Simbol is Mo

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Simbolismo Nossa sociedade est repleta de smbolos. Smbolo aquilo que usamos para representar algo.

"Descrever um objeto suprimir trs quartos da fruio de um poema, que feito da felicidade de adivinhar, pouco a pouco. Sugeri-lo, eis o sonho." (Mallarm)

Mallarm: Nascido em Paris em 1842, o poeta simbolista Stphane Mallarm (nome literrio de tienne Mallarm), foi professor de ingls durante cerca de 30 anos. Seus primeiros poemas apareceram na dcada de 1860.Alquimista das palavras, Mallarm defendia teorias poticas que iam na contramo do que era consagrado em sua poca. No se faz um poema com ideias, mas com palavras, dizia ele. Com isso, queria assinalar que o poema deve ser visto como um objeto em si mesmo. Ele tambm dizia que "um poema um mistrio cuja chave deve ser procurada pelo leitor". com essa mesma ideia que ele fecha o seu poema experimental: "Todo Pensamento emite um Lance de Dados".BRISA MARINHA

Traduo: Augusto de Campos

A carne triste, sim, e eu li todos os livros.Fugir! Fugir! Sinto que os pssaros so livres,brios de se entregar espuma e aos cus [ imensos.Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,Impede o corao de submergir no mar noites! nem a luz deserta a iluminarEste papel vazio com seu branco anseio,Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.Eu partirei! Vapor a balouar nas vagas,Ergue a ncora em prol das mais estranhas [ plagas!

Um Tdio, desolado por cruis silncios,Ainda cr no derradeiro adeus dos lenos!E possvel que os mastros, entre ondas ms,Rompam-se ao vento sobre os nufragos, sem [ mas-Tros, sem mastros, nem ilhas frteis a vogar...Mas, meu peito, ouve a cano que vem do [ mar!

. Quadro A morte do escavador. Carlos Schwabe. (1877-1927) foi umpintor simbolista alemo

Nos textos simbolistas, ocorrem comumente referncias a coisas misteriosas, vagas, msticas, que o poeta encontra no mundo em que mergulha, no mundo do inconsciente.Os simbolistas procuram transmitir uma realidade que no foi obtida atravs da lgica, mas da intuio.A poesia aproxima-se da msica; apresenta palavras ambguas; a realidade vaga e imprecisa.o artista sugere, no narra, nem descreve.

Em PortugalEugnio de Castro: Oaristos.Antnio Nobre: S.Camilo Pessanha: No BrasilCruz e Sousa: publicao em 1893 de Missal (prosa) e Broquis (poesia).

Alphonsus de Guimares: Camila PessanhaCrepuscular

H no ambiente um murmrio de queixume,De desejos de amor, dais comprimidos...Uma ternura esparsa de balidos,Sente-se esmorecer como um perfume.

As madressilvas murcham nos silvadosE o aroma que exalam pelo espao,Tem delquios de gozo e de cansao,Nervosos, femininos, delicados.

Sentem-se espasmos, agonias dave,Inapreensveis, mnimas, serenas...--- Tenho entre as mos as tuas mos pequenas,O meu olhar no teu olhar suave.

As tuas mos to brancas danemia...Os teus olhos to meigos de tristeza...--- este enlanguescer da natureza,Este vago sofrer do fim do dia.

Eugnio de CastroTua frieza aumenta o meu desejo:fecho os meus olhos para te esquecer,mas quanto mais procuro no te ver,quanto mais fecho os olhos mais te vejo.

Humildemente atrs de ti rastejo,humildemente, sem te convencer,enquanto sinto para mim crescerdos teus desdns o frgido cortejo.

Sei que jamais hei de possuir-te, seique outro feliz, ditoso como um reienlaar teu virgem corpo em flor.

Meu corao no entanto no se cansa:amam metade os que amam com espr'ana,amar sem espr'ana o verdadeiro amor.

Florbela Espanca EuEu sou a que no mundo anda perdida,Eu sou a que na vida no tem norte,Sou a irm do Sonho, e desta sorteSou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de nvoa tnue e esvaecida,E que o destino amargo, triste e forte,Impele brutalmente para a morte!Alma de luto sempre incompreendida! ...

Sou aquela que passa e ningum v ...Sou a que chamam triste sem o ser ...Sou a que chora sem saber porqu ...

Sou talvez a viso que Algum sonhou,Algum que veio ao mundo pra me verE que nunca na vida me encontrou!Cruz e SousaAusncia MisteriosaUma hora s que o teu perfil se afasta,Um instante sequer, um s minutoDesta casa que amo -- vago lutoEnvolve logo esta morada casta.Tua presena delicada bastaPara tudo tornar claro e impolutoNa tua ausncia, da Saudade escutoO pranto que me prende e que me arrastaSecretas e sutis melancoliasRecuadas na Noite dos meus diasVm para mim, lentas, se aproximando.E em toda casa, nos objetos, erraUm sentimento que no da TerraE que eu mudo e sozinho vou sonhando.