

corpo coberto após a sua exposição é desumano.

“Apagamento ritualizado do corpo”, ou seja, o corpo do

outro poderá tornar-se “imperceptível sob a familiaridade

das ações”. (LE BRETON, 2009)



Primeira forma: “pré-ocupação” com a hierarquia no

atendimento.

3.2 Técnica corporal humanizadora na sala de emergência

Segunda forma: ênfase em desenvolver e aprimorar as

técnicas.

Terceira forma: percepção das pessoas em ver a

realização de algumas técnicas ou procedimentos.



Primeira forma: desejo de fortalecer a equipe e asdiferenças entre a equipe .

3.3 Ser comunidade na sala de emergência

Religação, “estar-junto”, perder de si no outro, socialidade, espírito de equipe

Religação, “estar-junto”, perder de si no outro, socialidade, espírito de equipe

Segunda forma: os agrupamentos têm a finalidade

de compartilhar muitas coisas como a brincadeira,

o café...

VERDADEIRA SOLIDARIEDADE

socialidade, espírito de equipesocialidade, espírito de equipe

TRIBALISMO

(MAFFESOLI, 2006; MAFFESOLI, 2007; MAFFESOLI, 2010)



Forma: as brincadeiras para espairecer e tornar o

ambiente menos pesado.

[... ]fazer uma brincadeira ou outra com o paciente, com o técnico

para melhorar o local de trabalho (E1).

3.4 A tribo na sala de emergência

para melhorar o local de trabalho (E1).

�Momentos de descontração, renovam as energias e

funcionam como um ato de humanização dos

profissionais de saúde e isso refletirá no modo como a

pessoa doente é atendida.



Primeira Forma: a superlotação e o número

insuficiente de funcionários.

3.5 Instituição Hospitalar: contribuições para o humano e o não humano

Como prestar um bom atendimento, um atendimento humanizado, se

tem pacientes para avaliar que estão no corredor?(E3)

Segunda forma: aponta para os problemas

relacionados com a área física e conforto.

Terceira forma: a rotatividade e o número de

profissionais é incompatível com o de pacientes.



Forma: a experiência vivida, os valores adquiridos

com a família, a espiritualidade.

3.5 Espiritualidade e sofrimento na sala de emergência: "humanizando" o cuidador

Esta questão da fé de amor ao próximo, isto para mim é muito

importante (E1).

� A fé, o amor ao próximo, os bons valores aprendidos e

herdados da família contribuem com a humanização

da assistência.



� O contato direto com as situações de urgência, de

emergência; lidar com conflitos internos e externos;

3.5 Espiritualidade e sofrimento na sala de emergência: "humanizando" o cuidador

emergência; lidar com conflitos internos e externos;

as dificuldades inerentes ao trabalho são

desencadeadores de sofrimento nos trabalhadores e,

portanto agem interferindo no processo de

humanização da assistência.


4. Recomeçando...

O atendimento humanizado = efetiva interação

interpessoal.

Dádiva: não são apenas materiais, técnicas ou

Significado da Humanização da assistência

Dádiva: não são apenas materiais, técnicas ou

medicamentos, mas são permeados de afetos,

reconhecimento e acolhimento.

O lado bom e o lado ruim, luz e sombra, das

pessoas, desencadeiam uma série de atos que são

ora humanos ora não humanos.


4. Recomeçando...

Reconhecer o “apagamento do corpo”, poderá

permitir que as pessoas não deixem o corpo do


outro exposto durante o atendimento.

Técnica, conhecimento científico, treinamentos do

“sangue-frio”, buscam a resolutividade, a eficácia, a

agilidade e o sucesso no atendimento.

Lúdico: renova as forças.


4. Recomeçando...

Os profissionais de saúde estão ligados pelo

sentimento de pertença, pelos afetos, pela

disponibilidade para o outro, pelas emoções e


disponibilidade para o outro, pelas emoções e

sentimentos partilhados, os quais os fazem se reunir

em uma tribo.

Tribalismo: novo humanismo ou um velho humanismo

com nova roupagem?


4. Recomeçando...

A reflexão crítica sobre as situações, consideradas

não humanas, poderá ocasionar mudanças na


não humanas, poderá ocasionar mudanças na

qualidade da atenção, no reconhecimento da

legitimidade das pessoas doentes e dos limites dos

profissionais de saúde e dos pacientes.

REFERÊNCIASGOFFMAN, E. A representação do eu na vida cotidiana. 14. ed.Petrópolis: Vozes, 2007.

LE BRETON, D. A sociologia do corpo. 3. ed. Rio de Janeiro: Vozes,2009.

MAFFESOLI, M. A parte do diabo: resumo da subversão pós-moderna.Rio de Janeiro: Record, 2004.

______. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nassociedades de massa. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,sociedades de massa. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,2006.

______. O conhecimento comum: introdução à sociologiacompreensiva. Porto Alegre: Sulina, 2007.

______. Saturação. São Paulo: Iluminuras Itaú Cultural, 2010.

MAUSS, M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify,2003.

SCHÜTZ, A. El problema de la realidad social. Escritos I. 2. ed.Buenos Aires: Amorrortu, 2003.

WALDOW, V. R. Cuidado humano: o resgate necessário. Porto Alegre:Sagra Luzzatto, 1999.

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