27
Pausa Pausa Moacyr Scliar Profª Simone T. Costa

Simone t costa

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Simone t costa

PausaPausaMoacyr Scliar

Profª Simone T. Costa

Page 2: Simone t costa

Texto: Pausa – Moacyr Scliar

Público-alvo: Sexta série (Sétimo ano) do Ensino Fundamental Objetivos:- Revisar os elementos da narrativa, estudados, de acordo com o Currículo do Estado de São Paulo, na série/ano anterior;- Produzir carta (texto da tipologia textual relatar);- Estimular o respeito entre os colegas da turma.

Page 3: Simone t costa

Primeira aula

- Leitura Inicial

Page 4: Simone t costa

-O que é Pausa?

Page 5: Simone t costa

-O que se pode esperar de um texto com esse título: “Pausa”?

Page 6: Simone t costa

Segunda Aula

-Leitura do texto “Pausa” (até o parágrafo 19)

-Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:

— Vais sair de novo, Samuel?

Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.

— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido,secamente

Page 7: Simone t costa

Ela olhou os sanduíches:

— Por que não vens almoçar?

— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.

A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:

— Volto de noite.

As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.

Page 8: Simone t costa

Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:

- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...

- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.

- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.

Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:

- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.

Page 9: Simone t costa

- Refletindo

-O que acontecerá agora?

-O que Samuel foi fazer nesse hotel?

- Produção escrita – Parte 1

-Escreva uma carta para a esposa de Samuel contando o que você imagina que acontecerá. Onde o marido está e o que fará nesse lugar.

Page 10: Simone t costa

Terceira aula

-Continuação do texto

-Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido;com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.Dormir.

Page 11: Simone t costa

Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.

Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.

Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente:ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Page 12: Simone t costa

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.

- Já vai, seu Isidoro?

- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou,conferiu o troco em silêncio.

- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.

- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.

- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem,rindo.

Samuel saiu.

Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante,ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

Page 13: Simone t costa

- Refletindo

-Gostaram do texto?

- Por qual motivo Samuel faz isso?

- Fizemos alguns julgamentos errados?

-Produção escrita – Parte 2

-Escreva uma nova carta para a esposa de Samuel explicando o que, realmente, o marido faz.

Page 14: Simone t costa

Quarta aula

Análise dos elementos da narrativa:

- Tempo: cronômetro, rotina;- Espaço: casa (conforto), hotel (desconfortável);

- Personagens: Samuel e esposa;- Narrador: Terceira pessoa observador;- Enredo: desperta a curiosidade do leitor.

Page 15: Simone t costa

Quinta aula

- Refletiremos sobre o tempo apresentado no texto. Samuel segue uma rotina: levanta no mesmo horário e todos os dias pratica as mesmas ações, inclusive, aos finais de semana.

- Observaremos outros textos que falam sobre o mesmo tema.

Page 16: Simone t costa

Circuito FechadoRicardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina,sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.

Page 17: Simone t costa

Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

http://cesargiusti.bluehosting.com.br/Contos/textos/circuito.htm

Page 18: Simone t costa

CotidianoChico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:Me sacode às seis horas da manhã,

Me sorri um sorriso pontualE me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidarE essas coisas que diz toda mulher.

Diz que está me esperando pr'o jantarE me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;Meio-dia eu só penso em dizer não,

Depois penso na vida pra levarE me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,Ela pega e me espera no portão

Diz que está muito louca pra beijarE me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;

Page 19: Simone t costa

Meia-noite ela jura eterno amorE me aperta pr'eu quase sufocar

E me morde com a boca de pavor.Todo dia ela faz tudo sempre igual:Me sacode às seis horas da manhã,

Me sorri um sorriso pontualE me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidarE essas coisas que diz toda mulher.

Diz que está me esperando pr'o jantarE me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;

Page 20: Simone t costa

Meio-dia eu só penso em dizer não,Depois penso na vida pra levarE me calo com a boca de feijão.

Seis da tarde, como era de se esperar,Ela pega e me espera no portão

Diz que está muito louca pra beijarE me beija com a boca de paixão.

Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;Meia-noite ela jura eterno amorE me aperta pr'eu quase sufocar

E me morde com a boca de pavor.Todo dia ela faz tudo sempre igual:Me sacode às seis horas da manhã,

Me sorri um sorriso pontualE me beija com a boca de hortelã.

http://letras.mus.br/chico-buarque/82001/

Page 21: Simone t costa

TédioBiquini Cavadão

Alô!Sabe esses dias

Em que horas dizem nadaE você nem troca o pijama

Preferia estar na camaUm dia, a monotoniaTomou conta de mim

É o tédioCortando os meus programas

Esperando o meu fim...(Refrão)

Page 22: Simone t costa

Sentado no meu quartoO tempo vôa

Lá fora a vida passaE eu aqui à tôa

Eu já tentei de tudoMas não tenho remédio

Prá livrar-me desse tédio...Vejo o programa

Que não me satisfazLeio o jornal que é de ontem

Pois prá mim, tanto fazJá tive esse problema

Sei que o tédioÉ sempre assimSe tudo piorar

Não sei do que sou capaz...(Refrão)

Page 23: Simone t costa

Vejo o programaQue não me satisfaz

Leio o jornal que é de ontemPois prá mim, tanto fazJá tive esse problema

Sei que o tédioÉ sempre assimSe tudo piorar

Não sei do que sou capaz...(Refrão)Tédio!

Não tenho um programaTédio!

Esse é o meu dramaO que corrói é o tédioUm dia eu fico cego

Me atiro deste prédio...

http://letras.mus.br/biquini-cavadao/44605/

Page 24: Simone t costa

Atividade oral

- O que os textos possuem em comum?

- Vocês possuem uma rotina (levantar, ir à escola...)?

- É importante estabelecer uma rotina?

-A vida se tornará chata tendo uma rotina?

- Ela poderá “ser quebrada”, ou seja, às vezes, pode-se fazer algo diferente?

Page 25: Simone t costa

Sexta aula

-Debate: o julgamento, a fofoca que as pessoas costumam fazer sobre as outras sem, muitas vezes, conhecerem a verdade dos fatos, é correto?

- Vocês fazem isso?

- O que vocês pensam sobre o assunto?

Page 26: Simone t costa

Sexta aula

- Apresentação da pesquisa (solicitada em aula anterior):

- Vida e obra do Autor “Moacyr Scliar”

- O que é fofoca?

-Conversar com familiares e amigos para conhecer histórias de pessoas que sofreram calúnias (fofocas)

Page 27: Simone t costa

Sétima aula

- Escreva um relato contando sobre uma fofoca que fizeram sobre você ou sobre alguém que você conheça.