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SIMPLIFICAÇÃO DA ACÇÃO EXECUTIVA (Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro) DGPJ

SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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SIMPLIFICAÇÃO DA ACÇÃO EXECUTIVA (Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro)

DGPJ

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Sumário

1) Objectivos da simplificação da acção executiva;

2) Aplicação da lei no tempo;

3) O novo regime jurídico do agente de execução; reserva de jurisdição;

5) A Comissão para a Eficácia das Execuções;

6) A introdução de arbitragem institucionalizada;

7) O registo informático de execuções e a lista pública de execuções;

8) Alguns modelos de tramitação da execução para pagamento de quantia certa;

9) Outras alterações ao regime da acção executiva.

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Os objectivos da simplificação da acção executiva (DLn.º 226/2008, de 20 de Novembro)

1) Execuções mais simples, com eliminação de formalidadesdesnecessárias;

2) Promoção da eficácia das execuções;

3) Prevenção de acções judiciais desnecessárias.

Os objectivos da simplificação da acção

executiva

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O objectivo de execuções mais simples realiza-seatravés das seguintes ideias:

• Intervenção do juiz nos casos em que exista efectivamente um conflitoou em que a relevância da questão o determine (art. 809.º/1);

• Reforço do papel do agente de execução:

- Acesso directo ao registo informático de execuções,designadamente para introduzir e actualizar directamente dadossobre esta (art. 807.º/4);

Os objectivos da simplificação da acção

executiva

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- Possibilidade de realizar todas as diligências relativas à extinção daexecução, sendo esta arquivada através de um envio electrónicode informação ao tribunal, sem necessidade de intervençãojudicial ou da secretaria (art. 919.º/3);

- Eliminação da necessidade de envio ao tribunal de relatórios sobreas causas de frustração da penhora (art. 837.º/2, nova redacção);

• O requerimento executivo pode ser enviado e recebido por viaelectrónica, assegurando-se a sua distribuição automática aoagente de execução, sem necessidade de envio de cópias depapel (art. 810.º/7e 8);

Os objectivos da simplificação da acção

executiva

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• Permite-se ao autor, na petição inicial ou em qualquermomento do processo, declarar que pretende executar deimediato a sentença (art. 675.º-A).

A promoção da eficácia das execuções éprosseguida das seguintes formas:

• Livre substituição do agente de execução (art. 808.º/6);

• Alargamento do acesso à profissão de agente de execuçãoa advogados (art. 117.º/1/al. c) ECS);

Os objectivos da simplificação da acção

executiva

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• Alterações ao regime de incompatibilidades, impedimentos e suspeiçõesdos agentes de execução, com restrição das condições de acesso àprofissão (arts. 120.º e 121.º ECS);

• Revisão do regime remuneratório dos agentes de execução de forma aincentivar a concretização das execuções, assegurando um acréscimo deprodutividade e igualdade no tratamento das execuções (art. 126.º ECS);

• Introdução de arbitragem institucionalizada na acção executiva (arts. 11.ºss. DL n.º 226/2008).

Os objectivos da simplificação da acção

executiva

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Medidas de carácter preventivo, para evitar acções judiciais desnecessárias:

• Criação de uma lista pública de execuções (arts. 16.º-A a 16.º-C do DL n.º201/2003, aditado pelo art. 8.º do DL n.º 226/2008);

• Possibilidade de recurso a serviços de resolução desobreendividamento (art. 16.º-C DL n.º 201/2003).

Os objectivos da simplificação da acção

executiva

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Regulamentação da simplificação da acção executiva:

Art.º 22.º/al. b) DL n.º 226/2008. Portarias já emitidas:

• Portaria n.º 312/2009, de 30 de Março;

• Portaria n.º 313/2009, de 30 de Março;

• Portaria n.º 331-A/2009, de 30 de Março;

• Portaria n.º 331-B/2009, de 30 de Março.

Regulamentação da simplificação da acção

executiva

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Matérias em regulamentação:

Grosso modo, matérias relativas a:

• Remuneração às autoridades policiais que prestem auxílio ao AE(art. 840.º/2);

• Vendas em leilão electrónico (art. 907.º-B);

• Fiscalização dos centros de arbitragem (art. 17.º DL n.º 226/2008).

Regulamentação da simplificação da acção

executiva

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Âmbito de aplicação:

• Acção executiva cível (alterações ao CPC);

• Execução laboral. Alterações a atender aquando dapublicação do “novo” CPT.

• Inconveniência de subsistência de dois regimes opostos(Ex.:nomeação de bens à penhora pelo exequente no CPT).

• Ausência de regra específica referente à adaptação deoutras execuções ao novo regime da acção executiva (Ex.:recursos).

Âmbito de aplicação da acção executiva

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Entrada em vigor (art. 23.º do DL 226/2008):

- 31 de Março de 2009. Excepção (entrada em vigor a 21 deNovembro de 2008):

i) Novo regime de habilitação do adquirente ou cessionário dacoisa ou direito em litígio – art. 376.º do CPC (art. 23.º/al. a) DL n.º226/2008);

ii) Alterações ao DL n.º 269/98, de 1 de Setembro – regime dainjunção - dispensa de assinatura do RE quando este forapresentado por meios electrónicos (idem);

iii) Artigo 22.º (idem);

iv) Matérias referenciadas na al. b) do art. 23.º (art. 23.º/al. b) DL n.º226/2008).

Aplicação da lei no tempo

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O DL 226/2008 não é de aplicação imediata (art.22.º/1).

O novo regime apenas se aplica às execuções intentadasapós 31 de Março de 2009.

- Excepção (“aplicação imediata” às execuções pendentes):

i) as matérias referentes à segunda parte do art. 22.º/1;

ii) as alterações aos arts. 10.º, 11.º e 14.º do DL n.º 269/98– injunção (art. 22.º/2 DL n.º 226/2008).

Aplicação da lei no tempo

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i) Matérias referidas na segunda parte do art. 22.º/1:

• Extinção e renovação da execução: aplicáveis aos processos

pendentes (n.º 6 do artigo 833.º-B, na alínea c) do n.º 1 do artigo

919.º e no n.º 5 do artigo 920.º CPC).

• Execuções actualmente suspensas ao abrigo do antigo art. 833.º/6:

Extinguem-se, excepto se, no prazo de 30 dias contados a partir da

entrada em vigor do presente decreto-lei ou da notificação, se

posterior, o exequente declarar que o processo se mantém suspenso.

Aplicação da lei no tempo

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Quanto aos processos pendentes à data da entrada em vigor dodiploma, extintos por força do art. 833.º-B/6:

Dispensados do pagamento das custas processuais e de encargosque normalmente seriam devidos por autores, réus ou terceirosintervenientes, não havendo lugar à restituição do que já tiver sidopago nem à elaboração da respectiva conta (20.º/6 DL n.º226/2008).

Aplicação da lei no tempo

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Novos Agentes de Execução (AE):

1) Solicitadores;

2) Advogados;

3) Oficiais de justiça.

1) Agente de execução: solicitador

Corresponde, grosso modo, ao regime pretérito mascom novas competências.

O novo regime jurídico do agente de

execução; reserva de jurisdição

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2) Agente de execução: advogado

Inovação do DL n.º 226/2008, com o propósito de “Aumentar onúmero de agentes de execução para garantir uma efectivapossibilidade de escolha pelo exequente” (preâmbulo).

3) Agente de execução: oficial de justiça

i) Não havendo agente de execução inscrito ou registado nacomarca ou ocorrendo outra causa de impossibilidade (art.808.º/4);

Os novos agentes de execução

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ii) Nas execuções em que o Estado seja exequente (art. 808.º/5);

iii) Sendo o exequente pessoa singular: nas execuçõesintentadas para cobrança de créditos não resultantes da suaactividade profissional (art. 19.º/1 do DL n.º 226/2008).

Regime jurídico:

As regras que regem a actividade do agente de execução aplicam-seindistintamente aos i) agentes de execução solicitadores e aos ii)agentes de execução advogados.

Os novos agentes de execução

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Excepção: o estatuto de agente de execução não éaplicável aos oficiais de justiça que realizemdiligências de execução (art. 808.º/13).

Ex: o exequente não pode proceder à livresubstituição do agente de execução oficial de justiça.

Os novos agentes de execução

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Nomeação do agente de execução:

- Realizada pelo exequente, no requerimentoexecutivo (art. 810.º/1/al. c));

- O AE é designado pelo exequente, de entre osagentes inscritos ou registados em qualquer comarcaconstante de uma lista fornecida pela Câmara dosSolicitadores;

A nomeação/cessação de vigência das funções

do AE

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Nomeação do agente de execução (cont.):

- A designação do AE fica sem efeito se ele declarar que não aaceita por meios electrónicos (arts. 810.º/12 CPC, 5.º Portaria n.º 331-

B/2009, de 30 de Março).

Cessação das funções de agente de execução:

- Substituição do agente de execução (arts. 808.º/6, 129.º/ 1 e 7 ECS e 7.º

Portaria n.º 331-B/2009);

A nomeação/cessação de vigência das funções

do AE

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Cessação das funções de agente de execução (cont.):

- Destituição pelo órgão disciplinar da Câmara dosSolicitadores (Comissão para a Eficácia das Execuções),com fundamento em actuação processual dolosa ounegligente ou em violação de deveres do Estatuto (art.808.º/6).

Remuneração do AE: arts. 11.º ss. Portaria n.º 331-B/2009 (pagamento faseado – art. 15.º).

A nomeação/cessação de vigência das funções

do AE

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Natureza jurídica do contrato entre exequente/AE:

Mandato - art. 1157.º e ss. do CC. (mandato semrepresentação - art. 1180.º e ss.).

- Livre substituição do agente de execução (= revogabilidadedo mandato).

Mas natureza sui generis do contrato de mandato:

A natureza jurídica do contrato

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- O agente de execução não pode cessar livremente o contrato:

A livre revogabilidade do mandato é exclusiva do exequente

(“O mandato é livremente revogável por qualquer das partes, nãoobstante convenção em contrário ou renúncia ao direito derevogação” – art. 1171.º/1 do CC). Cfr. art. 122.º/3 do ECS.

- O agente de execução exerce poderes de autoridade, o que explica:

- O regime de impedimentos e suspeições do agente deexecução (art. 121.º do ECS.);

A natureza jurídica do contrato

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- A constituição alargada e diversificada da Comissão para aEficácia das Execuções (art. 69.º-D do ECS): vogal designadopelo Conselho Superior de Magistratura; pela Câmara dosSolicitadores, pela Ordem dos Advogados, entre outros;

- Os deveres do agente de execução (art. 123.º do ECS);

- O exercício de poder disciplinar por uma entidade estranha aocontrato: a Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE) –art. 69.º-C/al. f) do ECS.

A natureza jurídica do contrato

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Repartição de competências juiz/agente deexecução/secretaria:

Tipificação das intervenções judiciais. Abandono do poder geral decontrolo do processo (809.º/1), que permitia:

- Excepcional avocação oficiosa de processos para verificação da sua regularidade;

- Solicitação oficiosa de qualquer informação ou esclarecimento sobreprocedimento adoptado ou omitido;

- Possibilidade de o juiz oficiosamente ordenar as actuações e orientações quejulgar adequadas.

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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Intervenções judiciais tipificadas na lei:

Ex. 1: Fixação do prazo da obrigação – 802.º;

Ex. 2: Apreciação da prova complementar do título – 804.º/2;

Ex. 3: - Apreciar a oposição à execução e à penhora (art. 813.º e ss.; art.863.º- A e ss.).

- Verificar e graduar os créditos (art. 868.º).

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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Noutros casos, o juiz mantém competências por razões de natureza variada.Alguns exemplos:

838.º/4 – o juiz pode decidir o não prosseguimento da execução apesar de não seresse o efeito natural do registo provisório da penhora, se a questão lhe forsubmetida para decisão;

842.º/3 – Decidir sobre o modo de exploração dos bens imóveis penhorados, na faltade acordo entre o exequente e o executado;

Arts. 862.º-A/3 e 4; 905.º/2; 908.º/2; 984.º.

Em síntese: com excepções, manutenção dos poderes decisórios do juiz, quandoesteja em causa alguma das seguintes circunstâncias:

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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i) Dirimir litígio (entre o exequente e o executado ou com terceiros);

ii) Densificar/concretizar conceitos mais ou menos indeterminados.

A fim de prevenir a densificação de conceitos indeterminados pelo AE, certosconceitos foram objectivados de forma a permitir a sua aplicação sem intervençãojudicial.

Ex: art. 824.º/4 e 5 – penhora de rendimentos do trabalho e pensões.

i) Isenção da penhora dos rendimentos do executado:

- Previamente ao DL n.º 226/2008, o juiz poderia determinar a isenção de penhora, por umperíodo considerado razoável, ponderados o montante e a natureza do crédito;

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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- Após o DL n.º 226/2008, o AE isenta de penhora os rendimentos do

executado, ouvido o exequente, por um prazo certo (seis meses), se o

agregado familiar do requerente tiver um rendimento relevante para

efeitos de protecção jurídica igual ou inferior a três quartos do Indexante

de Apoios Sociais.

ii) Redução da parte penhorável dos rendimentos do executado:

- Previamente ao DL n.º 226/2008, o juiz poderia determinar a redução de

penhora por um período não superior a um ano, ponderados o montantee a natureza do crédito;

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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- Após o DL n.º 226/2008, o AE reduz para metade a parte penhorável dovencimento do executado, ouvido o exequente, por um prazo certo (seismeses), se o agregado familiar do requerente tiver um rendimentorelevante para efeitos de protecção jurídica superior a três quartos e igualou inferior a duas vezes e meia do valor do Indexante de Apoios Sociais.

(Portaria n.º 1514/2008, de 24 de Dezembro)

iii) Outros casos:

- Caso esteja em causa a redução da parte penhorável emmontante/duração que não recaia nos limites tabelados nos n.os 4 e 5 doart. 824.º, o AE submete a questão ao juiz → a questão já envolve

apreciação do juiz.

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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Novas competências do AE. Dispensa de intervenção judicial.Alguns exemplos:

856.º/3 – Prestação ao agente de execução das declarações do terceirodevedor;

856.º/6 – Autorização para a prática dos actos necessários à conservaçãodo direito de crédito penhorado;

871.º/2 – Sustação da execução em que é feita a segunda penhora sobreos mesmos bens;

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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882.º/1 – Admissão de pagamento da dívida exequenda em prestações,quando haja acordo entre exequente e executado;

834.º/3/al. a) – Requerimento do executado ao agente de execução parasubstituição do bem penhorado.

Outras competências: arts. 842.º-A; 847.º, 886.º-C/1 e 937.º/1

Novas competências dos agente de execução. Dispensa de intervençãoda secretaria. Alguns exemplos:

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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805.º/2 – O agente de execução liquida, no final, os juros da obrigaçãoexequenda;

808.º/2 – O agente de execução liquida as custas e os créditos doscredores;

811.º/1 – Recusa do requerimento executivo pelo agente de execução;

812.º/1 e 812.º-A/3 – Remessa do processo ao juiz para despacho liminar.

Repartição de competências juiz/agente de

execução/secretaria

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Actividade do agente de execução (regime):

- O AE procede a todas as diligências de execução, incluindo citações,notificações e publicações (art. 808.º/1);

- As notificações são realizadas no prazo de 5 dias (808.º/12);

- Os demais actos são realizados no prazo de 10 dias (808.º/12);

- O AE identifica-se nos termos a definir por portaria (arts. 808.º/11 e6.º da Portaria n.º 331-B/2009).

A actividade do Agente de Execução (AE)

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Princípios que norteiam a actividade do agente deexecução:

- Adequação e proporcionalidade: artigos 821.º/3 e834.º/1 e 2 CPC.

Ex: a penhora limita-se aos bens necessários aopagamento da dívida exequenda.

A actividade do Agente de Execução (AE)

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Impugnação de actos/decisões do AE:

1) Impugnação pelo executado (art. 809.º):

- O juiz aprecia a reclamação de actos/decisões do AE;

- A decisão do juiz é irrecorrível;

- Prazo para a decisão do juiz: 10 dias;

Impugnação dos actos/decisões do AE

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- Se o requerimento for manifestamente injustificado, o juiz podeaplicar multa ao requerente/executado.

2) Impugnação pelo exequente:

- A possibilidade de impugnação pelo exequente não está afastada;

- Na prática, assiste a possibilidade de o exequente proceder àsubstituição do agente de execução.

Impugnação dos actos/decisões do AE

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3) Impugnação por terceiros intervenientes:

- Aplica-se o regime da impugnação de actos pelo executado;

4) Impugnação oficiosa pelo tribunal:

-Não fica excluída a possibilidade de participação, pelotribunal, ao órgão com competência disciplinar daCâmara dos Solicitadores (art. 131.º-A/2/h) do ECS).

Impugnação dos actos/decisões do AE

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A Comissão para a Eficácia das Execuções

É o órgão independente da Câmara dos Solicitadoresresponsável em matéria de acesso e admissão a estágio, deavaliação dos agentes de execução estagiários e de disciplinados agentes de execução.

Acesso e admissão a estágio - al. b) do art. 69.º-C do ECS;

Avaliação dos agentes de execução estagiários - al. c) do art. 69.º-C;

Disciplina dos agentes de execução - als. e) a h) do art. 69.º- C.

Composição da CPEE: art. 69.º-D.

Comissão para a Eficácia das Execuções

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Funcionamento da CPEE:

Desdobrado em i) Plenário e ii) Grupo de Gestão

i) Plenário: 11 membros, com dois vogais eventuais designadospelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais oupelo Conselho Superior do Ministério Público, respectivamente.

ii) Grupo de Gestão: 5 membros.

Competências do Plenário da Comissão para a Eficácia dasExecuções – art. 69.º-F/1;

Competências do Grupo de Gestão da Comissão para a Eficácia dasExecuções – art. 69.º-F/2.

Comissão para a Eficácia das Execuções

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Art. 69.º-F/4 – Possibilidade de delegação da competênciadisciplinar, respectivamente na secção regional deontológica da C.Sol. ou no Conselho Distrital de deontologia da OA comcompetência na área do domicílio profissional do agente deexecução - instrução de processos disciplinares.

A competência disciplinar pertence ao Grupo de Gestão da CPEE –art. 69.ºF/2/al. a).

O plenário da CPEE julga os recursos das decisões que apliquempenas de suspensão e de expulsão de agente de execução.

Penas disciplinares aplicáveis ao AE: entre outras, advertência,multa, suspensão, expulsão (art. 142.º do ECS).

Comissão para a Eficácia das Execuções

Page 43: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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Criação de Centros de Arbitragem (art. 11.º DLn.º 226/2008):

- Pode ser autorizada a criação de centros dearbitragem institucionalizados.

Ex: criação de centros de arbitragem porinstituições de apoio ao consumidor.

Arbitragem institucionalizada

Page 44: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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Possível concretização do art. 38.º da Lei n.º 31/86, de 29 de Agosto(LAV):

“O Governo definirá, mediante decreto-lei, o regime de outorga decompetência a determinadas entidades para realizarem arbitragensvoluntárias institucionalizadas, com especificação, em cada caso, docarácter especializado ou geral, bem como as regras de reapreciação eeventual revogação das autorizações concedidas, quando tal se justifique”.

Art. 2.º do Decreto-Lei n.º 425/86, de 27 de Dezembro:

Ao apreciar os pedidos formulados, o Ministro da Justiça tem em conta arepresentatividade da entidade requerente e a sua idoneidade para aprossecução da actividade que se propõe desenvolver.

Arbitragem institucionalizada

Page 45: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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Centros de arbitragem: Competência para i) a resolução de litígios resultantes do processo de execução e ii) para realização das diligências de execução previstas na lei.

Remissão para o regime da arbitragem voluntária – Lei n.º 31/86.

Admissão de convenção de arbitragem em ambas as modalidades (art.12.º do DL n.º 226/2008):

i) Litígio actual, ainda que afecto a tribunal judicial (compromisso arbitral)ou

ii) Litígio eventual, emergente de relação contratual (cláusulacompromissória).

Arbitragem institucionalizada

Page 46: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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Possibilidade de “revogação” unilateral de cláusulacompromissória – regime diverso do art. 2.º/4 da LAV;

Termo de 10 dias após a formação do título executivo;

Relatividade da convenção de arbitragem: a prática de actosperante o centro de arbitragem pelo cônjuge ou os credoresreclamantes importa a aceitação da competência dessecentro (art. 13.º/4 do DL n.º 226/2008);

Arbitragem institucionalizada

Page 47: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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Competência do centro de arbitragem (art. 14.º/1 do DL n.º 226/2008):

i) Quanto aos actos do processo de execução da competência do juiz:

Competência dos juízes-árbitros (n.º 1);

ii) Competência para os actos do agente de execução:

Da competência do próprio centro de arbitragem ou de agentes

de execução (n.º 2).

Arbitragem institucionalizada

Page 48: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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Regime dos recursos e anulação de decisão arbitral:

Regime regra de efeito não suspensivo quanto à suainterposição/propositura.

Entrada forçada no domicílio:

Autorização requerida ao juiz de turno (art. 16.º; v. art. 840.º, n.os 2 e 3 do CPC).

Fiscalização dos centros de arbitragem:

Por Juiz Conselheiro (art. 17.º).

Arbitragem institucionalizada

Page 49: SIMPLIFICAÇÃO DA ACCÃO EXECUTIVA

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O registo informático de execuções:

Alteração aos arts. 806.º e 807.º do CPC;

Alteração aos arts. 1.º a 11.º e 13.º do DL n.º 201/2003 (art. 7.º DL n.º226/2008);

Regulamentação: arts. 45.º e 46.º Portaria n.º 331.º-B/2009.

Modificações fundamentais:

- Acesso directo do agente de execução ao registo informático de

execuções (arts. 807.º/4/al. b) e 9.º do DL n.º 201/2003);

- Modo de acesso: sistema informático de suporte à actividade dosagentes de execução (art. 45.º/2 da Portaria n.º 331-B/2009);

Registo informático de execuções Lista pública de execuções

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- O agente de execução introduz no registo informático de execuções, entre outros, os dados referentes:

i) à extinção da execução com pagamento parcial ou

ii) à extinção por não terem sido encontrados bens penhoráveis (art. 806.º/3);

- Após pagamento integral, o AE procede à eliminação do registo de execução.

- Acesso ao registo informático de execuções por magistrados:

Magistrados judiciais – CITIUS/Magistrados Judiciais;

Magistrados do Ministério Público – CITIUS /Ministério Público

(art. 45.º/1 da Portaria n.º 331-B/2009).

Registo informático de execuções Lista pública de execuções

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A Lista Pública de Execuções (16.º-A ss. DL n.º 201/2003):

Aplicação no tempo: a lista de execuções aplica-se apenasaos processos extintos após a entrada em vigor do DL n.º226/2008 (art. 21.º/8 DL n.º 226/2008 e 11.º da Portaria n.º 313/2009, de 30 de Março).

Função da Lista Pública de Execuções:

Função preventiva – detecção de situações deincobrabilidade de dívidas

Função compulsória – promover o cumprimento dasobrigações (art. 16.º-A/3/al. c) DL n.º 201/2003).

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Lista Pública de Execuções e Registo Informático de Execuções:

- Função compulsória da Lista Pública de Execuções;

- A Lista Pública de execuções respeita apenas a execuções extintas: i) Com pagamento parcial ou ii) Por não terem sido encontrados bem penhoráveis.

Extinta a execução e após o decurso do prazo legal para reclamação dadecisão de extinção da execução inicia-se automaticamente oprocedimento de inclusão do nome do executado na Lista Pública deExecuções (art. 2.º Portaria n.º 313/2009).

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Lista Pública de Execuções disponível emwww.tribunaisnet.mj.pt (arts. 16.º-A do DL n.º 201/2003 e 5.º/1 Portaria n.º313/2009).

O acesso à Lista Pública de Execuções é livre (art. 7.º da Portaria n.º313/2009)

Conteúdo da Lista Pública de Execuções: o valor em dívida da execuçãoextinta; o facto que determinou a extinção da execução, entre outros.

Procedimento: após a extinção da execução, o executado dispõe de umprazo de 30 dias para (art. 3.º Portaria n.º 313/2009):

i) Pagar a quantia em dívida ou

ii) Aderir a um plano de pagamento de dívidas por entidade reconhecidapelo Ministério da Justiça.

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A adesão a um plano de pagamento de dívidas determina a suspensãodo registo referentes às execuções movidas contra os executados (art.

16.º-C DL n.º 201/2003 e 6.º/1 da Portaria n.º 313/2009);

Salvaguarda da exactidão dos dados:

O titular dos dados pode solicitar i) a actualização ou ii) a rectificaçãodos dados constantes da Lista Pública de Execuções.

Meios: por via electrónica, no sítio internet, ou por requerimento emsuporte de papel na secretaria onde tramitou o processo executivo (art.

8.º/1 da Portaria n.º 313/2009).

Registo informático de execuções Lista pública de execuções

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A decisão do requerimento é adoptada pela secretaria no prazomáximo de 2 dias úteis; caso a decisão não seja adoptada nesse prazo,os registos são automaticamente retirados até que haja decisão (art.

16.º-B/3 e 4 DL n.º 201/2003);

A ausência de decisão no prazo de 2 dias é comunicada ao ConselhoSuperior da Magistratura e ao Conselho dos Oficiais de Justiça;

Todos os registos da Lista Pública de Execuções relativos a execuçõesextintas há mais de 5 anos são oficiosamente retirados (art. 16.º-C/1 DL

n.º 226/2008).

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Alguns modelos de tramitação da acção executiva para pagamentode quantia certa (novo regime):

Modelo A (Dispensa de despacho liminar/dispensa citação prévia):

1) Apresentação do requerimento executivo (art. 810.º);

2) O requerimento é apresentado no tribunal por via electrónica eenviado pelo mesmo meio ao AE. Não há lugar à autuação da execução(art. 810.º/7);

3) Designação e aceitação do AE (art. 810.º/12);

4) Início imediato das consultas e diligências prévias à penhora (arts.832.º/2 e 833.º-A) – v. art. 812.º-C;

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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5) Dispensa de citação prévia do executado (art. 812.º-F/1), salvo se o exequenterequerer essa citação;

- Diligências prévias à penhora - art. 833.º-A (duas alternativas):

- Dispensa de diligências prévias à penhora para identificação de bens

penhoráveis:

Sempre no RE sejam identificados bens referidos nas als. a) a d) do art. 834.º/1 devalor igual ou superior ao crédito exequendo mais custas (art. 833.º-A/1); ou

- Diligências prévias à penhora (art. 833.º-A/2).

Antes de proceder às diligências prévias à penhora: o agente de execuçãoprocede sempre às consultas no registo informático de execuções (art. 832.º/2) e,seguidamente,

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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Hipótese 1

Contra o executado foi movida execução terminada sem integralpagamento:

O AE prossegue com as diligências prévias à penhora, não havendo lugar acitação do executado para pagar ou indicar bens à penhora se não foremencontrados bens ou indicados bens pelo exequente (art. 832.º/3). (cf. art.

833.º-B/4 a 7).

Hipótese 2

Contra o executado pende uma outra execução para pagamento dequantia certa:

Verificadas certas condições, o requerimento executivo é remetido paraesse processo (art. 832.º/4).

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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- Não havendo dispensa prévia de diligências prévias à penhora (833.º-A/1)ou não se verificando as hipóteses 1 e 2 (832.º/6):

O AE procede, sem necessidade de autorização judicial, à identificação doexecutado e à identificação e localização dos seus bens nas bases dedados (art. 833.º-A/2):

- Da administração tributária;

- Da Segurança Social;

- Das conservatórias do registo predial, comercial e automóvel e de outrosregistos ou arquivos semelhantes.

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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- A consulta efectua-se directamente através do sistema informático desuporte à actividade dos agentes de execução (arts. 2.º ss. Portaria n.º

331-A/2009, de 30 de Março).

- A entidade titular dos dados (Adm. Tribut., S. Social, outra) devefornecer os elementos no prazo máximo de 10 dias.

- As pessoas que tenham conhecimento de dados pessoais por forçado exercício das suas funções são obrigadas a sigilo (art. 7.º Portaria n.º

331-A/2009).

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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6) Resultado das diligências prévias à penhora (art. 833.º-B)

Após a consulta do registo informático de execução e daidentificação de bens penhoráveis nas bases de dados:

O AE notifica o exequente do resultado das consultas (art. 833.º-B/1).

- Tendo sido encontrados bens, e sem prejuízo da ordem tendencial de realizaçãoda penhora, nos termos do art. 834.º:

A execução prossegue com a penhora desses bens (art. 833.º-B/2);

- Não tendo sido encontrados bens:

O exequente deve indicar bens à penhora no prazo de 10 dias, sendo penhoradosos bens que indique (art. 833.º-B/3);

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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Se o exequente não indicar bens à penhora: o executado é citado para pagarou indicar bens à penhora. As omissões ou as falsas declarações sãopenalizadas (sanção pecuniária compulsória).

Se o executado não pagar nem indicar bens à penhora: a execuçãoextingue-se.

- Dever de informação do AE – quanto a todas as diligências efectuadasassim como do motivo da frustração da penhora (art. 837.º);

7) Prosseguimento da execução nos termos comuns (pagamento evenda).

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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Modelo B (Remessa do processo para despacho liminar):

1) O mesmo que o do Modelo A quanto aos pontos 1 a 4;

2) AE remete processo ao juiz para despacho liminar por ocorrer algumadas circunstâncias previstas nas als. a) a g) do art. 812.º-D;

3) Conteúdo possível do despacho liminar:

i) Indeferimento liminar do RE (art. 812.º-E/1); ii) indeferimento liminar parcialdo RE (art. 812.º-E/2); iii) Despacho de aperfeiçoamento do RE (art. 812.º-E/3); iv) Despacho de citação (art. 812.º-E/5).

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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Modelo B (cont.):

5) Cláusula de salvaguarda: nos processos remetidos ao juiz, o exequente poderequerer que a penhora seja efectuada sem citação prévia do executado.Necessidade de invocar o receio de perda de garantia patrimonial do crédito e oferecerlogo as provas;6) Prosseguimento da execução nos termos comuns.

Modelo C (citação prévia sem necessidade de despacho judicial):

1) O mesmo que o do Modelo A quanto aos pontos 1 a 4;2) Verifica-se alguma das circunstâncias previstas nas als. a) a g) do art. 812.º-D;3) Pode haver lugar a citação prévia do executado sem necessidade de prévio despachodo juiz se ocorrer alguma das situações descritas no artigo 812.º-F/2;4) Prosseguimento da execução nos termos comuns.

Modelos de tramitação da execução para

pagamento de quantia certa

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Execução imediata da sentença (art. 675.º-A)

O autor pode manifestar (através do sistema informático CITIUS) a vontade deexecutar judicialmente a sentença que venha a condenar o réu ao pagamentode uma quantia certa (art. 48.º da Portaria n.º 331-B/2009). Fonte: art. 89.º do CPT.

Se o autor manifestar essa intenção, a execução inicia-se:

i) Logo após o trânsito em julgado ou

ii) Prevendo-se a hipótese de o réu cumprir a condenação de pagamento emquantia certa - 20 dias após o trânsito em julgado.

Se o réu cumprir a sentença no prazo de 20 dias, o autor comunica tal facto aotribunal (art. 675.º-A, n.º 4).

Outras alterações ao regime da acção

executiva

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Logo após o trânsito em julgado ou após o decurso do prazo de 20 dias:

A secretaria inicia electronicamente a execução desde que a sentença tenha,de facto, condenado o réu no pagamento de quantia certa

(art. 48.º/3 da Portaria n.º 331-B/2009).

Ordem de realização da penhora (art. 834.º).

Facilidade e adequação da penhora. Independentemente:

- Da ordem pela qual o exequente indicou bens à penhora (art. 810.º/5);

- Do resultado das diligências prévias à penhora ou

- Dos bens indicados à penhora pelo executado (art. 833.º-B/4).

Outras alterações ao regime da acção

executiva

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• A penhora a efectuar pelo AE deve tendencialmente(“preferencialmente”) seguir a seguinte ordem (art. 834.º/1):

- Penhora de depósitos bancários;

- Penhora de rendas, abonos, vencimentos, salários ou outros créditos se

permitirem, presumivelmente, a satisfação integral no prazo de seis meses;

- Penhora de títulos e valores mobiliários;

- Penhora de bens móveis sujeitos a registo, se, presumivelmente, o seu

valor for uma vez e meia superior ao custo da venda judicial;

- Penhora de quaisquer bens cujo valor pecuniário seja de fácil realização

ou se mostre adequado ao montante do crédito do exequente.

Outras alterações ao regime da acção

executiva

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Novo regime dos depósitos públicos (art. 907.º-A)

Criação de depósitos equiparados a depósitos públicos –suprir carência de depósitos públicos que recebam osbens móveis penhorados.

Outras alterações ao regime da acção

executiva

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Artigo 37.º/2 da Portaria n.º 331-B/2009

“Por depósito equiparado a depósito público entende-sequalquer local de armazenagem de bens que tenha sido afectopor um agente de execução à remoção e depósito de benspenhorados no âmbito de um processo executivo e cujapropriedade, arrendamento ou outro título que lhe confira autilização do local ou dos serviços de armazenagem sejaregistado por via electrónica junto da Câmara dos Solicitadores(…)”.

Pela utilização de depósito público ou equiparado é devido opagamento de 0,0075 UC (por metro quadrado/cúbico, por cada dia de utilização).

Outras alterações ao regime da acção

executiva

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O preço devido pela ocupação do depósito equiparado é suportadoimediatamente pelo exequente, a título de encargos, sendoposteriormente imputado na conta de custas (art. 39.º/4 da Portaria n.º 331-B/2009).

Venda (art. 886.º)

Previsão de nova modalidade de venda (art. 886.º/al. g)):

Venda em leilão electrónico (art. 907.º-B)

A venda de bens imóveis ou móveis penhorados é sempre feita em leilãoelectrónico (em regulamentação).

Outras alterações ao regime da acção

executiva

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Âmbito de aplicação:

• Quando não exista oposição entre o exequente e os credores com garantiasobre os bens a vender, ouvido o executado;

• Quando se frustre a venda por proposta em carta fechada pelos motivosenunciados na al. d) do art. 904.º)OuQuando se frustre a venda em depósito público ou equiparado pelos motivosenunciados na al. e) do art. 904.ºOuSendo anulada a venda em estabelecimento de leilão, art. 907.º/3

É aplicável a venda em leilão electrónico se o AE entender que a mesma épreferível à venda por negociação particular (art. 904.º/als. d) e e)) ou àvenda em proposta fechada (art. 907.º/3).

Outras alterações ao regime da acção

executiva