Silêncio – Edgar Allan Poe

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  • 7/17/2019 Silncio Edgar Allan Poe

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    Silncio Edgar Allan Poe

    Voc est aqui: Principal Silncio Edgar Allan Poe

    Escuta disse o demnio, pousando a mo sobre a mina cabe!a" # pa$s de

    que te %alo & um pa$s l'gubre, na ($bia, )s margens do rio *aire" E ali no

    repouso nem silncio" As guas do rio, amarelas e insalubres, no correm

    para o mar, mas palpitam sempre sob o olar ardente do Sol, com um

    mo+imento con+ulsi+o" e cada lado do rio, sobre as margens lodosas,

    estende-se ao longe um deserto sombrio de gigantescos nen'%ares, que

    suspiram na solido, erguendo para o c&u os longos pesco!os espectrais e

    meneando tristemente as cabe!as sempiternas" E do meio deles sai umsussurro con%uso, semelante ao murm'rio de uma torrente subterr.nea" E

    os nen'%ares, +oltados uns para os outros, suspiram na solido"

    E o seu imp&rio tem por limite uma /oresta alta, cerrada, medona0 (,

    como as +agas em torno das 1$bridas, pequenos arbustos agitam-se sem

    repouso, contudo no +ento no c&u0 e as grandes r+ores primiti+as

    oscilam continuamente, com um estr&pito enorme" E dos seus cumes

    ele+ados 2ltra, gota a gota, um or+alo eterno" A seus p&s contorcem-se num

    sono agitado, /ores desconecidas +enenosas" E por cima das suas

    cabe!as, com um ruge-ruge retumbante, precipitam-se as nu+ens negras a

    camino do ocidente, at& rolarem as cataratas para trs da muralaabrasada do ori3onte" E nas margens do rio *aire repouso nem silncio"

    Era noite e a cu+a ca$a enquanto ca$a, era gua mas quando cega+a ao

    co era sangue0 E eu esta+a na plan$cie lodosa, por entre os nen'%ares,

    +endo a cu+a que ca$a sobre mim" E os nen'%ares +oltados uns para os

    outros suspira na solenidade da sua desola!o"

    e repente apareceu a lua atra+&s do ne+oeiro %'nebre +ina toda carmesim0

    e o meu olar caiu sobre um rocedo enorme, sombrio, que se erguia a borda

    do *aire, re/etindo a claridade da lua4 era um rocedo sombrio sinistro de

    uma altura descomunal0

    Sobre o seu cume esta+am gra+adas algumas letras" 5aminei atra+&s dos

    p.ntanos de nen'%ares, at& a margem para ler as letras gra+adas na pedra4

    mas no pude deci%r-las" 6a +oltar quando a lua brilou mais +i+a e mais

    +ermela4 olando outra +e3 para o rocedo distingui s7 caracteres" E esses

    caracteres di3iam: desola!o"

  • 7/17/2019 Silncio Edgar Allan Poe

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    (e+antei os olos4 na crista do rocedo esta+a um omem de 2gura

    ma8estosa" Pendia-le dos ombros a antiga toga romana, cobrindo-se at& aos

    p&s" #s contornos da sua pessoa no se distinguiam, mas as %ei!9es eram as

    da di+indade porque brila+am atra+&s da escurido da noite a do ne+oeiro"

    ina a %ronte alta e pensati+a, os olos pro%undos e melanc7licos" ;as rugas

    do semblante, liam-se as legendas da desgra!a e da %adiga o aborrecimentoda umanidade e o amor da solido" Escondi-me no meio dos nen'%ares para

    +er o que aquele omem %a3ia ali"

    E o omem assentou-se no rocedo, dei

  • 7/17/2019 Silncio Edgar Allan Poe

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    Vol+i outra +e3 os olos para o omem, e o seu rosto esta+a plido de terror"

    e repente, le+antou a cabe!a, ergueu-se sobre o rocedo e ps o ou+ido )

    escuta" >as no se ou+iu nem uma +o3 no deserto ilimitado" E os caracteres

    gra+ados no rocedo di3iam sempre: Silncio" E o omem estremeceu e %ugiu

    e para to longe %ugiu que 8amais o tornei a +er"

    #ra, os li+ros dos magos, os melanc7licos li+ros dos magos encerram belos

    contos, esplndidas ist7rias do c&u, da terra e do mar poderosos4 dos gnios

    que tm reinado sobre a terra, sobre o mar e sobre o c&u sublime" 1 muita

    cincia na pala+ra das Sibilas" E das /orestas sombrias de odona sa$am

    outrora orculos pro%undos"

    >as 8amais se ou+iu uma ist7ria to espantosa como esta0 ?oi o demnio

    que ma contou, assentado ao um lado, na solido do t'mulo" @uando acabou

    de %alar, desatou a rir e como no pudesse rir com ele, amaldi!oou-me" Ento

    o lince, que +i+e eternamente no t'mulo, saiu do seu esconderi8o e +eio

    deitar-se aos p&s do demnio, olando-o 2