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SIMPLESMENTE DISCÍPULOS Formação de liderança para pequenos grupos Fé fora do templo

Simplesmente discípulos

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Ao longo da história do Cristianismo, a razão de ser do chamado ao discipulado manteve-se viva, mesmo que muitas vezes sufocada pela falta de clareza e visão dos líderes cristãos, que se renderam às necessidades institucionais, deixando de lado seu propósito principal: fazer discípulos. Se alguém entende de discipulado, esse alguém é Jesus! Ele escolheu doze homens, dentre os que o seguiam, para derramar sobre eles o seu estilo de vida. O plano era simples, e ainda o é: conviver com os doze discípulos, ensinando, por palavras e atitudes, a vontade do Pai. Não há plano B, nem método infalível; é o compromisso com Jesus e com nosso próximo que nos permitirá cumprir nossa missão. Autores: Reverendo Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo e Seminarista Eduardo Henrique Chagas (3, 6, e 10)

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SIMPLESMENTE DISCÍPULOSFormação de liderança para pequenos grupos

Fé forado templo

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O encontro do Pequeno GrupoAcolhidA

Tempo: 15 minutos. Momento informal para acolher e criar o ambiente propício para o louvor e edificação. Não se disperse, o foco são as pessoas. Importe-se com elas.

AdorAção

Tempo: 15 minutos. Momento de chamar todos para, juntos, louvarmos ao Senhor. Ore no início, assim, você já atrai a atenção de todos. Providencie um material impresso, com letras, para que todos possam cantar. Escolha previamente os cânticos do encontro, mas não deixe de aceitar sugestões.

EdificAção

Tempo: 20 minutos. Agora é hora de Deus falar ao nosso coração. Mantenha o foco nas pessoas. Lembre-se, o roteiro é um guia para conduzir as pessoas a se abrirem e falarem de suas necessidades. Incentive a participação das pessoas. Procure usar uma Bíblia de linguagem acessível (Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Nova Versão Internacional e Bíblia A Mensagem são bons exemplos)

compArtilhAr

Tempo: 10 minutos. Momento de contar as bênçãos da semana e também de orar por questões específicas. Estimule as pessoas a falarem, enfatize a importância do compromisso que cada um tem com o outro e de que, no grupo, há um ambiente seguro de compartilha e apoio mútuo.

AvAliAção

Tempo: 15 minutos. Este momento é exclusivo nos roteiros de treinamento de líderes, como este que você tem em mãos. O objetivo não é criticar, mas sim edificar. Por isso, encontre um tom amigável para avaliar o Líder do dia. Alguns pontos a serem observados: postura, pontualidade, condução geral, preparo antecipado, domínio do assunto abordado, condução das participações dos demais.

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IntroduçãoAo longo da história do Cristianismo, a razão de ser do chamado ao dis-cipulado manteve-se viva, mesmo que muitas vezes sufocada pela falta de clareza e visão dos líderes cristãos, que se renderam às necessidades institu-cionais, deixando de lado seu propósito principal: fazer discípulos

Se alguém entende de discipulado, esse alguém é Jesus! Ele escolheu doze homens, dentre os que o seguiam, para derramar sobre eles o seu estilo de vida. O plano era simples, e ainda o é: conviver com os doze discípulos, ensinando, por palavras e atitudes, a vontade do Pai. Não há plano B, nem método infalível; é o compromisso com Jesus e com nosso próximo que nos permitirá cumprir nossa missão.

Jesus chamou seus discípulos e providenciou para que eles experimentas-sem o que é viver com ele. Ele não os chamou do nada. Pescou com Pedro, Tiago e João; foi a uma festa na casa de Mateus; ou seja, interagiu com eles e convidou-os a segui-lo. Não foi um chamado despropositado, mas, sim, sabendo bem quem ele estava convidando. Não eram desconhecidos; eram pessoas com quem ele havia convivido.

Uma vez chamados, os discípulos são edificados. O que é edificar um discí-pulo? É o que Jesus fez, segundo o relato do evangelista Lucas nos capítulos 7 e 8 de seu Evangelho. Eles aprenderam a ter uma visão eterna, a viver com alegria, a amar os inimigos, a não julgar os outros e a produzir frutos em suas vidas. O objetivo é perceber que fomos chamados e somos edificados e enviados para mostrar o estilo de vida de Jesus. A conclusão deste estudo é tão simples quanto a missão: ser cristão é ser simplesmente discípulos.

Autores: Reverendo Giovanni Campagnuci Alecrim de Araújo e Seminarista Eduardo Henrique Chagas (3, 6, e 10)

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01 | Chamados para um determinado fim

Lucas 5.1-11

pArA comEço dE convErsA

» Você já recebeu uma missão especial? Como foi realizá-la? » Como você reage quando recebe uma ordem?

introdução

Discípulos são chamados para um determinado fim - Jesus não nos chama à toa. Ele não nos escolhe por acaso. Mas não estamos sós nesta jornada. O Espírito Santo de Deus está conosco. Jesus caminha com a gente e Deus nos fortalece na caminhada. Um barco, uma rede, um pescador e um mila-gre que mudou a história da humanidade - Esta é a síntese do texto base de hoje. Uma passagem que nos mostra como o serviço e a obediência nos dão a perspectiva do que Deus tem para nós e, mais, revelam-nos que discípulos são chamados para um determinado fim.

dEsEnvolvimEnto

Servir ao mestre: muitos pensam que servir é vir ao culto ou participar de uma igreja. Não! Jesus não nos quer por apenas algumas horas da semana. Ele nos quer por completo e prontos a servir. Você está pronto a servir? Se Jesus lhe pedisse, hoje, o seu barco, você estaria pronto para cedê-lo ao mestre? E, se ele lhe pedisse seu coração, você estaria disposto a dá-lo ao Senhor? Coração posto em Jesus é coração pronto a servir. Servir não por interesse, mas por amor, por ser alvo do amor e da graça de Deus. Somos servos do mestre.

Obedecer ao chamado: A obediência de Pedro não foi cega. Foi consciente. Tão consciente que ele ainda diz a Jesus que havia lançado a rede a noite toda, mas que ele confiava na ordem de Jesus e, firmado nesta confiança, lançaria sua rede. É uma obediência voluntária e consciente. É o reconheci-mento de que aquele que estava diante dele não era uma pessoa qualquer. E isto se confirmou depois que puxaram as redes: “Senhor, afaste-se de mim. Sou um pecador e o Senhor é santo demais para mim. Deixe-me sozinho”.

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Só somos agentes dos milagres de Deus quando somos obedientes à suas ordens. Todo milagre nos leva a reconhecer a nossa condição de pecadores indignos da presença do Senhor de nossa vida. Todo milagre não é um fim em si mesmo, mas, sim, uma ação de Deus para nos dar a perspectiva do futuro.

Perceber a perspectiva do futuro: Impactado pelo que presenciou, Pedro se vê indigno, pecador e impuro. No entanto, a palavra de Jesus é mansa e serena: “Não há o que temer”. Do milagre da pesca maravilhosa surge uma nova perspectiva, com objetivos muito mais audaciosos que a pesca dos peixes: “De agora em diante, você vai pescar pessoas”. Jesus não te chamou para preencher um espaço no banco desta igreja. Ele chamou para pescar vidas para Deus. Ir à igreja aos domingos não é a razão do nosso chamado, mas consequência dele. Ir à igreja aos domingos é para adorar e bendizer, aprender e crescer, mas é no dia a dia que somos chamados a viver este amor tão grande que nos trouxe da morte para a vida.

AplicAção

Discípulos são chamados para um determinado fim: pescar homens ou, em outras palavras, fazer discípulos. É nossa missão lançar as redes e buscar tantos quantos o Senhor nos der. Para isto, precisamos obedientemente servir ao nosso Mestre. Só assim teremos a dimensão do que Ele tem para nós em seu Reino. Discípulos são chamados ao discipulado e o culto é uma consequência deste chamado, não o fim dele. Dê um passo a mais na sua relação com Jesus. Saia da condição de espectador na margem do lago, e deixe-o subir em seu barco e mostrar onde deves lançar as redes.

GrAvAndo no corAção » É importante conhecer a quem se convida para caminhar com Cristo? » Quando é que nos tornamos empecilho para o crescimento da igreja? » Como a confiança de Pedro em Jesus pode nos auxiliar na evangelização?

» Como podemos “pescar vidas”? » Como podemos exercitar o amor para com aquele amigo ou parente “impossível de amar”?

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02 | Chamados imperativamenteLucas 5.27-28

pArA comEço dE convErsA » Seus pais costumavam te responder com um “porque eu estou mandando?” Como você reagia?

introdução

Discípulos são chamados imperativamente. Não quero te frustrar logo de cara, mas não temos opção diante do chamado de Jesus. Dizer não é assu-mir as consequências da desobediência a Deus. Dizer sim é experimentar o que nem sonhamos e imaginamos que Deus tem reservado para aqueles que o amam. Jesus não nos chama para o exílio social, tão pouco para nos calarmos diante das injustiças sociais. Ele nos chama a unir nosso canto com aqueles que caminham distantes dos direitos básicos de nossa socie-dade. Ele nos chama para a transformação.

dEsEnvolvimEnto Ele chama os improváveis: Mateus era um cobrador de impostos, conheci-do popularmente, naquela época, como publicano. Os judeus odiavam os publicanos. Tinham aversão a eles, por conta do contato que tinham com pessoas pagãs, pelo fato de manusearem moedas com a insígnia do impera-dor e por não respeitarem a Lei, inclusive a do sábado. É Mateus que Jesus chama e ele se levanta e o segue. Ele segue sem hesitar. Chama atenção o fato de que ele precisou largar tudo, absolutamente tudo, para seguir Jesus, inclusive sua profissão. André e Pedro eram pescadores e não o deixaram de ser quando foram chamados por Jesus. Mateus precisou largar sua pro-fissão. Não podia ser cobrador de impostos e seguidor de Jesus porque ser cobrador de impostos implicava em servir e cultuar ao imperador.

Ele nos chama para ir com ele: O chamado de Jesus é direto: “Venha comigo”. Não é um chamado cheio de justificativas ou passos a cumprir para seguir a Jesus. É simples e direto: “Venha comigo”. Também não é opcional: “Se quiser, venha comigo”. É imperativo. O imperativo é usado para manifestar ordem. Há, no uso do imperativo, uma expectativa pela realização do que se impõe como ordem. De certa forma, o imperativo

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porta um sentido de futuro com ele. É o que Jesus faz com Mateus: chama-o, esperando seu cumprimento. “Venha comigo” - Temos aqui a essência do chamado cristão. Não é “vá à igreja”, “vá orar”. É “venha comigo”. Não é sozinho; é junto. Todo chamado de Jesus é uma ordem à comunhão com ele e com seus discípulos.

Ir com ele é deixar tudo para trás: impressiona Mateus levantando-se da coletoria e deixando tudo para trás. Como dissemos anteriormente, ele não poderia ser discípulo e cobrador de impostos. A atitude de Mateus é a ex-pressão da convicção de que ele carecia de uma mudança de vida e, mais ainda, é a resposta exata de quem é obediente à voz de Jesus. Não se pode ouvir o chamado de Cristo e ficar indiferente a ele. O que é preciso deixar para trás? Mateus deixou sua profissão, a fonte de seu sustento. É uma mu-dança total de vida, de conceitos, de entendimento do que é a vida e do que é viver com Jesus. O que você precisa deixar para trás?

AplicAção

Mateus foi chamado imperativamente por Jesus. Não há opção. É sim, e desfrutar das bênçãos que Deus tem reservadas para aqueles que o temem, ou não, e sofrer as consequências da nossa desobediência. Diga sim ao cha-mado de Jesus. Mesmo porque é um chamado imperativo. Ele sabe o que é melhor para nós. Ele tem o melhor para nós e sabe o que quer de nós quando nos chama.Atender ao chamado de Jesus é juntar-se àqueles que lutam por uma sociedade justa e arregaçar as mangas para o trabalho, pois não fomos chamados por Jesus para ficarmos sentados na coletoria, mas, sim, para segui-lo, e segui-lo é dizer sim ao seu estilo de vida.

GrAvAndo no corAção

» Olhando para sua vida, antes de ser chamado por Cristo, você “se chamaria” para ser discípulo de Jesus?

» Você faria o que Mateus fez: largar tudo por Cristo? » Qual a diferença entre ir à igreja e seguir a Jesus? » Como ir à igreja pode auxiliar no seguimento a Jesus? » Você já parou para pensar no que deixou para trás para seguir a Cristo?

» O que pode nos prender às coisas de nossa vida e nos impedir de deixar tudo para seguir a Cristo?

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03 | ImperfeitosLucas 5.29-32

pArA comEço dE convErsA

» Você já teve vergonha de ser visto ao lado de determinada pessoa, ou com determinadas pessoas?

introdução

Em Lucas 5.29-32, nós estudamos o que aconteceu depois de Jesus ter cha-mado a Levi, o cobrador de impostos, para ser seu discípulo. Para Levi, a ocasião pedia uma festa. Não uma festa qualquer, mas um banquete. Convidou todos os seus colegas de coletoria, seus familiares, seus amigos. O texto grego fala em uma multidão de convidados. Mas por que será que, para Levi, essa era uma ocasião tão festiva assim?

dEsEnvolvimEnto

Os escribas e fariseus desprezam aqueles aos quais Jesus chama: Os fari-seus não estavam apenas escandalizados com o que Jesus estava fazendo, associando-se com o tipo de gente mais desprezível que havia. Eles estavam empenhados em acabar com a credibilidade de Jesus, que se dizia mestre e fazia essas coisas escandalosas. Mas a rejeição de discípulos “imperfeitos” não é exclusividade dos fariseus. Em outras passagens da Bíblia, nós vemos o povo de Deus desprezando aqueles que o próprio Deus escolheu e cha-mou. Podemos olhar para a história do profeta Jonas e também Ananias (At 9.13-14). Tanto os fariseus, quanto Jonas, quanto Ananias, despre-zaram aqueles aos quais Deus chamava para o discipulado. Eles queriam como discípulos gente “igual à gente”, gente que pensasse igual, gente que acreditasse igual. Não aqueles estrangeiros cheios de costumes diferentes, não aquele homem que só queria destruir a igreja há pouco tempo. Não aquele publicano.

A igreja, por vezes, despreza aqueles a quem Jesus chama: Nós muitas ve-zes somos culpados do mesmo erro de Jonas, de Ananias e dos fariseus, ao desprezarmos aqueles aos quais Jesus chama para serem seus discípulos. Também temos dificuldade em receber como novos discípulos de Jesus gente diferente de nós. Queremos que os novos discípulos já cheguem à

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igreja perfeitos, prontos, sem hábitos e sem defeitos que precisem ser cor-rigidos; que venham sem questões que nos façam ter vergonha de nos rela-cionarmos com eles. Muitas vezes em seu ministério, Jesus fez questão de bater de frente com preconceitos estabelecidos. A vocação de Levi é só mais um exemplo dessa disposição de Jesus de chamar o imperfeito, o pecador, para andar consigo, para ser seu discípulo. Enquanto os fariseus queriam discípulos prontos, que não lhes dariam trabalho, pois já eram fieis segui-dores da Lei, Jesus escolheu moldar os seus discípulos a partir da gente mais complicada que havia.

AplicAção

A própria igreja é chamada a imitar, no discipulado, não o exemplo dos fa-riseus, mas o de Jesus. Isso tem dois desdobramentos para nós. Primeiro, que Jesus não quis discípulos perfeitos. Não quis aqueles que já se acha-vam perfeitos. E isso nos dá uma tranquilidade e um alívio muito grandes: não precisamos ser perfeitos para sermos aceitos como discípulos. Em se-gundo lugar, isso nos deixa uma missão: não nos acomodarmos na busca de quem já é parecido conosco. Não queremos discípulos pré-moldados à nossa imagem como os fariseus. Queremos discípulos para moldar à imagem de Jesus.

GrAvAndo no corAção

» Como a nossa igreja tem recebido aqueles a quem Jesus chama? » Como tratamos nossos visitantes e recém-convertidos, quando não são exatamente iguais a nós?

» Será que, depois de certo tempo de caminhada cristã, ainda temos consciência de que somos pecadores (redimidos, mas ainda pecadores)?

» Ao compartilhar o evangelho com as pessoas, será que nos lembramos de expor a condição caída da humanidade e nossa necessidade de redenção?

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04 | Separados pelo mestreLucas 6.12-16

pArA comEço dE convErsA

» Como você se sentiu quando conseguiu um emprego que tanto queria?

introdução

Discípulos são separados pelo mestre. Não é uma convocação protocolar, nem um chamado genérico. É um chamado pessoal com propósito defini-do. Ele nos chama pelo nome para que nos relacionemos pessoalmente com ele. O chamado ao discipulado nada mais é senão o desafio de atendermos o chamado de Jesus e cumprirmos nossa missão de ser e fazer discípulos.

dEsEnvolvimEnto

Doze homens, doze histórias: Jesus já havia iniciado seu ministério. Contava com um número considerável de seguidores que o acompanhavam e dele aprendiam. Num determinado momento de seu ministério, Jesus se-parou para si um grupo de doze homens com quem passou a conviver mais pessoalmente. O grupo dos doze, conhecidos como discípulos e chamados apóstolos, passou a desfrutar da presença mais pessoal e íntima de Jesus. Os ensinos eram mais intensos, revelando sua natureza messiânica e a fun-ção dos discípulos como apóstolos. Homens de diferentes personalidades constituíram o grupo dos doze discípulos.

Não somos chamados ao acaso: Você não foi chamado ao acaso. Creia nis-so! Jesus não olhou para você e disse: “Meu querido, vai lá sentar no banco da igreja”. Ele olha para você e te diz: “Há mais para sua vida do que o banco da igreja. Há mais para sua vida do que o que você vive hoje”. De fato, Jesus potencializa em nós a vontade de Deus. Ele transforma nossa vida sem sentido em agente do Reino de Deus. Ele não nos chama ao acaso; ele sabe do que somos capazes, muito mais do que nós mesmos.

Somos chamados pessoalmente: Jesus te chama pelo nome. O convite é para segui-lo, desfrutar de sua companhia e aprender dele. É um chamado pessoal, pois a relação com ele é pessoal. É um chamado para transformar sua vida no que Deus quer de você e para potencializar os dons que Deus

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lhe deu. Um chamado pessoal de Jesus não deve ser respondido com negli-gência ou apatia, mas, sim, obedecido e cumprido, como filhos de Deus e servos de seu Reino.

Somos chamados para uma relação pessoal e comunitária: Jesus não cha-mou os doze para formar uma sociedade fechada, secreta. Não é para uma relação exclusivista que fomos chamados, mas, sim, para uma relação pes-soal com Jesus que se reflete na relação comunitária. Jesus agiu assim: num pequeno grupo de doze, viveu intensamente a vontade de Deus, para que eles conhecessem e experimentassem essa vontade. Pessoas tão diferentes, histórias e opiniões opostas, mas unidos pela amizade construída na re-lação com Jesus. É isto que devemos buscar como Igreja de Cristo. Uma relação pessoal com Jesus que fortaleça nossos laços comunitários, dentro e fora do templo.

AplicAção

Discípulos são separados pelo mestre. Ele não nos chama ao acaso; ele nos chama pessoalmente para uma relação com ele e com toda a humanidade. Não somos discípulos para ocupar banco de igreja; somos discípulos para fazermos discípulos; ocupar o banco da igreja é uma consequência da nossa relação com Jesus e de nosso compromisso com o Corpo de Cristo. Se de-sejamos uma igreja forte e cheia, devemos desejar conviver com Jesus e com as pessoas, amando-as genuinamente, apresentando-as a Jesus.

GrAvAndo no corAção

» Por qual razão Jesus separa doze pessoas para seu convívio mais próximo?

» Como você vê as diferenças entre os chamados por Jesus? » Você se vê como chamado pessoalmente por Jesus? » Como você entende o seu chamado a ser discípulo? » Em Cristo você pode mais - Como esta afirmação pode se tornar verdade em sua vida?

» “Que estou fazendo se sou cristão”? Como servir a Cristo de maneira eficaz?

» As amizades são importantes para o desenvolvimento da fé? » Como o convívio regular com irmãos de fé pode potencializar nossa missão?

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05 | Fazendo o bemLucas 6.27-31

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» Você já recebeu um tratamento “VIP”? Como se sentiu?

introdução

Discípulos fazem o bem. Parece uma frase simples e óbvia. Porém, as im-plicações nela contidas são enormes. Fazer o bem é mais do que doar ali-mentos para a cesta básica da igreja ou qualquer outra ação social. Fazer o bem é viver os princípios que Jesus nos revela em sua palavra. É ser edifica-do pelo mestre para cumprir nossa missão.

dEsEnvolvimEnto

Amar os inimigos: Amar não é fácil. Amar a quem nos faz o mal é mais difícil ainda. Você se negar, se entregar por quem só quer te destruir é um sacrifício enorme. Mas foi isto que Jesus fez, por mim e por você, na cruz. Nossa natureza é pecaminosa. Escravos do pecado só desejam o mal. Jesus se entrega para nos resgatar da escravidão do pecado e nos dar a vida, vida de amor. O que ele nos pede é que façamos o mesmo: entreguemo-nos para que quem odeie passe a amar, quem quer o mal passe a desejar o bem.

O bem como resposta.: Mudança! É preciso se submeter à vontade de Deus para ser transformado em uma nova pessoa. Desejamos as bênçãos de Deus, desejamos a paz de Deus, desejamos a vida eterna com Deus e não desejamos a transformação que Deus nos oferece. Não podemos abrir mão de sermos diferentes. Discípulos do Senhor Jesus são aqueles que se submetem à transformação de Deus e essa transformação passa por amar os inimigos e fazer o bem sempre, fazendo para as pessoas o que queremos que seja feito para nós

Como se fosse você: O grande mestre judeu Heliel declarou certa vez: “O que lhe é detestável, não faça a seu próximo”. Aliás, não é exclusivo de Jesus o pensamento de tratar o outro como se quer ser tratado. Platão, Sócrates, Sêneca, Confúcio e outros escritos antigos registram sentenças de seme-lhante teor. Na lei, em Levítico 19.18, está o cerne desta afirmação. “Amar

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ao próximo como a si mesmo” não é fazer-lhe o que queremos que nos seja feito? O que difere o dito de Jesus dos demais escritos é seu aspecto positi-vo, ou seja, ele afirma o que deve ser feito, e não o que não deve ser feito. Ao fazê-lo, ele não o atrela a uma força de vontade do ser humano, mas, sim, à uma ordem dada por Deus. Fazer o bem é uma ordem. Amar é uma ordem. Posso escolher obedecer ou não, mas é uma ordem.

AplicAção

Jesus nos ensina a amar os inimigos, a sempre responder com o bem e a tratar os outros como nós queremos ser tratados. Como reagiremos a este ensino? Os discípulos levaram tempo para assimilá-lo, porém, ao olharmos para as cartas do Novo Testamento, vemos o reflexo deste ensino de Jesus na vida dos apóstolos. Uma transformação não se dá da noite para o dia, mas deve ser constantemente buscada por nós. Ser cristão é ter uma vida em constante transformação.

GrAvAndo no corAção

» Por que é tão difícil amar? » Como o amor de Jesus pode nos ensinar a amar? » Como tornar o bem a resposta contra todo mal? » Você tem orado por aqueles que querem mal a você? » Você exige mais dos outros que de si? » Você se reconhece como seu maior inimigo na missão de amar o próximo?

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06 | Amar o próximoLucas 6.32-36

pArA comEço dE convErsA

» Você se lembra de uma situação em que foi mal tratado por alguém? Como você reagiu?

introdução

Eu posso nunca conseguir sinceramente gostar de uma pessoa, nunca ter uma afinidade sentimental por ela, principalmente se for meu inimigo, meu perseguidor. Mas, independentemente do que eu sinta por essa pessoa, Jesus ordena que eu queira e procure ativamente o bem dela; ordena que eu a coloque diante de Deus em oração. Jesus ordena aos seus discípulos amarem o próximo com o amor ágape. E, no texto de hoje, ele continua a nos orientar quanto ao exercício desse tipo de amor, dessa caridade, desse “buscar o bem” das pessoas.

dEsEnvolvimEnto

Os pecadores “amam” condicionalmente: Em todas as culturas da Antiguidade, retribuir o bem recebido era simplesmente o comportamento padrão, o esperado de qualquer um. Mas tomar a iniciativa de buscar e pro-mover o bem de alguém era uma questão de interesse. O judeu só se inte-ressava por promover o bem-estar de seus irmãos de fé judeus. O problema nesse “bem-querer” condicional, nesse “amor” interessado, no fazer o bem na expectativa da retribuição, é que ele não é amor ao próximo de verdade. Não é ágape de verdade. É um bem-querer egoísta, preocupado somente com o retorno desse bem no futuro.

Nós também amamos condicionalmente: Quantas vezes nos preocupamos apenas com o bem de quem nos interessa ou de quem pode nos beneficiar de alguma forma? Isso fica bastante evidente em nossos relacionamentos ao longo de toda a vida. Desde a escola, nos aproximamos ou das pessoas mais bonitas, mais populares, melhores nas atividades esportivas, querendo con-seguir com isso algum destaque com a turma; ou nos aproximamos das mais inteligentes para, ou aprendendo com elas ou de formas desonestas, conseguir melhores notas.

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Deus é benigno para com todos: Um dos mais belos temas da teologia reformada é o conceito de graça comum. Graça comum são as bênçãos que Deus derrama sobre toda a criação, sobre toda a humanidade, quer justos, quer injustos. A Bíblia está repleta de textos que demonstram o quanto o Pai nos ama, e ama incondicionalmente. Um dos mais marcantes é o de Romanos 5.8: “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. O texto prossegue para nos dizer, no v. 10, que éramos inimigos de Deus. E Ele quis o nos-so bem enquanto ainda éramos seus inimigos, pois servos e escravos do pecado.

AplicAção

Nós, na qualidade de discípulos de Jesus Cristo, temos a possibilidade de amar o próximo e de querer o seu bem, mesmo quando não temos nada a “ganhar” com isso, porque Deus já fez a mesma coisa por nós, por meio de Jesus. Além disso, a decisão de amar o próximo a cada momento da vida é libertadora: não nos tornamos reféns do próximo e da forma como ele nos tratar, amorosa ou odiosamente.

GrAvAndo no corAção

» Saber que o amor ágape não está necessariamente ligado aos sentimentos que se tem pelo nosso inimigo ou perseguidor torna mais fácil ou mais difícil obedecer ao mandamento de querer o seu bem?

» É possível viver uma vida de relacionamentos totalmente desinteressados?

» Em nosso dia-a-dia, temos exercido o amor ao próximo de tal forma que o mundo saiba que somos filhos do Pai e discípulos de Jesus? ( Jo 13.35)

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07 | FrutificandoLucas 6.43-44

pArA comEço dE convErsA

» Você já comeu uma fruta no pé? Se lembra desse dia?

introdução

Discípulos dão frutos. Como pode uma pessoa frutificar? A resposta passa pela maneira como avaliamos nossa vida e o que temos visto como con-sequência de nossas atitudes e palavras. Hoje te convido a olhar para sua vida e meditar onde você tem se arraigado e quais os frutos que você tem apresentado diante de Deus.

dEsEnvolvimEnto

Árvore frutífera: Numa análise simples e direta, podemos concluir que é realmente difícil uma árvore doente dar bons frutos. Ela, invariavelmente, produzirá frutos ruins para o consumo. O comparativo com a árvore nos revela que Deus, o criador, fez cada árvore para um propósito. A videira dará uvas; a figueira, figos. Com as pessoas não é diferente. Somos criados para darmos bons frutos, porém, alimentamos nosso coração com coisas ruins. Pode, por acaso, um coração amargurado ser gentil e zeloso? É difí-cil! É disto que Jesus está falando e é sobre isto que meditamos hoje. Somos edificados para darmos bons frutos.

Bons frutos: O estado do fruto indica o estado da árvore. Jesus está fazendo referência ao que produzimos como fruto. Que fruto pode uma pessoa dar? Seriam os conhecidos frutos do Espírito? Também. Aqui, Jesus está dando um claro recado a cada um de nós: De que adianta dizer que você é cristão, se suas atitudes e palavras não condizem com o que eu ensino? Vidas arrai-gadas em Jesus dão bons frutos. Para crescermos, nos fortificamos e termos raízes firmes em Deus, é preciso buscar e conhecer a vontade Deus. Vidas arraigadas em Deus produzem como frutos a comunhão e a compaixão, o compromisso e a fidelidade.

Vida gera vida: Lembre-se que a vida produz vida. Todos nós temos uma história para contar de bons exemplos e do quanto eles influenciaram nossa

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vida. É impressionante o impacto de um exemplo na vida das pessoas. Certa vez, meu dentista me perguntou como fazer para mostrar para alguém que ela precisa mudar a vida dela. A resposta que lhe dei foi essa: viva, caminhe e seja exemplo para ela. As pessoas querem fórmulas mágicas, mas elas não existem. O que existe é o exemplo de vida que transforma vidas. Só uma vida transformada pelo evangelho é capaz de servir de exemplo para transformar vidas.

AplicAção

Uma transformação não acontece da noite para o dia. Leva tempo. É preci-so limpar e mudar nossas estruturas internas para que o fruto apresentado seja fruto de vida. Graças ao amor incondicional de Deus por nós, não estamos entregues à nossa própria sorte, mas temos em Jesus o exemplo de vida e, no Espírito Santo, a força e a direção para mudarmos a realidade de nossa vida.

GrAvAndo no corAção

» Como você entende a expressão “bons frutos” no contexto cristão? » Um coração amargurado pode ser gentil e zeloso? » Avalie-se: você mais critica ou mais se dispõe a dar frutos para o Reino de Deus?

» Quais os fatores que podem nos transformar de árvore frutífera para árvore doente?

» Quais os principais valores que você percebe que temos deixado de lado?

» Qual a importância do exemplo de vida?

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08 | Bem fundamentadosLucas 6.46-49

pArA comEço dE convErsA

» Você já construi castelos na areia? Do que você brinca/brincava quando vai/ia à praia?

introdução

Discípulos são bem fundamentados. Uma vida bem fundamentada é aque-la que tem clara certeza de seu projeto os valores de vida. A garantia de que uma edificação não cairá está no alicerce bem fundamentado. Este é o re-sumo de hoje, um convite a nos reconhecermos como construtores, usando de sabedoria e sabendo que as crises virão e não nos desesperaremos diante delas.

dEsEnvolvimEnto

Construtores: Cada indivíduo é um construtor. Viver significa construir. Segundo a parábola, cada ouvinte do evangelho é um construtor que recebe as instruções para edificar sua vida. Podemos seguir as instruções ou não; É uma escolha que fazemos. Temos claro, bem claro, o projeto e os valores desta edificação que é a nossa vida. Cabe a nós decidirmos se seguiremos ou não o que nos é apresentado por Jesus.

Sabedoria: Há uma diferença clara entre o que constrói a sua casa sobre o alicerce da rocha e o que a constrói sobre a areia, sem dar atenção aos fun-damentos: um usou de sabedoria; outro foi um “pedreiro tolo”. Agir com sa-bedoria é aproximar-se de Deus. Provérbios 3.7 diz o seguinte: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal”. Como cristãos, sabemos bem que Deus é quem tem o melhor para nós e que nos-sos próprios caminhos nos levarão à ruína. A casa vai cair, literalmente. A sabedoria do cristão reside em renunciar a si mesmo para que Deus coman-de a construção de sua vida.

Crises: Uma casa bem construída é capaz de suportar as mais diversas ocor-rências: tempestade, vento forte, até mesmo inundações. Uma casa bem construída é capaz de prover aconchego e segurança para seus moradores.

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Da mesma forma, uma vida bem fundamentada é capaz de prover acon-chego e segurança para si e para as pessoas com quem convive. Não é uma vida que se entrega diante do primeiro obstáculo, que vem abaixo diante do primeiro problema, mas que se mantém firme diante das tempestades da vida porque seu fundamento é Jesus, e não a si mesmo.

AplicAção

Discípulos bem fundamentados têm a garantia de que a casa não irá cair, pois o alicerce é Jesus. Aqui é preciso alertar: não dá para remendar uma vida que não foi construída sobre o alicerce que é Jesus; é preciso derrubar a casa e reconstruí-la. Isto implica em abrir mão, perdoar, amar e aprender a ser como Jesus nos ensina. Não fomos chamados para remendarmos nossa vida, mas, sim, para vivermos uma nova vida: tem que morrer para renas-cer; tem que derrubar tudo para erguer uma nova casa.

GrAvAndo no corAção

» Como você avalia a sua vida, hoje? Quais os sonhos que você tem sonhado com Deus?

» Como “construir valores” na vida das pessoas com quem convivemos? » Como evitar que “a casa caia”? » Qual a importância da comunhão em igreja para um alicerce bem firme em nossa vida?

» Diante da crise, como não ruir de vez? » Qual o compromisso que você assumiu no batismo?

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09 | Cumprindo a missãoLucas 9.1-6

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» Qual foi o evento mais pomposo, cheio de cerimônia, que você já participou?

introdução

Discípulos cumprem uma missão. Em Lucas 9.1-6, Jesus chama para perto de si os doze e os prepara para enviá-los em uma missão. O texto não nos apresenta detalhes de quanto tempo e qual a extensão territo-rial desta atuação. Podemos entender que, devido às recomendações de “nada de hospedagem de luxo” e não “fazer cena” e à menção de que par-tiriam de cidade em cidade, deveria ser uma extensão consideravelmente grande.

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Sejam simples: Jesus é o exemplo maior de simplicidade. Ele é e sempre foi simples em seu falar e agir. As parábolas que contava faziam uso de elemen-tos do cotidiano para exemplificar, da maneira mais simples, a mensagem da salvação. A mensagem é simples e nós devemos ser simples. Na simpli-cidade reside boa parte do que a igreja precisa para crescer e se desenvolver. Tudo que é complexo e carece de muita explicação assusta. Tudo que pode ser definido de maneira simples acolhe. O que é igreja? Reunião de cristãos. O que são cristãos? Pecadores amados por Deus. Simples. Direto. Sem rodeios. Deus nos ama. Isso é simples, tão simples quanto a missão que ele nos deixa: fazer discípulos. Fazer discípulos é amar ao próximo como a nós mesmos e amar é simples porque é uma escolha e não um fardo imposto por alguém.

Vocês são o equipamento: Do que você precisa para cumprir sua missão de fazer discípulos? De você. Sua vida é o equipamento essencial. Sua vida tem tudo o que o Espírito Santo necessita para ser instrumento nas mãos de Deus e cumprir a missão que Jesus Cristo nos confiou. Somos o instrumento primeiro e mais importante da Igreja de Cristo. Os mes-mos Thom S. Rainer e Eric Geiger, também em “Igreja Simples” afirmam:

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“As pessoas sempre serão os melhores recursos de uma igreja”. E, de fato, sempre serão. Não há melhor recurso do que o humano, ou seja, do que as pessoas.

Não façam cena: O cristão não deve se render a estereótipos ou padrões préconcebidos do que deve ou não ser. Ser cristão é ser cada dia mais pa-recido com Cristo. Simples assim. Tudo que fugir disso, que apontar para qualquer outra direção, é teatro, encenação e não é cristianismo. A missão é viver o evangelho que transforma vidas, a nossa e a de nossos amigos. A missão é pessoal e instransferível.

AplicAção

Somos chamados a viver de maneira simples, sendo instrumentos nas mãos de Deus para cumprirmos nossa missão. Ao voltarem de sua missão, os en-viados relataram a Jesus tudo o que tinham feito. O que você tem a dizer a Jesus sobre sua missão hoje? O que você tem a conversar com ele sobre o que você tem feito para levar os seus amigos e parentes a ele? Tenhamos ânimo para cumprir nossa missão de ser e fazer discípulos.

GrAvAndo no corAção

» Como ser simples em dias tão complexos? » Você pode dar exemplos de atitudes simples de Jesus? » Você se vê como recurso precioso para a expansão do Reino de Deus? » Como o envolvimento com atividades de ensino e comunhão nos fortalecem para a caminhada cristã?

» Você vê nos pastores e pastoras o exemplo e o apoio para as dificuldades de ser e fazer discípulos?

» Você apoia e ora com seu pastor e pastora pelo crescimento e desenvolvimento do Reino de Deus?

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10 | Agentes dos milagres de DeusLucas 9.10-17

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» Você já escapou “por pouco” de um acidente? Como você se sentiu?

introdução

“Despede esse povo para que vá procurar hospedagem e comida!” Jesus, pastoralmente, responde com um novo desafio aos apóstolos: “Vocês mes-mos vão dar comida a esse povo!” Os apóstolos não rejeitam a ordem de Jesus, mas, ao pensar em como cumpri-la, só levaram em conta os seus próprios recursos.

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Os discípulos só levaram em conta seus próprios recursos: Como é desani-mador ter uma tarefa a fazer, uma missão a cumprir, e não ter os recursos à mão para isso! Muitas vezes, esse desânimo pode se transformar até mesmo em desespero. Levando em conta apenas os recursos que tinham à mão, era uma missão impossível, uma causa perdida. Mas causas perdidas parecem ser uma constante na história do povo de Deus. Levando-se em conta ape-nas os recursos que havia à mão, todas essas situações eram desesperadoras.

Nós, muitas vezes, só levamos em conta nossos próprios recursos: Estamos vivendo em uma cultura de prosperidade, de culto da juventude e do suces-so. Em todo o Ocidente, salvo em alguns lugares assolados pelas condições naturais, a geração atual mal ou pouco sabe o que é viver em escassez, o que é passar fome ou sofrer grandes necessidades básicas. Somos uma geração mimada. Podemos observar reflexos disso na prática da caridade: muitas vezes ouvimos frases do tipo: “Como vou ajudar se pode faltar para mim mesmo?” Só em casa da gente mais simples se ouve o ditado: “Onde come um, comem dois”!

Jesus usa os recursos dos discípulos para alimentar a multidão: Jesus usou os recursos que os apóstolos tinham à mão para abençoar os cinco mil homens, mais mulheres e crianças que o procuraram naquele dia. Deus quer o envolvimento do seu povo na sua obra. Deus faz dos seus discípulos

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agentes dos seus milagres: Ele usa os recursos que nós colocamos à dispo-sição dele para fazer muito mais do que nós poderíamos fazer com eles. Infinitamente mais! Porque para Ele seria fácil fazer tudo de uma vez, mas, convém lembrar, Ele não precisa de nada disso! O objetivo é pedagógico: que o seu povo aprenda fazendo.

AplicAção

Assim como Deus usou os recursos dos seus escolhidos no passado, ele quer nos usar como agentes dos seus milagres hoje. Quando nós colocamos o que temos à disposição de Jesus, ele multiplica, e faz muito mais do que nós poderíamos imaginar fazer sozinhos, com esses mesmos recursos.

GrAvAndo no corAção

» Olhando para a nossa história de caminhada cristã, quantas vezes Deus usou nossos poucos recursos para realizar obras que nós sequer imaginávamos conseguir?

» Será que temos colocado o que Deus nos dá à sua inteira disposição? » Diante da atual cultura de culto ao conforto, à juventude e à prosperidade, como nos comportamos diante de situações em que nossos recursos são muito menores do que os desafios à nossa frente?

» Quantas vezes somos levados ao total desânimo e mesmo ao desespero diante das dificuldades que se apresentam em nosso caminho?

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11 | Discípulos não são capazes de tudo

Lucas 9.37-43

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» Você se lembra de uma história de superação? Pode nos contar?

introdução

Discípulos não são capazes de tudo. A falta de fé, humildade e entendimen-to são capazes de derrubar o discípulo de Cristo. Todos nós conhecemos histórias de superação para contar. Histórias de superação nos comovem nos mostram do que o ser humano é capaz de fazer quando olha para a vida e não para as circunstâncias.

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Fé: não podemos nós, diante de circunstâncias tão absurdas, como um pos-suído, deixar que a nossa fé esmoreça, mas devemos alimentá-la com aquele que é o autor da nossa fé, aquele que deu seu único filho para que tenhamos vida. Muitos de nós fomos profundamente tocados em nossa conversão. Despertamos para a vida e nos fascinamos com a nova vida em Jesus. Com o passar dos anos, nos acomodamos em nossas dificuldades e falhas, e não buscamos o crescimento de nossa fé e conhecimento. Achamos que sabe-mos o suficiente e que nos basta uma vida de agenda cristã, e nos esquece-mos da vida com Cristo. Falta-nos fé e falta-nos também humildade.

Humildade: Faltou aos discípulos humildade para enfrentar aquela si-tuação. Imagino que não devia ser fácil enfrentar os escribas, um pessoal conhecido por sua arrogância, mas enfrentar arrogância com arrogância nunca resolveu nada. Também creio que não deva ter sido fácil enfrentar o menino possuído. Ainda mais se o tom da conversa foi o de se exaltarem como discípulos de Jesus ao invés de exaltarem o próprio Cristo como o único poderoso para nos libertar das prisões. Seja o que for que tenha acon-tecido, o fato é que, sem humildade, não se pode ser discípulo de Cristo. Discípulo arrogante não é discípulo de Cristo.

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Sensibilidade: Faltou aos discípulos sensibilidade para perceberem além dos olhos da razão humana. Deixaram-se influenciar pelo ambiente, pelo momento, e não conseguiram manter o foco no menino, que era a principal preocupação naquele momento. Se no alto do monte, no texto que precede o da lição de hoje, Deus afirmava: “Este é meu filho”, aos pés dele, os discí-pulos eram incapazes de olhar para o filho daquele pai desesperado. Viam o demônio; não viam a vida. Faltou sabedoria para encarar o que era neces-sário encarar. Jesus foi direto, e curou e libertou aquele menino. Não eram as circunstâncias, mas, sim, a vida que importava e ainda importa.

AplicAção

Discípulos não são capazes de tudo. De fato, não o somos e este é o primei-ro passo para reconhecermos que dependemos, em tudo, de Cristo Jesus. Ele é o dono de nossa vida. Ele é o mestre. Discípulos são falhos e não podemos nos apegar às nossas falhas, agindo como coitados, mas, sim, nos apegarmos a Cristo e agirmos como servos, dispostos a olhar para a vida e não para a morte, a olhar para o filho e não para o demônio, a olhar para o pai e não para os escribas ou as circunstâncias.

GrAvAndo no corAção

» Qual a importância de manter viva e alimentada a nossa fé? » Que recursos temos para manter nossa fé viva? » Como a humildade pode nos auxiliar na missão de ser e fazer discípulos?

» Humildade é um dom ou uma prática? » Como distinguir o que provém ou não de Deus? » Você consegue discernir os valores que a sociedade nos impõe dos valores do Reino?

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12 | Discípulos sabem seu lugarLucas 9.46-48

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» Qual foi o pedido mais absurdo que já te fizeram?

introdução

Discípulos sabem seu lugar. Existem alguns requisitos para nos colocar-mos em nosso lugar e precisamos vivê-los. “Who is the boss?” “Quem é o chefe?” é uma expressão que desportistas e jovens americanos usam para se reafirmarem sobre seus oponentes, um grito de vitória, chamando para si os méritos de uma vitória. Esta expressão cairia bem aos discípulos que discutiam entre si para saber quem era o maioral entre eles.

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Receber a Cristo: Como receber a Cristo em nossa vida? A pergunta pa-rece ter uma resposta óbvia, mas seus desdobramentos não o são. Receber Cristo em nossa vida é abrir mão de nossas vontades para que reine a von-tade de Deus. Sabemos disso, ouvimos sobre isso sempre, mas não o tor-namos verdade em nós? Por quê? Porque insistimos em fazer valer a nossa vontade, nos julgamos adultos, nos julgamos capazes, autossuficientes, mas não o somos. Enquanto mantivermos vivo em nós o desejo de sermos os donos de nossa vida, não a teremos, pois ela não é nossa; pertence a Deus.

Aceitar o próximo: Quão disposto eu estou em aceitar o meu próximo? A resposta a esta pergunta nos posiciona em nossa relação com Deus. Os dis-cípulos julgavam-se superiores. Tão superiores que se achavam no direito de discutir qual deles seria o maioral no Reino de Deus. Estavam tão cegos quanto ao poder, que não conseguiam compreender os ensinos de Jesus. Ao colocar uma criança no meio deles, apontar para ela e dizer: “Quem rece-be uma dessas crianças, como eu estou fazendo, também me recebe”, Jesus aponta para a necessidade de sermos como elas e também de aceitá-las.

Espírito humilde: A diferença de um cristão para um não cristão é que o cristão tem consciência do seu pecado, e o não cristão não a tem. Portanto, não podemos nos achar melhores do que os demais. Não podemos pensar

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que, pelo fato de sermos filhos de Deus, somos preferidos do pai, porque não o somos. Ele veio buscar e salvar o perdido. Nós somos instrumentos de Deus para esta busca. Somos a “força tática de resgate” que vai em busca daqueles que estão caminhando a passos largos para a morte eterna e, para resgatá-los, é preciso humildade para reconhecer-se como um ex-viajante rumo à morte eterna, para fazer-se fraco para com o fraco a fim de resgatá--lo, não por nosso mérito, mas para honra e glória de Jesus.

AplicAção

Discípulos sabem o seu lugar. Não podemos incorrer no erro dos discípu-los de acreditar que há uma hierarquia de discípulos no Reino de Deus. Ela não existe. Títulos eclesiásticos não são permissões para abusos, mas pesos de responsabilidade que recai sobre nossos ombros. O próprio Jesus afirma: “Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àque-le a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc 12.48). Discípulos que não reconhecem que nada é deles e tudo é do Pai não serão capazes de cumprir seu chamado.

GrAvAndo no corAção

» Você consegue perceber o seu lugar no Reino de Deus? » Quais os dons que Deus te deu e que estão parados? » Como a vida em comunidade de fé pode nos ensinar a acolher o diferente?

» Ser santo é se isolar do contato com os não cristãos? » Você consegue ver o não cristão como alvo principal de sua missão? » Como a estrutura da igreja pode auxiliar e atrapalhar no cumprimento de nossa missão?

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SIMPLESMENTE DISCÍPULOSFormação de liderança para pequenos grupos

Fé forado templo

O Pequeno Grupo é um espaço períodico de aprendizado e desenvol-vimento de nossa fé. Pequeno Grupo é uma pequena quantidade de pessoas que se reúnem regularmente, em ambiente de comunhão, com propósitos diversos, como estudar a Palavra de Deus, compartilhar ex-periências de vida e orar, tendo em vista a formação de discípulos de Jesus Cristo.Em sua estrutura funcional, Pequeno Grupo e Célula são muito similares.

fé forA do tEmplo

São os Pequenos Grupos que acontecem de segunda a sábado na casa de nossos líderes de grupos. Num ambiente informal e abordando temas atuais, Fé fora do templo é um momento de se aproximar de Deus e das pessoas, é uma das portas abertas para apresentarmos Jesus Cristo para nossos amigos.