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Editorial e sumarios do Fascículo 25 da RPP
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TÍTULO
PSICOLOGIA POLÍTICA. VOL. 9. Nº 18. PP. XXX – XXX. JAN. – JUN. 2009 383
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA POLÍTICA
Revista
Psicologia Política
ISSN 1519-549X ISSN eletrônico 2175-1390
VOL. 12 – Nº 25 – 2012
REVISTA PSICOLOGIA POLÍTICA
384
Associação Brasileira de Psicologia Política
Presidente Salvador Antonio Mireles Sandoval
UNICAMP/PUCSP – Brasil
Vice-Presidentes
Centro Oeste Wilson Luconi Jr.
UFMT – Brasil
Nordeste Ana Raquel Rosas Torres
UFPb – Brasil
Norte Marcelo Gustavo Aguilar Calegare
INPA – Brasil
Sudeste Márcia Prezotti Palassi
UFES – Brasil
Sul Maria de Fátima Quintal de Freitas
UFPR – Brasil
Secretário Geral Cornelis Johannes van Stralen
UFMG – Brasil
Conselho Fiscal Aline Reis Calvo Hernandez
UERGS – Brasil
Felipe Corrêa Pedro USP – Brasil
Frederico Alves Costa
UFMG – Brasil
Suplentes Enock da Silva Pessôa
UFAC – Brasil Vanilda Ap. dos Santos
PUCSP – Brasil
Comitê Editorial da RPP Editor
Alessandro Soares da Silva USP – Brasil
Comitê de Editoração Eletrônica Ana Rita Ferreira (USP – Brasil), Elvira Riba Hernandez (USP – Brasil), Ernesto Pacheco Richter (PUCSP – Brasil) Fabio Bosso (USP – Brasil), Felipe Corrêa (USP – Brasil), Guilherme Borges da Costa (UNICAEN – França), Thomaz D’Addio (USP – Brasil)
Conselho Editorial
Agustín Espinosa Pezzia (PUCP – Peru), Alexandre Dorna (UNICAEN – França), Ana Raquel Rosas Torres (UFPb – Brasil), Bert Klandermans (Free Univ. of Amsterdam – Holanda), Carlos Sixirei Paredes (UVIGO – Espanha), Cecília Coimbra (UFF – Brasil), Celso Pereira de Sá (UERJ – Brasil), Celso Zonta (UNESP – Brasil), Cornelis van Stralen (UFMG – Brasil), Elísio Estanque (Univ. de Coimbra – Portugal), Iray Carone (USP – Brasil), Ignácio Dobles (UCR – Costa Rica), Joelle Bergère Dezaphi (UCM – Espanha), John Hammond (CUNY – EUA), Jorge Valla (Univ. de Lisboa – Portugal), Jose Manoel Sabucedo (USC – Espanha), Marco Aurélio M. Prado (UFMG – Brasil), Maria da Graça C. Jacques (UFRGS – Brasil), Maria de Fáti-ma Quintal de Freitas (UFPR – Brasil), Maria Ap. Morgado (UFMT – Brasil), Maritza Mon-tero (UCV – Venezuela), Mauro Lucio Rodri-guez-Casal (USC – Espanha), Mirta Gonzáles-Suárez (Univ. Costa Rica – Costa Rica), Nel-son Molina Valencia (UNIVALLE – Colom-bia), Odair Sass (PUCSP – Brasil), Osvaldo Yamamoto (UFRN – Brasil), Pedrinho Gua-reschi (UFRGS – Brasil), Salvador Sandoval (PUCSP/Unicamp – Brasil), Telma Regina de Paula Souza (UNIMEP – Brasil)
REVISTA PSICOLOGIA POLÍTICA
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Os artigos da RPP são de responsabilidade dos autores.
Endereço para correspondência e permuta Grupo de Pesquisa em Psicologia Política, Políticas Públicas e Multiculturalismo –
Universidade de São Paulo – Escola de Artes, Ciências e Humanidades Av. Arlindo Bettio, 1000, Ermelino Matarazzo
São Paulo-SP-Brasil. CEP 03828-000 endereço eletrônico: [email protected]
Revista disponível integralmente no site: http://pepsic.bvsalud.org/
Revisão técnica de língua inglesa Ana Rita Ferreira, Ernesto Pacheco Richter e Thomaz D’Addio – USP-Brasil
Revisão técnica de língua espanhola Elvira Riba Hernandez – USP-Brasil
Projeto Gráfico, Diagramação e Produção Editorial Alessandro Soares da Silva
Luciane Pansolin [email protected]
Tiragem 500 exemplares/Impresso em 2012
Esta revista está indexada nas seguintes bases: CLASE – Citas Latino Americanas en Ciencias Sociales y Humanidades (UNAM-México)
GEODADOS (Universidade Estadual de Maringá-Brasil) INDEX PSI (Conselho Federal de Psicologia)
LILACS – Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde PEPSIC – Periódicos Eletrônicos em Psicologia
PSER INFO (Colômbia) Worldwide Political Science Abstracts (EUA)
LATINDEX – Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal (México)
Dialnet – Difusión de Alertas en la Red (Espanha)
Revista psicologia política / Associação Brasileira de Psicologia Política – vol. 12, nº 25 – (Set./Dez. 2012). – São Paulo: ABPP, 2001
Semestral
ISSN 1519-549X – ISSN eletrônico 2175-1390
1. Psicologia política – Periódicos 2. Psicologia social – Periódicos 3. Psicologia e política – Periódicos.
CDD-320.019
Bibliotecária: Rosangela Ap. Marciale CRB 8/5846
REVISTA PSICOLOGIA POLÍTICA
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No ano de 2012 contribuíram como Consultores Ad Hoc xs seguintes profissionais: Adélia Souto – UFAL – Brasil
Adrián Manzi – UNSL – Argentina
Agustin Espinosa – PUCP – Peru
Alessandro Soares da Silva – USP – Brasil
Alfonso Sanchez Pilonieta – Univ. Javeriana – Colômbia
Alípio Sousa Filho – UFRN – Brasil
Aline Accorssi – UNILASALLE – Brasil
Aline Reis Calvo Hernandez – UERGS – Brasil
Aluísio Ferreira de Lima – UFC – Brasil
Andrea Zanella – UFSC – Brasil
Ana Claudia Maia – UNESP – Brasil
Ana Paula Lazzaretti Souza – UFRGS – Brasil
Aurea Maria Zöllner Ianni – USP – Brasil
Betty Fuks – UVA – Brasil
Bibiana Graeff – USP – Brasil
Bruna Suruagy Dantas – Univ. Mackenzie – Brasil
Carlos Sixirei Paredes – UVIGO – Espanha
Celso Zonta – UNESP – Brasil
Claudia Mayoga – UFMG – Brasil
Cleusa Maria Graebin – UNILASALLE – Brasil
Cornelis Johannes van Stralen – UFMG – Brasil
Debora Imhoff – UNC – Argentina
Dennis de Oliveira – USP – Brasil
Diana Pinto – UERJ – Brasil
Domênico Unhg Hur – UFGO – Brasil
Eda Terezinha Tassara – USP – Brasil
Eduardo de Lima Caldas – USP – Brasil Eduardo Pinto e Silva
– UFSCar – Brasil
Elena Zubieta – UBA – Argentina
Eliane Domingues – UEM – Brasil
Eric Calderoni – Instituto Brasil Ambiente – Brasil
Ernesto Pacheco Richter – PUCSP – Brasil
Esmeralda Hincapié Gómez – UPB – Colômbia
Felipe Corrêa – USP – Brasil
Flávia Mori Sarti – USP – Brasil
Flávia Schilling – USP – Brasil
Francisco Farias – UERJ – Brasil
Frederico Alves Costa – UFMG – Brasil
Frederico Viana Machado – UFMG – Brasil
Gerardo Kuntschik – USP – Brasil
Gisela Delfino – UBA – Brasil
Giseli Paim Costa – IFRS – Brasil
Gislene Ap. dos Santos – USP – Brasil
Gladys Beatriz Barreyro – USP – Brasil
Graciela Haydée Barbaero – UFMT – Brasil
Graziela Serroni Perosa – USP – Brasil
Guilherme Borges da Costa – UNICAEN – França
Hugo Rabbia – UNC – Argentina
Hervé Thèry – CNRS – França
Horácio Antunes Sant’Ana Junior – UFMA – Brasil
Ignácio Dobles Oropeza – UCR – Costa Rica
Iray Carone – Uninove – Brasil
Isabel Fernandes de Oliveira – UFRN – Brasil
Isabel Menezes – UPORTO – Portugal Con
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Ad
Hoc
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2
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Jefferson Berbardes – UFAL – Brasil
Joana Catarina Tarelho de Miranda – Univ. Aberta – Portugal
John Hamond – CUNY – Estados Unidos da América
Jorge Alberto Machado – USP – Brasil
José Emilio Garcia Noce – Universidad de Asunción – Paraguay
José Geraldo Rocha – UERJ – Brasil
José Leon Crochik – USP – Brasil
José Newton Garcia de Araújo – PUCMINAS – Brasil
Juan Sandoval Moya – Univ. Valparaíso – Chile
Juliana Perucci – UFJF – Brasil
Júlio Groppa Aquino – USP – Brasil
Kimi Tomizaki – USP – Brasil
Larissa Pelucio – UNICAMP – Brasil
Lisete Barlach – USP – Brasil
Luiz Carlos da Rocha – UNESP – Brasil
Luiz Trigo – USP – Brasil
Marcelo Afonso Ribeiro – USP – Brasil
Marcelo Gustavo Aguilar Calegare – INPA – Brasil
Marcelo Pereira Andrade – UFSJ – Brasil
Marcia Prezotti Palassi – UFES – Brasil
Marcos Roberto Garcia – UFSCar – Brasil
Maria Antonia de Sousa – UEPG – Brasil
Mary Castro – UCSAL – Brasil
Maria Cristina Vicentin – PUCSP – Brasil
Maria da Graça Jacques – UFRGS – Brasil
Maria de Fátima Quintal de Freitas – UFPR – Brasil
Maria Eliza Mattosinho Bernardes – USP – Brasil
Maria Szana Menin – UNESP – Brasil
Marie Claire Sekkel – USP – Brasil
Marisa Eugênia Melillo Meira – UNESP – Brasil
Marilda Facci – UEM – Brasil
Marina Cuello Pagnone – UNSL – Argentina
Myriam Santos – UERJ – Brasil
Mirta Gonzáles Suarez – UCR – Costa Rica
Mónica Alzate Garcia – USC – Espanha
Neli Ap. de Mello-Thèry – USP – Brasil
Nelson Molina Valéncia – UNIVALLE – Colômbia
Odair Sass – PUCSP – Brasil
Omar Ardams – UFSM – Brasil
Osvaçdo Gradella – UNESP – Brasil
Pedro de Oliveira Filho – UFPE – Brasil
Raimundo Gouveia – UFBA – Brasil
Rosalice Lopes – SAP-SP – Brasil
Roselene Gurski – UFRGS – Brasil
Salma Tannus – PUCSP – Brasil
Salvador Sandoval – PUCSP – Brasil
Silvina Alejandra Brussino – UNC – Argentina
Sonia Altoé – UERJ – Brasil
Soraia Ansara – Estácio de Sá – Brasil
Telma Regina de Paula Souza – UNIMEP – Brasil
Úrsula Dias Peres – USP – Brasil
Vera Paiva – USP – Brasil
Viviani do Carmo Catroli – IMED – França
Wilza Vilela – UNIFESP – Brasil
Xiana Vilas – USC – Espanha
Yorelis Acosta – UCV – Venezuela
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Volume 12 – Número 25 – 2012
Linha Editorial ................................................................................................................... 393
Mensagem da Asociación Ibero Latinoamericana de Psicología Política – AILPP ... 395
Mensagem da Associação Brasileira de Psicologia Política – ABPP ......................... 397
Editorial A Psicologia Política na Ibero-Latino-América: avanços e desafios de um campo emergente Alessandro Soares da Silva – Universidade de São Paulo – Brasil Agustín Espinosa Pezzia – Pontifícia Universidade Católica do Peru – Peru .................... 401
A Psicologia Política no Brasil: lembranças e percursos sobre a constituição de um campo interdisciplinar Alessandro Soares da Silva – Universidade de São Paulo – Brasil ................................... 409
Psicologia Política na Colômbia, revisão de acontecimentos fundantes e históricos Nelson Molina Valéncia – Universidade do Vale – Colômbia Marinella Rivera Escobar – Universidade do Vale – Colômbia .......................................... 427
A psicologia política como momento da Psicologia social no Chile: deslocamentos conceituais e temáticos Juan Sandoval – Universidade de Valparaíso – Chile Fuad Hatibovic – Universidade de Valparaíso – Chile Manuel Cárdenas – Universidade Católica do Norte – Chile ............................................. 443
De uma Psicologia Social dos Fenômenos Políticos ao Desenvolvimento de uma Psicologia Política no Peru Agustín Espinosa – Pontifícia Universidade Católica do Peru – Peru Rosa María Cueto – Pontifícia Universidade Católica do Peru – Peru Mathias Schmitz– Pontifícia Universidade Católica do Peru – Peru .................................. 465
Psicologia Política no México: aportes curriculares para um campo de formação profissional Graciela Aurora Mota Botello – Universidade Nacional Autônoma do México – México ... 481
Psicologia política em Portugal: a importância de cruzar fronteiras Maria Fernandes-Jesus – Universidade do Porto – Portugal Pedro D. Ferreira – Universidade do Porto – Portugal Isabel Menezes – Universidade do Porto – Portugal ....................................................... 509
(In) Visibilidade da Psicologia Política na Venezuela Yorelis J. Acosta – Universidade Central da Venezuela – Venezuela .............................. 531
Teorias dos Movimentos Sociais e Psicologia Política Felipe Corrêa – Universidade de São Paulo – Brasil Marco Antonio B. de Almeida – Universidade de São Paulo – Brasil ................................ 549
A Mudança Social no Contexto de uma Pluralidade de Sujeitos Políticos: contribuições teóricas de Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Slavoj Zizek para a Psicologia Política Frederico Alves Costa – Universidade Federal de Minas Gerais – Brasil .......................... 571
Dimensões do Autoritarismo: uma análise da escala de autoritarismo de direita (RWA) em uma amostra de estudantes universitários na Cidade de Buenos Aires Edgardo Etchezahar – Universidade de Buenos Aires – Argentina ................................... 591
Resenhas A Psicologia Política na Encruzilhada Humana – resenha do livro Psicologia Política: debates e embates de um campo interdisciplinar Jorge Machado – Universidade de São Paulo – Brasil ...................................................... 605
A Psicologia Política e a Ação Pública Aline Borges do Carmo – Universidade de São Paulo – Brasil .......................................... 611
Publicando na RPP ........................................................................................................... 617 Sum
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REVISTA PSICOLOGIA POLÍTICA
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Volume 12 – Number 25 – 2012
Editorial Line ..................................................................................................................... 393
Message of Association Ibero Latinoamericana of Political Psychology – AILPP .... 395
Message of Brazilian Association of Political Psychology – ABPP ............................ 397
Editorial Iberian and Latin American Poltical Psychology: advances and challenges of an emerging field Alessandro Soares da Silva – University of São Paulo – Brazil Agustín Espinosa Pezzia – Pontifical Catholic University of Peru – Peru .......................... 401
The Political Psychology in Brazil: memories and pathways on the formation of an interdisciplinary field Alessandro Soares da Silva – University of São Paulo – Brazil ......................................... 409
Political Psychology in Colombia: a review of foundational and historical events Nelson Molina Valéncia – University of Valle – Colombia Marinella Rivera Escobar – University of Valle – Colombia ................................................ 427
Political psychology as a moment of social psychology in Chile: conceptual and thematic shifts Juan Sandoval – University of Valparaiso – Chile Fuad Hatibovic – University of Valparaiso – Chile Manuel Cárdenas – Catholic University of the North – Chile .............................................. 443
From a Social Psychology of Political Issues to the Development of Political Psychology in Peru Agustín Espinosa – Pontifical Catholic University of Peru – Peru Rosa María Cueto – Pontifical Catholic University of Peru – Peru Mathias Schmitz– Pontifical Catholic University of Peru – Peru ......................................... 465
Political Psychology in Mexico: curricular guides for a professional field Graciela Aurora Mota Botello – Autonomic National University of Mexico – México .......... 481
Political Psychology in Portugal: the importance of cross border Maria Fernandes-Jesus – University of Porto – Portugal Pedro D. Ferreira – University of Porto – Portugal Isabel Menezes – University of Porto – Portugal .............................................................. 509
(In)Visibility of Political Psychology in Venezuela Yorelis J. Acosta – Central University of Venezuela – Venezuela ...................................... 531
Theories of Social Movement and Political Psychology Felipe Corrêa – University of São Paulo – Brazil Marco Antonio B. de Almeida – University of São Paulo – Brazil ....................................... 549
Social Change in the Context of a Plurality of political Subjects: theoretical contributions of Ernesto Laclau, Chantal Mouffe and Slavoj Zizek to Political Psychology Frederico Alves Costa – The Federal University of Minas Gerais – Brazil ......................... 571
Dimensions of Authoritarianism: an analysis of the scale of right-wing authoritarianism (RWA) in a college students sample of Ciudad de Buenos Aires Edgardo Etchezahar – University of Buenos Aires – Argentina ......................................... 591
Review Policy Psychology at the Human Crossroads – review of the book Political Psychology: debates and struggles of an interdisciplinary field Jorge Machado – University of São Paulo – Brazil ............................................................. 605
The Political Psychology and de Public Action Aline Borges do Carmo – University of São Paulo – Brazil ................................................ 611
Submission guidelines ..................................................................................................... 617 Con
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Volumen 12 – Número 25 – 2012
Linea Editorial ................................................................................................................... 393
Mensaje de la Asociación Brasileña de Psicología Política – ABPP ........................... 395
Mensaje da Asociación Ibero Latinoamericana de Psicología Política – AILPP ........ 397
Editorial La Psicología Política en Ibero-Latinoamérica: avances y desafíos de un campo emergente Alessandro Soares da Silva – Universidad de São Paulo – Brasil Agustín Espinosa Pezzia – Pontificia Universidad Católica del Perú – Perú ..................... 401
La Psicología Política en Brasil: recuerdos y percursos sobre la constitución de un campo interdisciplinar Alessandro Soares da Silva – Universidad de São Paulo – Brasil ..................................... 409
Psicología Política en Colombia, revisión de acontecimientos fundantes e históricos Nelson Molina Valéncia – Universidad del Valle – Colombia Marinella Rivera Escobar – Universidad del Valle – Colombia .......................................... 427
La Psicología Política como momento de la Psicología Social en Chile: desplazamientos conceptuales y temáticos Juan Sandoval – Universidad de Valparaíso – Brazil Fuad Hatibovic – Universidad de Valparaíso – Brazil Manuel Cárdenas – Universidad Católica del Norte – Chile .............................................. 443
De una Psicología Social de Fenómenos Políticos al desarrollo de la Psicología Política en el Perú Agustín Espinosa – Pontifícia Universidad Católica del Perú – Perú Rosa María Cueto – Pontifícia Universidad Católica del Perú – Perú Mathias Schmitz– Pontifícia Universidad Católica del Perú – Perú ................................... 465
Psicología Política en México: aportes curriculares para un campo de formación profesional Graciela Aurora Mota Botello – Universidad Nacional Autónoma de México – México ..... 481
Psicología Política en Portugal: la importancia de cruzar fronteras Maria Fernandes-Jesus – Universidad de Oporto – Portugal Pedro D. Ferreira – Universidad de Oporto – Portugal Isabel Menezes – Universidad de Oporto – Portugal ....................................................... 509
(In)Visibilidad de la Psicología Política en Venezuela Yorelis J. Acosta – Universidad Central de Venezuela – Venezuela ................................. 531
Teorías de los Movimientos Sociales y Piscología Política Felipe Corrêa – Universidad de São Paulo – Brasil Marco Antonio B. de Almeida – Universidad de São Paulo – Brasil .................................. 549
El Cambio Social en el Contexto de una Pluralidad de Sujetos Políticos: aportes teóricos de Ernesto Laclau, Chantal Mouffe y Slavoj Zizek para la Psicología Política Frederico Alves Costa – Universidad Federal de Minas Gerais – Brasil ............................ 571
Las Dimensiones del Autoritarismo: análisis de la escala de autoritarismo del ala de derechas (RWA) en una muestra de estudiantes universitarios de la Ciudad de Buenos Aires Edgardo Etchezahar – Universidad de Buenos Aires – Argentina ..................................... 591
Resenhas A Psicologia Política na Encruzilhada Humana – resenha do livro Psicologia Política: debates e embates de um campo interdisciplinar Jorge Machado – Universidad de São Paulo – Brasil ........................................................ 605
A Psicologia Política e a Ação Pública Aline Borges do Carmo – Universidad de São Paulo – Brasil ............................................ 611
Publicando en la RPP ....................................................................................................... 617 Índi
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REVISTA PSICOLOGIA POLÍTICA
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Revista Psicologia Política é um periódico semestral vinculado à Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP). A Revista é uma publicação dirigida ao campo de estudos interdisciplinar da Psicologia Política.
Constitui-se, portanto, em um periódico de estudos das problemáticas no campo
da Psicologia Política que tem como epicentro a reflexão sobre o comportamento político nas sociedades contemporâneas. O ponto de
intersecção entre estas duas áreas científicas – Psicologia e Política – tem sido a
preocupação com a construção de um universo de debate no qual nem as condições objetivas nem as subjetivas estejam ausentes, pelo contrário, estão
sendo compreendidas, por diferentes abordagens teóricas, como
codeterminantes, portanto, constituintes dos comportamentos coletivos, dos discursos, das ações sociais e das representações que constituem antagonismos
políticos no campo social. A Revista preocupa-se com o desenvolvimento deste
campo interdisciplinar de reflexão e prática investigativa, no qual os principais debates têm sido reunidos em torno de questões como o preconceito social,
diferentes formas de racismo e xenofobia, ações coletivas e movimentos
sociais, violência coletiva e social, socialização política, comportamento eleitoral, relações de poder, valores democráticos e autoritarismos, participação
social e políticas públicas, bem como os estudos sobre opinião pública e meios
de comunicação de massa. Reúnem-se, ainda, nestas preocupações, os estudos sobre análise de discursos e ideologias, de universos simbólicos e de práticas
institucionais. As questões referentes aos debates teóricos e metodológicos
neste campo são bem recebidas por este conselho editorial que tem a preocupação de debater cientificamente o aprofundamento das temáticas
constituintes da interface entre os aspectos políticos e os psicológicos. Lin
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REVISTA PSICOLOGIA POLÍTICA
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La AILPP y la Psicología Política en Ibero-Latinoamerica
A AILPP e a Psicologia Política
na Ibero-Latino-América
The AILPP and Political Psychology in Iberia and Latin America!
Silvina Brussino – UNC – Argentina Secretária General de la AILPP
omo Secretaria General de la Asociación Ibero Latinoamericana de Psicología Política (AILPP) me complace presentar este primer número monográfico de la Revista de Psicología Política que resulta del esfuerzo concertado entre la AILPP y la Asociación Brasilera de Psicología Política.
Dada la reciente conformación de la AILPP creo conveniente presentar la misma para poder apreciar de mejor manera la importancia que tiene este primer monográfico. La AILPP nació a partir de que un conjunto de colegas ibero-latino-americanos comprendiera que la coyuntura de la región, signada por enormes desigualdades pero también por profundos cambios sociopolíticos en curso, exigía un esfuerzo mancomunado por parte de la comunidad académica a los fines de colaborar en la generación de conocimientos relevantes y útiles para nuestros pueblos. Todo ello en el marco de procesos de producción científica con altos estándares de calidad, respeto por las normas éticas y un profundo compromiso social. Así, en el 2012 en el 1º Congreso Iberoamericano y el 2º Encuentro Ibero Latinoamericano de Grupos y Equipos de Investigación en Psicología Política, se crea la Asociación, se aprueban sus estatutos y se eligen por votación en Asamblea las autoridades de la Actual Comisión Directiva.
En este contexto, el objetivo principal que la AILPP persigue es el de promover el desarrollo y la progresiva institucionalización de la Psicología Política en la región, con una perspectiva que enfatiza el respeto por el pluralismo
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de ideas, teorías y metodologías. Así, la Asociación se propone congregar a grupos de investigación, enseñanza y/o aplicación, y a todos los que se interesen por el desarrollo de la Psicología Política. Asimismo, la AILPP intenta propiciar la creación de asignaturas vinculadas al área en carreras de grado y postgrado y la difusión y el intercambio del conocimiento y la práctica de la Psicología Política. Finalmente, y consecuente con el histórico interés de los psicólogos políticos por los acontecimientos socio-políticos de relevancia, la AILPP intenta incentivar y apoyar institucionalmente el desarrollo de acciones en el campo social, comunitario y político.
En este momento y como parte de los compromisos asumidos, estamos abocados a la organización del 2º Congreso Ibero Latinoamericano y 3º Encuentro Ibero Latinoamericano de Grupos y Equipos de Investigación en Psicología Política, “TERRITORIOS, FRONTERAS Y TRANSFORMACIÓN SOCIAL: ACCIONES Y DESAFIOS CONTEMPORANEOS” a realizarse en la ciudad de México, del 19 al 23 de Agosto del 2014, a cargo de la Dra. Graciela Mota como Presidenta del Comité Organizador. En esta nueva reunión de la AILPP, pretendemos continuar con el crecimiento sostenido de la Asociación y con el intercambio fructífero con los(as) profesionales y estudiantes que hoy investigan, enseñan, intervienen y piensan desde la Psicología Política.
Invitamos a todos los colegas de Ibero Latinoamérica a esta nueva convocatoria. Aprovecho la ocasión, también, para socializarles una herramienta que ponemos a su
disposición para optimizar y visibilizar el trabajo y la comunicación de la AILPP. Se trata del sitio web de la Asociación Ibero Latinoamericana de Psicología Política http://www.ailpp.org/ El sitio todavía se encuentra en construcción y lo continuaremos nutriendo a través de nuestro trabajo colectivo.
Finalmente, tal como lo señalan el Dr. Alessandro Soares da Silva y el Dr. Agustín Espinosa en su editorial, deseo subrayar que la AILPP se propone difundir los trabajos desarrollados por los miembros de la Asociación a través de las revistas existentes en Latinoamérica. Al respecto, los alentamos a leer, comentar, compartir y utilizar en sus cursos de grado y postgrado, cada una de las excelentes contribuciones que conforman este primer monográfico. Esperamos que un futuro próximo le sigan otros en esta misma revista o en otras como la Revista Electrónica de Psicología Política de la Universidad Nacional de San Luis (Argentina).
Este número es el resultado del trabajo dedicado y comprometido de nuestros editores y autores. ¡Felicitaciones a todos ellos!
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ABPP e AILPP Juntas Rumo ao México em 2014!
ABPP and AILPP Together Towards
Mexico in 2014!
ABPP y AILPP Juntas Rumbo al México em 2014!
Salvador A. M. Sandoval – PUCSP – Brasil Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Politica
o ano de 2012, podemos dizer que a Psicologia Política Brasileira cresceu e muito. Um importante exemplo disso foi o nosso VII Simpósio Brasileiro de Psicologia Política copresidido pelas colegas da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS – Drª. Aline Reis Calvo Hernández e Drª. Helena Scarparo. O Encontro teve lugar na agradável Serra Gaúcha, sendo a sede o encontra acolhedora cidade de São Francisco de Paula. Como não poderíamos deixar de fazer, agradecemos a comissão organizadora do evento e o povo de São Chico que nos recebeu com tanto carinho. Estiveram presentes pesquisadores e pesquisadoras de todo o País e lá elegemos o próximo local de nosso VIII Simpósio Brasileiro de Psicologia Política: a calorosa Goiânia. A cargo dessa tarefa está o Dr. Domênico Unhg Hur, professor da Universidade Federal de Goiás – UFG. Nosso simpósio visitará, pela primeira vez a região centro-oeste do Brasil, e esperamos que contribua para o desenvolvimento da Psicologia Política nessa porção do país da mesma forma que contribuiu para o crescimento do campo no Rio Grande do Sul. Prevemos que o mesmo deverá ocorrer em Maio de 2014.
Mas desejamos destacar nesta mensagem a todas e todos os(as) associados(as) da Associação Brasileira de Psicologia Politica – ABPP – que o presente número da Revista Psicologia Politica marca uma nova fase da Psicologia Política no Brasil. Esta se dá por meio de uma maior interlocução com psicólogos(as) políticos(as) dos outros países latino-americanos e da península ibérica na medida em que a comunidade de psicólogos(as) políticos(as)
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brasileiros(as) estão mais organicamente ligados(as) aos outros núcleos de psicologia politica no hemisfério e abre as oportunidades de maiores intercâmbios intelectuais e científicos na região por meio de vários esforços para forjar laços internacionais e de caráter Interdisciplinar.
Um primeiro passo se deu quando a Associação Brasileira de Psicologia Politica colaborou ativamente, juntamente como outros grupos de países latino-americanos, para a criação da nova Associação Ibero-Latino-Americana de Psicologia Politica – AILPP, fundada em Córdoba, Argentina em 2011. Hoje, os diferentes polos de pesquisa da região vêm, sob a coordenação da Drª Silvina Alejandra Brussino do Laboratório de Psicologia Cognitiva da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina, vigorosamente trabalhando para a estruturação dessa nova entidade científica internacional. E nesse processo a Associação Brasileira de Psicologia Politica continuam colaborando, prestando toda assistência para consolidar a AILPP.
Ao mesmo tempo, a nova associação ibero-latino-americana marco sua presença no cenário internacional da ciência ao realizar seu primeiro congresso na Pontifícia Universidade Católica do Peru no segundo semestre de 2012 presidido pelo Dr. Agustín Espinosa, presidente da comissão organizadora do evento. Nessa ocasião, pela primeira vez se congregaram especialistas de todos os países do continente para trocar informações de pesquisas, abrindo a oportunidade de planejar investigações comparativas internacionais.
Ao mesmo tempo em que sai a presente publicação da Revista Psicologia Politica, na Cidade do México a Drª. Graciela Motta Botelho, da Universidade Nacional Autônoma do México, se dedica aos trabalhos de organizar, junto com colegas mexicanos, o 2º Congresso Internacional da Associação Ibero-latino-Americana de Psicologia Política, o qual se realizara nessa cidade entre 19-23 de agosto de 2014. O segundo congresso promete ser um importante evento no desenvolvimento da Psicologia Política na América Latina na medida em que esse encontro será beneficiário do interesse no campo de Psicologia Politica despertado pelo primeiro congresso. Logo no inicio de 2014 aparecerá na internet o site do 2º Congresso de Psicologia Politica da AILPP e as datas para inscrição de trabalhos e mesas. Tomamos esta oportunidade de chamar a comunidade cientifica brasileira interessada em temas de Psicologia Politica a preparar sua participação no próximo congresso internacional.
Como parte dos esforços para consolidar os laços entre as comunidades cientificas de Psicologia Politica na América Latina o editor de nossa revista de Psicologia Política, Dr. Alessandro Soares da Silva, em colaboração com o editor da Revista Eletrónica de Psicologia Política (Argentina), Dr. Elio Rodolfo Parisi, vem traçando planos para editar em conjunto alguns números da revista como um primeiro meio de difusão internacional da produção cientifica dos pesquisadores do campo. No presente fascículo da Revista Psicologia Política vemos esse trabalho consolidado, pois este é um número fruto do trabalho coordenado da ABPP e da AILPP, conduzido pelos professores Silva (ABPP) e Espinosa (AILPP). Com isso, nesse ano de 2012 a Revista Psicologia Política passa oficialmente a ser quadrimestral e seu terceiro fascículo será sempre coeditado com nossa associação-irmã, a AILPP.
Este fato outorga à nossa Revista brasileira Psicologia Politica um status bastante diferenciado entre as outras revistas científicas nacionais em fazendo parte de uma rede de difusão científica internacional. Certamente, esses primeiros passos em coedição são pioneiros na construção de uma revista internacional latino-americana de Psicologia Politica dando a visibilidade à pesquisa e teorização dentro da Psicologia Politica, antes restrito às
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comunidades nacionais de Psicologia ou de Ciência Política. No entanto, hoje a nossa Revista se materializa como a porta-voz intelectual não só da ABPP, mas também da AILPP.
Finalizando, a publicação deste número da Revista Psicologia Politica é um acontecimento emblemático, resultado de um processo iniciado umas três décadas atrás no Brasil, quando da criação do campo de Psicologia Política, e que hoje ganha asas Ibero-Latino Americanas em se integrando a uma comunidade cientifica maior, muito além das fronteiras de nosso pais. Todos e todas que, ao longo desses anos, vêm se esforçando a contribuir para o campo psicopolítico no Brasil hoje podem ver no horizonte de 2014 um congresso internacional da Associação Ibero-Latino-Americana que também é parte de nossos esforços para consolidar nossa Associação Brasileira de Psicologia Politica. Colegas, Psicólogos(as) Políticos(as): vamos todos(as) ano que vem ao México para o 2º Congresso Ibero-Latino Americano de Psicologia Política!
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A Psicologia Política na Ibero-Latino-América: avanços e desafios de um campo emergente
Iberian and Latin American Poltical Psychology:
advances and challenges of an emerging field
La Psicología Política en Ibero-Latinoamérica: avances y desafíos de un campo emergente
Alessandro Soares da Silva – USP – Brasil
Editor Agustín Espinosa Pezzia – PUCP – Peru
Secretário de Publicações da AILPP
o marco da criação da Associação Ibero-Latino-Americana de Psicologia Política (AILPP), e após os encontros acadêmicos realizados em 2011 em Córdoba (Argentina) e em 2012 em Lima (Peru), o comitê editorial da Revista Psicologia Política (Brasil), comprometeu um número anual para a difusão de trabalhos desenvolvidos pelos membros da nascente associação, convertendo-se, assim em porta-voz tanto da Associação Brasileira de Psicologia Política – ABPP –, quanto da AILPP. Esta tarefa de trabalho coordenado entre nós representantes de ambas as associações possibilitou um conhecimento mais amplo não só das realidades de nossos países de origem, mas de uma parcela imensa de nossa ibero-latino-américa. Certamente, os textos que ora apresentamos não são leituras exaustivas das realidades locais de cada país ou mesmo dos temas que neles são abordados. Um artigo por mais sintético e efetivo que fosse não poderia abarcar toda a riqueza da produção nacional como se mereceria. Para isso, pensamos que é necessário que muitxs pesquisadorxs decidam tomar esse labor para si e, entre outras coisas, construir belos trabalhos sobre a história deste campo interdisciplinar. Mas dentro do que é possível a um periódico científico desejamos contribuir para que caminhemos nessa direção.
Desejamos que a produção dos diferentes grupos de psicologia política se veja refletido e acolhido neste periódico. Esperamos que mais intelectuais da região
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busquem a Revista Psicologia Política como locus preferencial de submissão de suas investigações, pois aqui não há censuras ideológicas, de posicionamentos epistêmicos e metodológicos ou de quaisquer outras naturezas. Aqui a única condição é que os manuscritos submetidos estejam claramente ligados à Psicologia Política e estes deixem claro em seu bojo qual é sua compreensão de Psicologia Política e/ou qual relação os temas foco da pesquisa guardam com este campo do saber. Conhecer as múltiplas leituras e compreensões da Psicologia Política é uma preocupação de ambas associações, visto que elas estão comprometias com a construção de uma psicologia política que compartilha das “incertezas das ciências sociais” como já pontuara Gustave Le Bon (1910) em seu clássico Psychologie Politique et Defénse Social. É com esse olhar que a Associação Brasileira de Psicologia Política, por meio do editor da revista, Dr. Alessandro Soares da Silva, abriu as portas deste periódico à AILPP e foi com esse mesmo espírito que, na pessoa do Dr. Agustín Espinosa Pezzia, Secretário de Publicações da AILPP, a nova associação-irmã acolheu a oferta e trabalhou intensamente para a materialização deste número com o qual abrimos essa feliz parceria.
Esperamos que os fascículos que virão a público anualmente possam refletir sempre as diferentes realidades nacionais e as múltiplas questões regionais que respeitam a pluralidade do campo psicopolítico produzido na Ibero-Latino-América. Isso procuramos reproduzir neste número dedicado principalmente ao chamado Estado da Arte do campo psicopolítico em diferentes países. E como se verá, cada um destes territórios está em etapas distintas de constituição e alguns se mostrarão mais disciplinares e herméticos e outros mais abertos e afeitos a práticas interdisciplinares. Essas diferenças são fundamentais para a compreensão e o estudo do desenvolvimento de uma Filosofia e História da Ciência aplicadas ao campo psicopolítico.
Não temos dúvidas de que isso é um desafio colossal, pois ainda há muito por descobrir a respeito das práticas e das práxis que se produziu individual e coletivamente, nos âmbitos local, regional, continental e global. Não podemos deixar de tratar em algum momento os consensos e dissensos vividos no interior mesmo da Psicologia Política e desta frente a Psicologia, a Psicologia Social, a Sociologia, a Política e a Antropologia, apenas para citar alguns encontros possíveis. Entre estes desentendimentos, inclusive, poderíamos destacar, por exemplo, as seguintes questões: seria a Psicologia Política uma disciplina; uma subdisciplina; uma maneira de aplicar a Psicologia Social; uma maneira de psicologizar os fenômenos políticos; uma maneira de politizar a psicologia ou seria ela um campo interdisciplinar onde, por ser território de fronteira, caracteriza-se pelos diálogos próprios dos interstícios disciplinares?! Essas poucas, mas importantes questões, esses pontos que podem distanciar ou aproximar grupos encontram-se no presente fascículo com uma vivacidade provocante.
Os poucos textos que são apresentados nesse fascículo da Revista Psicologia Política revelam as diversas faces deste espaço de encontros que caracteriza uma zona de fronteira, uma zona de passagens e, por conseguinte, de encontros e de diálogos. E essa é uma imagem que pode retratar esse número da nossa RPP: uma zona de passagens, de encontros e de diálogos. Isso porque encontramos aqui textos que se focam mais na psicologia como campo de pertinência da Psicologia Política e atribuem ao(a) psicólogo(a) a possibilidade de fazer Psicologia Política, fechando a outras áreas de saber esse fazer. Mas encontramos texto que rompem com quaisquer disciplinarismos e pensam na Psicologia Política como campo de conhecimento que transcende a lógica da disciplina e da disciplinarização do conhecimento,
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abrindo o fazer psicopolítico a quem queira dele se apropriar. Destarte, nos resta apenas falar de Psicologias Políticas. Se isso pode significar para alguns uma enorme fragilidade, para outros essa é a fortaleza do campo psicopolítico: a pluralidade e a diversidade de origens de sua comunidade científica, a qual possui um poder de diálogo que ajuda a não mais atomizar a construção social e política da realidade na contemporaneidade.
Como já adiantamos, este número que a continuação se apresenta compreende colaborações que analisam, sob perspectivas diversas, o estado da Psicologia Política no Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Portugal e Venezuela. A este esforço por difundir os alcances da Psicologia Política haveríamos que agregar os artigos correspondentes ao caso da Argentina publicado em 2010 e outro também sobre o México, mas publicado em 2002.
Uma revisão geral dos textos aqui apresentados dá conta de desenvolvimentos desiguais da Psicologia Política nestas nações. Elas são desiguais tanto por suas origens, como pela envergadura da produção acadêmica e a oferta formativa em Psicologia Política no interior delas. As publicações e produções iniciais de Psicologia Política aparecem no final do século XIX na Argentina com os trabalhos de Agustín Álvarez (1894, 1899) e nos albores do século XX com os trabalhos de Victor de Britto no Brasil e de Ricardo Salas Edwards (1914, 1925) no Chile. Porém, seu desenvolvimento realmente começará mais vivamente a fins dos anos de 1970 e inícios da década de 1980. Nesses tempos é que surgem os primeiros grupos de investigação dirigidos por Leôncio Camino, Salvador Sandoval e Silvia Lane no Brasil; de Maritza Montero, na Venezuela; e de Angél Rodrigues Kauth e de Orlando D’Ádamo, na Argentina. Também em meados dos anos de 1960 surgem matérias nos planos curriculares, mas apenas nos anos de 1990 elas se tornarão algo mais recorrente nos países da região como se poderá perceber neste conjunto de textos.
O manuscrito A Psicologia Política no Brasil: lembranças e percursos sobre a constituição de um campo interdisciplinar de Alessandro Soares da Silva (Universidade de São Paulo) nos mostra duas fases distintas da Psicologia Política no Brasil, as quais não guardam uma imediata conexão, pois as origens da segunda não estão alicerçadas na primeira. É como se a Psicologia Política tivesse nascido duas vezes neste país, uma pelas mãos de Victor de Brito (1908) e outra nos anos de 1980 com a formação de Grupos de Pesquisa em determinadas universidades que permitiram a formação de certa massa crítica e o surgimento sistemático da disciplina Psicologia Política nas grades curriculares, em especial, da graduação de Psicologia.
A partir desta base institucional nascem as condições para a se fundar a Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP) e a Revista Psicologia Política que o leitor atualmente tem em mãos. Nesse percurso trilhado pelo autor, fica claro que, no Brasil, o caráter interdisciplinar é constitutivo de ambas as fases. É patente que, segundo o texto, as personagens que fazem a Psicologia Política nesse país são de origens diversas e se pautam, majoritariamente, por uma postura que vê nela um campo interdisciplinar, um espaço transfronteiriço de diálogo ou mesmo uma “disciplina interdisciplinar”, fugindo da defesa mais tradicional de disciplina hermeticamente conceituada.
Na Colômbia, os trabalhos primeiros na Psicologia Política se encontram entre as décadas de 1960 e 1970, como apontam Nelson Molina Valéncia e Marinella Rivera Escobar (Universidad del Valle) no texto Psicología Política en Colombia: revisión de acontecimientos fundantes e históricos. Os aportes de José Miguel Salazar são relevantes, visto que sua obra exerce una influencia fundamental na Psicologia da América Latina, o que
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se notará no trabalho de outros destacados autores como Maritza Montero (Venezuela), Ángel Rodriguez-Kauth (Argentina) e Pablo Fernandez-Christilieb (México), entre outros.
A revisão histórica realizada apresenta ao(a) leitor(a) o surgimento da Psicologia Política na Colômbia desde 1973 até 2012 e um balanço das publicações, temas, autores e regiões do país nas quais esses trabalhos foram produzidos. Um olhar marcadamente psicossocial é o que marca a produção colombiana, pois a investigação e a intervenção que lá se realizam funda-se em marcos da psicologia social, comunitária e da libertação, ainda que outros posicionamentos das ciências sociais também sejam encontrados. Mas certo é que nesse contexto se reivindica o papel político do psicólogo no seu exercício como cidadão, acadêmico e profissional, o que faz com que a psicologia política se confunda, por vezes, com psicologia militante.
Um desenvolvimento tardio do campo e menos claro acontece tanto no Chile quanto no Peru. Em ambos os casos a Psicologia Política não logra desmarcar-se da Psicologia Social, visto que a abordagem de temáticas e leituras relevantes sobre distintos fenômenos e processos políticos dão conta de um ponto de amadurecimento ainda incipiente.
Assim, o artigo La Psicología Política como momento de la Psicología Social en Chile: desplazamientos conceptuales y temáticos propõe entender a psicologia política como um momento da psicologia social, que se articula de maneira diferente com as dimensões da “política e o político” a partir das mudanças históricas da sociedade. Deste modo, o texto trata de um conjunto de pesquisa de corte psicossocial cuja importância política permite pensar em uma Psicologia Política Chilena. Este texto foi produzido pelos professores Juan Sandoval, Fuad Hatibovic (ambos da Universidad de Valparaíso) e Manuel Cárdenas (Universidad Católica del Norte).
Já o manuscrito De una Psicología Social de Fenómenos Políticos al desarrollo de la Psicología Política en el Perú da lavra de Agustín Espinosa, Rosa María Cueto e Mathias Schmitz (Pontificia Universidad Católica del Perú) identifica cinco linhas temáticas que receberam maior atenção e difusão no país: processos de formação da identidade nacional; análise das dinâmicas intergrupais num país socialmente diverso, com ênfase nos estereótipos, preconceitos e discriminação; processos de recuperação da memória coletiva com ênfase nos processos de violência política e social e suas consequências psicossociais; processos de participação social e ação coletiva; análise da ideologia política, seus conteúdos, estrutura e relação com distintos processos psicológicos e sociais.
O artigo Psicología Política en México: aportes curriculares para un campo de formación profesional, escrito por Graciela Aurora Mota Botello (Universidad Nacional Autónoma de México) atualiza o Estado da Arte da Psicologia Política aqui publicado em 2012 pela mesma autora. Ela busca neste novo texto aprofundar o debate sobre a importância de se manter um compromisso permanente com a formação profissional em termos de atualização no campo da psicologia política e da disciplina psicológica. Em geral este trabalho desenvolve a reflexão conceitual e a aplicação dos conhecimentos, técnicas e metodologias de desenho curricular aplicadas à psicologia política.
Na mesma linha encontramos o texto Psicologia política em Portugal: a importância de cruzar fronteiras. Este manuscrito escrito por Maria Fernandes-Jesus, Pedro D. Ferreira e Isabel Menezes (Universidade do Porto) mostra uma clara diferença com a tradição hispano-americana com um corte mais disciplinar. Como no Brasil, Portugal também guarda vivo o carácter interdisciplinar da Psicologia Política. Este é claramente reconhecido, enquanto que
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nas demais nações abordadas nesse fascículo a Psicologia Política assimilou, e posteriormente adaptou teorias e métodos de distintas aproximações psicológicas provenientes de Europa e Estados Unidos sendo o cruzar de fronteiras mais frágil.
Na perspectiva adotada no artigo a Psicologia Política é vista como resultante da pluralidade tanto disciplinar quanto teórica e metodológica, os quais provêm de diversas áreas. As ciências sociais guardam um papel privilegiado nesse quadro, seja porque ora assumem a interface entre psicologia e política, seja porque se volta à questão do poder, da participação e da opressão nas dinâmicas psicopolíticas que permitem compreender os fenômenos relativos, por exemplo, à marginalização e a mudança social.
O artigo (In)Visibilidad de la Psicología Política en Venezuela da autoria de Yorelis Acosta (Universidad Central de Venezuela) faz uma leitura do campo marcadamente psicológica, atribuindo centralidade ao fazer psi de psicólogos. Nesse sentido, esse é o texto que mais se aproxima de um olhar disciplinarizador ou mesmo subdisciplinar da Psicologia Política. A autora define a Psicologia Política como sendo a interação entre os fenômenos e processos políticos e os fenômenos psicológicos e faz sua reflexão com base na produção acadêmica da psicologia venezuelana desde os anos de 1960 até 2011, sobretudo a partir da produção da graduação e da pós-graduação em psicologia.
Um olhar atento a esse conjunto de textos permitirá ao leitor verificar que, apesar das diferentes aproximações epistemológicas e teóricas observadas em cada país, a Psicologia Política ibero-latino-americana aborda problemas e compartilha um conjunto de desafios que necessitará uma melhor e maior integração regional para a sua resolubilização. Assim, entre as linhas mais frequentemente encontradas estão os estudos que analisam o impacto do passado de violência política vividas pelas vítimas diretas e mesmo seu reflexo na opinião pública. Essa realidade é visível na produção da Argentina, do Chile, da Colômbia e do Peru, mas também pode ser encontrada no Brasil. Adicionalmente se analisou as relações e assimetrias de poder existentes nestas nações e como estas produzem ativismo social e movimentos políticos que buscam transformar a inequidade presente nelas, bem como promover políticas de inclusão social. Esta dimensão é bastante presente nos textos sobre Argentina, Brasil, México e Portugal. Mas claro está em todos os textos até aqui apresentados que os problemas de invisibilização política e acadêmica da Psicologia Política é um ponto comum a todos os países da região e trazem não só sérias implicações para o desenvolvimento deste campo, mas também elementos que podem trazer consequências na construção de sociedades mais justas. Estamos certos que o fortalecimento de nossas ABPP e AILPP pode significar passos rumo à construção de uma comunidade científica mais atuante junto aos povos da região e preocupada em enfrentar os dilemas que dificultam a construção desse mundo melhor.
A margem da análise da situação da Psicologia Política nesses sete países, o presente número inclui três artigos mais que nos permitem observar tanto uma pluralidade teórica existente na região como também metodológica. O primeiro destes manuscritos é o texto Teorias dos Movimentos Sociais e Psicologia Política da autoria de Felipe Corrêa e de Marco Antonio B. de Almeida (Universidade de São Paulo). Focar, desde a Psicologia Política, nas teorias dos movimentos sociais é destacar a dimensão interdisciplinar de campo de estudos do poder. Voltar-se para os movimentos sociais remete a quem pesquisa a análise de como atores políticos relevantes desempenham um papel central nas relações de poder contemporâneas. Para tanto, os autores destacam a relevância das esferas econômica, política/jurídica/militar e
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cultural/ideológica que exigem um posicionar-se hermenêutico interdisciplinar e que atente para os elementos racionais/objetivos e emocionais/subjetivos.
O segundo trabalho escrito por Frederico Alves Costa (Universidade Federal de Minas Gerais) intitula-se A Mudança Social no Contexto de uma Pluralidade de Sujeitos Políticos: contribuições teóricas de Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Slavoj Zizek para a Psicologia Política. Neste artigo, o autor reforça a tradição que concebe a Psicologia Política como um campo de fronteiras disciplinares. Ao fazê-lo ele busca refletir acerca da mudança social com base nas obras de Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Slavoj Zizek, o que lhe permite realizar um olhar sobre o tema que considera as condições histórico-políticas contemporâneas e faz a crítica à politização de diferentes formas de hierarquias sociais. Nesse sentido, o texto faz um chamamento às ciências humanas para que se debrucem na análise da mudança social como emancipação.
Finalmente, o terceiro artigo corresponde ao trabalho premiado na I Reunião de Grupos e Equipes de Psicologia Política realizado em Córdoba, Argentina, em 2011. Trata-se do trabalho de Edgardo Etchezahar (Universidad de Buenos Aires), o qual compreende um exaustivo estudo de validação da escala de Autoritarismo de Direita (RWA em Inglês) a partir de uma mostra argentina. Em Las dimensiones del autoritarismo: análisis de la escala de autoritarismo del ala de derechas (RWA) en una muestra de estudiantes universitarios de la Ciudad de Buenos Aires o autor revisa estudos recentes que indicam uma inconsistência na proposta teórica original, visto que o autoritarismo é composto de três dimensões distintas. Assim, propõe-se ser contraditório pensar a escala RWA original como unidimensional.
Este número fecha com duas belas resenhas sobre livros que debatem a Psicologia Política. A primeira resenha de Jorge Alberto Machado (Universidade de São Paulo) A Psicologia Política na Encruzilhada Humana sobre o livro Psicologia Política: debates e embates de um campo interdisciplinar organizado por Marco Antonio Bettine de Almeida, Alessandro Soares da Silva e Felipe Correa (2012). O destaque deste livro é o fato de apontar para as diferentes leituras sobre a Psicologia Política aplicadas a diferentes contextos e que se apoiam em distintos caminhos teórico-metodológicos, sendo a interdisciplinaridade o eixo norteador da obra. A segunda resenha chama-se A Psicologia Política e a Ação Pública e é de autoria de Aline Borges do Carmo (Universidade de São Paulo). A autora trata da obra de Mirta González Suárez (2008) intitulada Psicologia Política. O interessante deste livro é o fato de não se assemelhar aos tradicionais manuais ou coletâneas e sim dedicar-se ao estudo de um enfoque psicopolítico do poder a partir da reflexão sobre as políticas públicas como a ação pública e o exercício pleno da cidadania enquanto ação política.
No que concerne à RPP vale dizer que no ano de 2012 nosso trabalho de editoração contou não só com o apoio da AILPP no presente fascículo, mas com o inestimável trabalho de 131 pareceristas advindos da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, França, Paraguai, Peru, Portugal, Venezuela e, é claro, Brasil. Não é somente nos nossos mais de 30 textos publicados na RPP que vemos os esforços regionais para a produção da revista, também encontramos apoio e estímulo entre xs colegas que, desde suas universidades espalhadas pelo mundo, encontram tempo para o labor de avaliar os manuscritos que nos chegam. Neste ano de 2012 publicamos artigos vindos da Argentina, do Chile, da Colômbia, da Costa Rica, da Espanha, da Itália, do Peru, de Portugal, da Venezuela e do Brasil. Publicamos trinta manuscritos, quatro resenhas e recebemos um total de 91 textos submetidos em 2012.
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Esperamos que este número da Revista Psicologia Política seja um material inspirador e útil para que possamos conhecer melhor este campo tão dinâmico e potencialmente cheio de atrativos para o exercício profissional e científico. Esperamos também poder contar com a ajuda de todxs para que a Revista Psicologia Política seja ainda mais conhecida, procurada para a publicação de textos inéditos, bem como para que os artigos que aqui são publicados também sejam consultados e citados em outras produções da autoria de quem faz parte da comunidade de interessados na Psicologia Política Ibero-Latino-Americana!
Boa leitura!